Desde o dia 3 de dezembro, está à venda o livro ‘La fuerza de la vocación’ (Publicações Claretianas, no Brasil, pelas Paulinas) Trata-se de uma entrevista do claretiano Fernando Prado com o Papa Francisco sobre o passado, o presente e o futuro da vida consagrada. Um livro claro e corajoso, no qual Francisco não foge de nenhuma pergunta. Nem sequer da polêmica questão da homossexualidade na Igreja, que Religión Digital adianta com exclusividade.

Eis uma pequena parte da entrevista.

Há limites que não devem ser tolerados na formação ( dos sacerdotes e pessoas consagradas) ?

Evidente. Quando há candidatos com neuroses e desequilíbrios fortes, difíceis de poder represar, mesmo com a ajuda terapêutica, não se deve aceitá-los no sacerdócio, nem na vida consagrada. É preciso ajudá-los para que se encaminhem por outro lugar, não se deve abandoná-los. É necessário orientá-los, mas não devemos admiti-los. Sempre tenhamos presente que são pessoas que viverão a serviço da Igreja, da comunidade cristã, do povo de Deus. Não esqueçamos esse horizonte. Precisamos cuidar para que sejam psicológica e afetivamente sadios.

Não é um segredo que na vida consagrada e no clero também existem pessoas com tendências homossexuais. O que dizer disto?

É algo que me preocupa, porque talvez em algum momento não se focou bem. Na linha do que estamos falando, eu diria a você que precisamos cuidar muito na formação da maturidade humana e afetiva. Precisamos discernir com seriedade e escutar a voz da experiência que a Igreja também possui. Quando não se cuida do discernimento em tudo isto, os problemas crescem. Como dizia antes, acontece que no momento talvez não dão a cara, mas depois aparecem.

A questão da homossexualidade é uma questão muito séria que é necessário discernir adequadamente desde o começo com os candidatos, se for o caso. Precisamos ser exigentes. Em nossas sociedades, parece inclusive que a homossexualidade está na moda e essa mentalidade, de alguma maneira, também influencia na vida da Igreja.

Tive, aqui, um bispo um tanto escandalizado, que me contou que havia ficado sabendo que em sua diocese, uma diocese muito grande, havia vários sacerdotes homossexuais e que precisou enfrentar tudo isto, intervindo, antes de mais nada, na formação, para formar outro clero distinto. É uma realidade que não podemos negar. Na vida consagrada também não faltam casos. Um religioso me contava que, em visita canônica a uma das províncias de sua congregação, ficou surpreso. Ele via que havia bons garotos estudantes e que inclusive alguns religiosos já professos eram gays.

Ele mesmo duvidava da questão e me perguntou se nisso havia algo de ruim. “Em definitivo – dizia ele – não é tão grave; é somente expressão de um afeto”. Isto é um erro. Não é só expressão de um afeto. Na vida consagrada e na vida sacerdotal, tais tipos de afetos não cabem. Por isso, a Igreja recomenda que as pessoas com essa tendência arraigada não sejam aceitas ao ministério, nem à vida consagrada. O ministério ou a vida consagrada não é seu lugar. Aos padres, religiosos e religiosas homossexuais, é necessário exortá-los a viver integralmente o celibato e, sobretudo, que sejam primorosamente responsáveis, procurando jamais escandalizar suas comunidades, nem o santo povo fiel de Deus, vivendo uma vida dupla. É melhor que deixem o ministério ou sua vida consagrada, antes que viver uma vida dupla.

Fonte: Religón Digital ( Espanha)

Um estudo do Pew Research Center divulgado no fim de outubro confirma o que uma observação atenta já previa: existe um racha entre Europa Ocidental e Europa Oriental quando o assunto é a opinião da população sobre o aborto e o casamento gay. Foram entrevistadas quase 56 mil pessoas maiores de idade em 34 países, entre 2015 e 2017.

Na Suécia, por exemplo, 88% da população é favorável ao casamento gay. Os números também são altos na Dinamarca (82%), na Holanda (86%), na Bélgica (82%), na Espanha (77%), no Reino Unido (77%), na Alemanha (75%), na Suíça (75%), na França (73%), na Áustria (72%) e na Noruega (72%).

Do outro lado do continente, o único país da Europa Oriental que pontua mais de 50% da população favorável ao casamento gay é a República Tcheca, com 65%. Na Geórgia e na Armênia, apenas 3% da população é favorável. Na Rússia e na Moldávia, são 5%, e na Ucrânia, 9%. A Sérvia e a Lituânia pontuam 12%. A Hungria, a Grécia, a Romênia e a Bulgária tampouco chegam aos 30%. Na Croácia o índice é de 31% e na Polônia, 32%.

Os países mais divididos em ambas as partes do continente são Portugal (59%), Itália (59%) e Eslováquia (47%). Nenhum país da Europa Oriental permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto quase todos os países da Europa Ocidental legalizaram a prática.

Se levarmos em consideração apenas a população jovem – entre 18 e 34 anos – o cenário não muda muito. Na Rússia, por exemplo, se 90% da população adulta é contrária ao casamento homoafetivo, esse número chega a 86% quando considerada apenas aquela faixa de idade. Na Polônia, o número cai de 59% para 50% e na Ucrânia de 85% para 82%. Em nenhum país do continente o percentual de jovens contrários ao casamento de pessoas do mesmo sexo é mais expressivo do que aquele considerando toda a população adulta.

Aborto

Quando o tema é aborto, a divisão se mantém, embora de modo um pouco menos marcado do que em relação ao casamento gay. 94% dos suecos e 92% dos dinamarqueses consideram que a prática deve ser legalizada em todos ou na maioria dos casos. Acima de 70%, estão também Finlândia (87%), Bélgica (84%), Holanda (84%), França (81%), Noruega (81%), Reino Unido (81%), Alemanha (76%), Suíça (73%), Áustria (73%) e Espanha (72%).

Na Europa Oriental, cinco países se destacam ao fugir à regra e alinhar-se com os países ocidentais. República Tcheca (84%), Estônia (81%), Bulgária (80%), Hungria (70%) e Eslováquia (70%) têm maiorias bastante expressivas favoráveis ao aborto. A opinião é majoritária também na Sérvia, na Croácia, na Armênia, na Letônia, e na Lituânia.

Os países cuja maioria da população se opõe ao aborto em todos ou na maioria dos casos estão todos na Europa Oriental. Na Geórgia, são 85% da população, e na Moldávia, 79%. Completam a lista Rússia (56%), Ucrânia (55%), Bielorrússia (54%), Polônia (52%) e Grécia (52%). O país ocidental mais contrário ao aborto é Portugal, onde 34% da população concorda que a prática deveria ser ilegal em todos ou na maioria dos casos.

Fonte: Sempre Família

Na tradicional coletiva de imprensa que concede a bordo do avião nos retornos de suas viagens, o Papa Francisco respondeu durante 45 minutos a perguntas de jornalistas que o acompanhavam na volta do IX Encontro Mundial das Famílias, realizado em Dublin no último fim de semana.

As perguntas abordaram desde a conversa do Papa com a ministra irlandesa para a infância até o trabalho da Igreja com os migrantes, passando pela luta contra os abusos sexuais cometidos por membros do clero.

Quando um jornalista perguntou o que ele diria ao pai de uma pessoa homossexual, o Papa respondeu:

“Sempre houve homossexuais e pessoas com tendências homossexuais, sempre. Os sociólogos dizem, não sei se é verdade, que nos tempos de mudança de época crescem alguns fenômenos sociais e éticos. Um deles seria este, mas essa é a opinião de alguns sociólogos.

