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A bancada evangélica de 2015 terá mais de 40 deputados federais, muitos deles reeleitos e outros iniciantes na vida política como é o caso do cantor Irmão Lázaro (PSC) eleito como deputado federal pela Bahia com 161.438 votos.

Irmão Lázaro ficou no terceiro lugar entre os mais votados de seu estado, mesma posição alcançada pelo Pastor Marco Feliciano (PSC) em São Paulo onde teve 398.087 votos, 186 mil votos a mais em relação à eleição de 2010.

Já o Pastor Eurico (PSB) ficou em segundo lugar entre os deputados mais votados em Pernambuco tendo 233.792 votos. Mesma posição alcançada por Silas Câmara (PSD) no Amazonas, onde conseguiu se reeleger com 166.281 votos.

Apesar das reeleições de nomes como João Campos (PSDB-GO), Roberto de Lucena (PV-SP), Paulo Freire (PR-SP), Márcio Marinho (PRB-BA), Missionário José Olímpio (PP-SP), Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e outros, a Frente Parlamentar Evangélica perde nomes como Lauriete, Marcelo Aguiar, Acelino Popó, Antônia Lúcia que não disputaram as eleições ou não se reelegeram.

Entre os nomes novos podemos citar Alan Rick (PRB-AC), Julia Marinho (PSC-PA), Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), Geovania de Sá (PSDB-SC) e Marcos Soares (PR-RJ) que chegam para somar força na defesa dos valores cristãos.

Deputados federais por estado:

Acre
Alan Rick (PRB)

Amapá
André Abdon (PRB)

Amazonas
Silas Câmara (PSD)

Bahia
Irmão Lázaro (PSC)
Márcio Marinho (PRB)
Erivelton Santana (PSC)
Tia Eron (PRB)

Ceará
Ronaldo Martins (PRB)

Distrito Federal
Ronaldo Fonseca (PROS)

Goiás
João Campos (PSDB)
Fábio Sousa (PSDB)

Maranhão 
Eliziane Gama (PPS)
Cleber Verde (PSDB)

Mato Grosso
Victório Galli Filho (PSC)

Minas Gerais
George Hilton (PRB)
Lincoln Portela (PR)
Leonardo Quintão (PMDB)
Stefano Aguiar (PSC)

Pará
Julia Marinho (PSC)
Josué Bengtson (PTB)

Paraná
Edmar Arruda (PSC)
Hidekazu Takayama (PSC)
Delegado Francischini (SD)

Pernambuco
Pastor Eurico (PSB)
Anderson Ferreira (PR)

Rio de Janeiro
Sóstenes Cavalcante (PSD)
Arolde de Oliveira (PSD)
Benedita da Silva (PT)
Marcos Soares (PR-RJ)
Washington Reis (PMDB)
Ezequiel Teixeira (SD)

Rio Grande do Norte
Antônio Jácome (PMN)

Rio Grande do Sul
Ronaldo Nogueira (PTB)
Onyx Lorenzoni (DEM)
Carlos Gomes (PRB)

Rondônia
Marcos Rogério (PDT)
Nilton Capixaba (PTB)

Roraima
Johnathan de Jesus (PRB)
Carlos Andrade (PHS)

Santa Catarina
Geovania de Sá (PSDB)

São Paulo
Pastor Marco Feliciano (PSC)
Missionário José Olímpio (PP)
Gilberto Nascimento (PSC)
Paulo Freire (PR)
Vinicius Carvalho (PRB)
Roberto de Lucena (PV)
Antônio Bulhões (PRB)
Jefferson Campos (PSD)

Sergipe
Pastor Jony (PRB)

Tocantins
César Halum (PRB)

MEU VOTO MEU FUTURO

O que fazer caso não encontre ninguém para dar meu voto? 

Vote só na legenda. 

Anular o voto é dar espaço para quem está à frente nas pesquisas, por isso, vote na legenda como forma de indicar sua linha de interesses e valores para os políticos.

Veja os partidos que DEFENDEM o aborto e que não devem ter nosso voto NEM DE LEGENDA.

Partido dos Trabalhadores (PT) 13
Partido Comunista Brasileiro (PCB) 21
Partido Popular Socialista (PPS), sucessor do PCB 23
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) 65
Partido da Causa Operária (PCO) 29
Partido Democrático Trabalhista (PDT) 12
Partido da Mobilização Nacional (PMN) 33
Partido Pátria Livre (PPL) 54
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) 50
Partido Socialista Brasileiro (PSB) 40
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) 16
Partido Verde (PV)[1] 43

MEU VOTO MEU FUTURO

Para ajudar na formação da consciência política dos fieis, a Arquidiocese de Brasília lançou o documento Orientações Pastorais – Eleições 2014. A publicação quer contribuir para o debate e formação dos cidadãos a respeito do processo eleitoral deste ano.

O material foi elaborado por dom Sergio da Rocha, arcebispo metropolitano de Brasília, e pelos bispos auxiliares dom Leonardo Ulrich Steiner, dom Valdir Mamede, dom José Aparecido e dom Marcony Vinícius Ferreira. As orientações trazem reflexões sobre a atuação de candidatos e eleitores, além de caminhos pastorais para a Igreja de Brasília durante o período.

No documento, os bispos asseguram a neutralidade da Igreja local na política, relatando que a missão eclesial é evangelizadora e de caráter eminentemente pastoral, reprovando qualquer uso da instituição, dos integrantes dela e das atividades pastorais para fins eleitoreiros.

Os epíscopos atentaram ainda para a importância do voto e da participação consciente, sendo realizado como um ato de responsabilidade, uma vez que este ato traz implicações para a vida de todos.

O documento também apresenta critérios que podem ser levados em consideração na hora da escolha do candidato: comportamento ético, honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum – que deve estar acima dos interesses particulares.

Destaques

Na publicação, dois pontos têm destaque. O primeiro é referente às questões de vida e família; já o segundo é categórico a respeito da situação de clérigos e religiosos que queiram disputar cargos políticos.

“Os candidatos e suas propostas políticas devem defender e promover a vida de cada pessoa desde a concepção até o seu fim natural, o matrimônio e a família, o direito à manifestação pública da fé, o respeito à Igreja e à justiça social. Candidatos que apresentem propostas políticas contrárias a esses e outros valores éticos não devem receber o voto dos eleitores católicos”

(…)

“Segundo o Código de Direito Canônico, ‘os clérigos são proibidos de assumir cargos, públicos que implicam no exercício do poder civil’. (Cân. 285 3; cân.287 1). Assim sendo, na Arquidiocese de Brasília, é proibido aos clérigos candidatar-se a cargos políticos. Em caso de transgressão desta norma, eles deixarão de exercer o próprio oficio eclesiástico, com a suspensão do uso de ordem, durante a campanha eleitoral e no exercício de um eventual mandato. É vedado também aos clérigos atuar em encontros ou campanhas político-partidárias, bem como fazer pronunciamentos públicos sobre quaisquer candidatos”.

 As Orientações Pastorais – Eleições 2014 podem ser lidas na íntegra clicando aqui.

 

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Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,
Querido Povo de Deus,

Já se aproxima o dia 05 de outubro, quando somos convocados a escolher dentre os candidatos, pelo voto livre e soberano, o presidente da República, o Governador do Estado, um senador e deputados estaduais e federais, sobre os quais confiaremos os destinos do Brasil e do Estado pelos próximos quatro anos. Trata-se de um grave desafio que exige responsabilidade de cada eleitor. Neste instante, nos dirigimos aos cristãos, em especial, os católicos dos quais nos identificamos como irmãos e pastores. 

Todos são chamados a assumir o seu lugar próprio no enfrentamento deste desafio cidadão. Assumi-lo com decisão, buscando amparo e luzes nos valores do Evangelho. À Luz desses valores temos a chance de fazer uma leitura mais adequada da realidade complexa na qual estamos inseridos. 

Temos convicção de que atentos e fiéis aos valores que emanam do Evangelho, cada eleitor poderá agir e decidir, fazendo escolhas capazes de gerar novos rumos no mundo da política brasileira. Há um momento primeiro que não pode ficar fora da pauta do cidadão que se orienta pela indissociável relação entre fé e vida.

Trata-se de uma discussão ética, ampla e fundamentada, a respeito de candidaturas, programas de governo e representatividade. A sociedade espera de cada um de nós o testemunho da fé, que se traduz na vivência do cotidiano, que tem muito a contribuir para a transformação da vida, com incidências próprias no âmbito político e partidário.

Os partidos políticos, assim como as organizações da sociedade civil são indispensáveis à democracia. São as artérias pelas quais a cidadania constrói, oxigena e aperfeiçoa a democracia. Criminalizar os partidos políticos e as organizações da sociedade civil porque seus membros falham, é criminalizar o exercício da cidadania e, por consequência, mutilar a própria democracia. Deve-se punir, sim, aqueles indivíduos que se utilizando das instituições cometem crimes contra a democracia e as conquistas políticas, sociais, econômicas, dentre outras, da cidadania.

Então, ao fazer nossas escolhas, é preciso compreender que, ao fazê-las sem critérios, estaremos gerando um grande prejuízo que incide sobre décadas da história futura e, de modo ainda mais perverso, no presente, sobre a vida dos mais pobres.

Cada um é convidado a compreender a política, conforme ensina o Papa Francisco, como uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Essa é mais uma oportunidade de aperfeiçoar a democracia a partir de reflexões, reuniões, voto consciente contra a corrupção e a favor da honestidade.

 Todo cidadão tem direito a ser governado e representado por agentes políticos probos, íntegros e honrados. Este é o momento certo que o processo democrático nos oferece para garantir à sociedade o seu direito de exercer democraticamente o poder político, melhorando a representação. Agora é hora privilegiada de cada cidadão contribuir para qualificar a gestão pública e o serviço à política. Não é tarefa fácil fazer a melhor escolha.

