À medida que a nossa sociedade desaprende a masculinidade e feminiza cada estágio da vida masculina, os meninos pagam um preço enorme. Deixe-me compartilhar com vocês duas notícias preocupantes – e, creio eu, intimamente ligadas.

A primeira vem como cortesia de Mark Perry, do American Enterprise Institute. Em um gráfico, ele destaca a diferença dramática e crescente entre os sexos no ensino superior. Em suma, as mulheres dominam:

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A segunda vem de Emma Green do The Atlantics. Detalhando os resultados de uma pesquisa conduzida por sua revista e pelo Public Religion Research Institute, ela observa que 61 por cento dos homens brancos da classe trabalhadora vêm a universidade como uma “aposta arriscada”. O relatório de Green continha esta explicação: “A narrativa duradoura do sonho americano é que, se você estudar, obter uma educação universitária e trabalhar duro, você pode subir na vida”, disse Robert P. Jones, CEO do PRRI. “A pesquisa mostra que muitos americanos da classe trabalhadora branca, especialmente os homens, já não vêm esse caminho disponível para eles… É este sentimento de fatalismo econômico, mais do que apenas dificuldades econômicas, que foi o fator decisivo no apoio a Trump entre os eleitores da classe trabalhadora branca.

“Não se engane, se esses números mostrassem uma diferença educacional equivalente (e crescente) na direção oposta, a esquerda feminista declararia uma emergência cultural. Na verdade, declarou uma emergência cultural apesar do desempenho educacional dominante das mulheres. Como observa Perry, nossas faculdades estão cheias de iniciativas de “centros de mulheres” e “equidade de gênero” que são dedicadas exclusivamente ao sucesso feminino (ou quase exclusivamente). Quando vai parar de existir uma crise para as mulheres no campus? Quando já atingem dois terços da população do ensino superior? Quando três de cada quatro graduados da faculdade são mulheres?

Nossa sociedade está desaprendendo a masculinidade, feminizando cada estágio da vida masculina, e os meninos estão pagando um preço enorme. Considere a feminização do lar – ocorrendo em duas frentes simultaneamente. Em primeiro lugar, e mais importante, a dissolução da família traz um aumento da ausência do pai, e por mais que nossa cultura louve as mães solteiras (e às vezes – mas nem sempre – as mães fazem esforços realmente heróicos para preencher a lacuna), os meninos precisam de pais.

É simples assim. Homens e mulheres em geral têm diferentes papéis a desempenhar na vida de seus filhos, e um menino vê em um bom pai os frutos de uma masculinidade corretamente canalizada e devidamente vivida. Ele tem nele um modelo, muitas vezes um herói, que vive na maior proximidade possível. Mas além da ausência do pai, está a feminização crescente da própria família mesmo aquela com dois pais. Modelos de vida doméstica intencionalmente elaborados para quebrar antigos estereótipos e normas culturais cada vez mais tratam os pais não como “mãe e pai”, mas como “Progenitor 1 e Progenitor 2.” [*] As crianças não são irmão e irmã, mas “Criança 1 e Criança 2.” Já não existem caminhos diferentes para meninos e meninas, mas caminhos únicos para seres especiais esvoaçantes como flocos de neve.

Quem vai dizer o que é masculino? Quem vai dizer o que é feminino? No entanto, a única coisa que sabemos é que os estereótipos das características masculinas de agressão, risco e trabalho duro e jogos de alta energia são “tóxicos” e precisam ser medicados ou educados fora de casa.

Acrescente-se à casa feminizada, a escola feminizada, com sua tolerância zero, medo mortal de qualquer coisa remotamente marcial e sua implacável ênfase na compaixão e nutrição ao invés de exploração e aventura (a menos que o aventureiro seja uma mulher). Nós amamos a Terra. Não a conquistamos. Escola primária é um lugar de abraços, não de conflito, e brincar é ser pacífico acima de tudo. Não mais se encenam batalhas. Não mais armas de brinquedo. Não mais desenhos de tanques ceifando hordas nazistas. E quando a natureza se impõe contra os desejos do ideólogo? Aí entram a medicação e a educação.

Finalmente, os jovens se graduam para um trabalho cada vez mais feminizado. Parte disso é uma função do politicamente correto, e parte dela é simplesmente uma função da economia em mudança.  Há mais cubículos, mais pessoas digitando, e mais pessoas falando. É ótimo ser loquaz.

Em lugar de ensinar os homens a canalizar sua agressividade e espírito aventureiro de maneira produtiva, pedimos-lhes para sufocar sua natureza mais verdadeira.

A força é estritamente opcional. Oh, e quando os homens que trabalham nos cubículos tentam arrumar seus espaços para hobbies, esportes e outras atividades, eles são muitas vezes objetos de zombaria. Por que um contador precisa de um Ford F-150? Olhe para aquele advogado comprando uma motosserra. Ele não sabe como ele é ridículo?

Em vez de ensiná-los a proteger os outros, mentimos e declaramos que toda violência é má. Em vez de dizer a verdade de que homens e mulheres são diferentes, tentamos transformar homens em mulheres. Privilegiamos as histórias daqueles que achavam opressivas as normas tradicionais de gênero (como os gays e seus primos metrossexuais) e comemoramos o fim da masculinidade tradicional que vinha servindo melhor à grande maioria dos homens e dos meninos.

Não é possível preservar a masculinidade enquanto se demonstra compaixão por aqueles que não se conformam? Precisamos queimar tudo? Há poucos pontos de vista mais profundamente significativos do que ver um filho crescer com um bom pai, para vê-lo assumir as melhores características do seu pai, ao mesmo tempo forjar seu próprio caminho. É importante ver e saber que durante toda a vida desse jovem, seu pai não estava apenas o protegendo e nutrindo, ele também estava desafiando-o, empurrando-o para ser mais forte mentalmente, fisicamente e emocionalmente. Para esse fim, é hora de lembrar que a força é uma virtude, corretamente canalizada, a agressão cria e preserva a civilização em si, e não há nada de inerentemente tóxico sobre a masculinidade. A feminização de tudo não apenas atrapalha nossos meninos. No longo prazo, destruirá nossa nação.

David French

Nota do tradutor, Heitor De Paola:

[*] Parent 1 and Parent 2.

