Se há 50 anos você se encontrasse em uma das pequenas localidades do interior da Holanda, dificilmente poderia se perder. A única coisa que você precisava fazer era olhar para cima, encontrar a torre da igreja, e você sempre encontraria o caminho de volta. Porque a igreja – literalmente – estava no coração da localidade.

Nas comunidades rurais, a igreja também era um ponto central da vida. A missa dominical, as festas católicas, os casamentos e os funerais: a igreja era o lugar onde todos se encontravam e compartilhavam as notícias do dia. O pároco, assim como outros voluntários da igreja, visitavam regularmente os idosos, e os concertos que o coro da igreja dava eram frequentados por muitos dos moradores.

As coisas mudaram

Em muitas localidades holandesas, a igreja ainda pode ser encontrada no coração do vilarejo, o bar local ainda tem muitos visitantes, e dentro e em volta da escola de Ensino Fundamental católica as vozes de crianças brincando ainda podem ser ouvidas. Mas, se você falar com os moradores, perceberá rapidamente que muitas das suas comunidades mudaram rapidamente na última década.

A igreja não é mais o ponto central de encontro da comunidade. Muitas vezes ela até fechou as suas portas, devido ao número decrescente de fiéis. Aqueles que ainda frequentam a igreja geralmente são velhos; a geração mais jovem não sente mais a necessidade de ir à missa dominical.

Na era de ouro do catolicismo holandês, a situação era completamente diferente. Nos anos 1960, 55% dos 2,7 milhões de católicos holandeses ainda iam à missa regularmente, segundo o centro de pesquisa holandês KASKI.

O número de fiéis tem diminuído desde então. No ano 2000, em média, 439.000 católicos foram à igreja durante os fins de semana. Em 2017, esse número caiu para 157.900 pessoas: apenas 6% de todos os católicos holandeses.

Fechamento de igrejas

Ao longo das últimas décadas, muitas igrejas na Holanda foram fechadas, devido à diminuição do número de participantes, aos altos custos de manutenção e à falta de padres. Mesmo assim, essa é apenas a ponta do iceberg.

Em uma entrevista a um jornal local no ano passado, o cardeal holandês Wim Eijkpreviu que, na Arquidiocese de Utrecht, 285 igrejas precisavam ser fechadas, o que significa que, no ano de 2030, apenas 15 igrejas ainda estarão abertas na arquidiocese.

Joris Kregting, um pesquisador do KASKI, também prevê que as dioceses prosseguirão muito mais rapidamente com o fechamento de igrejas. Ele discorda, no entanto, com a previsão de Eijk, pensando que o processo será um pouco mais lento.

“Não podemos dizer exatamente quais igrejas serão fechadas, não temos uma previsão dos números anuais das diferentes paróquias, mas, se se observarmos o número de igrejas fechando e o número de fiéis, achamos que se pode esperar razoavelmente que, em 2030, apenas 45 igrejas estarão abertas na arquidiocese de Utrecht”, disse Kregting.

Diferenças entre dioceses

De acordo com Kregting, nem todas as dioceses holandesas fecharão suas igrejas no mesmo ritmo. Ele acha que uma razão importante para isso são as políticas diferentes em cada diocese. A Arquidiocese de Utrecht e a Diocese de Den Bosch (no sul; no papel, a maior diocese da Holanda em termos de população) são as principais representantes do processo de fechamento de igrejas.

“Já está claro onde as igrejas fecharão rapidamente. Algumas dioceses decidiram por um extenso processo de fusão de paróquias, enquanto outras estão olhando mais para a cooperação entre paróquias”, explicou Kregting em entrevista à Katholiek Nieuwsblad.

Outra razão importante para essas políticas diferentes, segundo Kregting, é a situação financeira das paróquias em cada diocese. Na Diocese de Roermond, no sul, por exemplo, as igrejas não estão sendo fechadas tão rapidamente, porque a Igreja ainda é culturalmente importante para muitas pessoas.

“Na Holanda, as pessoas ainda tendem a dar mais dinheiro para a Igreja do que para outras instituições. Esse pode ser um fator importante ao decidir manter uma igreja aberta por mais algum tempo”, disse Kregting.

Questões complexas e difíceis surgem em uma localidade quando se fala em fechar a igreja local. Qual é a melhor decisão: restaurar a igreja, demoli-la, vendê-la ou talvez remodelá-la e transformá-la em um centro comunitário? Quem vai pagar? E o que acontecerá com o prédio, no fim das contas?

De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo jornal holandês Trouw, uma em cada cinco igrejas holandesas – tanto protestantes quanto católicas – não são mais usadas como igreja. Muitas delas foram remodeladas e transformadas em um centro cultural ou comunitário, ou ainda transformadas em apartamentos.

Pesquisa da Katholiek Nieuwsblad

Que efeitos o fechamento de uma igreja tem em uma localidade? A vida católica nesses vilarejos está desaparecendo junto com a igreja? E quais são as consequências do fechamento de uma igreja para as tradições da localidade, o envolvimento dos voluntários e a solidariedade entre os moradores?

