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NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

NOTIFICADA: SOCIEDADE INTELIGÊNCIA E CORAÇÃO – SIC
PRESIDENTE: Frei Pablo Gabriel Lopes Blanco

Endereço : Rua Mato Grosso, 960 – NA 6 SL 604 – 
Bairro Santo Agostinho
Belo Horizonte – MG / CEP 30190-081
CNPJ: 17.222.969/0001-00
AOS ILUSTRÍSSIMOS SENHORES PRESIDENTE E DIRETORES,

CLÓVIS OLIVEIRA
ALELUIA HERINGER LISBOA TEIXEIRA
LORENA MACEDO
COLÉGIO SANTO AGOSTINHO – Unidades Belo Horizonte / Contagem / Nova Lima.
Belo Horizonte, 07 de julho de 2017.
Nós, pais de alunos matriculados no Colégio Santo Agostinho, das Unidades BH / Contagem / Nova Lima, os quais subscrevemos a presente notificação extrajudicial, nos termos prescritos em lei, vimos informar e requerer o que se segue.

Conforme consta em carta enviada aos Senhores Diretores no início deste ano, assinada por mais de 200 pais de alunos das unidades citadas do Colégio, estamos sinceramente preocupados com a inserção de certos conteúdos atinentes à sexualidade e às denominadas “questões de gênero” em vários graus escolares e nas mais diversas matérias do currículo escolar, principalmente, no Ensino Religioso e Ciências.

Acompanhando de perto aos nossos filhos percebemos que alguns conteúdos ministrados têm uma perspectiva ideológica que confronta os valores que lhes ensinamos nos nossos lares e é inadequada para uma escola que se apresenta como católica.

Até agora, procuramos de diversas formas o diálogo com o Colégio, buscando ser esclarecidos sobre o posicionamento da escola frente a esses conteúdos, uma vez que entendemos é contrário à proposta pedagógica informada pela própria instituição.

Ressalvamos que tal informação é de suma importância, posto que acreditamos que a formação moral dos filhos é uma responsabilidade dos país de família na qual a escola tem só uma função subsidiária, deve ser colaboradora e auxiliar.

Temos nos encontrado diante da situação paradoxal de termos colocado aos nossos filhos numa escola católica, para tê-la como parceira na educação moral dos nossos filhos, e constatarmos perplexos que alguns conteúdos ministrados confrontam os valores que deveriam promover, e que estes são propostos aos nossos filhos sem nosso conhecimento ou consentimento.

Temos razões que nos amparam, especialmente do direito, como apontamos a seguir.

1. Conforme consta do Código Civil Brasileiro, todo cidadão de nosso país só adquire a capacidade civil plena, ou seja, poderá praticar os atos da vida em sociedade, ao completar 18 anos. Nesse mesmo sentido, A PROTEÇÃO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA E O RECONHECIMENTO DE SUA FRAGILIDADE PSICOLÓGICA impõem a observação das leis pertinentes, inclusive o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, o Código Penal Brasileiro, a Convenção da ONU sobre os Direitos das Crianças, aprovada em 1989 e incorporada no Brasil em 1990 e, especialmente, a Constituição Federal Brasileira de 1988.

2. É de conhecimento geral o debate nacional gerado a partir da tentativa de inserir no sistema educativo do nosso país a chamada “teoria de gênero” ou “perspectiva de gênero”, com o propósito aparente de acabar com as injustas desigualdades que ainda há – em alguns âmbitos – entre homens e mulheres. Todavia, os conteúdos apresentados por esta “perspectiva” se afastam rapidamente desse objeto, desconstroem as identidades masculina e feminina, e abordam temas relacionados aos comportamentos sexuais de adultos entre outros temas correlatos, com crianças do ensino fundamental, inclusive. As teses desta “perspectiva” carecem de sustento científico e adotam um viés claramente ideológico, por isso é denominada também com propriedade como “ideologia de gênero”.

3. A fim de conceituar o que aqui entendemos por “perspectiva de gênero” ou “ideologia de gênero”, recorremos a seus próprios autores, e compreendemos nestes conceitos o conjunto de conteúdos teóricos que apresentam o gênero como “uma construção cultural radicalmente independente do sexo, livre de vínculos; consequentemente, homem e masculino poderão ser referidos tanto a um corpo feminino como a um masculino; mulher e feminino, seja a um corpo masculino, seja a um feminino” (Judith Butler, 1990).

4. Como pode ver-se, esta “perspectiva”, nada tem a ver com o legítimo esforço para afirmar a igualdade substancial entre homens e mulheres, à qual evidentemente apoiamos. Temos deixado isto muito claro para os senhores, especialmente na carta que lhes entregamos ao inicio do ano. A “perspectiva” ou “ideologia de gênero” desconstrói a própria identidade e isto nos preocupa, pois trata-se dos nossos filhos. Em países em que foi adotada causou confusão nas crianças e adolescentes, gerou uma erotização precoce, e mostrou-se ineficiente para diminuir a violência contra as mulheres. Há amplo material estatístico ao respeito. A chamada ideologia de gênero não é tábua de salvação para os problemas a que ela está relacionada (quando defendida), muito pelo contrário. Por outro lado, a ampla rejeição popular que esta polêmica ideologia gera no Brasil entre os pais de família levou a sua exclusão do Plano Nacional de Educação e de milhares de planos municipais de educação, entre os quais estão os das cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima.

5. Conforme dispõe a Convenção Americana de Direitos Humanos, a qual a nação brasileira é signatária, em seu Artigo 12 – 4. OS PAIS, E QUANDO FOR O CASO OS TUTORES TÊM O DIREITO A QUE SEUS FILHOS OU PUPILOS RECEBAM A EDUCAÇÃO RELIGIOSA E MORAL QUE ESTEJA DE ACORDO COM SUAS PRÓPRIAS CONVICÇÕES. Assim, é direito incontestável dos pais a formação moral e religiosa de seus filhos. Tal direito é chancelado pela mais alta Corte de nossa nação, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
6. E mais, o Código Civil determina que os pais têm o dever e a responsabilidade no sustento material e moral de seus filhos, e ainda, o dever de criá-los e educá-los (Art. 1.634 – Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I – dirigir-lhes a criação e a educação;) até porque é ônus dos pais arcar civilmente com o pagamento de indenização pelos atos danosos a terceiros que os filhos praticarem (Art. 932 – São também responsáveis pela reparação civil; I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;).

7. Nesse diapasão, a responsabilidade das instituições de ensino é objetiva e independe de culpa. Posto isso, a escola que violar, incluindo seus membros, diretores, professores e demais funcionários, por qualquer meio, os direitos pétreos dos pais, poderá ser acionada judicialmente, inclusive por reparação de danos morais, sem prejuízo de ser acionada civilmente por danos à formação psicológica da criança. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) EXIGE QUE TODA INFORMAÇÃO E/OU PUBLICAÇÃO DIRIGIDA À CRIANÇA, INCLUSIVE LIVROS DIDÁTICOS, RESPEITEM OS VALORES ÉTICOS DA FAMÍLIA: Art. 79 – As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família). E a Constituição Federal não só reconhece como protege tais direitos (Art. 21, inciso XVI e artigo 220 § 3º, inciso I), em razão da fragilidade psicológica da criança e do adolescente.

8. Todas as instituições de ensino são subordinadas às regras legais acima descritas, inclusive às impostas pela Constituição Federal de 1988 e pelo Plano Nacional de Educação – Lei 13.005/2014, além do Plano Municipal de Educação de Belo Horizonte (especialmente no artigo 2, parágrafo único), sendo passíveis de controle e repreensão judicial.

9. Como também é de conhecimento geral, a BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC, ainda carece de homologação e a inclusão da palavra “gênero” está sendo debatida (a exemplo do que ocorreu com o PNE, os PEEs e milhares de PMEs) e há propostas de retirada de todos os itens com a palavra “gênero”, justamente por seu caráter nocivo, sem amparo científico e altamente questionável das abordagens introduzidas para as crianças e adolescentes, sob o pretexto de igualdade de direito entre homens e mulheres.
Vários pais que assinam a presente notificação procuraram respostas junto aos mais diversos setores do Colégio para exprimir suas preocupações: Coordenação, Supervisão, Direção entre outros e percebemos que a situação do contexto escolar e proposta pedagógica desse Colégio, no que tange ao assunto, não está suficientemente clara, inclusive pelas diversas práticas recentemente adotadas, em livros, textos, dinâmicas e etc.

Muito nos surpreendeu a postura do Colégio, que afirma valorizar a parceria família-escola e o diálogo. Colocamos nossas preocupações mas elas não foram nem acolhidas nem atendidas. Pelo contrario, os conteúdos e abordagens que consideramos inadequados continuaram sendo apresentados pelo Colégio, ainda que manifestado explicitamente às diretorias que não permitíamos que o oferecessem aos nossos filhos. Pensamos que o que está ocorrendo é um desencontro entre a escola e a doutrina católica ou, como gostam de dizer, Agostiniana.

Ratificamos que a nossa atitude não pretende nenhum tipo de embate com o Colégio Santo Agostinho, mas apenas visa a proteção de nossos direitos individuais e coletivos e, ainda, centra na figura principal da questão: nossos filhos.