Publicado originalmente para o website National Review

Nota do Blogueiro
O ideal da masculinidade cristã passa longe do machismo, aquela concepção de uma suposta superioridade do homem em relação a mulher, tão crida historicamente, e ainda no presente, para justificar atitudes e comportamentos inaceitáveis na relação homem mulher, como a violência, por exemplo.
Muito dessa concepção é presente em filmes, especialmente os mais antigos, que, se trazem muita coisa sobre a saudável masculinidade, também trazem certos “ranços” que devem ser purificados à luz do modelo perfeito de masculinidade que é Jesus e da cosmovisão cristã
O presente artigo precisa ser lido à luz desse novo olhar, na busca dessa saudável relação homem mulher, sem preconceito nem negação daquilo que é inerente e natural a cada um, capaz de sair da rivalidade infantil para a complementação e enriquecimento mutuo cultivada na colaboração e diferenças entre os dois sexos. 
***

Na época do desbravamento do oeste americano, principalmente entre 1860 até o fim do século, um herói poderia surgir de uma pequena história que percorre grandes distâncias. Um homem podia se tornar uma lenda atirando em outro homem pelas costas, apenas para ser reconhecido como “o gatilho mais rápido” porque um bêbado viu o ocorrido de um ângulo errado, ainda assim seria referido como um homem bravo ou poderoso por causa de boatos.

O surgimento das “lendas” é um tema bem influente e bastante usado em filmes de faroeste, até os dias de hoje com o lançamento de 3:10 to Yuma, dirigido por James Mangold, um filme sobre um homem que está tentando provar seu valor para sua família e para si mesmo. Essa fórmula atua como uma trama central em diversos filmes de faroeste, com homens “construindo a sua própria reputação” e então a discussão do quanto de verdade há em suas histórias, o quanto suas vidas eram honestas, e o que garantiu seu lugar na memória dos outros que conviveram com eles.

No entanto, isso também é uma demonstração em potencial do que é ser homem em tal situação — o que é respeitado e o que é temido na época da história é sempre usado como pano de fundo de um personagem nesses contos. Servindo ao propósito da discussão do que caracteriza um homem, os filmes de faroeste são o parâmetro perfeito para revisar o que um homem da sociedade moderna, da época de lançamento do filme, é ou foi.

Roger Ebert, um conceituado crítico de filmes do Chicago Sun Times, escreveu uma resenha para o remake do clássico do faroeste de 1957, 3:10 to Yuma (esse feito em 2007), elogiando-o muito e lhe deu quatro estrelas. Ele afirma que “em tempos difíceis, os americanos sempre se voltam para o faroeste para acertar o compasso. Tempos dificílimos, pedem um ótimo filme de faroeste.”

Devido ao fato da maioria dos filmes de faroeste focarem em protagonistas masculinos, essa bússola moral pode ser um norte para jovens e idosos que os assistem, e ser a fonte das idéias de masculinidade predominantes de seu tempo. Essa afirmativa fornece a ideia de que os filmes de faroeste passam valores morais, e ajudam a estabelecer um protótipo para um homem basear sua ideia de masculinidade, a ideia de quais são as obrigações de um homem, quais são as suas responsabilidades como homem, e o que ele deve fazer em termos de violência para proteger os mais fracos que ele, exceto em momentos de dilema moral.

Os filmes seguintes são usados para demonstrar a idéia do faroeste no imaginário popular da masculinidade durante certos períodos nos Estados Unidos e sua relevância histórica.

Muitos dos melhores filmes de faroeste funcionavam como contos de moralidade [e virtude] para homens de todas as idades, estrelado por grandes heróis do cinema como Gary Cooper, Jimmy Stewart, John Wayne e Clint Eastwood. Os 3 filmes utilizados nesse ensaio que foram estrelados por esses homens são High Noon, The Man Who Shot Liberty Valance, e The Outlaw Josey Wales.

Estes filmes citados abaixo serão utilizados neste artigo como modelos para o arquétipo, e para fomentar a discussão sobre a forma como a imagem masculina se aplica a época em que foi feito o filme.

Matar ou Morrer (1952)

Contrário as denotações óbvias de que “o que usa o chapéu branco é o mocinho, o que usa o chapéu preto é o vilão,” os homens dos filmes de faroeste tendem a ser personagens relativamente complexos os quais amadureceram enquanto o seu tempo na indústria cinematográfica prosseguiu — anos mais tarde o uso do chapéu preto pelo mocinho ajudava a ressaltar a sua natureza de anti-herói. Normalmente há três variações de herói e de sua situação. A primeira seria um homem com o mesmo nível de habilidade que seus antagonistas, protegendo as pessoas do seu vilarejo de seus inimigos, como em High Noon, um filme feito em 1952. Esse primeiro homem seria o de “chapéu branco.”

Situado em uma pequena cidade no Sudoeste à beira da guerra civil, o xerife Kane, interpretado por Gary Cooper, é um homem de muita responsabilidade. O que lhe falta em covardia ele compensa em idade, ele está ficando velho demais para esse negócio e sua nova esposa, uma jovem Quaker, quer que ele largue suas armas por bem e deixe a cidade com ela para viverem uma vida pacífica. Ele volta à cidade [quando estava quase livre das responsabilidades como xerife] na véspera de sua lua de mel para proteger os civis covardes de uma gangue de bandidos arruaceiros e violentos empenhados em obter vingança. Há um conflito pessoal entre Kane e o chefe da quadrilha, um bandido [chamado Frank Miller] que retornou a cidade após ter sido expulso , mas o foco principal é sobre a dedicação de Kane pela lei e “seu povo.”

Este filme é uma definição clara do arquétipo do homem da lei – um enfoque raramente explorado nos filmes ocidentais após a década de 1950. Estes filmes de faroeste foram produzidos quando o próprio país era um lugar de conformidade, fortes valores familiares, e um consenso de “excepcionalismo moral.”

Este último objetivo moral deve ser destacado neste filme especificamente, pois Kane não iria fugir da responsabilidade, como ele expressa veementemente no filme, até mesmo quando as pessoas que ele desejava proteger o mandam ir embora da cidade, especificamente a cena em que Kane está tentando recrutar muitos dos habitantes de uma só vez na Igreja da cidade.

Há um argumento entre os habitantes sobre a necessidade de que cada um se preocupe consigo mesmo e ignore os problemas atuais crescentes em sua própria cidade. Kane se recusa a aceitar que é assim que as coisas devem ser, e mantém sua palavra de proteger a cidade.

