DSC_0091-704x400

Atenção, artigo em espanhol.

Se realizará en diciembre en Colombia y reunirá a 80 figuras del continente. Por Argentina irán la ministra de Desarrollo Social, Carolina Stanley, el ex presidente de la Cámara de Diputados Julián Domínguez y el intendente de Córdoba Ramón Mestre.

El papa Francisco impulsa la realización de un Congreso para políticos católicos latinoamericanos que se hará en diciembre en Colombia y al que serán invitadas 80 figuras del continente, entre ellos, y por Argentina, la ministra de Desarrollo Social, Carolina Stanley, el ex presidente de la Cámara de Diputados Julián Domínguez y el intendente de Córdoba Ramón Mestre.

“El evento se llamara ‘Encuentro de católicos con responsabilidades políticas al servicio de los pueblos latinoamericanos’, y será el 1, 2 y 3 de diciembre en Colombia. Queremos que sea un intercambio de experiencias, de testimonios y reflexiones sobre la experiencia de los laicos católicos que asumen responsabilidades políticas”, anunció este lunes en diálogo con Télam el vicepresidente de la Pontificia Comisión para América Latina del Vaticano (CAL), Guzmán Carriquiry.

El evento, al que asistirán 80 dirigentes de toda la región, incluidos Stanley, Domínguez y Mestre, contará además con la presencia de “20 pastores”: siete cardenales y 13 Obispos, y está co-organizado por la CAL y el Consejo Episcopal Latinoamericano (CELAM).

“El encuentro tiene el aval, el apoyo y el impulso de Francisco y tiene como antecedente la cuestión que Francisco impuso como tema en 2016 de la asamblea plenaria de la CAL, sobre ‘el indispensable compromiso de los laicos en la vida pública de los países latinoamericanos’. Y 20 días después de esa asamblea envió una carta sobre este tema”, explicó Carriquiry.

Serán 80 invitados propuestos por las conferencias episcopales de la región, en una proporción de entre tres y cuatro por país, con la excepción de Brasil que tendrá ocho representantes. Se sabe el ecuatoriano Rafael Correa, para entonces con mandato cumplido, estará en las deliberaciones.

“Queremos poner a la Iglesia, en especial a sus pastores, en actitud de escucha, ante las situaciones y necesidades que viven los católicos con responsabilidades políticas”, detalló el laico uruguayo.

Explicó que la idea no es “formar un bloque político católico en América Latina, ni restaurar un partido de inspiración cristiana”, sino “invitar católicos dentro del espectro plural de las opciones políticas de cada país”. “Y vamos a buscar que la comunión entre ellos sea más fuerte en la sede eclesial que las contraposiciones políticas, que seguirán existiendo y no vamos a amortiguar”, anunció.

“Vamos a tratar de escuchar qué es lo que el magisterio de Papa Francisco y el Episcopado latinoamericano piden a los desafíos y las tareas de la política en América Latina”, agregó.

Tras participar junto a la plana del Celam de una reunión de trabajo en Roma sobre las conclusiones de la asamblea plenaria que la entidad tuvo la semana pasada en El Salvador, Carriquiry explicó que se buscará “estudiar cuál es el identikit ideal del católico en la política y cómo formar una nueva generación de católicos para dignificar la política en América Latina”.

El año pasado, en su carta a la CAL, Francisco planteó que “debemos reconocer que el laico por su propia realidad, por su propia identidad, por estar inmerso en el corazón de la vida social, pública y política, por estar en medio de nuevas formas culturales que se gestan continuamente tiene exigencias de nuevas formas de organización y de celebración de la fe”.

La información es publicada por Telam, 22-05-2017.

5np1-jlg-d58isxdiivitob1kzb0vytbljhn0lus9mi9rpesppd7aistzc82_jztck5npqowhg4i85kzhnogvd6kxjhp

Um católico pode (e, em alguns casos, deve) fazer greve, mas como recurso extremo em casos graves. Em um regime democrático, não se justifica recorrer à greve como arma política. O direito à greve tem limites e o trabalhador cristão deve apelar a ela somente quando os demais caminhos tiverem fracassado.

A greve é um direito, mas não pode ser considerada um método democrático, e sim um instrumento legal quando as vias democráticas tiverem fracassado.

A greve é legítima “quando se apresenta como recurso inevitável, ou mesmo necessário, em vista de um benefício proporcionado”, depois de ter constatado a ineficácia de todas as demais modalidades para superar os conflitos”, segundo o Catecismo da Igreja Católica (n. 2435).

Trata-se de uma das conquistas mais custosas do movimento sindical e consiste na rejeição, coletiva e concertada, por parte dos trabalhadores, a continuar desenvolvendo suas atividades, com o fim de obter, por meio da pressão assim realizada sobre os patrões, sobre o Estado e sobre a opinião pública, melhorias em suas condições de trabalho e em sua situação social.

Ainda quando se perfile como “uma espécie de ultimato, deve ser sempre um método pacífico de reivindicação e de luta pelos próprios direitos; torna-se moralmente inaceitável quando é acompanhada de violências ou ainda quando se lhe atribuem objetivos não diretamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum”, destaca o Compêndio da Doutrina Social da Igreja (n. 304).

É importante salientar os princípios: a greve não é um método democrático, mas uma exceção que a democracia implanta para a solução de conflitos trabalhistas quando não se chega a acordos democráticos.

Por isso, em uma democracia, as greves políticas são imorais e, portanto, antidemocráticas, a não ser que exista uma situação de tirania evidente ou de ditadura irreversível.

Como a vida econômica e a estrutura política estão em íntima relação, é indispensável ver a relação existente entre direito e ética em um fato tão significativo como a greve. Esta tem uma dimensão jurídica, enquanto regulada pela lei, e outra ética, anterior à lei, como capacidade do homem de defender seus direitos antropológicos.

A abordagem ética da greve só se aplica às greves de cunho econômico. Pode acontecer que, quando o empresário é o Estado, a greve econômica se torne greve política.

Não é moralmente justificável quando utilizada para alcançar objetivos políticos alheios ao mundo do trabalho ou quando é acompanhada de violência.

Por exemplo, uma greve educativa projetada no contexto eleitoral adquire dois graves riscos: tornar-se uma greve política contrária ao método eleitoral de uma sociedade democrática – e assim se torna um caminho ditatorial; e colocar em risco a vida cultural e educativa de pessoas inocentes, como as crianças, que sofrerão danos irrecuperáveis se a greve durar muito tempo.

Por conseguinte, a greve é moralmente legítima quando constitui um recurso inevitável – quando não necessário – para obter um benefício proporcional. É moralmente inaceitável quando acompanhada de violência ou também quando se leva a cabo em função de objetivos não diretamente vinculados às condições do trabalho ou contrários ao em comum.

Mas também é rejeitável quando utilizada de forma ideológica, apoiando um grupo que aspira ao poder. O uso da ética, misturado ou confundido com a política, cria ou se converte em ditadura espiritual e ideológica. As greves baseadas e movidas pelas ideologias e pela tentativa de solução dos problemas sem contar com a sociedade nem com as instituições básicas (família, escola, associação de pais de alunos, empresários, religiões) se tornam uma porta aberta aos fascismos, como demonstra a história.

Para que uma greve seja justa, deve cumprir os mesmos requisitos exigidos no caso da guerra justa.

A licitude da greve está fundada em condições similares à licitude da guerra: causa justa, ausência de outros meios e declarada pela autoridade competente.

Tanto a guerra justa como a greve justa precisam ser situadas, para a sua consideração ética, no marco do conflito: a concepção da greve foi entendida como luta e enfrentamento para alcançar seus objetivos seguindo o velho slogan do marxismo: “Para fazer uma omelete, há de se quebrar os ovos”, ou seja, não importam os meios, o importante é chegar aos objetivos.

