O corpo não é apenas biológico, mas também teológico, nos ensina São João Paulo II. O corpo conta uma história divina. Deus inscreveu em nossos corpos a vocação de amar como Ele ama. Criou-nos homem e mulher e chamou-nos a tornarmo-nos “uma só carne.”

O corpo é bom

Deus modelou o homem com as próprias mãos (…) e imprimiu na carne modelada sua própria forma, de modo que até o que fosse visível tivesse a forma divina”

CIC § 704

Muitas pessoas estão acostumadas a rejeitar o corpo como se ele fosse mau. Contudo, viver uma vida espiritual nunca significou separar-se do mundo físico.

Muitos sentem-se até desconfortáveis diante do relevo que às vezes se dá ao corpo. O espírito, claro, tem primazia sobre a matéria. No entanto, o Catecismo da Igreja Católica ensina que “sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e de símbolos materiais” (n. 1146).

Deus não nos fez só espírito, mas deu-nos um corpo. E, não só deu-nos um como também Ele próprio assumiu um corpo quando encarnou-Se.

Existe uma heresia chamada maniqueísmo que condena o corpo e todas as coisas sexuais porque acredita que o mundo material é mau.

A Escritura é muito clara ao dizer que tudo o que Deus criou “é bom” (cf Gn 1,32). Tão bom que São João Paulo II fala do corpo como um sacramento. Isso quer dizer que este corpo é um sinal que torna visível o mistério invisível de Deus.

“O corpo, de fato, e só ele é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino. Foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus e assim d’Ele ser sinal.”

São João Paulo II. Teologia do Corpo.

Este corpo não é divino, é claro. Mas ele é o sinal mais potente do mistério divino em toda a criação. Um sinal é algo que nos aponta para uma realidade que está além de si mesmo. Infelizmente, Por causa do pecado o “corpo perde o caráter de sinal”

São João Paulo II. Teologia do Corpo. 40, 4.

A união de Adão e de Eva no Paraíso, antes de o projeto de Deus ser distorcido pela desobediência, logo no início da Bíblia, reflete um outro enlace narrado no último Livro, as núpcias do Cordeiro, o casamento entre Deus e o homem. É interessante notar o desejo de Deus em unir-se à humanidade.

O ser humano foi feito para este casamento último. É por isso que nenhum homem ou mulher encontrará em seu companheiro aqui na Terra o preenchimento do coração, porque somente em Deus será saciado o anseio do coração humano.

Com o pecado original começou a desordem do corpo. Segundo a fé, essa desordem que dolorosamente constatamos não vem da natureza do homem e da mulher, nem da natureza de suas relações, mas do pecado. Tendo sido uma ruptura com Deus, o primeiro pecado tem, como primeira consequência, a ruptura da comunhão original do homem e da mulher.

Suas relações começaram a ser deformadas por acusações recíprocas, sua atração mútua, dom do próprio Criador, transforma-se em relações de dominação e de cobiça; a bela vocação do homem e da mulher para ser fecundos, multiplicar-se e sujeitar a terra é onerada pelas dores de parto e pelo suor do ganha-pão. (1607)

O Cristianismo diviniza o corpo

Pelo contrário, o cristianismo não rejeita o corpo mas o diviniza como podemos ver através das ricas citações a seguir.

“A carne é o eixo da salvação. Cremos em Deus que é o Criador da carne; cremos no Verbo feito carne para redimir a carne; cremos na ressurreição da carne, consumação da criação e da redenção da carne”.

(CIC 1015)

“Pelo fato do Verbo de Deus se ter feito carne, o corpo entrou pela porta principal na teologia.”

São João Paulo II. Teologia do Corpo.

“No corpo de Jesus nós vemos nosso Deus feito visível e então somos tomados de amor pelo Deus que não podemos ver”.

(CIC)

“O traje revela a pessoa”, disse Hamlet. Acentua nossa dignidade de filhos de Deus.

Apesar de ser bom, o corpo não deve ser cultuado e colocado acima do espírito. E, sendo de tão alto valor, o corpo será na ressurreição, glorificado.

Autora: Rayhanne Simon

O corpo antes do pecado original

Usamos roupas. Isso é uma constatação. Mas, será que algo tão normal, ou nem tão normal assim já que atualmente a moda é despir-se, tem alguma finalidade?