O desejo de se manter em seu posto em nome da honra e da justiça é o tema principal nesse filme, levado até o limite com o abandono que o xerife sofre quando o resto da cidade se recusa a aderir sua causa. High Noon é um aviso dos perigos de ser permissivo com os crimes, sejam eles domésticos ou internacionais. Em um dado momento, há poucas pessoas dispostas a fazer o que é correto — a força da alegoria reside no internacionalismo, nos Estados Unidos como uma espécie de polícia mundial de última instância. Will Kane é como os Estados Unidos que vai até ONU suplicar por ajuda para deter o avanço do comunismo, tem seu pedido negado, e acaba tendo que se virar sozinho para resolver a questão por ser a coisa certa a se fazer.

O xerife Kane retrata sua masculinidade, a sua necessidade de ser um homem de convicções, de forma clara e objetiva neste filme, que termina com ele enfrentando os bandidos sozinho, e derrotando todos eles praticamente sozinho. É claro que este filme deve ter demonstrado alguma forma de liderança masculina, como era o filme mais assistido na Casa Branca, entre 1954 a 1986. Para esclarecer sua proeminência dessa declaração, o filme ganhou quatro Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator (para Gary Cooper). Isso mostrou o poder da propriedade como uma forma de comunicar a sua mensagem para o público alvo, o que claramente teria sido muito mais ineficaz se o herói principal fosse desagradável em sua necessidade masculina de ser dominante e no controle de seu próprio destino.

Outro fator extremamente notável em termos de masculinidade em High Noon não é a batalha de Kane com seu antagonista, mas com as duas mulheres do filme que tentam convencê-lo a ficar ou sair da cidade. Tem sido documentado que há duas contrapartes femininas específicas para um herói masculino em um faroeste: a mulher loira, uma gentia que deseja a paz, requer uma grande quantidade de proteção e que representa a civilização, e a mulher morena que é a ligação do herói a uma natureza mais selvagem.

Em High Noon, esta dualidade feminina é representada com precisão pela nova esposa de Kane, Amy, a qual os habitantes da cidade lhe dizem para “considerar” em sua decisão de ficar e lutar ou sair e viver, e sua ex-amante, a mulher mexicana Helen. Amy implora para ele deixar a cidade e fugir com ela, e desistir de qualquer forma violenta, mesmo que os seus fins sejam para a proteção ou a resolução de problemas. Ela ameaça deixar a cidade no trem do meio-dia, com ou sem ele, caso ele não a procure. Helen, seu antigo caso amoroso, explica em uma conversa com o assistente de Kane, e mais tarde a Amy, como Will Kane é mais homem do que qualquer um na cidade para cumprir seu dever e recusar-se a deixar a cidade por vontade própria, e que além disso, se ele morrer, a cidade morre com ele. Enquanto suas tentativas de reunir outros moradores em um destacamento para proteger a cidade, em um nível mais alegórico para definí-lo como um herói abandonado, seu conflito com sua nova esposa e o contraste dado por Helen Ramirez ajuda a definir o que o coloca no molde de um “homem.” Seu heroísmo é fortemente sentido o suficiente ainda para que, com a ajuda das palavras de Ramirez, Amy decidisse ajudá-lo na batalha final, auxiliando-o brevemente no tiroteio e indo contra seu próprio dogma. Os dois personagens terminam por sair da cidade, em um ato de desprezo.

O faroeste continuou a evoluir, e em 1962 estavam sendo explorados outros tipos de “heróis.” The Man Who Shot Liberty Valance, que estreou no mesmo ano, é um sólido ponto de ruptura entre o representante da lei, seus impulsos violentos e sua necessidade de se fazer cumprir a lei.

O Homem que Matou o Facínora (1962)

Estrelado por dois dos principais atores mais famosos da época, The Man Who Shot Liberty Valance se trata de dois tipos muito diferentes de heróis. Neste filme, uma outra variação do herói de filme de faroeste pode ser visto não especificamente em qualquer personagem, mas ao longo das interações entre os dois personagens principais. Esta variação é composta por um homem que tenta proteger a cidade, apenas para enfrentar sua própria destruição através de sua perda de conexão com a civilização em evolução, semelhante ao Kane em High Noon, ou morte. O que o torna mais relevante neste filme é que há uma noção do “fim de uma era,” com o personagem violento cuja habilidade selvagem é rejeitada pelas pessoas da cidade no final, e o personagem que é contra a violência em geral, acaba recorrendo a ela para se salvar. Este filme apresenta-se como uma exaltação as tradições culturais, estabelece as bases para a necessidade de glorificar o passado da história dos Estados Unidos, em vez de embarcar nos delírios da contracultura dos anos 60.

Marcando o final dos filmes de faroeste do pós-guerra, este filme dirigido por John Ford foi o último do gênero que fez até sua aposentadoria, pendurar as chuteiras e tentar aceitar que as pessoas discordavam das idéias de uma guerra violenta para resolver os seus problemas, ainda que estivessem sob a ameaça de um conflito armado inevitável e o medo resultante disso.

O personagem de John Wayne, Tom Doniphon, é parte de uma raça de herói em extinção, o homem armado da fronteira. Ele não chega a impedir o progresso, mas ele espera que com o uso de uma arma para resolver problemas não terá de se juntar ao modernismo da sociedade, refletindo precisamente sobre o fim dos heróis da Segunda Guerra Mundial e a visão deles sobre o “progresso.”

O outro personagem é um advogado iniciante chamado Ranson Stoddard, interpretado com naturalidade por James Stewart, que demonstra a necessidade de ser civilizado e afastar-se da violência para resolver problemas, mas no final das contas continua “corrompido” ao usar uma arma para salvar a própria pele. Apesar de recorrer a violência no final, ele pertence a um grupo conhecido como “pioneiros,” homens que buscam transformar o ambiente selvagem — ao invés de se integrar a ele — em uma nova ordem social. Stoddard maravilhou a cidade com a criação de um curso de alfabetização, chegando ao ponto de educar um negro chamado Pompey que era o braço direito de Tom Doniphon. Sua finalidade em relação ao progresso neste filme contém um ângulo pró-direitos civis, com uma citação feita no filme fazendo referência ao movimento dos direitos civis da época, quando Stoddard reage ao constrangimento de Pompey por ter se esquecido da Proclamação de Emancipação, afirmando tranquilamente que muitos outros também se esqueceram. Este personagem é um arquétipo do homem ocidental, que ocorre raramente, trazendo a civilização com ele para as regiões remotas do país, domando a fronteira com um livro ao invés de uma arma.

