Vida Sem Dúvida

Legalizar o aborto diminui a mortalidade materna – MENTIRA!

Grávidas

As mulheres não estão morrendo porque querem abortar e não conseguem, mas porque elas querem parir de forma digna e não conseguem.

 

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Se consultamos os maiores veículos de comunicação do país, ou seja, aqueles que financiados para trabalhar pela legalização do aborto, uma afirmativa vem se tornando verdade de tanto ser mentirosamente repetida: “Aborto é uma questão de saúde pública e se for legalizado o número de mulheres que morrem fazendo abortos clandestinos diminuirá.”

Mas repare que quem faz esse tipo de afirmação jamais mostra dados reais, não apresenta estatísticas, não provam com números verdadeiros esta grave e irresponsável afirmação. A razão das afirmações não confirmadas é obvia: os números mostram uma realidade diferente da afirmação. A verdade é que não há relação entre legalização do aborto e diminuição da mortalidade materna, ou seja, A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO TEM EFEITO NULO NA TAXA DE MORTALIDADE MATERNA.

Alguns exemplos.

Há países com leis extremamente restritas em relação ao aborto e com mortalidade materna baixa, no Chile, por exemplo, houve redução de 275 mortes maternas por 100.000 Nascidos Vivos em 1960 para 18,7 em 2000, a maior redução da América Latina inteira (1). Ou seja, não houve necessidade de descriminalização do aborto para que a mortalidade materna fosse reduzida.

Uma análise científica de dados dos últimos 50 anos sobre a mortalidade materna do Chile concluiu que o fator mais importante na redução da mortalidade materna é o nível educacional das mulheres.

A equipe do Dr. Elard Koch, da Universidade Católica de Concepción, analisou o efeito sobre a mortalidade materna exercido pelo histórico educacional (escolaridade) e pelas políticas de saúde da mulher, incluindo a legislação que proibiu o aborto no Chile em 1989.

Os pesquisadores analisaram os fatores com probabilidade de afetar a mortalidade materna, tais como anos de escolaridade, renda per capita, taxa de fecundidade total, ordem de nascimento, abastecimento de água potável, esgoto sanitário e parto por pessoal qualificado.

“Educar as mulheres aumenta a capacidade que elas têm para acessar os recursos de saúde existentes, incluindo atendentes qualificados para o parto, e leva diretamente a uma redução no seu risco de morrer durante a gravidez e o parto”, diz Koch.

Aborto e morte das mães

Uma das descobertas mais significativas é que, ao contrário de suposições amplamente sustentadas, tornar o aborto ilegal no Chile não resultou em um aumento da mortalidade materna.

Os defensores da legalização do aborto argumentam que a ilegalidade leva as mulheres para clínicas ilegais, o que aumentaria sua mortalidade. Na verdade, após o aborto tornar-se ilegal, em 1989, a Taxa de Mortalidade Materna (TMM) continuou a diminuir de 41,3 para 12,7 por 100.000 nascidos vivos – uma redução de 69,2%. TMM é o número de mortes maternas relacionadas à gravidez, dividido pelo número de nascidos vivos.

“Definitivamente, o status legal do aborto não tem relação com as taxas globais de mortalidade materna,” destacou o Dr. Koch.

Modelo de saúde materna

Durante o período do estudo – 50 anos – a Taxa de Mortalidade Materna geral declinou dramaticamente, passando de 270,7 para 18,2 óbitos por 100.000 nascidos vivos entre 1957 e 2007 (93,8%), tornando Chile um modelo para a saúde materna em outros países.

As variáveis que afetam essa diminuição incluem os fatores previsíveis, como o acompanhamento do parto por atendentes qualificados, nutrição complementar para as mulheres grávidas e seus filhos nas clínicas de cuidados primários e escolas, instalações limpas e fertilidade.

Mas o fator mais importante, e aquele que aumentou o efeito de todos os outros, foi o nível educacional das mulheres.

Para cada ano adicional de escolaridade materna, houve uma diminuição correspondente na TMM de 29,3 por 100.000 nascidos vivos.

Seguindo a mesma tendência, constata-se que há países onde o aborto é legal, mas as taxas de mortalidade materna é alta, como a Índia, que tinha 200 óbitos por 100.000 Nascidos Vivos em 2010. Ou seja, mais uma vez se constata que, se o objetivo é diminuir a mortalidade materna, a legalização do aborto é um caminho enganoso.

Na Polônia comunista o aborto era legalizado e a taxa de mortalidade materna era de 11 por NV em 1993. Atualmente, com a proibição com restrições, a mortalidade materna diminuiu para 2 em 2010.

A verdade obvia, mas que insistem em não revelar, é que o que diminui mortalidade materna é investir na assistência pré-natal, parto e puerpério. No Brasil, as mulheres morrem por falta de acesso ao sistema de saúde no momento oportuno e não porque não tem acesso ao aborto legal.

Vejamos os dados (2):

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Os indicadores de mortalidade materna mais recentes disponíveis no datasus revelam que houve 1610 mortes maternas em 2011. Destas 1070 por causas diretas, ou seja, por causas obstétricas, como infecções, hemorragias, etc; 481 por causas indiretas, ou seja, por doenças de base que a gestante já possuía ao engravidar ou que desenvolveu durante a gestação como hipertensão, diabetes, etc; e 135 por aborto. Mas vejamos na imagem abaixo que nem todas as mortes por aborto são causadas por aborto provocado.

 

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Somente as três últimas linhas representam os números de aborto provocado, ou seja, 96% das mortes maternas não morrem em decorrência de aborto provocado. Se desejamos reduzir a mortalidade materna, é preciso ir ao coração do problema, que de forma alguma é a legalização do aborto, mas justamente seu inverso. As mulheres não estão morrendo porque querem abortar e não conseguem, mas porque elas querem parir de forma digna e não conseguem. Se o SUS não tem condições de oferecer assistência a quem deseja realizar aquilo que é natural, simples e amplamente desejado pelas mulheres, ou seja, ter seu filho, como oferecerá assistência de qualidade a quem deseja realizar um procedimento abortivo?

Tenhamos coragem de tratar os problemas com responsabilidade, segundo a verdade e tendo como interesse de salvar e exterminar a vida.

 

  1. Koch E, Thorp J, Bravo M, Gatica S, Romero CX, et al. (2012) Women’s Education Level, Maternal Health Facilities, Abortion Legislation and Maternal Deaths: A Natural Experiment in Chile from 1957 to 2007. PLoS ONE 7(5): e36613. doi:10.1371/journal.pone.0036613.
  2. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2012/c18.def

Comentários

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  1. Sem falar que independente de ser legalizado ou não, percebi numa aula de obstericia da faculdade que toda mulher que aborta, seja aonde for, existe sempre um risco de infecção, por restarem fragmentos dos anexos embrionários no útero, mesmo após curetagem(que acaba sendo necessária mesmo após o uso de misoprostol), pois o risco de sobrar algo no útero sempre existe, e isso infecciona, o que pode levar a mulher à morte mesmo que tivesse feito aborto em clínica legalizada. Além do próprio risco da curetagem em si, que sempre envolve a possibilidade de perfuração uterina! A curetagem poderia ser realizada guiada por ultrassom para diminuir esse risco, mas vocês imaginem, o sus mal consegue disponibilizar USG para as gestantes, certamente não haveria nem mesmo a possibilidade de reduzir esse tipo de risco! O que me parece ser mais um argumento contrário ao que dizem quando falam em reduzir as mortes por infecção com um aborto legal.