Na greve, apresenta-se um processo no qual quem vence é o mais forte, ainda que este não tenha razão. Por isso, assim como na guerra, a greve será o último procedimento, com tal de que a justiça triunfe. Enquanto existir alguma esperança de chegar a um acordo por meio de outro procedimento, da intervenção da autoridade etc., a greve não tem justificação ética.

O direito à greve tem limites, quando o que está em jogo é o bem de terceiros inocentes.

Nem todas as greves produzem os mesmos efeitos. Algumas produzem efeitos irrecuperáveis. Por exemplo, uma greve de médicos pode ocasionar a morte de pacientes – que não voltarão a esta vida depois da resolução do conflito.

O princípio de proporcionalidade é teoricamente claro para ser aplicado ao caso da greve de professores. O problema surge sobre a licitude de fazer greve em profissões ou categorias cuja ação pode produzir efeitos irremediáveis em terceiros: profissões médicas, educativas. Por isso, as autoridades democráticas e os encarregados de organizar a greve devem garantir serviços mínimos, para que seja justificada.

Dentro desta questão, é difícil justificar aquela greve que causa males a terceiros e aos próprios grevistas. Às vezes se entra em um caminho demagógico, quando a pessoa do terceiro inocente (uma criança em idade escolar, por exemplo) é utilizada intencionalmente para um proveito pessoal, de caráter econômico ou político.

Aleteia

*****

* Greve e manifestações, que diz a fé católica?

Sobre as greves diz Leão XIII na Rerum Novarum


22. O trabalho muito prolongado e pesado e uma retribuição mesquinha dão, não poucas vezes, aos operários ocasião de greves.E preciso que o Estado ponha cobro a esta desordem grave e frequente, porque estas greves causam dano não só aos patrões e aos mesmos operários, mas também ao comércio e aos interesses comuns; e em razão das violências e tumultos, a que de ordinário dão ocasião, põem muitas vezes em risco a tranquilidade pública.O remédio, portanto, nesta parte, mais eficaz e salutar é prevenir o mal com a autoridade das leis, e impedir a explosão, removendo a tempo as causas de que se prevê que hão–de nascer os conflitos entre os operários e os patrões.

A leitura superficial pode se revelar enganosa e, a um leitor menos atento, pode parecer que a Igreja é “contrária às greves” assim, sem mais ressalvas. Ou ainda, caso as pessoas tenham o cuidado de abrir o Catecismo da Igreja Católica, podem se deparar com a seguinte passagem e julgar que, afinal, a Igreja dizia ontem uma coisa e hoje diz o contrário:

§2435 A greve é moralmente legítima quando se apresenta como um recurso inevitável, e mesmo necessário, em vista de um benefício proporcionado. Torna-se moralmente inaceitável quando é acompanhada de violências ou ainda quando se lhe atribuem objetivos não diretamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum.

E então? A greve é “moralmente legítima” ou é uma “desordem grave”?Vale o que foi dito no século XIX ou vale o que é dito hoje? Na verdade (e aliás como sempre), valem as duas coisas. De que maneira? Muito simples: mudou-se o que se entende por “greve”.

A Igreja sob Leão XIII nunca condenou a greve entendida como o direito de se recusar a trabalhar em condições degradantes. O que a Igreja condenou foi o evento sociológico “greve” da época, que tinha pouco ou nada a ver com as greves atuais: naquela época, era “greve” quando os trabalhadores ocupavam as fábricas, quebravam as máquinas e, se calhasse, matavam o patrão ou os que lhe eram próximos. A greve era um atentado concreto (pelo menos) ao direito à propriedade e (não raro) ao direito à vida. Óbvio, portanto, que tal coisa fosse condenada. Aliás ainda o é.

Igualmente, hoje não é “qualquer greve” que é legítima: ao contrário, são legítimas as greves que «se apresenta[m] como um recurso inevitável, e mesmo necessário, em vista de um benefício proporcionado», como está no Catecismo. E só é legítima a greve que (ao contrário daquelas historicamente condenadas pela Igreja) não seja “acompanhada de violências”. Mudaram, portanto, as contingências históricas: permanece imutável o ensino moral da Igreja, que (por definição) não se pode mudar.

Confundir realidades distintas por conta do emprego comum de um mesmo termo para designar ambas é sempre um risco. Mas outro risco é o de achar que, com a mudança das realidades contingentes, mudam-se (ou abrandam-se) as condenações da Igreja. Julgar desta maneira é não entender o que aconteceu neste caso da greve (e em outros casos análogos, como o dos juros): as condenações da Igreja não “se abrandaram”, elas permanecem integralmente válidas. O que deixou de existir foi o objeto da condenação: antes havia uma coisa caracterizada por proletários destruindo fábricas e, hoje, existe uma outra coisa que se caracteriza por empregados se recusando a trabalhar. Ambas foram contingentemente chamadas de “greve”, mas é bastante evidente que se tratam de realidades bem distintas.

Se alguém resolver quebrar máquinas hoje como se fazia no século XIX, não pode aduzir em sua defesa um alegado “direito de greve” reconhecido tanto pela Igreja quanto pelo direito brasileiro. Igualmente, se algum proletário da época da Revolução Industrial resolvesse então dizer que não ia mais trabalhar enquanto não fosse melhor remunerado, tal situação não seria de modo algum condenável pelas autoridades eclesiásticas da época.

É desse modo, portanto, que deve ser entendida a autoridade moral da Igreja Católica: separando-se as questões de princípio das questões de fato, recaindo a infalibilidade magisterial (e a sua conseqüente irreformabilidade, etc.) sobre as primeiras.

Quanto às questões de fato, é preciso ter em mente que as contingências históricas podem mudar e, portanto, pode ser que as condenações de outrora deixem de valer por mera vacuidade contingente do objeto condenável (sem que contudo o objeto deixe de ser condenável). Mas mesmo quanto às questões de fato compete às autoridades da Igreja dar a orientação definitiva.

Ninguém pode levianamente afirmar que certas condenações do passado não são mais válidas: na verdade, as condenações do passado são sempre e para sempre válidas. O que pode acontecer, repita-se, é que não exista mais o objeto anteriormente condenado; mas até para a emissão desse juízo de fato é mister estar em delicada consonância com o Magistério da Igreja.

Autor: Jorge Ferraz

Urna-eleitoral

Fonte: Catholic Answers (EUA) – http://www.catholic.com
(Tradução de Carlos Nabeto)

Para os Verdadeiros Católicos

Este Guia oferece declarações claras e concisas acerca de cinco assuntos morais inegociáveis. Ao terminar de lê-lo, não restará dúvida ou confusão a respeito do ensino da Igreja, sobre o que ela exige de seus filhos.

Nenhuma parte deste Guia deverá ser interpretada como apoio para algum candidato ou partido político.

Como este guia do eleitor pode ajudá-lo?

Este Guia do Eleitor o ajudará a votar de modo consciente, fundamentado no ensino moral católico. Este Guia o auxiliará a eliminar aqueles candidatos que apóiam políticas irreconciliáveis com as normas de moralidade sustentadas por todo cristão.

Face à maioria dos temas apresentados pelos candidatos e legisladores, os católicos podem favorecer um ou outro, sem ter que agir contra a sua fé. Com efeito, a maioria dos assuntos não necessita de uma “postura católica”.

Porém, alguns assuntos são tão importantes, tão fundamentais, que apenas uma única ação pode estar de acordo com o ensino do evangelho cristão. Ninguém que defenda uma postura incorreta nesses assuntos pode dizer que age segundo as normas morais da Igreja.

Este Guia do Eleitor identifica os cinco assuntos “inegociáveis” e o ajuda a chega numa lista de candidatos aceitáveis, que postulam um cargo político, seja a nível nacional, estatal ou municipal.

