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A Escola Católica está, frontalmente, na contramão do que significa e pretende a ideologia de gênero. Essa é uma convicção incontestável, compromisso com a verdade da doutrina e da fé cristã. O alinhamento de todos os que integram a Escola Católica com as operações pedagógicas guiadas por essa verdade deve ser tratado como um dever. Isso exige fidelidade à identidade católica e, consequentemente, o compromisso com valores inegociáveis, sem possibilidade de relativizações e superficialidades que contribuam para o desrespeito aos processos educativos que ultrapassem o âmbito escolar. As relativizações e superficialidades provocam, por exemplo, a desconsideração do insubstituível diálogo com a família e seus valores cristãos, gerando um desserviço educativo. Por isso, a Escola Católica tem parâmetro para a sua qualificada educação integral, e não pode admitir essas relativizações.
Isso não significa deixar de exercer uma tarefa urgente no mundo contemporâneo: é preciso ensinar que a dignidade maior, a de ser filho e filha de Deus, deve ser igual para todo homem e mulher. Uma lição a ser ensinada em todos os lugares, na escola, no ambiente familiar, nas comunidades de fé. Essa compreensão, que gera respeito, diálogo, intercâmbios e cooperação na construção de um mundo justo e solidário, será sempre um vetor para impulsionar a sociedade rumo à superação de discriminações e preconceitos. Assim, é possível compreender as diferenças como riquezas, que se revelam na participação cidadã de todos, com suas contribuições e singularidades. A educação para a igualdade social é primordial, mas isso é um curso bem diferente do que pretende a ideologia de gênero – uma negação de valores cristãos básicos e fundamentais, gerando prejuízos.

O Papa Francisco diz, com força de advertência, que a ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus. Essa indicação convoca todas as pessoas a permanecerem vigilantes, particularmente com relação à qualidade e aos modos de A Escola Católicas em processos educativos. Importante recordar também o que afirma o Documento de Aparecida, com a reflexão dos bispos da América Latina e do Caribe, em 2007, ao apontar que a ideologia de gênero é um menosprezo enfraquecedor da vida familiar, por considerar que cada um pode escolher sua orientação sexual sem levar em conta as diferenças dadas pela natureza humana. Obviamente, trata-se de desrespeito e afronta à dignidade do matrimônio, ao direito à vida e à identidade da família.

Sabe-se que a ideologia de gênero considera que não se nasce homem ou mulher. O gênero seria uma “construção social”, ao longo da vida. Em segundo plano ficaria o aspecto biológico. A Escola Católica, balizada pelas exigências próprias dos parâmetros formais e legais das instâncias governamentais da sociedade civil, não renunciará jamais ao seu inalienável compromisso de educar a partir da sua identidade cristã. Nesse sentido, a Escola Católica tem que, permanentemente, avaliar as dinâmicas de formação adotadas, os métodos e a qualificação dos seus agentes. Dedicar-se especialmente à avaliação de conteúdos formativos que tocam identidade e caráter, consciências e condutas. Esses conteúdos não podem ser tratados a partir da mesma dinâmica de abordagem relacionada às disciplinas da educação formal.

Particularmente, quando se considera a realidade de crianças e adolescentes, o diálogo efetivo com a família é fundamental. Das escolas católicas são exigidos discernimentos, diálogos e fidelidade à própria identidade, que é católica, e à antropologia cristã. Não é fácil elaborar adequados métodos pedagógicos, pois essa tarefa é sempre passível de indevidas parcialidades e relativizações. Mas é irrenunciável a convicção de que a Escola Católica está na contramão da ideologia de gênero e que tem o compromisso de promover a cultura da igualdade entre homens e mulheres, a partir do respeito ao princípio de que todos são filhos e filhas de Deus. Nesse dever, nos processos formativos, o diálogo entre os educadores das escolas e as famílias é muito necessário. A Escola Católica deve manter o que a singulariza: oferecer uma formação integral balizada nos valores cristãos.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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A reflexão sobre a educação católica deve perpassar também uma reflexão sobre o educador. Neste âmbito, tanto o Concílio Vaticano II como as posteriores reflexões da Igreja procuram abordar deste a presença do leigo católico nas escolas, até às pessoas consagradas e sua missão no campo educativo.

O leigo católico ao exercer a função de educador em uma Escola Católica exerce sua missão na comunidade dos discípulos de Jesus. Diz a Congregação para a Educação Católica que “vivendo na fé a sua vocação secular dentro da estrutura comunitária da escola, com a melhor qualificação profissional possível e com um projeto apostólico inspirado na fé (…), o educador leigo deve estar profundamente convencido de que participa da missão santificadora e educadora da Igreja, e não pode julgar-se separado do complexo eclesial” (cfr. O leigo católico testemunha da fé na escola, 24).

Uma vocação específica em um contexto também específico, como é o caso do professor católico, deve ser vivida com grande empenho e amor. O esforço na correspondência de tão grande responsabilidade é fundamental para a construção de nossa sociedade e requer um programa de formação permanente, que não pode ser desculpado nem pela complexidade da vida hodierna, nem pelo acúmulo de responsabilidades, mas deve constar na programação de toda entidade educativa séria, pois permanecer aferrado a conhecimentos, critérios e atitudes superados põe em risco todo o trabalho formativo. “Renunciar à formação permanente no campo humano, profissional ou religioso é colocar-se à margem deste mundo, que se deve fermentar com o Evangelho” (cfr. Idem, 70).

Assim, a função do professor católico não pode reduzir-se a um meio para viver, mesmo sabendo que as questões econômicas tenham sua relevância e que o docente mereça um justo reconhecimento retributivo; pois é uma autêntica vocação. “Se, com o seu trabalho, o homem deve contribuir, sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, o educador que não realiza a sua missão educativa cessa por isso mesmo de ser educador”. (cfr. Idem, 25). A seriedade com a que a Igreja trata a educação integral do homem e o papel do professor católico, faz transparecer a basilar importância deste assunto e como nos preocupa o modo como é tratado o ensino religioso pelos órgãos públicos. É bom que todo cristãos procurem informar-se sobre o assunto em face de sua responsabilidade social.

Dom Edney Gouvêa Mattoso, Bispo Diocesano de Nova Friburgo

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Os Prêmios Escoceses à Educação 2014 tem um sabor católico. Uma de suas três finalistas, Gillian Campbell-Thow, leciona em um colégio católico de Glascow (Escócia), e seu nome faz parte de uma longa lista de nomeados que trabalham nas instituições educativas católicas do país. “Estamos contentes porque é um reconhecimento ao trabalho duro das pessoas”, comentou a Scottish Catholic Observer Paul McLaughlin, chefe de docentes da escola de St. Ninian, campus que recebeu duas nomeações.