A sua pergunta é clara: o que eu diria a um pai que vê que o filho ou filha tem essa tendência. Primeiro eu diria para rezar: reza. Não condenar. Dialogar. Entender, dar espaço ao filho ou à filha para se expressarem. Depois, com quantos anos se manifesta essa inquietação do filho? Isto é importante. Uma coisa é quando se manifesta na infância, porque há muitas coisas que podem ser feitas através da psiquiatria, para ver como estão as coisas. Outra coisa é quando se manifesta depois dos 20 anos ou algo assim…

Eu nunca diria que o silêncio é um remédio. Ignorar o filho ou a filha com tendência homossexual é uma falta de paternidade e maternidade. Você é meu filho, você é minha filha, do jeito que você é. Eu sou seu pai, sua mãe, vamos conversar. Se você, pai ou mãe, não se sentir capaz, peça ajuda, mas sempre através do diálogo, porque esse filho ou essa filha tem direito a uma família. E essa família, quem é? Não tire da família. Este é um desafio sério para a paternidade e a maternidade”.

Por que “psiquiatria”?

A palavra “psiquiatria” gerou polêmica e a frase “através da psiquiatria” chegou a ser retirada da transcrição oficial publicada pelo Vaticano nesta segunda-feira, 27 de agosto.

Como sempre, a polêmica foi intensificada por interpretações forçadas de matriz ideológica além do desejo da mídia de fazer barulho para atrair atenções. Sites chegaram a dizer, tendenciosamente, que o “Papa foi desautorizado pelo Vaticano“.

A vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma García Ovejero, explicou à agência AFP que a palavra foi retirada da transcrição “para não alterar o pensamento do Papa“:

“Quando o Papa se refere à ‘psiquiatria’, fica claro que ele queria dar um exemplo sobre as diferentes coisas que podem ser feitas”.

Além disso, não é inusual que se use inadvertidamente um termo pelo outro quando se fala de psiquiatria, psicologia e psicanálise. A psiquiatria é um ramo da medicina que aborda transtornos mentais. A psicologia estuda a pessoa como um todo para ajudá-la a entender e superar problemas ou sintomas. E a psicanálise é um método de pesquisa psicológica baseado nas teorias de Sigmund Freud.

É importante considerar as palavras de Francisco levando em conta as suas origens: na Argentina, o desenvolvimento da psicanálise está intimamente ligado à psiquiatria, tanto que Buenos Aires é frequentemente apontada como a “capital” das ideias freudianas.

Durante as entrevistas com Dominique Wolton publicadas em 2017, o pontífice revelou que ele próprio havia passado pela psicanálise aos 42 anos de idade.

Em 2013, pouco depois de eleito, o Papa Francisco tinha feito confusão involuntária com os termos “psiquiatria” e “psicologia”: ele explicou que tinha escolhido morar na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico por razões de “personalidade, […] por razões psiquiátricas“. Ele queria dizer “razões psicológicas“.

A Igreja e os questionamentos pessoais sobre sexualidade

A Igreja considera que os fatores psicológicos envolvidos em questionamentos pessoais sobre a própria sexualidade e identidade devem ser cuidadosamente levados em conta, sem imposições ideológicas.

Isto não é novidade para ninguém que seja intelectualmente honesto, nem é algo contestado pela própria psicologia – pelo contrário.

Quem contesta a necessidade de se levarem em conta os fatores psicológicos que permeiam inquietações particulares sobre esses aspectos da personalidade costumam ser os impositores da ideologia de gênero, que, em vários casos, se mostram fechados ao diálogo a ponto de tacharem como “tentativa de cura gay” qualquer abordagem que procure ajudar pessoas a dissiparem dúvidas sobre a sua sexualidade.

Aleteia

O Conselho Federal de Psicologia sofreu derrota na justiça em ação que autoriza o tratamento psicológico para homossexuais egodistônicos.( Pessoas que trazem sofrimento psíquico, que não querem nem se identificam como homossexuais)

A decisão já havia sido tomada pelo juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara da Justiça Federal em Brasília, em 9 de setembro do ano passado, mas o Conselho Federal de Psicologia (CFP), em acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil, entrou com uma ação de Embargo de Declaração tentando derrubar a decisão.

Para lembrar o caso em detalhes e entender todo o processo, leia: “CURA GAY” – Conheça a verdade manipulada pela mídia sobre suposta decisão judicial que trata homossexualidade como “doença

A decisão do juiz levou em consideração o pedido feito por um grupo de psicólogos em uma ação popular, onde alegaram que a Resolução 01/99, que proíbe os psicólogos tratarem a homossexualidade como doença, vai além do texto e ameaça a liberdade científica dos profissionais.

O juiz aceitou o pedido no ano passado e reconheceu que, de fato, a referida Resolução estava sendo utilizada para restringir a liberdade de pesquisa sobre o tema, bem como de manifestação acadêmica dos profissionais.

“A aparência do bom direito resta evidenciada pela interpretação dada à Resolução nº 001/1990 pelo CFP, no sentido de proibir o aprofundamento dos estudos científicos relacionados à orientação sexual, afetando, assim, a liberdade científica do país, e por consequência, seu patrimônio cultural”, escreveu o juiz na época.

O Conselho Federal de Psicologia recorreu com o Embargo de Declaração e a decisão ficou aguardando julgamento, para saber se a sentença proferida ano passado continuaria valendo ou não. Agora, no último dia 28 de junho (2018), em conjunto com o julgamento de outros processos, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho declarou indeferida a tentativa do Embargo do CFP:

“Indefiro todos os pedidos formulados após a prolação da sentença, bem como rejeito ambos os declaratórios, por não reconhecer na sentença embargada nenhum vício a justificar o acolhimento dos embargos opostos em substituição ao recurso próprio”, escreveu na sentença.

Leia a sentença completa abaixo:

SENTENÇA

(Embargos de Declaração)

 Nada a prover quanto aos embargos opostos às fls. 2.762-2.774, visto que não há na sentença de fls. 2.729-2.743 nenhuma omissão, contradição, obscuridade ou falta de fundamentação. Até porque o embargante não demonstrou nenhum prejuízo na ausência de sua intervenção no feito, apesar de regularmente intimado, razão pela qual não se reconhece nulidade alguma da sentença embargada, nos termos do disposto nos arts. 279 c/c 282, § 1º, do NCPC/2015.

Ademais, as provas se destinam ao convencimento do Juízo competente para a causa, inexistindo qualquer irregularidade quando o magistrado, por entender suficientemente instruído o feito, cuja matéria for unicamente de direito, julgar antecipadamente o pedido, na forma do disposto no art. 355, I, do NCPC.

Por outro lado, não procedem as afirmações de desrespeito ao contraditório ou de falta de aprofundamento dos debates acerca da questão de mérito, em eventuais audiências públicas, visto que a decisão liminar só foi proferida após extensa audiência de justificação prévia, em que todas as partes foram ouvidas, inclusive o representante do MPF presente naquele ato processual.

Quanto aos embargos de fls. 2.775-2.776, melhor sorte não assiste àqueles embargantes, porquanto os embargos não se prestam ao reexame da sentença, por mero inconformismo, em substituição ao recurso próprio. Note-se que a sentença embargada foi muito clara quanto aos termos de seu dispositivo, cabendo à parte insurgente, se entender oportuno, aviar o recurso apropriado.