Esses dois personagens possuem um forte contraste em suas visões de mundo, um vilão implacável chamado Liberty Valance [situado na cidade de Shinbone], um bêbado raivoso interpretado por Lee Marvin, está assassinando os agricultores para o bem dos fazendeiros em uma tentativa pessoal de atrasar o progresso. Enquanto ele obstrui o “progresso” de Ranson Stoddard, seus métodos excessivamente violentos e malignos não fazem dele um amigo de Tom Doniphon. Ambos querem livrar a cidade de Valance, mas eles têm métodos completamente contraditórios: para Stoddard o ideal é processar, para Doniphon a idéia é resolver o problema na bala. O filme tem um tom cômico e quase auto-satírico, exibindo um estilo negligente, que enfatiza as reações entre os dois protagonistas principais e como seus personagens diferem em opinião.

Uma cena hilária mostra o fazendeiro rústico interpretado por Wayne humilhar completamente o personagem de Stewart por sua incapacidade de usar uma arma. Ele o leva para sua fazenda e, em uma tentativa de simulação para treiná-lo, assusta Stoddard com truques extravagantes [porém inúteis] com a arma, simplesmente para mostrar o que ele está enfrentando.

Josey Wales – O Fora da Lei (1976)

No entanto, há um lado heróico em Doniphon, como ele é um dos últimos “mocinhos durões” remanescentes, e tem muitas batalhas com Valance que não resultam em trocas de tiro, mas causam um conflito de egos que ilumina a tela com a exuberância do que significa ser homem. Este filme marcou o surgimento desse tipo de personagem defensor da lei e da ordem, com The Man Who Shot Liberty Valance proporcionando o canto do cisne, permitindo que este arquétipo de personagem não caisse no ostracismo com o declínio do gênero do faroeste. O filme termina com a revelação de que Tom Doniphon tinha atirado em Valance para proteger Stoddard, mas não recebeu nenhum crédito por isso. Stoddard usa o seu crédito para se tornar um senador estadual, e mobiliza tempos de mudança e de progresso dentro da cidade de Shinbone. Não havia mais para onde desenvolver o arquétipo do defensor da lei e da ordem nos filmes de faroeste, então um terceiro arquétipo de herói entra em cena; mais corajoso, mais cruel, e com motivações atípicas ao gênero.

Doze anos após a saudação de despedida de John Ford, o faroeste americano tinha começado a diminuir em popularidade, com The Man Who Shot Liberty Valance em 1962 sendo apenas um dos cerca de 11 filmes de faroeste feitos.

Os faroestes com renegados foras-da-lei elevou novamente a popularidade do gênero em 1967 com os filmes de Sergio Leone — personagens violentos, ambíguos, conhecidos por matar à primeira vista e que só se importam com seu próprio ganho material, em grande parte como simples formas de entretenimento.

No entanto, de volta nos Estados Unidos, alguns filmes ainda tentam encontrar um contexto social com o qual trabalhar. The Outlaw Josey Wales é um filme que o próprio Clint Eastwood classifica como uma reação ao ponto de vista social da fase final da Guerra do Vietnã, usando a era de Reconstrução da América do pós-Guerra Civil e da insatisfação dos sulistas como alegoria para a hostilidade do público americano para com os veteranos do pós-Guerra do Vietnã [que não receberam boas vindas e nem sequer um obrigado pelos serviços prestados]. Nascido fora desta desconfiança social e política havia o anti-herói americano, encontrado principalmente em Filmes Noir, mas uma presença constante nos faroestes da época, como The Wild Bunch, dirigido em 1969 por Sam Peckinpah. E popuarizado em todo o mundo por Sergio Leone na “Trilogia dos Dólares.” Semelhante a um personagem criado com competência no primeiro grande filme de Eastwood, A Fistful of Dollars, dirigido por Sergio Leone, ele eleva o arquétipo do anti-herói em busca de vingança a outro patamar, Josey Wales foi concebido em uma história que mostra os maus-tratos a soldados em uma guerra que não foi acordada, usando o Oeste americano como um cenário de guerra a la Vietnã. Este herói era um homem feito, de poucas palavras, habilidades admiráveis, e relutante em fazer amizade com aqueles ao seu redor, pouco importando o quanto queiram sua companhia.

Isso traz a tona a revelação de um terceiro arquétipo masculino principal dos filmes de faroeste: o vingador que busca vingança contra alguém que o ofendeu — neste caso, os soldados ianques conhecido como pés vermelhos que massacraram sua família. O herói vai passar por muitos contratempos para alcançar seu objetivo, mas no final terá completado alguns feitos que inicialmente não se esperariam dele: como descobrir que ele está do mesmo lado das pessoas da cidade ou de pacifistas errantes que não têm a sede selvagem de sangue em seus próprios corações.

Nesse filme, o personagem de Eastwood, se associa a um punhado de personagens complexos, incluindo um Chefe indígena “reformado” interpretado por Chef Dan George, uma jovem índia que acidentalmente se vê em débito por ter sua vida salva por ele, e uma família de viajantes com que ele compartilha uma conexão silenciosa por ter matado um de seus parentes. Escoltando relutantemente, e cuspindo constantemente, Josey acolhe esse “bando” ao longo do caminho enquanto persegue sua vingança. O filme segue a tradição de sucessos como Butch Cassidy and the Sundance Kid, de 1969, que dava um destaque notório a inversão do padrão típico de filmes de faroeste, fazendo dos foras-da-lei os protagonistas principais. Transformando os homens ressentidos e desapontados de seu vínculo com o governo, e que procuravam se livrar disso, nos protagonistas a partir desse ponto em diante.

Ao longo do filme a uma transformação do personagem principal de um solitário singular e letal em um protetor da família e dos ideais, salvando a família no final do filme, que também ajuda-o em sua luta pela vingança. Ironicamente, isso leva ao início desta pesquisa. Josey Wales tem usado suas habilidades selvagens para reunir-se não só com a natureza, mas também com aqueles que o rodeiam, que necessitam de sua proteção, e que não temem a sua autoridade, porque ele é um indivíduo livre na grandiosa tradição ocidental. Os aspectos históricos deste trabalho cinematográfico como alegoria a uma desconfiança em relação ao governo da época, misturado com a necessidade de se fortalecer o núcleo familiar e se proteger das autoridades abusivas, como proclama Eastwood em uma introdução que ele criou, especialmente, para os telespectadores que fossem assistir o filme em DVD. Há um lado anti-autoritário em Wales que é implicitamente visível — ele quer ser conhecido como o personagem que se volta contra o governo, o qual ele não pode mais confiar.