Por isso, torna-se indispensável analisar programas e propostas das coligações partidárias e ponderar elementos, especialmente aqueles de inegociável sensibilidade social, num momento em que o pobre e o excluído precisam ter prioridade de tratamento e destinações. Não se pode dispensar o compromisso dos que têm competência para gerar e garantir dinâmicas de crescimento econômico e a conseqüente inclusão social, alargando as conquistas sociais nas áreas da saúde, educação, assistência social, da agricultura familiar e convivência com o semiárido.

Por tais razões, já não é possível se deixar levar por apelos emotivos e falsas promessas dos candidatos que preferem enganar o eleitor a se comprometer com os graves problemas que a maioria dos brasileiros, no momento,  se encontra submergida. Basta lembrar como anda a saúde, a educação, a segurança pública e a situação hídrica que lhe aflige no município em que cada um reside.

Lembremo-nos que o ato de votar não encerra a nossa participação cidadã, mas requer ainda mais uma participação de todos na construção de um modelo de Estado republicano, fundado sob a cidadania, centrado na pessoa e na dignidade humana,onde a tônica principal do desenvolvimento não seja apenas o mercado e o lucro, mas, acima de tudo, a comunidade dos cidadãos, alicerçada na defesa e promoção da justiça, da fraternidade, da igualdade de direitos, da solidariedade, e cuja prática política esteja plasmada nos valores ética e da promoção e defesa da vida de cada pessoa, especialmente dos mais pobres e indefesos, as crianças e idosos.

Por fim, rogamos ao Senhor Deus que derrame sobre cada eleitor brasileiro e potiguar, o Dom do Espírito Santo: da sabedoria e da inteligência, do discernimento e da caridade, a fim de que possamos fazer nossas escolhas amparadas nos princípios do Bem Comum, da supremacia do interesse público, da justiça social e da paz entre os povos. Com especial bênção apostólica.

Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal

Dom Mariano Manzana
Bispo de Mossoró

Dom Antônio Carlos Cruz Santos, MSC
Bispo de Caicó

Voto Católico, logo medio

Este Guia do Eleitor o ajudará a votar de modo consciente, fundamentado no ensino moral católico. Este Guia o auxiliará a eliminar aqueles candidatos que apoiam políticas irreconciliáveis com as normas de moralidade sustentadas por todo cristão.

Face a maioria dos temas apresentados pelos candidatos e legisladores, os católicos podem favorecer um ou outro, sem ter que agir contra a sua fé. Com efeito, a maioria dos assuntos não necessita de uma “postura católica”.Porém, alguns assuntos são tão importantes, tão fundamentais, que apenas uma única ação pode estar de acordo com o ensino do evangelho cristão. Ninguém que defenda uma postura incorreta nesses assuntos pode dizer que age segundo as normas morais da Igreja.Este Guia do Eleitor identifica os cinco assuntos “inegociáveis” e o ajuda a chega numa lista de candidatos aceitáveis, que postulam um cargo político, seja a nível nacional, estatal ou municipal.

Os candidatos que respaldarem qualquer dos cinco assuntos inegociáveis, devem ser considerados desqualificados para o desempenho de cargo público e, portanto, não devem receber o seu voto. Assim, você deverá fazer a sua escolha entre os candidatos restantes.

SEU PAPEL COMO ELEITOR CATÓLICO

Os católicos têm a obrigação moral de promover o bem comum ao exercer o seu privilégio de voto (cf. CIC, §2240). As autoridades civis não são as únicas responsáveis pelo país. “O serviço do bem comum exige dos cidadãos que cumpram com a sua responsabilidade na vida da comunidade pública” (CIC, §2239). Isto significa que os cidadãos devem participar do processo político na urna de votação.

Porém, a votação não pode ser arbitrária. “A consciência cristã bem formada não permite a alguém favorecer com o próprio voto a concretização de um programa político ou a aprovação de uma lei particular que contenham propostas alternativas ou contrárias aos conteúdos fundamentais da fé e da moral” (CVP nº 4).

Algumas questões sempre estarão erradas e ninguém poderá votar a favor delas direta ou indiretamente. Os cidadãos votam a favor desses males quando votam nos candidatos que se propõem a promovê-los. Portanto, os católicos não devem votar a favor de alguém que promove programas ou leis intrinsicamente más.

OS CINCO ASSUNTOS INEGOCIÁVEIS

Estes cinco assuntos são chamados inegociáveis porque contêm atos que sempre são moralmente maus e nunca podem ser promovidos pela lei. É pecado grave defender ou promover qualquer destes atos e nenhum candidato que verdadeiramente deseja fomentar o bem comum pode apoiar estes cinco assuntos inegociáveis:

1. O Aborto

Sobre uma lei que permite o aborto, a Igreja ensina que “nunca é lícito submeter-se a ela, nem participar em uma campanha de opinião a favor de uma lei semelhante, nem dar-lhe o sufrágio do próprio voto” (EV nº 73). O aborto é o assassinato intencional de um ser humano inocente e, portanto, é uma espécie de homicídio.

A criança sempre é parte inocente e nenhuma lei pode permitir que lhe seja tirada a vida. Mesmo quando uma criança é concebida em razão de estupro ou incesto, a criança não tem culpa e não deve sofrer a morte pelo pecado dos outros.

2. A Eutanásia

Às vezes disfarçada sob a denominação de “morte misericordiosa”, a eutanásia é uma forma de homicídio. Ninguém tem o direito de tirar sua própria vida (suicídio) e ninguém tem o direito de tirar a vida de uma pessoa inocente.

Com a eutanásia, os doentes e os idosos são assassinados sob um sentido de compaixão mal fundamentado, pois a verdadeira compaixão não pode incluir o cometimento de atos intrinsicamente maus contra outra pessoa (cf. EV nº 73).

3. As Pesquisas com Células Estaminais Fetais

Os embriões humanos são seres humanos. “O respeito pela dignidade do ser humano exclui toda manipulação experimental ou exploração do embrião humano” (CDF nº 4b).

Os recentes avanços científicos demonstram que qualquer cura que possa resultar dos experimentos com células estaminais fetais pode também ser desenvolvida a partir do uso de células estaminais adultas. As células estaminais adultas podem ser obtidas sem causar mal aos adultos das quais provêem. Portanto, já não existe um argumento médico favorável ao uso das células estaminais fetais.

4. A Clonagem Humana

“As tentativas… para se obter um ser humano sem conexão alguma com a sexualidade, mediante ‘fisão gemelar’, clonagem, partenogênesis, devem ser consideradas contrárias à moral, porque estão em contraste com a dignidade tanto da procriação humana como da união conjugal” (RVH 1,6).

A clonagem humana também acaba sendo uma forma de homicídio porque destrói o clone “rejeitado” ou “fracassado”; no entanto, cada clone é um ser humano.

5. O “Matrimônio” Homossexual

O verdadeiro matrimônio é a união entre um homem e uma mulher. O reconhecimento legal de qualquer outra forma de “matrimônio” menospreza o verdadeiro matrimônio e o reconhecimento legal das uniões homossexuais na realidade causa dano aos homossexuais, pois os anima a continuar vivendo sob um acordo objetivamente imoral.

“No caso de uma Assembléia Legislativa propor pela primeira vez um projeto de lei a favor da legalização das uniões homossexuais, o parlamentar católico tem o dever moral de expressar clara e publicamente seu desacordo e votar contra o projeto de lei. Conceder o sufrágio do próprio voto a um texto legislativo tão nocivo ao bem comum da sociedade é um ato gravemente imoral” (UPH nº 10).

COM QUAIS CARGOS POLÍTICOS DEVO ME PREOCUPAR?

As leis são aprovadas pelo Legislativo, o Executivo as faz cumprir e o Judiciário as interpreta. Isto quer dizer que você deve se preocupar com qualquer candidato ao Legislativo, ou qualquer um que se apresente como candidato ao Poder Executivo e, [nos países onde for cabível] os que se candidatam à magistratura. E isto não apenas em nível nacional, mas também estadual e municipal.

É certo que, quando o cargo é inferior, há menor probabilidade do candidato apoiar certas causas. Por exemplo, é possível que a Câmara Municipal jamais discuta o tema da clonagem humana. Porém, é muitíssimo importante avaliar cada candidato antes das eleições, sem importar o cargo que está disputando.

Poucas pessoas alcançam um alto posto sem ter ocupado um cargo menor. Algumas poucas pessoas se convertem em deputados, em senadores ou presidentes sem ter sido antes eleitas para um cargo menor. Porém, a maioria dos deputados, senadores e presidentes começaram sua carreira política em nível local. O mesmo ocorre com os deputados estaduais; muitos deles começaram nas Câmaras Municipais e associações de bairro, galgando aos poucos a carreira política.

Os candidatos que futuramente postularão cargos superiores procederão principalmente dos atuais candidatos a cargos menores. Por isso, é prudente empregar os mesmos princípios para os candidatos municipais como para os estaduais e federais.

Se os candidatos que estão equivocados nos cinco assuntos inegociáveis fracassarem na eleição para os cargos menores, talvez não postularão cargos superiores. Isto facilitaria a eleição dos melhores candidatos para os postos de maior influência em nível estadual e nacional.

COMO DETERMINAR A POSTURA DE UM CANDIDATO

1. Isto poderá se conseguir com maior facilidade quanto mais importante for o cargo. Por exemplo: apresentar estes assuntos [inegociáveis] aos deputados e senadores e determinar sua postura. O mesmo podemos fazer em nível estadual. Em ambos os casos, conhecer a postura de um candidato pode ser fácil ao ler artigos em jornais e revistas, buscar suas opiniões na Internet ou avaliar suas propostas impressas e distribuídas durante o período eleitoral.

2. Um pouco mais difícil é conhecer as opiniões dos candidatos aos cargos municipais, porque poucos deles tiveram a oportunidade de considerar a legislação sobre temas como o aborto, a clonagem e a santidade do matrimônio. Porém, estes candidatos, por serem locais, freqüentemente podem ser contatados diretamente ou mantêm comitês eleitorais onde poderão explicar sua postura perante estes temas.

3. Se não for possível determinar a postura do candidato por outros meios, não hesite em escrever-lhe diretamente e perguntar-lhe qual a sua posição sobre cada um dos assuntos inegociáveis.