Indefiro, nesta oportunidade, o pedido do CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS, formulado às fls. 2.782-2.796, porque aduzido após a prolação da sentença por este Juízo, sem prejuízo de reexame da questão pelo Relator do feito no TRF1, nos termos do art. 138 do NCPC.

Prejudicado também fica o pedido formulado pelo CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA – CFP, à fl. 2.779, tendo em vista que este Juízo já teve oportunidade de se manifestar acerca da questão à fl. 2.577.

Isso posto, indefiro todos os pedidos formulados após a prolação da sentença, bem como rejeito ambos os declaratórios, por não reconhecer na sentença embargada nenhum vício a justificar o acolhimento dos embargos opostos em substituição ao recurso próprio.

Intimem-se.

Brasília-DF, 28 de junho de 2018.
(assinado digitalmente)

Waldemar Cláudio de Carvalho

Juiz Federal da 14ª Vara do DF

Fonte original: Opinião Critica

Homossexual segundo o mundo e segundo Cristo

Recentemente apareceram na internet textos escritos por religiosos católicos com ideias sobre a homossexualidade que em quase nada condizem com a fé e a moral da Igreja de Cristo. É assim mesmo: os tempos atuais são muito difíceis e, por vezes, quem deveria defender e ilustrar a fé da Igreja deforma e escandaliza o Povo cristão…

Gostaria de propor algumas reflexões – e peço que você, meu caro Amigo, procure ponderar bem o que estou dizendo:

1. As pessoas homossexuais devem respeitadas e nunca estigmatizadas por suas tendências sexuais.

Hoje sabe-se de psicologia e sexualidade humana o que não se sabia no passado… Consequentemente, o modo de avaliar determinados comportamentos deve levar em conta estes novos conhecimentos. Assim, a violência contra homossexuais – sejam elas físicas ou morais – é um crime diante da lei brasileira e, diante de Deus, um pecado.

2. Também é correto desejar que cada pessoa tenha o direito de viver sua vida de acordo com seus valores e sua consciência, desde que respeitando o bem comum e as normas da boa convivência social.

No entanto, não é aceitável que minorias homossexuais organizadas queiram impor a toda a sociedade seus valores e seu modo de pensar, destruindo o sentido genuíno do que seja família e do que seja casamento…

3. O sincero respeito que se deve ter pelos homossexuais não deve e não pode significar que todos tenham a obrigação de fazer uma avaliação positiva da homossexualidade e, mais ainda, da prática homossexual. Respeitar a pessoa, suas tendências, suas opções, sim. A avaliação de suas ações e modo de viver, depende dos critérios que alguém tome como norte e sentido da existência humana… Para um ateu, o critério é ele próprio; para um crente, o critério do certo e do errado é o próprio Deus: ao que Deus chama errado, o crente somente poderá chamar de errado também!

4. Pensemos num cristão homossexual. Para um mundo pagão como o nosso, para pessoas que não têm como critério o Evangelho, ser homossexual e viver a homossexualidade não são problema algum; como não o é a infidelidade conjugal, como não o são as relações pré-matrimoniais e outras realidades mais… Mas, para alguém que creia em Cristo e deseje viver segundo a fé cristã, o ser homossexual traz sim dificuldades, conflitos e dores. E isto porque o critério da vida de um cristão não é a moda, não é a mentalidade dominante, não é a própria pessoa, mas a norma do Evangelho, expressa na fé da Igreja. Ora, deixar-se a si mesmo para abraçar na própria vida e com a própria vida a norma de vida de um Outro – Daquele que disse: “Quem quiser ser Meu discípulo, renuncie-se a si mesmo e siga-Me!” – não é e não será nunca uma tarefa fácil.

5. Um homossexual cristão deve sim procurar corajosamente aceitar sua realidade homossexual, mas não para viver do seu jeito e sim do jeito de Cristo! E qual é o jeito de Cristo? Qual a sua norma para a sexualidade humana? Certamente que tal norma é aquela da vida sexual como expressão do amor e da entrega a outra pessoa, numa tal comunhão que, selada pelo sacramento do matrimônio, seja até à morte e aberta de modo fecundo aos filhos que Deus der. Para Deus – sejamos claros – a norma é a heterossexualidade e não a homossexualidade! Para um cristão homossexual certamente isto provoca uma séria crise! (Todos nós temos nossas crises… É verdade, no entanto, que a crise no tocante à sexualidade é muito mais séria e estrutural!) E é preciso que se diga: para um cristão com tendência homoafetiva, a homossexualidade tem a marca da cruz – é sim uma cruz! Mas, o nosso Salvador Jesus disse: “Toma a tua cruz e segue-Me!” Em outras palavras: “Segue-Me com tua homossexualidade! Segue-Me com as crises e dificuldades nas quais ela te coloca!”

Um homossexual que deseje viver seriamente sua fé cristã deve saber que é amado pelo Senhor, que não é rejeitado pela Igreja, mas que deve – como também os heterossexuais – colocar sua sexualidade debaixo do senhorio de Cristo: deve lutar para ser casto, para ser reto, para fugir de toda leviandade e imoralidade; deve claramente reconhecer que os atos homossexuais não são moralmente corretos como a relação heterossexual no casamento… Por isso é muito importante que um homossexual cristão procure a ajuda de um sacerdote ou de um cristão maduro, ponderado, fiel a Cristo e à Igreja que possa ajudá-lo no seu caminho. Quem não precisa da ajuda dos outros no caminho de Cristo? Não é isto a Igreja? Não é isto que nos manda a fé cristã: ter uma orientação espiritual com alguém que saiba curar as próprias feridas e as dos outros?

E se houver quedas no caminho desse irmão homossexual? E se as amizades descambarem para atos homossexuais? É não desanimar: como qualquer cristão, trata-se de olhar para o Cristo, pedir perdão no sacramento da Penitência e recomeçar o caminho, procurando vencer o pecado!

E se um homossexual cristão, mesmo reconhecendo que os atos homossexuais não são moralmente agradáveis a Deus, não conseguir ser casto, e procurar viver com outra pessoa do mesmo sexo, inclusive tendo uma vida sexualmente ativa? Nem assim deve pensar que já não é cristão! Deve reconhecer claramente que sua situação não é o ideal diante de Deus. No entanto, deve viver uma vida o quanto possível digna diante do Senhor e dos homens. Não deve deixar a oração nem a frequência da Santa Missa e deve dizer sempre – todos nós devemos dizer sempre com o coração, o afeto, a alma e também com as lágrimas: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador!”

Certamente que aquele que se decida por uma vida de prática de atos homossexuais não deve se confessar sacramentalmente nem receber a comunhão eucarística; mas pode sim procurar sempre o conselho e a ajuda de um sacerdote ou de um cristão que o auxilie no caminho de seu seguimento a Cristo. É muito importante compreender que não há miséria e drama humanos que não possam ser atingidos pela Cruz do Senhor. Não se trata de chamar certo ao que é errado ou de avaliar como virtude ao que é fraqueza aos olhos do Senhor; trata-se, sim, de ter misericórdia, de acolher, de ter compaixão do outro! Triste daquele que vir o irmão levando pesado fardo e ainda lhe aumentar o peso com o desprezo e a rejeição! O pecado deve ser chamado sempre pecado, mas o pecador deve ser sempre acolhido com misericórdia e respeito e tratado como um irmão. Quem de nós não é pecador? Quem de nós não é ferido? Quem de nós não tem suas doenças espirituais?