Ao longo dos 55 anos de existência do faroeste, entre seus altos e baixos de popularidade, sua variedade de personagens e as diferentes fórmulas em suas tramas, este gênero de filme sempre foi uma fonte primária para a visão americana da masculinidade. Mesmo que se trate de um retorno à natureza, uma necessidade da violência, o desejo de talhar o próprio nome nas memórias daqueles ao seu redor como um protetor, aproveitador ou um assassino em série, esses filmes têm mostrado como os homens desses tempos estavam aptos a ser. A declaração de Ebert em 3:10 to Yuma prova ser exata: quando em tempos de um dilema moral, os homens jovens e velhos, das mais variadas profissões e cargos, vão olhar mais provavelmente para um personagem de virtuosismo austero para definir a sua própria atitude em relação a sua época. Fora isso, como demonstrado por esses filmes será criado um personagem que reflete esse período de tempo, que se realiza em um ambiente que se tornou a marca registrada dos ídolos americanos.

Os filmes de ação dos anos 80, um legado da Era Reagan, se inspiram bastante nos personagens e tramas de filmes de faroeste, geralmente enfatizando a importância do indivíduo e seu papel crucial no mundo. O indivíduo tomar as rédeas de seu destino é uma mensagem poderosa e inspiradora, servir a um propósito e optar por seguir as próprias aspirações o leva a grandes feitos.

Em filmes como Rambo, Máquina Mortífera, Comando para Matar vemos nitidamente a importância do indivíduo e o que ele pode fazer pelo seu país. Indivíduos que superaram suas próprias dificuldades como pessoa e perseveraram como heróis. Os protagonistas geralmente têm como características mais marcantes o vigor, a virilidade, a perseverança e a assertividade.

Hoje as feministas movidas pelo delírio da ideologia de gênero atacam não só os referenciais de masculinidade dos filmes de faroeste [seja em artigos ou na promoção de filmes como Brockback Mountain] como também os de filmes de ação dos anos 80 não apenas por serem referência de masculinidade mas por representarem os ideais da Era Reagan, coisa que desejam apagar da história a qualquer custo.

Fonte original AQUI

Eu estava tendo uma conversa com um amigo recentemente. Ele é da minha idade, ele é solteiro, e é, eu posso atestar, um bom cara. Eu não o tinha visto há algum tempo, então eu perguntei sobre sua vida amorosa. Ele me disse que está atualmente “ficando” com alguém.

“O que você quer dizer?” Eu perguntei.

“Bem, nós saímos algumas vezes. Ela é ótima.”

“OK, então vocês saindo? Ela é sua namorada?”

“Não. Eu não penso assim. Mas estamos ficando. Estamos conversando.”

“Bem, é claro que vocês estão conversando um com o outro. Você fala com ela ao telefone? Você a vê sempre?”

“Não, enviamos mais mensagens de texto. Eu a vi poucas vezes desde que começamos a ficar.”

“Então você só a conheceu recentemente?”

“Não, eu a conheço há um tempo, mas saímos apenas por algumas vezes.”

“Você não saía com ela antes?”

“Saía. Mas, quero dizer, desde que começamos… Desde que, ah, sei lá o quê…”

Deixei que a conversa se tornasse confusa, porque a confusão é o jogo atualmente. Todo mundo está confuso. Ser solteiro meio que está sendo confundido. Todo mundo está tão confuso que nem sabe que palavras usar para descrever seus relacionamentos. Uma pesquisa com solteiros feita um tempo atrás pelo USA today apontou algo que tem sido evidente há anos: ninguém tem ideia do que está acontecendo em suas próprias vidas amorosas. Perto de 70 por cento não sabe dizer se estão namorando ou só saindo com alguém.

Eu acho que é porque a maioria de vocês está muito ocupada “simplesmente saindo.”

O que é isso, gente? Quantos anos temos?

Passou de cortejo para namoro, e agora é “ficar”. Às vezes, mesmo sair cheira muito a compromisso, caso em que “nos conhecendo” pode ser usado. E se conhecer soa muito sério, talvez nós vamos começar a ouvir “avizinhando-nos”. Essa é uma palavra que eu acabei de inventar, e significa que você e sua amiga do sexo feminino estão muitas vezes no mesmo local, mas de um modo geral, o que não significa que vocês estão realmente naquele local juntos de propósito.

Quando foi que os homens se tornaram tão temerosos em assumir um compromisso, em assumir a liderança, dizer o que querem, fazer planos de longo prazo, definir metas, perseguir, e falar sobre o futuro?

Estamos voltando a ser primatas, perdendo a capacidade de sequer discutir o nosso próprio comportamento utilizando palavras e frases. O homem solteiro está agora relegado a grunhidos e encolhe os ombros e responde “Qualquer coisa” e “você sabe” quando pressionado para ter uma conversa sobre seus hábitos de namoro. Ou seus hábitos de conversando com, saindo, avizinhamento. Ou o que quer que sejam seus hábitos, entende?

“Sair” é como descrevemos o que fazemos com os nossos amigos. É isso que você quer? Você quer que aquela mulher bonita seja sua amiga? Ou você prefere que é melhor diferenciar entre o seu relacionamento com ela e seu relacionamento com seu amigo Carlos?

Eu sei que você pode dizer que consegue diferenciar muito bem entre os dois com base em quem você está saindo com, mas eu acho que isso é um problema. E, falando nisso, vamos relaxar com a questão do “ficar”.

Essa frase faz você soar como um adolescente. Homens adultos contando com as vagas, tímidas palavras de código de calouros do ensino médio. É embaraçoso.

Hora de acabarem com o absurdo, meus senhores. É hora de crescer. É hora de serem homens. Eu sei que este termo realmente ofende muita gente hoje em dia, mas verdadeiramente, companheiros, vamos nos tornar homens de verdade.

