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Grupo de estudo para implantar o aborto

Já em 2007, foi criado o GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto) que diz em seu próprio site, que é “uma entidade multidisciplinar que reúne médicos, juristas, antropólogos, movimentos de mulheres, psicólogas, biólogos e outras atividades. Não é uma OnG e não tem verbas próprias. Conta com inestimável apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu foco é capilarizar a discussão do tema ABORTO sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime.”.

Ainda em 2010, o coordenador do Grupo de Estudos para legalizar o aborto no Brasil, constituído pelo governo brasileiro, pago com recurso público, disse que a intenção não é apenas despenalizar o aborto, mas “a ideia é ir mais longe e não fazer mais do aborto um crime”. Grupo este formado por militantes e OnGs que promovem o aborto no Brasil, inclusive fez parte o Dr. Adson França, representante do Ministério da Saúde.

A reeleição de Dilma e as últimas cartadas

Em 26 de agosto de 2010, a Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 da CNBB acolheu e recomendou a “ampla difusão” do documento intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1, alertando a população sobre a agenda abortista do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, o documento recebeu o pleno apoio de diversos bispos, entre eles Dom João Wilk, Bispo Diocesano de Anápolis.

Mas, infelizmente a candidata do PT foi eleita presidente da República e pudemos presenciar quatro anos de investidas da cultura da morte. Foi durante o seu governo que o Supremo Tribunal Federal (cujos ministros em sua maioria foram nomeados por Lula ou Dilma), usurpando função do Congresso Nacional, legalizou a “união estável” de pessoas do mesmo sexo e o aborto de crianças anencéfalas. Foi durante o governo Dilma (junho de 2012) que o Ministério da Saúde anunciou que iria “restringir os danos” do aborto através da oferta às mulheres do abortivo misoprostol (Cytotec) e do atendimento hospitalar às gestantes após terem provocado aborto em si mesmas. O plano, porém, foi barrado pela bancada pró-vida do Congresso Nacional, que solicitou ao Ministério da Saúde informações sobre o contrato celebrado – e várias vezes prorrogado – com a Fundação Osvaldo Cruz para “despenalizar o aborto no Brasil”.

Em 1º de agosto de 2013, logo após a saída de Papa Francisco do nosso país, Dilma sancionou a Lei 12.845/2013, que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual”. Essa lei, que ficou conhecida com Lei Cavalo de Tróia, tinha sido proposta em 1999 pela deputada petista Iara Bernardi (PT/SP), mas foi o Ministro da Saúde Alexandre Padilha que em 20/02/2013 pediu ao presidente da Câmara deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) que votasse e aprovasse a proposta em regime de urgência, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O texto foi aprovado às pressas, tanto na Câmara como no Senado, sem que os parlamentares pudessem perceber que, na verdade, o único objetivo da proposição era expandir o aborto ilegal por todo o país[1]. Com a lei agora em vigor, “todos os hospitais da rede integrante do SUS” deverão fornecer às (supostas) vítimas de violência a informação falsa de que elas têm direito ao aborto e deverão indicar “todos os serviços sanitários” disponíveis para praticá-lo.

Para “regulamentar” a lei de expansão do aborto ilegal, o Ministério da Saúde, editou a Portaria n. 415, de 21 de maio de 2014, que “inclui o procedimento interrupção da gestação / antecipação terapêutica do parto previstas em lei (!?) e todos os seus atributos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS”[2]. Para cada aborto ilegal a portaria prevê o financiamento de R$ 443,40, a serem extraídos dos nossos impostos.

Talvez percebendo o impacto negativo dessa portaria sobre a população neste ano eleitoral, o governo resolveu revogá-la por meio da Portaria 437, de 28 de maio de 2014[3].

Comentando sobre a Lei 12.845/2013, que continua em vigor, Dilma disse que ela passou a garantir que o “atendimento” (que inclui o abortamento) seja “imediato e obrigatório” em todos os hospitais do SUS[4].

Em caso de reeleição, porém, o Ministério da Saúde deve editar uma nova portaria para “regulamentar” a lei de expansão do aborto ilegal. É o que pensa a União de Juristas Católicos de São Paulo:

A União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP) previu que após as eleições de 2014, caso Dilma fosse reeleita, os brasileiros seriam surpreendidos com uma nova portaria do Ministério da Saúde regulamentando o aborto nos hospitais conveniados com o SUS.

Segundo o Dr. Ives Gandra Martins, presidente da entidade católica que atualmente reúne 80 sócios entre desembargadores, juízes e advogados, “não devemos nos iludir com a revogação da portaria 415 por parte do Governo Federal, que pressionado pela má repercussão política da medida, atuou em modo de evitar desgaste político eleitoral”.

E foi o que aconteceu, em 21 de maio de 2014, Dilma Rousseff publicação a Portaria nº 415, que sancionou a Lei 12.845, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público.

Existem atualmente em trâmite no Congresso Legislativo cerca de seis diferentes projetos de lei que visam regulamentar a matéria do aborto no Brasil. Em parte, o efeito político negativo se deu porque a Portaria 415 do Ministério da Saúde foi baixada a revelia do debate que ocorre no Legislativo. ‘Na eventualidade de ser veiculada nova portaria após as eleições, os projetos em tramitação no Congresso Nacional simplesmente perderão relevância em face do fato consumado, sem passar pelo necessário debate público’, explicou o jurista[5].

O deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), depois de ter pedido publicamente perdão por ter votado pela aprovação da Lei 12845/2013, apresentou um projeto para revogá-la. É o Projeto de Lei 6033/2013. O deputado Givaldo Carimbão (PROS/AL) apresentou um requerimento de urgência para a votação do PL 6033/2013.

No dia Internacional das Mulheres deste ano, um ato com o tema: “Mulheres nas ruas por liberdade, autonomia e democracia para lutar pela legalização do aborto, contra o ajuste fiscal e reforma da previdência e o fim da violência” foi amplamente apoiado e promovido pelo PT. Mas, felizmente, o tema sequer foi novamente adiado para votação na Câmara dos Deputados.