6. Não sabemos por que algumas pessoas são homossexuais. Sabemos que elas não escolheram a tendência que possuem; sabemos também que não são moralmente doentes – há tantos homossexuais tão dignos e generosos! Mas, sabemos que elas podem seguir o Senhor e devem fazer o melhor de si para serem santos, para serem cristãos de verdade! O resto, coloquemos nas mãos do Senhor, com os olhos fitos em Cristo, que morreu por todos de modo tão atroz, exatamente porque grande é a profundidade de nossas misérias e contradições. Diante de mistérios assim, diante dos enigmas da existência, diante da dor e da cruz dos irmãos, devemos olhar para o céu e pronunciar, comovidos e humildes, aquela sábia bênção judaica, que cabe muito bem nos lábios de um cristão: “Bendito sejas Tu, Senhor nosso Deus, que guardas os segredos!” Isto mesmo: Ele sabe os mistérios! Ele conhece o motivo; Ele sabe o porquê. Nós não sabemos nada!

7. Esta é a diferença entre o pensar cristão e a perspectiva de um mundo que descarta Deus, o Deus das Escrituras, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: para a atual cultura “mundana”, a vida é sem Deus mesmo: cada um é a sua verdade, a sua medida e o seu próprio critério; cada um faz o que bem entende com a existência.
Para o cristão a vida é dom, é mistério a ser vivido diante de um Outro que nos ama e a Quem deveremos prestar contas. Num mundo sempre mais pagão e menos cristão, vai ficando difícil compreender estas coisas…

Aos pais cristãos que tenham filhos homossexuais, eu digo: acolham-nos com amor e respeito, ajudem-nos a definir os valores de sua vida segundo os critérios de Cristo, não os abandonem nunca nem os tratem com desprezo, mostrem-lhes sempre Jesus como ideal e caminho de felicidade e realização e, no fim de tudo, rezem muito por eles e os respeitem no rumo que derem à vida, desde que digno e responsável, sem leviandades ou desrespeito ao sagrado recinto do lar!

8. Quanto àqueles, “felizes e realizados” com sua “opção” sexual, que não é segundo Cristo, paciência: é o modo de pensar e viver dos que já não conhecem a Deus e Seu Cristo Jesus! Eles merecem o nosso respeito. É necessário que, no âmbito civil, construamos uma convivência que dê espaço para que todos vivam sua vida livremente, desde que respeitando o bem-comum.
Que Nosso Senhor também a esses mostre a luz bendita do Seu Rosto para que vejam o verdadeiro sentido da vida e encontrem a verdadeira paz e realização!
Não podemos impor aos não-crentes nossos valores; devemos respeitá-los, desde que não queiram impor tais valores aos demais; por eles podemos rezar, amá-los e anunciar-lhes Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida da humanidade e de cada pessoa!

Dom Henrique Soares da Costa, Bispo.

O governo autônomo da região da Andaluzia (Espanha) publicou de maneira oficial a “Lei para garantir os direitos, a igualdade de trato e não discriminação das pessoas LGTB e seus familiares na Andaluzia”.

Com esta lei, obrigarão os meios de comunicação e centros escolares, incluindo os colégios católicos, a aceitar a ideologia de gênero e penalizarão com multas de 6 mil a 120 mil euros o descumprimento dos aspectos desta lei.

Segundo precisa a lei, “a diversidade sexogenérica é uma realidade patente que está transformando a grande velocidade as formas e tradições de entender as sexualidades, as identidades e os direitos que tem aparelhados”.

Por isso, asseguram que “esta transformação está alcançando uma veloz e progressiva aceitação e reconhecimento social, o que obriga as instituições a regular esta nova realidade”.

No Boletim Oficial da Junta de Andaluzia afirma-se que esta nova lei adotará “as medidas necessárias para transformar os conteúdos educativos que impliquem discriminação ou violência física ou psicológica apoiadas na orientação sexual” tanto no âmbito do ensino privado, público e semi-público.

A maior parte das escolas semi-públicas, quer dizer, financiadas com recursos públicos e contribuições econômicas dos pais dos alunos, são centros católicos.

Meios de comunicação também serão penalizados

Em relação aos meios de comunicação, aqueles que forem de titularidade autônoma ou recebam ajudas ou subvenções públicas “deverão fomentar a conscientização, divulgação e transmissão da inclusão social e o respeito à diversidade sexual e identidade de gênero, emitindo conteúdos que contribuam a uma percepção das pessoas LGTBI isenta de estereótipos”.

Entre as infrações graves para os meios de comunicação também incluiriam a promoção, difusão ou execução “por qualquer meio de qualquer tipo de terapia para modificar a orientação sexual e a identidade de gênero a fim de ajustá-la a um patrão heterossexual e/ou bissexual”.

De igual maneira, os meios de comunicação deverão “fomentar a conscientização, divulgação e transmissão da inclusão social e o respeito da diversidade sexual e identidade de gênero”.

Para controlá-lo, a Comunidade Autônoma de Andaluzia adotará uma autorregulação através de códigos deontológicos que incorporarão o respeito à igualdade. 

Também estarão penalizados o uso e a emissão de maneira reiterada de expressões vexatórias por razão de orientação sexual, identidade sexual ou expressão de gênero ou que incitem à violência contra as pessoas LGTBI ou suas famílias, na prestação de serviços públicos em qualquer meio de comunicação, em discursos ou intervenções públicas ou através das redes sociais.

ACI

Padre Phillip Bochanski

No meio de tantas alegrias que podemos experimentar no tempo natalino, também podemos nos encontrar diante de muitos desafios. Para começar, o tempo natalino é uma época tão sobrecarregada que pode deixar pouquíssimo tempo e energia para o tipo de preparação espiritual que esteja à altura de tal festa. Há tanto a ser feito. Há tantas pessoas a serem visitadas. E, enquanto o último presente é embrulhado e o último prato é preparado, todos começam a chegar. Inclusive os filhos e as filhas voltando para casa para a celebração deste feriado. Tantas novidades, tanto para acompanhar. Até que, em alguns lares – cada vez mais nestes dias, parece – há um anúncio inesperado: “Mamãe, papai… quero que vocês saibam que sou gay.”

Presbíteros, diáconos e ministros pastorais deveriam estar preparados, especialmente neste período do ano, a encontrar pais e mães que acabaram de receber esta notícia de seus filhos e que estão procurando a Igreja para obterem respostas e apoio. Como podemos ajudá-los? Como deveríamos responder?

Primeiro, não há razão para entrar em pânico. Os pais virão até vocês com as emoções alteradas, mas não há motivo para temer ou tentar evitar esta situação. Além disso, também não há motivo para dar uma resposta curta e ambígua que, por mais que venha de um desejo de fazer com que a situação não piore, este desejo poderia ser classificado, por nós, como uma compaixão mal orientada. E com alguma preparação e habilidade para imaginar a situação pela qual alguém está passando, é completamente possível falar com clareza e compaixão – e ser uma ajuda concreta para estes pais e, porventura de forma indireta, aos seus entes queridos que acabaram de “sair do armário”. Para esta finalidade, eu posso oferecer alguns pontos de discussão que poderão servir como base para a construção do diálogo:

Porém, a verdade é que o seu filho não ‘arruinou o Natal’.”

