Autor do artigo: Vanessa Vallejo

Recentemente, um amigo que trabalha com o governo dos Estados Unidos atendendo emergências de saúde mental, me disse que, dos casos que já tratou, um dos mais comuns é o de mulheres com mais de 40 anos com depressão, porque estão sozinhas e não têm família.

Essa conversa me lembrou os longos papos que tive com um psicólogo colombiano que me disse que chega um momento em que as mulheres começam a privilegiar uma vida familiar mais bem-sucedida do que o sucesso no trabalho, mas que, infelizmente, às vezes esse momento chega tarde demais, quando não há tempo para começar uma família.

Embora as intelectuais do feminismo insistam em dizer que não é necessário ter um homem ou uma família para serem felizes, e as mais radicais inclusive garantem que o ‘casamento e os filhos escravizem as mulheres, impedindo-as de serem livres e alcançar a felicidade, na vida real’, suas teorias não parecem funcionar.

Quanta razão tinha Ludwig von Mises quando falou sobre a importância do casamento e da família para uma mulher:

“Não se pode alterar por decreto as diferenças de caráter e destino de cada sexo, bem como as outras diferenças entre os seres humanos (…) O casamento não priva as mulheres de sua liberdade interior, mas essa característica de seu caráter significa que elas precisam entregar-se a um homem e que o amor pelo marido e pelos filhos consome o melhor de suas energias. (…) Com a supressão do casamento, as mulheres não são mais livres ou felizes, são simplesmente privadas do que é substancial em suas vidas, sem dar-lhes nada em troca.”

Historicamente, as mulheres sempre exerceram o papel de cuidadoras. Ainda hoje, quando uma mulher pode estudar o que quiser e se dedicar à profissão que deseja, continuam decidindo de acordo com sua natureza, preferindo ciências sociais e evitando números. Nada disso é gratuito, somos mais hábeis em comunicar e ouvir, temos mais empatia.

Também o tipo de trabalho que as mulheres decidem ter é fortemente determinado pela biologia e pelo instinto materno. Muitos optam por deixar o emprego por longos períodos, ocupar cargos de meio período ou trabalhar em atividades que possam desenvolver em suas casas, porque seu instinto materno as faz privilegiar estar com seus filhos antes de qualquer outra coisa. Porque elas sabem que ninguém vai cuidar deles melhor do que elas.

Não há mulher que não conheça os sacrifícios de ser mãe; no entanto, mesmo assim, todas as mães preferem deixar suas coisas em segundo lugar para dar vida e formar uma família.

A força biológica que faz as mulheres se comoverem cada vez que veem uma criança na rua, o instinto que as faz se preocuparem em ter certa idade porque ficam sem tempo para ter o bebê com o qual sonhavam desde que eram meninas brincando com bonecas, e que as empurram a deixar de lado suas carreiras, ocupações e outros sonhos, nada mais e nada menos que a força que, ao longo da história da humanidade, influenciou o comportamento das mulheres, é a que quer negar o feminismo.

Esses movimentos, com supostos intelectuais que pretendem libertar as mulheres, as convenceram sobre muitas coisas completamente não naturais. Eles dizem que uma criança não é a maior felicidade da vida, mas um estorvo que impede a autorrealização. Eles transformaram a figura do marido, o ser mais amado, a quem se dedica toda a confiança, que é refúgio e fortaleza, em um inimigo. E sem nenhuma vergonha, eles ousaram afirmar que o lar é o lugar mais perigoso para uma mulher.

Eles até convenceram muitas mulheres de que matar seus próprios filhos é bom, que um aborto é como arrancar um dente.

Hoje, existem muitas mulheres que veem sua vida como uma competição contínua com os homens. O cônjuge deixou de ser um parceiro para o qual são feitos sacrifícios mútuos a fim de alcançar objetivos comuns e tornou-se um ser com o qual se deve ter cuidado porque “todos os homens são potencialmente perigosos” e, no final, esses intelectuais acabam apenas roubando das mulheres seus melhores anos.

Hoje, muitas jovens têm em mente que uma criança é uma desgraça e, na melhor das hipóteses, acreditam que não podem ter uma família até que tenham feito um pós-doutorado e sejam milionárias.

Por que desperdiçar a vida fazendo sacrifícios por outra pessoa e adaptando meus planos aos de um homem? Por que cuidar de crianças quando você pode sair e conquistar o mundo? Por que se esforçar para construir relacionamentos longos, compreendendo o outro, perdoando e cedendo, se existe sexo casual? Essa é a ideia que eles venderam para as jovens hoje.

Só que, inevitavelmente, para a maioria chegará o momento em que necessitará do calor de um lar e da esperança que uma criança traz à vida. Algumas se dão conta a tempo, para outras, será tarde demais quando acordarem das fantasias da suposta libertação que os pós-modernistas lhes venderam.

Pode haver mulheres que conscientemente – por diferentes razões – não querem ter filhos ou formar um lar. Também está claro que existem mulheres que, devido às circunstâncias da vida, não podiam ter filhos ou constituir família, e ainda assim foram felizes. Mas o caso é diferente daquela que, acreditando em histórias feministas, ao longo de sua vida vê os homens como um perigo potencial e a maternidade como um obstáculo.

Essas jovens, envenenadas pelas novas teorias, terão evitado formar uma família, porque lhes disseram que não valia a pena fazer sacrifícios por outra pessoa, que “ceder” em um relacionamento era humilhar-se diante de um homem, acreditando que ser feliz era apenas uma questão de ter um bom trabalho, e um dia, quando a solidão explodir em seus rostos, elas perceberão que mentiram para elas e que passaram anos “se defendendo” de um suposto inimigo que não existia. Que passaram anos evitando a questão mais importante da vida: a família.

Elas nem sequer tentaram – diferente é a situação daquelas que, por razões de vida, falharam em formar uma família. Falamos de mulheres que veem o homem como um inimigo e que acreditaram nessas ideias absurdas de que a liberdade é não se comprometer e não ter filhos.

Intelectuais feministas que afirmam conhecer a fórmula para que as mulheres sejam felizes estão formando gerações de meninas que chegarão aos 40 anos, talvez com uma vida profissional bem-sucedida, mas acordando para a realidade da solidão e percebendo que, por terem acreditado em falsas teorias de libertação e empoderamento, negaram a si mesmas a oportunidade de viver facetas fundamentais na vida de uma mulher: ser esposa e mãe.

Esta matéria foi originalmente publicada em PanAm Post

Pesquisadores identificaram um grupo de neurônios que são ativados pela ocitocina em uma área do cérebro feminino, mas que não estão presentes na mesma área do cérebro de um macho. A atividade alterada desses neurônios pode resultar em depressão pós-parto.

A ocitocina é amplamente referida como o hormônio do amor e desempenha um papel importante na regulação do comportamento social e materno. Nos últimos anos, o sistema de ocitocina no cérebro recebeu uma atenção tremenda como chave para novos tratamentos para muitos transtornos mentais, como ansiedade, transtornos do espectro autista e depressão pós-parto.

Novas pesquisas conduzidas por um biólogo e seus alunos da Louisiana State University (LSU) descobriram um grupo de células que são ativadas pela ocitocina em uma área de cérebros de camundongos fêmeas, mas que não estão presentes na mesma área em cérebros de camundongos machos

“Muitos pesquisadores tentaram investigar a diferença entre o sistema de ocitocina em mulheres em comparação com os homens, mas ninguém conseguiu encontrar evidências conclusivas até o momento. Nossa descoberta foi uma grande surpresa”, disse Ryoichi Teruyama, professor associado do Departamento de Ciências Biológicas da LSU, que liderou este estudo publicado no PLOS ONE.

As células receptoras de ocitocina estão presentes na área do cérebro que se acredita estar envolvida na regulação do comportamento materno. Além disso, a expressão de receptores de ocitocina nessas células só está presente quando o estrogênio também está presente.

Isto significa que estas células estão envolvidas na indução do comportamento materno. Além disso, confirma o que muitos estudos recentes em humanos mostraram: existe uma conexão entre a expressão alterada de receptores de ocitocina e a depressão pós-parto.

A depressão pós-parto contribui para a saúde materna precária e tem efeitos negativos no desenvolvimento da criança. Uma série de estudos descobriu que os filhos de mães deprimidas correm o risco de uma ampla gama de problemas cognitivos, emocionais, comportamentais e médicos.

Portanto, a depressão pós-parto é uma grande preocupação de saúde pública que tem efeitos adversos significativos na mãe e na criança. Cerca de 10 a 20% das mulheres sofrem de depressão pós-parto.

Esta nova descoberta que ocorreu na LSU abre portas para potenciais novos tratamentos e medicamentos para depressão pós-parto visando células receptoras de ocitocina. “Acho que nossa descoberta pode ser universal para todos os mamíferos que exibem comportamento materno, incluindo os humanos”, disse Teruyama.

O mundo universitário em grande parte dos países do Ocidente anda às voltas com várias iniciativas e programas de prevenção contra abusos sexuais. Entre debates acalorados, uma verdade não pode ser negada: as mulheres se sentem cada vez mais inseguras numa cultura que, sob o disfarce da “libertação”, as transformou, ainda mais explicitamente, em objetos de prazer sexual.

As mostras estão por toda parte.

Há a alguns anos atrás, dois clips de cantoras jovens e mundialmente populares exacerbaram a sensualidade das protagonistas: o de Nicki Minaj mostrava mulheres se contorcendo no meio do mato, enquanto o de Miley Cyrus mostrava a própria se contorcendo sozinha num canteiro de obras. O clip de Miley Cyrus bateu o recorde de visualizações no YouTube para um mesmo vídeo em 24 horas. Foi superado, pouco depois, pelo de Nicki Minaj. Passada a sensação do momento, as duas terão de buscar mais algum jeito de suscitar frenesi – durante mais algumas horas.

Em vez de denunciar a expectativa-padrão de que as mulheres precisam tirar a roupa para ser interessantes, as feministas abraçaram essa “causa”. Conquistou algumas horas de repercussão, na mesma época dos clipes citados acima, a premiação musical VMA em que a cantora Beyoncé e um grupo de dançarinas seminuas se contorceram diante de letras garrafais que diziam “FEMINIST”. Feministas do mundo todo comemoraram aquele momento no Twitter e na revista Time como se fosse uma “gloriosa vitória das mulheres”. Passados já vários meses, qual é hoje, para as mulheres, o resultado prático daquela “gloriosa vitória”? Mistério.

A chamada “revolução sexual” está cheia de “vitórias” que tornaram cada vez mais fácil o “uso” de mulheres e homens como objetos. Se é que se pode considerar isso um “avanço”, a quantidade de mulheres que usam homens aumentou, mas continua longe de se igualar à de homens que usam mulheres – afinal, nunca foi tão fácil “usar” mulheres adotando o próprio discurso feminista de “emancipação sexual”.

Essa “revolução” vem acontecendo por etapas:

A década de 1960 popularizou a pílula, expandindo exponencialmente a independência entre o sexo e a vinda de bebês ao mundo. A atitude cultural no tocante ao sexo fora do casamento passou rapidamente das piscadelas da geração anterior à música rock e pop que louvava o sexo livre, de “Let’s Do It, Let’s Fall In Love” a “Why Don’t We Do It In the Road?”. Nem todo mundo estava fazendo sexo extraconjugal, mas, no final daquela década, quase todo mundo estava proclamando o “direito” de fazê-lo.

Os anos 1970 popularizaram o aborto e deram início a uma era de dramáticas ironias: o sexo era celebrado como diversão descomplicada, por um lado, mas, por outro, surgiu a “consequência” de “ter que” matar os próprios filhos gerados “sem querer” durante essa diversão. Os hippies faziam do sexo uma forma de “iluminação” e de “autorrealização”, enquanto os homens do tipo “machão”, de James Bond a Burt Reynolds, faziam dele uma forma de conquista.

A década de 1980 popularizou o preservativo. Com as epidemias de doenças venéreas e o drama da aids tornando o sexo mais perigoso do que nunca, o mantra passou a ser o do “sexo seguro”. As escolas orientaram os estudantes a “dizer não” às drogas, mas lhes deram camisinhas para dizerem sim ao sexo. Produziam-se vídeos musicais e filmes direcionados especialmente a um público de adolescentes cada vez mais obcecados por sexo.

Os anos 1990 popularizaram a lingerie sensual. A Victoria’s Secret fez sucesso com seus desfiles de moda íntima e até o presidente dos Estados Unidos foi atraído pela “moda íntima” da estagiária Monica Lewinski. A roupa de baixo ainda não tinha se transformado no traje oficial das artistas femininas em cima dos palcos, mas cantoras como as Spice Girls e Britney Spears já começavam a trilhar essa estrada.