Em 2015, o O deputado federal Victório Galli (PSC) denunciou que o Governo do PT patrocinava o ativismo de extrema-esquerda. “Além de defender a legalização de drogas, o desarmamento civil e a liberdade sexual, incluem como bandeira a legalização do aborto”, disse o parlamentar mato-grossense que vê no governo a defesa de um lado só do debate.

“Estão patrocinando a destruição de valores que permearam a construção da civilização ocidental”, disparou Galli. O deputado denuncia que muitos destes movimentos patrocinados pelo governo usam do direito de se manifestar para agredir a sociedade. O último caso grave foi produzido pela Parada Gay, “que debochou do próprio Deus, Jesus Cristo”, disse.

Segundo ele, “perderam a noção”. Galli denuncia ainda que estão usando de crianças nestes manifestos, como ocorrido na “marcha das vadias”. O parlamentar afirmou que atitudes como estas contrariam o próprio estatuto da criança e do adolescente. Estes movimentos defendem a legalização de drogas, do aborto e da prostituição. “Isso destrói lares, famílias e vai contra os princípios cristãos”, disparou.

O parlamentar denuncia que o governo do PT está apoiando, financiando e patrocinando ONGs ligadas a grupos abortistas internacionais, como Cfemea; Instituto Patrícia Galvão; Cunhã Coletiva Feminista entre outras.

Galli lembrou que a maioria esmagadora dos brasileiros é contra o aborto. Pesquisas de opinião avaliaram diversas bandeiras ideológicas do PT e, mesmo o Governo apoiando instituições abortistas, tendo diversos veículos de comunicação na mesma linha de pensamento, a população continua firme na proteção da vida e dos valores cristãos. “Recentemente tivemos uma propaganda onde atores da Rede Globo declaram apoio a causa abortista e anti-cristã, além de debochar de Maria, mãe de Jesus Cristo, o vídeo postado no Youtube foi um dos mais rejeitados, pelos internautas, no ano de 2015, com mais de 206 mil cliques de repúdio contra 35 mil curtidas”, informou.

Um decreto pró-totalitarismo

A agenda abortista do PT seria muito mais facilmente posta em prática se não houvesse a oposição do Congresso Nacional. O Decreto 8243, assinado pela Presidente Dilma em 23 de maio de 2014, pretende, na opinião do jurista Ives Gandra, tornar inexpressivo o Congresso Nacional e aparelhar o Executivo com movimentos sociais aliados do governo (por exemplo, o MST e a UNE)[6]. Esse decreto institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS)[7]. Tudo isso para “consolidar a participação social como método de governo” (art. 4º, I), fortalecendo a “atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil” (art. 1º, caput). No conceito de “sociedade civil” estão incluídos os “movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados” (art. 2º, I). Serão criados “conselhos” e “comissões” de políticas públicas, compostos por “representantes eleitos ou indicados pela sociedade civil” (art. 10, I; art. 11, I). Não se diz o modo como se dará essa eleição ou indicação, mas certamente não será pelo “sufrágio universal” nem pelo “voto direto e secreto, com valor igual para todos” (art. 14, caput, CF), como prevê nossa Constituição. Segundo editorial do jornal O Estado de S. Paulo, “a mensagem subliminar em toda essa história é a de que o Poder Legislativo é dispensável”[8].

Com a intenção de sustar os efeitos desse decreto pró-totalitarismo, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR) apresentou em 2 de junho de 2014 o Projeto de Decreto Legislativo n. 117 (PDS 117/2014). O relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Senador Pedro Taques (PDT/MT), deu parecer favorável ao projeto. Aguarda-se a entrada na pauta para votação.

A Ideologia de Gênero e a luta do Governo para destruir a família brasileira

Além da luta para aprovar amplamente o aborto no Brasil, o Governo trabalhou com afinco em busca da criação de leis que ameaçam a família, exemplo disso é o Projeto de Lei da Câmara n. 122/2006, conhecido nos meios cristãos como lei da “mordaça gay”e originariamente apresentado pela deputada Iara Bernardi (PT-SP) modificando várias normas do Direito brasileiro e criminalizando a chamada “homofobia”, recebeu um substitutivo, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).

O relatório do parlamentar petista pretende colocar panos quentes em toda a discussão gerada pelo projeto original. “Ouvimos todos e não entramos na polêmica da homofobia. Essa foi a primeira mudança para elaboração desse relatório”[9], diz o texto do novo projeto. No entanto, mesmo sem entrar “na polêmica da homofobia”, o novo PLC 122 traz uma arma perigosa e ainda mais letal: a ideologia de gênero. O instrumento para ludibriar a população continua sendo a manipulação da linguagem, pelo qual é inoculado em termos aparentemente inofensivos um conteúdo ideológico e revolucionário. Assim, se o antigo texto disfarçava sob a expressão “homofobia” qualquer discordância da agenda homossexual, o novo texto esconde a ideia de que as pessoas não apenas recebem sua sexualidade como um dado biológico, mas são responsáveis por construir sua “identidade de gênero” – o termo aparece 5 vezes no substitutivo do senador Paulo Paim. Ou seja, embora a ênfase tenha mudado, a perversão continua.

As modificações introduzidas no texto do projeto de lei integram um script pré-concebido para desestabilizar totalmente a família tradicional. Ao contrário do que os meios de comunicação mostram, este processo de subversão não é algo “automático”, como se o reconhecimento de “novas configurações” de família fosse uma expressão do zeitgeist (“espírito dos tempos”) ou do “progresso” da civilização. Trata-se de um programa de ação sistemática idealizado justamente para destruir a família, já que esta, da forma como é concebida pela moral judaico-cristã, é um empecilho para que aconteça a revolução comunista tanto querida por Karl Marx. Para identificar isto, basta que se leia o famoso “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, iniciado por Marx, mas concluído por Engels; basta que se procurem as obras dos ideólogos de gênero, para descobrir quais são seus verdadeiros intentos.