ASSIM SENDO, DECLARAMOS OS QUE AQUI ASSINAM, REITERANDO CARTA ENCAMINHADA A ESSA INSTITUIÇÃO, NAS TRÊS UNIDADES, SUBSCRITA POR MAIS DE DUZENTOS PAIS, QUE NÃO AUTORIZAMOS, SEM O NOSSO EXPRESSO CONSENTIMENTO, FAZENDO USO DO NOSSO DIREITO LEGAL A SER RESPEITADOS NA FORMAÇÃO MORAL DE NOSSOS FILHOS, BEM COMO, SEJA O MESMO RESPEITADO EM SUA FRAGILIDADE PSICOLÓGICA E CONDIÇÃO DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DE TEMAS RELACIONADOS COM A CHAMADA “PERSPECTIVA DE GÊNERO” OU “IDEOLOGIA DE GÊNERO” NOS TERMOS AQUI PRECISADOS, ASSIM COMO DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS E, AINDA, RELATIVOS À SEXUALIDADE DE PESSOAS ADULTAS A NOSSOS FILHOS, AINDA QUE DE FORMA ILUSTRATIVA OU INFORMATIVA, SEJA POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO OU ORIENTAÇÃO, ATRAVÉS DE VÍDEO, SLIDES, DEVER DE CASA, EXPOSIÇÃO VERBAL, MÚSICA, LIVROS DE LITERATURA OU MATERIAL DIDÁTICO, ESPECIALMENTE OS DE ENSINO RELIGIOSO.

Por tudo quanto exposto e informado, é a presente, para NOTIFICAR vossas senhorias e aos ILUSTRES PROFESSORES QUE COMPÕEM O QUADRO DOCENTE, de todas as unidades dessa prezada instituição de Ensino, a quem solicitamos sejam cientificados formalmente do teor desta, para que, em caráter peremptório, se abstenham de apresentar, ministrar, ensinar, ou por outra forma, informar qualquer dos temas relativos a matéria descrita no preâmbulo desta aos nossos filhos.

DESTACAMOS QUE JÁ ESTÃO OCORRENDO VÁRIAS SITUAÇÕES GRAVES DENTRO DE SALA DE AULA, ATRAVÉS DA MINISTRAÇÃO DESSES CONTEÚDOS POR ALGUNS PROFESSORES, DE DIVERSAS SÉRIES E NAS TRÊS UNIDADES, E O PIOR, COM REPREENSÃO PÚBLICA AOS ALUNOS QUE QUESTIONAM O CONTEÚDO APRESENTADO E FOMENTAÇÃO DE QUESTIONAMENTOS ACERCA DA SEXUALIDADE DOS ALUNOS, DENOTANDO O DESPREPARO DOS MESMOS NA ABORDAGEM DESSES TEMAS E NA CONDUÇÃO DAS AULAS E MATERIAL DITÁTICO.

A presente também é útil para que vossas senhorias e os professores se protejam de políticas públicas e materiais didáticos ilegais e abusivos, até porque a responsabilidade pela indenização do dano moral será do professor ou direção/PRESIDÊNCIA da escola, que permitir o acesso de aluno a material didático impróprio ou ministrar a aula com conteúdo indevido.

Seguem os nomes dos pais/responsáveis NOTIFICANTES, ficando esclarecido que poderão ser encontrados, em sendo necessário, no endereço, telefone e e-mail inserido no banco de dados da escola, quando da consecução do contrato de prestação de serviços educacionais.

Solicitamos, por oportuno, a resposta à presente notificação em 20 dias corridos

***

Posição pública dos pais sobre a notificação extrajudicial publicada na página do Facebook

Tendo em vista a circulação de uma notificação extrajudicial que está sendo entregue à Direção das três unidades do CSA, temos o seguinte a esclarecer.

1- O que nos move, nesse primeiro momento , é o direito individual , constitucionalmente garantido , de educarmos nossos filhos;
2- Infelizmente , em algumas séries e de forma diferenciada nas três unidades, diversos pais observaram que os estudos de matérias afetas à sexualidade e ideologia de gênero estão amplamente sendo difundidos no Colégio , que, até então , tem se negado a confessar e dialogar abertamente e de forma transparente com os pais que são contra a inserção desse conteúdo no ambiente escolar;
3- Ressaltamos que não queremos embate com a escola, apenas transparência, mesmo porque, estamos amparados pelo Código de Defesa do Consumidor nesse sentido. Ora, vamos conversar sobre o assunto? Por que a adoção sem debate?
4 – Ademais, o tema é complexo e exige uma preparação diferenciada do corpo docente, que não sabemos se está sendo realizada. Isso causa insegurança e, a própria escola, já alterou orientação na adoção de alguns livros ante o tratamento inadequado da matéria ;
5- Portanto, sem mais nos prolongarmos nesse momento, convidamos a todos os pais a observarem e conversarem com seus filhos. Convidamos, ainda, a que todos estudem o assunto mais profundamente antes de tirar conclusões precipitadas.

Agradecemos a compreensão, somos todos pais buscando o melhor para nossos filhos.
Julho/2017

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Um grupo de pais questionou, por meio de uma notificação extrajudicial, uma escola católica de Belo Horizonte (MG) por incluir em seu programa pedagógico conteúdos relacionados à ideologia de gênero.

Uma notificação extrajudicial normalmente é enviada antes da abertura de um processo na Justiça, para que o órgão notificado tome conhecimento do problema e o solucione antes de ser acionado judicialmente.

O documento, datado de 7 de julho e divulgado nesta semana, foi assinado por 128 pais e destinado à Sociedade Inteligência e Coração (SCI), mantenedora do Colégio Santo Agostinho, unidades Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima, na pessoa do presidente Frei Pablo Gabriel Lopes Blanco e dos respectivos diretores Clóvis Oliveira, Aleluia Heringer Lisboa Teixeira e Lorena Macedo.

Na notificação, os pais afirmam estar “sinceramente preocupados com a inserção de certos conteúdos atinentes à sexualidade e às denominadas ‘questões de gênero’ em vários graus escolares e nas mais diversas matérias do currículo escolar, principalmente, no Ensino Religioso e Ciências”.

“Acompanhando de perto aos nossos filhos percebemos que alguns conteúdos ministrados têm uma perspectiva ideológica que confronta os valores que lhes ensinamos nos nossos lares e é inadequada para uma escola que se apresenta como católica”, assinalam.

Segundo os pais, eles já tinham procurado a instituição anteriormente para abordar o assunto, inclusive enviando uma carta ao colégio no início do ano, uma vez que compreendem que tais conteúdos relacionados ao gênero e à sexualidade são contrários “à proposta pedagógica informada pela própria instituição”.

Além disso, defendem que “a formação moral dos filhos é uma responsabilidade dos pais de família na qual a escola tem só uma função subsidiária”.

Nesse sentido, os pais dizem estar “diante da situação paradoxal” por terem colocado seus filhos “numa escola católica, para tê-la como parceira na educação moral” dos mesmos, porém, constatam “perplexos que alguns conteúdos ministrados confrontam os valores que deveriam promover”, sendo tais conteúdos ministrados aos alunos sem “conhecimento ou consentimento” dos pais.

Com base na Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Código Civil e na Convenção Americana de Direitos Humanos, os pais reforçam o dever e o direito deles de educarem seus filhos.

A ideologia de gênero, assinalam, “desconstrói a própria identidade e isto nos preocupa, pois trata-se dos nossos filhos”.

Além disso, recordam que “a ampla rejeição popular que esta polêmica ideologia gera no Brasil entre os pais de família levou a sua exclusão do Plano Nacional de Educação e de milhares de planos municipais de educação, entre os quais estão os das cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima”.

Por sua vez, a Sociedade Inteligência e Coração, mantenedora do Colégio Santo Agostinho, publicou uma nota, em que afirma que seu “projeto pedagógico, fundamentado nos princípios cristãos, católicos e agostinianos, contempla a sociedade pluralista em que vivemos, abordando, de forma dialogal e respeitosa, os desafios do mundo contemporâneo”.

Entretanto, os pais afirmam que tal proposta pedagógica “não está suficientemente clara”. Além disso, mesmo diante da exposição de suas preocupações anteriormente, constatam que “os conteúdos e abordagens que consideramos inadequados continuaram sendo apresentados pelo Colégio, ainda que manifestado explicitamente às diretorias que não permitíamos que o oferecessem aos nossos filhos”.

Desse modo, reforçam na notificação: “Não autorizamos, sem o nosso expresso consentimento, […] a apresentação de temas relacionados com a chamada ‘perspectiva de gênero’ ou ‘ideologia de gênero’”, “assim como de comportamentos sexuais e, ainda, relativos à sexualidade de pessoas adultas a nossos filhos”.

Educação e ideologia de gênero

Também nesta semana, o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, se pronunciou contra a ideologia de gênero, principalmente no caso de escolas católicas.

Em um artigo, o Prelado esclarece que “a Escola Católica está, frontalmente, na contramão do que significa e pretende a ideologia de gênero” e que “essa é uma convicção incontestável, compromisso com a verdade da doutrina e da fé cristã”.

