Sinopse: Após dois anos espreitando as ruas como Batman, Bruce Wayne se encontra nas profundezas mais sombrias de Gotham City. Com poucos aliados confiáveis, o vigilante solitário se estabelece como a personificação da vingança para a população.
Acredito que vai ficar muito difícil fazer uma analise do filme sem soltar alguns spoilers mas prometo não revelar nada da trama principal. No filme o Batman se apresenta como “a vingança” e pela primeira vez o drama psicológico do Bruce Wayne fica mais que evidente na telona. Os heróis da DC normalmente são retratados como “semi deuses” nos quadrinhos, até o Superman quando imaginado no mundo soviético escolhe os valores como a liberdade e a justiça. Já o Batman que foi retratado incansáveis vezes no cinema, e está nas telas desde a década de 60 já teve sua dose de heroísmo platônico reduzida em contrapartida com seus defeitos um pouco exacerbados… Nesse filme nosso herói eh retratado profundamente perturbado pelo seu trauma de infância que, como quase nunca, é retratado como um verdadeiro trauma. O Bruce enquanto Batman esta quase procurando a morte na noite, se coloca sem hesitar na frente das armas de fogo, dirige mais que perigosamente, e até o seu “voo” de morcego pintado com muito mais realismo e medo, tem um grito de “eu vou morrer” estampado na cara do personagem. Graças a nosso bom Deus a Comunidade Shalom oferece caminhos para lidar com nossos traumas que nos ajudam a não pautar e nem trilhar nossa vida sob o peso e o terror dos nossos traumas. Se você precisa de ajuda nesse aspecto procure ler e ser acompanhado com o Livro Tecendo o Fio de Ouro, da nossa co-fundadora Emmir Nogueira.
E a vingança?
Como já dizia o nosso querido seu Madruga “A vinganca nunca é plena, mata a alma e envenena”. Diante do seu desejo de livrar Gotham daquilo que ele culpava pela morte de seus pais Bruce vai se engalfinhando em um mundo de pessoas que com ou sem culpa, livremente ou por falta de opção, de proposito ou sem querer fazem a Gotham que ele ama e odeia ser como é. Crianças sem pais podem se tornar sinais de esperança ou de completo desespero.
E vós podeis perguntar-me: “Mas, Padre, como é o caminho rumo à santidade, qual é o percurso para nos tornarmos santos?”. Jesus explica bem isto no Evangelho: explica-o com coisas concretas.
Antes de tudo: «Foi dito: “olho por olho, dente por dente”. Mas eu digo-vos para não vos opordes ao malvado» (Mt 5, 38-39), ou seja, nenhuma vingança. Se no coração tenho rancor por alguma coisa que alguém me fez e me quero vingar, isto afasta-me do caminho rumo à santidade. Nenhuma vingança. “Fizeste isto, vais pagar!”. Um comportamento assim é cristão? Não. “Vais pagar” não faz parte da linguagem de um cristão. Nenhuma vingança. Nenhum rancor. “Mas aquele torna a minha vida impossível!…”. “Aquela vizinha fala mal de mim todos os dias! Também eu falarei mal dela…”. Não. O que diz o Senhor? “Reza por ela” — “Mas devo rezar por ela?” — “Sim, reza por ela”. É o caminho do perdão, do esquecimento das ofensas. Dão-te uma bofetada na face direita? Apresenta-lhe a outra. O mal vence-se com o bem, o pecado é vencido com esta generosidade, com esta força. O rancor é mau. Todos sabemos que não é uma coisa pequena. As grandes guerras — vemos nos telejornais, nos jornais, este massacre de pessoas, de crianças… quanto ódio, mas é o mesmo ódio — é o mesmo! — que tu tens no teu coração por alguém, por este ou por aquele teu parente ou pela tua sogra ou por outra pessoa, o mesmo. Ele é aumentado, mas é o mesmo. O rancor, a vontade de me vingar: “Vais pagar!”, isto não é cristão. (Homilia do Papa Francisco Domingo, 19 de fevereiro de 2017)
E tecnicamente?
Nos seus aspectos técnicos o filme é excelente. A fotografia em muitos momentos é memorável o elenco também não deixa a desejar embora alguns diálogos faltem a profundidade que o momento do filme exige. Em relação à trama ela acha que é mais complexa do que é na verdade o que poderia enxugar um pouco mais a duração do filme. Dito isso o uso dos desentendimentos foi feito em excelente medida. Mesmo depois de fechada a trama algumas informações nos faltam propositadamente.