Para entender porque nos vestimos é preciso voltar lá atrás, na história da Criação. É necessário entender como era o corpo segundo o plano original de Deus para então captar o que mudou e que forças entraram em cena depois do pecado original.

Compreendendo assim a raiz e a essência desse acontecimento fundamental, seremos capazes de entender a decadência moral em que vivemos e como podemos revertê-la!

No princípio, Deus criou o homem e a mulher. Em Gênesis 2,25 está escrito: Estavam ambos nus mas não sentiam vergonha.” O que significa o fato de não sentirem vergonha de estarem nus? Isto descreve o estado de consciência de ambos; e, mais ainda, a sua recíproca experiência do corpo.

É necessário salientar que se trata de uma verdadeira “não-presença” da vergonha, e não de uma carência (falta de vergonha) ou subdesenvolvimento dela (perspectiva infantil do corpo). As palavras de Gênesis servem para indicar a plenitude de consciência e de compreensão do fato de “estarem nus”.

Aqui estamos tratando da criação do corpo como Deus o pensou e antes do pecado original. Na criação, o corpo, através da própria visibilidade apresenta o homem e, manifestando-o, o faz de intermediário, isto é, faz com que o homem e a mulher, desde o princípio, “comuniquem-se” entre si segundo aquela comunhão pessoal querida pelo Criador.

Diante de toda a criação, Adão não reconheceu nada semelhante e ele. Mas, ao ver a mulher, ficou admirado e reconheceu nela sua semelhante. Ao concluir Sua obra, Deus decide dar ao homem um auxiliar que lhe correspondesse; por isso, conduz a Adão todas as feras selvagens e todas as aves do céu e fá-las desfilar ante seus olhos para ver como ele as chamaria (cf. Gn 2, 18-9). Este trecho da narrativa bíblica já delineia uma peculiaridade muito significativa do modo de ser do varão, a saber: ele se guia sobretudo pela visão. Tendo enfim contemplado toda a criação e dado nomes às feras selvagens, Adão não encontrou entre os animais nenhuma companheira que lhe estivesse à altura. O Senhor então fez cair sobre ele um torpor, tomou “uma de suas costelas e fez crescer carne em seu lugar. Depois da costela que tirara do homem, Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem” (Gn2, 20-1); vendo-a, Adão exclama, admirado: “Esta, sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ [‘îsha], porque foi tirada do homem [‘îsh]” (Gn 2, 23).

Simples e singela, a admiração de Adão ao ver Eva pela primeira nos dá a conhecer tanto o desejo de Deus para a relação entre eles quanto a dinâmica deste relacionamento antes da queda: há na mulher, como dissemos, uma beleza própria e fundamental que, traduzindo ao seu modo a própria beleza divina, encanta e eleva o homem.

Desta forma, o corpo nu não era um empecilho para a visão do homem ou da mulher, mas sim um meio, um intermédio que apontava, que encaminhava para Deus. Adão e Eva viam através de seus corpos o interior , a ”alma”, um do outro. A nudez original não era simplesmente do corpo, mas expressava também a plenitude interior da “imagem de Deus”.

Deus, segundo as palavras da Sagrada Escritura, penetra na criatura que diante dele está “nua”. Todas as coisas diante Dele estão descobertas. Segundo esta medida o homem está verdadeiramente nu, antes ainda de o reconhecer.

Esta nudez nos mostra que, antes do pecado, homem e mulher não olhavam-se como objetos de desejo, mas sim como sendo um dom de um para outro. Sabiam que, de certa forma, sempre estariam <sós> pois só Deus seria capaz de saciá-los. E, estando cheios de Deus, eram livres e capazes de serem dom de um para o outro.

Estavam nus pois sua visão não era turva. Os olhos contemplavam o mistério da criação. Estavam diante um do outro como estavam diante de Deus.

Dava-se à nudez o significado de bem original da visão divina. Significa toda a simplicidade e plenitude da visão através da qual se manifesta o valor “puro” do homem (criatura), como varão e mulher, o valor puro do corpo e do sexo.

