Não é fácil lidar com a morte de uma pessoa próxima. Cada um de nós processa o luto de formas diferentes. Esta é a história de duas pessoas que não se conheciam, mas cujas vidas se cruzaram depois de passarem por perdas drásticas.

Chastity Patterson, de 23 anos, perdeu seu pai, Jason Ligons, há quatro anos. Desde então, ela manda todos os dias uma mensagem de texto ao celular do pai, contando como foi o seu dia.

Até que, dia 24 de outubro de 2019 – um dia antes do quarto aniversário da morte de Jason – ela recebeu uma resposta. Era Brad, que recebeu boa parte das mensagens de Chastity. E mais: um ano antes da morte de Jason, Brad havia perdido sua filha em um acidente de carro.

Na sua mensagem, Chastity afirmava que o dia seguinte seria, novamente, um dia difícil. Muita coisa aconteceu nesse curto período. Tenho certeza que você sabe disso, porque conto tudo para você. Eu venci o câncer e não voltei a ficar doente desde que você se foi – assim como prometi a você, de que cuidaria melhor de mim. Terminei a faculdade e me formei com louvor”, disse a jovem.

E continuou: “Me apaixonei e tive o coração partido (você teria matado ele), mas levantei a cabeça e me tornei uma mulher ainda mais forte. Tenho medo de me casar, porque vou ter que caminhar sozinha por aquele longo corredor e você não estará lá para me dizer que tudo vai ficar bem. Só queria dizer que eu te amo e que sinto muito a sua falta!”

A resposta foi de tocar o coração: “Oi, querida. Não sou seu pai, mas tenho recebido as suas mensagens nos últimos quatro anos. Fico na expectativa de suas mensagens matinais e de suas atualizações à noite. Meu nome é Brad e perdi minha filha em um acidente de trânsito em agosto de 2014. As suas mensagens têm me mantido vivo. Quando você me escreve, sei que é uma mensagem de Deus”.

“Sinto muito por você ter perdido alguém tão próximo, mas tenho te escutado ao longo dos anos e vi você crescer e passar por muitas coisas mais do que qualquer um. Há anos eu queria te responder, mas não quis partir seu coração”, escreveu Brad.

“Você é uma mulher extraordinária. Eu gostaria que a minha filha tivesse se tornado a mulher que você é. Obrigado por suas mensagens diárias. Você me lembrou de que Deus existe e de que não é culpa dele que a minha garotinha se foi. Ele me deu a você, meu pequeno anjo”, continuou. “Tudo vai ficar bem. Faça brilhar a luz que Deus te deu. Sinto muito que você tenha passado por isso, mas, se ajuda dizer isso, tenho muito orgulho de você”.

Emocionada, Chastity compartilhou o ocorrido em seu perfil no Facebook. Para ela, a resposta de Brad foi um “sinal de que está tudo bem e que posso deixar meu pai descansar”. Em uma semana, o post de Chastity ultrapassou as 170 mil curtidas e foi compartilhada 308 mil vezes.

Fonte Sempre Família

” Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.

Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.

Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.

Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.

É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.

Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora. Quando as certezas se desfazem. Mãe fica.

Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho de cura. Nada jamais será mais transformador do que amar um filho. E nada jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe.

É porque a mãe fica, que o filho vai. E no filho que vai, sempre fica um pouco da mãe : em um jeito peculiar de dobrar as roupas. Na mania de empilhar a louça só do lado esquerdo da pia. No hábito de sempre avisar que está entrando no banho. Na compaixão pelos outros. No olhar sensível. Na força pra lutar.

No coração do filho, mãe fica. “

( Anônimo)

Entre as centenas de campanhas publicitárias natalinas que percorrem a tevê e a internet nesta época do ano, o anúncio de uma marca de licores espanhola está dando o que falar. O vídeo da Ruavieja sublinha, de modo comovente, como a correria com as nossas tarefas e a onipresença das novas tecnologias tomam o lugar da nossa convivência com as pessoas que amamos.

A produção do vídeo reuniu de surpresa sete duplas de amigos e parentes com muita estima uns pelos outros. “Para ser sincero, acho que ele é o único amigo que tenho. Amigo de verdade”, diz no vídeo Juan Pedro, amigo de Juan Luis. Jone, por sua vez, diz ao amigo Raúl: “Dá para dizer que a minha vida mudou graças a você”. “Se você não estivesse por aqui, não sei o que faria sem você”, diz María Jesús ao filho Ramón.

Logo, eles reconhecem que não se veem tanto quanto gostariam. “Sempre houve a incerteza de quando nos veremos de novo”, diz Juan Pedro. “É a distância. Ele mora em Barcelona e eu em Madri”, explica María Jesús. No vídeo, o psicólogo Rafael Santandreu, que conduziu a conversa com as duplas, explica que nosso cérebro está programado para não pensar no tempo que nos resta. “Assim, temos a sensação de que sempre teremos a oportunidade de fazer as coisas que nos fazem felizes”, diz ele.

“O contato com as pessoas com quem nos importamos está se transferindo para as redes sociais. Como consequência, cada vez passamos menos tempo com as pessoas que amamos e mais tempo olhando para telas”, diz o vídeo. Em seguida, Santandreu conta que é possível calcular quanto tempo cada dupla ainda passará junta, com base em dados como a idade de cada um e a frequência com que se veem. Quando ele revela os números, a reação é comovente.

“É muito pouco”, diz, chorando, María Jesús, vendo que lhe restam 81 dias e 6 horas com o filho, que afirma: “Esperava anos, não dias”. “Que terrível, hein?”, exclama Juan Luis ao saber que passará mais 3 dias e 6 horas com o amigo. “Não pode ser verdade”, diz Ana, amiga de Silvia, ao ver que, pelos dados, vão passar juntas apenas mais 44 dias e 15 horas. O vídeo ainda compara esses números com dados levantados por pesquisas segundo as quais passaremos 10 anos dos próximos 40 olhando para telas.

No hotsite criado para a campanha, é possível fazer o cálculo e descobrir quando tempo você ainda vai passar com as pessoas que ama, inserindo a sua idade, a do seu amigo ou parente e a frequência com que se veem. Clique aqui e confira.

Produção

Os realizadores do vídeo, Telmo Pagalday e Kerman Romeo, trabalharam durante dois anos na produção – que teve mais de 6 milhões de visualizações no YouTube em menos de três dias. “O vídeo fala de um tema que todos conhecem. Isso é o que impactou as pessoas”, avaliam eles. Os participantes foram selecionados através das redes sociais e não tinha muita ideia do que aconteceria na produção.