Já que a família tradicional não está tragicamente fadada a desaparecer, a menos que os seus defensores fiquem de braços cruzados, é importante que os cristãos e conservadores deste país se juntem neste esforço político comum: combater a implantação da agenda de gênero na sociedade brasileira.

O que os socialistas realmente querem é a destruição da moral judaico-cristã, e não o reconhecimento de supostos “direitos homossexuais”. Os marxistas estão a utilizar os homossexuais como “ponta de lança”, pois é sabido que, nos regimes comunistas de Stálin, Mao e Fidel Castro, foram justamente os homossexuais os primeiros a morrer, ora fuzilados em “paredões”, ora oprimidos em campos de concentrações. Isto explica por que, diante de padres e pastores tentando ser fiéis à sua religião, o movimento gayzista faz um alarde, mas, diante dos crimes perpetrados pelas ditaduras socialistas contra os homossexuais, eles se calam: o movimento LGBT é amplamente subvencionado pelo marxismo cultural.

Em resumo, muitas foram as ações do governo e dos partidos aliados da esquerda para promover uma cultura contra a vida e contra a família. Continuaremos nossa luta em favor da vida contra toda e qualquer influência política e ideológica que deseje promover a nefasta cultura de morte em nosso país e no mundo inteiro.

______________

[1] Falo em aborto ilegal por redundância, uma vez que no Brasil, todo aborto é proibido por lei. O artigo 128, II do Código Penal contém apenas uma escusa absolutória, ou seja, uma não aplicação da pena após o delito consumado quando a gravidez resulta de estupro, mas nunca uma permissão prévia para abortar.
[2]http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/05/2014& jornal=1&pagina=60&totalArquivos=104
[3]  http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=40&
data=29/05/2014
[4] http://oglobo.globo.com/brasil/dilma-defende-aborto-na-saude-publica-por-motivos-medicos-legais-12712379
[5] Padre Michelino ROBERTO. União dos Juristas Católicos de São Paulo adverte: ‘Teremos surpresas após as eleições’, O São Paulo, Edição 3006 – 10 a 16 de junho de 2014, p. 11.
[6] http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1467665-ives-gandra-da-silva-martins-por-um-congresso-inexpressivo.shtml
[7] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm
[8] http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,mudanca-de-regime-por-decreto-imp-,1173217

[9] Substitutivo do Projeto de Lei da Câmara nº 122, de 2006 – Senado

pés

Antes da aprovação do aborto nos EUA, a maioria dos primeiros “ativistas pró-vida” do país eram médicos e enfermeiros. Eles eram predominantemente católicos, mas a religião não tinha muito a ver com isso. A oposição deles ao aborto legalizado era simplesmente uma extensão lógica da sua vocação a salvar vidas.

É que o Juramento de Hipócrates era o alicerce ético da profissão médica. Popularmente resumido como “em primeiro lugar, não faça o mal”, o juramento destrinchava diversos detalhes desta obrigação. Os futuros guardiões da saúde das pessoas prometiam não dar nenhum remédio mortal a ninguém, mesmo que solicitados a dá-lo, nem sugerir tal conselho de forma alguma a quem quer que fosse. Igualmente, prometiam não colaborar com atos que provocassem o aborto.

Progressistas e feministas quiseram cortar esta parte do juramento. Eles argumentaram que, assim como a profissão médicatinha deixado de lado a exigência de jurar por Apolo, Asclépio, Hígia, Panaceia e todos os outros deuses e deusas gregos, também deveria se livrar dessa preocupação antiquada com a vida fetal.

Foram propostas muitas teorias sobre o porquê de os profissionaiscatólicos da saúde terem sido os que mais remavam contra essa nova maré ideológica. Para mim, o argumento mais convincente tem a ver com a formação deles, mas não exatamente com os aspectos ligados à teologia católica. O motivo mais relevante era de tipo filosófico.

Os médicos católicos aprenderam com o grande cientista e filósofo grego Aristóteles e com o filósofo e Doutor da Igreja Tomás de Aquino que a vida humana, incluindo o embrião, tem um “telos”, uma finalidade, um objetivo, um plano, um desígnio, uma lógica interna. Ou, como os cientistas o chamariam mais tarde, um DNA.

O resultado do processo da procriação humana era uma pessoa, única, dotada de dignidade e de direitos. Era um ser humano. Era um ser humano que ainda não tinha se desenvolvido tanto quanto o resto de nós, adultos; mas era, ainda assim, um ser humano. Esta era uma verdade que os profissionais médicos respeitavam pela própria natureza do seu trabalho.

Havia a este propósito argumentos que iam desde a especulação antiga sobre a alma humana até a ideia atual de “pessoalidade”. Nada alterava a perspectiva ética básica dos profissionais da saúde: seu trabalho era ajudar os outros seres humanos, não matá-los. A biologia básica e a abundante experiência informavam aos médicos que a vida fetal era vida humana.

Por isso, médicos e enfermeiros que enxergavam o próprio trabalho conscientemente viam com clareza o que a disseminação da tecnologia de ultrassom acabaria mostrando também para o resto de nós. A “coisa” que reside no ventre materno não é um amontoado aleatório de células; é um de nós. Desde um estágio extremamente precoce do seu desenvolvimento, o feto é, reconhecivelmente, um ser humano, que vai passando pelas mesmas fases pelas quais todos nós passamos.

Foi preciso trilhar uma longa estrada para levar as pessoas a ignorar esta verdade inegável sobre a nossa biologia e sobre a nossa humanidade compartilhada. Mas ela continua sendo verdade.