Não é possível “arruinar” a celebração da Natividade de Nosso Senhor a menos que esqueçamos do que se trata tal celebração: a Encarnação do Filho de Deus. O ponto central do Natal é a realidade de que Deus, em Seu grande amor para com os seres humanos, deixou de lado a Sua Glória e Majestade para assumir a natureza humana. Não se trata de um teatro: quando o Verbo fez-se Carne, Ele comprometeu-se, de forma irrevogável, a tomar parte na completude da experiência com a exceção do pecado: todos os nossos pesos, os nossos aborrecimentos, as nossas emoções, os nossos desejos, as nossas alegrias e as nossas tristezas. Ele tornou-Se um membro de uma família humana concreta e amou a Sua família e os Seus amigos com um coração humano concreto que sentiu, verdadeiramente, a dor diante da rejeição, humilhação e perda. A Encarnação, no fim das contas, significa que não importam a tristeza e a surpresa que estamos experimentando. Jesus Cristo não as ignora e deseja passar por elas conosco. Desta perspectiva, não há melhor época do que o Natal para se passar por algo deste tipo.

“Concordo com o fato de que vocês estejam magoados. Porém, vamos tentar compreender esta dor e ver o que podemos fazer com ela.”

A novidade de que um filho ou uma filha está experimentando atrações pelo mesmo sexo e se identifica como LGBT virá, certamente, como uma grande surpresa para os pais. Todos os planos que eles tiveram para seus filhos, as ideias sobre o que os próximos anos poderiam trazer, até mesmo as pretensões básicas que estavam fazendo sobre o que se passava na cabeça dos seus filhos – sentimentos e vida interior – tudo isto ficou abalado por tal novidade. É importante que os pais reconheçam de onde vem a dor e se eles estarão preparados para entregá-la a Deus. Assim, a Natividade possibilita uma atmosfera na qual é possível abordar, de forma suave, o assunto. Em cada vez que a história da Natividade se repete, José e Maria pensavam que tudo estava resolvido até que uma mudança nos planos foi anunciada de forma brusca. “Maria está grávida! Temos que fugir para Belém! Não há lugar na hospedaria! Temos que fugir para o Egito!” A Sagrada Família dá forma à docilidade e a paz interior que vem da aceitação que, enquanto as circunstâncias inesperadas podem, por vezes, contrariar nossos planos e pretensões, Deus também tem planos para as nossas vidas e as vidas dos nossos entes queridos. A tentação que surge, quando a vida parece estar fora de controle, é apoiar-se no poder que pensamos que temos e impor o nosso próprio jeito de resolver as coisas. No entanto, Deus nos convida a entregarmos, sem reservas, o controle para Ele e confiar que Ele realizará Seus planos para nós e nossas famílias.

“Não, acho que não tenho o artigo/livro/blog/vídeo que convencerá seu filho.”

Todos os bons pais querem o mesmo: saber se seus filhos estão felizes e seguros. Quando eles percebem uma ameaça à felicidade e segurança (física, emocional e espiritual) de seus filhos, os bons pais têm, com toda certeza, o instinto de consertar a situação, resolver o problema, curar a ferida. E, enquanto isto funciona muito bem com os acidentes típicos de parque de diversão, tal mentalidade própria de uma sala de emergências não costuma funcionar numa situação similar à “saída do armário” de um filho. A realidade da atração pelo mesmo sexo é profunda e, muitas vezes, complicada. Pois envolve uma parte profunda da perceção que uma pessoa tem de si mesma e dos relacionamentos. Ou seja, não se trata de um simples problema que pode ser “consertado”. De fato, há muitos recursos bons que poderiam ser de ajuda para os pais e, às vezes, até para o filho ou a filha que se identifica como LGBT. Tais recursos serviriam para uma compreensão mais profunda do ensinamento da Igreja e a experiência da atração pelo mesmo sexo – este site [www.couragebrasil.com] poderia ser um começo; o documentário intitulado Desejo das Colinas Eternas; o livro de Dan Mattson intitulado Por que eu não me defino como homossexual; e muitos outros. No entanto, este não é o momento apropriado para os pais encherem os braços dos seus filhos com todos estes materiais (seja nos correios ou como um presente de Natal) na esperança de começar a falar com eles sobre isto. Ao fazer isto, há um risco de se alienar o filho por causa da externalização daquilo que é uma situação bastante pessoal. E, ao acontecer isto, pode-se perder a oportunidade para fazer a coisa mais importante: escutar.

“Sei que é complicado. Mas vamos tentar nos colocar no lugar do seu filho/filha e entender o que é, para ele, esta experiência”

Muitas vezes os pais não consideram que, apesar deles estarem descobrindo esta notícia surpreendente, os seus filhos já estavam vivendo com estas atrações por bastante tempo – muitas vezes, desde a adolescência ou a infância. As atrações pelo mesmo sexo não procedem de Deus, mas elas também não procedem do nada. E, muitas vezes, as pessoas que experimentam a atração pelo mesmo sexo carregam outros fardos: questões relacionadas à autoimagem, de ser amado e aceito, de ajustar-se e fazer parte. É significante, penso, que celebramos o Nascimento de Cristo como um acontecimento no meio do Inverno e no meio da Noite. É quando nossas vidas aparentam estar extremamente escuras, frias e desoladas que Cristo entra trazendo Luz e Amor. Podemos auxiliar os pais partilhando o amor de Cristo encorajando-os a escutar, com paciência, às histórias que seus filhos e filhas têm para contar e fazer-lhes, com delicadeza, algumas questões do tipo: “Você é feliz? O que te faz feliz? O que você procura? Você está encontrando o que procura? Como posso te ajudar?”. Se os pais esperam manter uma influência na vida piedosa dos seus filhos, a comunicação compassiva é essencial desde o começo.  

“Faça tudo o que for possível para preservar a Fé neste momento. Haverá tempo para partilhar nos dias vindouros.”

Uma das coisas que mais preocupam os pais piedosos é que, em muitos casos, o filho ou filha que se identifica como LGBT pode sentir-se hostil com relação à Igreja e seus ensinamentos e podem ter começado ou ameaçado começar a abandonar a prática da Fé. De fato, tal situação pode fazer com que os pais sintam que eles falharam na transmissão da Fé. Por isso, há o instinto em reforçá-la de forma rápida e vigorosa. No entanto, o período que vem imediatamente depois que um filho ou filha “sai do armário” não é, geralmente, o melhor momento para discutir os ensinamentos da Igreja acerca da homossexualidade e da castidade de forma detalhada. É suficiente, em muitos casos, dizer o que qualquer pai de um adolescente teve, em algum momento, que dizer: “Eu te amo muito e acho que você está fazendo uma escolha equivocada”. (Estamos nos referindo à escolha de buscar relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, que envolvem atos pecaminosos. A experiência das atrações pelo mesmo sexo não é uma escolha consciente e não é, em si mesma, um pecado). Um pai não está traindo a Fé se ele não está citando o Catecismo em qualquer oportunidade – de qualquer forma, o filho/filha, geralmente, já sabe do ensinamento. Abordar a situação desde uma postura de escuta atenta, em vez de uma postura magisterial, mantém e constrói a confiança e o respeito mútuos e assenta o fundamento para diálogos mais específicos no futuro.