A primeira década dos anos 2000 popularizou a pornografia. O governo federal dos Estados Unidos já tinha dobrado a quantidade de leis relacionadas com atos obscenos na década de 1990, porque a internet vinha surgindo com força e recheada de um vasto arsenal de pornografia que se multiplicou espantosamente nos anos seguintes. O pornô se tornou um gigantesco setor de negócios. Os homens começaram a gastar muito tempo on-line sozinhos e a portas fechadas. E as mulheres, cada vez mais, também.

O que as próximas décadas vâo popularizar? Já vimos a florescente indústria dos brinquedos sexuais e sabemos que os tribunais estão ocupados em redefinir o próprio conceito de casamento, dissolvendo-o numa simples afirmação de sentimentos “mais ou menos afetivos” e retirando do seu núcleo a crucial missão de criar e educar solidamente os filhos nascidos de uma relação de mútua entrega perpétua.

Em 1999, numa sala da redação do jornal católico norte-americano National Catholic Register, eu me lembro de alguém comentando que a amoralidade sexual da nossa cultura não poderia ficar pior do que estava. Um editor mais velho e mais sábio alertou: “Só espere”. A nossa cultura está hoje saturada de sexo: tudo é escancarado e nada é deixado para a imaginação.

Mary Eberstadt demonstrou, com as ciências sociais, que a revolução sexual trouxe consequências devastadoras para mulheres, homens, adolescentes e crianças.

Talvez a maior mudança cultural esteja precisamente na degradação das mulheres.

Os católicos sabem que a “pureza do coração” é a qualidade que nos permite ver o verdadeiro valor do outro. Há pessoas que descrevem a experiência de olhar nos olhos de São João Paulo II ou da beata Teresa de Calcutá dizendo que era como se você fosse a única pessoa que existia para eles naquele instante. Esta é, no fim das contas, a pureza de coração: ser tratado como o que se é, como uma pessoa única e de dignidade infinita.

A máxima tragédia da sexualização da nossa cultura pode ser exatamente a perda dessa pureza. Quando permitimos que os seres humanos se tornem meros objetos de prazer sexual, todos nós diminuímos aos olhos uns dos outros.

Num mundo em que as mulheres precisam estar mais constantemente em guarda do que nunca, os católicos têm uma mensagem importante a transmitir: o poder das mulheres não está na sua sexualidade, mas na sua humanidade. Assim como o dos homens.

Autor: Tom Hoopes

Introdução

Muito se fala sobre a situação da mulher na sociedade moderna. Acreditam não poucos que há um grande desnível – ou abismo mesmo – entre os direitos e deveres do homem e os da mulher, sendo que essa última tem sido historicamente prejudicada. E não faltam candidatos a carrasco do sexo feminino. A última moda agora é acusar as religiões de forma geral, e o Cristianismo, em especial.

Não há a menor dúvida de que existem religiões no mundo que cerceam os direitos da mulher. O Islamismo é um bom exemplo deste tipo. Tanto o seu livro sagrado como a sua literatura teológica discrimina e rebaixa gravemente a mulher a ponto de torná-la um objeto de propriedade, primeiramente do pai, e depois do marido. Contudo, neste texto quero provar que não há razão por que colocar o Cristianismo no mesmo cesto das religiões que pejoram a mulher. Mais do que isso, vou mostrar como o Cristianismo colocou a mulher em uma situação muito melhor do que qualquer outro sistema religioso ou filosófico que já existiu.

Um pouco de história

A vida da mulher não era fácil nas culturas antigas. Em geral, eram propriedade dos maridos. Não eram consideradas capazes ou competentes para agirem independentemente. Vejamos a Grécia antiga. Aristóteles disse que a mulher estava em algum lugar entre o homem livre e o escravo (considerando que a situação do escravo não era nenhum pouco auspiciosa, perceba a pobre situação feminina), e que era um “homem incompleto” (Política). Platão, por sua vez, entendia que se o homem vivesse covardemente, ele reencarnaria como mulher. E se essa se portasse de modo covarde, reencarnaria como pássaro (A República, Livro V).


Na China, até bem recentemente, o infanticídio era uma prática comum. Os bebês do sexo feminino eram entregues como alimento aos animais selvagens ou deixados para morrer nas torres dos bebês. Adam Smith escreveu sobre essa prática no seu famoso livro, A Riqueza das Nações, de 1776. Ele fala inclusive que o descarte de bebês indesejados era mesmo uma profissão reconhecida e que gerava renda para muitas pessoas.A sorte das mulheres não era muito melhor na Roma antiga. Poucas famílias tinham mais de uma filha. O casamento romano era uma forma de trazer mais material humano para formação do exército, e assim permitir à Roma a continuidade de sua expansão; por isso, o interesse estava em ter filhos homens. Daquelas, porém, que sobreviveram ao infanticídio, eram-lhes reservadas as tarefas do lar, mas não o exercício da cidadania e a participação política, coisa reservada apenas aos patrícios homens.

Na África, o problema era semelhante à prática do sati da Índia. Quando um líder tribal morria, as esposas e concubinas do chefe eram mortas juntamente com ele. Mesmo hoje, no Oriente Médio, o valor da mulher é mínimo.Vejamos outros casos. Na Índia, viúvas eram mortas juntamente com seus maridos – a prática chamada de sati (que significa, a boa mulher). Também havia tanto o infanticídio quanto o aborto feminino. Além disso, meninas eram criadas para serem prostitutas cultuais – as devadasis. Nessa prática religiosa, a menina era “casada com” e “dedicada a” um dos deuses hindus. Nos rituais de adoração a esses deuses havia dança, música e outros rituais artísticos. Conforme iam crescendo, as devadasis se tornavam servas sexuais, de homens e dos “deuses”. Ainda hoje, famílias pobres entregam suas filhas para estas deidades com o objetivo de alcançar delas algum favor, ou ainda obter algum meio de renda com os frutos da prostituição.

A mudança trazida pelo Cristianismo

Que diferença trouxe a vinda de Jesus Cristo entre nós? Muita, em vários pontos. Na verdade, foi uma revolução. Muito do que Jesus Cristo ensinou já era praticado pela sociedade judaica (que era muito diferente das nações à sua volta), e outros pontos tiveram seus termos desenvolvidos por Ele. Mas mesmo os judeus tinham um tratamento discriminatório em relação às mulheres; Jesus, entretanto, se relacionava de forma saudável com elas. De forma geral, o Cristianismo colocou a mulher em pé de igualdade com os homens. Como ele fez isso?

  • Dizendo que ambos foram criados por Deus, à sua imagem e semelhança (E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou – Gên 1:27). Para Deus, homens e mulheres têm o mesmo valor (Gl 3.28 );
  • Que ambos deveriam dominar e sujeitar a natureza (E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra – Gn 1.28). Não há nada que impeça a mulher, tanto quanto o homem, de explorar a criação em cumprimento ao mandato cultural;
  • A decisão de Deus criar a mulher a partir de Adão declara que ambos provêm da mesma essência (Gn 2.22 ), mostrando que a mulher em nada é inferior ao homem, nem tampouco lhe é superior. E a declaração de Adão mostra que sua mulher Eva é parte de si mesmo, tendo o mesmo valor que ele próprio (Gn 2.23 );
  • Que o casamento, como instituição divina, implica que o homem foi feito para a mulher, assim como a mulher foi feita para o homem, e dessa forma ambos andam como uma unidade em dois corpos (Gn 2.24 ), o que destrói a ideia de que a mulher é escrava do marido, ou vice-versa. São complementares;
  • O Cristianismo também evitou que a mulher fosse injustiçada, não permitindo a poligamia, que é inerentemente prejudicial a elas (1Co 7.2 );
  • O Cristianismo ensinou o cuidado com as viúvas. Elas, se não tivessem recursos, deveriam ser cuidadas e sustentadas pela igreja (1Tm 5 ). Se o marido morre, ela é livre para continuar viúva ou casar novamente, se quiser;
  • O Cristianismo condenou a prostituição ao declarar que o corpo não pertence a nós mesmos, mas a Deus, e que ele é templo do Espírito Santo (1Co 6.13,19 ). O corpo do homem pertence à mulher, e o da mulher ao homem (1Co 7.4 );
  • O Cristianismo aprova a instituição do casamento, que não só protege a mulher da exposição aos males sociais, como provê um ambiente seguro material, espiritual e sentimentalmente para o seu desenvolvimento integral (Ef 5.28-29 );
  • O Cristianismo protege a vida, que entende começar no momento da concepção. Dessa maneira, nenhuma criança deixa de nascer devido a características indesejáveis (pelos pais) que ela tenha ou seja. A vida é direito inviolável, outorgada por Deus, sendo que somente Ele tem direito de reavê-la (1Sm 2.6 Jó 1.21 );
  • O Cristianismo também proibe a pornografia, pois entende que ela é equivalente ao adultério. Com isto, a mulher deixa de ser vista como um objeto aos olhos do homem, e reserva o sexo e a nudez para aquele que tem direito a estas coisas, a saber, o marido (Mt 5.28 ).

Uma palavra sobre o movimento feminista

Se há algum direito, de qualquer pessoa que seja, que deva ser assegurado, eu sou completamente a favor da luta por ele. A sociedade falha em tratar as mulheres adequadamente porque ela não é uma sociedade moldada exclusivamente pela moral cristã. Muitos dos direitos pelos quais o movimento feminista luta são justos: direitos trabalhistas iguais aos do homem, proteção contra violência física e emocional, igualdade de direitos civis, entre outros. Porém, alguns pontos pelos quais ele luta não são bons, como, por exemplo, o aborto. Ora, o aborto sempre foi uma ferramenta usada pelo homem – e geralmente usado para evitar nascimento de mulheres! O aborto se refere a algo além do corpo da mulher; é outro ser vivo. Ocorre que ao lutar por este “direito”, a mulher trata um bebê ainda não nascido como algo menos que humano, tal como um objeto: ou seja, do mesmo modo que ela própria já foi tratada na história.

Outro problema que eu vejo é que algumas feministas mais exaltadas não querem simplesmente uma equiparação de direitos; desejam ocupar o lugar do homem que as explorava, transformando-se em exploradoras. Almejam uma inversão de papéis. Ao invés de uma sociedade patriarcal, sonham com uma matriarcal. E algumas feministas ainda descambam para a misandria – o ódio pelo sexo masculino.

Concluindo

O que o paganismo faz para proteger a mulher? Nunca fez nada, e nunca fará. E estas outras religiões não-cristãs? Normalmente colocam o sexo feminino em uma posição inferior a do homem. E o humanismo? Nada trouxe de bom para as mulheres. Na prática, uma vertente humanista (evolucionista) ensina que nada há de especial na humanidade; tudo que há é resultante de acaso. Somente o mais forte sobrevive (ou domina). Se for o sexo masculino, assim deve continuar a ser. É natural que seja assim. Não há justificativa moral (do ponto de vista evolucionista) para proibir a violência fisica, sexual, emocional à mulher, e nem mesmo porque condenar posicionamentos machistas. A máxima é “o que agora é, é o certo”.

Mas não é assim com o Cristianismo. Em todos os lugares onde ele chegou, as condições das mulheres melhoraram. Onde ele não alcançou, vê-se coisas terríveis, como a eugenia sexual, o infanticídio e a prostituição. Contudo, podemos ver que algumas sociedades, que já foram declaradamente cristãs, hoje estão decaindo moralmente com o avanço do antigo paganismo – legalizando o aborto e a prostituição. Seria interessante que algumas feministas, que falam ousadamente contra o Cristianismo, aprendessem um pouco mais da história da humanidade e assim apercebam-se de que, se não fosse por essa religião que elas tanto condenam, talvez elas sequer estivessem vivas hoje.

Fonte Original

Na metade da década dos anos 60, Betty Friedan, uma ativista feminista marxista, retratou em seu livro “A Mística Feminina” que as donas de casa suburbanas viviam um “confortável campo de concentração”.  A ideia era promover a transformação das relações sociais e da sociedade, partindo da narrativa dicotômica da luta de classes do marxismo: burguês capitalista x trabalhador proletariado, estendendo-a para o campo homem x mulher.

