Sinopse: O filme conta a história de um famoso showman americano, P.T. Barnum, que ficou conhecido como “o Príncipe das Falcatruas”. Entre suas criações, estão um museu de curiosidades e um circo, onde inventou “O Maior Espetáculo da Terra”, em cartaz até hoje no Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.
O Rei do Show é um musical criativo, bem produzido e empolgante e, apesar de não trazer tantas inovações, o diretor, de primeira viagem, Michael Gracey consegue seu objetivo de entreter o público, em razão da boa trilha sonora e excelentes atuações, principalmente de Hugh Jackmann. O filme é baseado na vida e trajetória de P.T. Barnum, o empresário responsável por criar a concepção de circo que vemos hoje, mas, claro que tudo é contado de forma mais romântica e ficcional.
O início corre de forma rápida demais, sendo basicamente uma música que narra desde a infância de Barnum até seu casamento com Charity, por quem é apaixonado desde criança. É algo compreensível, devido à montagem do longa, mas acaba deixando algumas brechas na história.
De toda forma, P.T. Barnum é o típico cara que pensa grande, e não está ligando muito para as consequências, sentimentos ou críticas alheias, ele só quer fazer seu nome e ganhar dinheiro. Podem ser encontrados muitos traços de egoísmo e ganância nele, que logo se misturam com um lado apaixonado pela família, que quer dar o melhor e não mede esforços para vê-la feliz. Ou seja, pode ser cada um de nós, quando reconhecemos o mal que somos capazes de fazer mas, ao mesmo tempo, trazemos no coração a aspiração pela nossa felicidade e a dos nossos.
Para sair do vermelho, o visionário cria um “museu vivo”, cheio de atrações exóticas e tipos rejeitados pela época (anão, mulher barbada, acrobatas negros, gêmeos siameses etc), conhecidos como “aberrações”. De motivo de chacota, passam a ser atração do show, o que, nesse ponto, o filme deixa um pouco a desejar, pois conhecemos os personagens muito superficialmente — alguns são meramente figurantes — e não conseguimos entender o fio condutor das apresentações que eles fazem, que são apenas flashes.
O interessante das “aberrações”, porém, pode ser resumido pela frase de Santo Agostinho que diz “conhece-te, aceita-te, supera-te”. O que se percebe da vida de cada um deles e de tantos outros até nossos dias, é que de tanto serem desprezados pela sociedade e até pelas próprias famílias, eles não conseguem aceitar quem são, muito menos reconhecer seu valor, mas a partir do momento em que são valorizados se assumem como um dom, passando por cima das limitações que eles próprios criaram, além de viverem uma atmosfera familiar ao se reconhecerem uns nos outros.
Há ainda vários pontos que poderiam ser analisados aqui, como o personagem de Phillip Carlyle, que investe na felicidade ao invés do sucesso ou na relação da cantora Jenny Lind com Barnum, mas vale a pena a ida ao cinema, afinal, o bom de estarmos próximos a Deus é que vamos pouco a pouco aprendendo a olhar todas as coisas de forma diferente.
Ficha técnica:
Gênero: Biografia/Musical.
Direção: Michael Gracey.
Roteiro: Bill Condon, Jenny Bicks.
Elenco: Hugh Jackman, Michelle Williams, Paul Sparks, Rebecca Ferguson, Zac Efron, Zendaya.
Produção: Jenno Topping, Laurence Mark, Peter Chernin.
Duração: 139 min.
Ano: 2017.
País: Estados Unidos.
Classificação: 1o anos.
Trailer