Criativos projetos escolares fora das aulas como um convênio de capacitação para atuar devidamente em emergências ou em um convênio com um banco para desenvolver habilidades financeiras foram destacados, assim como atividades de tipo social ou de fomento das artes mereceram várias das nomeações. Para as instituições educativas é um logro participar desta maneira na competição. “Inclusive não se ganha, não trata-se de ganhar”, afirmou McLaughlin. “Trata-se de ter o reconhecimento”.

As nomeações aos prêmios estavam abertas a todos os campus que recebem financiamento estatal, e são seguidas por uma série de inspeções por parte de um painel de juízes. Nesta edição dos prêmios destacam-se escolas católicas como a Escola Secundária de Todos os Santos, na qual trabalha Campbell-Thow, St. Ninian, Secundária Cardeal Winning, e a Escola de Nossa Senhora e São Patrício.

Entretanto, a professora finalista, que dirige a área de línguas modernas na Secundária de Todos os Santos, exibe um reconhecimento diferente e não menos significativo. Um de seus alunos a nomeou por um motivo que Campbell-Thow achou enternecedor: “É muito interessante o que ele pôs na nomeação”, relatou a mestra. “Não é só por coisas que passam em aula, mas por coisas que passam fora de aula, o que é muito comovedor. E uma das coisas que disse é que pensa que eu me preocupo por ele, o que é certo. É verdadeiramente belo”. 

Fonte: gaudiumpress.org,

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Os Pais Católicos de Belém estiveram dia 31/03/2014,  com Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém.
 
O encontro foi marcado para levar ao conhecimento do Arcebispo as preocupações dos pais com o progressivo relativismo da fé e da moral em instituições de ensino católicas, abrindo as portas para a doutrinação marxista, o anti-catolicismo, a educação sexual e a ideologia de gênero, esta última já em processo de gestação com a esperada aprovação do projeto de Lei do Plano Nacional de Educação. 
 
Oportunamente, os Pais Católicos entregaram uma carta (Veja íntegra abaixo)  na qual demonstram tais ocorrências, justificando suas posições, e alertando que já há até mesmo pais que pensam na possibilidade de retirarem seus filhos das aulas de ensino religioso. 
 
Dom Alberto Taveira comungou das inquietações e anseios dos pais, comprometendo-se em agir em prol do fortalecimento de uma autêntica educação cristã católica, tendo pedido que os pais evitem retirar seus filhos das aulas de ensino religioso antes que outras providências sejam tomadas. 
 
Os integrantes da Comissão destacada para falar com D. Alberto Taveira, em representação a todo o grupo, declararam-se esperançosos e otimistas. 
 
Aos pais e mães que desejarem saber algo mais sobre os Pais Católicos, entrem em contato com klauber.pires@gmail.com
*****
 
À V. Rev.mª Dom Alberto Taveira Corrêa,
Arcebispo de Belém,

CARTA DOS PAIS CATÓLICOS

Somos um grupo de pais católicos devotados à educação integral de nossos filhos e das crianças e jovens em geral à luz da doutrina e dos ensinamentos da Igreja.
 
Nos últimos anos, temos nos deparado com algumas inovações metodológicas e curriculares que têm sido apresentadas e ensinadas nas escolas católicas em que nossos filhos estudam e que têm nos preocupado severamente.
 
Entre tais mudanças, temos percebido um progressivo relativismo da fé católica, em várias disciplinas como ciências, história, geografia e filosofia, que têm se pautado por intensa doutrinação ideológica de corte marxista, com a finalidade muito evidente de influenciar os jovens para que se transformem em futuros militantes. Nos cursos de história, os santos padres que se empenharam na missão de levar a Palavra de Deus aos mais inóspitos rincões, muitas vezes com sério risco de morte, são retratados sob a ótica da teoria marxista da “estrutura e superestrutura” e da luta de classes, no afã de prepararem os índios para a invasão pelo homem branco e para serem tornados escravos.  Nas aulas de ciências Galileu Galilei é representado como um herói da ciência contra as trevas da Igreja Católica. Quanto a este fato em particular, fortemente impregnado no imaginário escolar, recomendamos a lição brilhante do Professor da Thomas Woods Jr, que em seu livro intitulado “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”, revela que a teoria de Galileu Galilei era derivada da teoria de Copérnico, tendo sido na época acolhida como uma teoria, por faltas de provas mais convincentes.
 
Na disciplina intitulada “Ensino religioso”, que mais propriamente se encaixa como uma “sociologia das religiões”, o Cristianismo, quando não é substituído totalmente por aulas sobre islamismo, hinduísmo, budismo, umbanda, candomblé e ainda outras, é retratado como uma variante cultural humana, isto é, por uma opção a mais entre todas as outras, que passam a equivaler-se entre si. Sob tal abordagem, Jesus Cristo deixa de ser o Deus encarnado para ser apresentado como um mero “líder religioso”, e os milagres são desacreditados com supostas explicações alegadamente científicas ou antropológicas.   
 
As aulas de educação sexual têm sido ministradas sob forte incentivo do atual governo em promover a sexualidade precoce, o sexismo divorciado de amor e compromisso, o homossexualismo e a promiscuidade. Uma mãe nos relatou que meninos e meninas de apenas dez anos assistiram recentemente a um vídeo apresentando nada menos que um parto natural!  Crianças em tenra idade, as mais das vezes com menos de treze anos, são ensinadas em aulas práticas a vestirem bananas com preservativos. Tal atividade de classe vai em rumo de colisão contra nossas convicções morais e religiosas de valorização da abstinência sexual até o casamento, da fidelidade conjugal e contra o uso de preservativos, que oportunamente, salientamos ser sabido hoje que possui um índice de falibilidade altíssimo, de cerca de 30%, seja porque não protege contra as partes não cobertas ou porque os vírus – entre os quais o HPV – possuem um tamanho aproximadamente 10.000 vezes menor que os  microporos do látex. 
 
Com o relaxamento da fé católica, as escolas católicas têm sido se tornado docilmente receptivas à campanha da vacinação contra o vírus HPV, uma Doença Sexualmente Transmissível – DST. Em recente palestra promovida pela Sesma – Secretaria Municipal de Saúde no Colégio Nazaré, um dos slides referia-se a meninas de 9 e 10 a 12 anos como “adolescentes”, um termo que observamos ter sido usado deliberadamente com a finalidade de desarmar as prevenções dos pais.
 