Eles participaram das entrevistas sem saber que era para um anúncio e sem saber que estavam sendo filmados. “Estávamos filmando e – uau! – de repente víamos os câmeras emocionados, a equipe chorando”, contam os realizadores, que também ficaram impactados com as histórias. “Agora Juan Pedro e Juan Luis nos escrevem por Facebook para dizer que estão se vendo mais”, divertem-se.

Fonte: Sempre Família 

Veja o vídeo em espanhol abaixo.

Conheci muitos casamentos felizes, mas nunca um compatível. O objetivo do casamento é lutar contra o instante em que a incompatibilidade torna-se inquestionável, e sobreviver a ele. Pois um homem e uma mulher, tais como são, são incompatíveis.” (G.K. Chesterton. O que há de errado com o mundo)

Os conflitos conjugais são uma realidade séria. De simples desacordos a grandes conflitos, todo casal tem discussões. Não se deixe enganar pelos “casais perfeitos” do Facebook e do Instagram. As pessoas não vão postar aspectos negativos de suas vidas. Alguns casais afirmam que nunca tiveram uma diferença de opinião durante toda a sua vida conjugal. Isso é realmente possível? É difícil acreditar que Deus já fez duas pessoas tão parecidas em todos os sentidos que suas opiniões coincidiram em tudo!

Um conflito deve ser resolvido antes que fique fora de controle. Mesmo as pequenas divergências, se não forem resolvidas, podem infeccionar por anos e um dia explodir como um vulcão.

Algumas brigas nunca terminam, elas duram anos, enquanto outras parecem desaparecer sem chegar a uma conclusão, aprofundando assim o ressentimento.

O primeiro choque geralmente ocorre algumas semanas ou meses após o casamento, quando percebemos que nosso cônjuge “perfeito” não é tão perfeito assim, e começamos a nos irritar com pequenas “imperfeições” em sua personalidade. Isso é perfeitamente normal e deve ser trabalhado.

Esta lista ajudará você a trabalhar algumas situações de conflito em seu casamento.

1. Desentenda, mas supere 

  • Não evite brigas a qualquer custo. Desentendimentos são uma parte saudável do relacionamento e todo casal os tem. O que é mais importante é como você briga. Quando houver um conflito, supere-o, para não permitir que uma briga destrua seu amor. Sempre tendo em mente que seu cônjuge não é seu inimigo. Trabalhar seus desentendimentos fará de vocês um casal mais forte. 

 2. Não fique em silêncio 
  • Quando há uma briga, é importante se comunicar e falar sobre isso. Recusar-se a falar com a outra pessoa só vai piorar a situação. É claro que, no começo, você pode ficar em silêncio para mostrar que está com raiva, mas não prolongue esse silêncio por muito tempo. Quando seu cônjuge vier até você depois de algum tempo e disser que quer falar sobre isso, não recuse. Não importa o que aconteça, não vá dormir com raiva. “Não deixe o sol se pôr em sua raiva. Ir para a cama com raiva fará você pensar mais e desenterrar ainda mais problemas. Você não estará feliz automaticamente na manhã seguinte.

3. Lembre-se você mesmo: “eu não sou perfeito(a)”

  • Muitos conflitos surgem quando um cônjuge constantemente culpa a outra pessoa por tudo que está errado. Nenhum marido e nenhuma esposa são perfeitos. Estar ciente de que os dois não são perfeitos irá ajudá-los a encontrar uma solução. O casamento implica ser flexível e abrir espaço para a personalidade do seu cônjuge. No coração de todo conflito está o eu, o ego. O verdadeiro problema é que, mesmo dentro do casamento, quero que minha liberdade irrestrita faça o que me agrada, esperando, ao mesmo tempo, a aprovação incondicional do meu cônjuge. Em outras palavras, quero ser o sol com meu cônjuge orbitando a minha volta como um planeta dedicado.

  • Nos casos em que a questão se tornar séria, peçam a um amigo(a) em comum (uma pessoa em quem ambos confiam e que seja objetiva e neutra) para mediar entre os dois. Pode ser um amigo confidente da família, um membro da família ou até mesmo um padre. Pode haver momentos em que ir juntos para aconselhamento matrimonial seja, talvez, inevitável. Não se recuse a ir mesmo se você acha que o outro é que tem culpa. O objetivo da mediação é ajudar os dois a resolver seus problemas, não para determinar quem foi o culpado. Lembre-se de que, afinal, você ama seu cônjuge, quer permanecer casado(a) e a outra pessoa provavelmente sente o mesmo por você. 

5. Não faça ameaças 

  • Não diga coisas ofensivas quando estiver zangada(o), o que pode causar uma divisão permanente entre você e seu cônjuge. Não ameace o divórcio, nem saia de casa ou qualquer outra coisa. Faça um acordo para nem mesmo mencionar essa palavra em seu casamento, não importa o quão ruim seja a discussão ou a situação (supondo que não haja abuso ou infidelidade). Quando você está se sentindo completamente furiosa(o), apenas se afaste por um momento, e dê à sua mente e coração tempo para soltar o vapor

6. Não traga o passado  

  • Mantenha sua conversa fixa no problema atual. Não tente expor todas as outras circunstâncias quando estiver insatisfeita(o) com seu cônjuge. Muitas coisas no passado são apenas isso, história, e nada pode ser feito sobre isso. Manter uma lista de erros do passado não ajuda seu relacionamento. Você pode ficar para sempre infeliz no passado ou pode decidir ser feliz no futuro.

7. Não lave sua roupa suja em público 

  • Lembre-se de que, por mais que você esteja chateada(o), seu cônjuge merece seu respeito e proteção em público. Não fale sobre seus problemas na frente dos outros, e, pior ainda, não reclame do seu cônjuge com seus parentes e amigos. E nunca brigue na frente de seus filhos. Seja a fortaleza de seu cônjuge em público, não importa se você tiver desentendimentos em casa

8. Peça desculpas

  • Quando você sabe que cometeu um erro, não deixe que o orgulho atrapalhe você a pedir desculpas. Muitas vezes, as palavras mais amorosas em um casamento não são “eu te amo”, mas “por favor, desculpe-me”. Ter a humildade de admitir que você estava errada(o) e pedir perdão quebra barreiras entre você e seu cônjuge e ajuda a reconstruir seu relacionamento. Alguns pensam que pedir desculpas é um sinal de fraqueza. Algumas pessoas têm medo de perder o contato com as pessoas que amam se admitirem suas falhas. Mas o oposto é verdadeiro; ser honesto sobre si mesmo, realmente fará você ganhar mais respeito do outro.