COMO NÃO SE DEVE VOTAR

1. Não confie seu voto apenas à sua filiação partidária, em seus anteriores hábitos de votação ou na tradição familiar de voto. Há alguns anos, estas eram formas confiáveis para determinar em quem se poderia votar, mas hoje não são mais confiáveis. Deve-se olhar cada candidato como um indivíduo. Isto significa que você pode votar em candidatos de partidos distintos.

2. Não vote pela aparência ou personalidade do candidato ou por sua astúcia perante os meios de comunicação. Alguns desses candidatos atraentes, agradáveis e que dizem o que convém apóiam males intrínsicos quando deveriam se opor a eles, enquanto que outros candidatos, que parecem simples, cansados ou incomodados pelas câmaras defendem leis que estão de acordo com os princípios cristãos.

3. Não vote em candidatos apenas porque se declaram católicos. Infelizmente, muitos dos candidatos que se dizem católicos rejeitam os ensinamentos básicos da moral católica. Eles apenas são “católicos” porque querem o voto dos católicos.

4. Não selecione os candidatos baseando-se apenas no pensamento: “O que vou ganhar?”. Tome sua decisão optando pelos candidatos que pareçam mais dispostos a promover o bem comum, ainda que você não se beneficie direta ou imediatamente do ordenamento legal que propõem.

5. Não premie com seu voto os candidatos que estejam corretos em assuntos menos importantes, mas que estão equivocados em assuntos morais fundamentais. Pode ser que um candidato adquira uma certa consideração por ter votado exatamente como você deseja, embora já tenha votado a favor – digamos – da eutanásia. Tal candidato jamais deve receber o seu voto. Os candidatos devem saber que estar equivocado em um dos cinco assuntos inegociáveis é suficiente para excluí-los da sua consideração.

COMO VOTAR

1. Para cada cargo, determine primeiro a posição que cada candidato possui em cada um dos cinco assuntos inegociáveis.

2. Elimine da sua relação os candidatos que estiverem equivocados em qualquer um dos assuntos inegociáveis. Não importa que tenham razão em outros assuntos; devem ser desprezados se estiverem equivocados em um só dos não negociáveis.

3. Escolha entre os candidatos restantes, baseando-se no seu juízo sobre as posições de cada candidato em outros assuntos de menor importância.

QUANDO NÃO HÁ UM CANDIDATO “ACEITÁVEL”

Em alguns debates públicos, cada candidato assume uma postura equivocada em um ou mais assuntos inegociáveis. Nesse caso, você pode votar no candidato que assuma menos posturas incorretas; ou que pareça ser mais incapaz para fazer avançar a legislação imoral; ou pode, ainda, não votar em ninguém.

O PAPEL DA SUA CONSIÊNCIA

A consciência é como um alarme: o adverte quando está a ponto de cometer algum erro. Ela apenas não determina o que é bom ou mau. Para que a sua consciência funcione corretamente, deve estar bem informada. Ou seja, você deve se informar sobre o que é bom e o que é mau. Só assim sua consciência será um guia confiável.

Infelizmente, muitos católicos hoje em dia não formaram suas consciências adequadamente sobre os assuntos fundamentais da moralidade. O resultado é que suas consciências não disparam nos momentos apropriados, inclusive no dia das eleições.

Uma consciência bem formada jamais contradiz o ensino moral católico. Por essa razão, se você tem dúvidas sobre o caminho que deve trilhar a sua consciência no momento de votar, ponha sua confiança no firme ensino moral da Igreja (o Catecismo da Igreja Católica é uma excelente fonte de ensino moral autêntico).

QUANDO ACABAR DE LER ESTE GUIA DO ELEITOR

Por favor, não pare com a simples leitura deste Guia. Leia-o, aprenda com ele e prepare a sua seleção de candidatos baseado nele. Após, forneça este Guia do Eleitor a um amigo e peça-lhe que o leia e o repasse a outros. Quanto mais pessoas votarem de acordo com os princípios morais básicos, melhor será o nosso país.

ABREVIAÇÕES

CIC – Catecismo da Igreja Católica

CVP – Congregação para a Doutrina da Fé: Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e a conduta dos católicos na vida política.

CDF – Pontifício Conselho para a Família: Carta dos Direitos da Família.

EV – João Paulo II: Carta Encíclica Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida)

RVH – Congregação para a Doutrina da Fé: Instrução acerca do respeito da vida humana nascente e dignidade da procriação.

UPH – Congregação para a Doutrina da Fé: Considerações acerca dos projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais.

 
Traduzido para o Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto.

Acorda_IgrejaOs brasileiros terão, neste domingo, dia 5, a responsabilidade de escolher um dos candidatos que vai ocupar a presidência da República pelos próximos quatro anos. Para auxiliar os cristãos nessa tarefa, a Igreja propõe alguns princípios que devem nortear essa escolha que também vai definir os próximos governadores, senadores, deputados federais e estaduais.

Com o intuito de reforçar a importância da consciência na escolha bispos brasileiros e a Conferência Episcopal brasileira em peso pedem que os católicos votem nos candidatos que apresentam uma proposta que contenha os valores cristãs, morais e éticos, e não apenas promessas de mudança.  

Segundo o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, os cristãos são insistentemente convidados a participar da política, por meio das discussões, do voto e da fiscalização.

“A mensagem da CNBB “Pensando o Brasil: Desafios diante das Eleições 2014″ faz eco às palavras do Papa Francisco na Exortação Evangelii Gaudium: ‘Ninguém pode exigir-nos relegar a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos’. A eleição é momento decisivo para a vida das pessoas que vivem no país”, reforçou Dom Leonardo.

O Santo Padre, em sua homilia matutina no dia 16 de junho, na Casa Santa Marta, alertou: “Quem paga o preço da corrupção política ou econômica? Pagam os hospitais sem remédios, os doentes que não são cuidados, as crianças sem escolas. São sempre os pobres que pagam pela corrupção”.

O bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio e animador da Formação Política, Dom Pedro Cunha, reforçou que é essencial acompanhar todos os candidatos que foram eleitos pelo apoio do voto católico. “É preciso escolher políticos que promovam e defendam a família, igreja doméstica, como um dom inigualável. É importante que os candidatos escolhidos também entendam a identidade natural da família segundo o plano de Deus, por meio da união entre um homem e uma mulher“, orientou Dom Pedro.

O documento emitido pela CNBB para estas eleições gerais toma em conta que os cristãos são chamados a conhecer e refletir sobre os projetos e propostas dos partidos e candidatos que receberão seus votos.  É necessário identificar os que são “Ficha Limpa” e votar naqueles que sigam os valores cristãos, como o respeito à vida humana em todas as suas etapas, a defesa da família e a liberdade religiosa.

Vale recordar ainda a participação da CNBB na aprovação da Lei da Ficha Limpa, que já impediu que centenas de candidatos que respondem ou são acusadas de delitos como corrupção, suborno venham a tentar assumir um cargo público.

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CÚRIA METROPOLITANA

DE SÃO PAULO

Eleições de 2014

Orientações para as Comunidades Católicas

da Arquidiocese de São Paulo

 

1. Nas eleições de 2014 estão em jogo os cargos de Presidente e Vice Presidente da

República; de 1 Senador por Estado; Deputados Federais; Governador e Vice

Governador do Estado; Deputados Estaduais.

 

2. A eleição é uma oportunidade para confirmar os políticos e os partidos que estão nos

cargos públicos e o modo como estão governando e legislando; ou para mudar os

mandatários e os rumos da política do País e do Estado. Os cristãos são chamados a

participar ativamente na edificação do bem comum, escolhendo bons governantes e

legisladores e acompanhando com atenção o exercício de seus mandatos.

 

3. É importante conhecer bem as propostas dos candidatos e dos partidos aos quais

estão filiados. Voto consciente é dado com conhecimento. O voto tem consequências

e revela a vontade do povo e suas aspirações.

 

4. Atenção à corrupção eleitoral. A Lei 9840, de 1999, veio para moralizar a vida política

do Brasil; ela condena o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais e a

compra de votos. Os candidatos denunciados e condenados em força dessa lei podem

ter seu registro negado ou diploma cassado, além de receber multas. Os fatos de

corrupção eleitoral devem ser denunciados à Justiça eleitoral.

 

5. Candidato precisa ter ficha limpa. Desde 2010, está em vigor a Lei complementar 135

(“Lei da ficha limpa”). Por ela, políticos já condenados por crimes eleitorais ou outros,

previstos nessa lei, tornam-se inelegíveis pelo tempo previsto na sua condenação. A

aprovação dessa lei, de iniciativa popular, contou com expressiva participação das

comunidades e organizações da nossa Igreja. É preciso ter credibilidade para

representar o povo, legislar, governar e administrar o patrimônio e o dinheiro

públicos.

 

6. Dar o voto a políticos comprometidos com o bem comum e não, apenas, com

interesses privados ou de grupos restritos. O exercício do poder político é um serviço

ao povo e ao País; por isso, ele deve estar voltado para as grandes questões, como a

promoção do bem estar, condições de educação, saúde, moradia digna e trabalho com

justa remuneração para todos, saneamento básico, respeito pela vida e a dignidade

humana, superação da violência, proteção e promoção da família e do casamento,

justiça e solidariedade social, respeito à natureza e ao ambiente da vida.

 

7. Não votar em candidatos comprovadamente corruptos, envolvidos em escândalos,

que promovam discriminação ou intolerâncias, ou tenham como parte de seu

programa e partido a aprovação de leis contrárias à justiça, aos direitos humanos, ao

pleno respeito pela vida humana, à família e aos princípios da própria fé e moral.

 

8. Religião e política: quem tem fé religiosa é cidadão com direitos e deveres iguais a

qualquer outro cidadão; por isso, as pessoas de fé são chamadas a se empenharem na

política, cumprindo conscienciosamente seus deveres cívicos, exercendo cargos

públicos com dignidade, competência, honestidade e generosidade.