De fato, dos anos 60 para cá, as organizações feministas passaram a funcionar como uma linha de montagem mecanizada, controlando o fluxo das ideias e padronizando as pautas que julgam importantes para todas as mulheres. Exemplo disso é a luta pela igualdade de gênero – entre os sexos – um dos principais temas do movimento feminista, que vendeu o conceito que o homem é naturalmente agressivo, opressor e é definitivamente bem mais remunerado comparado às mulheres que sempre foram oprimidas, vítimas e exploradas. Dessa forma, a velha retórica da luta de classes entre o capitalista e o proletariado foi substituída pela luta entre o opressor e oprimido.

Assim, a segunda onda feminista constituiu o mito de que toda mulher é oprimida, portanto infeliz e rapidamente tornou-se um movimento político de escala global, com o slogan da “libertação da mulher”. A intenção era claramente fazer com que as mulheres acreditassem que, além de infelizes, a sociedade patriarcal roubava de todas elas grandes possibilidades e potenciais, tanto em instrução educacional e postos de trabalho, excluindo-as de vez da competição no mercado.

Curiosamente, ao contrário do que muitas militantes sessentistas poderiam esperar, o fato é que pesquisas indicam que as mulheres modernas estão mais infelizes com relação aos homens do que antes da revolução sexual propagada pela segunda onda feminista e consequentemente antes de conquistarem massivamente o tão sonhado espaço no mercado de trabalho.

Um dos mais relevantes estudos nesse sentido data de 2009 e foi publicado no American Economic Journal: Economic Policy sob a autoria de Betsey Stevenson e Justin Wolfers. Intitulado de The Paradox of Declining Female Happiness [O Paradoxo do Declínio da Felicidade Feminina, em tradução literal], o estudo utiliza um método tradicional para o cálculo da sensação de felicidade humana, medida chamada de “bem-estar subjetivo”, que consiste, resumidamente, em uma série de entrevistas começadas com a seguinte pergunta chave: “Tomadas todas variáveis juntas, como você diria que vão as coisas hoje em dia, diria que está muito feliz, feliz ou não muito feliz?” Depois disso, os entrevistados são questionados sobre itens particulares a fim de complementar a pergunta chave com determinados aspectos de sua vida, como casamento, saúde, situação financeira e trabalho. Colocando as respostas umas relativas às outras e comparando com padrões dos últimos 35 anos, as estimativas mostraram que as mulheres se tornaram menos felizes com o tempo, tanto em termos absolutos quanto relativos aos homens. 

“E quanto menos felizes elas se tornaram?”, os pesquisadores se perguntaram. Dado que a variável dependente é de natureza qualitativa, deve-se ter cuidado ao interpretar essas grandezas. Segundo o estudo, em 1972, as mulheres eram mais felizes do que os homens, em média, e a mulher mediana era tão feliz quanto um homem no percentual de 53,3 da distribuição masculina. Em 2006, no entanto, a felicidade da mulher mediana foi menor do que a do homem mediano em 1972, enquanto que a mediana em 2006 foi levemente mais feliz do que sua contraparte em 1972. Comparando as medianas de 2006 com a distribuição para homens em 1972, vemos que a mulher mediana em 2006 é tão feliz quanto um homem no percentual de 48 em 1972 (quase 5 pontos percentuais abaixo de sua posição 34 anos antes), enquanto o homem mediano em 2006 é tão feliz quanto o homem no percentual de 50,7 em 1972.

Em suma, o bem-estar subjetivo masculino aumentou ligeiramente, enquanto que o feminino, que em 1972 era relativamente maior que o masculino, ficou para trás e em 2006 registrou uma queda relativa com a de 34 anos atrás. Usando-se as médias do decaimento relativo ao longo dos 2006-1972 anos de estudo e multiplicando pelo tempo de 34 anos, conclui-se que a queda relativa da felicidade das mulheres foi de aproximadamente 13 pontos percentuais nesse meio tempo.

Com o ingresso no mercado de trabalho, a mudança no paradigma social das mulheres foi gritante, pois nos EUA pré-1970 a grande maioria dos homens mantinha empregos que permitiam que suas esposas mantivessem as funções de dona de casa e mãe em tempo integral. Além disso, é o período que o mercado soprava a favor da mulher, produzindo bens que facilitavam o trabalho doméstico e a criação dos filhos, como máquinas de lavar, secadoras e fraldas descartáveis.

Mas se foi mesmo a vontade das mulheres saírem de seus lares para trabalharem fora, então por que elas estão relativamente mais infelizes? Segundo Phyllis Schlafly, advogada, escritora e fundadora do Eagle Forum, o problema é essencialmente psicológico, pois junto com as ideias da ascensão feminina ao mercado de trabalho, o movimento feminista também ensinou as mulheres a se enxergarem como vítimas de um patriarcado necessariamente opressor, onde seu verdadeiro valor jamais será reconhecido e qualquer sucesso está além de seu alcance.

Stevenson e Wolfers, autores do trabalho citado acima,  seguem a mesma linha de raciocínio e defendem que o movimento de libertação das mulheres frustou suas expectativas, vendendo-lhes gato por lebre e fazendo-lhes sentir inadequadas quando não conquistam tudo o prometido pela utopia do empoderamento. Outra teoria indica que as exigências modernas sobre as mulheres que são simultaneamente mães e profissionais são enormes e muito difíceis de serem suportadas sem contrapartidas negativas físicas e psicólogas.

As revoluções de gênero não pararam por aí. No século XXI, o discurso feminista foi aumentado em doses cavalares e uma terceira onda, dessa vez pós-moderna, emergiu. Como se o erro da segunda onda não estivesse escancarado e um remédio tivesse de ser aplicado, as feministas de nossos dias decidiram que o problema na verdade é que suas predecessoras não foram suficientemente radicais. Ou seja, acharam um bêbado em coma e resolveram aumentar a dosagem de cachaça. Diante da insatisfação dentro do ambiente de trabalho, muitas vezes derivada de uma ilusão de empoderamento feminino, o vitimismo passou a ser aplicado em ambiente de trabalho. Agora, os protestos da vez, impulsionados pelo establishment midiático, por Hollywood, por músicos do cenário pop, por militantes de redes sociais e pelos chamados “digital influencers”, são majoritariamente sobre questões de trabalho – uma suposta remuneração inferior à dos homens, assédio moral e tratamento desigual. Emergiu então uma onda de policiamento pós-moderno que iniciou uma enxurrada de false flags e fake news sobre assédio de mulheres por homens. Dia após dia vê-se na imprensa e nas redes sociais relatos de supostos abusos e assédios em ambiente de trabalho, hashtags e histeria coletiva em torno de histórias que muitas vezes são reveladas falsas ou sem base criminal sólida.

As consequências da insatisfação da mulher no mercado de trabalho são bastante recentes e datam do início da segunda década do século XXI. Referindo-se à regra pessoal do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, de não jantar sozinho com qualquer mulher que não a sua esposa, o chamado efeito Pence é talvez o maior exemplo da reação do mundo corporativo à nova histeria feminista. Como um aparte cultural, muitos homens, principalmente os mais cautelosos, como o vice-presidente, tentam evitar situações potencialmente comprometedoras envolvendo o sexo oposto. De uma simples regra pessoal de Pence, a postura se tornou epidêmica no cenário corporativo e, com medo das reações feministas, homens de escalão relativamente alto no mercado de trabalho – principalmente de grandes empresas e também no setor financeiro – vêm criando uma série de novas práticas para se proteger de falsas denúncias de assédio por parte de mulheres potencialmente contaminadas pelo vírus do feminismo. Um dos maiores motivos para tal preservação é da opinião pública moderna na internet, que virou de cabeça para baixo um dos maiores cânones do Direito Ocidental, a saber, o ônus da prova é de quem afirma. Fenômeno comum em nossos dias, uma típica acusação de assédio em redes sociais, independente de ser falsa ou não, é suficiente para destruir a reputação do acusado e de sua empresa, condenando-o ao limbo social por tempo indeterminado. Os tribunais virtuais de hoje se tornaram mais severos que a justiça comum, julgando casos de interesse dos justiceiros sociais com muito mais rigor que a justiça comum e imputando acusações e condenações bem antes do processo investigativo e da elaboração das provas. 

Uma matéria recente da Bloomberg enumerou alguns exemplos bastante ilustrativos do que vem ocorrendo em setores importantes do mercado financeiro. Em entrevistas anônimas – precisamente para evitar exposição pessoal ao crivo de justiceiros sociais -, homens relataram práticas como evitar reuniões oneonone com mulheres ou reuniões a portas fechadas; manter distância de mulheres em ambientes sociais como elevadores; evitar convidar mulheres do trabalho para o happy hour após o expediente e até de festas relacionadas às empresas; não sentar ao lado delas em reuniões; e não ficar no mesmo andar de hotel que uma mulher do trabalho. Por razões óbvias, poucos aceitam falar abertamente sobre o assunto. No entanto, em particular, muitos dos homens entrevistados reconheceram que estão a imitar Pence, dizendo que não é confortável ficarem sozinhos com colegas do sexo feminino, particularmente jovens ou atraentes, por medo de boatos ou da, como disse um deles, responsabilidade potencial. Um gestor de uma firma de investimentos revelou que nunca mais terá uma reunião com mulheres numa sala sem janelas ou paredes de vidro; e que nos elevadores mantém distância das colegas. Um homem com mais de 40 anos que trabalha em um private equity definiu uma nova regra, que foi sugerida pela sua mulher que é advogada: nunca participar de jantares de negócios com uma mulher com menos de 35 anos.

Tais fatos implicam que o tiro saiu pela culatra e o feminismo virou um empecilho para que seu próprio plano seja concretizado, pois a maneira mais comum de ascensão no mercado é por via dos chamados mentores ou orientadores, pessoas com muita experiência profissional em posição de liderança nas empresas e geralmente ocupando os cargos de maior hierarquia. E um fato um tanto incômodo para as feministas é que a grande maioria dos mentores hoje é formada por homens. O professor Belle Rose Ragins, da Escola de Negócios de Lubar, vem estudando a diversidade no local de trabalho há décadas e para ele a orientação está dentre as principais formas de alcançar a igualdade no trabalho. “Nossa pesquisa descobriu que a mentoria é uma das principais estratégias utilizadas pelas mulheres que chegaram ao topo”, explica. Ainda segundo as pesquisas de Ragins, “os mentores masculinos são particularmente importantes, pois os homens geralmente têm mais poder do que as mulheres na maioria das organizações”. Mas no entanto, como sabemos, os homens não se sentem mais confortáveis ​​em proteger as mulheres sob suas asas. Essa é também a conclusão alcançada por Sylvia Ann Hewlett, CEO do Center for Talent Innovation. “Nossa pesquisa mostra que cerca de 64% dos homens mais velhos evitam interações solo com mulheres júnior porque temem rumores sobre seus motivos”, diz ela em pesquisa feita ainda antes de histerias coletivas como o “#MeToo” – um movimento de redes que começou em outubro de 2017 como um hashtash usado por atrizes para denunciar supostos abusos sexuais em Hollywood e que rapidamente viralizou, expondo homens como predadores pervertidos quase sempre sem provas. Trata-se de uma encruzilhada difícil de escapar e que pune severamente tanto as próprias feministas quanto mulheres alheias à ideologia. 

Como todo movimento coletivista, o feminismo universalizou os fins, ditando regras de cima para baixo a respeito do convívio social de todas as mulheres e instituindo, ao longo da segunda metade do século XX, a necessidade de um suposto empoderamento das mulheres que significou na prática o abandono do lar e a terceirização do cuidado dos filhos em prol de uma carreira profissional que não necessariamente trouxe felicidade às mulheres, ao contrário do prometido pela propaganda feminista. Os gostos e preferências são subjetivos e cada mulher tem suas metas de vida e que muitas vezes escapam aos planos traçados pelos complôs feministas. A ideia de que as mulheres podiam tudo, ilustrada pelo slogan “we cando it”, passou a ilusão de que a ascensão profissional feminina iria proporcionar uma realização automática, o que obviamente trouxe ainda mais frustação às mulheres. E como em todo movimento vitimista, a culpa da insatisfação pessoal foi colocada nas costas dos opressores, a saber, dos homens, tanto por uma suposta discriminação generalizada no ambiente de trabalho quanto por uma ausência de ajuda nas tarefas domésticas. Não é novidade esse tratamento do fracasso: na história do marxismo moderno, inventou-se sucessivas desculpas para o encadeamento de fracassos que o movimento colecionou ao longo do século XX. Toda ideologia que tem como fundamento a opressão de classes está condenada a alimentar eternamente as mágoas de seu sistema de vitimização. E, como disse Phyllis Sclafly, as mágoas são como flores – se você as rega, elas crescem, e a vitimização auto-imposta não é uma receita para a felicidade.