9. Tire um tempo para você 

  • Em casos extremos, onde há abuso emocional ou físico, ou infidelidade contínua, não é errado tirar um tempo e se separar do seu cônjuge por um período de tempo. Na verdade, é provavelmente a coisa certa a fazer. Muitas vezes, o cônjuge que errou só chega a uma profunda compreensão de seus defeitos quando o outro sai de casa. No entanto, este passo deve ser tomado com extrema prudência. Geralmente é um último recurso. Também não pense em “divórcio” imediatamente. Muitos conflitos são curados com o tempo. Separação, não divórcio, é o melhor passo nessas circunstâncias.

O amor não é um mero sentimento, pois amar exige uma firme decisão. Você tem que trabalhar a si mesma(o) ao invés de ficar tentando mudar o outro. Mas esse trabalho deve ser feito em conjunto, com a graça de Deus e através da oração

Penso muitas vezes nas bodas de Caná. O primeiro vinho deixou-os felicíssimos: é o enamoramento. Mas não dura até ao fim: deve aparecer um segundo vinho, isto é, deve ferver e crescer, amadurecer. Um amor definitivo que se torne realmente «segundo vinho» é mais lindo, é melhor do que o primeiro vinho. E é isto que devemos procurar”. – Papa Bento XVI

Fr Joshan Rodrigues

Dia desses acordei repetindo um trecho de uma das mais poderosas frases do psiquiatra Carl Jung, e fui procurar a frase completa na internet. Desde então, tenho me reconectado com seu sentido, tentando absorver sua essência e trazendo seu ensinamento para todos os setores da minha vida. A frase diz: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

Como eu disse, o sentido dessa frase pode ser aplicado a inúmeros setores da minha e da sua vida. Trabalhando como dentista no SUS, tenho que ter consciência que, além de toda técnica e conhecimento que tenho, além de toda responsabilidade e cumprimento de protocolos, além de todo profissionalismo e senso de dever, sou uma alma humana tocando outra alma humana.

E isso tem que ser maior que qualquer regra, filosofia, teoria, intenção ou sabedoria. Naquele momento, alguém cuida de alguém, mas acima de tudo tem que prevalecer a igualdade e a empatia. A compreensão e a sintonia. A humildade e muita humanidade.

Porém, de vez em quando estamos do lado oposto. Temos a tendência de imaginar que o outro é bem maior que nós, bem mais sucedido, bem mais feliz… só porque aparenta ter a vida mais cheia de filtros no Instagram, mais abarrotada de conhecimento e conquistas, mais repleta de afetos e possibilidades, mais adequada e notável.

O que ninguém nos conta é que todos nós estamos nus. Cada um de nós tenta, dia a dia, sobreviver às próprias batalhas, encontrar sentido, vencer as próprias prisões, superar os próprios obstáculos, afugentar as dores e tentar viver o presente da melhor maneira possível. Cada um de nós tenta se vestir, camuflar ou fantasiar da melhor maneira que pode, sem imaginar que somente se despindo estará mais próximo do que é de fato, e muito mais perto de Deus.

Você tem que entender que não é preciso impressionar ninguém. Tem que entender que quando tenta convencer alguém sobre sua felicidade, seus dons ou qualidades, está se afastando de quem é de fato. Está dando asas à vaidade, ao ego, e não à sua felicidade.

É preciso aprender a ser simples. Aprender que nessa vida não há homens ‘deuses’, nem superpoderosos, nem donos da verdade e muito menos gente isenta de defeitos. E que se alguém se apresenta dessa maneira, com arrogância, superioridade e prepotência, não cabe a você tentar fazer o mesmo para se igualar. Saiba que, assim como você, ele é “apenas” outra alma humana. Ao desconstruir esse mito, passamos a enxergar todos, sem exceção, como nossos semelhantes. E assim respiramos aliviados, pois descobrimos que ninguém é muita areia para o caminhão de ninguém.

Um relacionamento bem-sucedido requer mais do que beijos e declarações de amor. Requer entrega, e ao se entregar de verdade, você se torna um pouco vulnerável também. Porque no fim das contas, você estará nu, não somente por fora, mas (e talvez essa seja a parte mais difícil) por dentro também.

Para ter um relacionamento de verdade, você precisará se despir dos medos, inseguranças e travas internas e assumir os riscos de ser quem é, com tudo de bom e ruim que existe por trás da sua necessidade de ser aceito e ser amado.

Para ter um relacionamento de verdade, você precisará se despir da necessidade de comparar a sua vida com a dos outros, e do constrangimento de não ter todos os seus ideais alcançados. Precisará assumir que também fica triste, que dá preguiça ir à ginástica todos os dias, que chora em cerimônias de casamento, que não tem paciência para discutir a relação, e que se sente sozinho a maior parte do tempo.

Para ter um relacionamento de verdade, você precisará se despir dos filtros e se despedir da necessidade de aprovação a todo custo. Terá que entender que é somente uma alma humana, e como tal não carrega passaporte, diplomas ou medalhas.

Terá que baixar a guarda, simplificar a aparência, ampliar o sorriso e abrir o coração. Só assim atrairá a “pessoa certa”, pois como já foi dito por alguém, “semelhante atrai semelhante”. E no final, você se sentirá recompensado, não somente pelos beijos, química e risadas, mas pela possibilidade de estar com alguém que conhece – e aceita – sua alma nua…

(via A soma de todos os afetos)

O “sentir” tende a se apoderar da nossa vida. E isto é gravíssimo, porque, se o “sentir” dirige a nossa vida, então estamos agindo de acordo com o nosso estado emocional e com as nossas variações de humor, que são instáveis e dependentes dos altos e baixos dos hormônios.

Faz pouco tempo, ouvi um comentário que me deixou de cabelo em pé. A pessoa disse que o casamento “até que a morte nos separe” não é mais possível, porque “o amor acaba e, nesse caso, a relação também tem que acabar”.

O amor acaba ou sou eu que acabo com o amor?