 

9. É orientação da Igreja Católica Apostólica Romana que os membros do clero, em vista da sua

missão religiosa, se abstenham de exercer cargos políticos ou de militar nos partidos. A política

partidária é espaço de atuação dos cristãos leigos, que neles podem exercer melhor seu direito

e dever de cidadania, orientados pelos princípios da fé e da moral cristã, e contribuir para a

edificação do bem comum.

 

10. Os templos e lugares de culto, bem como os eventos religiosos, não devem ser

usados para a propaganda eleitoral partidária (cf Lei 9504, art. 37 §4º). A Igreja

Católica Apostólica Romana valoriza a liberdade de consciência e as escolhas

autônomas dos cidadãos. A religião não deve ser usada como “cabresto político” e as

comunidades da Igreja não devem ser transformadas em “currais eleitorais”.

 

11. No entanto, os católicos são convidados a se reunirem civicamente para fazer o

discernimento sobre as propostas dos partidos e sobre os candidatos, dando seu

voto a quem, em consciência, julgarem mais idôneo e merecedor de sua confiança.

 

12. A participação política deve levar ao engajamento em ações permanentes para a

melhoria da vida política local e nacional, através:

a) do acompanhamento crítico das ações dos governantes e legisladores e dos

gestores públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário;

b) da participação em organizações comunitárias locais, como os Conselhos Paritários,

Associações e diversos serviços voltados para o bem comum;

c) de ações voltadas a promover leis importantes “de iniciativa popular”, como prevê

a Constituição Brasileira de 1988 (cf art. 14);

d) do apoio a decisões e ações políticas acertadas e importantes; ou da desaprovação

de decisões e ações políticas equivocadas ou inaceitáveis.

Secretariado de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo

***

Palavra do Papa

Sobre o papel do Estado e da Política:

“A justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da Política. Um Estado, que

não se regesse pela ordem justa, reduzir-se-ia ao um bando de ladrões, como disse

Santo Agostinho (cf. Cidade de Deus, IV,4)… A justiça é o objetivo e, por conseqüência,

também a medida intrínseca de toda política. A política é mais que uma simples

técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e seu objetivo estão

precisamente na justiça e esta é de natureza ética” (Bento XVI, Deus caritas est, 2005,

n. 28).

 

Sobre a relação entre Igreja e a Política:

É dever da Igreja “contribuir para a purificação da razão e para o despertar das forças

morais, sem as quais não se constroem estruturas justas, nem estas permanecem

operativas por muito tempo. Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma

ordem justa na sociedade é próprio dos fieis leigos, os quais, como cidadãos do Estado,

são chamados a participar pessoalmente na vida pública. Não podem, pois, abdicar da

múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural,

destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum (Bento XVI, Deus

caritas est, n.29).

 

Sobre a relação entre fé cristã e vida social e política:

“Ninguém pode nos exigir que releguemos a religião para a intimidade secreta das

pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a

saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos

que interessam aos cidadãos” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 2013 n. 183).

ppfranciscobebe10042013

Texto aprovado na reunião da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 – CNBB, em 23/08/2014

Em janeiro de 2014, o papa Francisco, ao dirigir-se ao corpo diplomático sediado no Vaticano, declarou que «causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto», pecado que o santo padre qualificou de manifestação da «cultura do descarte» contemporânea e «negação da dignidade humana» (cf.http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/january/documents/papa-francesco_20140113_corpo-diplomatico.html).

A dignidade inviolável da vida humana inocente, em todas as suas fases, não é apenas um princípio do Evangelho como também um fundamento para a construção de uma sociedade que promova efetivamente a dignidade da pessoa humana. É com esse pensamento, e com o propósito de atender aos apelos do papa Francisco, como também dos papas anteriores, Bento XVI e S. João Paulo II, que a Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB vem a público, neste período de eleições, propor uma reflexão sobre esse assunto de vital importância, sem medo de exercer igualmente o papel profético da denúncia, convencida de que calar-se sobre este ponto equivaleria a omitir-se gravemente no cumprimento de sua missão.

Infelizmente, ao se fazer um balanço sobre a atuação do atual governo na questão da defesa da vida, os resultados obtidos foram indiscutivelmente sombrios. Neste período de governo, podemos assinalar os seguintes fatos:

01)  A Presidente deu continuidade e renovou por três vezes o convênio com a Fundação Oswaldo Cruz, tendo por objeto o “estudo e pesquisa para legalizar o aborto no Brasil”; ao ser renovado pela presidente, o objeto passou a ser estrategicamente designado como “estudo e pesquisa sobre o aborto para fortalecer o Sistema Único de Saúde”,  mas a equipe contratada continuava sendo a mesma, constituída pelos principais ativistas e representantes das ONGs que promovem, no Brasil, o reconhecimento dos “direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”, expressão eufemística criada na Conferência do Cairo para abrir espaço ao direito do aborto.

02) Nomeou como ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres a socióloga Eleonora Menicucci, que fez diversos pronunciamentos públicos apoiando a legalização do aborto. Em 6 de junho de 2012, essa ministra declarou à Folha de São Paulo que «o governo entende que não é crime orientar uma mulher sobre como praticar o aborto». No mesmo dia a Secretaria de Atenção à Saúde do próprio Ministério declarou ao mesmo jornal que «o Sistema de Saúde brasileiro passará a acolher as mulheres que desejam fazer aborto e orientará como usar corretamente os métodos existentes para abortar» e que «Centros de aconselhamento indicarão quais são, em cada caso, os métodos mais eficazes».

03) Em fevereiro de 2013, o então ministro da Saúde, atualmente candidato ao governo do Estado de S. Paulo, em reunião com o presidente da Câmara Federal, solicitou que fosse votado em regime de urgência, um projeto de lei de autoria da deputada Iara Bernardi (PT), reapresentado em 2013 como PL 03/2013. Tal projeto de lei, apresentado simplesmente como dispondo sobre “atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual”, não menciona explicitamente a palavra ‘aborto’, mas, conforme reconheceu sua própria autora, a deputada Iara Bernardi (PT), procura dar força de lei às normas técnicas do Ministério da Saúde que dispõem sobre o aborto supostamente legal, ainda que não haja no Brasil lei alguma definindo o aborto como direito em caso algum.

Após ter sido impulsionado em todas as etapas de tramitação por parlamentares da frente governista, este PL 03/2013 foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados em 5 de março e no Senado em 4 de julho, sendo transformado na Lei Federal n. 12.845/2013 após ter sido sancionado e promulgado pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 1º de agosto de 2013. Essa Lei n. 12.845, que ganhou o apelido de Lei Cavalo de Troia pela forma enganosa como foi apresentada ao Congresso, institui o aborto como prática obrigatória em todos os hospitais públicos e conveniados com o SUS, sem respeito pela objeção de consciência dos hospitais mantidos pela Igreja Católica ou outras comunidades religiosas. Exige-se que o médico pratique o aborto, mesmo contra a própria consciência, quando não houver outro médico disposto a praticá-lo.

Outra novidade da Lei Cavalo de Troia é a definição de “violência sexual” como “qualquer relação sexual não consentida”, expressão que permite ser interpretada da maneira mais ampla possível e sem necessidade de apresentação de qualquer prova, nem mesmo boletim de ocorrência. Aliás, desde setembro de 2007, o PT assumiu em seu programa estatutário a legalização do aborto e a execução dessa prática em todos os casos no serviço público.

Além do PT mais oito partidos políticos, registrados no Tribunal Superior Eleitoral, incluem explicitamente em seus estatutos ou programas a legalização do aborto, a saber: o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido Popular Socialista (PPS), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido da Causa Operária (PCO), o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e o Partido Verde (PV).

Quanto à realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto, em 2007, quando da visita do papa Bento XVI ao Brasil, o então secretário-geral da CNBB declarou que “Colocar em plebiscito o direito de matar é um absurdo. Ninguém gostaria que seu direito de viver dependesse do resultado de um plebiscito”. S. João Paulo II na sua encíclica “Evangelium Vitae” assim se expressa: “Quando uma maioria parlamentar ou social decreta a legitimidade da eliminação, mesmo sob certas condições, da vida humana ainda não nascida, porventura não assume uma decisão ‘tirânica’ contra o ser humano mais débil e indefeso? Porventura (os crimes contra a humanidade) deixariam de ser crimes, se, em vez de terem sido cometidos por tiranos sem escrúpulos, fossem legitimados por um consenso popular? Não se pode mitificar a democracia até fazer dela o substituto da moralidade.” (EV 70).  Infelizmente, a candidata do PSB à Presidência da República apoia a realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto no Brasil. Esse posicionamento contradiz o direito à inviolabilidade da vida humana desde a concepção até à morte natural, sempre defendido pela Igreja.

(Fontes:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1204200718.htm
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/marina-defende-plebiscito-para-aborto-e-maconha/)

É bom que se recorde igualmente que os serviços de aborto, supostamente legal (sendo que não há lei que defina o aborto como direito no Brasil), começaram na prefeitura de São Paulo, em 1989, durante a gestão da atual coordenadora geral da campanha de Marina Silva, com a portaria n. 692/1989, do então Secretário Municipal de Saúde, hoje candidato do PV, que também apoia explicitamente o aborto em seu programa estatutário. (Fonte: http://noticias.r7.com/eleicoes-2014/pre-candidato-pelo-pv-eduardo-jorge-defende-legalizacao-do-aborto-e-da-maconha-14062014)

Em seu artigo sobre “Fé e Política”, o Bispo de Guarulhos SP, escreve:” Se um candidato…escolheu um partido que tem posições contrárias à defesa da vida, desde a sua concepção até à morte natural, e vincula e obriga os seus membros a esta posição, seria imoral para o cristão fazer tal opção política.” (Folha Diocesana de Guarulhos, n° 212, julho de 2014).

A Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB recomenda a todos os cidadãos muito discernimento nestas eleições, para que o nosso voto fortaleça a defesa da Vida Humana em todas as suas fases e não contribua a espalhar a “cultura do descarte” de seres humanos, denunciada pelo papa Francisco.

COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL-1 DA CNBB
ASSINAM ESTE FOLHETO OS COORDENADORES DAS COMISSÕES DIOCESANAS EM DEFESA DA VIDA (CDDVS) DAS (ARQUI)DIOCESES (EM ORDEM ALFABÉTICA) DE:
CAMPINAS – DIÁCONO JOÃO VICENTE DA SILVA;

GUARULHOS – MARIA   LEÔNIA DA   SILVA;
 ITAPETININGA – IRMÃ APARECIDA REIS;
S. ANDRÉ – ROBERTO VERTAMATTI;
S. JOSÉ DOS CAMPOS – JOÃO PINHEIRO NETO;
TAUBATÉ – PROF. HERMES RODRIGUES NERY
COORDENADOR DA COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1- PE. BERARDO GRAZ
Autorizam a divulgação deste texto o Presidente da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, DOM JOSÉ BENEDITO SIMÃO, e o Bispo Referencial da Pastoral Familiar do mesmo Regional Sul 1 DOM EMÍLIO PIGNOLI”

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Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Eleições-2014-1

Concordo, porque a religião é um elemento importante da constituição histórica e cultural do povo brasileiro e não poderia ficar fora dos debates levantados no período eleitoral, o bom político não é principalmente aquele que traz ideias prontas e acabadas, mas aquele que é capaz de interpretar os saudáveis anseios da população que pagam impostos e votam, representando-os (daí a democracia representativa!); isso, sem dúvida, inclui os valores religiosos dos que votam e escolhem seus candidatos. Esses valores se não podem ser impostos ao Estado em sua saudável laicidade, não podem muito menos serem desprezados como de menor importância ou insignificantes;

Concordo, porque um debate que NÃO EXCLUA os valores religiosos e éticos, dentre outros igualmente importantes, interessa a grande parte da população brasileira que é confessadamente cristã e seria estranho marginalizar do debate um tema que interessa a maioria dos cidadãos que pagam impostos e votam;

Concordo, porque a ‘laicidade do Estado’ não é ‘ateísmo do Estado’, como bem atesta o preâmbulo da constituição brasileira que diz “ ..Sob a proteção de Deus, promulgamos essa constituição”. A laicidade do Estado é exatamente a neutralidade e o respeito às variadas manifestações religiosas e culturais da população, inclusive dos que não tem credo, sempre em vista do bem comum e da proteção das minorias, respeitando porem a vontade da maioria, peça chave do jogo democrático que o legitima e o sustenta; entender os valores religiosos como sendo aspectos pertencentes apenas a consciência individual e escondê-los do debate público é uma deformação da laicidade e da natureza e das necessidades dos cidadãos que pagam impostos e votam.

Concordo, porque a democracia autêntica respeita as crenças e não crenças dos cidadãos, que tem o direito- e em alguns casos, até o dever- de expor suas variadas percepções e julgamentos dos temas presentes no debate público, inclusive quando os temas tocam assuntos polêmicos que dizem respeito a sociedade presente e futura onde cada cidadão vive e onde viverão seus filhos e netos; alijar do debate essas percepções seria a imposição de uma visão materialista que não corresponde a índole da esmagadora maioria da população brasileira que paga impostos, vota e também crê;

Concordo, porque as religiões são capazes de trazer ao debate público a marginalização dos mais pobres; oferecer esperança aos que esperam as promessas não cumpridas; trazer motivações e intuições- não apenas funcionais- para o debate e são capazes de mostrar o homem inteiro em sua natureza, portador de alma e corpo, levando–o a ir além de suas legitimas necessidades imediatas de comer e morar bem; são elas capazes de ir além da racionalidade fria dos números e estatísticas mostrando por detrás de cada decisão política o rosto concreto das pessoas que –em sua maioria- tem fé em Deus; são elas que apontam as responsabilidades individuais dos políticos diante de seus atos, tirando-as do local escuro onde muitos se escondem em nome do tecnicismo frio e burocrático que alimenta bolsos e interesses setoriais; são elas que nos lembram da ética e da honestidade, valores tão em falta hoje, com algumas exceções, na sofrida vida pública do Brasil tão sacudida por escândalos que se superam cada vez mais.

Concordo, porque um debate saudável e democrático leva em conta as opiniões diferentes e divergentes como uma imensa contribuição na busca de um consenso que responda ao desejo da maioria; sem a dimensão religiosa a sociedade civil pode se tornar presa fácil das ideologias totalitárias, prisioneira da lógica só dos resultados ou do sistema econômico dominante. A sociedade precisa de uma instância que a transcenda e a questione, que a “desestabilize” em suas convicções relativistas, interesseiras e circunstâncias, mostrando que nem só de pão vive o homem.

Concordo, porque a Liberdade de expressão religiosa (Liberdade religiosa autêntica não é só crer, mas poder expressar essa crença de forma pública sempre com o devido respeito às leis e ao bem comum) não é uma concessão ou favor do Estado mas um direito humano que tem na democracia e especialmente agora em tempo de eleições uma forma de afirmar valores e pressupostos. Negar isso é negar um dos pilares da democracia que é a liberdade de expressão, inclusive religiosa, como atesta nossa constituição no inciso VI, artigo quinto, onde afirma que é “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias” Uma liberdade de expressão que não permita, especialmente agora que se decide o futuro da nação, a contribuição dos valores da religião dos cidadãos como uma contribuição para o debate público seria uma contradição tanto com a democracia quanto com a liberdade.

Essa contribuição não significa imposição da religião para o Estado leigo, claro! nem a imposição da religião para os que não a tem, mas uma contribuição que, se bem compreendida, pode nos ajudar a construir o Brasil que todos nós cidadão queremos, religiosos ou não.

 Carmadélio Sousa

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Os doze fatais

Fonte :http://www.providaanapolis.org.br/

A primeira coisa que se deve investigar em um candidato, antes mesmo de sua atuação passada ou de suas promessas, é o partido político a que pertence. Dos 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, muitos são amorfos. Seus estatutos dizem pouco ou quase nada. Tais partidos não trazem ameaças aos cristãos que a ele se filiam. Há uns pouquíssimos partidos que se propõem explicitamente à defesa da vida humana e da família. E há, por fim, doze partidos que constituem um verdadeiro exército organizado contra os valores cristãos. São eles:

Partido dos Trabalhadores (PT)  13
Partido Comunista Brasileiro (PCB) 21
Partido Popular Socialista (PPS), sucessor do PCB 23
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) 65
Partido da Causa Operária (PCO) 29
Partido da Mobilização Nacional (PMN) 33
Partido Pátria Livre (PPL) 54
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) 50
Partido Socialista Brasileiro (PSB) 40
10º Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) 16
11º Partido Verde (PV)[1] 43

Com exceção do PV, todos os partidos acima se declaram socialistas. Ora, como explica São João Paulo II, “o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social. […] O homem é reduzido a uma série de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral[2]. O Concílio Vaticano II já havia ensinado que “o homem é a única criatura na terra que Deus quis por si mesma[3].

O cristianismo vê na criança por nascer alguém que deve ser respeitado como pessoa e amado independentemente de sua “qualidade”, beleza ou utilidade. Há uma afinidade estreita entre o socialismo e a causa abortista.

Vejamos agora, brevemente, cada um dos doze partidos fatais:

1º) Partido dos Trabalhadores (PT) – n.º 13

No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro de 2007, foi aprovada a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”, que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público[4]Todo candidato filiado ao PT é obrigado a acatar essa resolução. O Estatuto do PT põe como requisito para ser candidato pelo Partido “assinar e registrar em Cartório o ‘Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata Petista’” (art. 140, c)[5]. Tal assinatura, diz o Estatuto, “indicará que o candidato ou candidata está previamente de acordo com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha como ao exercício do mandato” (art. 140, §1º). Se o político contrariar uma resolução como essa, que apoia o aborto, “será passível de punição, que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato” (art. 140, §2º). Em 17 de setembro de 2009, dois deputados petistas (Luiz Bassuma e Henrique Afonso) foram punidos pelo Diretório Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram a ética-partidária ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito da descriminalização do aborto[6]. Não deve causar espanto que o PT defenda o aborto, já que o artigo 1º de seu Estatuto põe como objetivo do Partido “construir o socialismo democrático”.

2º) Partido Comunista Brasileiro (PCB) – nº. 21

Os militantes do Partido Comunista Brasileiro são obrigados a aceitar “seu Estatuto e Programa[7]. São seus deveres “cumprir as deliberações partidárias, aplicar a linha política do Partido e difundir os ideais comunistas” (art. 11, a, Estatuto do PCB). O Programa Político do PCB defende como um dos “pontos iniciais de uma alternativa socialista para o Brasil” a “garantia do direito ao aborto[8].

3º) Partido Popular Socialista (PPS) – nº. 23

É o sucessor do Partido Comunista Brasileiro. O PPS se declara “humanista, socialista e ambientalista” e pretende resgatar “a melhor tradição do pensamento marxista e do humanismo libertário[9]. A Coordenação de Mulheres do PPS, um órgão previsto no artigo 26 do Estatuto do Partido, repetidas vezes manifestou sua adesão à causa abortista. Uma delas foi a Nota pública sobre o aborto[10], de 18/04/2007, em que se relata três vezes em que o PPS se havia manifestado publicamente em favor da legalização/descriminalização do aborto, por considerá-la uma “questão de saúde pública” e de “direito e autonomia das mulheres”. A Plataforma Política das Mulheres do PPS[11] previa em 2009 a “legalização do aborto”, a “garantia de todas as formas de contracepção e interrupção da gravidez” e a “consolidação pelo SUS do serviço de aborto nos casos previstos em lei [?]”.

4º) Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – nº. 65

Nas Resoluções da 2ª Conferência Nacional do PCdoB Sobre a Emancipação da Mulher[12] realizada entre os dias 18 e 20 de maio de 2012 em Brasília, encontra-se o desafio de “desenvolver ações mais ofensivas à garantia do direito ao abortocomo questão de saúde pública” (p. 44, n. 76, k). Essas Resoluções foram ratificadas pelo Comitê Central, conforme prevê o Estatuto do PCdoB[13] (art. 24, §2º). Portanto, são “válidas e obrigatórias para todo o Partido”.