Os candidatos que respaldarem qualquer dos cinco assuntos inegociáveis, devem ser considerados desqualificados para o desempenho de cargo público e, portanto, não devem receber o seu voto. Assim, você deverá fazer a sua escolha entre os candidatos restantes.

Seu papel como eleitor católico

Os católicos têm a obrigação moral de promover o bem comum ao exercer o seu privilégio de voto (cf. CIC, §2240). As autoridades civis não são as únicas responsáveis pelo país. “O serviço do bem comum exige dos cidadãos que cumpram com a sua responsabilidade na vida da comunidade pública” (CIC, §2239). Isto significa que os cidadãos devem participar do processo político na urna de votação.

Porém, a votação não pode ser arbitrária. “A consciência cristã bem formada não permite a alguém favorecer com o próprio voto a concretização de um programa político ou a aprovação de uma lei particular que contenham propostas alternativas ou contrárias aos conteúdos fundamentais da fé e da moral” (CVP nº 4).

Algumas questões sempre estarão erradas e ninguém poderá votar a favor delas direta ou indiretamente. Os cidadãos votam a favor desses males quando votam nos candidatos que se propõem a promovê-los. Portanto, os católicos não devem votar a favor de alguém que promove programas ou leis intrinsecamente más.

Os cinco assuntos inegociáveis

Estes cinco assuntos são chamados inegociáveis porque contêm atos que sempre são moralmente maus e nunca podem ser promovidos pela lei. É pecado grave defender ou promover qualquer destes atos e nenhum candidato que verdadeiramente deseja fomentar o bem comum pode apoiar estes cinco assuntos inegociáveis:

1. O Aborto

Sobre uma lei que permite o aborto, a Igreja ensina que “nunca é lícito submeter-se a ela, nem participar em uma campanha de opinião a favor de uma lei semelhante, nem dar-lhe o sufrágio do próprio voto” (EV nº 73). O aborto é o assassinato intencional de um ser humano inocente e, portanto, é uma espécie de homicídio.

A criança sempre é parte inocente e nenhuma lei pode permitir que lhe seja tirada a vida. Mesmo quando uma criança é concebida em razão de estupro ou incesto, a criança não tem culpa e não deve sofrer a morte pelo pecado dos outros.

2. A Eutanásia

Às vezes disfarçada sob a denominação de “morte misericordiosa”, a eutanásia é uma forma de homicídio. Ninguém tem o direito de tirar sua própria vida (suicídio) e ninguém tem o direito de tirar a vida de uma pessoa inocente.

Com a eutanásia, os doentes e os idosos são assassinados sob um sentido de compaixão mal fundamentado, pois a verdadeira compaixão não pode incluir o cometimento de atos intrinsecamente maus contra outra pessoa (cf. EV nº 73).

3. As Pesquisas com Células Estaminais Fetais

Os embriões humanos são seres humanos. “O respeito pela dignidade do ser humano exclui toda manipulação experimental ou exploração do embrião humano” (CDF nº 4b).
Os recentes avanços científicos demonstram que qualquer cura que possa resultar dos experimentos com células estaminais fetais pode também ser desenvolvida a partir do uso de células estaminais adultas. As células estaminais adultas podem ser obtidas sem causar mal aos adultos das quais provêem. Portanto, já não existe um argumento médico favorável ao uso das células estaminais fetais.

4. A Clonagem Humana

“As tentativas… para se obter um ser humano sem conexão alguma com a sexualidade, mediante ‘fissão gemelar’, clonagem, partenogênesis, devem ser consideradas contrárias à moral, porque estão em contraste com a dignidade tanto da procriação humana como da união conjugal” (RVH 1,6).

A clonagem humana também acaba sendo uma forma de homicídio porque destrói o clone “rejeitado” ou “fracassado”; no entanto, cada clone é um ser humano.

5. O “Matrimônio” Homossexual

O verdadeiro matrimônio é a união entre um homem e uma mulher. O reconhecimento legal de qualquer outra forma de “matrimônio” menospreza o verdadeiro matrimônio e o reconhecimento legal das uniões homossexuais na realidade causa dano aos homossexuais, pois os anima a continuar vivendo sob um acordo objetivamente imoral.

“No caso de uma Assembléia Legislativa propor pela primeira vez um projeto de lei a favor da legalização das uniões homossexuais, o parlamentar católico tem o dever moral de expressar clara e publicamente seu desacordo e votar contra o projeto de lei. Conceder o sufrágio do próprio voto a um texto legislativo tão nocivo ao bem comum da sociedade é um ato gravemente imoral” (UPH nº 10).

Com quais cargos políticos devo me preocupar?

As leis são aprovadas pelo Legislativo, o Executivo as faz cumprir e o Judiciário as interpreta. Isto quer dizer que você deve se preocupar com qualquer candidato ao Legislativo, ou qualquer um que se apresente como candidato ao Poder Executivo e, [nos países onde for cabível] os que se candidatam à magistratura. E isto não apenas em nível nacional, mas também estadual e municipal.

É certo que, quando o cargo é inferior, há menor probabilidade do candidato apoiar certas causas. Por exemplo, é possível que a Câmara Municipal jamais discuta o tema da clonagem humana. Porém, é muitíssimo importante avaliar cada candidato antes das eleições, sem importar o cargo que está disputando.

Poucas pessoas alcançam um alto posto sem ter ocupado um cargo menor. Algumas poucas pessoas se convertem em deputados, em senadores ou presidentes sem ter sido antes eleitas para um cargo menor. Porém, a maioria dos deputados, senadores e presidentes começaram sua carreira política em nível local. O mesmo ocorre com os deputados estaduais; muitos deles começaram nas Câmaras Municipais e associações de bairro, galgando aos poucos a carreira política.

Os candidatos que futuramente postularão cargos superiores procederão principalmente dos atuais candidatos a cargos menores. Por isso, é prudente empregar os mesmos princípios para os candidatos municipais como para os estaduais e federais.

Se os candidatos que estão equivocados nos cinco assuntos inegociáveis fracassarem na eleição para os cargos menores, talvez não postularão cargos superiores. Isto facilitaria a eleição dos melhores candidatos para os postos de maior influência em nível estadual e nacional.

Como determinar a postura de um candidato

1. Isto poderá se conseguir com maior facilidade quanto mais importante for o cargo. Por exemplo: apresentar estes assuntos [inegociáveis] aos deputados e senadores e determinar sua postura. O mesmo podemos fazer em nível estadual. Em ambos os casos, conhecer a postura de um candidato pode ser fácil ao ler artigos em jornais e revistas, buscar suas opiniões na Internet ou avaliar suas propostas impressas e distribuídas durante o período eleitoral.

2. Um pouco mais difícil é conhecer as opiniões dos candidatos aos cargos municipais, porque poucos deles tiveram a oportunidade de considerar a legislação sobre temas como o aborto, a clonagem e a santidade do matrimônio. Porém, estes candidatos, por serem locais, freqüentemente podem ser contatados diretamente ou mantêm comitês eleitorais onde poderão explicar sua postura perante estes temas.

3. Se não for possível determinar a postura do candidato por outros meios, não hesite em escrever-lhe diretamente e perguntar-lhe qual a sua posição sobre cada um dos assuntos inegociáveis.

Como não se deve votar

1. Não confie seu voto apenas à sua filiação partidária, em seus anteriores hábitos de votação ou na tradição familiar de voto. Há alguns anos, estas eram formas confiáveis para determinar em quem se poderia votar, mas hoje não são mais confiáveis. Deve-se olhar cada candidato como um indivíduo. Isto significa que você pode votar em candidatos de partidos distintos.

2. Não vote pela aparência ou personalidade do candidato ou por sua astúcia perante os meios de comunicação. Alguns desses candidatos atraentes, agradáveis e que dizem o que convém apóiam males intrínsecos quando deveriam se opor a eles, enquanto que outros candidatos, que parecem simples, cansados ou incomodados pelas câmaras defendem leis que estão de acordo com os princípios cristãos.