Por Lacombi Lauss

[Este texto foi feito em colaboração com a Dezy Fukushima, a quem agradeço muito o apoio a voltar a escrever.]

Uma noite, eu tive um sonho: um sonho que efetivamente expôs os cantos anteriormente ocultos da minha imaginação católica totalmente estereotipada. Mas não era o típico sonho cheio de esperanças e desejos. Foi um pesadelo pessoal. Nesse sonho eu era mãe solteira. E me senti tão completamente real.

O enredo do sonho aconteceu em uma jangada na água, flutuando na grande companhia de amigos e familiares. Todos a bordo pareciam estar cientes da situação, menos eu. De repente, uma garota, com aproximadamente 10 anos, me disse que eu não significava nada para ela. Ela tinha cabelos ruivos, e ela era minha filha.

Felizmente e infelizmente, foi apenas um sonho. Mas além do fato de que me fez perceber meus medos estranhos e o tique-taque do meu relógio biológico, isso me permitiu, pela primeira vez, me colocar no papel de mais velha e sábia na dupla mãe-filha.

Eu deixei a fantasia, ou melhor, as memórias, me levarem. Lembrei-me de quando fui ao cabeleireiro com minha mãe na 5ª série e pedi um corte “igual o da minha mãe”. Lembrei-me do meu primeiro café fora, que minha mãe me convidou em um domingo durante os meus anos de ensino médio. Ela sempre tomava café depois da igreja. Eu preferia ler livros, ou praticava algum instrumento (para a escola de música), mas desde aquele dia, eu sempre fiz isso enquanto desfrutava de uma pequena xícara de café preto. Eu me lembro da série de TV The Gilmore Girls, que teve um impacto em mim.

E então comecei a me sentir triste por não ser mãe solteira. Depois disso, pensei que queria muito transmitir à minha filha algumas coisas que me ensinavam a gostar de ser mulher, mesmo que parecessem totalmente independentes da fé.

  1. Não ler livros mal escritos

Claro, todo mundo tem suas próprias preferências. Mas, para além da lista dos deveres espirituais, você não deve ser guiado pelo conjunto de valores apresentados por qualquer autor. Uma indicação muito melhor de um livro digno é a qualidade – da linguagem, da sintaxe e da trama. Afinal, ler um bom livro  não interfere na leitura das Escrituras. Portanto, se minha filha vier me pedir sugestões, vou sugerir a ela Zadie Smith e Virgina Woolf, porque se você irá ler, você deve ler apenas o melhor dos melhores.

  1. Ser feminina é grandioso

Quando adolescente, passei vários anos lendo revistas políticas. Em vez de títulos como  Vogue Allure, aos 15 anos comprei o Wprost, um semanário político-social polaco, e também um popular semanário católico. Inacreditável.

Não me interpretem mal; eu não tenho nenhum problema com qualquer uma destas mulheres da moda e publicações de estilo de vida. Eu respeito seu trabalho. Mas eu ficaria orgulhosa se minha filha olhasse através da Vogue sabendo que não é menos ambiciosa do que ler textos políticos. “Você poderia ser como eu”, eu diria para minha filha. “Porque feminino significa grandioso. E feminino também significa seu”.

  1. Não se concentrar na modéstia

Sei que para pessoas mais religiosas isso não soará tão bem, mas tenho medo da palavra modéstia. Eu a ouvi no contexto errado muitas vezes. É, ainda, muitas vezes distorcida. Gostaria que minha filha respeitasse outras pessoas e soubesse que ela é tão – nem mais e nem menos – valiosa como qualquer outra pessoa porque somos todos iguais.

Mas eu não quero que ela descubra que ela não deve dizer algo, ou não deve tentar mais do que alguém, porque isso não é modesto e não há humildade suficiente em tal comportamento.

Eu preferiria que ela ouvisse: “Lembre-se de que cada meta é alcançável. Tudo o que você precisa é trabalhar duro, ser consistente, e às vezes ser teimosa e autossuficiente. Não fale muito de si mesma e use o fato de que você prefere estar na sombra. Deixe os tesouros para pessoas realmente importantes. Seja paciente e fale alto sobre o que é importante para você”.

  1. Não seja confundida sobre a definição de feminismo

Li recentemente um artigo sobre a metamorfose de Alicia Keys. Começa com uma citação: “Qualquer garota que não é feminista é apenas louca”. Alguns dias depois, Molly Daley, que promove métodos naturais de planejamento familiar, falou com For Her (essa conversa está disponível aqui). Talvez eu esteja confusa, mas tanto quanto estou preocupada, ambos falam sobre a mesma coisa: amor-próprio, autoestima, e sobre desfrutar de quem e o que você é.

Chame isso do que quiser, mas é isso que o feminismo significa para mim. Independência interna, responsabilidade pessoal pelos riscos que você toma, e uma escolha consciente do seu caminho. Para os cristãos, Jesus será a fonte de tudo; para os ateus, é a crença em si mesmos que os guiará. Cada um quebra moldes diferentes.

Espero que minha filha, que “algum dia” eu terei, um dia seja forte o suficiente para ser ela mesma, por conta própria, não se elevando e não precisando de elogios excessivos; que ela fará o que a faz feliz, guiada pelo que é mais importante. E eu espero que ela sonhe.

Afinal, você nunca sabe onde um único sonho surpreendente irá levá-lo.

Jola Szymanska

Aqui está uma lista de 41 citações de especialistas médicos e livros de medicina que provam que a vida humana começa na concepção / fertilização.

“O ciclo de vida dos mamíferos começa quando um espermatozoide entra em um óvulo”.

Okada et al., Um papel para o complexo alongador na desmetilação do genoma paterno zigótico, NATURE 463: 554 (28 de janeiro de 2010)

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“Fertilização é o processo pelo qual gametas haplóides masculinos e femininos (espermatozóide e óvulo) se unem para produzir um indivíduo geneticamente distinto.”

Signorelli et al., Quinases, fosfatases e proteases durante a capacitação espermática, CELL TECISS RES. 349 (3): 765 (20 de março de 2012)

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O oviduto ou trompa de Falópio é a região anatômica onde toda nova vida começa em espécies de mamíferos. Após uma longa jornada, os espermatozoides encontram o oócito no local específico do oviduto chamado ampola, e a fertilização ocorre ”.

Coy et al., Funções do oviduto na fertilização de mamíferos, REPRODUÇÃO 144 (6): 649 (1 de outubro de 2012) (grifo nosso).

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Fertilização – a fusão de gametas para produzir um novo organismo – é o culminar de uma multiplicidade de processos celulares intricadamente regulamentados.”

Marcello et al., Fertilization, ADV. EXP. BIOL. 757: 321 (2013)

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Institutos Nacionais de Saúde, Medline Plus Dicionário Médico Merriam-Webster (2013), http://www.merriamwebster.com/medlineplus/fertilization

A própria definição do governo atesta o fato de que a vida começa na fertilização. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, “fertilização” é o processo de união de dois gametas (ou seja, óvulo e espermatozoide) “por meio do qual o número de cromossomos somáticos é restaurado e o desenvolvimento de um novo indivíduo é iniciado”.

Steven Ertelt ” fato científico indisputado: A vida humana começa na concepção, ou na fertilização” LifeNews.com  18/11/13

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A vida humana começa na fertilização, o processo durante o qual um gameta masculino ou espermatozoide (desenvolvimento do espermatozoide) se une a um gameta ou oócito feminino (óvulo) para formar uma única célula chamada zigoto. Esta célula altamente especializada e totipotente marcou o início de cada um de nós como um indivíduo único ”.“ Um zigoto é o começo de um novo ser humano (isto é, um embrião) ”.

Keith L. Moore, O Desenvolvimento Humano: Embriologia Clinicamente Orientada, 7ª edição. Filadélfia, PA: Saunders, 2003. pp. 16, 2.

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“Naquela fração de segundo, quando os cromossomos formam pares, o sexo da nova criança será determinado, as características hereditárias recebidas de cada pai serão estabelecidas e uma nova vida terá começado.”

Kaluger, G. e Kaluger, M., Human Development: The Span of Life, página 28-29, The CV Mosby Co., St. Louis, 1974.

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Um livro de embriologia descreve como o nascimento é apenas um evento no desenvolvimento de um bebê, não o começo de sua vida.

“Deve ser sempre lembrado que muitos órgãos ainda não estão completamente desenvolvidos a termo e o nascimento deve ser considerado apenas como um incidente em todo o processo de desenvolvimento.”

F Beck Human Embriologia, Blackwell Scientific Publications, 1985 página vi

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“É a penetração do óvulo por um espermatozoide e a mistura resultante de material nuclear traz para a união que constitui a iniciação da vida de um novo indivíduo.”

Clark Edward e Embriologia Humana de Corliss Patten, McGraw – Hill Inc., 30

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“Embora seja costume dividir o desenvolvimento humano em períodos pré-natais e pós-natais, é importante perceber que o nascimento é apenas um evento dramático durante o desenvolvimento, resultando em uma mudança no ambiente”.

O desenvolvimento humano: embriologia clinicamente orientada quinta edição, Moore e Persaud, 1993, Saunders Company, página 1

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“Seu bebê começa como um óvulo fertilizado … Nas primeiras seis semanas, o bebê é chamado de embrião.”

Cuidados Pré-natais, Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Divisão de Saúde Materna e Infantil, 1990

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“Landrum B. Shettles, MD, PhD foi o primeiro cientista a ter sucesso na fertilização in vitro:

“O zigoto é a vida humana … existe um fato que ninguém pode negar; Os seres humanos começam na concepção ”.

O zigoto é um termo para uma vida recém-concebida depois que o espermatozoide e o óvulo se encontram, mas antes que o embrião comece a se dividir.

De Landrum B. Shettles “Ritos da Vida: A Evidência Científica da Vida Antes do Nascimento” Grand Rapids, MI: Zondervan, 1983, p 40

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O livro médico,  Antes de Nascermos – Fundamentos de Embriologia e Defeitos Congênitos , afirma:

“O zigoto e o embrião inicial são organismos humanos vivos.”

Keith L. Moore & TVN Persaud Antes de Nascermos – Fundamentos da Embriologia e Defeitos Congênitos (WB Saunders Company, 1998. Quinta edição.) Página 500

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“Assim, uma nova célula é formada a partir da união de um gameta masculino e feminino. [Células de espermatozoides e óvulos] A célula, conhecida como zigoto, contém uma nova combinação de material genético, resultando em um indivíduo diferente dos pais e de qualquer outra pessoa no mundo. ”

Sally B Olds, et al., Enfermagem Obstétrica (Menlo Park, Califórnia: Addison – Wesley Publishing, 1980) P 136

Citado em Eric Pastuszek. O feto é humano? (Rockford, Illinois: Tan books e Publishers Inc., 1991)

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“O termo concepção refere-se à união dos elementos pronucleares masculinos e femininos da procriação a partir dos quais um novo ser vivo se desenvolve. É sinônimo dos termos fecundação, impregnação e fertilização … O zigoto assim formado representa o começo de uma nova vida ”.

JP Greenhill e EA Freidman. Princípios Biológicos e Prática Moderna da Obstetrícia . Filadélfia: WB Saunders Publishers. 1974 Páginas 17 e 23.

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TW Sadler, embriologia médica de Langman, 10a edição. Filadélfia, PA: Lippincott Williams & Wilkins, 2006. p. 11

“O desenvolvimento começa com a fertilização, o processo pelo qual o gameta masculino, o espermatozoide e o gameta femal, o oócito, se unem para dar origem a um zigoto.”

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Keith L. Moore, antes de nascermos: Essentials of Embryology, 7ª edição. Filadélfia, PA: Saunders, 2008. p. 2

“[O zigoto], formado pela união de um ovócito e um espermatozoide, é o começo de um novo ser humano.”

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Ronan O’Rahilly e Fabiola Miller, Embriologia e Teratologia Humana, 3ª edição. Nova York: Wiley-Liss, 2001. p. 8

“Embora a vida seja um processo contínuo, a fertilização … é um marco crítico porque, em circunstâncias normais, um novo organismo humano geneticamente distinto é formado quando os cromossomos dos pronúcleos masculino e feminino se misturam no oócito.”

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“[Todos] os organismos, por maiores e mais complexos que possam ser tão crescidos, começam a vida como uma única célula. Isso é verdade para o ser humano, por exemplo, que começa a vida como um óvulo fertilizado ”.