O corpo não conhece ruptura interior nem contraposição entre o que é espiritual e o que é sensível. Ao verem-se, homem e mulher não se enxergam apenas com o próprio sentido da vista, mas vêem-se no sentido de que se conhecem interiormente, intimamente. Antes do pecado original, Adão e Eva gozavam de um dom chamado integridade. Por esse dom, os sentidos e os instintos estavam harmoniosamente submissos à razão. A visão do corpo do outro, mesmo de seus órgãos reprodutores, não era capaz de causar excitação, a menos que a vontade consentisse segundo a reta razão. Por isso, não havia necessidade de se cobrir o corpo.

Este olhar interior indica não somente a visão de um corpo, mas de um corpo que revela um mistério pessoal e espiritual.

O corpo após o pecado original

Alguns versículos depois está escrito: “Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, prenderam folhas de figueira umas às outras e colocaram-mas como se fossem cinturões.” (Gn 3, 7)

O aparecer da vergonha e, em particular, do pudor sexual está relacionado com a perda da plenitude original a respeito do corpo. Se a vergonha traz consigo uma específica limitação do ver através dos olhos do corpo, isso acontece sobretudo porque a intimidade pessoal é como que perturbada e ameaçada pela visão pós pecado original.

A partir dessas duas citações vemos que houve uma mudança radical no significado da nudez da mulher diante do homem e do homem diante da mulher. O texto segue com a pergunta de Deus: “Quem te deu a conhecer que estás nu? Comeste, porventura, algum dos frutos da árvore que te proibi comer?” (Gn 3,11).

A partir deste momento, começa a haver uma profunda distorção seja no modo como o homem vê o corpo feminino, seja na forma em que a mulher se apresenta aos olhos masculinos. Por isso, o Senhor tece-lhes túnicas de pele para se cobrirem.

Dessa forma, podemos ver que esta mudança de significado diz respeito não ao corpo, mas à consciência, como fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Uma mudança que se refere ao significado do próprio corpo diante do Criador e das criaturas.

O corpo humano, na criação, é, na ordem natural, fonte de fecundidade e de procriação, mas além disso, carrega desde “o princípio” o atributo “esponsal”, isto é, a capacidade de exprimir o amor e, mediante este dom, pratica o sentido do seu ser e existir.

“Nessa altura, aperceberam-se de que o Senhor Deus percorria o jardim pela suavidade do entardecer e o homem e a sua mulher logo se esconderam do Senhor Deus por entre o arvoredo do jardim.” (Gn 3,8)

A necessidade de se esconderem indica que, na experiência da vergonha, surgiu um sentimento de medo diante de Deus. Um medo que não existia antes.

“O Senhor Deus chamou o homem e disse-lhe: “Onde estás ?” Ele respondeu: “Ouvi o ruído dos Teus passos no jardim e, cheio de medo, porque estou nu, escondi-me.” (Gn 3,9-10)

Entra aqui uma tomada de consciência da própria nudez. O homem perde, de alguma maneira, a certeza original da “imagem de Deus” tal como expressa no seu corpo: perde também, em certo modo, o sentido do seu direito a participar da visão divina do mundo e da própria humanidade. Perde então o que lhe dava profunda paz e alegria em viver a verdade e o valor do próprio corpo.

Referências

  • Teologia do Corpo, São João Paulo II
  • Teologia do Corpo para principiantes, Cristopher West
  • Teologia do Corpo, curso do Padre Paulo Ricardo
  • O brilho da castidade, padre Lodi

Fonte : Lírio entre Espinhos

“Onde foram parar todos os homens de bem?”, pergunta a escritora A. J. Kiesling no título do seu livro publicado em 2008. Em contraste com as onipresentes discussões sobre “os privilégios masculinos”, especialmente nos círculos feministas, um olhar sóbrio e honesto para as evidências disponíveis hoje em dia nos sugere que a nossa cultura tem esmagado os homens (e os meninos) simplesmente porque eles são do sexo masculino. Provas convincentes desta afirmação podem ser encontradas tanto em fontes laicas quanto em fontes cristãs.