Ainda com relação à campanha contra o vírus HPV, temos evidências bastante contundentes de que o contágio não se produz com os carinhos típicos dos jovens em idade de paqueras, isto é por beijos e abraços, sendo desconhecidos os casos de transmissão por este meio, assim como temos descoberto testemunhos de médicos que afirmam ser esta vacina de eficácia duvidosa e potencialmente arriscada, com relatos de  até paralisia e morte! Com relação a este fato, a empresa Glaxo-Smith-Klyne foi multada em 3 bilhões de dólares nos EUA, por produzir informações sobre suas vacinas e remédios com o objetivo de conseguir contratos bilionários de vacinações e vendas de remédios para diferentes governos. 
 
Todavia, o que nos salta aos olhos foi descobrir que há relatos de vacinações em massa praticadas por outros países nas quais foram encontrados agentes abortivos e esterilizantes, estando uma organização internacional voltada para a prática de abortos e esterilizações por meio de vacinas – a Planned Parenthood – envolvida, e que o Laboratório Merck doou recentemente dinheiro para esta instituição. Ora, não é no mínimo muito suspeito que um fabricante de remédios e vacinas faça doações vultosas para uma entidade aborteira e que adota como estratégia de esterilização as vacinações em massa?
 
Querido Dom Alberto Taveira, as ameaças contra a família católica não acabam por aí! Nesta próxima quarta-feira, será votado o Plano Nacional de Educação, que incluirá a “ideologia de Gênero”, pela qual os professores das redes públicas e privadas passarão a promover o combate às diferenciações naturais entre meninos e meninas, acusando-as como fruto de preconceitos machistas. Segundo o Professor Hermes Rodrigues Nery:
 
A revolução em curso, de premissas anarcofeministas, posta em movimento pelas mulheres empoderadas por Dilma Rousseff em seu governo, principalmente na Secretaria de Políticas para as Mulheres, sabe que precisa instrumentalizar toda a rede de ensino para seus fins de perversão, fazendo dos professores escravos de uma ideologia, obrigados a ensinar e doutrinar as crianças, desde a mais tenra idade, de que a identidade sexual não pode estar condicionada a um determinismo biológico, pois que seria uma construção sócio-cultural, e não pode haver diferenças também nesta dimensão relacional, pois – para elas – as diferenças acentuam lógicas de dominação e poder.
 
Os professores serão obrigados a concordar com uma ideologia eivada de equívocos, e de efeitos sociais danosos, mas terão de repetir a cartilha igualitária do MEC se quiserem sobreviver. E as escolas particulares que questionarem o conteúdo ideológico imposto, sofrerão sanções. A forma de fechar o cerco e acuar todos na redoma será criar e consolidar o Sistema Único de Educação, para garantir a uniformização do pensamento na rede de ensino. Não se admitirá quem destoe do discurso oficial. E o governo do PT continuará dizendo que tudo isso é democracia.
 
Do exposto, viemos nos apresentar para a defesa da Tradição Católica, mormente nas escolas católicas, conforme o magistério da Igreja, evidenciando nossa intenção de responder concretamente a tais posicionamentos anticatólicos, buscando apoio e orientações da Igreja, que é Mãe e Mestra;
 
Para tal mister, faz-se necessário conhecer qual a influência que a Igreja Local teria sobre a autonomia das escolas católicas particulares, bem como há alguma movimentação da Arquidiocese neste sentido, como por exemplo, se há algum padre designado para tratar o assunto, senão o que oferecemos tal medida como sugestão. Também gostaríamos de sugerir semanas e jornadas católicas e em defesa da família, nas igrejas e escolas católicas.
 
Querido Arcebispo! Devido ao que tão resumidamente expusemos aqui, alguns pais do nosso grupo vêm solicitando a dispensa de seus filhos das aulas de ensino religioso, e isto nos causa uma tristeza tão pungente que um dos pais relembrou que em sua época de estudante, eram os judeus e protestantes a sair da sala de aula de ensino religioso, em respeito às suas respectivas convicções religiosas por parte das instituições de ensino católicas, enquanto que agora são seus filhos – católicos (!) – que saem das aulas de religião em um colégio – católico(!)
 
Respeitosamente, pedimos vossa benção e rogamos avaliar as nossas preocupações.
Belém, 31 de março de 2014.
 
(Assinam os pais)
Fonte: http://libertatum.blogspot.com.br/2014/04/pais-catolicos-encontram-se-com-d.html

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Em uma entrevista recente com a revista Rolling Stone, Bill Gates , fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo, fala sobre assistir a uma Igreja Católica. Gates conversou sobre como ele e sua esposa Melinda educam seus filhos na fé católica, sobre a forma como a fé e a moral religiosa inspira suas obras de caridade.

“Os sistemas morais da religião, eu acho, são superimportante. Criamos nossos filhos de uma forma religiosa, eles foram para a igreja católica que Melinda vai e eu participo . Eu tenho muita sorte, e, portanto, eu devo isso para tentar reduzir a desigualdade no mundo. E isso é um tipo de crença religiosa. Quero dizer, é, no mínimo, uma crença moral. “Disse à Rolling Stone quando perguntado se sua valorização da religião tem evoluído ao longo do tempo.

Quando perguntado diretamente se ele acredita em Deus, Gates respondeu: “Eu concordo com pessoas como Richard Dawkins que a humanidade sentiu a necessidade de criação de mitos. Realmente, comecei a entender que a doença e o tempo e coisas do tipo, faz buscarmos explicações falsas para eles. Agora a ciência preencheu algumas perguntas desta esfera – não todas – que a religião usa para preencher. Mas o mistério e a beleza do mundo é esmagadoramente incrível, e não há nenhuma explicação científica de como isso surgiu. Dizer que isto foi gerado por números aleatórios, que não parecem, você sabe, uma espécie de visão pouco caridosa [risos]. Acho que faz sentido acreditar em Deus, mas exatamente quais decisões em sua vida você faz diferente por causa disso, eu não sei. ”

Gates desceu do seu papel ativo na Microsoft em 2000 para se concentrar mais em obras de caridade, através da “Fundação Bill & Melinda Gates”. A organização se concentra em saúde e saneamento nos países em desenvolvimento e projetos educacionais nos EUA, Enquanto a fundação é uma das maiores instituições de caridade privadas do mundo, sua promoção de contraceptivos e aborto, especialmente na África, estão em total desacordo com Doutrina Social da Igreja.

