Essa é uma pequena partilha a cerca de um livro/documento que li que tem o título dessa postagem.
Fiquei impressionada com o olhar da Igreja sobre o caminho de evangelização seguro e muito eficaz que ela vê nas Artes como um todo.
Penso que seria muitíssimo importante que todos (todos mesmo, sem exceção!) os artistas, de qual área for, tivessem acesso a esse tesouro, para poder entender o que a Igreja tem pensado e orientado, e não só entender, mas também pelo poder do Espírito Santo, ter um verdadeiro batismo nessa Via Pulchritudinis…
Vou colocar aqui alguns trechos desse documento riquíssimo para que de certa forma você tenha algumas pérolas e possa rezar com elas. Ele foi enriquecido com citações de importantes teólogos (como Hurs Von Balthazar, por exemplo, em seu livro “Gloria – Gli aspetti estetici della Rivelazione” ) de alguns Padres da Igreja (como São Tomás de Aquino, na Suma Teológica e Santo Agostinho em Confissões), de São João Paulo II que tão belamente nos convocou a, junto com Cristo, redimir o mundo através da Beleza em sua Carta aos Artistas, e citações do nosso querido Papa Emérito, Bento XVI.
Com certeza Deus se utilizará também dessas pérolas para forjar nos corações, como tem forjado no meu, um desejo novo de ser expressão Dele mesmo, O mais Belo dos belos, aos homens de hoje, que estão sedentos da Verdadeira Beleza!
“Por isso, é necessário esclarecer o que é e em que consiste a Via Pulchritudinis: de que beleza se trata, que permita transmitir a fé mediante sua capacidade de atingir o coração das pessoas, de exprimir o Mistério de Deus e do homem, de apresentar-se como autêntica “ponte”, espaço livre para caminhar com os homens e mulheres do nosso tempo, que sabem ou aprendem a apreciar o belo, e ajudá-los a encontrar a beleza do Evangelho de Cristo que a Igreja deve, por sua missão, anunciar a todos os homens de boa vontade.”
“Percorrer a Via Pulchritudinis implica empenhar-se em educar os jovens para a beleza, ajudá-los a desenvolver o espírito crítico em face da oferta da cultura da mídia e a plasmar sua sensibilidade e seu caráter para elevá-los e conduzí-los a uma real maturidade. A “cultura kitsch” não é característica de um certo medo de sentir-se marginalizado em face de uma profunda transformação?”
“O caminho da beleza responde ao íntimo desejo de felicidade que mora no coração de cada homem. Ela abre horizontes infinitos que forçam o ser humano a sair de si mesmo, da rotina do efêmero instante que passa, a abrir-se ao transcendente e ao Mistério, a desejar, como fim último do seu desejo de felicidade e da sua nostalgia do Absoluto, essa Beleza original que é o próprio Deus, Criador de toda beleza criada.”
“Se a natureza e o cosmo são expressões da Beleza do Criador e introduzem no limiar de um silêncio contemplativo, a criação artística possui a capacidade de evocar o indizível do mistério de Deus. A obra de arte não é a beleza, mas é sua expressão e obedece a cânones, por natureza flutuantes: toda arte é ligada a uma cultura e possui um caráter intrínseco de universalidade. A beleza artística suscita emoções interiores; produz, no silêncio, o arrebatamento e conduz à “saída de si”, ao êxtase.”
“Se a beleza da criação é, segundo Santo Agostinho, uma “confessio” e convida a contemplar a beleza na sua fonte, o Criador do Céu e da Terra, do universo visível e invisível, e se a beleza das obras de arte nos revela alguma coisa da beleza na sua figura, o Filho que se fez carne, “o mais belo dos filhos do homem”, existe uma terceira via fundamental – a primeira em importância – que conduz à descoberta da beleza no ícone da santidade, obra do Espírito Santo que plasma a Igreja à imagem de Cristo, modelo de perfeição: é, para o batizado, a beleza do testemunho dado mediante uma vida transformada pela graça e, para a Igreja, a beleza da Liturgia, que de algum modo leva a experimentar Deus, que está vivo no meio do seu povo e atrai a Si quem se deixa enlaçar num abraço todo de alegria e amor. (…) Ao mesmo tempo, esse testemunho da beleza por meio da caridade e do empenho no serviço da justiça e da paz anuncia a esperança que não decepciona.”