Não é preciso acreditar em Deus nem concordar com artigos particulares de fé para enxergar que o aborto é o extermínio de uma vida humana única, uma vida a ser dotada, com toda a justiça e desde o instante da sua concepção, de direitos contra essa mesma violência.

Muita gente de fé enxerga esta verdade com clareza. É hora de o resto do mundo admiti-la também.

mateus

Redes de oração às quais muitas pessoas se uniram para rezar mais de 23 mil Ave-Marias pela saúde do pequeno Mateus.

Mateus ainda não havia completado seus 3 anos de idade quando foi surpreendido pela vida. Seus pais, Malena Canales e Armando Vázquez, nunca imaginaram a batalha que enfrentariam logo depois que, no último dia 18 de janeiro, enquanto brincavam em um parque, o menino lhes disse: “Estou com dor de barriga, vou vomitar”.

Este mal-estar, ao parecer tão simples (sobretudo em um menino saudável), poucos dias depois se tornou um diagnóstico devastador: hepatoblastoma, um câncer que havia se apoderado praticamente de todo o seu fígado, com risco de propagar-se aos pulmões, razão pela qual a vida de Mateus estava por um fio.

A notícia afetou gravemente o casal; seu único filho tinha câncer, podia morrer, mas era preciso fazer alguma coisa. “Nós não éramos muito apegados à religião, mas, quando nos confirmaram o diagnóstico, decidimos nos colocar nas mãos de Deus e da Santíssima Virgem; pedimos que nos ajudassem a sair dessa, que nos acompanhassem no caminho e nos permitissem ter Mateus por muitos anos”, relatou Malena.

Unidos a Deus e a Maria, encontraram a força para enfrentar os seis meses que duraram a difícil batalha para vencer o câncer de Mateus, o que hoje é uma feliz realidade.

Com lágrimas nos olhos, Malena compartilha alguns dos momentos mais difíceis, dos inúmeros exames clínicos aos que o menino foi submetido até as 6 sessões de quimioterapia que recebeu para diminuir o tumor, cujos efeitos quase lhe custaram a vida.

Mas isso era só o começo, porque, ainda que o tamanho do tumor tenha diminuído, Mateus precisava de um transplante de fígado, motivo pelo qual, no começo de julho, foi submetido a uma cirurgia para receber um pedacinho de fígado saudável doado pelo seu próprio pai.

A operação, da qual participaram 27 médicos, durou 15 horas, com alto risco de morte para Mateus e seu pai. “Eu rezei muito. Meu esposo, graças a Deus, saiu bem, mas Mateus ficou na sala de operação. Quando saiu, levaram-no à UTI, conectado a mais de 12 tubos, pálido, frio, com uma hemorragia muito forte e a advertência de que poderia morrer naquela noite. Eu senti que já não podia mais. Naquele momento, eu disse ao Senhor: ‘Sustenta-me! E, se o meu filho sair dessa, será para a tua glória!'”.

Malena reconheceu que houve momentos de dúvida: “Às vezes, quando alguém me dizia ‘Que seja feita a vontade de Deus’, eu sentia isso como um insulto, porque nos custava muito compreender que a vontade de Deus é boa, que nunca faz nada para nos machucar e que, ainda que Ele nos leve até o fundo do poço, pouco a pouco vai nos tirando de lá. Então, dizíamos: ‘Perdoa-nos por fraquejar'”.

Mateus e seus pais nunca estiveram sozinhos: “O amor de Deus se manifestou no rosto da família e dos amigos, e até em pessoas que não conhecemos”, explicou Malena, ao referir-se às várias correntes de oração, de 72 horas contínuas, às quais muitas pessoas se uniram para rezar por 15 minutos, e às mais de 23 mil Ave-Marias oferecidas pela saúde de Mateus.

“Recebemos e-mails de pessoas do mundo inteiro, contando-nos como a história de Mateus mudou suas vidas, agradecendo o meu filho por tê-las ajudado a saber que Deus existe; pessoas que nos diz: ‘Eu não sabia rezar o terço e agora faço isso diariamente por Mateus'”, acrescentou.

“Porque Deus nos ama”

Esta é a resposta contundente que Malena e Armando têm para a pergunta: “Por que isso aconteceu conosco?”, que tantas vezes fizeram ao longo do processo. “Hoje, temos claro que Deus nos ama tanto, que permitiu que tudo isso acontecesse para salvar-nos como família, porque nosso casamento estava um pouco desgastado, e agora somos muito mais unidos, oramos juntos, temos um plano de vida, percebemos como era fraca a nossa prática da religião.”

“Mateus foi o instrumento de Deus em tudo isso; ele conseguiu unir toda a família (e muitas outras pessoas) em oração; nele, Deusmostrou seu amor infinito e misericordioso, e continuará fazendo isso, porque a história de Mateus não acaba com o câncer. As pessoas precisam saber que Deus nos ama e que, ainda nas tempestades, quando você acha que não vai suportar mais o medo, a dor, Deus sempre está presente para dizer: ‘Fique tranquila, deixe comigo'”, concluiu Malena.

Ainda que o câncer esteja sob controle, nestes dias Mateus voltou ao hospital para receber as últimas sessões de quimioterapia, com o fim de acabar com qualquer possibilidade de uma metástase.

Conheça mais sobre a história de Mateus e como você pode apoiar a família, por meio da página do Facebook “Ayudemos a Mateo“, e no Twitter: @por_mateo.

(Artigo publicado originalmente por SIAME)

animais

É preciso evitar sofrimentos desnecessários, mas em algumas pesquisas os animais ainda são imprescindíveis.

O Parlamento Europeu aprovou recentemente um plano para incentivar os laboratórios a realizar suas pesquisas substituindo ratos e hamsters por réplicas robóticas e de microengenharia. Esta iniciativa faz parte de um programa denominado Horizon 2020, que prevê mais de 70 bilhões de financiamento para entidades públicas e privadas.