A  crítica social Karen Straughan deu uma chamativa palestra durante o encontro “A Voice for Men” [“Uma Voz para os Homens”], realizada em Detroit, nos Estados Unidos. Ela alertou sobre as mudanças na legislação e no mundo acadêmico que prejudicam os homens e, por conseguinte, também prejudicam as mulheres. Em seu blog “Girl Writes What”, ela fala sobre as mudanças culturais que levaram os homens, aparentemente, a se desinteressar do casamento. Ela vai mais longe e afirma que muitas formas de feminismo não desejam a igualdade, mas a destruição dos homens.

O popular filósofo Stefan Molyneux, na FreeDomainRadio, tem abordado questões semelhantes. Ele faz contundentes críticas à misandria comumente encontrada em várias formas de feminismo. Ele também apresenta análises e comentários bem fundamentados sobre as forças jurídicas, acadêmicas, econômicas e sociais que estão organizadas contra a dignidade e o desenvolvimento pleno dos homens. A lista dos seus vídeos pode ser encontrada aqui.

A escritora Christina Hoff Sommers, que se tornou conhecida em 1995 pelo seu livro “Who Stole Feminism? How Women Have Betrayed Women” [“Quem roubou o feminismo? Como as mulheres traíram as mulheres”], fez soar o alarme em nome dos homens em 2013 com seu novo livro “The War Against Boys: How Misguided Policies Are Harming Our Young Men” [“A guerra contra os meninos: como as políticas erradas estão causando danos aos nossos jovens homens”]. Em ambos os livros, ela documenta uma sério de exemplos para denunciar que os defensores mais agressivos da “igualdade de gênero” pouco fizeram de bom e muito de ruim, tanto contra os homens quanto contra as mulheres.

No âmbito cristão, Michael S. Rose mexeu com um ninho de vespas em 2002 ao publicar “Goodbye: Good Men” [“Adeus, Homens de Bem”]. O subtítulo do livro explica a tese do autor: “Como os seminários católicos afastaram do sacerdócio duas gerações de vocações”. Ele afirma que os homens fortes foram expulsos ou afastados dos seminários precisamente porque eram homens fortes.

Outro crítico ferrenho do espírito antimasculino dentro da Igreja católica é Michael Voris, da ChurchMilitant.TV. É fato que muita gente não gosta do tom de Voris e da sua aparente “fúria quase constante”, mas ele está fazendo bem o seu dever de casa. O grupo que ele coordena é bastante cuidadoso nas suas pesquisas e no uso das fontes, como podemos ver nos DVDs e CDs disponíveis em seu site. Voris produziu uma série de vídeos que estão disponíveis no YouTube a respeito da crise da masculinidade dentro da Igreja. Alguns dos mais recentes podem ser vistos aqui aqui.

No livro “Why Men Hate Going to Church” [“Por que os homens odeiam ir à igreja”], lançado em 2011, o autor protestante David Murrow apresenta não apenas as suas críticas à atual prática protestante, mas também algumas tentativas de solução. Ele é o fundador da “Church for Men” [“Igreja para Homens”], que se propõe a missão de oferecer ministérios específicos para a natureza e as necessidades próprias dos homens. Há em seu site um questionário on-line (em inglês) sobre “Até que ponto a sua igreja é amigável com os homens?“. As perguntas bem valem uma olhada também dos católicos.

Todas estas fontes argumentam, de diversas maneiras, que os homens e as mulheres sofrem muito quando a cultura se posiciona contra o pleno desenvolvimento dos homens como homens. O carisma masculino envolve a capacidade de assumir riscos, a inovação, o sacrifício, a liderança, a luta e a coragem, e quando esse carisma é denegrido, todo o mundo sofre.

Os meninos se recusam ou são tornados quase incapazes de se transformar em homens, ou, com grande frequência, os homens ouvem dizer que a sua masculinidade não é bem-vinda (por exemplo, os homens ouvem dizer, cada vez mais frequentemente, que eles são, quase por definição, “defensores da cultura do estupro” ou que “todo homem é um estuprador em potencial”, embora não haja evidência alguma que corrobore a desonesta ideia de que todos ou quase todos os homens tenham a iminente e dramática tendência a maltratar, agredir ou violentar mulheres pelo simples fato de serem homens. Da mesma forma, por mais que todas as pessoas “sejam assassinas em potencial” pelo simples fato de terem mãos, é evidente que essa ideia genérica é bem diferente da afirmação desonesta e sem fundamento de que todas as pessoas estão sempre a um curto passo de assassinar de fato alguém).