Dr. Morris Krieger “O Sistema Humano Reprodutivo” p 88 (1969) Sterling Pub. Co

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A primeira célula de uma vida humana nova e única começa a existir no momento da concepção (fertilização) quando um espermatozoide vivo do pai se junta a um óvulo vivo da mãe. É dessa maneira que a vida humana passa de uma geração para outra. Dado o ambiente apropriado e a composição genética, a célula única dá origem a trilhões de células especializadas e integradas que compõem as estruturas e funções de cada corpo humano individual. Todo ser humano vivo hoje e, até onde se sabe cientificamente, todo ser humano que já existiu, começou sua existência única dessa maneira, isto é, como uma célula. Se esta primeira célula ou qualquer configuração subsequente de células perecer, o indivíduo morre, deixando de existir na matéria como um ser vivo.

James Bopp, ed., Human Life e Health Care Ethics, vol. 2 (Frederick, MD: University Publications of America, 1985)

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Rand McNally, Atlas do Corpo (Nova York: Rand McNally, 1980) 139, 144

“Na fusão, os gametas masculinos e femininos produzem uma única célula fertilizada, o zigoto, que é o começo de um novo indivíduo”.

Citado em Randy Alcorn “Respostas pró-vida a argumentos pró-escolha” (Sisters, Oregon: Multnomah Publishers, 2000)

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“Seu bebê começa como um óvulo fertilizado … Nas primeiras seis semanas, o bebê é chamado de embrião.”

Cuidado Pré-Natal, Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Div. De Saúde Materno-Infantil, 1990

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“… É cientificamente correto dizer que a vida humana começa na concepção”.

Dr. Micheline Matthews-Roth, Harvard Medical School: citado pelo Conselho de Assuntos Públicos

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Shettles, Landrum, Rorvik, David, Rites of Life: The Scientific Evidence for Life Before Birth, página 36, ​​Editora Zondervan, Grand Rapids, Michigan, 1983

“… A concepção confere vida e faz de você um de um tipo. A menos que você tenha um gêmeo idêntico, não há virtualmente nenhuma chance, no curso natural das coisas, de que haverá “outro você” – nem mesmo se a humanidade persistisse por bilhões de anos.

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Da Newsweek 12 de novembro de 1973:

“A vida humana começa quando o óvulo é fertilizado e a nova massa celular combinada começa a se dividir.”

Dr. Jasper Williams, ex-presidente da Associação Médica Nacional (p 74)

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“A formação, o amadurecimento e o encontro de uma célula sexual masculina e feminina são todos preliminares à sua união real em uma célula combinada, ou zigoto, que definitivamente marca o começo de um novo indivíduo. A penetração do óvulo pelo espermatozoide e a união e junção de seus respectivos núcleos constituem o processo de fertilização ”.

Leslie Brainerd Arey, espaço de sétima edição de “Developmental Anatomy” (Filadélfia: Saunders, 1974), 55

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A biologia do desenvolvimento pré-natal, National Geographic, 2006. (Vídeo)

“Biologicamente falando, o desenvolvimento humano começa na fertilização”.

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No ventre, National Geographic, 2005 (vídeo de desenvolvimento pré-natal)

“As duas células gradualmente e graciosamente se tornam uma. Este é o momento da concepção, quando se cria um conjunto único de DNA, uma assinatura humana que nunca existiu antes e nunca será repetida ”.

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DeCoursey, RM, The Human Organism, 4a edição da McGraw Hill Inc., Toronto, 1974. página 584

“O zigoto, portanto, contém um novo arranjo de genes nos cromossomos nunca antes duplicados em qualquer outro indivíduo. A prole destinada a se desenvolver a partir do óvulo fertilizado terá uma constituição genética diferente de qualquer outra no mundo. ”

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Thibodeau, GA e Anthony, CP, Estrutura e Função do Corpo, 8ª edição, St. Louis: Times Mirror / Mosby College Publishers, St. Louis, 1988. páginas 409-419

“A ciência do desenvolvimento do indivíduo antes do nascimento é chamada embriologia. É a história dos milagres, descrevendo os meios pelos quais uma única célula microscópica é transformada em um ser humano complexo. Geneticamente o zigoto está completo. Representa um novo indivíduo unicelular. ”

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Scarr, S., Weinberg, RA e Levine A., Understanding Development, Harcourt Brace Jovanovich, Inc., 1986. página 86

“O desenvolvimento de um novo ser humano começa quando o espermatozoide de um macho perfura a membrana celular do óvulo ou óvulo de uma fêmea. As vilosidades tornam-se a placenta, que nutrirá o bebê em desenvolvimento pelos próximos oito meses e meio”.

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Clark, J. ed., O Sistema Nervoso: Circuitos de Comunicação no Corpo Humano, Torstar Books Inc., Toronto, 1985, página 99

“Cada humano começa a vida como uma combinação de duas células, um óvulo feminino e um espermatozoide masculino muito menor. Esta pequena unidade, não maior do que um período nesta página, contém todas as informações necessárias para permitir que ela cresça na complexa estrutura do corpo humano. A mãe tem apenas que fornecer nutrição e proteção. ”

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Turner, JS, e Helms, DB, Lifespan Developmental, 2ª ed., CBS College Publishing (Holt, Rhinehart, Winston), 1983, página 53

“Um zigoto (um único óvulo fertilizado) representa o início da gravidez e a gênese da nova vida.”

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Carlson, fundamentos da embriologia de Bruce M. Patten. 6ª edição. Nova York: McGraw-Hill, 1996, p. 3

“Quase todos os animais superiores começam suas vidas a partir de uma única célula, o óvulo fertilizado (zigoto) … O tempo de fertilização representa o ponto de partida na história de vida, ou ontogênese, do indivíduo.”

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Considine, Douglas (ed.). Enciclopédia Científica de Van Nostrand. 5ª edição. Nova Iorque: Van Nostrand Reinhold Company, 1976, pág. 943

“Embrião: O indivíduo em desenvolvimento entre a união das células germinativas e a conclusão dos órgãos que caracterizam seu corpo quando ele se torna um organismo separado…. No momento em que a célula espermática do homem humano encontra o óvulo da fêmea e a união resulta em um óvulo fertilizado (zigoto), uma nova vida começou…. O termo embrião abrange os vários estágios do desenvolvimento inicial, desde a concepção até a nona ou décima semana de vida. ”

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Lennart Nilsson A Child Is Born: Edição Completamente Revisada (Dell Publishing Co .: New York) 1986

… Mas toda a história não começa com a entrega. O bebê existe há meses – a princípio, sinalizando sua presença apenas com pequenos sinais exteriores, mais tarde como um ser um pouco estranho que vem crescendo e afetando gradualmente a vida das pessoas próximas… ”

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Kaluger, G. e Kaluger, M., Desenvolvimento Humano: O período de vida, página 28-29, The CV Mosby Co., St. Louis, 1974

“Naquela fração de segundo, quando os cromossomos formam pares, [na concepção] o sexo da nova criança será determinado, as características hereditárias recebidas de cada pai serão estabelecidas e uma nova vida terá começado.”

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Langman, Jan. Embriologia Médica. 3ª edição. Baltimore: Williams e Wilkins, 1975, p. 3

“O desenvolvimento de um ser humano começa com a fertilização, um processo pelo qual duas células altamente especializadas, o espermatozoide do macho e o oócito da fêmea, se unem para dar origem a um novo organismo, o zigoto.”

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Embriologia Humana, 3ª ed. Bradley M. Patten, (Nova York: McGraw Hill, 1968), 43.

“É a penetração do óvulo por um espermatozoide e resultante mistura do material nuclear que cada um traz para a união que constitui a culminação do processo de fertilização e marca o início da vida de um novo indivíduo.”

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Essentials of Human Embriology, William J. Larsen, (Nova York: Churchill Livingstone, 1998), 1-17.

“Neste texto, começamos nossa descrição do humano em desenvolvimento com a formação e diferenciação das células sexuais masculinas e femininas ou gametas, que se unirão na fertilização para iniciar o desenvolvimento embrionário de um novo indivíduo. … A fertilização ocorre no oviduto… resultando na formação de um zigoto contendo um único núcleo diploide. Considera-se que o desenvolvimento embrionário começa neste ponto… Este momento de formação do zigoto pode ser tomado como o início ou ponto zero do desenvolvimento embrionário ”.

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Embriologia e Teratologia Humana, Ronan R. O’Rahilly, Fabiola Muller, (Nova York: Wiley-Liss, 1996), 5-55.

“Fertilização é um marco importante porque, em circunstâncias normais, um novo organismo humano geneticamente distinto é assim formado … Fertilização é a procissão de eventos que começa quando um espermatozoide entra em contato com um ovócito secundário ou seus investimentos … O zigoto … é um unicelular embrião..”

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O desenvolvimento humano: Embriologia Clinicamente Orientada, 6ª ed. Keith L. Moore, Ph.D. & TVN Persaud, Md., (Filadélfia: WB Saunders Company, 1998), 2-18:

“[O zigoto] resulta da união de um oócito e um espermatozóide. Um zigoto é o começo de um novo ser humano. O desenvolvimento humano começa na fertilização, o processo durante o qual um gameta masculino ou espermatozoide … se une a um gameta ou oócito feminino … para formar uma única célula chamada zigoto. Esta célula altamente especializada e totipotente marca o começo de cada um de nós como um indivíduo único ”.

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Da próxima vez que um abortista disser que ninguém sabe quando a vida começa, compartilhe isso com ele.

(Via Logos Apologética. Fonte aqui. Tradução: Emerson de Oliveira)

Autora: Cristiane Lasmar

As mensagens feministas dirigidas aos meninos devem ser entendidas como parte de um projeto político e ideológico mais amplo, o programa de ataque à masculinidade está em curso em praticamente todos os países ocidentais.

Vou me concentrar aqui no modo como esse programa é posto em prática na educação das crianças, começando por esclarecer quais são as disposições infantis que estou chamando de “masculinas” e que o projeto feminista tanto se esforça por neutralizar.

Sabemos que, durante a vida intrauterina, o cérebro dos meninos é banhado por uma quantidade muito maior de testosterona do que o das meninas, e que isso determina, em ampla medida, a forma masculina de estar no mundo. Não é difícil perceber, por exemplo, que, em média, os meninos desenvolvem a coordenação ampla antes das meninas, ao passo que estas se antecipam no desenvolvimento da linguagem e da coordenação fina. E que, desde a mais tenra idade, a maioria dos meninos manifestam mais interesse imediato por objetos do que por pessoas, preferem brinquedos que possuem barulho e movimento, e mostram-se ávidos por brincadeiras que envolvam exploração, confronto corporal e dispêndio explosivo de energia.

A maior propensão dos meninos a recorrer à violência física para resolver conflitos também faz parte desse pacote. Quem os educa tem, portanto, diante de si, a importante tarefa de ajudá-los a mitigar e canalizar o seu potencial agressivo para formas de ação civilizadas e socialmente produtivas. Esse esforço de culturalização das disposições naturais masculinas é absolutamente necessário e jamais houve sociedade que deixasse de realizá-lo. Mas o que vem acontecendo no Ocidente contemporâneo é algo sem precedentes. Temos reprimido, em nossos meninos, todo tipo de comportamento que manifeste vigor combativo e espírito abertamente competitivo, sufocando assim traços essenciais de sua masculinidade. Em suma, os meninos estão sendo impedidos de ser meninos plenamente. E, quando resistem, seu modo de ser é problematizado, estigmatizado. Em muitos casos, chega a ser tratado como algo patológico.

É verdade que não se pode culpar a “ideologia de gênero” por absolutamente tudo. Alguns fatores sociológicos também contribuem para esse cerco à masculinidade. Um deles é a intensificação do padrão de vida urbano. A residência em apartamentos, a impossibilidade de brincar na rua ou em quintais, em contato íntimo com a natureza, assim como o fato das crianças precisarem estar sob a vigilância constante de um adulto, tudo isso restringe as suas possibilidades de experimentar situações não premeditadas de aventura, competição e confronto.

A oportunidade de se movimentar amplamente ficou restrita à prática de esportes em clubes e academias, ou seja, a eventos de curta duração, atividades rotinizadas e supervisionadas diretamente por professores e instrutores, sem uma liberdade real. Em muitos casos, porém, nem isso é concedido aos meninos. Uma boa parte das crianças vive a triste realidade do sedentarismo absoluto. Durante o tempo em que não estão na escola, ficam paralisadas diante das telas dos aparelhos eletrônicos, assistindo por horas a fio às aventuras de personagens virtuais que lutam, correm e se arriscam. Tudo o que lhes resta é o exercício vicário da masculinidade.