3. Não vote em candidatos apenas porque se declaram católicos. Infelizmente, muitos dos candidatos que se dizem católicos rejeitam os ensinamentos básicos da moral católica. Eles apenas são “católicos” porque querem o voto dos católicos.

4. Não selecione os candidatos baseando-se apenas no pensamento: “O que vou ganhar?”. Tome sua decisão optando pelos candidatos que pareçam mais dispostos a promover o bem comum, ainda que você não se beneficie direta ou imediatamente do ordenamento legal que propõem.

5. Não premie com seu voto os candidatos que estejam corretos em assuntos menos importantes, mas que estão equivocados em assuntos morais fundamentais. Pode ser que um candidato adquira uma certa consideração por ter votado exatamente como você deseja, embora já tenha votado a favor – digamos – da eutanásia. Tal candidato jamais deve receber o seu voto. Os candidatos devem saber que estar equivocado em um dos cinco assuntos inegociáveis é suficiente para excluí-los da sua consideração.

Como votar

1. Para cada cargo, determine primeiro a posição que cada candidato possui em cada um dos cinco assuntos inegociáveis.

2. Elimine da sua relação os candidatos que estiverem equivocados em qualquer um dos assuntos inegociáveis. Não importa que tenham razão em outros assuntos; devem ser desprezados se estiverem equivocados em um só dos não negociáveis.

3. Escolha entre os candidatos restantes, baseando-se no seu juízo sobre as posições de cada candidato em outros assuntos de menor importância.

Quanto não há um candidato “aceitável”

Em alguns debates públicos, cada candidato assume uma postura equivocada em um ou mais assuntos inegociáveis. Nesse caso, você pode votar no candidato que assuma menos posturas incorretas; ou que pareça ser mais incapaz para fazer avançar a legislação imoral; ou pode, ainda, não votar em ninguém.

O papel da sua consciência

A consciência é como um alarme: o adverte quando está a ponto de cometer algum erro. Ela apenas não determina o que é bom ou mau. Para que a sua consciência funcione corretamente, deve estar bem informada. Ou seja, você deve se informar sobre o que é bom e o que é mau. Só assim sua consciência será um guia confiável.

Infelizmente, muitos católicos hoje em dia não formaram suas consciências adequadamente sobre os assuntos fundamentais da moralidade. O resultado é que suas consciências não disparam nos momentos apropriados, inclusive no dia das eleições.

Uma consciência bem formada jamais contradiz o ensino moral católico. Por essa razão, se você tem dúvidas sobre o caminho que deve trilhar a sua consciência no momento de votar, ponha sua confiança no firme ensino moral da Igreja (o Catecismo da Igreja Católica é uma excelente fonte de ensino moral autêntico).

Quando acabar de ler este Guia do Eleitor

Por favor, não pare com a simples leitura deste Guia. Leia-o, aprenda com ele e prepare a sua seleção de candidatos baseado nele. Após, forneça este Guia do Eleitor a um amigo e peça-lhe que o leia e o repasse a outros. Quanto mais pessoas votarem de acordo com os princípios morais básicos, melhor será o nosso país.

Abreviações:

CIC – Catecismo da Igreja Católica
CVP – Congregação para a Doutrina da Fé: Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e a conduta dos católicos na vida política.
CDF – Pontifício Conselho para a Família: Carta dos Direitos da Família.
EV – João Paulo II: Carta Encíclica Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida)
RVH – Congregação para a Doutrina da Fé: Instrução acerca do respeito da vida humana nascente e dignidade da procriação.
UPH – Congregação para a Doutrina da Fé: Considerações acerca dos projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais

eleições-2016

Os bispos da Arquidiocese do Rio de Janeiro assinaram uma nota orientando os fiéis sobre as eleições de 2016. No texto, reafirmam que a Igreja não possui nenhum candidato, mas pede aos fiéis que levem alguns pontos em consideração antes de darem o seu voto ao político escolhido. A nota foi publicada hoje (23/08) no perfil de Dom Luiz Henrique da Silva Brito, bispo auxiliar do Rio.

Segue o texto da nota:

As eleições municipais para prefeito(a) e vereador(a) estão se aproximando. Os Bispos Católicos do Rio de Janeiro, conforme orientação da Igreja Católica, não indicam candidatos pois respeitam a consciência de cada fiel. Contudo, cumprindo a missão de pastores que devem zelar pelo bem integral da população apresentam algumas orientações a seguir:

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016
“A paz é fruto da justiça (IS 32,17)

Seu voto para escolher Prefeito(a) e Vereadores(as) é importante e decisivo para o futuro.

Depende de você que o seu município seja governado por pessoas que desejam o bem de todos.
Não troque seu voto por favorecimentos pessoais, benefícios materiais, promessas ilusórias, etc.

Escolha candidatos que:
– Tenham ficha limpa: não sejam corruptos nem multipliquem seus bens pela corrupção;
– Sejam bons administradores, porque quem não cuida bem de seu patrimônio não tem condições de representar o povo na Prefeitura nem na Câmara Municipal;
– Respeitem e promovam a família;
– Valorizem a educação das crianças, adolescentes e jovens, o ensino religioso nas escolas, a liberdade religiosa, o lazer sadio e o atendimento melhor à saúde;
– Defendam sempre a vida e sejam contra o aborto e as drogas;
– Promovam o cuidado da casa comum, respeitando o equilíbrio da natureza: florestas, rios, saneamento básico e a construção da moradia em lugares sem risco;
– Apresentem projetos concretos para a digna mobilidade humana;
– Comprometam-se com estratégias eficazes para segurança e paz da sociedade e estimulem um desenvolvimento que gere oportunidades de trabalho.
O FUTURO DO SEU MUNICÍPIO ESTÁ EM SUAS MÃOS!

BISPOS DO RIO DE JANEIRO

caravaggio-e1458595084561-740x493Eis um tempo difícil. As informações são desencontradas, os ânimos, exaltados. Uma crise política aguda, com as pessoas opinando e brigando em defesa das próprias convicções e informações, muitas vezes sem tê-la. Multiplicam-se notas, comentários, manifestações de autoridades civis, judiciárias e mesmo eclesiásticas. O povo está na rua, seja para defender o fim imediato do governo, seja para defender o próprio governo, em manifestações que a imprensa costuma chamar, sem reparar no paradoxo, de “protestos a favor”.

Não é admissível que alguns, para defender o indefensável, desqualifiquem setores inteiros da população como se fossem “golpistas, “manipuladores da opinião pública” ou “títeres das grandes redes de imprensa a serviço de interesses imperialistas”. Não são. As pessoas estão de fato se sentindo traídas, revoltadas, com um governo que sempre se escondeu no pretexto do “eu não sabia”, mas, quando flagrado em conversas desaconselháveis ou com patrimônio em nome de terceiros, mobilizem os correligionários a desautorizar agressivamente o clamor popular por justiça.

Também não se trata de imputar o descobrimento de todo esse esquema de corrupção a uma suposta “maior liberdade de investigação” no país. Isto não escusa ninguém. Não existe a possibilidade de que se perdoe um político corrupto simplesmente porque, supostamente, ele deixou a polícia trabalhar mais facilmente do que outros corruptos. Primeiro, porque isto não é verdade: temos, desde 1988, uma estrutura policial, de Ministério Público e de Judiciário livre e atuante no país, como comprovam as milhares de operações de combate à corrupção que ocorreram desde então. Segundo, porque isto não desmente a própria corrupção. Nem torna alguém mais apto a ser governante. Um corrupto transparente não é mais desejável do que um corrupto dissimulado. Talvez seja apenas mais cínico, ou mais incompetente.