Será que o ser humano poderá realmente prescindir dos testes em animais, à luz das motivações científicas e éticas? A site Aleteia conversou sobre isso com Santiago Veja García, da Universidade CEU Cardenal Herrera, de Valência (Espanha).

Qual é a posição católica sobre os testes em animais?

Deus confiou os animais à administração do ser humano, criado por Ele à sua imagem. Portanto, é legítimo fazer uso dos animais para o alimento e a confecção de roupas. Eles podem ser domesticados, para ajudar o homem em seu trabalho e lazer.

Os testes médicos e científicos em animais são práticas moralmente aceitáveis, quando realizados dentro dos limites da razão e quando contribuem para cuidar de vidas humanas ou salvá-las.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, é contrário à dignidade humana fazer os animais sofrerem inutilmente ou sacrificá-los sem necessidade. Também é indigno investir neles o capital que deveria remediar a miséria das pessoas. Por outro lado, podemos amar os animais, mas não desviar a eles o afeto devido unicamente aos seres humanos.

Existe uma ética ecológica humana?

Na perspectiva cristã, a vida dos outros seres tem um grande valor, mas não se trata de um valor oposto ao da pessoa; pelo contrário, o valor da vida animal e vegetal adquire seu pleno sentido somente quando está em relação com a vida da pessoa humana.

O autêntico desenvolvimento humano, segundo a “Sollicitudo rei socialis”, se apoia em dois grandes princípios: a vocação transcendente do homem e sua integração na natureza.

Esta encíclica faz três considerações especiais: convêm levar em consideração a natureza de cada ser e sua mútua conexão em um sistema ordenado, que é o cosmos; a limitação dos recursos naturais, que não são renováveis ou são dificilmente renováveis; consequências de certo tipo de desenvolvimento na qualidade de vida das regiões industrializadas.

A “Centesimus Annus” dedica todo o capítulo IV à questão ecológica. A raiz da destruição ambiental é um erro antropológico. A encíclica não abandona a perspectiva da fé e, por conseguinte, vê a natureza como criação, e a criação como doação. O mundo ambiental é, com igual direito e dignidade, presente e tarefa, dádiva e responsabilidade.

A “Evangelium vitae” menciona três vezes o problema ambiental e o relaciona aos problemas da bioética.

Na mídia, vemos constantemente protestos de protetores de animais contra testes neles. Que resposta se dá a esta posição?

Os testes em animais, no âmbito da pesquisa científica, devem ser justificados e aprovados por um comitê ético. Se houver excessos pontuais ou se as normas não forem cumpridas, o problema já é legal e a solução exigirá melhorar as normas, e não suprimir a pesquisa.

As razões para cuidar bem dos animais não são apenas éticas, mas também científicas, para que os resultados sejam válidos, o que, por sua vez, acaba reduzindo o uso de animais.

Longe de pretender fazer uma apologia absolutista dos testes em animais, acho que a postura mais sensata está em um equilíbrio entre os extremos: condenar toda pesquisa ou enaltecê-la ingenuamente.

É preciso considerar o uso de animais nas pesquisas como necessário no estado atual da ciência, para ajustar-se ao imperativo moral de curar e prevenir doenças humanas, mas buscando formas de substituir e reduzir o número de animais e minimizar seu sofrimento.

Atualmente, é preciso reconhecer a impossibilidade de substituir os testes em animais em muitos casos, o que não anula a obrigação paralela de empregar os mínimos indispensáveis e reduzir seu sofrimento o máximo possível, tanto por razões humanitárias como pelo próprio interesse científico.

Com o tempo, conforme for aumentando o acerco de conhecimentos científicos, talvez seja possível acabar prescindindo dos modelos animais. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Fonte: Aleteia

aborto polônia

Mais de três mil médicos e estudantes de Medicina poloneses assinaram em Cracóvia uma declaração em que se comprometem a não praticar abortos nem fornecer receitas para anticoncepcionais, noticiou a agência“Infocatolica”

O juramento hipocrático, pilar da deontologia médica desde o século IV antes de Cristo, é inteiramente claro sobre a incompatibilidade entre o exercício da Medicina e o aborto.

Ele deveria bastar para impedir o massacre dos inocentes e os atentados contra a concepção.

“Eu não darei droga letal a ninguém, caso isso me seja solicitado, não aconselharei tal procedimento; e similarmente, não darei a uma mulher um pessário [diafragma] que lhe provoque um aborto” – diz o original grego do juramento.

Porém, esse juramento, tradicional entre os médicos dos países civilizados, foi calcado aos pés pelas legislações ocidentais “modernas”, contrárias à concepção e à vida.

Mas, em muitos países, as novas gerações de médicos se recusam mais do que as gerações precedentes, a eliminar seres humanos. E fazem questão de condenar a prática do aborto e de outros procedimentos que visam impedir a concepção.

Por isso, ministros, deputados e chefes de governo europeus avançam medidas para impedir que os médicos ajam de acordo com as exigências da Medicina e obedeçam à sua reta consciência.

aborto polonia 2

Em resposta às pressões políticas e ideológicas imorais, mais de 3.000 médicos e estudantes de Medicina poloneses enfatizaram seu compromisso com a genuína ciência médica que respeita e promove toda vida humana.

Numa declaração assinada em Cracóvia, eles se comprometeram a não praticar abortos nem inseminações artificiais (que também exigem a destruição de embriões). Também recusaram fornecer receitas para anticoncepcionais, em concordância com a doutrina católica.

Obviamente, os ambientes da cultura da morte, que incluem os partidos de esquerda, criticaram iradamente a declaração.

O presidente da Comissão de Saúde do Parlamento polonês, Tomasz Latos, lembrou a esses críticos que os médicos signatários da declaração estão amparados pelo direito à objeção de consciência.

Esse direito está sendo cada vez mais desconhecido e desrespeitado nos países da União Europeia (UE), da qual a Polônia faz parte, constrangendo e atropelando a consciência dos médicos retos.