Sublinha ainda a necessária “fidelidade à identidade católica e, consequentemente, o compromisso com valores inegociáveis, sem possibilidade de relativizações e superficialidades”, as quais levam a uma “desconsideração do insubstituível diálogo com a família e seus valores cristãos”.

O Arcebispo ressalta que “é preciso ensinar que a dignidade maior, a de ser filho e filha de Deus, deve ser igual para todo homem e mulher”. Segundo ele, “a educação para a igualdade social é primordial, mas isso é um curso bem diferente do que pretende a ideologia de gênero – uma negação de valores cristãos básicos e fundamentais, gerando prejuízos”.

O Prelado reforça que as escolas católicas não devem renunciar “jamais ao seu inalienável compromisso de educar a partir de sua identidade cristã”, devendo avaliar as dinâmicas de formação, os métodos e qualificação de seus agentes, bem como os conteúdos formativos. Acrescenta ainda que, no caso de crianças e adolescentes, “o diálogo efetivo com a família é fundamental”.

“Das escolas católicas são exigidos discernimentos, diálogos e fidelidade à própria identidade, que é católica, e à antropologia cristã”, completa.

No caso Colégio Santo Agostinho, os pais criaram uma página no Facebook, intitulada Pais que Educam, a fim de esclarecer sobre a questão.

ACI

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São Paulo, 08 de junho de 2015

De acordo com o prazo estabelecido pela lei 13.005/2014, que sanciona o Plano Nacional de Educação (PNE), todos os municípios do Brasil devem aprovar seus Planos Municipais de Educação (PME) até o próximo dia 24 de junho.

A arquidiocese de São Paulo acompanha atentamente a tramitação do PME de São Paulo, no qual se faz menção a “questões de gênero”. Segundo a ideologia de gênero, o indivíduo precisa libertar-se de sua identidade sexual biológica e “construir” uma identidade de gênero inteiramente subjetiva. Isto não nos deixa de suscitar perplexidade e preocupação. As consequências de tal distorção antropológica na educação poderão ser graves.

Os legisladores têm o dever de buscar em tudo o bem comum, de acordo com critérios de verdade e respeito pela natureza e dignidade da pessoa humana, evitando a indevida ingerência do Estado no direito e dever dos pais e das famílias de escolherem o tipo de educação dos filhos, segundo sua consciência.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo

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Há um curioso paradoxo na afirmação de que as opções sexuais de cada um são um assunto privado, por um lado, e a frenética luta para promover a educação sexual de crianças e adolescentes, a ideologia do gênero e o casamento civil homoafetivo, de outro. É um paradoxo perverso. Porque silencia.

Silencia porque cada vez que alguém tenta falar publicamente sobre os temas acima, de modo a expor suas próprias opiniões sobre o assunto, há sempre alguém que retruca agressivamente com a afirmação de que a conduta sexual de cada um, as escolhas sexuais de cada um, são assunto estritamente particular e privado, e por isto aqueles que manifestam-se no sentido de que a ideologia de gênero não é matéria adequada para a educação de nossos jovens, que a identidade sexual não pode prescindir do seu componente biológico para estabelecer-se, e que a família não pode prescindir da complementariedade e da fecundidade para definir-se são agredidos como se fossem apenas moralistas, retrógrados e reacionários, além de fanáticos religiosos, que querem impor seus próprios padrões de moralidade aos outros. Vivam e deixem viver, dizem os defensores dessas ideologias. Não se metam nas escolhas sexuais dos outros, dizem eles, porque vivemos num país livre e laico e não lhes cabe impor a nós a (suposta) opressão heterossexual e a discriminação de cidadãos com base em preferências sexuais.

Onde está o paradoxo? Está em dizer que tais assuntos são “privados”, e que portanto dizem respeito apenas aos que os vivem, e ao mesmo tempo tentar obter o reconhecimento público das condutas dos que ostentam tais opções. Ora, se tais assuntos são privados, e se é injusto que qualquer grupo social que tenha opiniões diferentes venha a interferir nas escolhas de quem os adota, então de igual modo é injusto que se pleiteie o reconhecimento público e a promoção estatal dessas escolhas. Mesmo a título de “educação inclusiva” ou “vencer os preconceitos e as discriminações”.

Ouvi, outro dia, durante um debate inflamado, alguém perguntar agressivamente a um interlocutor que discordava da legalização do casamento homoafetivo: “Por que você quer impor sua própria heteronormatividade a quem tem uma sexualidade diferente da sua? Se você acredita no casamento heterossexual, então case-se com alguém de outro sexo e seja feliz, e deixe ser feliz quem acredita no casamento homoafetivo e quer ter direito a ter sexo com alguém do mesmo sexo. Uma vez que a conduta deste último não vai influir em nada na sua vida, sua posição é simples moralismo, discriminação injusta, atraso de mentalidade, falta de educação, violação do estado laico. Seu direito acaba onde começa o direito do outro”.

Temendo ser retrógrado, atrasado, fanático ou moralista, o debatedor que se opunha a tais “avanços” se calou, porque não tinha argumentos que não parecessem simplesmente uma intromissão no direito sexual alheio, ou na felicidade do outro, ou tradicionalismos e conservadorismos sem valor.

Não há “direitos sexuais”.

Não são poucos os católicos que se deixam não somente calar, mas até convencer por argumentos assim. Mas tais argumentos são simplesmente falsos.Não há uma categoria pública de direitos sexuais. E a contradição aqui é gritante. Se a sexualidade se constitui de condutas privadas, a categoria dos “direitos” se constitui na esfera pública. Por isto, falar em “direitos sexuais” é submeter à condição de públicos os interesses que o próprio debatedor colocou como privados quando quis colocar-se a salvo da crítica de quem defendia a posição oposta.

Não há direitos sexuais, compreendidos como um direito subjetivo ao prazer genital. Nem sequer como possibilidade de estabelecimento de políticas públicas estatais sobre tais prazeres. Mesmo a título de “garantia de não discriminação” a quem tem qualquer pulsão, tendência ou opção sexual neste ou naquele sentido. Todo direito manifesta um poder, e a todo direito se opõe um dever. Se há um “poder sexual” reconhecido como direito, há a possibilidade de impor, por via estatal, a um outro, o dever de garantir, promover ou conceder prazer sexual ao suposto “titular” desse direito. Ao admitir tais direitos, estaríamos estabelecendo que caberia ás famílias, ao estado, aos quartéis, aos hospitais, às escolas, enfim, a todas as esferas públicas de convivência, o dever de garantir o exercício do prazer sexual aos cidadãos que estiverem titularizados com tais direitos. Não é difícil imaginar onde isto nos conduziria. Aliás, já está conduzindo: os banheiros públicos, que sempre foram espaço de atendimento de necessidades fisiológicas digestivas, separados, portanto, conforme critérios estritamente biológicos e corporais, transformaram-se, por decreto do Governo federal, em espaço de manifestação de “identidade sexual” – ou seja, de expressão do “direito sexual” dos ativistas, e da contrapartida do “dever sexual” de que nossa preocupação com o pudor e a ingenuidade, por exemplo, de crianças e adolescentes, seja derrogado em favor do “prazer sexual” dos ativistas. Não é, pois, de condutas privadasque estamos falando aqui, mas da imposição pública universal de opções particulares aos outros, privando-o, por outro lado, de exercer suas próprias opções de não ver misturados assuntos sexuais com assuntos digestivos. Se isto não for de interesse de todos, então já não vivemos numa democracia, mas numa ditadura cujo projeto é estabelecer os seus próprios conceitos de “fim da discriminação sexual” e da “igualdade de gênero” por cima da razão, da fé, da tradição, da corporeidade, da ciência, dos interesses, de todos os cidadãos.

O matrimônio como relação complementar, reprodutiva e estável.

Além disso, o matrimônio sempre foi visto como o relacionamento estável potencialmente fértil e reprodutivo entre seres biologicamente complementares, e somente por isto ele despertou interesse público. Em nome da necessidade de prorrogação, no tempo, da própria existência da comunidade humana, bem como do valor que a prole gera a todos os membros de uma nação – representando a nova geração de trabalhadores, soldados, governantes, cidadãos – é que esta relação adquiria a dimensão pública que a fazia de necessária regulamentação estatal. Não havia uma relação com o prazer sexual em si, nem sequer com quaisquer pulsões ou desejos que os cônjuges eventualmente sentissem, entre si ou com terceiros: a esfera das emoções, dos sentimentos, dos desejos ou do prazer esteve sempre fora do âmbito público, em matéria de família e matrimônio, salvo quando relacionado à estabilidade, ao respeito recíproco e ao cuidado adequado com a prole.

O interesse estatal se dava pelo fato de que as consequências das relações sexuais complementares eram, essencialmente, duradouras e graves: implicavam reprodução, e um novo ser humano, que precisava ser cuidado e sustentado até a idade adulta, e adquiria, então, o dever recíproco de cuidar de seus genitores. Qualquer outra atividade sexual que não tivesse tal dimensão era um indiferente, ou mesmo um inconveniente jurídico, porque colocava o desejo sexual individual acima do interesse social. E a libido, neste contexto, é uma base extremamente frágil, e portanto totalmente inconveniente, para estabelecer a família. Com prazer ou não, com atração ou não, a simples condição potencial essencial da geração da prole, com todos os seus consectários, é o único fundamento válido para o reconhecimento público de tais relacionamentos como familiares.