Tradução de: http://www.ucatholic.com/blog/bill-gates-and-family-goes-to-catholic-church-it-makes-sense-to-believe-in-god/

Fonte: Jesus, o bom pastor.

CommonCore

Mais de 130 eminentes estudiosos católicos assinaram uma carta para lançar a alarma contra um documento (definido como Common Core State Standards) que tem o objetivo de uniformizar os programas de estudo em nível nacional. Eles sustentam que o texto “reduz os fundamentos da educação católica”

Entre os promotores da iniciativa, que tem a forma de uma carta enviada a todos os bispos dos Estados Unidos, figura o professor Gerard Bradley, que ensina na Notre Dame Law School. Na mensagem, os estudiosos afirmam: “Acreditamos que aplicar os Common Core seria um grave golpe contra a educação católica nos Estados Unidos”.

Os parâmetros dos Common Core, segundo os estudiosos, estão “tão profundamente viciados” que não deveriam ser adotados pelos institutos católicos, e os que os propuseram deveriam “tratar de se retirar ordenadamente agora mesmo”.

Os Common Core nasceram com a intenção de estabelecer critérios educativos uniformes nos diferentes estados que compõem a União; uma ideia que foi concebida no seio da associação dos National Governors e da organização dos Chief State School Officers. A Fundação Bill e Melinda Gates é um dos maiores patrocinadores, com uma contribuição de 160 milhões. Todo o projeto, além disso, conta com um forte apoio da administração Obama.

Durante os últimos três anos, mais de 100 dioceses católicas decidiram aplicar os Common Core, assim como 45 estados e o Distrito de Columbia, onde está Washington. Segundo os estudiosos que assinaram a carta, os Common Core são uma receita “para a preparação de força de trabalho estandardizada”, que vai contra os objetivos da educação católica. O programa reduz o “estudo da narrativa clássica” e privilegia os “textos informativos”. Desta maneira, a leitura se reduz a “uma atividade servil”, que não incentiva a exploração da “criatividade humana, das grandes lições da vida, da tragédia, do amor, do bem e do mal, do rico tecido de história que constitui a trama das grandes obras de ficção, e as histórias de sacrifício de si e de compaixão nas obras de grandes escritores que modelaram nossa literatura cultural, ao longo dos séculos”.

Entre os assinantes, estão: Robert George, da Princeton University, Anthony Esolen do Providence College, Scott Hahn da University of Steubenville, Patrick Deneen da University of Notre Dame, David Schindler da Catholic Universuty of America e Janet Smith do Sacred Heart Major Seminary.

Todos eles, na carta enviada aos bispos estadunidenses, lamentam-se de que os Common Core não levam em consideração a “rica tradição da escola católica estadunidense, que procura formar os corações e as mentes dos alunos. Nesta tradição, a educação leva aos jovens a Palavra de Deus, oferece uma sólida base de conhecimento e estimula a capacidade de raciocínio… A educação, nesta tradição, forma homens e mulheres capazes de discernir, de continuar seu caminho de vida e que estão prontos para defender a verdade, sua Igreja, suas famílias e seu país”.

Irmã Mary Fleming, diretora executiva da educação católica na Conferência Episcopal dos Estados Unidos, declarou que os Common Core devem ser considerados não como um “teto”, mas como um “pavimento”, razão pela qual não devem ser considerados como um objetivo. Contudo, o debate continua aberto (com tons acalorados), inclusive porque ainda não foram divulgados os parâmetros de exatas e do inglês, mas, segundo os críticos, nas demais áreas “serão promovidas as ortodoxias filosóficas dominantes”, e, entre elas, “uma metafísica materialista” incompatível com os valores do catolicismo.

Marco Tosatti, publicada por Vatican Insider,

Nilo Fujimoto

Não é novidade. O primeiro no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela quarta vez em 6 anos do ENEM é o Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro*.

Com 153 anos de existência, sempre sob a mesma orientação de princípios no ensino, a instituição vem mantendo a tradição admitindo apenas meninos em seus cursos.

Essa distinção possibilita a criação de um ambiente em que os homens podem desenvolver suas qualidades como confirma o ex-aluno Henrique Rondinelli, agora destacado aluno do curso de Direto da UFRJ: “Tínhamos mais liberdade para brincadeiras de garotos, o que fazia com que a gente se sentisse muito bem, inclusive com professores e funcionários. Acho que se entrar menina, esse encanto se quebra.”

A disciplina e a cobrança do cumprimento do regulamento interno é um dos elementos indispensáveis para a formação vitoriosa: nove aulas por dia, das 7h30 às 17h30 de segunda a sexta, e provas em todos os sábados. Somando-se a matérias comuns a todas as escolas, o Colégio de São Bento oferece aulas de conteúdo cultural, como história da arte, apreciação musical, cultura clássica e até mesmo teologia.

(*) Cfr.: G1, 12/9/2011, “Colégio de São Bento, no Rio, volta ao topo do ranking do Enem no país”

Segundo um relatório divulgado pelo jornal australiano The Age, as escolas católicas registraram em 2010 um aumento de 53% nas inscrições, o que equivale a 2.586 alunos,em relação às escolas governamentais, isso representa um incremento de 543 alunos, e às autônomas, 1789.
Estes números, confirmados pelo Australian Bureau of Statistics, confirmam em 2010 um aumento das matrículas em escolas católicas no Estado de Victoria de 1,4%, nas autônomas de 1,5% e nas governamentais de 0,1%.
Uma declaração de Stephen Elder, responsável pela educação católica da arquidiocese de Melbourne, publicada pela Cath News, destaca que estes números demonstram a confiança dos genitores nas instituições católicas e o apreço pelo trabalho dos professores e suas equipes. “Os pais entendem que as escolas católicas são comunidades vibrantes de ensinamento e fé e oferecem aos jovens sólidas bases para a formação de seus valores” – disse Elder.
Todavia, o êxodo das escolas públicas parece reduzido em todo o país. As escolas governamentais registraram 40% de matrículas a mais em 2010, e 35% em 2009. As escolas católicas registraram em 2010 33%, e 28% em 2009. Proporcionalmente, as escolas autônomas tiveram uma queda em todo o país de 90% nos últimos 3 anos: em 2008, 37% em 2009 e 27% no ano passado.
Agência Fides

Quem é universitário, profesor ou se interessa por educação precisa ler essa entrevista
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O que distingue uma universidade católica das demais instituições de ensino? Qual o papel do Magistério pontifício, na Igreja e na sociedade civil? A moral cristã está em crise? O secretário da Congregação para a Educação Católica, arcebispo Dom Jean-Louis Bruguès estas e outras questões da atualidade.