Portanto, prevê-se também na Polônia uma acirrada polêmica entre os médicos sérios e católicos e os inimigos da vida e do catolicismo.

Fonte: http://www.adf.org.br/

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O Colégio Real de Obstetrícia e Ginecologia da Inglaterra incorporou polêmicos requisitos para conceder a certificação nesta especialidade discriminando os estudantes pró-vida.

As normas do colégio obrigam os estudantes de medicina que procuram especializar-se a prescrever anticoncepcionais e fármacos abortivos ainda contra suas crenças e princípios.

Vitória Weissman, estudante do último ano de medicina, explicou ao Catholic News Agency, agência do Grupo ACI, que “estas normas impedem que profissionais que, devido a seus valores, não estão dispostos a receitar anticoncepcionais possam especializar-se em uma área importante do exercício clínico”.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, no mês de fevereiro a Faculdade de Cuidado Sexual e Reprodutivo do Colégio Real de Obstetrícia e Ginecologia da Inglaterra voltou a publicar a sua guia clínica de especializações em cuidado sexual e reprodutivo.

A faculdade informou que para obter a certificação é necessário completar todo o plano de especialização que inclui “a disposição a prescrever todo tipo de anticoncepcional hormonal, incluindo anticoncepcionais de emergência, independente das crenças pessoais”.

A atualização da guia diz que os médicos clínicos que se opõem a “qualquer método anticoncepcional” por princípios morais ou religiosos, não cumprirão totalmente os requisitos do programa e serão considerados inelegíveis para obter o título da especialização.

Weissman considerou que “o cuidado de saúde sexual e reprodutiva é muito mais que prevenir e tirar uma vida”. Acrescentou que as drogas abortivas atuam “uma vez que acontece a concepção, uma vez que a vida começa a existir. Elas impedem que esta vida se desenvolva, prospere, sobreviva”.

Estes medicamentos “fazem que atentemos contra o Quinto Mandamento e o Juramento Hipocrático”, argumentou.

Weissman afirmou que ir contra suas crenças “ajudaria a promover uma atitude na sociedade que não respeita a dignidade de cada vida humana, independente da etapa em que se encontre”.

Estas normas também preocuparam o medico Peter Saunders, alto executivo do Christian Medical Fellowship, organização que reúne médicos e estudantes de medicina cristãos do Reino Unido.

“Isto impedirá que os médicos pró-vida se especializem em saúde sexual e reprodutiva. Do mesmo modo, fará muito mais difícil que os médicos não especializados obtenham trabalho nos programas de família ou saúde reprodutiva”, indicou Saunders e advertiu que a nova política poderia constituir uma discriminação ilegal contra quem defende uma crença moral ou religiosa.

Fonte: acidigital.com

jerome lejeune

Nas décadas de 1960 e 1970, Lejeune observava com horror que a maioria dos seus colegas aceitava o aborto

Por Jason Jones e John Zmirak

Um defensor peculiarmente eloquente da santidade da pessoa humana em nossa época foi o pediatra e geneticista Dr. Jerome Lejeune (1926-1994). Não podemos fazer justiça plena à sua história neste espaço. Ela é contada mais adequadamente na comovente biografia “A vida é uma bênção”, escrita por sua filha Clara Lejeune-Gaymard. Clara relata descobertas médicas inovadoras de seu pai, impulsionadas pelo profundo respeito que ele tinha pela excepcionalidade e pela santidade de cada vida humana, ainda que muito jovem, doente ou vulnerável.

O feito mais importante de Lejeune foi revelar na base genética da síndrome de Down a presença de um cromossomo extra no DNA da criança. A descoberta ajudou a transformar a vida de pacientes e de famílias que, durante décadas, tinham vivido sob um estigma moral injustificado: acreditava-se que a Síndrome de Down fosse um efeito colateral de sífilis da mãe, doença esta, por sua vez, que o imaginário popular associava com a prostituição. Ao oferecer provas sólidas da raiz biológica da Síndrome de Down, Lejeune ajudou os pais dessas crianças a saírem das sombras. Lejeune descobriu também a base genética de outro defeito congênito devastador, a Síndrome Cri-du-Chat, e avançou na compreensão das causas da Síndrome do X Frágil. Ele também se antecipou em décadas ao resto da ciência médica ao insistir na importância do ácido fólico para reduzir o risco de muitos defeitos de nascença.

As descobertas de Lejeune lhe valeram a aclamação acadêmica desde cedo. Em 1962, ele foi homenageado pelo presidente John F. Kennedy com o primeiro Prêmio Kennedy. Lejeune foi nomeado como o primeiro professor de Genética Fundamental na Faculdade de Medicina de Paris, em 1964, e, em 1969, recebeu a honraria mais prestigiosa da sua área, concedida pela Sociedade Americana de Genética Humana: o Prêmio William Allen.

Diferentemente de muitos cientistas de sua época, Lejeune via o seu trabalho como profundamente enraizado na relação com os pacientes e com as suas famílias. Ele se referia aos pacientes com Síndrome de Down como “meus pequeninos” e trabalhava com as famílias para ajudá-las a encontrar oportunidades educacionais e de trabalho para os filhos. Para atender pacientes pobres na sua clínica privada, com baixos honorários, ele sacrificava tempo relevante de pesquisa, renunciando, assim, a incrementar a própria renda. Ao longo dos 30 anos seguintes, a pesquisa de Lejeune se concentrou nas causas de doenças genéticas e na busca de meios para tratá-las no útero e atenuar os seus efeitos em crianças e adultos, garantindo para cada paciente a melhor e mais completa vida possível. Lejeune viveu com seriedade religiosa a vocação médica e a ética em que ela se ampara desde Hipócrates: não fazer o mal, servir à causa da vida e colocar os interesses individuais do paciente em primeiro lugar (a propósito, no Juramento tradicional de Hipócrates, os novos médicos prometiam especificamente não participar de abortos; em 1964, o Dr. Louis Lasagna, da Escola de Medicina da Universidade de Tufts, compôs uma versão “aguada” do juramento, especificamente para permitir o aborto; sua adaptação é usada na maioria das escolas médicas laicas até hoje).