Além disso, os homens adultos são desencorajados a se tornar maridos e pais (tanto biológicos quanto espirituais). As consequências sociais dessa “expulsão” da autêntica masculinidade são catastróficas tanto para a sociedade quanto para a Igreja.

Mas este problema não é novo! Os custos universais e insustentáveis de não se cultivar o homem de acordo com a sua natureza concebida por Deus já era assunto há mais de um século nas seguintes palavras que o cardeal Louis Pie pronunciou em sua homilia de Natal em 1871:

“A nossa não é, por acaso, uma época de vidas mal vividas e de homens diminuídos em sua masculinidade? E por quê? Porque Jesus Cristo desapareceu! Onde as pessoas são verdadeiramente cristãs, podem-se encontrar homens em grande número, mas, em todo lugar e época de cristianismo murcho, os homens também murcham. Olhem de perto: eles não são mais homens, e sim sombras de homens. O que vocês ouvem em todo lado hoje em dia? Que o mundo está definhando por falta de homens; que as nações perecem por escassez de homens, pela raridade dos homens. Eu acredito: não há homens onde não há caráter; não há caráter onde não há princípios, doutrinas, posições firmes; não há posições firmes, nem doutrinas, nem princípios onde não há fé religiosa e, consequentemente, nem religião na sociedade. Façam o que quiserem, mas só de Deus é que vêm os homens”.

O problema social e cultural da desmasculinização dos homens é, em última análise, um problema espiritual. As raízes do problema são diabólicas. Satanás odeia a Deus e a criação. Ele odeia o que Deus criou. Ele odeia a espécie humana criada à imagem e semelhança de Deus. Ele se enfurece contra a dignidade incomparável conferida à natureza humana pela encarnação de Cristo, uma dignidade que os pagãos não podiam imaginar e que os nossos contemporâneos não conseguem compreender. Odiar o que é autenticamente humano é odiar a Deus e o Seu Cristo. Não é de estranhar, portanto, que Satanás conspire contra os homens como homens e contra as mulheres como mulheres.

Precisamos de homens de verdade, de homens de Deus. O que vemos ao nosso redor é uma geração não de homens, mas de meros “meninos de barba”, de homens que não estão dispostos a assumir a cruz de ser homens de verdade, de ser homens que se sacrificam, de ser homens que assumem a liderança e que provêm os recursos àqueles a quem protegem.

Sofremos a falta de homens dispostos a assumir a responsabilidade pelos filhos que geram, pelas mulheres que os amam ou pelas liberdades civis de que eles mesmos gozam. Estamos rodeados de incontáveis “Peter Pan”, de meninos que se recusam a tornar-se homens. Não que o problema todo seja este, mas esses “Peter Pan” que vivem debaixo da comodidade do teto dos pais, queimando um dia depois do outro do mesmo jeito que queimam seus cigarros de maconha, consumindo torrentes de pornografia e exigindo caronas grátis na cidade e na vida, não estão prontos, evidentemente, para fazer parte da solução. E nós, como sociedade, temos visto lembretes frequentes de que esses superficiais e egoístas “Peter Pan” têm um lado muito obscuro, que, de uma hora para a outra, pode explodir em fúria egoísta e assassina.

O que fazer?

Em primeiro lugar, é preciso admitir que existe um problema. Satanás está travando uma guerra contra os homens como homens, e várias forças laicas, conscientemente ou não, estão ajudando nessa guerra contra os homens.

O segundo passo é admitir que os problemas espirituais exigem remédios espirituais, o que nos pede levar a sério as palavras do cardeal Pie: “Façam o que quiserem, mas só de Deus é que vêm os homens”. Em outras palavras: o arrependimento, a reparação, a intercessão e a obediência são necessárias, de nossa parte, para que a natureza dos homens fique mais claramente disponível para receber a graça de Deus.

Em terceiro lugar, temos de encontrar aliados e recursos nesta batalha pela alma e pela vocação masculina. Ninguém pode se dar ao luxo de ficar apenas olhando.

Pe. Robert McTeigue