Mas, no inflamar do debate, há sempre uma tendência a desqualificar o outro, em vez de responder aos seus legítimos questionamentos. Por exemplo, já ouvi alguém chamar de “vozes do conservadorismo”, ou de “saudosos de 64”, ou de “setores que usam o discurso do combate à corrupção para promover um retrocesso democrático” às parcelas da população que, com muita legitimidade, clamam por justiça.

A tendência a desqualificar o outro e a palavra de equilíbrio da Igreja.

Nestes momentos, é sempre alentador ouvir este ou aquele pastor da Igreja dirigir uma palavra justa ao povo de Deus. É o momento de reconhecer a importância desses pronunciamentos e ensinamentos justos na manutenção da paz e da democracia em nosso país.

É sempre importante registrar que não há um “movimento de desprezo à democracia” em curso no país por parte da maioria esmagadora da população. Há, isto sim, uma grande operação policial e judicial fundamentada em dados concretos, que já resultou em diversas condenações de empresários e servidores públicos, e na repatriação de enormes somas de dinheiro público. Existe uma grande decepção popular com um governo que se elegeu prometendo acabar com a corrupção, com slogans do tipo “por um Brasil mais decente”, e acabou envolvido com sucessivos escândalos. Não há de surpreender que o povo não aceite, por parte de quem se elegeu prometendo ser diferente, que agora argumente que apenas fez apenas “igual” a todos os outros governantes, quanto à corrupção. Não tem o direito de usar o argumento de que é apenas “igual a todos” quem se elegeu prometendo “ser diferente”. Não se pode aceitar que o “combate à corrupção”, quando era usado para eleger o governo, fosse um bom mote, e agora, quando torna-se público mais um esquema de corrupção nas entranhas governamentais, o grito popular contra a corrupção seja “denunciado” como “pretexto para golpismo” de uma “elite pequeno-burguesa”.

O Magistério e a justa relação entre o fiel leigo e o poder público.

Quem usa de argumentos assim ignora que o Catecismo da Igreja Católica considera próprio do bom exercício da cidadania pelo fiel católico a justa reclamação contra os desmandos do governo. O católico que clama por justiça e contra a corrupção segue o que diz o Catecismo da Igreja Católica, § 2238, in fine:

A leal colaboração dos cidadãos inclui o direito, e às vezes o dever, de apresentar suas justas reclamações contra o que lhes parece prejudicial à dignidade das pessoas e ao bem da comunidade.

O Catecismo cita a Gaudium et Spes no § 2242, e ensina:

Se a autoridade pública, exorbitando de sua competência, oprimir os cidadãos, estes não recusem o que é objetivamente exigido pelo bem comum; contudo, é lícito defenderem os seus direitos e os de seus concidadãos contra os abusos do poder, guardados os limites traçados pela lei natural e pela lei evangélica.

É assim que as grandes manifestações estão acontecendo, como a do último dia 13 de março de 2016. Concorde-se ou discorde-se, são milhões de pessoas que saíram na rua em ordem e com tranquilidade, para manifestar sua revolta com a corrupção. Não seguiam qualquer suposto “messias”, nem estavam saudosas de épocas passadas. Apenas exercem com simplicidade o direito à manifestação pública, como a Constituição lhes garante. Não há messianismo no caso concreto. Nem saudosismo de ditaduras, como se a democracia somente existisse se o atual partido estiver sempre no poder, a pretexto de preocupações sociais ou populares – como se fosse o monopolista do bem.

Há, isto sim, um povo que acompanha uma grande força-tarefa com servidores de diversos órgãos de Estado, como a Receita Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário, que, após julgar e condenar, na Ação Penal 470 (mensalão), inclusive no Supremo Tribunal Federal, um grande esquema de desvio público, depara-se agora com um esquema maior ainda. Se o povo manifesta empolgação com esta ou aquela figura do Judiciário ou do Ministério Público, isto não se dá por messianismo, senão por decepção com os líderes políticos em geral.

A pluralidade de opiniões políticas e a verdade como libertação.

É claro que dentro da Igreja convivem diversas opiniões. E deve ser assim: em matéria de opinião política, a pluralidade é esperada.

Ficamos felizes porque nossos pastores não se deixam enganar pelos que usam uma linguagem que desqualifica o debate, que reduz a população descontente com a corrupção a uma “massa de conservadores” ou de “alienados manipulados”, que imputa às manifestações de descontentamento com o governo a certa “imprensa golpista” ou que desqualifica a atitude firme de alguns agentes públicos de investigação como “messianismo”. Sabemos que, mais do que ninguém, a Igreja é capaz de saber que não é verdade que os políticos estão “todos no mesmo saco”, como se todos fossem igualmente corruptos e os atuais fossem “perseguidos” porque são” sociais”. Há gente correta lutando no mundo da política, que é o campo próprio da atuação dos leigos. São poucos, é certo, mas não merecem ser todos colocados no mesmo saco. Não imaginaríamos, portanto, que nossos pastores afirmassem que todos os leigos na política são iguais na corrupção, para defender este ou aquele por causa de supostos engajamentos sociais.

É claro que muitas vezes esta ou aquela manifestação destoante pode sair numa página eclesial oficial, mas estamos certos de que nossos pastores estão muito atentos também a isto.

É sempre muito bom ouvir uma palavra que conduz ao respeito recíproco no debate, àpacificação dos ânimos e à livre manifestação democrática de opiniões, levando a sério o que o nosso povo está sentindo. Sempre o fazem, com muita justiça e retidão. Não queremos jamais imaginar que alguém dentro da Igreja pudesse acreditar que implantar esta ou aquela ideologia no país justificasse valer-se da estrutura eclesial para algum outro fim que não fosse o de evangelizar o mundo com a verdade de fé, de moral e a legítima doutrina social da Igreja. O Papa Francisco tem denunciado com palavras muito fortes a corrupção. É o roubo daquilo que é comum, é o empobrecimento dos que mais precisam, e nenhuma ideologia pode justificar isto.

De fato, Jesus Cristo libertador não é aquele engajado em supostas lutas ou movimentos sociais que escondem muitas vezes interesses inconfessáveis de quem já não acredita nem no Evangelho, nem na Tradição, nem no Magistério. O verdadeiro Jesus Cristo é o que nos conduz à verdade. Porque só a verdade nos liberta.

Paulo Jacobina

Dom_Odilo_Scherer

Um momento político de preocupação e delicado. Assim o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, classificou o atual contexto vivido pelo Brasil, durante entrevista coletiva concedida na quinta-feira, 18, e vídeo divulgado em seguida em sua página no Facebook.

Ao receber a imprensa na Cúria Metropolitana no tradicional encontro para falar das celebrações da Semana Santa, o Arcebispo também comentou a crise política nacional e a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

Lula foi empossado ministro-chefe da Casa Civil na manhã de quinta-feira, 18. Entretanto, minutos depois da cerimônia, uma decisão liminar do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu a nomeação. Esta suspensão foi derrubada na noite de ontem pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Cândido Ribeiro. Mesmo assim, o ex-presidente ainda não pode exercer sua nova função, porque outra decisão da juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, também o suspendeu do cargo.

“Eu vejo o atual momento político brasileiro com preocupação visto as situações que se criaram de incertezas, de instabilidade, até de manifestações com certo risco de violência – que graças a Deus até aqui foram muito contidas”, expressou o Purpurado.

Para Dom Odilo, esta crise é, por um lado, “fruto do acirramento das posições políticas” e, por outro, resulta “das investigações sobre fatos de corrupção, de desvios, de finalidade na administração pública”.

Este cenário, conforme assinala, “vai criando uma situação de descredito, de indignação”.

O Arcebispo expressou ainda ter a impressão de que o atual momento “revela certa fragilidade do atual governo, inclusive em decisões importantes a tomar”. Como exemplo, citou nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil.