O cardeal Zenon Grocholewski recordou recentemente a necessidade das universidades católicas conservarem sua própria identidade. Poderia expor-nos as dificuldades que elas enfrentam para manter suas características em um mundo secularizado?

Dom Bruguès – Com frequência, pergunto-me qual é atualmente o primeiro desafio, ou o desafio mais importante, lançado ao ensino católico, tanto superior, nas universidades, quanto nas demais escolas. E respondo: vivemos em sociedades pluralistas.

Pluralistas do ponto de vista cultural e religioso, e quanto mais se manifesta esse pluralismo, mais cada um de nós se volta para sua identidade: “Quem sou eu no meio de todos os outros?”. A questão da identidade é pois, mais premente, mais relevante hoje do que há vinte ou mesmo quarenta anos.

Portanto, nossas instituições têm diante de si uma escolha. Antes de tudo é necessário dizer que a maior parte delas goza de boa reputação, por sua excelência em matéria de formação, do acompanhamento pessoal, do nível científico atingido. As escolas e universidades católicas são apreciadas, um pouco por toda parte, no mundo inteiro, e isso é um motivo de ufania para nossa Congregação. Se elas, entretanto não visam senão a excelência, surge logo a pergunta: “O que diferencia uma escola ou universidade católica de outras escolas?”.

Não se trata, portanto, de conservar a identidade, mas de reencontrá-la nesse novo contexto. No fundo, a identidade católica é essa mescla – magnífica, mas também difícil – entre a abertura para o universal e a confissão de uma Fé particular, que é a Fé Católica.

Segundo a Constituição apostólica “Ex Corde Ecclesiæ”, as atitudes e os princípios católicos devem impregnar toda a vida das universidades católicas…

Dom Bruguès – Isso varia muito de acordo com os países. Diria eu que há dois pontos nos quais a identidade católica se manifesta com predileção.
O primeiro é o do ensino. Desejamos que todas as universidades católicas – nas quais ninguém é obrigado a matricular-se – deem de forma obrigatória a todos os seus alunos uma formação em antropologia cristã, em ética cristã e uma pequena iniciação à teologia. Não para forçá-los a se tornarem católicos – eles não se deixariam forçar -, mas para dizer-lhes: “Temos uma tradição, uma visão do mundo, da sociedade, da História, e a comunicamos a vocês. São livres para a aproveitarem como lhes parecer melhor”. Respeitamos, portanto, a liberdade de consciência.

Há um segundo ponto, o qual eu denominaria de “pastoral”: uma universidade católica é um local onde se deve poder rezar, deve-se poder celebrar o mistério cristão. Portanto, é preciso haver nela uma capela de acesso fácil e constante ao público que assinale o centro vital e simbólico ao mesmo tempo.

Eu acrescentaria que em toda universidade católica é necessário encontrar uma faculdade de teologia. A iniciação à cultura cristã e à visão cristã do mundo e da sociedade compete de modo privilegiado à faculdade de teologia, que deveria proporcionar ensinamentos a todas as outras faculdades da universidade.

A “Ex Corde Ecclesiæ” estimula uma íntima relação entre as atividades de uma universidade católica e a missão evangelizadora da Igreja. Não lhe parece haver ainda, sob este aspecto, um longo caminho a percorrer?

Dom Bruguès – Mais uma vez, isso depende dos lugares. Não sei se devo mencionar nações, mas, afinal, há um ano e meio viajei ao Chile, visitei cinco universidades católicas e fiquei fascinado pela qualidade daquilo que eu via. Ou seja, instituições que, do ponto de vista da competência profissional, figuravam entre as melhores do país, a tal ponto que, quando se preparava uma reforma educacional, de bom grado os ministros se dirigiam a elas para solicitar sua opinião.

Eram também instituições nas quais a identidade cristã estava marcada de modo imediato e simples. Chegando de improviso a uma delas, num dia de semana, quis presidir a celebração da Missa, sem que os alunos tivessem sido avisados. Havia 800 deles na capela… Portanto, há lugares onde nossas universidades católicas atingiram efetivamente uma qualidade que eu chamaria de exemplar.
Nem todas chegaram a esse grau, mas, nos meus quase três anos de trabalho na Congregação, constato que há um movimento geral – mais ou menos rápido, mais ou menos profundo, conforme o lugar – rumo à reafirmação da identidade cristã nas sociedades tais como hoje elas evoluem.

Quais são as principais qualidades que deveriam ornar o professor universitário em nossos dias?

Dom Bruguès – Veja, os docentes de uma universidade católica não são todos católicos. Então, devemos pedir-lhes que, no mínimo, tenham boa vontade em face da tradição católica e, por exemplo, não a critiquem. Mas, com relação aos professores que se apresentam como católicos, somos sensíveis não somente ao que dizem, mas também ao que fazem. O professor católico precisa, pois, aliar a qualidade do ensinamento transmitido à qualidade de vida, ao testemunho de vida e à confissão de sua fé pessoal.

O “Processo de Bolonha” tem exigido bastante atenção da Congregação para a Educação Católica nestes últimos anos. Em que consiste esse Processo?

Dom Bruguès – O Processo de Bolonha começou há quase dez anos e chegamos ao fim da primeira etapa, da primeira década. Em sua origem se restringia aos países da Europa, em número de 27, mas ao longo dos anos outras nações se interessaram por ele, de modo que hoje são 47 os países envolvidos.

Seus objetivos são simples de enunciar (quanto a realizá-los, já é outro problema): a padronização dos diplomas, de tal forma que em todos os países participantes do Processo de Bolonha – sobretudo os que assinaram a Convenção de Lisboa – os mesmos diplomas correspondam ao mesmo nível de estudo, e os estudantes possam, caso desejem, passar de um estabelecimento para outro, de uma universidade para outra ou de um país para outro.
A primeira preocupação é portanto, a padronização dos diplomas, para chegar à segunda preocupação: a fluidez ou mobilidade, tanto dos estudantes quanto dos professores.

Pode-se dizer que, ao fim de dez anos, é notória a mobilidade dos estudantes, embora ela pudesse ser maior. A dos professores é mais problemática.

O que está em jogo aí para a Igreja? Quais as esperanças da Congregação a esse respeito?