Outro fator importante que concorre para esse processo é a dinâmica própria da escola. Por seu caráter universalista e homogeneizante, a escola moderna não pode permitir a expressão plena das individualidades dos alunos, e precisa mantê-los quietos pelo maior período de tempo possível. Além disso, com o fenômeno da judicialização crescente das relações sociais, as escolas têm se tornado alvo potencial de processos por parte dos pais, o que leva os gestores a tentar reduzir o risco de acidentes a zero, aprofundando o controle sobre a corporalidade exuberante dos meninos. Eles não podem brincar de luta, envolver-se em competições espontâneas e, em muitos casos, não são nem mesmo autorizados a correr no recreio. Devem ficar sentados por horas a fio, mimetizando a duras penas o comportamento das meninas, que, embora mais conversadeiras, são, em geral, mais maduras e capazes de se manter quietas e concentradas quando necessário. Por serem mais empáticas, elas também têm mais facilidade para desenvolver relações de cumplicidade com os professores.

Além de não possuírem meios para dar expressão às suas necessidades de movimento, ação e competição, os meninos ainda recebem poucos estímulos imaginativos na escola. Os professores são, em sua maioria, mulheres, e os currículos escolares têm se distanciado cada vez mais da sensibilidade masculina típica. Pensemos, por exemplo, na nova onda de desenvolver nos alunos “competências sócio- emocionais”. Não é preciso ser PHD em desenvolvimento infantil para saber que esse tipo de conteúdo será, já de saída, muito mais atraente para as meninas, as quais têm mais facilidade e desenvoltura para falar de seus próprios sentimentos, e gostam de fazê-lo. Não obstante, a matéria é introduzida como se atendesse a uma necessidade geral e irrestrita, e sem nenhuma consideração relativa às diferenças entre os sexos. É claro que isso não ocorre por desconhecimento ou descaso. O objetivo é exatamente o de transformar a sensibilidade dos meninos, da mesma forma como acontece com a seleção da literatura a ser trabalhada em sala de aula. Onde estão as histórias de batalhas, aventuras e heroísmo que tanto encantam a imaginação masculina? Foram substituídas por narrativas politicamente corretas e eivadas de ideologia de gênero.

Em condições normais, esses dois fatores de cerco à masculinidade – a vida urbana e a dinâmica escolar – poderiam ser relativamente contornados pela adoção de estratégias de compensação e adaptação por parte da família e da própria escola. Porém, as chances de se encontrar caminhos alternativos que beneficiem os meninos têm sido limitadas pela interferência de um terceiro fator, que é dentre todos o mais perverso, justamente por impedir o ajuste dos outros dois. Refiro-me à influência nefasta do discurso feminista que apresenta o modo de ser masculino como potencialmente “tóxico”, como algo de que os homens precisam se livrar, para o bem das mulheres e para o seu próprio bem. Nesse ponto, já não estamos mais falando de um constrangimento à masculinidade criado por circunstâncias históricas e sociológicas, e sim de um juízo de valor ideológico e politicamente interessado.

O discurso da “masculinidade tóxica” já se embrenhou em todos os níveis da atividade educacional, impregnando a visão de mundo de boa parte das famílias e de quase todos os gestores e agentes escolares. Em seu nome, os meninos têm sido submetidos a um processo de desvirilização de amplas consequências individuais e sociais. Um exemplo é a redução significativa de suas chances de sucesso escolar. Ao exercer tamanha pressão sobre a masculinidade, a educação atual coloca os meninos em notória desvantagem acadêmica em relação às meninas. Eles são os campeões nos índices de suspensão, expulsão e reprovação. Entre a população menos favorecida economicamente, essa situação tem resultados cruéis. Diminui as chances de mobilidade social e, em casos de maior vulnerabilidade, pode levar à marginalização e à exclusão social.

Do ponto de vista individual, abafar a expressão da sensibilidade natural dos meninos e impedir que ela se desenvolva em formas socialmente legítimas e valorizadas, significa despersonalizá-los e restringir as suas perspectivas de vida.

Do ponto de vista coletivo, significa deixar de prepará-los para assumir as suas responsabilidades futuras como cidadãos e pais de família. Em muitas ocasiões cruciais, e para certas atividades específicas permanentes, uma comunidade precisa contar com a energia viril, do mesmo modo como uma família precisa contar com um homem que seja capaz de assumir riscos e obrigações pesadas para provê-la e protegê-la. É nas situações de calamidade, nos eventos de emergência, e no enfrentamento das ameaças externas, que nos damos conta do quanto a força física, a intrepidez e a objetividade masculinas são predicados imprescindíveis e admiráveis. Como escreveu C. Hoff Sommers, no livro já citado: “A história nos ensina que a masculinidade sem moralidade pode ser letal. Mas quando a masculinidade é imbuída de moralidade, ela se torna poderosa e construtiva, e uma dádiva para as mulheres (grifo meu). ”

Mas os promotores da “ideologia de gênero” não estão preocupados com nada disso. O que nós percebemos como um problema sério, para eles é o corolário de um projeto que foi laboriosamente posto em prática ao longo de cinco décadas e cujos efeitos começam a se tornar mais visíveis agora. O cenário que temos hoje diante de nossos olhos – meninos pressionados em sua masculinidade, meninas confusas em relação à sua feminilidade – vem sendo idealizado, planejado e executado desde o início da segunda onda feminista nos anos 60, quando as universidades, as escolas e os meios de comunicação começaram a ser ocupados por agentes dedicados à pauta da desconstrução.

Em suma, o projeto de desvirilização dos meninos é a outra face do projeto de desfeminilização das meninas. As meninas são convencidas de que a sua feminilidade as transforma em vítimas dos homens. Ressentidas, elas se desfeminilizam para competir com eles. Os meninos são convencidos de que a sua masculinidade os torna algozes das mulheres. Culpados pela dor que alegadamente lhes causariam, eles se desvirilizam para tentar agradá-las. E, desse modo, chega-se mais perto da desestruturação da família heterossexual monogâmica, por meio do ataque a um de seus principais fundamentos, a complementariedade entre os sexos.

Um vídeo produzido pela página polonesa idź Pod Prąd tem feito sucesso nas redes sociais. Postado em 5 de fevereiro, o vídeo já teve mais de 650 mil visualizações e 6,9 mil compartilhamentos apenas na página que o postou e traz o depoimento de várias mulheres polonesas contra o feminismo.

“O feminismo tira do homem a oportunidade de ser forte, guiar o caminho e proteger a mulher. E tira da mulher as suas características naturais, como graciosidade, beleza, sensibilidade e o direito de ser frágil. O feminismo força a mulher a provar que pode ser igualzinha aos homens”, diz umas das mulheres que aparecem na produção.

Uma mulher diz que “é maravilhoso pedir ajuda a meu marido e saber que sempre posso contar com ele”. “Não consigo imaginar uma situação em que eu precise proteger meu esposo. Ser esposa e futura mãe faz com que eu me sinta realizada”, diz outra. “Desenvolva suas paixões, respeite a si mesma, respeite o seu corpo e, acima de tudo, comece a pensar”.

“Deus criou você de um jeito tão lindo. Deixe assim”, diz outra mulher. “Uma mulher não tem que mudar nada. Ela sabe que é uma mulher. Não sente falta de nada”. Outra afirma que o feminismo “é não-feminino”.

“O feminismo é idiota. É contra o bom senso”, diz outra participante. “Acho que hoje em dia as mulheres perderam a sua feminilidade, porque tentam se colocar no lugar dos homens”, afirma outra. O vídeo promove o slogan “Sou uma mulher, #NãoUmaFeminista”.

Página

A página idź Pod Prąd, que significa “Contra a corrente”, diz que oferece “pontos de vista que estão em conflito com as opiniões comumente promovidas”. “O mais importante, no entanto, é que queremos descrever a realidade não da perspectiva da teologia, dos dogmas ou do ensino variável das igrejas, mas com base na Palavra de Deus, a Bíblia”, diz o texto de apresentação da página.

“Deus não encaminhou as Sagradas Escrituras para a casta dos sacerdotes ou professores de teologia. Ele os escreveu como uma carta endereçada diretamente a você!”, diz o texto. “Por muitos anos em nossa terra natal, a noção de cristão foi fortemente desacreditada”, o que se deve, segundo a página, à ação de “fariseus religiosos” que ostentam o título de cristãos.

“Gostaríamos de dizer que não estamos interessadas no mundo projetado pelas feministas. Pouco nos importam a ideologia de gênero, as teorias queer, o ecologismo e suas outras ideias esquerdistas. Não queremos que nos digam o que devemos ser”, diz o texto que acompanha o vídeo. “É hora de mostrar às feministas que a sua ideologia é estúpida e danosa para todas as mulheres. É hora de mostrar às mulheres normais que há milhões de nós”.

Fonte: Sempre Família

Assista ao vídeo (em polonês)

Não é de hoje que somos bombardeados com reportagens e falas de ‘especialistas’ que querem nos ensinar com que brinquedos nossos filhos e filhas precisam brincar, que cores de roupa devem usar, e que elogios podemos dirigir a eles. Porém, de uns tempos para cá, a agenda da desconstrução começou a ganhar contornos mais perturbadores. Crianças supostamente “transgênero” têm sido exibidas nas mídias impressa e eletrônica, em ritmo praticamente diário, como se fossem provas vivas de que ser menino ou menina nada tem a ver com o sexo de nascimento. Não há um só dia em que não nos deparemos com matérias permeadas por essa narrativa, cujas falácias e imposturas pretendo demonstrar aqui.

É necessário começar dizendo o óbvio. Existem, sim, diferenças inatas entre meninos e meninas, e essas diferenças apontam para tendências em termos de comportamento e estilos de desenvolvimento. Não obstante, o modo de ser e de se desenvolver de cada criança será resultado da interação entre tais diferenças inatas, o temperamento individual, e a forma como ela reage aos estímulos que recebe do ambiente. Nesse sentido, em termos de suas escolhas lúdicas e modos de se comportar, algumas meninas podem assemelhar-se mais aos meninos com quem convivem do que à média das meninas de sua idade, preferindo, inclusive, brincar somente com eles. E o mesmo pode acontecer a alguns meninos. Esses casos, perfeitamente normais, não representam contudo maioria.

O importante é ter sempre em mente que, quaisquer que sejam as preferências e o modo de ser de uma criança, privá-la da certeza de ser menino ou menina é uma das maiores violências que se pode cometer contra a sua infância. Pois, ao contrário do que querem nos fazer crer os promotores da ideologia de gênero, não há desejo, figurino, tratamento hormonal ou intervenção nos órgãos genitais capaz de anular as implicações do fato de se possuir em todas as células do corpo um par de cromossomos sexuais. Nos últimos tempos, porém, esse assunto vem sendo tratado de modo tão leviano que se um menino insistir em brincar de boneca, ou em calçar os sapatos da mãe, logo aparecerá algum incauto para classificá-lo como “transgênero” e sugerir que ele seja encaminhado para uma clínica especializada para fazer a sua “transição”.

Além de irresponsável, o discurso sobre as supostas “crianças transgênero” é cheio de incoerências. Os promotores da ideologia de gênero insistem na ideia de que as alegadas diferenças entre meninos e meninas resultam, não de uma realidade naturalmente constituída, e sim de um processo de socialização que reforçaria os “estereótipos sexuais da sociedade ocidental”. Entretanto, são eles próprios os primeiros a projetar nas crianças ditas “transgênero” os atributos que em outros contextos de militância se esforçam por dissolver. Como justificar, no registro de uma narrativa que se diz tão libertária e avessa a “estereótipos”, que um menino atraído pelo universo feminino precise “virar” menina? E que, para tanto, seja estimulado a pintar as unhas e vestir-se de princesa ?

Vejam o malabarismo: quando os comportamentos e preferências das crianças se conformam aos chamados “estereótipos sexuais da sociedade ocidental”, eles são vistos como males a serem combatidos. Mas quando se trata de decidir que uma criança é “transgênero”, os supostos “estereótipos sexuais” tornam-se critérios válidos. E o mais grave: os formuladores desse discurso têm plena consciência da contradição. Eles costumam se referir a essa forma de manipular os conceitos como “essencialização estratégica”. E qual é a estratégia? Criar um contingente de crianças e jovens confusos em relação à sua própria identidade sexual.

O discurso sobre as crianças “transgênero” revela, ainda, uma profunda ignorância a respeito de aspectos cruciais do desenvolvimento infantil. Até os seis ou sete anos de idade, a capacidade imaginativa da criança é praticamente ilimitada. Ela pode se imaginar princesa, super-herói, sereia, cachorro, borboleta, nuvem, o que quer que seja, sem prejuízo algum do fato de saber-se menino ou menina. Essa efervescência da imaginação é, em boa parte, impulsionada pelo comportamento mimético, que nos primeiros anos de vida funciona como um poderoso mecanismo de aprendizagem. Toda criança saudável passa boa parte de seu tempo a imitar os coleguinhas, os adultos com os quais convive, os personagens das histórias. E não há nenhuma barreira que a impeça de, sendo um menino, imitar um personagem real ou fictício do sexo feminino, e vice-versa.