No momento, porém, que se pleiteia uma nova base como fundamento para o próprio matrimônio, qual seja, a pulsão sexual indistinta por qualquer outra pessoa, independentemente de complementariedade ou de potencialidade para a reprodução natural, os fundamentos do casamento estão sendo alterados, e não somente para os chamados “casais homoafetivos”. Se não há diferença entre o desejo sexual homoafetivo e a união complementar essencialmente reprodutiva, e ambas dão origem à mesma pretensão de reconhecimento público, então a base do matrimônio mudou, e mudou para a sociedade inteira. O que fundamenta o matrimônio, agora, seria o contrato sexual, a libido recíproca, e não mais o interesse social na estabilidade de um lar para a prole. E isto para homoafetivos ou para heterossexuais. É por isso que o reconhecimento estatal da união homoafetiva como casamento afeta a todos os matrimônios, não somente aos homoafetivos. Por essa ideologia, desaparecida a libido, ou dirigida ela a outra pessoa, desfaz-se a família, porque o prazer sexual, tornado sinônimo de “felicidade”, é tido como o único fundamento para o casamento civil.

Somente um governo que já perdeu a noção sobre o bem comum da família, sobre o respeito à maioria dos cidadãos, pode promover tais condutas e impor, inclusive, que sejam matéria de ensino para as crianças e adolescentes, nos colégios públicos e privados. Em pouquíssimo tempo, este mesmo governo estará processando pais de família, religiosos e professores que ousem ensinar para os jovens que, se a sexualidade sem critério fosse o centro da vida e da identidade humana, a humanidade seria apenas mais um rebanho de seres irracionais

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O regional Norte 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota explicativa sobre os Planos de Educação, diante do contexto de aprovação no país das Diretrizes, Metas, Estratégias dos Planos Estadual e Municipal de Educação (2015-2025), que pretendem incluir a ideologia de gênero nas escolas e a possibilidade de ensinar, a partir dos três anos de idade, que não existe diferença entre homem e mulher. O texto recorda que “a ideologia de gênero, ao proclamar a absoluta liberdade de construir a própria identidade sexual, uma vez aplicada, destrói o ser humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja célula-mãe é a família”. Confira a íntegra da nota:

 

                                            NOTA EXPLICATIVA SOBRE OS PLANOS DE EDUCAÇÃO

Aos presbíteros, Religiosos, Religiosas, Diáconos, Professores, Educadores, Pastores das Igrejas Evangélicas, homens e mulheres de boa vontade

“A ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus!” (Papa Francisco)

O Brasil está se mobilizando para aprovar as Diretrizes, as Metas, as Estratégias dos Planos Estadual e Municipal de Educação (2015-2025), com base na Lei 13.005/2014, que, segundo consta no Documento de Referência, para uma educação integral e humanizada. É louvável esta iniciativa. Todos nós somos conscientes que sem uma educação de qualidade o Brasil não se desenvolverá.  O problema, no entanto, é o que está sendo proposto nos referidos Planos, como destacaremos a seguir:

Em 2014, o governo federal tentou aprovar no Congresso Nacional a introdução da linguagem de gênero no Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024). Queria-se introduzir na educação brasileira a possibilidade de ensinar, a partir dos três anos de idade, que não existe diferença entre homem e mulher. Essa ideologia, de maneira oculta e à revelia da população brasileira, pretende acabar com as bases da nossa cultura e fundar uma nova ordem em que cada um pode decidir autonomamente e de maneira não definitiva a própria orientação sexual ou livre opção sexual.

O ponto que mais nos preocupa é a estratégia de número 12.6, que reza o seguinte: “garantir condições institucionais para o debate e a promoção da diversidade étnico-racial, de gênero, diversidade sexual e religiosa, por meio de políticas pedagógicas e de gestão específicas para esse fim”.

Existem organizações nacionais e internacionais muito ocupadas em destruir a família natural, constituída por um pai, uma mãe e seus filhos. Hoje um dos recursos mais perigosos para atentar contra a família se chama “ideologia de gênero”.

A ideologia de gênero também denominada de “teoria de gênero” ou “perspectiva de gênero” ensina que ninguém nasce homem ou mulher e que todos devem construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo de sua vida. Segundo os teóricos de gênero, cada um deveria ser identificado não por seu sexo biológico, mas pela identidade que ele constrói para si mesmo.

No número 40 do Documento de Aparecida já alertou que “entre os pressupostos que enfraquecem e menosprezam a vida familiar, encontramos a ideologia de gênero, segundo a qual um pode escolher sua orientação sexual, sem levar em consideração as diferenças dadas pela natureza humana. Isso tem provocado modificações legais que ferem gravemente a dignidade do matrimônio, o respeito ao direito à vida e a identidade da família”.

Segundo o Papa emérito Bento XVI, a ideologia de gênero “contesta o fato de o homem possuir uma natureza corpórea pré-constituída (…) nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um facto pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. (…) Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. (…). A manipulação da natureza, que hoje deploramos relativamente ao meio ambiente, torna-se aqui a escolha básica do homem a respeito de si mesmo. (…) Se não há (…) homem e mulher como um dado da criação, então deixa de existir também a família como realidade pré-estabelecida pela criação. Mas, em tal caso (…) o filho, de sujeito jurídico que era, com direito próprio, passa agora necessariamente a objeto, ao qual se tem direito e que, como objeto de um direito, se pode adquirir. Na luta pela família, está em jogo o próprio homem. E torna-se evidente que, onde Deus é negado, dissolve-se também a dignidade do homem. Quem defende Deus, defende o homem.”

O Papa Francisco, recentemente, afirmou que a ideologia de gênero é um erro da mente humana que provoca muita confusão e ataca a família. O papa lamentou a prática ocidental de impor uma agenda de gênero a outras nações por meio de ajuda externa. Chamou isso de “colonização ideológica”, comparando-o à máquina de propaganda nazista. Segundo ele, existem “Herodes” modernos que “destroem e tramam projetos de morte, que desfiguram a face do homem e da mulher, destruindo a criação.”

A ideologia de gênero, ao proclamar a absoluta liberdade de construir a própria identidade sexual, uma vez aplicada, destrói o ser humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja célula-mãe é a família. Todas as orientações sexuais reconhecidas como “gêneros” ou variantes lícitas seriam legitimadas, ensinadas, legalmente praticadas e oferecidas como opções sexuais às nossas crianças por meio da rede de ensino pública e privada.

A introdução da igualdade de gênero e da livre opção sexual em leis federais, estaduais ou municipais, especialmente nas que tratam da Educação, será certamente acompanhada pela introdução da disciplina de Educação Sexual nos currículos da Educação Básica de escolas públicas e privadas, em todos os níveis e modalidades. Nossas crianças deverão aprender que não são meninos ou meninas, e que precisam inventar um gênero para si mesmas. Para isso receberão materiais didáticos destinados a deformarem sua identidade. Sendo obrigatório por lei, os pais que se opuserem, poderão ser criminalizados por isso.
Como podemos ter certeza de que tudo isso de fato acontecerá? Porque exatamente isso já está acontecendo em países da América e da Europa, onde, como na Alemanha, já há pais que são detidos, porque seus filhos se recusam a assistir às aulas de gênero.

Frente a essa gravíssima situação, os bispos do Estado do Tocantins conclamam aos fiéis católicos do Estado a acompanhar com responsabilidade as discussões e decisões dos gestores do Estado e dos Municípios, a formação escolar dos próprios filhos e as decisões tomadas em cada estabelecimento de ensino, dando o próprio testemunho cristão, e posicionando-se corajosamente contra a ideologia de gênero em todos os ambientes que frequentam.
Expressamos veementemente o nosso desejo de que todas as forças vivas do Estado se unam em defesa da vida, da família e da sociedade em geral. Que as futuras gerações possam ter a certeza de que não fomos omissos e de que lutamos, dentro da lei e da ordem, contra os prejuízos de uma ideologia perigosamente revolucionária.
 

Fraternalmente,

Dom Philip Dickmans

Presidente

Regional Norte 3 da CNBB  e

Bispo da Diocese de Miracema do Tocantins

Dom Pedro Brito Guimarães – Arcebispo de Palmas

Dom Romualdo Matias Kujawski – Bispo da Diocese de Porto Nacional

Dom Giovane  Pereira de Melo – Bispo da Diocese de Tocantinópolis

Dom Rodolfo Luiz Weber –  Bispo da Prelazia de Cristalândia

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Caríssimos irmãos e irmãs no santo Batismo e pessoas de boa vontade em geral a quem esta Nota Pastoral chegar: saudações de paz e bênçãos de Deus, extensivas a todos os que lhes são queridos.

A Igreja tem acolhido em seus trabalhos sociais todas as situações conflitivas da humanidade e procurado ajudar as pessoas em suas realidades. O arco de atuação é muito grande. Por isso mesmo ela procura contribuir com reflexões em certos momentos da história para que os caminhos da humanidade não levem a situações mais difíceis no futuro.