Dom Bruguès – A Igreja entrou nesse Processo não como Igreja, pois ele envolve apenas países, mas como Estado. Pois bem, o Estado da Santa Sé ingressou nele desde o início. Evidentemente, o proveito que esperamos tirar daí é, em primeiro lugar, que uma cultura de qualidade caracterize nossas universidades, como deve caracterizar as universidades dos países abrangidos. Só isso já representa uma vantagem e um estímulo para nós.

Esperamos também, evidentemente, que os estudantes formados em nossas universidades possam ter seus diplomas reconhecidos em outros países. Isto implica que o Processo de Bolonha seja concretizado por acordos de país a país. Por exemplo, a Santa Sé e a República Francesa assinaram em dezembro de 2008 um acordo de reconhecimento dos diplomas e dos títulos.

Há desafios especialmente notórios a destacar, para tornar efetivo esse plano?

Dom Bruguès – Estamos criando uma consciência em nível europeu, antes de chegar a uma consciência universal. Os estudantes entram de bom grado nesse Processo, mas os Estados são mais reticentes. Por quê? Porque possuíam mais ou menos, até agora, um verdadeiro monopólio dos diplomas. Ora, entrar nesse Processo é alienar uma parte de sua soberania em matéria educativa, e isso, evidentemente, não é fácil em países que têm – digamos assim – tradições jacobinas.

E os dirigentes de universidades, como correspondem às oportunidades oferecidas pelo “Processo de Bolonha”? Como acolhem as novas perspectivas?

Dom Bruguès – Nossas universidades caracterizam-se pela liberdade de pensamento e de expressão. Assim, perante o Processo de Bolonha, encontramos nelas um leque extremamente amplo de reações, desde o entusiasmo até a reserva.
Julgo que hoje a situação está mudando. Com efeito, nossos estabelecimentos começam a perceber o interesse dessa padronização, dessa fluidez, pois, por exemplo, a teologia – que aparecia anteriormente, digamos, como uma ciência de sacristia – tornou-se hoje uma ciência de interesse geral, como a medicina ou a engenharia. Percebe-se, pois, o mérito desse Processo. Mas, podem-se medir também as dificuldades de aplicação. É preciso, por exemplo, que os créditos sejam os mesmos por toda parte, com o mesmo número de horas, e isso implica revisões talvez difíceis de fazer.

Considerando encíclicas como a “Humanae vitae”, de Paulo VI, e a “Veritatis splendor”, de João Paulo II, como V. Excia. descreveria o papel do Magistério na ética das últimas décadas?

Dom Bruguès – Precisamos distinguir entre o papel do Magistério na Igreja e nas sociedades civis. O que se denomina doutrina social da Igreja é, na realidade, uma doutrina moral sobre a família, a vida econômica, política, social, e também a cultura. A Veritatis Splendor traz uma novidade considerável, pois é uma encíclica na qual, pela primeira vez na história da Igreja, são tratados os fundamentos da moral.

O papel do Magistério no interior da Igreja – apoiando-se evidentemente na palavra de Deus, mas também na lei natural – é de propor ao Povo de Deus, bem como a todos os homens de boa vontade, princípios gerais de conduta de vida, além de normas concretas e particulares. Este segundo aspecto é que havia dado matéria ao “dissentimento”, ao “dissensões dos teólogos”, nos anos 70-80, e a Encíclica procura precisamente dar resposta a esse dissensus.
Nas sociedades civis – amplamente secularizadas e amiúde multiculturais, pluralistas, do ponto de vista religioso -, eu diria que o Magistério é quase sistematicamente criticado e questionado. Uma sociedade secularizada é aquela que não consegue admitir Magistério algum, sobretudo se ele é de natureza religiosa, pretendendo exprimir princípios e normas em nome de uma referência superior ao século, fazendo – digamos – apelo a uma transcendência, quer seja religiosa, quer seja metafísica.
Portanto, ela não criticará o Magistério apenas por afirmar tal ou qual proposição que não lhe agrada, mas por se pronunciar como Magistério. Isto é o aspecto crítico e inevitável. Evidentemente, os órgãos da mídia, muitos dos quais se consideram o novo magistério das sociedades secularizadas, serão os mais críticos em face de qualquer magistério, em especial o religioso.

Ao mesmo tempo, porém, constato ser a Igreja hoje muito mais interrogada do que no passado, como se ela permanecesse uma referência nas gerações que se questionam sobre o sentido da vida; talvez mesmo a referência, que se pronuncia a respeito das questões fundamentais do sentido da vida.

Que relações podemos encontrar entre o “Catecismo da Igreja Católica” e a “Veritatis splendor”, na via teológica e pastoral da Igreja?

Dom Bruguès – Uma encíclica procura dar resposta a problemáticas limitadas. Limitadas no tempo e por vezes no espaço. É este o caso da Veritatis splendor, dirigida, sobretudo às opiniões correntes no meio católico anglo-saxônico. Portanto, uma encíclica – exceto se tiver uma importância de primeiro plano – não durará por vários séculos. Seu objetivo é de fato a atualidade.

O catecismo é totalmente diferente: ele visa pôr à disposição do povo de Deus, e de todos os homens interessados na cultura cristã, o patrimônio moral acumulado ao longo dos séculos, e mesmo dos milênios, e que engloba também o patrimônio de sabedoria da humanidade.
No fundo, o catecismo é um compendium – é este o termo que tinha sido escolhido -, um compendium de sabedoria, não somente para os cristãos, mas também para os não cristãos. Um catecismo deve durar muito tempo, como foi o caso do catecismo anterior. Logo, se nele forem introduzidas noções muito atuais, em pouco tempo ele estará ultrapassado.

Como deveria ser abordado hoje o ensino da Teologia Moral, nos seminários e em nível pastoral?

Dom Bruguès – Penso que estamos passando de um modelo para outro. Diz-se por vezes que a moral cristã está em crise. Não creio tratar-se de uma crise, pois a crise assinala um paroxismo após o qual as coisas se restabelecem. Ora, o que aqui se denomina “crise” é na realidade um fenômeno já muito longo, de vários decênios… Prefiro falar de ruptura.

No fim do século XVI e início do século XVII instalou-se – primeiro na Igreja, depois nas outras confissões cristãs, mas também mais tarde, com Kant, nas sociedades – um modelo, denominado o modelo das morais de obrigação: “Por que proceder de tal ou tal maneira?”. “Porque isso é necessário em nome do Bem”. Parece-me que esse modelo – o qual, repito, reinou tanto na Igreja quanto nas sociedades modernas – está desaparecendo, e andamos à procura de um novo. Se eu retomasse expressões de Michel Foucault, diria que estamos passando de uma ética do código para uma ética da construção de si. No fundo, a moral é aquilo que permite ao homem aceitar-se a si mesmo, construir-se, depois dar-se, numa sociedade mais justa e fraterna. E creio que vivemos um período difícil e apaixonante ao mesmo tempo, pois mudamos de modelo e, evidentemente, é preciso tempo e tato para apreender esse novo modelo.