Este diálogo inicial com os pais é apenas o começo do cuidado pastoral que eles precisam e merecem. Aqui, o ministro pastoral entra numa relação de acompanhamento que requer um compromisso para fazer-se disponível aos pais no tempo que virá, o que poderá trazer, muitas vezes, novas questões e novas dores. Um grupo de suporte como o Apostolado EnCourage é um recurso excelente para oferecer aos pais; num grupo deste apostolado, os pais receberão apoio e conselhos de outros pais que estão no caminho há mais tempo. O mais importante de tudo: é necessário ensinar os pais a fazer oração – para além das orações vocais, é necessário ensiná-los a fazer reflexões reais (oração mental) sobre os eventos de cada dia, o que permitirá que eles reconheçam a Presença de Deus, mesmo no meio das situações mais caóticas. Desta forma, eles começarão a entregar-se, os seus filhos e todas as suas preocupações à Providência Divina. A Encarnação nos ensina que nenhum detalhe da nossa vida diária escapa da atenção e do cuidado do Deus Todo Poderoso. Ele Se fez fraco para poder nos fortalecer. E é numa profunda relação com Ele que encontramos cura e transformação para nós e para aqueles que amamos.

O Padre Philip Bochanski, um presbítero da Arquidiocese de Filadélfia, assumiu o papel de diretor executivo do Apostolado Courage em Janeiro de 2017, seguido de seu mandato como diretor associado do Apostolado. Anteriormente, o Pe. Bochanski atuou como capelão da célula do Courage em Filadélfia, EUA.

O original da matéria, em inglês, pode ser encontrado aqui.

Fonte original em Português

Justiça Federal no Distrito Federal alterou, nesta sexta-feira (15), decisão emitida em setembro deste ano que derrubava uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP)

A nova decisão prevê que pessoas com “orientação sexual egodistônica” – ou seja, que veem a própria orientação sexual como uma causa de sofrimento e angústia – podem receber atendimento em consultórios, e que profissionais podem promover estudos sobre o tema.

Na decisão, o magistrado também restabelece, na íntegra, a validade da resolução 1/1999 do CFP. No artigo 3º, o conselho federal determina que os psicólogos não podem “patologizar” – ou seja, tratar como doença – “comportamentos ou práticas homoeróticas”. Também não podem adotar “ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”.

A sentença de setembro

Na primeira sentença sobre o tema, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho não derruba a resolução do CFP, mas diz que alguns dispositivos podem ser “mal interpretados” – por exemplo, “no sentido de se considerar vedado ao psicólogo realizar qualquer estudo ou atendimento relacionados à orientação ou reorientação sexual”.

O uso do termo “reorientação sexual”, segundo o CFP e ativistas de direitos humanos, abriria brecha para terapias de reversão sexual. Na época, Carvalho emitiu nota afirmando que a interpretação era “equivocada”, e que não considerava a homossexualidade como doença.

A sentença de dezembro

No documento mais recente, Carvalho volta a analisar os mesmos temas. Ao comentar a repercussão do caso, diz que a ação popular não busca “a promoção da propalada ‘cura gay’, consistente na adoção de ações coercitivas tendentes a orientar homossexuais para tratamentos por eles não solicitados”.

O magistrado também reforça a declaração anterior de que a homossexualidade, em si, “[não é] uma doença, tampouco um transtorno passível de tratamento”. Segundo ele, o que seria passível de tratamento – com base na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) da Organização Mundial de Saúde, seria a egodistonia.

“Ora, não cabe a esse Juízo dizer sequer se existe e muito menos qual o tipo de terapia seria mais adequada para esses conflitos de ordem psicológica e comportamental, mas também não pode, por outro lado, deixar desamparados os psicólogos que se disponham […]”, diz a decisão.

Já na parte final da sentença, ao tratar da interpretação dada à resolução do CFP, o juiz federal usa novos termos. Em vez de “(re)orientação sexual”, autoriza debates, estudos, pesquisas e atendimentos ligados à “orientação sexual egodistônica”.

Em decisão liminar de 15 de setembro, Carvalho acatava o pedido de três psicólogos.

Fonte G1 

Após introduzir personagens secundários homoafetivos em filmes e desenhos, a Disney terá seu primeiro personagem gay fixo em uma série para crianças e adolescentes.

O seriado Andi Mack, cuja segunda temporada estreia nesta sexta (27) nos Estados Unidos, mostrará Cyrus (Joshua Rush) despertando “sentimentos românticos” em relação a Jonah (Asher Angel).

Cria-se então um triângulo amoroso, uma vez que Jonah é namorado de Andi, a personagem principal (Peyton Elizabeth Lee). No Brasil, deve ser exibido a partir de 23 de dezembro.

A criadora da série, Terri Minsky, diz que fez consultas a especialistas em desenvolvimento infantil. “Andi Mack conta a história de adolescentes descobrindo quem eles são. Terri, o elenco e todos os envolvidos na série tomam muito cuidado para se certificar de que o conteúdo é apropriado para todos os públicos e que mandará uma mensagem poderosa sobre inclusão e respeito para a humanidade”, afirma a nota oficial do canal divulgada à imprensa.

Exibido pelo Disney Chanel, cuja programação é focada no público infanto-juvenil, entre 9 e 16 anos, a série Andi Mack se junta a outras que como “Boa Sorte, Charlie”, e a trilogia de filmes High School Musical (2006-2008), que mostraram personagens homossexuais.

A ideia de “diversidade” também está presente nos desenhos do canal, como a animação Star Contra as Forças do Mal mostrando dois homens e duas mulheres se beijando rapidamente. 

Fonte:  Notícias da TV

O cardeal Robert Sarah publicou no Wall Street Journal o seguinte artigo sobre como a Igreja olha para as pessoas que sentem atração por outras do seu mesmo sexo. Nesse texto, ele faz observações a respeito da abordagem do padre jesuíta James Martin, que tem ganhado destaque na mídia internacional por apresentar uma visão deturpada da doutrina da Igreja em relação à homossexualidade. O cardeal africano explica, de forma breve e clara, o que a Igreja realmente ensina sobre este complexo assunto e fala dos inúmeros frutos que já brotaram na vida de quem acolheu essas verdades sobre a natureza humana. Reproduzimos a seguir o artigo do cardeal:

A Igreja Católica tem sido criticada por muitos, incluindo alguns dos seus seguidores, pela sua resposta pastoral à comunidade LGBT. […] Entre os padres católicos, um dos críticos mais famosos da mensagem da Igreja sobre a sexualidade é o padre James Martin, um jesuíta dos Estados Unidos.

No seu livro Building a Bridge (“Construindo uma ponte”), publicado no início deste ano, ele repete a crítica comum de que os católicos têm sido severos com a ‘homossexualidade’ enquanto negligenciam a importância da integridade sexual entre todos os seus seguidores.

O padre Martin está certo ao afirmar que não deveriam existir dois pesos e duas medidas no tocante à virtude da castidade, que, embora desafiadora, faz parte da Boa Nova de Jesus Cristo para todos os cristãos. Para as pessoas não casadas, independentemente das suas atrações, a castidade fiel requer a abstinência do sexo.

Isto pode parecer demasiado exigente, em especial hoje em dia. No entanto, seria contrário à sabedoria e à bondade de Cristo exigir algo que fosse impossível. Jesus nos chama a essa virtude porque Ele fez os nossos corações para a pureza, assim como fez as nossas mentes para a verdade. Com a graça de Deus e a nossa perseverança, a castidade não é apenas possível, mas também se tornará fonte da verdadeira liberdade.