É de conhecimento de muitos que há em curso uma nova tentativa de se colocar para as nossas crianças e adolescentes, nas escolas, o perigoso ensino – verdadeira doutrinação – da ideologia de gênero. Faz-se, portanto, oportuno lembrar que esta ideologia foi banida do Plano Nacional de Educação (PNE) no ano passado, graças a ingentes esforços das mais variadas forças vivas de nosso país, que interpretaram e respeitaram o pensamento do povo brasileiro. Também houve posicionamento de diversos Bispos e outras lideranças civis e religiosas.

Eis, porém, que agora tal tentativa de implementar esta ideologia volta a assombrar as famílias na votação do Plano Municipal de Educação (PME), ou seja: os vereadores de nossos municípios terão – em suas mãos e consciência, diante de Deus e dos que os elegeram – a difícil missão de rechaçar (caso já esteja presente no texto a ser votado) o que não corresponder à verdade, ou seja, a ideologia de gênero, em seus respectivos municípios. Os legisladores deverão estar atentos, pois se no plano federal não existe essa consideração, será incoerência colocá-la no Plano Municipal. Esta ideologia é de matriz marxista, e, portanto, ateia e materialista. A história, enfim, irá julgar esse passo.

Qual é, no entanto, em suma, o conteúdo desta ideologia, já denunciada mais de uma vez pelo Papa Bento XVI e agora pelo Papa Francisco, que nos leva, como Bispo, a nos pronunciarmos? – Irmãos e irmãs, a ideologia de gênero é malévola em si mesma e tem objetivos bem definidos para a destruição da humanidade.

Deseja ela que se ensine – na teoria e na prática – aos alunos que o sexo biológico dado pela natureza não tem valor algum. Portanto, ninguém nasceria homem ou mulher, mas, sim, um indivíduo indefinido que, obviamente, definiria com o tempo, se deseja ser homem, mulher ou neutro (nem um nem outro), independentemente de suas características fisiológicas.

Deste modo, fica patente que os professores ou demais funcionários de um estabelecimento de ensino não deveriam, caso a ideologia de gênero entrasse em vigor legalmente – se nada for feito – chamar os alunos pequenos de menino ou menina. Isso seria opressão, uma vez que eles ainda não teriam decidido o que serão. O mesmo vale para os pais.  E mais: ambos, pais e professores, poderiam com o tempo, ser punidos pelo Estado se, de acordo com a lei natural e o bom-senso, insistissem em chamar e tratar seus filhos e filhas como tais, ou seja, como menino e menina, e, por conseguinte, homem e mulher.

Depois de derrubar artificialmente as barreiras da diferença sexual natural entre homem e mulher, de modo especial a partir das escolas e de alguns meios de comunicação social com programações específicas, chegar-se-ia à destruição da família. Esta já não deveria ser mais um núcleo natural formado por um homem e uma mulher (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2201-2203), mas, sim, “qualquer aglomerado de pessoas”.

Estaria aberta, em diversos níveis, a porta para as afrontas ao matrimônio, união natural e, para nós que cremos, também querida por Deus e elevada a Sacramento. Isso inclui, por exemplo, a equiparação de uniões de pessoas do mesmo sexo com o casamento; da bestialidade, uma vez que já há quem defenda (lembremo-nos do especialista em bioética Peter Singer) a não discriminação do consórcio carnal do ser humano com animais irracionais, desde que o animal não sofra maus tratos[1], bem como o edadismo ou o etarismo, muito presentes nos Estados Unidos, a proclamar abertamente um tipo de “amor” hoje condenado como pedofilia: o ato sexual entre adultos e crianças de qualquer faixa etária (cf. cf. J. Scala. Ideologia de gênero. S. Paulo: Katechesis/Artpress, 2011, p. 65-67).

É diante desse quadro sombrio que a Igreja, perita em humanidade, ergue a sua voz para, mais uma vez, apesar de incompreendida por alguns, defender a dignidade humana, ameaçada por ideologias contrárias à natureza e, consequentemente, aos planos de Deus. Tão opostas que o Papa Francisco tem rotulado-as como “diabólica”[2], dado que visa a subverter os planos divinos, colocando a criatura no lugar do Criador.

Apelamos, pois, muito cordialmente, a todos os irmãos no santo Batismo e demais homens e mulheres de boa vontade para que fiscalizem as votações do PME em seu município, e tudo façam, ordeira e pacificamente, para impedir que a absurda e antinatural ideologia de gênero penetre em nossas escolas. Eis um dever de consciência decorrente da fé que professamos e que não pode ser traído em momentos como este, no qual somos, especialmente, convocados a ser sal da terra e luz do mundo (cf.Mt 5,13-14).

Que a Virgem Maria, invocada sob o título de Senhora Aparecida, guarde a todos nós, as nossas crianças, seus pais e educadores profissionais, agora e sempre. Amém!

Orani João Cardeal Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro
Presidente do Regional Leste 1

 

[1]http://direitosanimaisunicamp.blogspot.com.br/2009/12/filosofos-sobre-direitos-animais-peter_17.html, acessado em 31/05/15.

[2] http://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-a-ideologia-de-genero-e-contraria-ao-plano-de-deus-10716, acessado em 31/05/15.

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Os municípios brasileiros têm até o dia 24 de junho para aprovar seus Planos Municipais de Educação (PMEs). Uma das propostas em discussão nas cidades é a de inserção na educação infantil da Ideologia de Gênero, que combate a família natural.

Em síntese, a Ideologia de Gênero ensina que não existem diferenças naturais entre homens e mulheres. Desta forma, a referida ideologia legitima propostas estranhas como o banheiro unissex para meninos e meninas nas escolas e universidades.

“O ideólogo usa fachadas para esconder suas reais intenções. Ele nunca é sincero. No caso da Ideologia de Gênero, fazem uma conexão forçada com direitos de minorias. Na verdade, é apenas uma ideologia sem base científica que pretende desconstruir a família”, afirmou Felipe Nery, presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica.

Felipe Nery destaca que a Ideologia de Gênero vem reforçar o relativismo que, gradualmente, nos levará ao vale-tudo da sexualidade. A pedofilia, lembrou o acadêmico, já começou a ser chamada por progressistas em outros países de “amor entre gerações”.

As audiências de discussão dos PMEs têm atraído alguns grupos militantes sem qualquer ligação com a educação. Na audiência pública de Guarulhos, por exemplo, compareceram militantes de “coletivos” da Marcha das Vadias e Marcha da Maconha.

Para ter validade legal, os PMEs devem ser aprovados pelas Câmaras Municipais.  É aí que entram as militâncias organizadas cujo trabalho é pressionar os vereadores em favor da Ideologia de Gênero e hostilizar qualquer um que se oponha.

Felipe Nery destacou que é importante que as pessoas procurem os vereadores de suas cidades, enviem e-mails, liguem nos gabinetes e expressem sua posição contrária à Ideologia de Gênero.

Mais informações: biopolitica.com.br

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Bispo Edmilson Caetano. Fonte: Folha

Ser homem ou ser mulher, tudo uma construção social, nada mais. É assim que os “progressistas” enxergam as coisas. Direito deles, assim como é direito de alguns criacionistas negar Darwin. Mas não venham impor essa visão de mundo aos nossos filhos nas escolas! Isso já é absurdo, uma invasão dos nossos direitos como pais. E é exatamente o que querem fazer os “progressistas”, em nome do combate ao preconceito e à violência: enfiar goela abaixo das crianças uma “ideologia de gênero” que nega a biologia e diz que devemos ser “neutros”, pois cada um deve ser o que quiser e não existe essa coisa de “menino” e “menina”.

Foi por conta disso que houve confusão em Guarulhos, pois a prefeitura, sob o comando petista,resolveu distribuir livros de educação sexual para crianças, com claro viés ideológico:

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Para vereadores evangélicos e católicos, a gestão do prefeito Sebastião Almeida (PT) quer implantar a ideologia de gênero nas escolas municipais, que atendem crianças de até 11 anos.

Segundo essa corrente de pensamento, os gêneros sexuais são construções sociais e culturais, e não biológicas. Assim, as crianças devem ser educadas de forma neutra, para que elas próprias escolham seu gênero no futuro.

“Não sou homofóbico, mas essa ideologia pode levar a criança a achar que pode ser menino com menino, menina com menina, três juntos, aí banaliza”, disse o vereador Romildo Santos (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

No último dia 20, o encontro na Casa foi quente, com gritos de todos os lados. O bispo Edmilson Caetano, da diocese da cidade, não conseguiu terminar seu discurso por causa do protesto de grupos LGBT (que representam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).

“Não sou psicólogo, mas e essa questão do neutro? O que significa para a pessoa essa espécie de dúvida de identidade que venha desde a infância? Acho que a educação sexual deve ser uma questão tratada na família”, disse o bispo à Folha.

O juiz Antonio Pimenta, que mora na cidade, também falou: “Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia”.

O vereador do PSDB está certo em condenar a banalização do sexo, como se fosse a coisa mais normal do mundo hoje o menino gostar de meninas, amanhã resolver que gosta mesmo é de meninos, e no dia seguinte decidir que gosta de ambos. O bispo também está certo ao temer essa coisa de “neutralidade”, e lembrar que educação sexual, ou orientação sobre valores morais, é função da família.