5º) Partido da Causa Operária (PCO) – n.º 29

O Programa do Partido da Causa Operária (PCO)[14] defende a “liberdade para a mulher decidir sobre seu corpo com a legalização do aborto e sua realização, em condições dignas, pela rede pública de saúde” (X.11).

Segundo o Estatuto do PCO[15], os filiados têm o dever de “defender em todos os lugares e ocasiões o programa do partido” (art. 7, I). Se o “eleito pelo Partido para cargo executivo ou legislativo” agir contra “as deliberações, o Estatuto ou o Programado PCO”, será punido com “expulsão” e “cancelamento da filiação” (art. 30, §3º, b). Essa é a sanção que espera o político do PCO que lutar contra o aborto.

6º) Partido Democrático Trabalhista (PDT) – nº. 12

O Partido Democrático Trabalhista tem como objetivo é a “construção de uma sociedade democrática e socialista[16]. Ele “adota como símbolo a rosa vermelha” (art. 1º, § 2º), símbolo da Internacional Socialista.

O Movimento de Mulheres do PDT no item “Nossas Conquistas” diz: “… temos que continuar lutando para que se efetive a descriminalização do aborto, pois só as mulheres pobres serão banidas por sua prática, já que as com melhores condições podem fazê-lo sem necessidade do aparato estatal. A saúde integral é uma luta de todos nós e o aborto não é uma questão de polícia e sim de saúde pública[17].

7º) Partido da Mobilização Nacional (PMN) – n.º 33

O Partido da Mobilização Nacional (PMN) […] “orientar-se-á por seu Manifesto, seu Programa e seus Estatutos e demais diretrizes de ação política, social e econômica, de conteúdo nacional, democrático e socialista[18].

8º) Partido Pátria Livre (PPL) – n.º 54

O Partido Pátria Livre (PPL) “se orienta pelos princípios e pela teoria do socialismo científico[19], como é chamado o socialismo de Marx e Engels.

9º) Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – n.º 50

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) tem por objetivo a “construção de umasociedade socialista[20]. Coerentemente com sua doutrina socialista, ele defende o direito ao aborto. Segundo resolução aprovada no 4º Congresso Nacional do Partido em 29/01/2014 denominada Conjuntura Nacional, “é tarefa do PSOL […] barrar o estatuto do nascituro [criança por nascer] e sua ‘bolsa estupro’, defendendo aautonomia das mulheres sobre seus corpos e os direitos sexuais e reprodutivos[21]. Qual o valor dessa resolução? Diz o Estatuto do PSOL: “As resoluções do Congresso representam a posição oficial do Partido e são válidas para todos os órgãos e filiados” (art. 36).

10º) Partido Socialista Brasileiro (PSB) – nº. 40

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) tem por finalidade a “implantação da democracia e do socialismo no País[22], com a “gradual e progressiva socialização dos meios de produção[23] e a “abolição de todos os privilégios de classe” (Manifesto, VIII). Entre as reivindicações imediatas do Partido está a estatização da educação: “Plano nacional de educação que atenda à conveniência de transferir-se gradativamente o exercício desta ao Estado e de suprimir-se, progressivamente, o ensino particular de fins lucrativos[24] . Note-se que o PSB é muito mais explícito que o PT em expor seus propósitos socialistas. Nem mesmo oculta seu desejo urgente de extinguir as instituições educativas não estatais (incluindo as religiosas), obrigando as crianças a se submeterem à ideologia do Estado.

11º) Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) – nº. 16

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) “não prioriza as eleições, mas a ação direta como meio de transformar a realidade em que vivemos”. Através da luta e da revolução, defende a instalação de uma “ditadura do proletariado” sobre a burguesia[25].

Seu candidato à Presidente da República, José Maria, promete “atender demandas democráticas históricas das mulheres como a legalização do aborto, e da juventude, como a legalização da maconha e descriminalização das drogas[26].

12º) Partido Verde (PV) – n.º 43

O candidato filiado ao Partido Verde está comprometido a “respeitar e cumprir seu Programa e Estatuto[27]. É seu dever “obedecer ao Programa, ao Estatuto e às resoluções do Partido” (art. 11, I, Estatuto do PV).

Ora, este Programa, ao qual ele está obrigado a obedecer, defende:

a.       o aborto: “legalização da interrupção voluntária da gravidez[28].

 Anápolis, 4 de setembro de 2014.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do  Pró-Vida de Anápolis.


[1] O PV não se declara socialista, mas em seu Programa defende o homossexualismo e a legalização do aborto (cf. http://pv.org.br/wp-content/uploads/2011/02/programa_web.pdf

  [2] JOÃO PAULO II, Encíclica Centesimus annus, 1991, n. 13.

[3] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 24.

[4] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 82. in: http://old.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf

 [5] Partido dos Trabalhadores. Estatuto, art. 140, c in: http://old.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL_registrada.pdf
  [6] DN suspende direitos partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso. Notícias. 17 set. 2009, in:http://www.pt.org.br/portalpt/documentos/dn-suspende-direitos-partidarios-de-luiz-bassuma-e-henrique-afonso-254.html
  [7] Partido Comunista Brasileiro. Estatuto, art. 6º in: http://pcb.org.br/portal/docs/estatuto230308.pdf
  [8] Partido Comunista Brasileiro. Programa. ponto 21.18, in: https://docs.google.com/file/d/0B9OkSrCIvhFlWVh0eDM4dmlUQTk0M2tvLTFKVW9hZTlPbnFB/edit
  [16] Partido Democrático Trabalhista. Estatuto, art. 1º, in: http://www.pdt.org.br/index.php/pdt/estatuto/do-partido/dos-objetivos
  [18] Partido da Mobilização Nacional. Estatuto, art. 2º, in: http://pmn.org.br/estatuto.aspx
  [19] Partido Pátria Livre. Estatuto, art. 3º, inhttp://www.partidopatrialivre.org.br/Documentos/Estatuto.htm
  [20] Partido Socialismo e Liberdade, Estatuto, art. 5º, in: http://www.psol50.org.br/site/paginas/39/estatuto
  [22] Partido Socialista Brasileiro. Estatuto, art. 2º, in: http://www.psb40.org.br/downloads/estatuto.pdf
  [23] Partido Socialista Brasileiro. Manifesto, VII, inhttp://www.psb40.org.br/fixa.asp?det=1
  [24] Partido Socialista Brasileiro. Manifesto, Reivindicações Imediatas, 9ª

 [25] Cf. http://www.pstu.org.br/partido

  [26] A disputa das eleições numa perspectiva revolucionária in: http://www.pstu.org.br/pstu16/20832
  [27] Partido Verde. Estatuto, art. 5º, in: http://pv.org.br/wp-content/uploads/estatuto_pv.pdf
  [28] Partido Verde. Programa, 7.1.g, in: http://pv.org.br/wp-content/uploads/2011/02/programa_web.pdf

 

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O arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardealRaymundo Damasceno Assis, pediu aos bispos do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), reunidos em Brasília, apoio ao debate com os candidatos à Presidência da República. Promovido pela CNBB e pela TV Aparecida, o debate ocorrerá no dia 16 de setembro, a partir das 21h30, e será transmitido ao vivo por oito emissoras de inspiração católica, 230 rádios, bem como portais católicos.

“Enviamos o convite a todos os bispos para que, se possível, participem do debate e repassem o recado às dioceses, padres, religiosos, leigos para que acompanhem a transmissão do evento”, disse dom Damasceno ao Consep.

Mudanças

No dia 22 de agosto, cardeal Damasceno Assis participou de reunião com os representantes dos partidos. Na ocasião,  foi confirmado o debate com os presidenciáveis no dia 16 de setembro, no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho do Santuário Nacional de Aparecida. A reunião foi convocada após a fatalidade ocorrida com  Eduardo Campos e por conta das mudanças nas agendas dos candidatos. Também foi definido que o mediador do debate será  o jornalista Rodolpho Gamberini, recém contratado da Rede Aparecida de Comunicação.

Para o evento, foram convidados mais de 350 bispos da CNBB, que irão colaborar com sugestão de perguntas que poderão ser incluídas no debate. No primeiro bloco, os convidados irão responder a uma única pergunta elaborada pela presidência da Conferência dos Bispos, em ordem já definida por sorteio na presença dos representantes dos partidos. Cada candidato terá dois minutos para resposta.

Participação do episcopado

Durante o segundo bloco do debate os candidatos irão responder a perguntas propostas pelos bispos indicados pela CNBB, sobre temas como saúde, educação, habitação, reforma agrária, reforma política e lei do aborto. No terceiro bloco, os convidados responderão a perguntas de jornalistas das mídias católicas. O quarto bloco será de embate entre os candidatos à presidência do Brasil. O último bloco será dedicado às considerações finais dos convidados.

urnaeletronica

Ainda que os critérios sejam baseados na Doutrina Social da Igreja Católica, “é proposto também aos irmãos de outras Igrejas e Comunidades Eclesiais, bem como a quantos, homens e mulheres de boa vontade, se empenham em servir o bem comum: queiram-no acolher como o fruto de uma experiência humana universal” (DSI, 12). Em geral, os crentes de todas as denominações cristãs acolhem e encontram na DSI um guia seguro para questões sociais, pois não trata de doutrinas religiosas.

Orientações básicas iniciais

 Ninguém deve anular o voto ou votar em branco. Nesse caso, poderá estar favorecendo a quem não é digno.

 Se o melhor candidato não é o melhor nas pesquisas, não importa; desperdício é votar em quem não quer para não “perder o voto”. Eleição não é bolão. Se todos parecem ruins, vote no menos ruim.

Nunca se deve aceitar doações em dinheiro, ou em bens materiais, ou qualquer outro benefício de candidatos em troca do voto. Quem vende seu voto, vende sua dignidade.

O candidato deve defender a dignidade da pessoa humana em primeiro lugar. Esse é o primeiro princípio da DSI, que informa toda a ação política e social. Informe‐se a respeito da postura do candidato, se vai defender a vida humana desde a concepção (fecundação) até o seu fim natural, mesmo que não esteja em seu programa. Um governo que não respeita esse critério básico tem uma noção invertida da realidade.