Mas é claro que nenhum processo de identificação se faz sem modelos. Se a criança nunca viu a imagem de um soldado, por exemplo, jamais poderá pretender-se um. Nesse sentido, quanto mais modelos positivos e inequívocos de homem e mulher ela tiver à sua disposição, mais fácil será o seu processo de auto identificação. Para a grande maioria das crianças criadas num ambiente razoavelmente bem provido de modelos, a formação da subjetividade sexual se dá de maneira natural e tranquila, embora sempre modulada pelas idiossincrasias individuais.

Quando os desejos de uma criança por brinquedos, roupas e coleguinhas do sexo oposto se tornam exclusivos e vêm acompanhados de sofrimento psíquico, prejuízo no desenvolvimento social e afetivo, e veementes expressões de desgosto com a sua própria anatomia sexual, não se deve descartar a possibilidade de que ela seja portadora de um transtorno intitulado “disforia de gênero”. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a prevalência dessa condição mental é de 0,005% a 0,014% em indivíduos do sexo masculino, e 0,002% a 0,003% em indivíduos do sexo feminino. Ou seja, trata-se de um transtorno muito raro.

Além de ser raro, na maior parte dos casos o transtorno tende a desaparecer. As taxas de resolução da “disforia de gênero” antes da idade adulta variam, mas chegam à proporção de 97,8%  em meninos, e de 88% em meninas. Diante desses dados, não há absolutamente nenhuma justificativa para outra atitude a não ser a de apoiar afetivamente a criança enquadrada nesse diagnóstico e ajudá-la a se reconciliar psicologicamente com o seu sexo biológico. Porém, na narrativa disseminada na mídia com a conivência de parte da classe médica, esses dados têm sido escamoteados, quando não ativamente distorcidos, o que leva muitas famílias a acreditar que se trata de um quadro muito mais frequente e definitivo. Desencadeiam-se assim temores, ansiedades e condutas absolutamente equivocadas.

Em resumo, o ponto importante é que dizer “criança portadora de disforia de gênero” não é o mesmo que dizer “criança transgênero”. O primeiro termo refere-se a um diagnóstico clínico que, na maioria dos casos, é temporário, ao passo que o segundo denota uma atribuição de identidade, feita por terceiros, com sérias repercussões sociais e psicológicas.

A distância entre ser portador de “disforia de gênero” e ser “transgênero” só pode ser percorrida por uma pessoa adulta, autoconsciente, dotada de discernimento e responsabilidade para tomar decisões que afetarão a sua vida de maneira estrutural e, provavelmente, irreversível. Por tudo isso, podemos considerar mudança de nome, travestismo, e tratamento hormonal para bloqueio da puberdade em crianças como procedimentos abusivos e inteiramente condenáveis. E não só do ponto de vista ético.

Nas numerosas matérias de jornais e revistas impressas e eletrônicas que nos chegam cotidianamente, praticamente não se fala nas altas taxas de suicídios entre pessoas que se submetem a tratamento hormonal e fazem cirurgia de redesignação sexual. Tampouco nos graves riscos que a utilização de hormônios do sexo oposto – passo subsequente ao bloqueio da puberdade – representa para a saúde global e reprodutiva. Tamanho silêncio a respeito de dados extremamente relevantes não deve levantar imediatamente a suspeita de má-fé?

Na verdade, como não somos ingênuos e estamos perfeitamente cientes do objetivo por trás do discurso proselitista da mídia sobre as ditas “crianças transgênero”, bem como de suas fontes bilionárias de financiamento, essa omissão infame não deve nos surpreender. Pois ela apenas corrobora o que já sabemos: nesse ponto, assim como em praticamente todos os outros que compõem a agenda da ideologia de gênero, os interesses político-ideológicos prevalecem sobre a preocupação com o bem-estar dos indivíduos envolvidos.

O que se pretende com toda essa propaganda é induzir os pais e a escola a questionar a identidade sexual das crianças até que todas, ou praticamente todas, acabem se tornando em alguma medida disfóricas em relação à sua própria natureza. Angústias e inseguranças infantis, que podem ter as mais variadas origens, vão sendo assim capitalizadas e imediatamente traduzidas no idioma da identidade sexual. E aí eu pergunto: quem vai pagar a conta quando, daqui a duas ou três décadas, essa geração de crianças perceber que foi submetida a um experimento social que lhe tirou, na melhor das hipóteses, a possibilidade de dar plena expressão à sua condição sexuada?

Fonte Original

Fontes médicas consultadas:

Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edition, American Psychiatric Association.

“Gender Ideology Harms Children”. American College of Pediatricians. September 2017.

 

O propósito mais perverso da chamada “ideologia de gênero” é promover a dissolução das noções de feminino e masculino, minando o padrão conjugal de complementariedade entre os sexos.

O programa consiste, basicamente, em desfeminilizar as meninas e desvirilizar os meninos. Neste artigo, vou tratar especificamente do caso das meninas, que estão sendo expostas sem nenhuma defesa a uma torrente de mensagens desfeminilizantes vindas da mídia, da escola, e da indústria cultural. No final das contas, descontados todos os vernizes e recadinhos secundários, o conteúdo dessas mensagens é o seguinte: “para que sua existência seja validada pela sociedade, você precisa abrir mão de sua feminilidade.”

Um dos alvos prioritários desse discurso é a escolha da profissão. É bem sabido que as mulheres têm as suas carreiras prediletas. Em geral, predominam as profissões ligadas à docência e à saúde, à organização doméstica, ao cuidado de terceiros, e ao atendimento ao público em geral. Obviamente, nem todas as mulheres se encaixam nesse esquema. E, embora haja também áreas profissionais atraentes para ambos os sexos, a diferenciação vocacional é uma realidade inquestionável, que pode ser explicada pelo simples fato de homens e mulheres serem diferentes.

Os promotores da ideologia de gênero insistem, porém, que a maior propensão das mulheres a buscar preferencialmente certas atividades resulta de um modelo de educação machista e impositivo, que as levaria a se conformar aos “estereótipos femininos tradicionais”. Ora, um tal raciocínio seria válido se estivéssemos discutindo casos como o das meninas da Índia, do Paquistão, da China ou da maioria dos países muçulmanos. Mas no Ocidente contemporâneo, principalmente nas zonas urbanas, esse viés já não existe há muito tempo. Ao contrário, todo o esforço da escola e da mídia, ao longo das últimas décadas, tem sido no sentido de borrar as diferenças entre os sexos e tratá-los como perfeitamente intercambiáveis. Ou seja, o que vem ocorrendo é o oposto do que quer nos fazer crer esse discurso vitimista.

As meninas vêm sendo bombardeadas, de longa data, com uma intensa propaganda feminista cujo objetivo é lhes convencer não só de que devem colocar a vida profissional no centro de suas atenções, como também de que as profissões tidas como masculinas são mais interessantes que as outras. E, ainda assim, a maioria continua buscando profissões tradicionalmente femininas. O velho e batido argumento de que somos eternas vítimas de um sistema social opressor, que restringe as nossas opções, cai por terra à luz dos fatos reais.

O caso dos países nórdicos é particularmente exemplar. Em 2008, a Noruega foi eleita o primeiro país do mundo em igualdade de oportunidades para homens e mulheres. Trata-se da educação mais igualitária do mundo. Mas, como bem demonstrou o jornalista Harald Eia no documentário “O Paradoxo da Igualdade”, apesar de todos os esforços no sentido de se eliminar qualquer fator material ou simbólico que possa infletir as escolhas de futuro dos estudantes, apenas 10% dos enfermeiros noruegueses são homens, ao passo que apenas 10% dos engenheiros são mulheres. Ou seja, as escolhas profissionais das mulheres norueguesas não podem ser explicadas por nenhum tipo de discriminação.

Mas a forma especificamente feminina de estar no mundo não se atualiza apenas na escolha da profissão. Ela se revela também no tipo de relação que as mulheres estabelecem com a carreira. Mesmo quando exercem profissões tidas como masculinas, elas costumam colocar mais limites do que os homens à quantidade de tempo e de energia que disponibilizarão para o trabalho fora de casa. E isso porque sabem que as suas possibilidades de realização existencial plena dependem de serem capazes de construir um lar estruturado e harmônico. A verdade é que a maioria das mulheres não quer abrir mão de cuidar pessoalmente dos filhos, mesmo que a profissão seja um aspecto importante de suas vidas.

Qualquer pessoa esclarecida sabe que a coletividade só tem a ganhar com a presença e a atuação das mulheres na esfera pública. Foi com isso em vista que, no final do século XIX e início do XX, mulheres corajosas e inteligentes lideraram, na Europa e nos Estados Unidos, movimentos em prol da ampliação dos direitos e dos espaços de atuação social femininos. Porém, estando em perfeita sintonia com a perspectiva das mulheres que representavam, as primeiras “feministas” sabiam que as conquistas femininas precisavam ser conciliáveis com as conveniências da vida familiar. Caso contrário, não seriam conquistas, e sim mera permuta infeliz de papéis. Duas coisas fundamentais eram levadas em consideração. Primeiro, o fato das crianças precisarem da atenção de suas mães. Segundo, que parte significativa do bem-estar subjetivo das mulheres está atrelada às suas obrigações morais para com a família.

A partir dos anos 60, porém, houve uma ruptura e uma mudança de rumo. Com o respaldo intelectual de figuras então já consagradas, como a filósofa francesa Simone de Beauvoir, o chamado “feminismo da segunda onda” abraçou falsos pressupostos, dentre os quais o mais nocivo foi o de que cuidar dos filhos representa uma atividade menor. Em “O Segundo Sexo”, Beauvoir afirmou que a maternidade é uma espécie de maldição que pesa sobre a mulher, tornando-a “escrava da espécie” e confinando-a ao domínio da imanência. Ela desprezava a vocação materna com todas as suas forças e acreditava que qualquer possibilidade de transcendência feminina dependia da saída e do abandono do lar. Em certa ocasião, esse ícone do feminismo foi capaz de dizer a seguinte frase: “Nenhuma mulher deveria ser autorizada a ficar em casa e criar os filhos. A sociedade deveria ser totalmente diferente. As mulheres não deveriam ter essa escolha, precisamente porque se a tiverem, muitas vão fazer isso.”

Guardadas algumas pequenas diferenças individuais que não afetavam o conjunto da obra, as feministas da segunda onda comungavam dessa visão estreita de liberdade feminina e nutriam a mesma aversão à maternidade e ao trabalho doméstico. Elas ignoraram por completo, ou fingiram ignorar, o aporte de inteligência, vigor e inspiração necessário ao trabalho cotidiano de uma boa mãe. Não compreenderam que não pode haver maior expressão de poder criativo do que fomentar, dia após dia, noite após noite, durante anos a fio, a existência de outro ser. Aliás, elas não foram nem sequer capazes de enxergar a maternidade como uma responsabilidade social de amplas consequências. E assim, com base na opinião de mulheres nada razoáveis, que projetaram a imagem de uma nova sociedade movidas pelos seus ressentimentos em relação aos homens, e olhando apenas para o seu próprio umbigo, foi construída uma ideologia política falaciosa, individualista e autoritária.

Ao tratar a maternidade como um fardo e atacar a figura da “mãe de família”, o feminismo se distanciou do universo feminino e fechou os olhos, de maneira covarde e perversa, para as necessidades das crianças. Fez estragos significativos na vida de pelo menos duas gerações de mulheres, transformando-as em pessoas angustiadas, existencialmente partidas, que correm atrás de um prejuízo que na verdade nunca tiveram. A boa notícia é que mesmo tendo sido impregnadas conceitualmente pelos slogans e palavras de ordem feministas, e a despeito de toda a tensão introduzida em suas vidas, a maioria das mulheres ainda mantêm o coração conectado ao projeto familiar, mesmo que de maneira um tanto quanto aflita. Por outro lado, não podemos deixar nos perguntar: até quando a feminilidade resistirá a tantas forças antagônicas?