Não precisamos de muito para ver as tristes consequências da rejeição ao plano de Deus para a intimidade e o amor humanos. A libertação sexual que o mundo promove não cumpre o que promete. Antes, a promiscuidade é a causa de tantos sofrimentos desnecessários, de tantos corações partidos, de tanta solidão e de tanto tratar os outros só como meio de gratificação sexual. Como mãe, a Igreja tenta proteger os seus filhos do mal do pecado, em expressão da sua caridade pastoral.

No seu ensinamento sobre a homossexualidade, a Igreja guia os seus seguidores distinguindo as suas identidades das suas atrações e ações. Em primeiro lugar, há as pessoas em si mesmas, que são sempre boas porque são filhas de Deus. Depois, há a atração por pessoas do mesmo sexo, que não é pecaminosa em si mesma se não for desejada ou realizada, mas que, mesmo assim, está em contraste com a natureza humana. E, finalmente, existem as relações entre pessoas do mesmo sexo, que são gravemente pecaminosas e prejudiciais para o bem-estar dos que as praticam.

As pessoas que se identificam como membros da comunidade LGBT devem ser chamadas a esta verdade com caridade, especialmente por parte do clero que fala em nome da Igreja sobre este assunto complexo e difícil.

Rezo para que o mundo escute finalmente as vozes dos cristãos que experimentam a atração por pessoas do mesmo sexo e que encontraram paz e alegria ao viverem a verdade do Evangelho. Tenho sido abençoado pelos meus encontros com eles, e o seu testemunho me comove profundamente. Escrevi o prefácio de um desses testemunhos, no livro de Daniel Mattson: Why I Don’t Call Myself Gay: How I Reclaimed My Sexual Reality and Found Peace (“Por que não me chamo de gay: como resgatei a minha realidade sexual e encontrei a paz”), com a esperança de fazer com que a voz dele e outras semelhantes possam ser mais ouvidas. (capa reproduzida acima, até onde sabemos ainda não foi traduzido para o português)

Esses homens e mulheres testemunham o poder da graça, a nobreza e a resiliência do coração humano e a verdade do ensino da Igreja sobre a homossexualidade. Em muitos casos, viveram longe do Evangelho durante um período da sua vida, mas se reconciliaram com Cristo e com a Sua Igreja.

A vida deles não é fácil nem isenta de sacrifícios. As suas inclinações não foram completamente vencidas. Mas eles descobriram a beleza da castidade e das amizades castas. O seu exemplo merece respeito e atenção, porque eles têm muito a ensinar a todos nós sobre como acolher e acompanhar melhor os nossos irmãos e irmãs com verdadeira caridade pastoral.

Fonte:  blog Senza Pagare

Uma Ação Popular impetrada por um grupo de dezenas de psicólogos na Justiça Federal do Distrito Federal contra o Conselho Federal de Psicologia (CFP) resultou em uma decisão liminar que suspende a Resolução 01/99 da entidade, que proibia psicólogos de receberem em seus consultórios homossexuais egodistônicos que buscassem tratamento.

O homossexual egodistônico é alguém caracterizado pela inconformidade com sua orientação sexual e que busca formas de abrir mão da atração por pessoas do mesmo sexo e assim, reduzir os transtornos psicológicos e comportamentais associados.

O grupo de psicólogos que impetrou ação na Justiça Federal foi motivado pelos casos da psicóloga Rozângela Justino, uma profissional da área que sofreu censura do CFP em 2009; e da psicóloga Marisa Lobo, evangélica, e que chegou a ter o registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná – decisão revertida em instâncias superiores.

Os profissionais da psicanálise viram, nesses casos, uma ação tomada de parcialidade, com intenção de censura e perseguição religiosa do CFP, e assim procuraram a Justiça Federal para reverter a conduta da entidade de classe.

O juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, titular da 14ª Vara da Justiça Federal em Brasília, reconheceu que os psicólogos encontravam-se impedidos de clinicar ou promover estudos acerca da reorientação sexual devido a uma interpretação equivocada da Resolução 01/90; editada pelo CFP para disciplinar a atuação dos profissionais da psicologia no que se refere à questão homossexual.

O magistrado entendeu que esse impedimento trazia grande prejuízo aos indivíduos que manifestam interesse nesse tipo de assistência psicológica: “Por todo exposto, vislumbro a presença dos pressupostos necessários à concessão parcial da liminar vindicada, visto que: a aparência do bom direito resta evidenciada pela interpretação dada à Resolução nº 001/1990 pelo CFP, no sentido de proibir o aprofundamento dos estudos científicos relacionados à orientação sexual, afetando, assim, a liberdade científica do país, e por consequência, seu patrimônio cultural”, pontuou Carvalho na decisão liminar.

“Defiro, em parte, a liminar requerida para, sem suspender os efeitos da Resolução nº 001/1990, determinar ao Conselho Federal de Psicologia que não a interprete do modo a impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia por parte do CFP, em razão do disposto no art. 5º, inciso X, da Constituição de 1988”, acrescentou o juiz.

O especialista em Políticas Públicas e Mestre em Saúde Pública, Claudemiro Soares, comentou a decisão da Justiça: “Essa norma estava sendo interpretada em processos éticos do CFP de modo a promover até a cassação de registro profissional. Nesse sentido, pelo menos duas psicólogas sofreram essa medida extrema por haverem sido acusadas de praticar aquilo que os ativistas homossexuais chamam equivocadamente de ‘cura gay’”, afirmou.

O advogado Leonardo Loiola Cavalcanti, responsável pela apresentação da Ação Popular, comemorou a decisão: “Todos os psicólogos podem atender os homossexuais egodistônicos, aqueles que não se aceitam em sua orientação sexual, sem o receio de serem punidos pelo Conselho Federal de Psicologia. Viva a liberdade científica e o direito do consumidor!”.

Há anos a militância LGBT vem limitando o trabalho profissional de psicólogos que recebem homossexuais egodistônicos em seus consultórios, impendindo-os de ajudá-los a compreender e encontrar meios para reduzir seu sofrimento com a orientação sexual.

Nos casos opostos, em que heterossexuais preocupados com a manifestação de atração sexual por pessoas do mesmo sexo, o CFP não exercia nenhuma restrição aos psicólogos.

Diante dessa situação com características de parcialidade, o deputado federal João Campos (PRB-GO) apresentou, em 2011, um projeto de lei para regulamentar a atuação profissional dos psicólogos nesse quesito, mas a grande imprensa deu uma conotação negativa à proposta apelidando-a de “cura gay”.

O Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 versava sobre a resolução do CFP – que de certa forma funcionava como uma restrição à liberdade de expressão dos homossexuais egodistônicos -, mas terminou retirado de tramitação pelo autor, em julho de 2013. Campos era filiado ao PSDB e o partido emitiu uma nota contrária ao projeto por conta da polêmica junto aos ativistas gays.

À época, a psicóloga Marisa Lobo estava no centro do debate por conta da tentativa do CRP-PR de cassar seu registro profissional, e pediu que o deputado retirasse o PDC da pauta da Câmara para que a discussão fosse ampliada junto à sociedade. Entretanto, ela afirmou que os ativistas gays não deveriam comemorar o recuo na tramitação do projeto.

“Fui uma das inspiradoras do PDC e pedi a ele [deputado João Campos] para retirar por ser psicóloga, e saber do golpe [dos ativistas gays]. A alegria do burro é pensar que é dono da carroça”, escreveu Lobo em seu perfil no Twitter.

Agora, com a decisão da Justiça Federal, a discussão será ampliada, favorecendo o debate e a tramitação do PL 4931/2016, de autoria do deputado federal Ezequiel Teixeira, que aborda o mesmo tema e está na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), de acordo com informações do jornal Estado de Minas.