Os “progressistas” odeiam esse obstáculo ao totalitarismo, e por isso atacam as famílias tradicionais de todas as formas possíveis. Querem substituí-la pelo estado, pelo poder dos burocratas “ungidos”, por eles mesmos, os arrogantes que acham que entenderam melhor o mundo e desejam impor sua visão aos demais, aos “alienados”, “reacionários”, “conservadores”, “caretas” e “coxinhas”.

“O gênero não veio para destruir famílias. Tratar da questão de gênero é trabalhar com uma política de erradicação da violência contra homossexuais, contra a mulher”, disse a professora Sílvia Moraes, coordenadora educacional da cidade, que defende o uso dos livros. Não sei de onde ela tirou isso! Ninguém precisa agredir um homossexual por levar em conta a biologia. Isso é desculpa esfarrapada de quem quer, sim, impor uma ideologia. 

Achar que sexualidade ou comportamentos masculino e feminino não passam de “construções sociais” exige uma cegueira e tanto em relação ao mundo e à história. Que algumas pessoas resolvam acreditar nessa besteira, vá lá, direito delas. Mas não venham tentar doutrinar os filhos dos outros com essa ideologia besta, pois isso já é demais; é puro autoritarismo. Deixem nossos filhos em paz, “progressistas”! Escola não é laboratório para experiências humanas nem extensão de diretório partidário. Educação sexual é função da família!

Rodrigo Constantino, jornalista

Fonte da reportagem:http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/05/1635199-distribuicao-de-livros-de-educacao-sexual-vira-polemica-na-grande-sp.shtml

Veja abaixo íntegra da colocação do Sr Bispo que não pode ser lida por causa dos protestos 

 ‘Senhoras, Senhores, irmãos e irmãs,
 
Agradeço a oportunidade de poder falar nesta audiência pública.
 
Não tenho competência para falar de todos os pontos do PNE. Entretanto, aquilo que nos preocupa enquanto Igreja é a questão da chamada educação sexual. Não tive contato com o argumento próprio para o nosso município, mas como o PNE foi passado à responsabilidade dos Estados e municípios já com o conteúdo que vinha sendo proposto a nível federal, achamos por bem abrir um espaço para a reflexão. Esta audiência pública é uma boa oportunidade.
 
Primeiramente estou aqui por causa da minha fé em Jesus Cristo e a missão que Ele deixou à sua Igreja. A minha fé não está em contraste com a razão e a ciência. Na fé cristã, acreditamos que Deus criou o homem à sua imagem, homem e mulher. O Criador não tem sexo, mas Deus é Comunhão de Pessoas (a Trindade). Assim, a diferenciação dos sexos é para que o ser humano possa perfazer esta sua vocação de ser imagem de Deus: comunhão de amor.Uma das formas sublimes deste amor se manifestar, amor este que é espiritual, é na união sexual que não está voltada para si mesma, mas aberta à doação para o outro e aberta à vida que pode ser gerada. Na fé também acredito que esta obra maravilhosa de Deus foi danificada pelo pecado que inverte todas as coisas e é contrário ao amor.
 
Peço desculpas por usar certas categorias filosóficas que não fazem parte do nosso falar cotidiano. Por causa desta fé acredito que a essência precede a existência. Ser masculino ou feminino é algo essencial, seja do ponto de vista fisiológico, bioquímico e psicológico. Não há como ser neutro. Se aparece na existência algum acidente, ele é posterior à essência. Muda, sim, o concreto da existência, mas é posterior. Em alguns pontos da educação sexual, pretende-se mudar esta ordem, de modo que caberia à pessoa escolher a sua orientação sexual. Por detrás desta configuração existe um aspecto da corrente do existencialismo ateu sartriano que propaga que a existência precede a essência.
 
Ser masculino ou feminino nos dá uma identidade. Ser masculino ou feminino não difere na dignidade. Como vivenciar o ser masculino ou feminino acarreta consequências morais e éticas. – Grande parte da natureza manifesta esta dupla de identidade de gênero, não como pobreza, mas como riqueza.
 
Ainda que a chamada ideologia de gênero não trate especifica e exclusivamente da questão da homossexualidade, quero inserir aqui uma breve reflexão. Acredito que nenhum de nós, aqui presente, tenha escolhido a própria orientação sexual. Acredito também que, não somente por questões culturais e sociais, as pessoas com orientação homossexual tenham se sentido angustiadas, mas na vivência da própria existência travaram e travam conflitos consigo mesmas. Este conflito existe exatamente porque não se trata de uma escolha pessoal, mas um ou vários acidentes tornaram assim a situação.
 
Quero também afirmar que a pessoa humana é muito, muito mais que a sua orientação sexual. Neste sentido é importante educar para a grandeza da dignidade da pessoa humana, que encontra sua plena realização no amor. Amor que significa ser para o outro, não buscando simplesmente a si mesmo. Compreender a orientação sexual como uma situação e não como uma opção ajuda e muito a respeitar o outro e desbaratar tantas atitudes chamadas homofóbicasque tem feito muitas pessoas sofrerem. Acredito que todos estamos concordes em não aceitar a violência contrapessoas.
 
Peço que o PNE em nosso município saiba encontrar estruturas que eduquem não só para o respeito, mas principalmente para amor-doação. A nossa sexualidade é dom de Deus e o sermos seres sexuados é que nos faz capazes de amar. Educar para virtude da castidade também é importante, pois esta virtude libera o amor de manifestações egoístas. Peço que se tenha cuidado para não reduzir a educação sexual a educação genital. A nossa sexualidade é muito mais que genitalidade.
 
Obrigado pela atenção.
 
†Edmilson Amador Caetano, O.Cist.
Bispo diocesano de Guarulhos‘”
 
Fonte: http://www.ofielcatolico.com.br/2005/05/dom-edmilson-amador-caetano-bispo-de.html

menino_menina02Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

A “revolucionária” ideologia de gênero vem tentando se implantar no Brasil por meio de grandes esforços do poder reinante ou dominante. Diante desta situação, incumbe-nos, enquanto brasileiros e cristãos, saber o que é essa ideologia muito comentada, mas pouco definida, quais são suas raízes, como ela se impõe, que objetivos tem e qual deve ser a nossa posição frente a ela.

É ponto de partida desse sistema ideológico o seguinte postulado: nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido. Desse modo, em última análise, não existiria uma mulher ou um homem naturais. Ao contrário, o ser humano nasceria sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico, e seria constituído socialmente homem ou mulher.

Nada de novo debaixo do sol. Simone de Beauvoir, filósofa existencialista, já dizia exatamente isso. Não se nasce mulher, mas você se torna mulher; não se nasce homem, mas você se torna homem. Em suma, nada dependeria da natureza, mas, sim, de uma construção sociocultural capaz de levar a relações igualitárias entre dois seres humanos, naturalmente, diferentes quanto à sexualidade.

Uma Nota da Conferência Episcopal do Peru, emitida em abril de 1998, com o título La ideologia de género: sus peligros y alcances aponta a raiz marxista e atéia desse sistema ideológico e assegura que segundo a ideologia de gênero, não é a natureza, mas a sociedade quem vai impondo ao homem ou à mulher certos comportamentos típicos. Desse modo, se a menina prefere brincar de casinha ou aconchegar a boneca isso não se deveria ao seu instinto natural à maternidade, mas tão-somente a uma convenção social dominadora. Se as mulheres se casam com homens e não com outras mulheres, isso nada teria de natural, mas dever-se-ia apenas a uma “tradição social” das classes dominantes.

Mais: se o homem brinca de bola e sente necessidade de trabalhar fora de casa a fim de melhor sustentar a família ao passo que as mulheres preferem, via de regra, passar mais tempo em casa junto aos filhos (cf. Sueli C. Uliano. Por um novo feminismo. São Paulo: Quadrante, 1995, p. 51-53), não estariam, de modo algum, atendendo a seus anseios inatos, mas apenas se acomodando ao desejo elitista de uma tradição opressora que deve ser rompida a qualquer momento. Sim, pois segundo os defensores da ideologia de gênero essas construções sociais opressivas só serviram até hoje para minimizar a mulher frente aos homens. Seria necessário conscientizá-las de que a sua vida de casa, cozinha e criança não tem mais sentido, essa conscientização levaria a mulher a entender o quanto é explorada e enganada pelo modelo patriarcal de sociedade em que vivemos.

Uma vez liberta, ela poderia optar por reconstruir-se do modo que bem entender. Faria a sua escolha sexual com todas as consequências dela derivadas, ou seja, poderia também optar por levar adiante uma gravidez ou praticar o aborto que, na doutrina de gênero, não seria crime algum, mas, ao contrário um direito que caberia à mãe. Embora, para não chocar a sociedade com o homicídio, prefira-se um termo manipulado por meio de engenharia verbal como é, por exemplo, “interrupção voluntária da gravidez”.

