Sinopse: Após os acontecimentos de Ultimato, Thor ansiando por um propósito, retorna a Nova Asgard e sua aposentadoria é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr , o Carniceiro de Deus, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rainha Valquíria, Korg e Jane Foster , sua ex-namorada, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente consegue empunhar seu martelo mágico, Mjolnir, o que imbuiu Jane com o poder de Thor. Juntos, eles embarcam em uma aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do God Butcher e detê-lo antes que seja tarde demais.
O quarto filme do deus do Trovão é um filme recheado de piadas onde tenta-se construir uma história baseada numa atsmosfera bem humorada e divertida. Na minha opinião o roteiro e direção acabou ‘errando a mão’ e não soube equilibrar a delicada equação formada pela aventura, humor, drama e romance.
Não vou me aprofundar na resenha do filme, porque não é o objetivo deste texto nem deste blogue. Mas quero compartilhar com vocês um ‘plot’ do filme que me chamou bastante atenção que é o arco do vilão do filme: Gorr.
Ele é um ser de um planeta que foi arrasado pela seca e pela fome apesar de todas as súplicas e orações ao seu deus. Após a perda de sua filha e de ser o único restante de seu povo o futuro vilão descobre que as divindades não se importam com as orações e súplicas do seu povo. E a partir daí ele passa a exterminar todas as divindades.
O arco do vilão pode ser uma visão crítica da religião, considerando aquele clichê que ‘’deus já tem muita coisa para se preocupar e não vai sem importar com a sua vida’, que nada mais é uma forma suave de dizer que Deus não existe.
Porém, vendo o pensamento do vilão que acredita que as divindades estão preocupadas apenas consigo mesmo, tese que é corroborada em boa parte pelo enredo do filme, podemos ser levados a um questionamento que, pelo menos alguma vez na vida, uma pessoa de fé já deva ter pensado: se Deus é todo bom e escuta as nossas orações, então porque o mal existe?
Tratar desse assunto pode ser algo delicado, porque o mal, ou as experiências ruins que tivemos nas nossas vidas pode nos levar a um entendimento passional e, a partir daí, tentamos refutar o sofrimento e tudo aquilo que nos causam dor. Porém ao contrário do que o filme pode querer nos passar, o sofrimento que é causado pelo mal é uma manifestação da vitória sobre este mesmo mal.
A fé em Deus Pai todo-poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal. Ora, Deus Pai revelou a sua omnipotência do modo mais misterioso, na humilhação voluntária e na ressurreição de seu Filho, pelas quais venceu o mal. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 272
E aquilo que eu considerado mal, o é porque eu enxergo dessa forma, porque na minha visão, na minha experiência de vida, nos meus afetos. Na visão de uma pessoa dentro um universo que caminha interligado onde uma ação reflete em diversas outras. Nós não conseguimos ter essa visão e nem os deuses do panteão da Marvel, talvez o único que tenha seja o Heindall.
Então a onipotência de Deus Pai observa tudo e a todos como também está escrito no nosso catecismo.
Só a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da omnipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, para atrair a si o poder de Cristo CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 273
E por fim temos o livre arbitro, que pode parecer uma teoria famigerada mas ela é de vital para entendermos a relação com o Criador. Ele nos criou com capacidade amar de potencial de escolher, e o segundo sendo pressuposto do primeiro. Não somos fantoches ou peças de xadrez movimentadas num tabuleiro.
Sobre o livre arbítrio já tratamos neste bloque no texto sobre Cavaleiro da Lua, mas aqui vamos aprofundar que o mal não é desejado por Deus, mas ele pode ocorrer quando Ele deseja um bem mas, pela deficiência da natureza (a natureza humana por exemplo), um mal pode está associado a ela.
Ora, Deus não quer nenhum bem mais do que sua própria bondade, no entanto, ele quer tal bem mais do que outro bem. Em consequência, o mal de culpa, que priva de uma ordenação ao bem divino, Deus não quer de modo nenhum. Contudo, o que é uma deficiência da natureza, ou o mal de pena, Deus o quer ao querer um bem ao qual este mal se encontra ligado. Por exemplo, ao querer a justiça, quer apena, e ao querer que seja guardada a ordem da natureza, quer que algo naturalmente seja destruído. (AQUINO, Summa Teologica , I, q.19, a. 9, resp, 1980, p.203)
Esse texto, de forma alguma deseja esgotar o tema, porém apenas levar a uma reflexão para que possamos fortalecer a nossa fé num mundo onde somos diuturnamente bombardeados por informações boas e ruins, e esta pode nos deixar desesperançosos. Mas o nosso Deus está sempre por nós e nunca nos deixará de lado.
Ficha Técnica
Título Original: Thor: Love And Thunder
Duração: 119 minutos
Ano produção: 2021
Estreia: 07 de julho de 2022
Distribuidora: Walt Disney Pictures
Dirigido por: Taika Waititi
Roteiro por: Taika Waititi
Orçamento: U$ 250 milhões
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura, Ação, Ficção Científica, Fantasia
Países de Origem: EUA