Esta pergunta foi outra coisa que ouvi recentemente e que me pareceu bem mais instigante do que reduzir o casamento a mero sentimento. Afinal, é verdade que os casamentos passam por etapas, inclusive algumas em que “não dá mais vontade” de continuar porque “sentimos” que o amor “acabou”. Nessas etapas mais difíceis, a monotonia se senta conosco no sofá para ver partidas de futebol e capítulos de novela. Não “vibramos” mais como nos primeiros anos.

Mas será que não é uma coisa muito boa “superar” aquele estado de “euforia” que a paixão traz consigo e que nos torna tão dependentes de fatores irracionais e sentimentais?

Eu, pessoalmente, acho fascinante que essas etapas de “cansaço” passem pelo casamento, porque elas são um convite para reinventarmos a relação e torná-la mais madura, com base na reflexão e no diálogo mais cheios de companheirismo e maturidade e menos motivados pelas simples “emoções”.

A reflexão sensata e calma sempre faz bem. As decisões tomadas por impulso, baseadas no que sentimos, não costumam ser as mais acertadas porque não surgem das nossas faculdades superiores da inteligência e da vontade, mas da emoção volúvel que muda ao sabor do acaso.

Muitas vezes, o amor não “se sente”: simplesmente se pratica. Isso quer dizer que temos que escolher amar. Não faz sentido alicerçar um compromisso da magnitude do casamento deixando-nos levar pelo “sentir”. O amor, diferente da paixão, é um ato da vontade, e não uma “emoção”.

Quando se decide amar, é mais fácil refletir e dialogar sobre os reais motivos que nos levam a querer estar juntos. É possível detectar com mais clareza quais são as carências atuais e, portanto, quais são os ajustes necessários para que a união matrimonial perdure a vida toda de modo pleno e realizador.

O amor “para sempre” existe, sim, mas alcançá-lo depende da vontade dos dois cônjuges. Ao contrário da paixão, que é um sentimento acionado por fatores externos, o amor é uma atitude que se aprende… amando.

Luz Ivonne Ream 

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A afetividade não está por assim dizer encerrada no coração, nos sentimentos, mas permeia toda a personalidade.

Estamos continuamente sentindo aquilo que pensamos e fazemos. Por isso, qualquer distúrbio da vida afetiva acaba por impedir ou pelo menos entravar o amadurecimento da personalidade como um todo.

Observamos isto claramente no fenômeno de “fixação na adolescência” ou na “adolescência retardada”. Como já anotamos, o adolescente caracteriza-se por uma afetividade egocêntrica e instável; essa característica, quando não superada na natural evolução da personalidade, pode sofrer uma “fixação”, permanecendo no adulto: este é um dos sintomas da imaturidade afetiva.

É significativo verificar como essa imaturidade parece ser uma característica da atual geração. No nosso mundo altamente técnico e cheio de avanços científicos, pouco se tem progredido no conhecimento das profundezas do coração, e daí resulta aquilo que Alexis Carrel, prêmio Nobel de Medicina, apontava no seu célebre trabalho O homem, esse desconhecido: vivemos hoje o drama de um desnível gritante entre o fabuloso progresso técnico e científico e a imaturidade quase infantil no que diz respeito aos sentimentos humanos.

Mesmo em pessoas de alto nível intelectual, ocorre um autêntico analfabetismo afetivo: são indivíduos truncados, incompletos, mal-formados, imaturos; estão preparados para trabalhar de forma eficiente, mas são absolutamente incapazes de amar. Esta desproporção tem conseqüências devastadoras: basta reparar na facilidade com que as pessoas se casam e se “descasam”, se “juntam” e se separam. Dão a impressão de reparar apenas na camada epidérmica do amor e de não aprofundar nos valores do coração humano e nas leis do verdadeiro amor.

Quais são, então, os valores do verdadeiro amor? Que significado tem essa palavra?

O amor, na realidade, tem um significado polivalente, tão dificil de definir que já houve quem dissesse que o amor é aquilo que se sente quando se ama, e, se perguntássemos o que se sente quando se ama, só seria possível responder simplesmente: “Amor”. Este círculo vicioso deve-se ao que o insigne médico e pensador Gregório Marañon descrevia com precisão: “O amor é algo muito complexo e variado; chama-se amor a muitas coisas que são muito diferentes, mesmo que a sua raiz seja a mesma”.

A imaturidade no amor

Hoje, considera-se a satisfação sexual autocentrada como a expressão mais importante do amor. Não o entendia assim o pensamento clássico, que considerava o amor da mãe pelos filhos como o paradigma de todos os tipos de amor: o amor que prefere o bem da pessoa amada ao próprio. Este conceito, perpassando os séculos, permitiu que até um pensador como Hegel, que tem pouco de cristão, afirmasse que “a verdadeira essência do amor consiste em esquecer-se no outro”.

Bem diferente é o conceito de amor que se cultua na nossa época. Parece que se retrocedeu a uma espécie de adolescência da humanidade, onde o que mais conta é o prazer. Este fenômeno tem inúmeras manifestações. Referir-nos-emos apenas a algumas delas:

– Edifica-se a vida sentimental sobre uma base pouco sólida: confunde-se amor com namoricos, atração sexual com enamoramento profundo. Todos conhecemos algum “don Juan”: um mestre na arte de conquistar e um fracassado à hora da abnegação que todo o amor exige. Incapazes de um amor maduro, essas pessoas nunca chegam a assimilar aquilo que afirmava Montesquieu: “É mais fácil conquistar do que manter a conquista”.

– Diviniza-se o amor: “A pessoa imatura – escreve Enrique Rojas – idealiza a vida afetiva e exalta o amor conjugal como algo extraordinário e maravilhoso. Isto constitui um erro, porque não aprofunda na análise. O amor é uma tarefa esforçada de melhora pessoal durante a qual se burilam os defeitos próprios e os que afetam o outro cônjuge […]. A pessoa imatura converte o outro num absoluto. Isto costuma pagar-se caro. É natural que ao longo do namoro exista um deslumbramento que impede de reparar na realidade, fenômeno que Ortega y Gasset designou por “doença da atenção”, mas também é verdade que o difícil convívio diário coloca cada qual no seu lugar; a verdade aflora sem máscaras, e, à medida que se desenvolve a vida ordinária, vai aparecendo a imagem real”.(E. Rojas)

– No imaturo, o amor fica “cristalizado”, como diz Stendhal, nessa fase de deslumbramento, e não aprofunda na “versão real” que o convívio conjugal vai desvendando. Quando o amor é profundo, as divergências que se descobrem acabam por superar-se; quando é superficial, por ser imaturo, provocam conflitos e freqüentemente rupturas.