“Evidentemente, a presidente Dilma e seus assistentes têm todo o direito de tomar suas decisões, porém, a sociedade está vendo com olhares diferentes esta decisão”, declarou o Cardeal, para quem esta “não foi a melhor coisa a se fazer” no atual “momento da história e do governo que estamos vivendo”.

Em meio à esta crise, porém, Dom Odilo destacou como “um fato certamente promissor” o “amadurecimento político das instituições brasileiras, do sistema democrático e até mesmo da população brasileira”.

“A população brasileira está com vontade de falar, de participar. Ela não está alheia, não está apática à situação política. E isso é bom, é sinal de um crescimento da consciência política e da consciência democrática, inclusive com as manifestações, digamos, de diferentes tendências, mas no devido respeito também à ordem legal, democrática e pública”.

Por outro lado, pontuou como positivo também a forma como as instituições estão lidando com tal situação, de maneira “firme, atravessando essa crise com maturidade, lutando pela isenção e pela autonomia dos poderes democráticos da República e tentando exercer, cada uma, a sua função”.

“Isso – avaliou o Cardeal – sem dúvida é fundamental para a normalidade democrática e para garantir a ordem democrática no futuro”.

Por fim, Dom Odilo expressou seus votos de que o “Brasil consiga superar, amadurecido, este momento de crise e também a crise econômica, que está pesando já bastante fortemente sobre a população, possa também encontrar uma solução”.

ACI

dom_orani_3_anos___Cpia_05012014050557

O Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética, que não deixa indiferente ninguém de nós. Ao contrário, pede-nos oração e reflexão. Se de um lado há um despertar das pessoas para agir na sociedade, de outro há também situações de conflitos preocupantes. Ao querer o bem do país, devemos procurar fazê-lo bem também.

Em tempos de tantas situações anômalas e tensas, ao mesmo tempo em que nos cabe manifestar nossas opiniões, somos chamados também a encontrar caminhos de solução. Eis o grande desafio que se impõe nesse momento à nossa pátria!

Em tempos como estes, os homens da Igreja são chamados a dar uma palavra de apoio e incentivo a todos os filhos e filhas desta amada nação que – queiramos ou não – nasceu sob o signo da Cruz do único e divino Redentor do gênero humano. Ele, sem deixar de ser Deus, se fez homem igual a nós em tudo, menos no pecado, na plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4). A história é inexorável. Pode ser reinterpretada, nunca, porém, negada por quem quer que seja.

Essas raízes religiosas dão base à unidade nacional de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sempre dentro do respeito às diferentes denominações religiosas ou mesmo às pessoas ou grupos que afirmam não ter religião. É a unidade nacional na pluralidade de pensamentos. Isso constitui um Estado que se confessa laico no sentido exato do termo, mas não laicista, ou seja, aquela Nação que, sob a aparência de laicidade, persegue as instituições não concordes com o seu modo de pensar ou, pior, com a linha ideológica do seu governo. Isso caracterizaria um tipo de intolerância que o próprio povo jamais toleraria.

É certo, como a Igreja entende desde o distante pontificado do Papa Leão XIII (1878-1903), que a chamada questão social jamais será resolvida se nos esquecermos dos valores humanos e evangélicos, pois ela é uma questão do homem e da mulher dos nossos tempos com fome e sede do Absoluto ou de Deus, sem o qual tudo o mais parece sem sentido. Daí dizer aquele Papa o seguinte: “Alguns professam a opinião, assaz vulgarizada, de que a questão social, como se diz, é somente econômica; ao contrário, porém, a verdade é que ela é principalmente moral e religiosa e, por este motivo, deve ser resolvida em conformidade com as leis da moral e da religião”. (Encíclica Graves de communi, 18/01/1901).

Em outras palavras, seguindo a sabedoria bimilenar da Igreja, não se pode fazer verdadeira reforma social sem, antes de tudo, transformar o coração humano em um coração que ama o próximo antes de amar a si. Mais: faz isso por amor de Deus e não por mera filantropia. Qualquer reforma social que não parta da própria reforma interior de cada um de nós está sujeita aos mais vergonhosos fracassos, como já ficou comprovado em diversos países que tentaram destronar Deus para colocar em Seu lugar qualquer outra coisa ou pessoa no campo social e político.

Um dos princípios básicos de todo povo civilizado, que se preze de ter esse adjetivo, tem de ser o respeito à vida desde a sua concepção até o seu natural ocaso. Afinal, que credibilidade teria quem dissesse defender os mais fragilizados, mas advogasse – inclusive oficialmente em um programa político ou legislativo – a morte dos mais inermes e indefesos, como são os nascituros no ventre de suas mães? Ainda: como poderia ser chamado de civilizado um país no qual é roubada a dignidade de viver dos idosos a cambalearem pelas filas de alguns órgãos públicos de saúde ou mesmo em hospitais ou instituições semelhantes?

Como poderia ser tida por avançada uma sociedade que, por meio de suas autoridades maiores e contra o sentimento do povo, investisse pesadamente contra a família, célula mãe da vida social e cultural? É na família que se aprendem os primeiros passos da fé, da honestidade, da partilha (e não do tirar vantagem, especialmente com o que é do outro), do amor, enfim, dos valores humanos e cristãos necessários para a vida saudável em comunidade. Tentar quebrar essa instituição querida por Deus é desejar destruir a sociedade a partir de seus alicerces.

Ora, sem o respeito à religião, à vida e à família não se pode, de modo algum, construir uma sociedade verdadeiramente próspera e respeitável. Todos os artifícios de progresso serão uma quimera, que cedo ou tarde acabarão por ruir. Seu alicerce está sobre a areia movediça e não sobre a Rocha firme que é Deus, criador de tudo e desejoso do bem dos seus filhos e filhas. Os caminhos que não respeitam a fé do povo e seus valores acabam por desencadear em situações irrespiráveis.

A falta de ética na vida pública, especialmente no exercício de um mandato público eletivo, neste caso, é mera consequência. É triste, mas não assusta a quem reflita um pouco. Sim, se não se respeita a fé alheia, a vida, a família etc., que se pode mais esperar? O triunfo ou o fracasso? Esperemos que não seja necessário cantar como a ópera Nabucco de Verdi: “Ó minha pátria, tão bela e perdida”, que foi o hino patriótico dos italianos no final do século XIX. Mas o Salmo a que isso se refere (137) coloca sua confiança no Senhor: “Lembra-te, Senhor!”

Ausente de Deus, na prática a pessoa se julga um deus acima de tudo e de todos, e exige para si prerrogativas especiais acima dos demais seres humanos comuns. É a loucura de alguns governantes que, ao longo da história, atribuíram a si mesmos, inclusive, poderes divinos, ou se faziam adorar pelo povo.

Haverá espaço para a ética aí, a não ser aquela “ética” que leva a tirar vantagens de tudo em nome dos que mais necessitam e, pior, à custa deles? A lei, no caso, será igual para todos, menos para alguns privilegiados? Teríamos dois pesos e duas medidas: na hora que convém, invocar-se-ia a Constituição do País, quando não convém, se fariam críticas ferrenhas a essa mesma Lei Maior? Lembremo-nos, porém, de que o comum não é o normal na vida das pessoas. O sonho desmedido e perpetuado de poder não combina com democracia e com progresso em nenhuma parte do mundo.

Um Estado que se pretendesse totalitário, sufocador e abocanhador das demais instituições, não conseguiria prosperar a não ser pelo império do medo e das ameaças, ou jogos sujos de atirar uns contra os outros e enquanto esses menos avisados brigassem aqui embaixo, os poderosos continuariam imunes lá em cima, usufruindo dos benefícios lícitos que o cargo lhes dá ou dos ilícitos tirados especialmente dos mais necessitados. Necessitados que esses homens e mulheres públicos tanto diriam defender.