A nova proposta faculta ao profissional de saúde mental aplicar terapias e tratamentos ao paciente diagnosticado com “transtorno psicológico da orientação sexual egodistônica, transtorno da maturação sexual, transtorno do relacionamento sexual e transtorno do desenvolvimento sexual”.

O texto frisa que cabe ao psicólogo “auxiliar mudança da orientação sexual, deixando o paciente de ser homossexual para ser heterossexual, desde que corresponda ao seu desejo”.

“Essa proposta legislativa justifica-se pelo fato de existirem indivíduos em profundo sofrimento psíquico em decorrência desses transtornos, mas que enfrentam dificuldades intransponíveis para acessarem os dispositivos terapêuticos que poderiam assegurar-lhes uma melhoria significativa na qualidade de vida, uma vez que, diversos profissionais da saúde se sentem impedidos de realizar por força de uma resolução ilegal do órgão de classe”, comentou Teixeira, em referência à atuação do CFP.

O ativismo gay e sua militância dentro dos Conselhos de Psicologia vêm sofrendo diversas derrotas na esfera judicial em casos de tentativa de censura da psicóloga Marisa Lobo, que já havia revertido a cassação de seu registro profissional em última instância.

Recentemente, a juíza Soraia Tullio, da 4ª Vara Federal de Curitiba, negou uma ação indenizatória de R$ 50 mil por dano moral que o CRP-PR movia contra ela, e a decisão abriu espaço para a exposição da tentativa de censura frustrada.

A magistrada afirmou que as críticas feitas pela psicóloga à entidade estão dentro do que a legislação estipula como liberdade de expressão: “Se de um lado o direito à liberdade de expressão faz surgir, em contrapartida, a consequência de reparar eventuais danos causados a terceiros (o que não se questiona), por outro lado essa mesma liberdade de opinião, em uma sociedade democrática, abrange o direito à crítica às instituições, ainda que severas”, frisou a juíza.

Fonte original

A Arquidiocese de Curitiba vem a público divulgar Nota de Esclarecimento sobre as notícias veiculadas em meios de comunicação acerca de carta enviada pela Santa Sé parabenizando o batizado de filhos adotivos de casal homoafetivo, realizado em Curitiba.

 

Nota-de-Esclarecimento

papa-francisco

A resposta do Vaticano a uma carta enviada por um casal homossexual ao Papa Francisco gerou a repercussão na imprensa brasileira de que o Pontífice os teria reconhecido como família, porém, trata-se de uma informação falsa, como esclareceu o vaticanista Alexandre Varela em seu blog ‘O Catequista’.

Toni Reis e David Harrad enviaram uma carta ao Papa Francisco para contar sobre o batizado de seus três filhos adotivos na Igreja Católica. Em resposta, receberam uma carta assinada pelo Assessor para os Assuntos Gerais do Vaticano, Mons. Paolo Borgia.

A mensagem afirma que “o Santo Padre viu com apreço a sua carta, com a qual lhe exprimia sentimentos de estima e veneração e formulava votos pelos bons frutos espirituais do Seu ministério de Pastor da Igreja Universal”.

“Ao agradecer, da parte do Sucessor de Pedro, o testemunho de adesão e as palavras de homenagem, posso acrescentar: também o Papa Francisco lhe deseja felicidades, invocando para a sua família a abundância das graças divinas, a fim de viverem constante e fielmente a condição de cristãos, como bons filhos de Deus e da Igreja, ao enviar-lhes uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo que não se esqueçam de rezar por ele”, acrescenta o texto.

Sobre esta mensagem, o vaticanista Alexandre Varela indicou três pontos que mostram que o Papa não reconheceu em momento algum o casal homossexual como família.

Primeiro, “o texto da carta recebida pela dupla gay é padrão, ou seja, milhares de pessoas recebem essa mesma carta pelo mundo”. Segundo Varela, “para estas respostas padrão, o Vaticano dispõe de um certo número de textos que variam levemente, e que vai alternando para enviar às pessoas que escrevem ao Papa”.

Além disso, “não foi feita qualquer análise sobre a pessoa (ou as pessoas) que enviaram a carta ao Papa”. Logo, “não houve qualquer reconhecimento do Papa ou do Vaticano da dupla gay como família”.

Por fim, assinalou que “é muito provável que o Papa não tenha lido a carta enviada”. “O texto-padrão diz que ele ‘viu com apreço’ a carta, e em seguida faz um comentário bem genérico sobre o seu conteúdo – o que indica que esse ‘viu’ não necessariamente quer dizer que ele realmente leu”, ressalta.

Varela precisou que “é humanamente impossível” que o Papa leia todas as cartas remetidas a ele. “Só uma pequena minoria realmente é lida por ele” e, para que as demais missivas não fiquem sem resposta, “o Vaticano envia essas cartas com texto padrão”.

Recordou ainda que o próprio Papa Francisco já defendeu em certas ocasiões que família é a união entre homem e mulher, como em janeiro de 2016, quando declarou que “não pode haver confusão entre a família querida por Deus e outros tipos de união”, durante inauguração do Ano Judicial do Tribunal Apostólico da Rota Romana.

“A família, fundada no matrimônio indissolúvel, unitivo e procriador, pertence ao sonho de Deus e da sua Igreja para a salvação da humanidade”, disse o Santo Padre na ocasião.

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A subdiretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Paloma García Ovejero, negou que o Papa tenha felicitado um casal homossexual pelo batismo de seus filhos adotivos, através de uma declaração enviada a ACI Digital na noite desta terça-feira, 8 de agosto.

“Em relação à carta assinada pelo Monsenhor Assessor da Secretaria de Estado, reitero que a afirmação do senhor Toni Reis de que se trata de uma resposta ao casal é falso. A carta estava dirigida apenas a ele (‘Prezado Senhor’)”, indica García Ovejero.

A declaração da subdiretora da Sala Stampa assinala também que “embora é certo que no corpo da notícia se fazia referência a uma bênção à família do destinatário, se precisa que em português esta expressão tem um sentido genérico e amplo”.

O ativista LGTB Tony Reis e seu companheiro David Harrad publicaram no Facebook que em abril enviaram uma carta ao Pontífice contando-lhe sobre o batismo de seus três filhos, Alyson, Jéssica e Filipe, em uma igreja de Curitiba no Brasil.

Em declarações à agência AFP, disseram que um membro da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Paolo Borgia, felicitou o casal em nome do Papa pelo batismo de seus três filhos adotivos através da mencionada carta.

A carta difundida pelo casal é o modelo padrão de resposta de cortesia que o Vaticano envia a todas as pessoas que escrevem ao Papa.

“Na resposta enviada pela Seção Portuguesa da Secretaria de Estado em nome do Santo Padre, não há nenhum elemento que faça referência ao conteúdo concreto da carta do senhor Reis, exceto o agradecimento do Papa com a expressão da ‘estima e veneração ao Pastor da Igreja Universal’”, concluiu a funcionária do Vaticano.

Com efeito, Reis e Harrad não publicaram o texto da carta que eles enviaram ao Papa Francisco e se desconhece se na missiva original eles se apresentaram como casal homossexual.

Não é a primeira vez que algo assim acontece na Secretaria de Estado do Vaticano. Já no passado, um funcionário enviou uma carta similar a um casal de lésbicas que também usaram o documento para apresentá-lo falsamente como uma aprovação do Papa à sua relação.

ACI