Isso posto, já devemos – com a Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do Homem e da Mulher na Igreja e na Sociedade, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 31 de maio de 2004 – aproveitar fazer, rapidamente, a refutação de duas correntes contemporâneas que propalam pensamentos absurdos a respeito da mulher: a subordinacionista, que a vê qual escrava, submissa ao homem em nível familiar e social, e a de gênero, desejosa de apagar as diferenças naturais entre homem e mulher. Afinal, a Escritura apresenta a mulher como ezer (auxiliar ou companheira) do homem por analogia com Deus que é ezer do homem (cf. Gn 2,4-25; Êx 18,4; Sl 10,35). Há entre mulher e homem complementaridade, apesar das diferenças fisiológicas e psicológicas (não meramente culturais). Iguais quanto à sua dignidade – um não é mais que o outro – não se identificam em suas características peculiares, pois Deus criou homem e mulher, não um andrógino polimorfo ou capaz de ter várias formas.

Outro ponto a ser refutado é o que defende a liberdade de construção sexual. Com efeito, assim como toda ideologia, a de gênero – considerada pelo estudioso argentino Jorge Scala, em sua obra Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família (São Paulo: Katechesis, 2011), a mais radical já conhecida na história, pois se aplicada destruiria o ser humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja célula-mãe é a família – é também mentirosa. Ela oferece às pessoas a ilusão de que serão plenamente livres em matéria sexual, contudo, uma vez que essas pessoas tenham tomado a mentira por verdade, são aqueles que detêm o poder real que escolherão, a seu beneplácito, o modo como o povo deverá – padronizadamente – exercer a sua sexualidade sob o olhar forte do Estado que tutelaria para que cada um fizesse o que bem entendesse. Dentro da cartilha estatal, é óbvio. Só não se toleraria, por enquanto, as relações sexuais não consentidas, todas as demais seriam válidas e deveriam ser toleradas pelo Governo e pela sociedade em geral como lícitas.

Ora, uma ideologia tão antinatural e artificial dessas não consegue se impor do dia para a noite, nem recebe tão fácil acolhida da população, mas, ao contrário, provoca resistências entre as pessoas sensatas em geral. Daí os arautos da ideologia de gênero usarem, de modo conjunto, importantes estratégias para dominarem o grande número de hesitantes.

Sim, é imprescindível contar com os meios de propaganda de grande alcance tais como o rádio, o jornal, as revistas, a TV, a internet, pois são veículos de comunicação unidirecionais, ou seja, não permitem que o receptor da informação dialogue com o emissor (sabemos como são manipuladas as opiniões que se enviam para os sites) para, no caso de gênero, por exemplo, contestá-lo das inverdades que diz. Apenas se aceita muito passivamente aquilo que lhe é transmitido.

Outro meio formidável é o sistema educacional formal ou a escola. Por meio dela – em um processo educacional inverso ao que sempre se conheceu, no qual o papel primordial da educação ética e religiosa cabe aos pais – se veiculariam os métodos impostos pelo Estado a ditarem as normas de vida social aos alunos e estes deveriam, em casa, ensinar seus pais ou responsáveis doutrinando-os a fim de que também aceitem as novas concepções totalitárias, incluindo como carro-chefe a revolucionária ideologia de gênero, mãe de todas os outros “libertinismos” sexuais.

Tudo isso, porém, depende, para ser imposto, de uma ardilosa máquina de propaganda que age especialmente, a partir de três etapas fundamentais: primeiro, usar, desde logo, uma palavra comum, mas com sentido totalmente diferente. Desse modo, falar-se-ia em sexo e gênero, alternadamente, como se fossem meros sinônimos até que as pessoas, de maneira imperceptível, começassem a usá-las sem se questionar, ao menos em alguns ambientes específicos como as escolas, redações de jornais, rádios, igrejas etc.

Segundo, bombardear a opinião pública pelos meios de educação formais (escola) e informais (rádios, TVs, jornais, revistas, internet) valendo-se da palavra antiga com sentido novo ou transfigurado pela cirurgia ideológica nela realizada. Aqui já se substituiria o vocábulo sexo por gênero e se lhe acrescentaria os sentidos revolucionários de “sexo socialmente construído” em oposição ao sexo biologicamente dado pela natureza, falar-se-ia em “tipos de casamentos” e não mais no matrimônio monogâmico e estável com bases religiosas, etc.

Observa-se, então, que as pessoas aceitariam o termo clássico (sexo) com um conteúdo novo (gênero). Estaria imposta, por uma forte “heterossugestão”, um novo modelo de pensar: simples homens e mulheres, sem qualquer pressuposto filosófico, sociológico ou antropológico, estaria falando, de modo falacioso, que gênero é a “autoconstrução livre da própria sexualidade”. A opinião pública estaria dominada para acatar todo tipo de “vida sexual” contrária à natureza: poligamia, prostituição, orgias, pedofilia, pornografia, zoofilia (relação sexual com animais), necrofilia (encenação de ato sexual com defuntos) etc.

Tudo isso graças ao substrato de uma nova linguagem de características obscuras, próprias para causar confusão na mente de quem com elas toma contato, evitando, assim, que o ouvinte ou o leitor consiga rebater a mensagem implícita naqueles termos que parecendo esdrúxulos têm uma finalidade muito específica na veiculação da ideologia de gênero. Alguns deles são “sexismo”, sexualidade polimórfica, homofobia, “androcentrismo”, tipos de família, “parentalidade”, heterossexualidade obrigatória, etc. e quem toma contato, sem pressupostos, aceita às escuras tais termos e os repete trabalhando, ingenuamente, para a ideologia de gênero e, por consequência, contra a vida, a família e os alicerces da própria sociedade.

Pergunta-se, então, se diante de uma ideologia “revolucionária” e perversa, como se revela ser a ideologia de gênero, cabe aos católicos a coragem ou o medo? – Scala responde com uma citação de Jean Gitton, filósofo francês, que diz o seguinte: “Em todos os séculos, diz-se que a Igreja vai cair, e ela se mantém. É incrível. Em cada século diz-se que não é como os séculos precedentes, que desta vez é definitiva e que a Igreja não se salvará. E sempre se salva. Veja, ainda no século XX. O comunismo a enterraria. Todo mundo dizia isso. Eu também esperava o pior, na Europa e em todos os lugares. O que aconteceu? A Igreja enterrou o comunismo. E já veremos que a mesma coisa vai acontecer com o liberalismo que se acredita eterno. Aos olhos humanos nenhuma pessoa sensata poria um centavo nas ações do ‘Catolicismo’. Hoje em dia se diz: o consumismo e o sexo varrerão a Igreja. Bom, eu não acredito. Uma vez mais, acontecerá algo, não sei o quê. Repito: é incrível. Toda esta história é inverossímil” (Mi testamento filosófico apud Scala, p. 195).

Certo é que não basta só confiar nessa força sobrenatural da Igreja, é preciso fazer a nossa parte conhecendo e apresentando ao público a verdadeira face da ideologia de gênero escondida atrás de uma fantasia carnavalesca. Olha-nos sorridente para conquistar-nos. Uma vez conseguido seu intento, fecha sua carranca e ataca-nos impiedosamente para destruir a vida, a família e os valores sociais alicerçados na lei natural moral que ensina a fazer o bem e evitar o mal. Todavia, quem se julgar livre para defender os valores naturais e cristãos pode ser duramente perseguido, moral e fisicamente, como já se faz, ainda que um tanto veladamente, em não poucos países. A classificação de “retrógrado” e outros nomes é muito comum na verbalização e condenação daqueles que conseguem refletir sobre esses fatos.

Em tempos como os nossos, ter coragem para defender os princípios cristãos libertadores – é para a liberdade que Cristo nos libertou, Gl 5,1 – é expor-se ao próprio martírio de sangue, mas as palavras do Senhor Jesus nos encorajam: No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo (cf. Jo 15,18-27).

Fazemos votos para que todas as forças vivas da nação se unam em defesa da vida e da família e, consequentemente, da sociedade em geral a fim de que possamos, diante de Deus, deixar ao nosso povo em geral, especialmente às nossas crianças, adolescentes e jovens, a certeza de que não fomos omissos e lutamos, dentro da lei e da ordem, para que uma ideologia que pretende ser “revolucionária” como a de gênero não os prejudicasse. Nem hoje, nem amanhã.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/imprensa/364-artigos-dos-bispos/dom-orani-joao-tempesta/13907-reflexoes-sobre-a-ideologia-de-genero   MARÇO 2014

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Na última quinta-feira foi apresentada a segunda Conferência Internacional sobre a Mulher que começou em Roma (Itália), para abordar o papel da mulher e os problemas que enfrenta no mundo de hoje, como a “colonização ideológica de gênero”, o aborto seletivo de fetos femininos, a violência, a exploração do trabalho e o acesso à educação.

O evento foi organizado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, em colaboração com a União Mundial de Organizações Femininas Católicas (WUCWO) e a Aliança Mundial de Mulheres pela Vida e pela Família (WWALF). O tema abordado será “Mulheres para a agenda de desenvolvimento pós-2015: Quais os seus desafios diante dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OSS)? ”.

Durante a apresentação, o Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, indicou: “A primeira jornada de hoje será apresentada em três blocos: Começaremos fazendo uma análise da antropologia feminina comparando-a com a cultura moderna, que nos dará novas idéias sobre algumas mudanças semânticas dos termos de referência. Conforme recordou o Papa Francisco, na audiência geral do dia 15 de abril, declarando em termos críticos a chamada ‘ideologia de gênero’”.