– A pessoa afetivamente imatura desconhece que os sentimentos não são estáticos, mas dinâmicos. São suscetíveis de melhora e devem ser cultivados no viver quotidiano. São como plantas delicadas que precisam ser regadas diariamente. “O amor inteligente exige o cuidado dos detalhes pequenos e uma alta porcentagem de artesanato psicológico “.(E.Rojas)

A pessoa consciente, madura, sabe que o amor se constrói dia após dia, lutando por corrigir defeitos, contornar dificuldades, evitar atritos e manifestar sempre afeição e carinho.

– Os imaturos querem antes receber do que dar. Quem é imaturo quer que todos sejam como uma peça integrante da máquina da sua felicidade. Ama somente para que os outros o realizem. Amar para ele é uma forma de satisfazer uma necessidade afetiva, sexual, ou uma forma de auto-afirmação. O amor acaba por tornar-se uma espécie de “grude” que prende os outros ao próprio “eu” para completá-lo ou engrandecê-lo.

Mas esse amor, que não deixa de ser uma forma transferida de egoísmo, desemboca na frustração. Procura cada vez mais atrair os outros para si e os outros vão progressivamente afastando-se dele. Acaba abandonado por todos, porque ninguém quer submeter-se ao seu pegajoso egocentrismo; ninguém quer ser apenas um instrumento da felicidade alheia.

Os sentimentos são caminho de ida e volta; deve haver reciprocidade. A pessoa imatura acaba sempre queixando-se da solidão que ela mesma provocou por falta de espírito de renúncia. A nossa sociedade esqueceu quase tudo sobre o que é o amor. Como diz Enrique Rojas: “Não há felicidade se não há amor e não há amor sem renúncia. Um segmento essencial da afetividade está tecido de sacrifício. Algo que não está na moda, que não é popular, mas que acaba por ser fundamental”.

Há pouco, um amigo, professor de uma Faculdade de Jornalismo, referiu-me um episódio relacionado com um seu primo – extremamente egoísta – que se tinha casado e separado três vezes. No cartão de Natal, após desejar-lhe boas festas, esse professor perguntava-lhe em que situação afetiva se encontrava. Recebeu uma resposta chocante: “Assino eu e a minha gata. Como ela não sabe assinar, o faz estampando a sua pata no cartão: são as suas marcas digitais. Este animalzinho é o único que quer permanecer ao meu lado. É o único que me ama”.

O imaturo pretende introduzir o outro no seu projeto pessoal de vida, em vez de tentar contribuir com o outro num projeto construído em comum. A felicidade do cônjuge, da família e dos filhos: esse é o projeto comum do verdadeiro amor. As pessoas imaturas não compreendem que a dedicação aos filhos constitui um fator importante para a estabilidade afetiva dos pais. Também não assimilaram a idéia de que, para se realizarem a si mesmos, têm de se empenhar na realização do cônjuge. Quem não é solidário termina solitário. Ou juntando-se a uma “gatinha”, seja de que espécie for.

Fonte: A maturidade, Editora quadrante.

mae101anos

Quando Meliah Md Diadh faleceu, em sua localidade de Kampung Bukit Nambua, na Malásia, ela tinha 101 anos de idade e uma única preocupação: quem iria cuidar do seu filho caçula, Abdul, de 63 anos, completamente dependente dela devido a graves deficiências que, desde o nascimento, o impediam de caminhar, falar, alimentar-se e vestir-se sozinho?

Nunca foi fácil“, desabafou ela, pouco tempo antes de falecer. “Ele é adulto, mas eu não me importo, eu sempre vou cuidar dele porque ele é a única pessoa que eu tenho no mundo e eu o amo acima de todas as coisas. E também quero que ele aproveite o tempo que falta

De fato, nunca foi fácil, mas ficou ainda mais difícil quando Meliah perdeu o marido. Foram mais de 20 anos de viuvez em meio a desafios econômicos e emocionais permanentes, agravados pela perda, também, dos filhos mais velhos, falecidos precocemente. Embora Meliah tenha recebido ajuda de amigos e parentes mais distantes, a mãe e o filho caçula contavam basicamente um com o outro.

Quando era questionada sobre o grau de sacrifício envolvido nos cuidados de um filho com limitações tão sérias, sendo ela própria centenária e tendo também ela grandes limitações, essa mãe extraordinária sempre foi categórica ao responder que NUNCA foi um incômodo nem jamais se arrependeu de ter dedicado a vida a cuidar do filho.

Mas a força dessa mulher não resistiu aos seus problemas respiratórios e ao peso natural do tempo: Meliah partiu aos 101 anos de idade. Os mesmos parentes que a ajudaram também acolheram Abdul, de quem continuam cuidando agora.

Aleteia

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No início deste ano, a cantora Céline Dion perdeu o seu marido, René Angélil. Ele morreu depois de lutar por três anos contra um severo câncer de garganta. Alguns dias depois, faleceu o irmão da cantora, Daniel Dion, aos 59 anos. Uma semana depois, uma multidão encheu a basílica de Notre-Dame, em Montreal, no Canadá, para a despedida dos familiares de Céline, presidida pelo arcebispo Christian Lépine.

Meses depois das tristes perdas, a cantora concedeu uma entrevista à QuebecTVA. A apresentadora, Marie Claude Barrete, lhe perguntou sobre como viveu aqueles momentos tão intensos do funeral, justamente na mesma igreja onde se casou. Céline aproveitou para manifestar quais são os seus valores. “Os funerais foram minha grande força, porque naquela basílica me comprometi para sempre com meu marido, para a vida e para a morte”, respondeu.

Segundo ela, o casamento “não é apenas os presentes, as viagens e as festas, mas também pensar em quem vai empurrar a cadeira de rodas ou saber o que fazer com um familiar que fica deficiente”. “Esse funeral foi a continuação do nosso matrimônio e serviu para demonstrar aos nossos filhos que seu pai continua a estar com eles”, afirmou a cantora, famosa por interpretar a música-tema do filme Titanic.