Confie em mim, eu não sou inocente. Eu sou casado agora, mas fiz parte deste nebuloso, indefinido cenário ficando-mas-não-namorando. Eu nunca gostei dele, porque ninguém gosta. Eu nunca encontrei qualquer felicidade nele, porque ninguém encontra. Mas eu era uma parte do problema. Eu era um varão fracote, com medo de compromissos significativos, com medo de ficar sozinho, medo de rejeição, medo do futuro, medo de ser traído, medo de ser amado. Apenas com medo, realmente. Com medo de tudo.

Então, um dia, eu conheci Alissa. Ela estava à procura de um homem adulto, e eu estava cansado de joguinhos. Nós dois estávamos exaustos. Então você sabe o que nós fizemos muito cedo na nossa relação?

Definimos nossos termos.

Fizemos nossas metas de maneira clara.

Abrimos-nos um com o outro.

Conversamos sobre o futuro.

Usamos palavras como “casamento”.

Estávamos claros e convictos em nossos propósitos. Eu tinha ambições para o nosso relacionamento. Ambições. Eu tinha uma ideia clara sobre o que eu estava fazendo e por isso que eu estava fazendo isso. Dá pra acreditar? Eu estava naquele relacionamento por um motivo. Eu queria que ele se tornasse algo.

Veja, eu tinha estado flutuando como detritos sem rumo através de um oceano de intenções nubladas e incerteza, até que eu cresci e percebi que o romance não é um jogo, e a maioria das mulheres não são patricinhas frívolas. Elas querem homens que sabem o que querem e não têm medo de verbalizar isso. E se elas não querem isso, então não são dignas de sua energia. Caia fora. Se ela ainda quer fingir que está no ensino médio, deixe-a viver essa fantasia com outra pessoa.

Com Alissa, as coisas eram muito claras desde o começo. Tivemos um relacionamento. Um relacionamento de verdade. Poucos meses depois, eu a pedi em casamento. Algumas pessoas esperam mais tempo, o que é bom. Todos têm seu próprio tempo. Mas eu garanto a você, apesar de sentimentos populares dizerem o contrário, não se leva uma década e meia para descobrir as coisas.

Eu tive muitos namoros fracassados antes de me casar. Alguns terminavam dentro de uns meses, outros levaram muito mais tempo. Mas todos eles acabaram por ser destruídos por problemas que eram claramente evidentes talvez nos primeiros cinco minutos ou menos.

E, sim, eu entendo. Nossa abordagem moderna desastrosa para namoro (ou qualquer outro nome que se dê) não é tudo culpa dos homens. Mas não há nenhum proveito em parcelar a culpa. Tudo o que se pode fazer, solteiros, é começar vocês mesmos em conjunto. Assumir a liderança.

Aqui está um pouco de honestidade brutal para você: se você não está pronto para algo sério, então você precisa ir se preparando e deixar estas senhoras em paz até que você esteja preparado. Você não pode sair e fazer sexo e, em seguida, afirmar que você não está pronto para algo sério. “É tarde demais, amigo. Sexo é algo sério.

Você pode imaginar um piloto de avião dizendo este tipo de coisa?

Atenção, passageiros. Este é o seu capitão falando. Eu só quero dizer-lhes que, já que eu não quero que as coisas fiquem estranhas ou algo assim, então quero dizer que não estou pronto para ser o seu capitão no momento. Quero dizer, sim, eu escolhi pilotar um avião cheio de almas até 32.000 pés para o ar a uma velocidade de 970 quilômetros por hora, mas eu não quero que você pense que isso é tipo, oficial, sabe? Eu tenho as suas vidas em minhas mãos, mas eu não quero que isso seja levado a sério. Na verdade, olha, vou deixar as coisas claras. Eu tenho o meu paraquedas. Vocês não, mas isso é problema de vocês. Eu tenho o que eu preciso para sair dessa. Então, tchau. Aproveitem sua morte flamejante!”

Apenas, para essa analogia ficar melhor, o capitão mandaria tudo por mensagem de texto, porque ele não tem sequer a coragem de verbalizar isso.

Se você é um homem adulto, leve as coisas a sério. O que você está esperando? Você é um adulto agora. Está na hora. Seu recesso está sendo muito longo. Se você ainda não está pronto para compromissos amorosos, tudo bem, mas apenas fique de fora inteiramente no mesmo período.

Não importa o que qualquer um faz, ou diz, ou pensa; não importa o que dizemos a nós mesmos; não importa o que a sociedade insiste, relacionamentos românticos são sempre um negócio sério. Chame do que quiser – ficar, conversando, namorando – há sempre o coração de uma mulher envolvido. Isso significa que você tem uma responsabilidade, certo? Você tem um dever como ser humano, como um adulto, como um homem.

Ela está sendo vulnerável a você. É preciso honrar essa confiança, protegê-la. E se você não está à procura de qualquer coisa, além de sexo barato e mais um troféu de conquista sexual para pendurar na parede em seu estúdio, então você precisa protegê-la de si mesmo, porque você estará trazendo nada mais que decepção e caos em sua vida.

Ouça, há um monte de alegria e amor que você está perdendo quando você passa anos pulando de um opaco “ficar” para outro. Sei disso por experiência.

Se você está saindo com uma mulher e você sente que pode estar envolvido, diga a ela. Ligue para ela. Leve-a para um encontro. Diga as palavras: “Eu gostaria de sair com você”. Nenhuma ambiguidade. Planeje o encontro sozinho. As mulheres querem que você seja decisivo. Pare com o “e aí, o que a gente vai fazer hoje à noite?” Assuma o controle. Busque-a às 7 da noite. Pague a refeição. Tenha uma conversa com ela. Vá a uma pizzaria ou algo assim. Vá em algum lugar. Abra a porta para ela. Largue o celular. Abra-se para ela. Compartilhe suas ideias, seus sonhos, seus medos. Conheça-a. Conquiste-a. Invista no processo, tão assustador e inseguro quanto pode parecer. Corram o risco, senhores. Corram o risco pelo menos uma vez. Sejam intencionais. Sejam desejáveis. Sejam homens!

Você não iria entrar em uma entrevista de emprego e dizer ao entrevistador que você não tem certeza se você quer o trabalho, e você não quer nem falar sobre o trabalho, porque isso o assusta e dá-lhe uma dor de barriga, diria? Portanto, não faça isso com as mulheres que você está namorando, ou ficando, ou falando, ou o que quer que seja.

Nos velhos tempos, chamavam de cortejando. Era muito parecido com o namoro, mas com mais clareza e menos confusão. Talvez devêssemos voltar para essa estratégia.