Passando ao Brasil, em especial, devemos dizer que o momento é grave e requer o despertar e o aliar-se de todas as forças vivas da Nação, a fim de, juntos, dizermos um forte e rotundo “Não” à corrupção, venha ela de quem vier e de que esfera ou natureza for. Não se podem sacrificar os valores éticos e morais, nem se podem espezinhar os benefícios ao povo sofrido como saúde, moradia, educação, saneamento básico. Afinal, sempre é o povo humilde o mais atingido em meio a esse turbilhão de coisas, que desde algum tempo vem se abatendo sobre o Brasil.

Essas mesmas forças vivas da Nação precisam dizem “Sim” à união de todos os homens e mulheres, independentemente de seu time de futebol, da sua cor de pele, da sua condição social ou de quaisquer outras pequenas diferenças acidentais, a fim de que o mal seja combatido com seriedade, dentro da lei e da ordem e, sobretudo, sem ódio ou revolta contra quem quer que seja, nem luta entre classes. Somos todos irmãos em Cristo Jesus!

É hora de mantermos a unidade nacional, a fim de, unidos, vermos o triunfo do bem nesta Terra de Santa Cruz. Portanto, irmãos e irmãs, que todos nós – católicos, cristãos ou homens e mulheres de boa vontade em geral – apoiemos a melhoria desta grande Nação brasileira de modo firme, mas, ao mesmo tempo, cordato e pacífico, sem ódio ou incitações a revoltas. Já temos violência demais! E, assim, Deus nos abençoará com as mais copiosas graças celestiais.

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, mãe de Jesus, o príncipe da Paz, e também nossa mãe (cf. Jo 19,25-27), dado que somos filhos no Filho (cf. Gl 4,5), intercederá sempre por nós, sobretudo nesta hora decisiva ao povo brasileiro. Amém!

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

DSC00269

Todo brasileiro segue atento o desenrolar, minuto a minuto, da crise política que assola o país.

“De início, quero deixar claro que a postagem não tem direcionamento partidário”, afirmou há poucos minutos, em post no seu perfil do facebook, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphaln (RS).

Dom-Carlos-Rossi-173x275

O prelado diz que “vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa”.

“O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados”, insta o bispo.

Leia a postagem completa compartilhada no seu perfil público dessa rede social.

**

“De início, quero deixar claro que esta postagem não tem direcionamento partidário. Vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa.
O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados: roubaram nossa esperança, nosso futuro, nossa dignidade, muito mais do que o nosso dinheiro. Somos um povo doente, sem horizontes. Prevaleceram-se de nosso comodismo, de nossa incapacidade de reação. Compraram nossa consciência cidadã com bolsas, programas, “pacs”, copas e olimpíadas. Mudaram o rumo de nossa história, impingindo-nos ideologias inaceitáveis. Venderam nosso país a lobbys, que despejam aqui rios de dinheiro, para mudar os rumos de nossa vocação cristã-católica. Perdemos quase tudo. Agora, querem nos fazer acreditar que tantos escândalos, desvendados a duras penas, não são verdadeiros, nada mais são do que disputa política. É preciso dar um basta a tanta pouca vergonha. É preciso, antes de tudo, resgatar o Brasil e a nacionalidade. Este país precisa ressurgir dos escombros a que foi reduzido. Mais do que nunca, é preciso recomeçar a ser brasileiro. O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha”.

Dom_Henrique_Soares_da_Costa-2

“A SITUAÇÃO DO NOSSO PAÍS É GRAVÍSSIMA:
Crise econômica,
Crise política,
Crise institucional,
Crise moral!

A democracia brasileira corre perigo! O País foi roubado dos brasileiros! Os que governam se sentem dispensados de dar satisfações ao Povo; não respeitam as instituições, zombam da justiça!

A sordidez, a desfaçatez e o escárnio tornaram-se método de governar e fazer política! O Congresso Nacional trai e abandona o Povo brasileiro! Cargos, comissões, sinecuras: é tudo quanto nossos parlamentares procuram! Congresso indigno, Congresso omisso, eivado pela tortuosidade!

É preciso dar um basta a tudo isto! O Povo brasileiro deve retomar o seu País, deve recobrar a sua Pátria, a sua dignidade, a sua honradez!

O Brasil está desonrado, o Povo brasileiro está ferido em sua dignidade! É o futuro da Pátria que está em jogo!

É preciso cobrar com convicção e firmeza um posicionamento claro do Congresso Nacional! Mas, como, com os líderes que estão ali?

Enquanto isto, crise, desemprego, tensão, desânimo, total falta de esperança! O Brasil não tem líderes! Estão destruindo a jovem democracia brasileira, estão colocando em risco o que se construiu com tanto sacrifício!

Que o Povo não o permita!
Que o Povo fale! Que o Povo brade!
O Brasil é dos brasileiros!”

Publicado Por Dom Henrique Sorares da Costa, Bispo da Diocese de Palmares, Olinda e Recife, no Facebook, em 16/3/016 às 19h10

dom-darci

Grupos ideológicos favoráveis ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveram o arcebispo dom Darci José Nicioli em uma estéril e pilotada polêmica na semana passada.

Durante uma prece na celebração eucarística, o então bispo auxiliar de Aparecida tinha proposto aos fiéis presentes:

“Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor”.

Durante uma prece na celebração eucarística, o então bispo auxiliar de Aparecida tinha proposto aos fiéis presentes:

“Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor”.

“Pisar a cabeça da serpente” é uma das imagens mais fortes e antigas da espiritualidade cristã, arraigada no Antigo Testamento. Ela se refere à derrota do demônio, simbolizado pela serpente que induziu ao pecado a humanidade representada por Adão e Eva. Quem aparece pisando e esmagando a cabeça da serpente é a Virgem Maria, o único ser humano nascido livre do pecado original por especial privilégio de Deus (considerando-se, obviamente, que Jesus Cristo, mesmo sendo verdadeiro homem, é também verdadeiro Deus).

A prece de dom Darci é feita pela Igreja desde o seu nascimento, há mais de 2.000 anos – e continuará sendo feita até que a cabeça da serpente seja definitivamente esmagada.

Acontece que, na semana passada, o ex-presidente Lula tinha se comparado, ele próprio, a uma “jararaca“, durante um inflamado discurso após ser levado a depor perante a Polícia Federal. Envolvido em escândalo sobre escândalo e acuado por um cerco investigativo inédito na imunda história brasileira da política, do poder e da corrupção que os encharca (e isto vale para todos os partidos), Lula repetiu a retórica de vitimização e confronto que ele e seu partido, o PT, vêm adotando sem sutilezas nas diversas ocasiões em que convocam seus militantes às ruas para combater o que chamam de “golpe” e, neste caso em particular, para impedir que Lula seja investigado como qualquer cidadão igual a todos os outros perante a lei.

A criminosa retórica de confronto entre “nós e eles” incita abertamente à violência e não pode ser tolerada por nenhum setor da sociedade.

A prece proposta por dom Darci é para que Deus nos livre exatamente desse tipo de ódio demoníaco – e é perfeitamente claro que ela se refere, sim, a qualquer instigação vinda de qualquer pessoa que se autoproclame uma “jararaca”; mesmo que se trate de um ex-presidente criminalmente investigado que, de modo irresponsável, convoca os seus correligionários a qualquer confronto que não seja de ideias.

Dom Darci instigou ao ódio?