Portanto, eu desejaria que nos seminários se apresentasse a moral não apenas sob o ângulo das obrigações, mas também sob o da arte de viver, de uma estética da existência, digamos, de uma sabedoria.
Pe. Louis Goyard, EP

(Gaudium Press)

As escolas católicas da Inglaterra e de Gales oferecem uma educação melhor do que outras instituições em todos os níveis, especialmente no desenvolvimento pessoal dos estudantes.

Esta foi a conclusão de dois estudos publicados na última segunda-feira pelo Catholic Education Service for England and Wales (CESEW).

O CESEW publicou uma “Relação de Dados do Censo de 2009 para as Escolas e Colégios” e um estudo intitulado “Valor Agregado: O Diferencial dos Colégios e Escolas Católicas na Inglaterra”.

O estudo aponta que, conforme a Office for Standards in Education, Children’s Services and Skills (OFSTED), do governo, “as escolas católicas atingem, constantemente, uma pontuação melhor do que a média”.

O bispo Malcom Mahon, presidente da CESEW, afirmou que “esses dois estudos ratificam claramente que a educação católica contribui muito para o futuro da nossa sociedade”.

“Além disso”, agregou Mahon, “estes informes confirmam que o dinheiro dos contribuintes destinado às escolas católicas é bem empregado”.

Oona Stannard, chefe-executiva e diretora do CESEW, comentou: “Fico feliz de comprovar que os nossos esforços são valorizados com pontuações visivelmente mais altas no desenvolvimento pessoal, inclusive no prazer de frequentar a escola”.

“Obter resultados positivos não só beneficia os alunos, dos quais cerca de 30% não são católicos, mas mostra ainda que a Igreja investe no futuro bem-estar da sociedade através das escolas católicas”.

No desenvolvimento pessoal e no bem-estar, o estudo destaca que “a diferença mais notável é encontrada na avaliação do desenvolvimento espiritual, moral, social e cultural dos alunos, embora as escolas católicas tenham recebido melhor pontuação no aproveitamento que os alunos fazem da sua educação, no seu comportamento e na contribuição positiva que eles dão à comunidade local”.

Esta categoria, em que as escolas católicas mostram grande vantagem sobre a concorrência, exerce influência sobre outros elementos, como um estilo de vida saudável, práticas de segurança, assistência, comportamento e bem-estar econômico.

Acima da média

73% das escolas de ensino médio foram consideradas excelentes ou boas, contra 60% das escolas públicas. Na educação fundamental, 74% das católicas foram consideradas excelentes ou boas, ante 66% das públicas.

O estudo acrescenta que estes resultados refletem, também, a diversidade social que existe nas escolas católicas, já que estas instituições têm o mesmo quadro que as escolas públicas de crianças que recebem auxílios, como o refeitório gratuito.

As escolas católicas apresentam ainda maior diversidade étnica do que as suas homólogas públicas.

Na apresentação do informe, Stannard afirmou que “talvez a parte mais reveladora é a breve seção que pondera o valor agregado por estas escolas”.

“Esses resultados mostram que as nossas escolas estão se saindo extraordinariamente bem, tanto nas medidas objetivas dos resultados como quando se consideram fatores contextuais, como os níveis de diferenças sociais”, acrescentou.

Stannard continuou dizendo que “três destaques do informe são particularmente motivadores e deveriam nos incentivar à colaboração e à confiança nas nossas comunidades”.

“O primeiro é o alto nível de qualidade que oferecemos desde os primeiros anos até o ensino médio. O segundo é a grande qualidade em todos os aspectos da liderança”.

“O mais importante de todos talvez seja o terceiro, que concerne à nossa contribuição à comunidade, constantemente avaliada acima da média tanto no ensino fundamental quanto no médio”.

Stannard manifestou que “ao encarar os desafios da educação no século XXI, podemos afirmar com confiança que as escolas católicas fazem parte da solução e não do problema”.

Zenit

Gilbert K. Chesterton

Ser moderno?

Um homem que seriamente descreve seu credo como modernismo poderia, da mesma forma, inventar um credo chamado “segunda-feirismo”, querendo dizer que ele tem uma fé especial a tudo que lhe acontece nas segundas-feiras; ou um credo chamado “manhanismo”, querendo dizer que ele acredita nas idéias que lhe ocorrem nas manhãs, mas não nas tardes.

A modernidade é apenas o momento em que por acaso nos encontramos, e ninguém que pensa considerará isso superior tanto em relação ao tempo posterior quanto ao antecedente. Mas, num sentindo relativo e racional, podemos nos congratular por sabermos das novidades do momento, por termos percebido os fatos e descobertas recentes que algumas pessoas ainda ignoram.

E é neste sentido que podemos verdadeiramente chamar de um fato científico, e especialmente psicológico, o conceito fundamental da educação católica.

Nossa demanda por uma cultura completa, baseada em sua própria filosofia e religião, é uma demanda que não encontra resposta à luz da mais vital, e mais moderna, psicologia. Quanto a isso, para aqueles que se preocupam com tais coisas, dificilmente haverá uma palavra mais moderna que atmosfera.

Ora, contanto que estejam engajados em algo diferente de uma discussão conosco, nossos amigos modernos e científicos nunca se cansam de nos dizer que a educação deve ser tratada como um todo; que todas as partes da mente se afetam mutuamente; que nada é trivial demais para não ser significante ou mesmo simbólico; que todos os pensamentos podem ser “coloridos” por emoções conscientes ou inconscientes; que o conhecimento nunca pode ser colocado em compartimentos estanques; que o que parece um detalhe desprezível pode ser o símbolo de um desejo profundo; que nada é negativo, nada está a descoberto, que nada permanece separado, isolado.

Eles usam esses argumentos para todo o tipo de propósitos, alguns deles lógicos, alguns quase insanamente tolos; mas é assim, em geral, como eles agem. E uma coisa que eles não sabem é que estão argumentando a favor da educação católica, e especialmente a favor da atmosfera católica nas escolas católicas. Se soubessem, talvez desistissem de seus argumentos.