Segundo o site espanhol Alfa y Omega, Céline passou sete horas em pé, sem descansar, recebendo os pêsames das centenas de admiradores que vieram à despedida de Angélil. A cantora não tinha previsto ficar muito tempo, mas, segundo explica, “vendo René senti que me dizia: ‘Por que você vai cumprimentar os duzentos primeiros e não os cem seguintes?’ Então, decidi aceitar em seu nome as orações, desejos e a força de todas essas pessoas”.

Céline Dion sempre foi muito discreta com a sua espiritualidade, sem confirmar nem desmentir, por exemplo, se vai à missa aos domingos, mas seus valores não deixam lugar para dúvidas – como prova a sua fé no matrimônio e na sua estabilidade. A inspiração da cantora para esse modelo de vida e de família sempre foi a sua mãe Thérèse, que afirmou no programa La Victoire de l’Amourque não se sentia contrariada com Deus pela perda do filho e do genro.

 Céline Dion quase foi abortada

A cantora contou diversas vezes que deve a sua vida a um padre católico que convenceu a sua mãe a não abortar. Thérèse se sentiu arrasada quando descobriu que esperava o décimo-quarto filho e decidiu recorrer a um centro de abortos para se desfazer do bebê.

Porém, o padre que acompanhava a família disse à mãe de Céline que ela não podia acabar com uma vida que não lhe pertencia. “O sacerdote disse à minha mãe que ela não tinha o direito de ir contra a natureza”, contou certa vez a cantora, “razão pela qual tenho que admitir que devo a vida àquele sacerdote, em certo sentido”.

Aleteia

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É muito fácil confundir o amor com os sentimentos de prazer e fascínio que uma pessoa desperta em nós, e terminar, assim, fazendo promessas e entregas de amor quando ainda não estamos preparados para isso.
 
Felizmente, ciências modernas como a psicologia e a bioquímica já podem ajudar os apaixonados a entenderem melhor seus sentimentos. Com base nos dados destas ciências, podemos dizer, desde já, que amor à primeira vista não existe. Toda relação de casal, por se tratar do encontro entre duas pessoas, passa por diversas etapas, até chegar, algumas vezes, ao amor.
 
Identificar em que etapa do relacionamento você está o ajudará a saber também que tipo de opção lhes convém mais e como orientar sua relação rumo à conquista do amor verdadeiro.
 
As etapas do amor
 
O relacionamento de um casal passa por diversas etapas, que podem ser identificadas como: enamoramento, paixão ou atração; etapa romântica ou do “eu te amo”; e, finalmente, o amor.
 
O enamoramento
 
É a etapa cor-de-rosa, na qual duas pessoas se sentem fortemente atraídas e fascinadas uma pela outra. Estas sensações são tão fortes e prazerosas, que muitos casais acham que isso já é amor.
 
No entanto, a atração que une os apaixonados não é outra coisa a não ser o efeito de substâncias chamadas feromônios, que, além de alterar nossos sentidos e fazer-nos sentir grande atração e paixão diante do mais mínimo contato com a outra pessoa, nos fazem acreditar que não poderíamos ser felizes com mais ninguém.
 
Ou seja, a atração física é tão forte, que a mente também fica meio congelada e fascinada. Por isso, os apaixonados não enxergam os defeitos dos seus parceiros, e inclusive duvidam que possam tê-los. Tudo parece perfeito.
 
A esta falta de objetividade se une o fato de que os enamorados, se não mentem sobre eles mesmos, pelo menos escondem seus erros e exageram suas virtudes, pois desejam conquistar o outro a qualquer preço, já que lhe proporciona tão gratas sensações.
 
Em resumo, o enamoramento é uma fase na qual prevalece o prazer, mas se carece de realismo, pois não sabemos ainda como a outra pessoa realmente é. De fato, durante a paixão, o que amamos do outro não é o que ele é, mas o que sua companhia, seus detalhes, seu toque produzem em nós.
 
Estas sensações são passageiras, pois o efeito dos feromônios dura, no máximo, 3 anos. Se, durante esse tempo, o casal não se deu a oportunidade de dialogar muito e esforçar-se por conhecer a realidade do outro, ao invés de se dedicar somente a encontros repletos de carinho, mas com pouco conteúdo, o relacionamento tende a acabar.
 
Se, além disso, o casal tem relações sexuais durante esta etapa, o efeito entorpecedor dos feromônios se duplicará, criando uma sensação fictícia de intimidade. O enamoramento não é a melhor etapa para a entrega que a vida sexual e matrimonial exigem.
 
Etapa romântica ou do “eu te amo”
 
Na fase romântica, o casal começa a compartilhar mais e, portanto, a conhecer-se melhor. Ao ir entrando no mundo da outra pessoa, dos seus gostos, ideias, características, habilidades etc., começam a surgir elementos que realmente nos atraem na pessoa, e não somente em seu corpo. Começamos a curtir aquilo que a pessoa é, e não unicamente o que ela causa em nós.
 
Algumas das características que descobrimos no parceiro são reais. Podemos já ver alguns defeitos, mas também pode haver ainda muita fantasia ou idealização (amar os sonhos que o outro desperta em mim). Por isso, é importante recordar que, nesta fase, estamos apenas começando a conhecer a outra pessoa.
 
Junto à paixão dos feromônios, na fase romântica surge a ternura, que busca chegar ao profundo da outra pessoa, para fazê-la sentir-se bem.

Contudo, a etapa romântica ainda não é o amor. Ainda não conheço a outra pessoa tão bem como para entregar-lhe as chaves da minha casa ou a senha da minha conta bancária. Se isso é assim, então é sinal de que ainda não estamos prontos para uma entrega total, como a que supõe a sexualidade ou o casamento.
 
O amor
 
O amor não é o arrebato cego e apaixonado dos enamorados. Tampouco é a idealização dos românticos. O amor é a união íntima, a confiança profunda e o desejo de buscar em tudo o bem da outra pessoa.
 
Este sentimento surge quando se conhece o parceiro e se é feliz com o que se sabe dele. Então, nasce um impulso confiado de dar tudo de si e de receber tudo o que o outro é, para formar um “nós”.
 
Em outras palavras, no amor, a confiança e a generosidade são os elementos chaves e se relacionam mutuamente: porque confiamos, desejamos entregar generosamente toda a nossa vida. Mas não se pode chegar à confiança sem o conhecimento mútuo.
 
Por isso, podemos dizer que o amor é composto por 4 elementos:
 
1. Conhecimento
 
Conhecer-se significa pelo menos que: sei de onde você vem e aonde vai; sei como você reage quando está cansado, com raiva, sob estresse ou contente. Conheço grande parte dos seus defeitos e qualidades. Conheço seus valores, que são os meus também. E sei que você não é perfeito.
 