Não. Na história bimilenar do cristianismo, não é novidade alguma que a serpente deve ser pisada e esmagada – mas não mediante as armas da violência e da instigação ao ódio, que são próprias da serpente mesma, e sim com as armas da virtude e do bem, que se empunham mediante a investigação da verdade, a denúncia da mentira, o protesto pacífico e livre contra tudo e todos que tentam impedir essa investigação e essa denúncia, o voto que pode extirpar da vida pública os representantes de si mesmos e dos seus interesses mesquinhos e, em suma, a justiça, que consiste em “dar a cada um o que lhe cabe” (aliás, este é um dos dois lemas do jornal da Santa Sé, o Osservatore Romano: “Unicuique suum”. O outro lema, que o complementa, é “Non praevalebunt”, ou seja, “Não prevalecerão”, em referência às “portas do inferno”).

A arma principal do cristão católico, no entanto, é, evidentemente, a da oração, inclusive a oração para que Deus nos dê “a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor“.

Dom Darci, previsivelmente, foi execrado por grupos pró-PT e pró-Lula nas mídias sociais sob a acusação de… “incitar ao ódio”! Esta acusação, também previsivelmente, foi feita entre explosões de insultos e ataques ad hominem diametralmente opostos à “tolerância”, à “democracia” e ao “respeito” incoerentemente pregados pelos detratores, como se observa com suficiente clareza nestes exemplos (imagem de comentários feitos contra dom Darci no Facebook, publicada pelo site O Catequista – os termos destemperados que os detratores empregam falam por si):

DomDarci01

Na semana passada, dom Darci foi promovido de bispo auxiliar de Aparecida a arcebispo de Diamantina, MG. Seus detratores, na campanha de difamação que levam adiante com espantosa naturalidade, se apressaram em dizer que aquilo foi um “castigo” imposto a ele pelo papa Francisco.

É mentira.

A promoção de dom Darci já estava decidida desde bem antes deste episódio tergiversado. Diferentemente do que ocorre com os cargos distribuídos e repartidos quais cabides no mundo sujo da politicagem, a Santa Sé não decide elevar um bispo auxiliar a arcebispo da noite para o dia – e muito menos “como castigo”. Aliás, já nesta interpretação se percebe a mentalidade dos acusadores, para quem cargos são meras peças de um xadrez politiqueiro e não responsabilidades de serviço ao próximo pelas quais será preciso prestar contas – se não perante os tribunais, certamente perante o Deus que esmaga a cabeça da serpente.

Diante da campanha de mentiras e incitações ao ódio levantada contra dom Darci, a resposta católica é a de divulgar a verdade dos fatos. E sem violências. A violência jamais é necessária a quem tem a razão do seu lado.

Francisco Vêneto

dom_henriqueHora difícil do nosso País!
Mas, também hora de pensar, de refletir com seriedade.
Como filho desta Pátria, não posso e não quero ficar calado!

Nenhum brasileiro deveria se omitir neste momento!
É preciso se manifestar ordeiramente, mas com coragem e compromisso em relação à nossa Pátria! É o futuro do Brasil que está em jogo!

Como brasileiro, sinto orgulho pela atuação do Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pelo Juiz Sérgio Moro!

Parabéns a eles! Parabéns a boa parte dos meios de comunicação pela coragem de uma cobertura investigativa e independente!

Por outro lado, sinto uma tristeza imensa por ver que os políticos do nosso País – políticos que o povo elegeu! – não estão à altura dos acontecimentos! Nossos representantes, de modo geral, estão totalmente desacreditados; além de pesadas dúvidas e algumas certezas quanto à (des)honestidade de vários deles, dão um triste testemunho de falta de amor ao País e de descompromisso com o povo que os elegeu! Que pena: deu tanto trabalho alcançar a democracia! E agora testemunhar um Congresso Nacional moralmente periclitante!
Não esqueçamos disto nas próximas eleições!
Cada brasileiro deveria acompanhar de perto a atuação do seu senador e do seu deputado federal neste momento tão grave! O voto na próxima eleição: eis nosso veredicto!

Devemos nos manifestar! Devemos exigir uma saída institucional e constitucional para a crise! O povo deve mostrar sua indignação e sua determinação de construir um Brasil honesto, justo, livre de corrupção e de engodos ideológicos!

Viva o nosso povo! Viva o Brasil!
O Senhor abençoe a nossa Pátria e dê ao povo brasileiro coragem de tomar sua história nas mãos, sem falsos messias, sem salvadores da pátria, sem enganadores pais dos pobres, sem demagogos que gritam mas não explicam, criando cortinas de fumaça ao invés de esclarecer!
Precisamos de democracia, precisamos de liberdade, precisamos de transparência, precisamos de políticas públicas que promovam a cidadania e não que criem dependência, precisamos de um Estado a serviço dos cidadãos e da sociedade e não de um monstro que tudo abarca, tudo controla, em tudo se mete, tudo engole e tudo corrompe!

Deus salve o Brasil!
Deus ilumine os brasileiros!

NOTA SOBRE O MOMENTO NACIONAL

E nós somos todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8)

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, fiel à missão evangelizadora e profética da Igreja, acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país e, mais uma vez, se manifesta sobre o atual momento nacional. 

Ao se pronunciar sobre questões políticas, a CNBB não adota postura político-partidária. Não sugere, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política. 

Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça.

Para preservar e promover a democracia, apelamos para o diálogo e para a serenidade. Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: “naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! (…) Ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação, para construir a justiça, a confiança e a esperança ao vosso redor” (Mensagem para a Celebração do XLVII Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2014, 7). 

Confiamos o Brasil ao Senhor da vida e da história, pedindo sabedoria para os governantes e paz para nosso povo. 

        Imaculada Conceição, vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei!

Brasília-DF, 08 de dezembro de 2015

             Dom Sergio da Rocha

         Arcebispo de Brasília-DF

           Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger

           Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA

                     Vice-presidente da CNBB

 

 Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília-DF

Secretário Geral da CNBB

 

fhc

Um debate promovido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a legalização das drogas realizado na terça (24) foi amplamente comentado nas redes sociais. Junto com FHC, estavam o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), o criador do portal de humor Porta dos Fundos Gregorio Duvivier, o médico Drauzio Varella e o ex-deputado Eduardo Jorge, candidato à Presidência em 2014 pelo PV.

Com viés claramente “Progressista”, o tem da conversa entre eles apenas reproduziu tudo o que defendia o documentário “Quebrando o Tabu” (2011), que tenta mostrar a liberação como solução para o problema da drogadição no país.

Entre os assuntos comentados, um chama atenção em especial. As queixas sobre o avanço da chamada “pauta conservadora” no país. Apenas reproduziu-se o mantra da mídia que a “culpa” disso é da bancada evangélica, que por sua vez só existe por causa do crescimento do percentual de evangélicos na nação.

Ao ouvir de Jorge que a atual composição do Congresso é a “pior que tem”, FHC cravou: “Espere o próximo”.

O argumento do ex-presidente é que, em parte, esse aumento do número de deputados ligados a igrejas deve-se ao “controle” de grupos religiosos sobre meios de comunicação. Para Fernando Henrique, isso é “distorção enorme” de decreto de 1995, assinado por ele e que introduzia editais e licitações na área.

“A distribuição dos canais de rádio e de televisão era uma faculdade do presidente da República. E era usado como moeda de troca. O ministro das comunicações dava, especialmente aos parlamentares. Ganhavam rádios, ganhavam televisão a troco de apoio político. Então eu resolvi acabar com isso”, explicou. “Fiz um decreto dizendo que tem que haver licitação”, asseverou.

A partir daí, surgiram muitas rádios comunitárias que o governo Lula “teve interesse de doar para setores especiais para poder ter apoio de segmentos da população”. Para FHC, as igrejas usam indevidamente a imunidade tributária.

“Então não têm que pagar imposto e têm dinheiro e vão lá e compram [emissoras ou espaços nas emissoras]. Há uma distorção enorme”, disparou.

O encontro promovido por FHC atacou diversos temas que são controversos no Brasil, como regulamentação das drogas, aborto e planejamento familiar, maioridade penal e Estado laico.

Folha de SP