Informe‐se a respeito do desempenho político do candidato e se ele tem ficha limpa. Não vote em candidato que tenha histórico de corrupção. Avalie a postura ética e as realizações feitas pelo candidato em ocasiões antecedentes. Se ele foi inoperante ou oportunista, se ele não tem projetos realizáveis, não deve confiar‐lhe o voto.

Acompanhe a propaganda eleitoral, os debates, as entrevistas, porém saiba que podem utilizar da mentira, da simulação e de estratégias de marketing e convencimento. Estude sobre política e sobre a Doutrina Social da Igreja.

Avalie o Partido do candidato. No atual regime de governo e eleitoral, o partido pode mandar mais que o candidato eleito. O político é fiel às diretrizes do Partido.

O primeiro critério para votar em um candidato é a defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Rejeitamos veementemente toda forma de violência, bem como qualquer tipo de aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de manipulação genética.

O segundo critério é a defesa da Família na qual a pessoa cresce e se realiza. Por isso devem ser votados aqueles candidatos que incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da família segundo o plano de Deus. Opõem-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos, à legalização da prostituição, das drogas e ao tráfico de mulheres.

O terceiro critério é a liberdade de Educação pela qual os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de vida que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela qualidade da escola pública e pela defesa da escola particular, defendendo o ensino religioso confessional, de acordo com o princípio constitucional da liberdade religiosa, reconhecido também no recente Acordo entre Brasil e Santa Sé.

O quarto critério é o princípio da solidariedade, segundo o qual o Estado e as famílias devem ter uma particular atenção preferencial pelos pobres, àqueles que são excluídos e marginalizados. Deve-se garantir uma cidadania plena para todos/as, assegurando o pleno exercício dos direitos sociais: trabalho, moradia, saúde, educação e segurança.

O quinto critério é o princípio de subsidiariedade, ou seja, haja autonomia e ação direta participativa dos grupos, associações e famílias fazendo o que podem realizar, sem interferências ou intromissões do Estado. Este deve apoiar e subsidiar, nunca abafar ou sufocar as liberdades e a criatividade das pessoas. Assim elas poderão exercer uma cidadania ativa e gestora.

Enfim, diante de uma situação de violência generalizada, os candidatos devem, de forma concreta e decidida, comprometer-se na construção de uma Cultura da Paz em todos os níveis, particularmente na educação e na defesa da infância e da adolescência.

Orientações gerais

Gravidade da situação política atual.

A situação política atual é de fato decadente. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência.

Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o  temor de Deus, ou a consciência reta. Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões.

 A política e o bem comum.

Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado.

 “A comunidade política existe… em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. Quanto ao bem comum, ele compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes).

Daí se conclui que a cidade – o Estado – exige um governo que a dirija para o bem comum. Por isso não se pode separar a política do poder.

Assim sendo, a política é de interesse e responsabilidade de todos os cidadãos. Todos têm essa grave responsabilidade na escolha daqueles que vão deter o poder e no acompanhamento das administrações públicas, pois é o bem comum que está em jogo.

Quando o exercício do poder, executivo ou legislativo, ao invés da procura do bem comum, se transforma em instrumento para se obter benefícios particulares, quando o poder legislativo não se propõe fiscalizar mas ser conivente com os desmandos do executivo, quando, nas eleições, já se antevê o jogo da corrupção e os candidatos apostando mais na força do dinheiro do que na força da persuasão de suas propostas administrativas, então as previsões não são de uma política sadia para o bem de todos os concidadãos.

Liberdade responsável e religião

“O desenvolvimento humano integral supõe a liberdade responsável da pessoa e dos povos, pois nenhuma estrutura pode garantir tal desenvolvimento fora e acima da responsabilidade humana” (Bento XVI, Enc. Caritas in veritate).

 Como a palavra “liberdade” está sujeita a muitas interpretações errôneas, a Igreja, no seu Catecismo, faz questão de nos ensinar o seu correto significado:

 “O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. Fugindo da lei moral, o homem prejudica sua própria liberdade, acorrenta-se a si mesmo, rompe a fraternidade com seus semelhantes e rebela-se contra a verdade divina. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer. ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’ (Gl 5,1).”

O Estado não pode ignorar a religião. Quando Deus é destronado, uma ideologia material toma seu lugar.

 “A Igreja convida os poderes políticos a referir seu julgamento e suas decisões a esta inspiração da verdade sobre Deus e sobre o homem: ‘As sociedades que ignoram esta inspiração ou a recusam em nome de sua independência em relação a Deus são levadas a procurar em si mesmas ou a tomar de uma ideologia os seus referenciais e os seu objetivos e, não admitindo que se defenda um critério objetivo do bem e do mal, arrogam a si, sobre o homem e sobre seu destino, um poder totalitário, declarado ou dissimulado, como mostra a história’ (João Paulo II, encíclica Centesimus Annus).”

 “A tal propósito, convém recordar uma verdade que hoje nem sempre é bem entendida ou formulada com exatidão na opinião pública corrente; a de que o direito à liberdade de consciência e, de modo especial, à liberdade religiosa, proclamado pela Declaração Dignitatis humanae do Concílio Vaticano II, está fundado sobre a dignidade ontológica da pessoa humana e, de maneira nenhuma, sobre uma inexistente igualdade entre as religiões e os sistemas culturais humanos”.

Isso não significa tolerar o erro das religiões. Quando uma doutrina religiosa não respeita a dignidade humana em qualquer de seus aspectos (como as que fazem uso da violência), significa que é uma falsa religião, uma anti-religião. Desta religião anti-humana o Estado tem o dever de defender seu povo.

 Princípios fundamentais

Na política, o católico, e quem acredite no Evangelho, deve estar bem ciente dos princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, que devem servir de pauta à sociedade, baseados na lei natural e na busca do bem comum, e ver se os seus candidatos adotam esses princípios (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”).

 Subordinação da ordem social à ordem moral estabelecida por Deus:“A solução dos graves problemas nacionais e internacionais não é apenas uma questão de produção econômica ou de uma organização jurídica ou social, mas requer valores ético-religiosos específicos, bem como mudanças de mentalidade, de comportamento e de estruturas” (João Paulo II, Centesimus annus60).

 “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século, erro destrutivo, como demonstram os resultados tanto dos sistemas marxistas como inclusive dos capitalistas. Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundante, e por isso decisiva, que é Deus. Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito de ‘realidade’ e, em conseqüência, só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas” (Bento XVI, Discurso inicial em Aparecida, 3).

Dignidade da Pessoa Humana: À luz da doutrina cristã, todos são pessoas, porque igualmente criados à imagem e semelhança de Deus e remidos pelo sacrifício de Jesus Cristo: qualquer ser humano passou a ser pessoa através das idéias cristãs do amor fraterno e da igualdade perante Deus. O bem de cada pessoa e de todos em comum está acima dos interesses de grupos, de indivíduos, da economia, e de todos os outros seres. O homem é o ápice da criação de Deus e é administrador de todas as realidades do mundo.

 Solidariedade aqui é sinônimo de “amizade” (Leão XIII), “caridade social” (Pio XI) e “civilização do amor” (Paulo VI).

“O homem deve contribuir, com seus semelhantes, para o bem comum da sociedade, em todos os seus níveis. Sob este ângulo, a doutrina da Igreja opõe-se a todas as formas de individualismo social ou político” (CDF, Nota Doutrinal acima citada)

A busca do comum Ou seja, “o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 26).

 A opção preferencial pelos pobres:“O Estado, na proteção dos direitos particulares, deve preocupar-se, de maneira especial, dos fracos e dos indigentes. A classe rica tem menos necessidade da tutela pública. A classe indigente, ao contrário, sem riquezas que a ponham a coberto das injustiças, conta principalmente com a proteção do Estado. Que o Estado se faça, pois, sob um particularíssimo título, a providência dos trabalhadores, que em geral pertencem à classe pobre” (Leão XIII, Rerum Novarum 20).

 Não ao império do dinheiro, à tendência de “converter o lucro em valor supremo” (Bento XVI,Discurso inicial em Aparecida, 2), posto acima da moral. Não, portanto, ao “capitalismo selvagem”. Sim ao capitalismo sadio: sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, da propriedade privada, da responsabilidade pelos meios de produção, da livre criatividade humana: economia de mercado.

 Não ao socialismo“Os cristãos, hoje em dia, sentem-se atraídos pelas correntes socialistas e pelas suas diversas evoluções… contudo, tal corrente foi e continua a ser, … incompatível com a fé cristã” (Paulo VI, Octogesima Adveniens, 31).

“Podem resumir sua teoria nesta fórmula única: a abolição da propriedade privada” (Manifesto do Partido Comunista, pp 62 e 38 – Marx e Engels).

 “O socialismo, como doutrina ou fato histórico ou ação, se é verdadeiro socialismo, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã” (Pio XI, Quadragesimo Anno, 117).

 Portanto, nenhum partido socialista ou comunista deve ser votado por um cristão.

Subsidiariedade ou ação subsidiária do Estado, que não absorva a iniciativa das famílias e dos indivíduos.

 Baseado no princípio de que o homem é anterior ao Estado e que a sociedade doméstica tem sobre a sociedade civil uma prioridade lógica e uma prioridade real, Pio XI ensina:

“Assim como é injusto subtrair aos indivíduos o que eles podem fazer com a própria iniciativa para confiá-lo à coletividade, do mesmo modo passar para uma sociedade maior e mais elevada o que sociedades menores e inferiores poderiam conseguir é uma injustiça, um grave dano e perturbação da boa ordem social”.

“Não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos pelo Estado” (Leão XIII, Rerum Novarum, 52).

Que as famílias possam ter iniciativa privada, por exemplo, para construir creches e escolas, sem que o Estado possa interferir, mas sim, subsidiar. Que haja, pois, da parte do Estado, incentivo e subsídio à iniciativa privada na geração de empregos e na educação.