Por sua parte, a presidenta da Aliança Mundial de Mulheres pela Vida e pela Família (WWALF), Olimpia Tarzia, afirmou: “A Conferência contribuirá consolidando parcerias com mulheres do mundo da cultura e acadêmico para reforçar a defesa da vida e da família, buscando deste modo, diminuir as novas formas de escravidão que as mulheres deste novo milênio são submetidas”.

Desta maneira, Tarzia indicou: “As mulheres poderão rejeitar as pressões culturais e educativas que, sob o pretexto da ‘igualdade de gênero’, representam –como afirma o Santo Padre-, a ‘colonização ideológica do gênero’. Uma colonização que busca uma mudança antropológica que destrói a família como instituição e como sociedade natural estabelecida no matrimônio entre um homem e uma mulher”.

Aborto seletivo

Durante a apresentação, o Cardeal Turkson também denunciou a violência doméstica e assassinatos de mulheres. “Em algumas zonas mais pobres dos países em via de desenvolvimento são numerosos os infanticídios de meninas e os abortos seletivos de fetos femininos: nos encontramos em uns e outros casos, frente a graves violações da dignidade e dos direitos da mulher, o primeiro de todos é o direito à vida”, assinalou.

Do mesmo modo, disse o Cardial Peter Turkson: “Em alguns casos a educação é o recurso essencial para o direito à vida e em alguns lugares do mundo este recurso é negado às meninas, cujo nascimento é considerado uma desgraça, pois o único destino da mulher é o matrimônio, para o qual a família deve entregar um dote”.

O Cardeal mencionou vários episódios que aconteceram nos últimos tempos, como por exemplo, “algumas meninas e mulheres convertidas em vítimas de atrocidades incríveis, – especialmente por causa da sua fé cristã- acompanhadas de violência sexual, o que nos interpela brutalmente”.

“Estes acontecimentos nos impulsionam a intensificar o diálogo inter-religioso e apelar à nossa mesma natureza humana, que vai além de todas diferenças religiosas e culturais, para condenar energicamente essas atrocidades e defender aquelas pessoas que estão ameaçadas”.

A este Congresso assistirá cerca de cem pessoas de diversos países e culturas, algo que ajudará a aprofundar ainda mais nos diversos temas e denunciará, segundo explicaram os organizadores, o fenômeno do tráfico de pessoas que o Papa Francisco denunciou em diversas ocasiões.

O Cardeal também destacou o papel das mulheres na luta contra a pobreza e a fome e como “guardiãs da vida em todas suas fases”.

Por sua parte, Olimpia Tarzia se referiu ao problema das conhecidas “barrigas de aluguel”, como um fenômeno ao qual muitas mulheres são forçadas devido à pobreza, colocando sua vida e saúde em risco.

Na apresentação também intervieram Maria Giovanna Ruggieri, Presidenta da União Mundial das Organizações Femininas Católicas e Flaminia Giovanelli, Subsecretária do Pontifício Conselho Justiça e Paz, quem mencionou sobre o tema da contribuição da mulher ao desenvolvimento sustentável da sociedade.

ACI

ANSA783688_ArticoloA Praça S. Pedro ficou lotada de fiéis nesta quarta-feira (15/04) para a Audiência Geral com o Papa Francisco. Antes de tomar a palavra, o Pontífice saudou os cerca de 30 mil peregrinos a bordo do seu papamóvel, acenando para a multidão e beijando as crianças. Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a família, o Papa falou de um tema que ele considera central: a complementariedade entre homem e mulher.

“Deus criou o ser humano à sua imagem: criou-os homem e mulher.” Esta afirmação do Gênesis, explicou Francisco, diz que nem só o homem nem só a mulher são imagem de Deus, mas ambos, como casal, são imagem do Criador. A diferença entre eles tem em vista a comunhão e a geração, e não a contraposição nem a subordinação. “Somos feitos para nos ouvir e nos ajudar reciprocamente. Sem esse enriquecimento recíproco, não se pode entender profundamente o que significa ser homem e mulher”, disse o Papa.

Retrocesso

Todavia, a cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços para a compreensão dessa diferença, introduzindo dúvidas e ceticismo.

“Pergunto-me, por exemplo, se a chamada teoria do gênero não seja expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela. Sim, corremos o risco de retroceder”, afirmou Francisco, advertindo que a remoção da diferença é o problema, e não a solução.

Se o homem e a mulher têm divergências, as mesmas devem ser resolvidas com o diálogo, para amarem-se mais e conhecerem-se melhor. “O elo matrimonial e familiar é algo sério, e o é para todos, não só para os fiéis. Gostaria de exortar os intelectuais a não abandonarem este tema, como se tivesse se tornado um empenho secundário a favor de uma sociedade mais livre e mais justa.”

Francisco recordou que Deus confiou a terra à aliança do homem e da mulher: a falência desta aliança gera a aridez dos afetos no mundo e obscurece o céu da esperança. Os sinais são visíveis e preocupantes, disse, indicando duas reflexões que merecem atenção.
Complementaridade

A primeira é a certeza de que se deve fazer muito mais a favor da mulher para reforçar a reciprocidade entre os dois gêneros.
“De fato, é necessário que a mulher não seja só mais ouvida, mas que a sua voz tenha um peso real, que seja reconhecida na sociedade e na Igreja. Ainda não entendemos em profundidade o que pode nos dar o gênio feminino, por saber ver as coisas com outros olhos que complementam o pensamento do homem. Trata-se de um caminho a percorrer com mais criatividade e audácia”, afirmou Francisco, citando como exemplo o modo como o próprio Jesus considerou as mulheres num período em que eram relegadas ao segundo plano.

O segunda reflexão diz respeito ao tema do homem e da mulher criados à imagem de Deus. “Pergunto-me se a crise de confiança coletiva em Deus não esteja relacionada à crise de aliança entre homem e mulher, já que a comunhão com Deus se reflete na comunhão do casal humano.”

Responsabilidade

Eis então a grande responsabilidade da Igreja e de todos os fiéis para redescobrir a beleza do projeto criador.
“A terra enche-se de harmonia e confiança quando a aliança entre o homem e a mulher é vivida no bem. Jesus nos encoraja explicitamente ao testemunho desta beleza”, concluiu o Papa.

Ao saudar os numerosos grupos na Praça, aos de língua árabe pediu esforços para que, na Igreja e na sociedade, a igualdade entre os gêneros seja respeitada, rejeitando toda forma de abuso e de injustiça, em especial contra as mulheres.

Rádio Vaticano

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“O namoro perdeu o sentido do sagrado”, expressou o Papa Francisco na sua recente visita a Nápoles (Itália), ao falar sobre a crise do matrimônio e da família, afetada pelas colonizações ideológicas como a ideologia de gênero, “esse erro da mente humana”.

O Pontífice disse isso durante o encontro multitudinário que teve no passeio marítimo Caracciolo, no qual respondeu a três perguntas, a primeira de uma jovem, a segunda de uma idosa e finalmente de dois cônjuges que lhe perguntaram como se pode comunicar a beleza da família, servindo-se de uma pastoral “em saída” e não de defesa.

“A família está em crise: é verdade, não é nenhuma novidade -constatou Francisco- Os jovens não querem se casar, preferem conviver, tranquilos e sem compromissos; depois quando o filho chegar se casarão à força… A crise da família é uma realidade social”.

Nesse sentido, Francisco disse que o próximo Sínodo da Família abordará problemas como “a preparação para o matrimônio na Igreja. A preparação não é questão de um curso…: tornar-se esposos em oito lições… É outra coisa. Tem que começar em casa, com os amigos, na juventude, no namoro”.

“O namoro perdeu o sentido do sagrado, insistiu o Papa. Normalmente hoje namoro e convivência são quase a mesma coisa… Mas nem sempre… Como preparar um namoro que amadureça? Porque quando o namoro é bom, chega um momento em que tem que casar, porque já está maduro. É como a fruta. Se você comer sem estar madura, não estará boa. Mas tudo está em crise e lhes peço que rezem muito… Eu não tenho receitas… É importante o testemunho do amor, o testemunho de como resolver os problemas”.

O Santo Padre também se referiu às “colonizações ideológicas” que afetam a família; “modalidades e propostas que existem na Europa e chegam também do outro lado do Oceano. E há também esse erro da mente humana que é a teoria de gênero, que cria tanta confusão…”.

“O que se pode fazer com a secularização tão ativa? O que se pode fazer com esta colonização ideológica? O que se pode fazer com uma cultura que não leva em consideração a família, onde se prefere não casar? Eu não tenho receitas. A Igreja é consciente disto e o Senhor inspirou a convocação do Sínodo sobre a família, sobre tantos problemas…”, indicou o Pontífice.

Em sua recente viagem às Filipinas, o Papa também denunciou a existência de colonizações ideológicas que procuram redefinir “o matrimônio, guiados pelo relativismo, a cultura do efêmero, a falta de abertura à vida”.

Naquela ocasião exortou a estar atentos à nova colonização ideológica. “Existem colonizações ideológicas que procuram destruir a família. Não nascem do sonho, da oração, da missão que Deus nos dá. Vêm de fora, por isso digo que são colonizações. Não percamos a liberdade da missão da família”.

Fonte: ACI