2. Aceitação
 
Admiro o que você é. Gosto da sua aparência física e do seu jeito de ser. Entre todas as pessoas que me atraem, escolhi você. Não espero que você mude para amá-lo. Ainda que você não mude, eu o amo assim mesmo.
 
3. Confiança
 
Sei que, em nenhum momento, você quer me prejudicar. Posso lhe confiar minha saúde, meu dinheiro, meu futuro, porque sei que você quer cuidar de mim.
 
4. Desejo de entrega
 
Ver você feliz me satisfaz. Conheço suas aspirações e estou disposto a apoiá-las. Ofereço tudo de mim para buscar seu bem, tanto material como sexual e emocional dentro de um futuro matrimônio. Estou disposto a usar todas as minhas energias para acompanhá-lo, compreendê-lo e servi-lo, ainda quando isso exija de mim renúncia e sacrifício.
 
Para quem tem fé, é claro que não há melhor definição de amor que a que Jesus nos deu: “Não há amor maior que dar a vida pelos seus amigos” (cf. João 15, 13). Assim, o amor deixa de ser somente um sentimento e se torna uma ação permanente de autodoação e entrega pelo bem do outro.
 
Em um casal, nem sempre os dois chegam juntos ou ao mesmo tempo a desenvolver este tipo de amor. Se, depois de um período, um dos dois, ou os dois, não progridem até alcançar este amor de entrega, é porque não estão preparados para um casamento.
 
O amor precisa ser alimentado permanentemente. Por isso, o fato de duas pessoas se casarem amando-se não significa que sua felicidade está garantida. Cada um precisa se esforçar por cuidar e evoluir na entrega, na confiança, no conhecimento mútuo e na aceitação do outro.
 
Fonte: Por tu Matrimonio)

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A palavra latina “misericórdia”, de acordo com o seu sentido original significa ter o coração (cors) voltado para os pobres (miseri), estando em comunhão com eles. O mesmo, segundo o grande cardeal e teólogo católico Walter Kasper, que “sentir afeto pelos pobres”, “amar os pobres”.
 
Em termos antropológicos, traz um sentido muito próximo de compaixão, o que implica sentir e sofrer com os mais vulneráveis, os pobres, os excluídos, ou seja, aqueles cuja vida é mais agredida e diminuída. A palavra aponta para a atitude de quem consegue sair de seu egoísmo e fazer um êxodo em direção aos outros, sobretudo às pessoas afligidas pela pobreza e por todos os tipos de miséria.
 
Nas diferentes religiões do mundo, há várias convergências com relação ao sentido desta palavra, incluindo misericórdia e compaixão pelos outros e respeito e reverência pela vida. Aquilo que para uma mentalidade secular e iluminista pode parecer acessório é sagrado para os representantes dessas religiões. Assim entendemos as propostas do budismo, hinduísmo e muito especificamente das três religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
 
A tradição da Igreja, notadamente na reflexão de seus grandes expoentes como Agostinho e Tomás de Aquino, seguiu essa interpretação, diferente da filosofia grega – excetuando Aristóteles – que enfatizava mais a razão e a justiça sem a compaixão que poderia impedir um juízo justo, como diz Platão. Também o estoicismo sustenta não ser a compaixão compatível com o ideário ético que pratica, já que este prega o domínio da razão sobre as afetos e a ataraxia ou imperturbabilidade contra a compaixão, que seria uma verdadeira doença da alma.
 
A teologia cristã tem, então, como linha-mestra na compreensão do que seja a misericórdia ou a compaixão o fato de ser afetado pelo sofrimento dos outros, não só de uma forma emocional, que remove o coração e os sentimentos, dando tristeza e pena, mas igualmente ou sobretudo de forma eficaz, na medida em que busca combater e superar a carência e o mal.
 
Desde os seus primórdios, a Igreja pratica a misericórdia para com os pobres, não só no plano privado, mas também comunitário e mesmo institucional. Muito cedo se consolidou no cristianismo o cuidado dos pobres e doentes, levado sob custódia e responsabilidade pela comunidade eclesial na pessoa dos Bispos que, através dos diáconos, a instituíram como ministério.
 
Esta configuração institucional por parte da Igreja da misericórdia e da compaixão pelos mais fracos foi introduzida em boa parte na cultura europeia ocidental e a partir daí tornou-se patrimônio da humanidade.
 
Hoje, esta prática de misericórdia e compaixão tomou formas mais secularizadas. No entanto, são ainda inúmeras as obras e instituições eclesiais dedicadas à caridade para com os mais fracos, inspirada no Evangelho de Jesus, sua “norma non normata.”
 
A Modernidade, com o primado da razão, colocou sob suspeita essa universalidade da misericórdia e da compaixão, assim como outras coisas vindas do mundo medieval e teocêntrico. No entanto, é um fato que nos tempos contemporâneos, muitos dos mais famosos filósofos do século passado e presente – cristãos ou não – refletiram sobre a importância da gratuidade do dom e de doar como o fundamento de uma antropologia que se quer digna de crédito para as pessoas de hoje.
 
Isto foi reforçado pelo Papa Francisco na Bula “Misericordiae Vultus”, que convoca o Ano Santo da Misericórdia. O Pontífice afirma ali que a misericórdia é a viga mestra que sustenta a vida da Igreja. E, por isso, tudo em sua ação pastoral deve ser revestido de ternura, compaixão, misericórdia sob pena de ser um antitestemunho. A credibilidade da Igreja passa pelo caminho da misericórdia e compaixão.
 
Convocando assim a Igreja que preside, o Bispo de Roma salienta a misericórdia muito concretamente não como sentimento espiritual vago e abstrato, mas como prática responsável que carrega em si o futuro da Igreja. O apelo à misericórdia deriva de uma falta, uma deficiência, uma carência de algo que é um direito humano ou da própria criação. Essa carência precisa ser respondida. É um clamor que convoca a Igreja a dar uma resposta efetiva e não teórica, que tem seu fundamento na Escritura e do Evangelho.
 
Trata-se de uma verdadeira conversão não a uma ideia abstrata, mas a uma realidade concreta.  A Igreja deve ser ícone, imagem do Deus que revela seu amor, que é como o de um pai ou uma mãe cujas entranhas são movidas nas profundezas de seu ser pelos sofrimentos que passam seus filhos. O amor misericordioso de Deus é realmente “visceral”, feito de ternura e compaixão, tolerância e perdão.
 