Lejeune observava com horror, nas décadas de 1960 e 1970, que os seus colegas, na maioria, rejeitavam elementos-chave dessa herança e abraçavam um hedonismo utilitarista que aceitava o aborto e via os “pequeninos” de Lejeune não como pacientes merecedores de tratamento, mas como problemas que deveriam ser evitados.

Numa amarga ironia, a pesquisa pioneira de Lejeune também levou ao desenvolvimento de testes de triagem pré-natal, usados hoje pelos médicos para detectar a Síndrome de Down em bebês ainda em gestação, a maioria dos quais, rotineiramente, é abortada. Lejeune denunciou esse abuso da ciência como “racismo cromossômico”. As primeiras leis que permitiram o aborto na França tinham como alvo precisamente os fetos “defeituosos”. Lejeune “queimou” a maioria das suas relações profissionais e acadêmicas ao se tornar um dos poucos cientistas proeminentes na França a fazer lobby contra essas leis. Em 1981, ele depôs perante um subcomitê jurídico do Senado dos EUA sobre a “questão” de quando a vida humana começa. Depois de apresentar evidências biológicas esmagadoras de que a resposta é a concepção, Lejeune revelou um pouco da ternura e da maravilha que a vida por nascer despertava nele:

“O Dr. Ian Donald, da Inglaterra, conseguiu produzir, há um ano, um filme com o ‘artista’ mais jovem do mundo, um bebê de 11 semanas de idade dançando dentro do útero. O bebê brinca, por assim dizer, de pular do trampolim! Ele dobra os joelhos, se empurra apoiado na parede, sobe e cai de novo. Como o corpo dele tem a mesma flutuabilidade do líquido amniótico, ele não sente a gravidade e dança de modo lento, gracioso e elegante, impossível em qualquer outro lugar na Terra. Só os astronautas, em condições livres de gravidade, conseguem aquela delicadeza de movimentos (aliás, para a primeira caminhada no espaço, os tecnólogos precisaram decidir onde fixar os tubos que transportam os fluidos; eles escolheram a fivela do cinto da roupa espacial, reinventando assim o cordão umbilical).

Quando eu tive a honra de testemunhar perante o Senado, tomei a liberdade de mencionar o conto de fadas universal do homem que era menor que um polegar. Aos dois meses de idade, o ser humano é menor que o nosso polegar, da cabeça à anca. Ele caberia numa casca de noz, mas já está tudo lá: mãos, pés, cabeça, órgãos, cérebro, todos no lugar. O coração já está batendo há um mês. Olhando bem de perto, você veria os vincos das palmas das mãos dele. Uma cartomante poderia ler a mão daquela minúscula pessoa! Com uma boa lupa, as impressões digitais já podem ser detectadas. Aquele bebê já poderia ter uma carteira de identidade!

Com a extrema sofisticação da nossa tecnologia, já invadimos a privacidade dele. Hidrofones especiais revelam a música mais primitiva: um martelar profundo, tranquilizante, de umas 60 ou 70 batidas por minuto, o coração da mãe; e outro rápido, estridente, de umas 150 a 170 batidas, o coração do feto. Misturados, eles imitam o contrabaixo e as maracas, ritmos básicos da música pop.

Hoje nós sabemos o que ele sente, ouvimos o que ele ouve, cheiramos o que ele cheira e já o vimos até dançando, cheio de graça e juventude. A ciência transformou o conto de fadas do Pequeno Polegar numa história real, que cada um de nós já viveu no ventre da mãe”.

Lejeune voltaria aos Estados Unidos para testemunhar no caso do “embriãocongelado” (Davis versus Davis) e afirmar que cada embrião deve ser tratado como um paciente, não como mercadoria. Ele previu, corretamente, o resultado de se tratar os seres humanos minúsculos como propriedade em vez de pessoas. Esse é o destino de centenas de milhares de embriões congelados que definham em limbos tecnológicos do mundo todo e que os cientistas estão ávidos para usar em pesquisas com células-tronco. Estes seres humanos infinitesimais vão ficar no congelador indefinidamente ou ser canibalizados em pedaços.

Como sua filha documenta, o ativismo de Lejeune o fez perder verba para pesquisa, deixar de avançar academicamente e ser isolado profissionalmente até o fim da vida. Ela escreveu sobre o destino do pai:

“Este é um homem que, por causa das suas convicções de médico que o impediam de seguir as tendências da sua época, foi banido pela sociedade, abandonado pelos amigos, humilhado, crucificado pela imprensa, proibido de trabalhar por falta de financiamento. Este homem se tornou, para certas pessoas, alguém a ser derrubado; para outros, alguém por quem não valia a pena pôr em risco a própria reputação; para outros ainda, um extremista incompetente”.

Clara Lejeune-Gaymard relata que ela mesma se viu evitada na universidade por causa do ativismo do pai, como se a culpa de “crimes” contra a opinião pública tivesse sido transmitida geneticamente para a filha.

O reconhecimento que Lejeune ainda recebia passou a vir de quem partilhava a sua preocupação com a santidade da vida. Em 1981, ele se encontrou com o papa João Paulo II, poucas horas antes do atentado contra a vida do pontífice, e entrou para a Pontifícia Academia de Ciências. Em 1994, João Paulo II quis nomear Lejeune como presidente da recém-criada Pontifícia Academia para a Vida. Lejeune não pôde assumir o posto. Ele já estava prestes a morrer de câncer. Depois de uma longa e agonizante doença, Lejeune morreu no domingo de Páscoa de 1994. Um de seus últimos pedidos, relata a filha, foi que o seu funeral recordasse os seus “pequeninos”, os pacientes com síndrome de Down a quem ele amou tão verdadeiramente até o fim.

