Sinopse: Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch), filho de pais ricos (Marcia Gay Harden, William Hurt), formado pela Universidade Emory como principal estudante. No entanto, ao invés de embarcar em uma carreira de prestígio e rentável, ele escolhe dar suas economias à caridade, livrar-se de suas posses e partir numa jornada para o deserto do Alasca.
Este é daqueles filmes que você pode até já ter ouvido falar, mas não escolhe aleatoriamente no Netflix se não for por uma indicação de um bom amigo, pois não é meramente um filme de entretenimento, mas traz consigo grandes reflexões sobre a vida, daqueles que sempre dá pra assistir novamente e tirar algo de novo.
A sequência do longa é muito interessante, pois vai contando a história de forma intercalada, fazendo com que a dinâmica seja bem intensa entre início, meio e fim da jornada de Christopher, mas também exige atenção, pois pode acabar confundindo o espectador com tanto “vai e volta”.
Poderíamos trazer inúmeras mensagens mostradas pelo filme, mas um fato em si é particularmente interessante para uma reflexão católica: Chris foge de tudo à procura da verdade, verdade sobre as coisas, sobre a vida, sobre a solidão, sobre o amor. E uma frase da Santa Edith Stein consegue resumir um pouco do drama vivido pelo personagem, quando diz que “quem busca a verdade, no fundo busca a Deus”. Ou seja, todas as experiências vividas por ele, sejam boas ou ruins, foram procuradas enquanto ele almejava a verdadeira felicidade, o que nós sabemos, não está em pessoas ou em situações, mas em Jesus Cristo, por isso nos remete a tantos jovens assim como ele, que buscam a felicidade em tantos lugares e não em Deus.
Mas, sem dúvidas, a grande sacada do filme é a descoberta que Christopher faz acerca desta felicidade, que ele tanto buscou em sua jornada, mas que, ao final do filme, chega à enigmática conclusão. Claro que você precisa assistir para entender, mas garanto que é uma das cenas mais emocionantes.
No mais, é uma história (baseada em fatos reais) que fala sobre amizades, conflitos familiares, liberdade, perdão, importância das relações interpessoais, conceitos filosóficos e tantos outros temas que nos fazem questionar sobre a nossa vivência, até mesmo da nossa postura de testemunho cristão no mundo de hoje.
Por outro lado, você pode achar que a produção trata de um assunto político e social, pelo fato de Christopher resolver abandonar os padrões da “sociedade tradicional” para viver como um selvagem, mas não tanto. Claro que existe esse viés, inclusive por parte do diretor e das influências literárias até anarquistas do personagem, mas não podemos esquecer que Deus habita onde quer que exista vida humana, então, antes de tudo, é dos anseios de um coração que estamos falando.
É uma história que vale a pena ser conhecida, que nos leva a pensar sobre o mundo, nosso papel diante dele e como Deus não nos chama a fugir de tudo, mas a deixar tudo para ter Ele como única riqueza… Deixar tudo para que possamos também descobrir o sentido da felicidade por aquilo que ela verdadeiramente é, pelo seu verdadeiro nome.
Ficha técnica:
Gênero: Drama.
Direção: Sean Penn.
Roteiro: Jon Krakauer, Sean Penn.
Elenco: Brian Dierker, Catherine Keener, Dan Burch e Joe Dustin, Emile Hirsch, Hal Holbrook, Jena Malone, Kristen Stewart, Marcia Gay Harden, Vince Vaughn, William Hurt.
Produção: Art Linson, Sean Penn, William Pohlad.
Duração: 140 min.
Ano: 2007.
País: Estados Unidos.
Classificação: 12 anos.
Trailer