De fato, aqueles que recusam a entender que uma criança católica deve ter uma escola completamente católica vivem naqueles velhos tempos, velhos e maus tempos, em que ninguém queria educação, mas somente instrução.

Eles são relíquias de um tempo morto quando se pensava que era suficiente treinar, de forma supostamente mecânica, os alunos em duas ou três lições maçantes e inúteis.

Eles descendem do filisteu original que primeiro falou sobre “Os Três R’s”e a piada sobre ele é muito simbólica de seu tipo e de seu tempo. Pois ele era um tipo de homem que insistia muito literariamente sobre o letramento, e, ainda assim, se mostrava iletrado.

Eles eram homens ricos muito iletrados que exigiam ruidosamente educação. E dentre as marcas de sua ignorância e estupidez estava uma marca particular que consistia em considerar letras e figuras como coisas mortas, muito separadas entre si e da visão geral da vida. Eles pensavam que um menino que aprendia suas primeiras letras estava muito separado de um homem de letras. Eles pensavam que um menino envolvido em seus cálculos poderia se tornar uma máquina calculadora.

Quando alguém lhes disse, portanto, “Essas coisas devem ser ensinadas numa atmosfera espiritual”, eles consideraram isso um contra-senso; tiveram uma vaga idéia de que uma criança só pudesse fazer uma simples adição se tivesse envolvida pelo aroma do incenso. Mas eles consideravam uma simples adição muito mais simples do que realmente era. Quando um polemista católico lhes disse, “Mesmo o alfabeto pode ser aprendido de uma maneira católica”, eles o consideraram um fanático delirante, pensaram que ele afirmava que ninguém nunca poderia ler algo que não fosse um missal em latim.

Mas ele acreditava no que dizia, e o que ele dizia era razoável psicologia. Há uma perspectiva católica do aprendizado do alfabeto; por exemplo, ela evita que você pense que a única coisa que importa é aprender o alfabeto; ou que você despreze pessoas melhores que você, se elas acaso não aprenderam o alfabeto.

A antiga e não-psicológica escola de instrutores costumava dizer: “Que sentido pode ter em misturar aritmética com religião?” Mas aritmética está misturada com religião ou, na pior das hipóteses, com filosofia.

Faz uma enorme diferença se o professor afirma que a verdade é real, ou relativa, ou mutável, ou uma ilusão. O homem que dizia, “Dois e dois é cinco nas estrelas fixas”, estava ensinando aritmética de uma maneira anti-racional e, portanto, de uma maneira anti-católica. O católico é muito mais assertivo a respeito de verdades fixas do que de estrelas fixas.

Mas não estou agora discutindo qual filosofia é melhor; estou apenas alertando sobre o fato de que toda educação ensina uma filosofia; se não por meio de dogmas, então será por meio de sugestão, de implicação, de atmosfera. Cada parte da educação tem uma conexão como todas as outras partes. Se todas não combinam para transmitir uma visão geral da vida, não é educação em absoluto. E os modernos educadores, os modernos psicólogos, os modernos homens de ciência, todos concordam em assegurar e reassegurar isto, até que começam a discutir com os católicos sobre as escolas católicas.

Em resumo, se há uma verdade psicológica possível de ser descoberta pela razão humana, ela é esta: que, a menos que os católicos possuam e gerenciem escolas católicas, eles não terão ensino católico. Pois há um argumento contrário a que famílias católicas cresçam sendo católicas, por meio de qualquer sistema que possa ser chamado de educacional no sentido atual do termo. Há um argumento contrário a qualquer concessão aos católicos, ignorando suas idiossincrasias como se elas fossem uma insanidade. Há um argumento para isso, porque há e sempre houve um argumento a favor da perseguição; pois o estado age segundo o princípio de que certas filosofias são falsas e perigosas e devem ser esmagadas mesmo se são sinceramente seguidas; de fato, devem ser esmagadas especialmente porque são sinceramente seguidas.

Mas se os católicos forem ensinar o catolicismo todo o tempo, eles não podem meramente ensinar teologia católica parte do tempo. São nossos oponentes, não nós, que têm um ponto de vista supersticioso e escandaloso sobre a teologia dogmática. São eles que supõe que um “assunto” especial chamado teologia pode ser colocado na cabeça das pessoas por um experimento que dure meia hora; e que essa inoculação mágica durará uma semana num mundo que está inundado de uma concepção de vida contrária.

A teologia é apenas religião articulada; mas, por estranho que pareça aos verdadeiros cristãos que nos criticam, é necessário tanto ter uma religião quanto uma teologia. E religião, como estão sempre muito gentilmente a nos lembrar quando este problema particular não está em foco, é uma coisa para todos os dias da semana e não meramente para o domingo ou para as missas.

A verdade é que o mundo moderno está comprometido com duas concepções totalmente diferentes e inconsistentes de educação. Ele está sempre tentando expandir o escopo da educação; e sempre tentando excluir dela toda a religião e filosofia. Mas isso é absoluto contra-senso. Você pode ter uma educação que ensine ateísmo porque o ateísmo é verdadeiro, e esta pode ser, de seu próprio ponto de vista, uma educação completa. Mas você não pode ter uma educação alegando ensinar toda a verdade, e então recusando discutir se o ateísmo é verdadeiro.

Desde o advento de uma psicologia da educação mais ambiciosa, nossas escolas têm alegado desenvolver todos os aspectos da natureza humana; isto é, produzir um ser humano completo. Você não pode fazer isso e ignorar totalmente uma grande tradição viva, que ensina que o ser humano completo deve ser um ser humano católico ou cristão. Ou você persegue essa tradição até a sua extinção ou permite a ela construir sua própria e completa educação.

Quando o ensino consistia de soletrar, contar e construir porta-panelas e cabides, você poderia até ter razão em dizer que este ensino podia ser conduzido por um batista ou um budista. Mas que sentido tem uma educação que inclui lições de “cidadania”, por exemplo; e então fingir não incluir algo como uma teoria moral, e ignorar todos os que afirmam que uma teoria moral depende de uma teologia moral.

Os instrutores professam revelar todas as dimensões do aluno; a dimensão estética, a atlética, a política etc.; e mesmo assim eles ainda vêm com o rançoso jargão do século XIX sobre o ensino público não ter nada a ver com a dimensão religiosa.

A verdade é que, nessa questão, são nossos inimigos que são antiquados e ainda permanecem na asfixiante atmosfera de uma educação não-científica e subdesenvolvida; enquanto nós estamos ao lado de todos os modernos e sérios psicólogos e educadores no reconhecimento da idéia de atmosfera.