A misericórdia não é tão somente a benevolência de Deus que concede o perdão ao pecador arrependido. Antes disso, é a dinâmica do amor de Deus, que vem ao encontro do ser humano em suas necessidades, seja este ou não pecador, esteja ou não arrependido, tenha ou não fé no Deus que o busca apaixonadamente e se solidariza com seu sofrimento.
 
A graça desse Deus possibilita a nossa conversão. Em pleno Advento, esperando a vinda do Senhor no Natal, é um belo programa de vida e espiritualidade: viver uma verdadeira conversão à misericórdia.
Autora: Maria Clara Lucchetti Bingemer

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Ángela Reina é esposa de Juan Alberto González, um dos espanhóis falecidos no ataque jihadista à casa de shows Bataclan de Paris. Ela se encontrava junto com seu marido dentro da sala e narrou como aconteceram os fatos e a tentativa de seu marido por protegê-la apesar de estar gravemente ferido.

“Escutei os disparos e todos nos jogamos no chão. Nós estávamos passando pelo centro da sala, um pouco à esquerda. Antes dos disparos, Juan Alberto estava na minha frente, por isso ao se atirar no solo, minha cabeça ficou perto de suas pernas, instintivamente, eu tentava cobrir minha cabeça”, conta a esposa do espanhol falecido.

“Nesse momento não sabia onde ele estava mas estou certa de que ele sim sabia onde eu estava porque moveu suas pernas para que minha cabeça ficasse debaixo dele. Tentou me proteger, estou certa. Além disso, sentou-se um instante e me tocou, disse-me algo que não pude entender”.

“Acredito que tenha dito meu nome, e vi que parecia desmaiado, incorporei-me e me deslizei sentada até ele, tentei segurá-lo em meus braços, vi que havia sangue e acredito que comecei a gritar, não recordo bem”, recorda Reina.

Além disso a esposa de Juan Alberto González precisa que pouco depois “voltou a haver disparos e voltamos a nos jogar no chão e fiquei deitada em seu peito”.

“Houve um momento no que alguns levantaram e correram, mas Juan Alberto não podia se mover, estava inconsciente e por isso não podíamos sair. Fiquei com ele até que chegou a polícia e disseram que tínhamos que sair. Quando notei que meu marido não podia se mover, que não me respondia, disseram-me outra vez que me tinha que ir embora, que se não saíamos os serviços de emergência não podiam intervir”, explica.

“Levaram-nos para fora, na rua, a um pátio e depois não me deixaram voltar. Não me deixavam voltar, uma garota, Claire, chamava-se ela, disse-me que me tranquilizasse, que ele já deveria estar na ambulância e que o estariam curando e me ajudou a me lavar”, conclui.

O ataque à Bataclan foi um dos seis acontecidos em Paris na sexta-feira, 13 de novembro, no qual morreram mais de cem pessoas.

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Quando eu era criança, meu ideal de liberdade se inspirava nas grandes façanhas dos aventureiros que partiam rumo ao desconhecido, descobrindo, conquistando novos mundos. Seres extraordinários que haviam deixado para trás um mundo de ataduras convencionais para assumir o risco da fascinante exploração.

Já cheguei a aspirar ser a versão feminina de Marco Polo. Mas não demorei muito para perceber que já não havia mais continentes para descobrir. Começava, assim, um longo caminho rumo à realidade, com todos os relevos das limitações e possibilidades humanas, mas o único que leva à autêntica liberdade.

E assim foi, até que chegou a hora de empreender a mais importante aventura da minha vida: o casamento.

Então, comecei a fazer um inventário das minhas possibilidades humanas para dedicar-me a esta grande empresa, ou seja, para chegar a ser uma boa esposa.

O plano: seguir o curso da minha natureza do Ser pessoa, como mulher.

Este curso natural tem as instruções precisas de um projeto oferecido a mim e ao meu esposo, contando com as diferenças das estruturas psíquicas e físicas da nossa sexualidade, para complementar-nos e construir nossa própria história nas circunstâncias que vierem.

Um projeto cujo dinamismo depende da nossa vontade de adquirir as virtudes necessárias para fazer essa relação crescer.

Em outras palavras, o que nossa natureza nos dá nos ajuda a ser senhores da nossa liberdade, construindo nossa história de amor.

Nossa natureza ao serviço do amor pela nossa liberdade!

Esta manifestação da liberdade não revela nem conquista dimensões do espaço exterior, senão que ilumina e torna possível a conquista da nossa interioridade. Uma liberdade que pode se doar e se comprometer; capaz de dar um sentido maior à minha vida – mais do que ser a primeira mulher a pisar outro planeta. A resposta a um chamado, a vocação ao amor.

Uma liberdade mais comprometida que a de qualquer arriscado explorador, que em qualquer momento poderia desistir da sua aventura sem fragmentar-se interiormente como pessoa.

No casamento, o envolvimento pessoal conta com a vontade de comprometer a liberdade, assumindo o futuro possível em sua plenitude e totalidade, para entregá-lo a outro por amor, com dever de justiça, sem desistir jamais. Esta é a missão do casamento e não há desculpa.

Mas esta missão supõe duas coisas: que algo está chamado a ser e que esse algo pode não chegar a ser, mesmo quando a natureza proporciona a capacidade de chegar à correta formação da vontade de compromisso. Quando se pode, mas não se quer, na vocação ao casamento, estamos no campo da liberdade sem norma do homem, uma vida contra a natureza.

Contudo, o casamento é uma maravilhosa aventura, já não feita de sonhos, mas sim de magníficas realidades, como os filhos, o amor conjugal e a ajuda mútua entre os esposos.

“Na história, intervêm a natureza, as circunstâncias e a liberdade. Coisas dadas à pessoa, coisas que a pessoa coloca. Mas tudo está permeado de liberdade. É o ser humano quem assume a natureza, como assume também as circunstâncias, ou quem se rebela contra tudo isso em uma tão lacerante quanto inútil atitude de não aceitação”, disse Javier Hervada, em “Liberdade, natureza e compromisso no casamento”.

A intervenção da liberdade é muito forte – tanto que o ser humano também pode se abster do casamento mediante o celibato por amor ao reino dos céus.

Autora: Orfa Astorga- Aleteia