Chega de ficar só saindo e ficar. Somos homens adultos. Elas são mulheres adultas. Elas merecem mais, e você também.

Matt Walsh

Fonte original AQUI

Autor Fr. Michael Rennier

Ontem à noite, depois do jantar, lutei com meus dois filhos por cerca de uma hora. Embora eu tenha dominado no início com o meu tamanho e força superiores, eles eventualmente me desgastaram e pularam em cima de mim em um ataque de uivos risonhos e bárbaros.

Às vezes, os dois são mais agressivos do que uma matilha de lobos e eu sempre os encontro acertando coisas aleatoriamente com outras coisas, subindo, socando e rolando na lama. Recentemente, nosso filho mais velho abraçou sua mãe enquanto falava com franqueza sobre o porquê nós beijamos os membros da família que amamos e como ele gosta disso.

Ambas as versões são o mesmo garoto. Ambas são expressões de sua masculinidade – o agir de maneira agressiva e a sensibilidade emocional. Os dois aspectos são saudáveis, ​​e eu encorajo. Um menino não deve ser forçado a escolher um lado ou outro, e nem deve ser visto como defeito em sua masculinidade.

Recentemente, Benjamin Sledge escreveu um artigo intitulado: “Today’s problem with masculinity isn’t what you think (O problema de hoje com a masculinidade não é o que você pensa)”. Depois de apontar como os meninos parecem ter muitos problemas para se transformarem em homens hoje em dia, ele escreve:

“Atualmente, há um ataque em duas frentes contra garotos jovens.

Nós vemos o agir de maneira agressiva, brincando com espadas de brinquedo, guerras e batalhas, como sinal de que nossos garotos se tornarão psicopatas por causa de eventos recentes. Homens, falsamente, acreditam que a sensibilidade ou as emoções são um sinal de fraqueza”.

A meu ver, o problema hoje é que atividades agressivas e tradicionalmente “masculinas”, como brincar de soldado e representar os heróis míticos, são desaprovadas como violentas demais. Por um lado, os garotos que se encontram explorando aquela área física, encharcada de testosterona de sua psique, são tachados de serem machos alfa em treinamento e são rapidamente podados.

Mas, por outro lado, os meninos que mostram sinais de emoção, aptidão artística, ternura ou outros chamados “traços femininos” têm sua masculinidade, e talvez até mesmo sua sexualidade, questionada. Então, o que deveria ser um homem? Quais opções são deixadas? Os meninos estão em uma situação sem vitória.

Eu tive minha própria masculinidade questionada mais de uma vez porque me visto bem. Fui ridicularizado por poder citar poemas de Gerard Manley Hopkins e tocar prelúdios de Chopin no piano. Eu já assisti a musicais e gostei deles.

Em seu artigo, Sledge diz que outros homens têm a mesma experiência, e as críticas de ambos os lados “deixam muitos jovens crescendo confusos”. Ele prossegue dizendo: “Não nos envolvemos com os tipos de jogos saudáveis de que precisamos para nos unir, e não temos a conexão emocional que precisamos com pais ou outros homens. Isso deixa os homens apáticos e indiferentes quando sentem que podem ser nenhum dos dois e, assim, refugiamo-nos em nossos mundos digitais de letargia”.

No final, os meninos acabam se perdendo em sua jornada para a idade adulta, e muitos homens são adolescentes em corpos adultos porque tivemos nossa masculinidade tirada de nós. Tudo o que resta são videogames, pornografia e passar todas as noites assistindo a esportes na televisão. Em outras palavras, ficamos com vícios e relíquias não saudáveis da infância que deveríamos ter superado.

Então, como ajudar os meninos a se tornarem jovens saudáveis?

Primeiro, entenda que o agir de maneira agressiva e brincar de guerra são formas de os garotos explorarem seu ambiente. Os meninos, em particular, querem buscar aventuras e encontrar seu propósito na vida, engajando-se no heroísmo. Isso não significa que eles precisam encontrar uma mulher indefesa para resgatar a fim de se tornarem homens de verdade, mas devem ser encorajados – especialmente pelos pais – a enfrentar corajosamente o caos e enfrentar o desconhecido. Os meninos aprendem a se tornar homens ao confrontar o mal e vencer. Eu tento explicar isso para meus próprios garotos em alguns níveis diferentes. Eles podem desafiar seus corpos através do esporte, disciplinar sua vida interior cultivando a virtude e superando o vício, e descobrir sua responsabilidade de defender a verdade, os fracos e os vulneráveis ​​em todas as situações. Todas essas são maneiras de os garotos se tornarem heróis.

Em segundo lugar, uma vez que os meninos tenham liberdade para serem fortes, eles evitarão uma crise de identidade sobre serem sensíveis e artísticos. Um homem forte é um homem gentil, e um homem confiante é um homem emocionalmente sensível. Eu falo com meus meninos sobre minhas emoções e os ensino a amar coisas bonitas como cantar e tocar piano. Eu tento abraçá-los muito. Eu também quero que eles me vejam abraçando sua mãe e suas irmãs e o jeito que sou gentil com elas. Eu rezo com meus filhos e vou à missa com eles, porque a adoração é uma virtude masculina, tanto quanto feminina. Os homens vão à igreja com suas famílias.

A vida é um chamado para a aventura, e os meninos estão animados para partir em seu caminho heroico. Com mais incentivo, eles podem aprender a serem fortes e sensíveis, guerreiros, mas também a serem poetas, confiantes em sua auto-identidade e prontos para se estabelecer no grande desconhecido.

Quando imaginamos um floco de neve, nós o associamos à beleza e singularidade, mas também à sua enorme vulnerabilidade e fragilidade. Estas são precisamente duas das características que definem as pessoas que atingiram a idade adulta na década 2000. Afirma-se que a geração “floco de neve” seja formada por pessoas extremamente sensíveis aos pontos de vista que desafiam sua visão do mundo e que respondem com uma suscetibilidade excessiva às menores queixas, com pouca resiliência.

A voz de alarme, por assim dizer, foi dada por alguns professores de universidades como Yale, Oxford e Cambridge, que notaram que a nova geração de alunos que frequentavam suas aulas era particularmente suscetível, não tolerante à frustração e particularmente inclinados fazerem uma tempestade em um copo de água.