Nem, portanto, o Estado gigante do socialismo, nem o Estado raquítico do libertarianismo. Nem o Estado onipresente, nem o Estado omisso. A expressão “Estado forte” pode muitas vezes camuflar o significado de um Estado gigante, que não adota o princípio da subsidiariedade. Governos, tanto federais, como estaduais e municipais, que detêm a maioria dos empregos na sociedade, onde a maioria vive em função do governo e dele dependente, são realmente Estados gigantes que não adotam o princípio da subsidiariedade.

 Prioridade do trabalho sobre o capital“Ambos têm necessidade um do outro: não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital” (Leão XIII, Rerum Novarum, 28).

“O trabalho é causa eficiente primária, o capital é um instrumento ou causa instrumental”.

“É preciso acentuar o primado do homem no processo de produção, o primado do homem em relação às coisas” (João Paulo II, Laborem exercens, 12).

Destinação universal dos bens, sem prejuízo do direito de propriedade privada.“O direito à propriedade privada está subordinado ao direito ao uso comum, subordinado à destinação universal dos bens” (João Paulo II, Laborem exercens, 19).

Destinação e uso universal não significam que tudo esteja à disposição de cada um ou de todos, e nem mesmo que a mesma coisa sirva ou pertença a cada um ou a todos, mas que todo o homem deve ter a possibilidade de usufruir do bem-estar necessário para o seu pleno desenvolvimento.

“Direitos humanos“

O atual governo elaborou um plano ou proposta de ação para agora e para o futuro, uma carta de intenções, que tem provocado justas reações adversas, pois contraria princípios da lei natural e divino-positiva, bem como normas da verdadeira democracia. Chama-se “Programa nacional de Direitos Humanos 3 – PNDH-3”.

A propósito desse Programa, a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fez sua declaração, na qual, entre outras afirmações, se lê:

“A Igreja se baseia na concepção de Pessoa Humana que lhe advém da fé e da razão natural. Diante de tantos reducionismos que consideram apenas alguns aspectos ou dimensões do ser humano, é missão da Igreja anunciar uma antropologia integral, uma visão de pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus e chamada, em Cristo, a uma comunhão de vida eterna com o seu Criador. A pessoa humana é, assim, sagrada, desde o momento de sua concepção até o seu fim natural. ‘A fonte última dos direitos humanos não se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes públicos, mas no próprio ser humano e em Deus seu Criador’ (Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 153). Tais direitos são ‘universais, invioláveis e inalienáveis’ (JOÃO XXIII, Pacem in Terris, 9)”.

“A CNBB reafirma sua posição, muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homoafetivos. Rejeita, também, a criação de ‘mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União’, pois considera que tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas”.

 “A sociedade brasileira já se manifestou a respeito do retrocesso democrático e do caráter autoritário destas propostas governamentais. A dimensão ética defendida pelo Programa impõe a ditadura da laicidade, não respeita a nação brasileira que é religiosa, fere a lei natural, manipula a autêntica visão dos Direitos Humanos, transformando-os em direitos arbitrários. Repudiamos toda lei ou doutrina que em nome dos Direitos Humanos, defende o aborto, destrói a família, desrespeita o direito natural e impõe o pensamento de uma minoria.”

 Dom Aldo de Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba, PB, ressalta ademais que

 “O decreto reflete a ideologia marxista, inspirando a libertação do povo. Assim desde os anos 70 apregoam os fautores da esquerda festiva. Notemos duas mudanças anticonstitucionais no texto do tal decreto. Primeira: a desestabilização do legítimo direito de propriedade, ao fomentar invasões de propriedades pelos movimentos e organizações populares (leia-se MST, congêneres). Segunda: praticamente legitima a invasão e a tomada de propriedades, pelo exercício de mediação entre invasores e vítimas de invasão, antecedendo uma eventual decretação de reintegração de posse, por parte do juiz. Pela Constituição, invasão é crime. Pelo novo decreto, invasores adquirem status legal dos antigos proprietários. Essas propostas açodam a insegurança no campo. Não se trata de ocupar terras devolutas, mas invadir propriedades produtivas… A grande aberração do documento é manipular os Direitos Humanos, transformados em panacéia de ideologia. Vejam só! O decreto estabeleceria a profissão para prostitutas. Ora, as pessoas que se tornaram vítimas da difícil ‘vida fácil’, por certo gostariam de se libertar dessa triste condição vexatória. O decreto estatui a prostituição, a promiscuidade…”.

 Cultura homossexual

Na linha de Santo Agostinho, que dizia que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador, adotamos, nesse assunto, a posição do Catecismo da Igreja Católica (2357-2359), que nos ensina que as pessoas que apresentam inclinação homossexual devem ser acolhidas com respeito e compaixão, evitando-se para com elas todo sinal de discriminação injusta. Elas também são chamadas à virtude e à santidade, que podem alcançar com o autodomínio e a graça de Deus. Somos, portanto, contra a homofobia.

Diferente disso, está a atual cultura homossexual, com propagandas, passeatas e promoções de todo o tipo, incentivando, clara ou sublinarmente, que os atos objetivos de homossexualidade seriam algo natural e de acordo com a moral, sendo apenas uma questão de “opção sexual”, o que é um grave erro.

São Paulo, apóstolo, fala “com lágrimas”, que muitos “se gloriam daquilo de que se deveriam envergonhar” (Epístola aos Filipenses 3,19). E, referindo-se aos pecados e perversidade dos pagãos, o mesmo apóstolo nos recorda a moral natural:

Ademais, contra injustiças que venham a ser praticadas contra essas pessoas, já existem leis suficientes. Ninguém deve ser vítima de violência, de difamação ou outros crimes, independente de qualquer condição da pessoa. Criar nova classe de pessoas e direitos é estimular ainda mais os preconceitos.

 O Problema da Terra

A questão agrária

Nessa polêmica questão, há que, inicialmente, recordar o princípio dado pelo Papa Leão XIII, o Papa da questão social, de que não há solução para os problemas sociais e econômicos sem o concurso das virtudes morais e religiosas. Os problemas econômicos em geral não são só econômicos; são sobretudo morais. Daí a necessidade de soluções morais.

 Assim, a Igreja prega o desapego dos bens materiais, combate a ganância e a ambição, mas defende o direito de propriedade, pois o 7o Mandamento da Lei de Deus, ‘Não furtar’, supõe evidentemente que cada um tenha o direito de possuir o que é seu, verdade reafirmada no 10o Mandamento, ‘Não cobiçar as coisas alheias’.

 Ademais, a doutrina cristã ensina que a paz não virá da igualdade absoluta de uma sociedade sem classes, mas da cooperação fraternalmente cristã de classes sociais dispostas hierarquicamente de modo proporcional e harmônico, sob os ditames da justiça e da caridade, que assim diminuirão a distância entre essas classes.

Vale recordar o que já dizia Abraham Lincoln no Congresso dos EUA em 1860:

“Não se pode criar prosperidade desencorajando a poupança; fortalecer o fraco enfraquecendo o forte; ajudar o assalariado destruindo o patrão; favorecer a fraternidade humana encorajando a luta de classes; ajudar os pobres arruinando os ricos; evitar aborrecimentos gastando mais do que se ganha; ajudar os homens fazendo por eles o que eles próprios podem fazer”.

A reforma agrária O meio universal de prover às necessidades da vida é o trabalho, quer se exerça em terreno próprio quer no alheio. Por isso a Igreja advoga que haja, para todos, trabalho digno remunerado com justiça.

E a Reforma Agrária compulsória e fragmentadora, de estilo socialista e confiscatório, não encontra respaldo na doutrina cristã e na Lei de Deus.

A invasão de terras“Nem a justiça, nem o bem comum consentem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto’ (Rerum Novarum, 55)”.

 “A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas” (João Paulo II, Discurso aos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, na sua visita “ad limina”, março de 1996).

 Política e coerência Crista.“Também para o cristão é válido que, se ele quiser viver a sua fé numa ação política, concebida como um serviço, não pode, sem se contradizer a si mesmo, aderir a sistemas ideológicos ou políticos que se oponham radicalmente, ou então nos pontos essenciais, à sua mesma fé e à sua concepção do homem…” (cf. Paulo VI, Octogesima Adveniens, 26).

 As eleições

Nem sempre vence as eleições quem merece nem quem deveria vencer. Por quê?

 É a grande discussão sociológica e filosófica sobre a verdadeira representatividade. Muitas vezes o povo vota influenciado pela propaganda, pelos formadores de opinião, pelas pesquisas, sem muita reflexão e conhecimento pleno do que significa o seu voto.

Jesus foi condenado à morte, a pedido da maioria da população. Mas, por que Jesus perdeu essa eleição? A morte de Jesus foi realmente o desejo da maioria do povo? Jesus, tão querido por todos, cercado pelas multidões, aclamado pela população ao entrar em Jerusalém, foi condenado por esse mesmo povo, cinco dias depois?! Ou será que esse povo foi manobrado por uma minoria ruim, mas muito hábil? O Evangelho diz que os chefes, os manipuladores de opinião, influenciaram o povo a que pedisse Barrabás e condenasse Jesus. Ele mesmo, ao morrer na cruz, pediu por eles perdão ao Pai, dizendo que eles não sabiam o que faziam. Já não eram mais povo; tinham se tornado massa.

 Uma ocasião para se perceber a diferença entre povo e massa são as eleições. Quem vota em quem grita mais, dá mais dinheiro, agrada mais, é povo ou massa? Quem vota sem refletir ou raciocinar, quem é levado só pela propaganda e não pela verdade e pela razão, é povo ou massa? É homem ou irracional? Votemos como povo e não como massa.

Autor: Marcio Carvalho

Fontes:

 http://www.presbiteros.com.br/site/orientacoes-sobre-politica-e-eleicoes-d-fernando-rifan/

http://www.catolicismoverdade.com.br/2010/09/orientacoes-e-criterios-para-as.html

http://portalcatolico.org.br/portal/eleicoes-2006-orientacoes-da-cnbb/

http://diocesedeguarulhos.org.br/site/index.php/criterioseleicoes/

http://www.arquidiocesejuizdefora.org.br/downloads/documentos/1/mensagem_eleicoes_2012.pdf