A causa de canonização do Doutor Lejeune está em andamento. Ele já foi reconhecido como “servo de Deus”. Talvez devêssemos reconhecê-lo como um verdadeiro amigo do homem.

Fonte: Aleteia.org

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Madrid, Espanha, (CNA) -. O jornal espanhol “La Razón” publicou um artigo sobre a conversão ao movimento pró-vida de um ex-”campeão do aborto.” Stojan Adasevic, que realizou 48,000 abortos, às vezes chegando ao número de até 35 abortos por dia, é agora o mais importante líder pró-vida na Sérvia, após 26 anos como o médico mais renomado do aborto no país.

Segundo Adasevic “Os manuais de medicina do regime Comunista diziam que o aborto era apenas a remoção de uma mancha de tecido”, e “a chegada dos aparelhos de ultra-som que permitiam a visão da vida fetal chegaram apenas depois dos anos 80, mas mesmo depois eles se recusaram a mudar aquela opinião histórica. Contudo, eu comecei a ter pesadelos”.

Ao descrever sua conversão histórica,o artigo relata o sonho de Adasevic:

“Sonhei com um belo campo cheio de crianças e jovens que estavam brincando e rindo, de 4 a 24 anos de idade, mas que fugiam de mim com medo. Foi então quando um homem vestido com um hábito preto e branco começou a olhar pra mim, em silêncio. Este sonho foi se repetindo a cada noite, ao que eu acordava suando frio. Uma noite, eu perguntei ao homem de preto e branco quem ele era. “Meu nome é Tomás de Aquino”.

Adasevic, educado em escolas comunistas, nunca tinha ouvido falar do santo e gênio Dominicano. “Eu não reconheci o nome”.

“Por que você não me pergunta quem são essas crianças?”, questionou o santo a Adasevic em seu sonho.

“Eles são aqueles que você matou com seus abortamentos”, São Tomás afirmou a ele.

“Então Adasevic acordou impressionado e decidiu não realizar abortos nunca mais”.

“Naquele mesmo dia um primo veio até o hospital com sua namorada, grávida de 4 meses, que gostaria de realizar nela o seu nono aborto – um hábito bem frequente nos países do bloco soviético. O médico concordou. Ao invés de remover o feto pedaço por pedaço, ele decidiu desmontá-lo e removê-lo como uma massa única. Contudo, no momento em que o feto foi totalmente destruído e retirado, seu coração pequeno ainda batia. Adasevic percebeu isso, e se deu conta de que tinha acabado de matar um ser humano”.

Após essa experiência, Adasevic “disse ao hospital que ele deixaria de fazer abortos. Nunca antes um médico na Iugoslávia comunista havia se recusado a fazer abortos. Então eles cortaram seu salário pela metade, demitiram sua filha de seu emprego, e impediram seu filho de ingressar na universidade”.

Depois de anos de pressão e sofrimento, e quase a ponto de voltar ao antigo hábito de fazer abortos, ele teve um outro sonho com Santo Tomás.

“Você é um bom amigo, não desista”, lhe disse o homem de preto e branco. Adasevic buscou se envolver com o movimento pró-vida e por fim acabou conseguindo o feito de exibir na TV da Iugoslávia o filme “O Grito Silencioso” do Dr. Bernard Nathanson, duas vezes.

Adasevic já contou a sua história em diversos jornais e revistas do leste europeu. Ele voltou a fé ortodoxa, que viveu durante sua infância, voltou sua atenção aos escritos de São Tomás de Aquino.

“Influenciado por Aristóteles,e devido o pouco conhecimento científico da época, Tomás chegou a acreditar que a vida humana começava quarenta dias após a fertilização”, escreveu Adasevic em um artigo. O jornal La Razon comentou que Adasevic “sugere que talvez o santo lhe apareceu em sonho porque queria fazer as pazes para esse equívoco.” Hoje o médico sérvio continua a lutar pela vida dos nascituros.

Fonte: ocampones.com

Este debate sobre o Estatuto do Nascituro é a prova incontestável de como o discurso abortista, apesar de contar com o apoio midiático,não sustenta seus argumentos dentro do tema proposto. O debate começa com alguns minutos de lucidez de ambas as partes, discutindo pontos fortes e fracos importantes sobre o Estatuto, mas diante da discussão sobre o início da vida humana surgem rapidamente os mecanismos de defesa e os artifícios automáticos da argumentação abortista, com os quais conseguiram aprovar o aborto em diversos países:

1. Insensibilizar a sociedade diante da constatação de que um embrião é vida humana.

2. Utilizar completamente aberrantes (usaram as mesmas fontes levadas ao programa “Na Moral” da Rede Globo, chegando ao absurdo de dizer que morrem 200 mil mulheres no Brasil por aborto, enquanto o número TOTAL de mulheres que morrem POR TODAS AS CAUSAS no Brasil é de 66 mil)…

3. A centralidade do discurso unicamente nos direitos da mulher, exemplificando com casos aberrantes, como gravidez fruto de estupro (incidência raríssima em qualquer país do mundo).

4. Desviar COMPLETAMENTE o assunto para incisivos ataques à Igreja Católica, a ponto do padre falar sobre o sistema nervoso do embrião e do DNA e ser absurdamente contra argumentado com a justificativa de que isso É ASSUNTO RELIGIOSO!!! Um artifício que, apesar de desonesto, é tão sem sentido que só gera descrédito para os abortistas. 

O debate serve perfeitamente de exemplo de como um debate racional, com fundamentos dentro da lógica científica tornou-se IMPOSSÍVEL para os abortistas, não é a toa que não querem mais debater publicamente e a ONU está pressionando o governo brasileiro para que o mais rapidamente possível a aprovação do aborto seja feita diretamente pelo STF, pois no Congresso não passou e não passará.