Cada geração reflete a sociedade que eles viveram

Dizem que as crianças saem mais ao padrão da sua geração que aos pais. Não há dúvida de que, para entender a personalidade e o comportamento de alguém, é impossível abstrair do relacionamento que estabeleceu com seus pais durante a infância e a adolescência, mas também é verdade que os padrões e expectativas sociais também desempenham um papel importante no estilo educacional e moldam algumas características de personalidade. Em resumo, podemos dizer que a sociedade é a terra onde a semente é plantada e crescida e os pais são os jardineiros que são responsáveis por fazer crescer.

Isso não significa que todas as pessoas de uma geração respondam ao mesmo padrão, felizmente há sempre diferenças individuais. No entanto, não se pode negar que as diferentes gerações têm metas, sonhos e formas de comportamento característico que são o resultado das circunstâncias que tiveram que viver e, em alguns casos, tornam-se inimagináveis em outras gerações.

Claro, o mais importante é não colocar rótulos, mas analisemos para entender o que está na base desse fenômeno, para não repetir os erros e para que possamos dar a devida importância a habilidades de vida tão importantes quanto a Inteligência Emocional e a resiliência.

3 erros educacionais colossais que criaram a geração “floco de neve”

1. Superproteção. A extrema vulnerabilidade e escassa resiliência desta geração têm suas origens na educação. Estes são, geralmente, crianças que foram criadas por pais superprotetores, dispostos a pavimentar o caminho e resolver o menor problema. Como resultado, essas crianças não tiveram a oportunidade de enfrentar as dificuldades e conflitos do mundo real e desenvolver tolerância à frustração, ou resiliência. Não devemos esquecer que uma dose de proteção é necessária para que as crianças cresçam em um ambiente seguro, mas quando impede que explorem o mundo e limite seu potencial, essa proteção se torna prejudicial.

2. Sentido exagerado de “eu”. Outra característica que define a educação recebida pelas pessoas da geração “floco de neve” é que seus pais os fizeram sentir muito especiais e únicos. Claro, somos todos únicos, e não é ruim estar ciente disso, mas também devemos lembrar que essa singularidade não nos dá direitos especiais sobre os outros, já que somos todos tão únicos quanto os outros. O sentido exagerado de “eu” pode dar origem ao egocentrismo e à crença de que não é necessário tentar muito, uma vez que, afinal, somos especiais e garantimos o sucesso. Quando percebemos que este não é o caso e que temos que trabalhar muito para conseguir o que queremos, perdemos os pontos de referência que nos guiaram até esse momento. Então começamos a ver o mundo hostil e ameaçador, assumindo uma atitude de vitimização.

3. Insegurança e catástrofe. Uma das características mais distintivas da geração do floco de neve é que eles exigem a criação de “espaços seguros”. No entanto, é curioso que essas pessoas tenham crescido em um ambiente social particularmente estável e seguro, em comparação com seus pais e avós, mas em vez de se sentir confiante e confiante, temem. Esse medo é causado pela falta de habilidades para enfrentar o mundo, pela educação excessivamente superprotetora que receberam e que os ensinou a ver possíveis abusos em qualquer ação e a superestimar eventos negativos transformando-os em catástrofes. Isso os leva a desejarem se bloquear em uma bolha de vidro, para criar uma zona de conforto limitado onde eles se sintam seguros.

Para entender melhor como a educação recebida afeta uma criança, é importante ter em mente que as crianças procuram pontos de referência em adultos para processar muitas das experiências que experimentam. Isso significa que uma cultura paranóica, que vê abusos e traumas por trás de qualquer ato e responde com superproteção, gerará efetivamente crianças traumatizadas. A forma como os adultos enfrentam uma situação particularmente delicada para a criança, como um caso de abuso escolar, pode fazer a diferença, levando a uma criança que consegue superar e se torna resiliente ou uma criança que fica com medo e torna-se uma criança vítima

Qual é o resultado?

O resultado de um estilo de parentesco superprotetivo, que vê o perigo em todos os lugares e promove um sentido exagerado de “eu”, são pessoas que não possuem as habilidades necessárias para enfrentar o mundo real.

Essas pessoas não desenvolveram tolerância suficiente à frustração, então o menor obstáculo os desencoraja. Nem desenvolveu uma Inteligência emocional adequada, então eles não sabem como lidar com as emoções negativas que certas situações suscitam.

Como resultado, eles se tornam mais rígidos, se sentem ofendidos por diferentes opiniões e preferem criar “espaços seguros”, onde tudo coincide com suas expectativas. Essas pessoas são hipersensíveis à crítica e, em geral, a todas as coisas que não se encaixam na visão do mundo.

Também são mais propensos a adotar o papel das vítimas, considerando que estão todos contra ou equivocados. Desta forma, eles desenvolvem um local de controle externo, colocando a responsabilidade sobre os outros, em vez de se encarregar de suas vidas e mudar o que podem mudar.

O resultado também é que essas pessoas são muito mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, do estresse pós-traumático à ansiedade e à depressão. Na verdade, não é estranho que o número de transtornos de humor aumente ano após ano.

Fonte:
Mistler, BJ et. Al. (2012) The Association for University and College Counseling Center Directors Annual Survey Reporting. Pesquisa do AUCCCD ; 1-188

Este artigo foi publicado originariamente no siteRincón Psicología via Revista Pazes.

” Em seu esforço de criar um novo homem, tudo o que a modernidade conseguiu foi inventar jovens sem heroísmo e santidade, sem coragem; velhos sem sabedoria e sem maturidade; mulheres sem caridade, sem beleza e sem graciosidade; e homens sem virilidade, sem honra e sem senso de dever.

Os ‘modernos’criaram uma vida sem vitalidade e sem propósito, produzindo uma sociedade adoentada e incapaz de transcender o animalismo sensorial mais rasteiro.

Se nascemos nesta época de degeneração e decadência, no entanto, não nos cabe lamentar ou nos refugiar em algum tipo de saudosismo lamurioso, mas sim agir e viver como quem compreende que a grandeza da civilização tem muito menos a ver com as riquezas que ela legou aos nossos antepassados do que com os esforços que nossos antepassados fizeram para enriquecê-la — se algum dia nossa decadência for revertida, certamente não será pela ação de políticos ou de instituições, mas pela virtude das personalidades e pela revigoração das famílias, por meio da grandeza do coração materno, da força da honra paterna, da exuberância do espanto juvenil e da indispensável ajuda divina”.

Filipe G. Martins