Nos últimos anos, temos assistido a uma intensificação do proselitismo feminista em novas bases, com a introdução da ideologia de gênero no domínio da educação das crianças. Talvez pelo fato do discurso da auto vitimização e da acusação aos homens não ter sido suficiente para tirar as mulheres da rota do casamento e da família, a estratégia foi modificada e aprofundada. Na pauta feminista atual, influenciada pelo desconstrucionismo radical de autores ligados ao Movimento Queer, como Judith Butler, inclui-se o objetivo de solapar os próprios fundamentos da auto identificação sexual das meninas, privando-as do acesso a conceitos, imagens e símbolos que lhes permitam dar sentido cultural e expressar de maneira positiva a sua condição feminina.

Essa agenda está em andamento. Em muitos lugares, as meninas já não têm mais modelos positivos de feminilidade para imitar. Não podem mais se vestir de princesa, cuidar da boneca ou brincar de casinha sem que isso seja politicamente problematizado. Não devem dizer que sonham em se casar e ter filhos, sob pena de serem ridicularizadas. Só têm acesso a formas de literatura que questionem os chamados “estereótipos tradicionais”. E estão crescendo sem recursos cognitivos e culturais que lhes possibilitem desenvolver uma percepção clara de si mesmas como meninas e futuras mulheres. Aliás, em algumas escolas, já não se usa mais pronomes femininos para se referir a elas. Com tantas mensagens e injunções contrárias, é bem possível que, de tão sufocada, um dia a sua feminilidade natural já não tenha mais forças para emergir e direcionar suas escolhas.7

Fonte Original: Por Cristiane Lasmar

Por CRISTIANE LASMAR

Neste artigo vou falar sobre os meninos. Mais precisamente, sobre o modo como as suas disposições naturais vêm sendo depreciadas pela cultura feminista que domina a cena educacional contemporânea.

As meninas são educadas para a auto vitimização e a desfeminilização, e crescem com a falsa percepção de que os homens são inimigos potenciais. Os meninos, por sua vez, são levados a acreditar que aquilo que neles é mais espontâneo e específico, ou seja, a sua masculinidade, é nociva ao mundo e, principalmente, às mulheres.

As mensagens feministas dirigidas aos meninos devem ser entendidas como parte de um projeto político e ideológico mais amplo, cujos fundamentos, objetivos e métodos já foram dissecados por autoras como Christina Hoff Sommers, no livro “The War Against Boys” (2000) e Suzanne Venker, em “War on Men” (2013). Embora descrevendo o fenômeno a partir dos dados relativos à sociedade americana, essas análises descortinaram as bases do programa de ataque à masculinidade que está em curso em praticamente todos os países ocidentais. Vou me concentrar aqui no modo como esse programa é posto em prática na educação das crianças, começando por esclarecer quais são as disposições infantis que estou chamando de “masculinas” e que o projeto feminista tanto se esforça por neutralizar.

Sabemos que, durante a vida intra-uterina, o cérebro dos meninos é banhado por uma quantidade muito maior de testosterona do que o das meninas, e que isso determina, em ampla medida, a forma masculina de estar no mundo. Não é difícil perceber, por exemplo, que, em média, os meninos desenvolvem a coordenação ampla antes das meninas, ao passo que estas se antecipam no desenvolvimento da linguagem e da coordenação fina. E que, desde a mais tenra idade, a maioria dos meninos manifestam mais interesse imediato por objetos do que por pessoas, preferem brinquedos que possuem barulho e movimento, e mostram-se ávidos por brincadeiras que envolvam exploração, confronto corporal e dispêndio explosivo de energia.

A maior propensão dos meninos a recorrer à violência física para resolver conflitos também faz parte desse pacote.

Quem os educa tem, portanto, diante de si, a importante tarefa de ajudá-los a mitigar e canalizar o seu potencial agressivo para formas de ação civilizadas e socialmente produtivas. Esse esforço de culturalização das disposições naturais masculinas é absolutamente necessário e jamais houve sociedade que deixasse de realizá-lo.

Mas o que vem acontecendo no Ocidente contemporâneo é algo sem precedentes. Temos reprimido, em nossos meninos, todo tipo de comportamento que manifeste vigor combativo e espírito abertamente competitivo, sufocando assim traços essenciais de sua masculinidade. Em suma, os meninos estão sendo impedidos de ser meninos plenamente. E, quando resistem, seu modo de ser é problematizado, estigmatizado. Em muitos casos, chega a ser tratado como algo patológico.

É verdade que não se pode culpar a “ideologia de gênero” por absolutamente tudo. Alguns fatores sociológicos também contribuem para esse cerco à masculinidade. Um deles é a intensificação do padrão de vida urbano. A residência em apartamentos, a impossibilidade de brincar na rua ou em quintais, em contato íntimo com a natureza, assim como o fato das crianças precisarem estar sob vigilância constante de um adulto, tudo isso restringe as suas possibilidades de experimentarem situações espontâneas de aventura, competição e confronto. A oportunidade de se movimentarem amplamente ficou restrita à prática de esportes em clubes e academias, ou seja, a situações de curta duração, rotinizadas e supervisionadas diretamente por professores e instrutores, ou seja, sem uma liberdade real. Em muitos casos, porém, nem isso é concedido aos meninos. Uma boa parte das crianças vive a triste realidade do sedentarismo absoluto. Durante o tempo em que não estão na escola, ficam paralisadas diante das telas dos aparelhos eletrônicos, assistindo por horas a fio as aventuras de personagens virtuais que lutam, correm e se arriscam. Tudo o que lhes resta é o exercício vicário da masculinidade.

Outro fator importante que concorre para esse processo é a dinâmica própria da escola. Por seu caráter universalista e homogeneizante, a escola moderna não pode permitir a expressão plena das individualidades dos alunos, e precisa mantê-los quietos pelo maior período de tempo possível. Além disso, com o fenômeno da judicialização crescente das relações sociais, as escolas têm se tornado alvo potencial de processos por parte dos pais, o que leva os gestores a tentar reduzir o risco de acidentes a zero, aprofundando o controle sobre a corporalidade exuberante dos meninos. Eles não podem brincar de luta, envolver-se em competições espontâneas e, em muitos casos, não são nem mesmo autorizados a correr no recreio. Devem ficar sentados por horas a fio, mimetizando a duras penas o comportamento das meninas, que, embora mais conversadeiras, são, em geral, mais maduras e capazes de se manter quietas e concentradas quando necessário. Por serem mais empáticas, elas também têm mais facilidade para desenvolver relações de cumplicidade com os professores.

Além de não possuírem meios para dar expressão às suas necessidades de movimento, ação e competição, os meninos ainda recebem poucos estímulos imaginativos na escola. Os professores são, em sua maioria, mulheres, e os currículos escolares têm se distanciado cada vez mais da sensibilidade masculina típica. Pensemos, por exemplo, na nova onda de desenvolver nos alunos “competências socioemocionais”. Não é preciso ser PHD em desenvolvimento infantil para saber que esse tipo de conteúdo será, já de saída, muito mais atraente para as meninas, as quais têm mais facilidade e desenvoltura para falar de seus próprios sentimentos, e gostam de fazê-lo. Não obstante, a matéria é introduzida como se atendesse a uma necessidade geral e irrestrita, e sem nenhuma consideração relativa às diferenças entre os sexos. E é claro que isso não ocorre por desconhecimento ou descaso. O objetivo é exatamente o de transformar a sensibilidade dos meninos, da mesma forma como acontece com a seleção da literatura a ser trabalhada em sala de aula. Onde estão as histórias de batalhas, aventuras e heroísmo que tanto encantam a imaginação masculina? Foram substituídas por narrativas politicamente corretas e eivadas de ideologia de gênero.

Em condições normais, esses dois fatores de cerco à masculinidade – a vida urbana e a pedagogia escolar – poderiam ser relativamente contornados pela adoção de estratégias de compensação e adaptação por parte da família e da própria escola. Porém, as chances de se encontrar caminhos alternativos que beneficiem os meninos têm sido limitadas pela interferência de um terceiro fator, que é dentre todos o mais perverso, justamente por impedir o ajuste dos outros dois. Refiro-me à influência nefasta do discurso feminista que apresenta o modo de ser masculino como potencialmente “tóxico”, como algo de que os homens precisam se livrar, para o bem das mulheres e para o seu próprio bem. Nesse ponto, já não estamos mais falando de um constrangimento à masculinidade criado por circunstâncias históricas e sociológicas, e sim de um juízo de valor ideológico e politicamente interessado.

O discurso da “masculinidade tóxica” já se embrenhou em todos os níveis da atividade educacional, impregnando a visão de mundo de boa parte das famílias e de quase todos os gestores e agentes escolares. Em seu nome, os meninos têm sido submetidos a um processo de desvirilização de amplas consequências individuais e sociais. Um exemplo é a redução significativa de suas chances de sucesso escolar. Ao exercer tamanha pressão sobre a masculinidade, a educação atual coloca os meninos em notória desvantagem acadêmica em relação às meninas. Eles são os campeões nos índices de suspensão, expulsão e reprovação. Entre a população menos favorecida economicamente, essa situação tem resultados cruéis. Diminui as chances de mobilidade social e, em casos de maior vulnerabilidade, leva à marginalização e à exclusão social.

Do ponto de vista individual, abafar a expressão da sensibilidade natural dos meninos e impedir que ela se desenvolva em formas socialmente legítimas e valorizadas, significa despersonalizá-los e restringir as suas perspectivas de vida. Do ponto de vista coletivo, significa deixar de prepará-los para assumir as suas responsabilidades futuras como cidadãos e pais de família. Em muitas ocasiões cruciais, e para certas atividades específicas permanentes, uma comunidade precisa contar com a energia viril, do mesmo modo como uma família precisa contar com um homem que seja capaz de assumir riscos e obrigações pesadas para provê-la e protegê-la. É nas situações de calamidade, nos eventos de emergência, e no enfrentamento das ameaças externas, que nos damos conta do quanto a força física, a intrepidez e a objetividade masculinas são predicados imprescindíveis e admiráveis. Como escreveu C. Hoff Sommers, no livro já citado: “A história nos ensina que a masculinidade sem moralidade pode ser letal. Mas quando a masculinidade é imbuída de moralidade, ela se torna poderosa e construtiva, e uma dádiva para as mulheres (grifo meu).”

Mas os promotores da “ideologia de gênero” não estão preocupados com nada disso. O que nós percebemos como um problema sério, para eles é o corolário de um projeto que foi laboriosamente posto em prática ao longo de cinco décadas e cujos efeitos começam a se tornar mais visíveis agora. O cenário que temos hoje diante de nossos olhos – meninos pressionados em sua masculinidade, meninas confusas em relação à sua feminilidade – vem sendo idealizado, planejado e executado desde o início da segunda onda feminista nos anos 60, quando as universidades, as escolas e os meios de comunicação começaram a ser ocupados por agentes dedicados à pauta da desconstrução.

Em suma, o projeto de desvirilização dos meninos é a outra face do projeto de desfeminilização das meninas. As meninas são convencidas de que a sua feminilidade as transforma em vítimas dos homens. Ressentidas, elas se desfeminilizam para competir com eles. Os meninos são convencidos de que a sua masculinidade os torna algozes das mulheres. Culpados pela dor que alegadamente lhes causariam, eles se desvirilizam para tentar agradá-las. E, desse modo, chega-se mais perto da desestruturação da família heterossexual monogâmica, por meio do ataque a um de seus principais fundamentos, a complementariedade entre os sexos.

Uma ativista do grupo feminista Femen tentou arrancar a imagem do menino Jesus do presépio montado na Praça São Pedro, no Vaticano, hoje (25). Sem nada cobrindo o corpo da cintura para cima, ela invadiu o cenário de Natividade gritando “Deus é mulher”. Ela tinha essa mesma frase pintada em suas costas.

Acabou sendo impedida pela polícia quando já estava com a estátua em mãos. Segundo o Femen, tratava-se de um ato defendendo “o direito das mulheres ao próprio corpo”. As feministas ligadas ao grupo já fizeram diversos protestos contra a defesa da Santa Sé da proibição do aborto e da contracepção.

Em nota publicada em sua página oficial, as feministas acusam a religião cristã de ser “um forte ataque medieval à liberdade das mulheres e a seus direitos naturais”, insistindo que “uma criança não vem de um deus, mas de uma mulher”. 

A mulher que foi detida pela polícia é a ucraniana Alisa Vinogradova. Seu objetivo, segundo o Femen é “completar a vitória sobre o patriarcado”. Havia cerca de 50 mil pessoas na praça onde cerca de duas horas mais tarde o papa Francisco entregara sua tradicional mensagem de Natal, “Urbi et Orbi”.

Outra feminista do mesmo grupo já havia tentado roubar a imagem de Jesus do presépio do Vaticano, em 2014. Com informações das agências.