Sinopse: Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Joia do Tempo. Mas um velho amigo que virou inimigo coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça.
Atenção essa análise contem alguns spoilers
Como esse filme especialmente a Marvel resolveu botar o pé no lado mais sombrio do seu universo, e parece que a tendencia vai ser entrar cada vez mais nessa seara. Já veio Morbius, Blade está no forno, e o Darkhold que já tinha aparecido desde a serie “Agentes da Shield” nesse filme foi aberto, lido, usado e, pelo menos ao que aparenta, destruído. Esse livro maligno aparece quase como protagonista junto com o Doutor Estranho e a Feiticeira Escarlate no decorrer do filme. Ele é usado como um meio para um fim, seja suprir uma necessidade gerada pelo luto e pela dor, ou salvar o mundo da destruição. Tanto Wanda como Estranho sabiam que usar o livro ia trazer, para além do objetivo imediato, consequências más e desconhecidas mas isso não os impediu de abrir e usar o Darkhold sem pestanejar como “o único jeito”. O catecismo é muito claro ao explicar que usar de um meio intrinsecamente mal é sempre errado:
Uma intenção boa (por exemplo: ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado (como a mentira e a maledicência). O fim não justifica os meios. Assim, não se pode justificar a condenação dum inocente como meio legítimo para salvar o povo. Pelo contrário, uma intenção má acrescentada (por exemplo, a vanglória) torna mau um acto que, em si, pode ser bom (como a esmola (41)). Catecismo da Igreja católica §1753.
Outro tema recorrente durante todo o filme é o egoísmo, meu bom Jesus misericórdia, Wanda e Dr. Estanho acreditam que o multiverso gira em torno dos seus umbigos… As vezes só conversar com alguém, pedir pra essa pessoa rezar por nós já ajuda tanto a viver a nossa dor, a Wanda Maximov poderia ter conseguido lidar com o trauma da morte do seu amor de muitas formas mas a gente vê que ela escolheu um outro caminho desde “Wanda Vision”. E nosso amigo ex Mago Supremo poderia ter pelo menos tentado trabalhar em equipe como sua outra versão, mas escolhe ficar só e se utilizar de meios tenebrosos para conseguir o que queria. Algo que vale ressaltar, quando aqueles que deveriam proteger decidem pelo egoísmo quem acaba sofrendo são os mais vulneráveis, não vou falar muito para não estragar a experiencia de quem ainda não assistiu, mas quem já viu sabe do que eu estou falando.
Sou um fã da Marvel, mas muito das inversões de valores me saltaram aos olhos durante o filme. Minha avaliação pessoal é que assista com moderação, tendendo pra chamar de ruim na perspectiva cristã. Não é um filme cristão, na verdade está permeado de valores mundanos e é muito fruto da sociedade hodierna. Acredito que deve funcionar para nós cristãos quase que de maneira inversa, por que o que salta mais no filme é a maldade. Termino com um conselho pessoal se você assistiu o filme e nada lhe chamou como “isso é muito errado” procure se aproximar com mais atenção e amor dos Evangelhos, do catecismo e da vida dos santos.
Dr Estranho no multiverso da loucura
2h 06min / Fantasia, Ação, Aventura
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Michael Waldron, Stan Lee
Elenco: Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor
Título original: Doctor Strange in the Multiverse of Madness