Ainda há muito que não sabemos sobre isso. Portanto, a Katholiek Nieuwsblad está atualmente realizando uma extensa pesquisa, com o apoio financeiro do Dutch Journalism Fund. Realizando entrevistas com especialistas e acadêmicos, pesquisando dados e fazendo documentários curtos em localidades onde as igrejas fecharão em breve, a revista católica holandesa está tentando oferecer uma imagem mais clara de um problema crescente entre os holandeses e a comunidade católica internaciona

A reportagem é de Michiel van de Kamp, publicada por Katholiek Nieuwsblad/Crux.

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Willem Jacobus Eijk é, desde 2008, arcebispo de Utrecht e primaz da Holanda e cardeal desde 2012. Sua tarefa não é fácil: é responsável por uma Igreja que nos últimos anos sofreu uma redução drástica em termos numéricos, chegou a um acordo com um processo de secularização impetuoso e presenciou polêmicas internas, que, contudo, foram aos poucos se abrandando. Os católicos holandeses caíram de 5,5 milhões em 1990, a pouco menos de 4 milhões hoje, o que representa uma redução de 37 a 23 por cento da população. Formado em medicina, com uma tese sobre eutanásia, e em filosofia, o Cardeal Eijk foi ordenado sacerdote em 1985.

Eis a entrevista.

Eminência, de acordo com um estudo da ONU a Holanda é o sexto país mais feliz do mundo. Quem está dentro sente a mesma coisa? Os holandeses são felizes hoje?

Depende muito dos critérios que essas pesquisas utilizam para chegar a conclusões. De acordo com um relatório de uma entidade oficial holandesa, o Instituto para o Planejamento Social e Cultural (SCP), dois terços dos holandeses são pessimistas, acreditam que o país está seguindo na direção errada. Há um sentimento generalizado de que nos últimos anos a Holanda piorou. Lamenta-se um empobrecimento dos costumes, do modo como as pessoas se tratam. Nas discussões públicas é comum ouvir insultos, mesmo no parlamento, e respira-se um clima de intolerância. Uma parte crescente da população está convencida que o Estado ajuda demais os imigrantes e muito pouco os holandeses nativos. Alguns vivem em um estado de carência extrema.

A Holanda é um país rico, é claro, e essa riqueza é certamente uma das razões que levou a ONU a declarar que os holandeses estão entre os mais felizes do mundo. Mas nem todos nos últimos anos têm aproveitado a recuperação econômica: os grupos da população menos instruídos estão sofrendo um empobrecimento. Nós, Igrejas, estamos fazendo mais e mais para as famílias pobres, aquelas em que pai e mãe ficaram ambos desempregados. O estado ocupa-se cada vez menos dessas pessoas, os recursos para a assistência social diminuíram e o resultado é que o número de pessoas que já não conseguem pagar o aluguel ou as contas básicas aumentou.

Uma parte da população está se tornando cada vez mais rica, tem nas mãos a maioria dos recursos financeiros, enquanto a outra parte é cada vez mais pobre e cada vez mais irritada porque vê que os outros estão aproveitando a situação. Dentro desse quadro é crescente a desconfiança em relação à elite política: uma parte da população pensa que os políticos não fazem nada para ajudá-la e que nem sequer tentam fazê-lo porque a Holanda perdeu parte da sua soberania, devolvendo-a à UE.

Hoje em dia, qual é a característica da sociedade holandesa que mais lhe agrada e qual a que mais lhe preocupa?

Os holandeses são generosos, querem ajudar os menos afortunados. Neste momento estamos realizando uma grande arrecadação de fundos para as vítimas da fome no Sudão do Sul, organizações cristãs e não cristãs se uniram nesta iniciativa. Por outro lado, há coisas que me deixam triste: a falta de fé em nossa sociedade e a relativa perda de valores éticos ligados à fé e ao bom senso. É possível constatar que no nosso país o respeito pela vida humana está aos poucos diminuindo. Outro campo que gera preocupação é em relação ao casamento: poucos se casam, seja na igreja ou no registro civil.

Como em muitos outros países europeus, a fé e a prática religiosa diminuíram muito na Holanda. Segundo a edição de 2016 do levantamento “Deus na Holanda” a soma de ateus e agnósticos representa quase 60 por cento da população holandesa, e pela primeira vez o número de ateus declarados superou o daqueles que acreditam na existência de um Deus pessoal.

Em sua opinião, qual foi o fator mais importante que desencadeou a tendência de queda no número de crentes e da prática religiosa? Trata-se de causas relacionadas com as Igrejas, portanto com a teologia liberal e com a pastoral ligada a esse direcionamento, ou é a pressão geral da sociedade que enfatiza e impõe valores seculares?

O fator mais importante, em minha opinião, é a cultura. Os primeiros sinais de uma secularização entre os católicos na Holanda já podiam ser observados nas décadas de 1920 e 1930. Nas grandes cidades já havia católicos que não frequentavam mais a igreja, que já não batizavam mais os filhos. O fenômeno se intensificou desde a Segunda Guerra Mundial. Em outubro de 1947, realizou-se um simpósio no seminário menor da Arquidiocese de Utrecht em que sacerdotes e laicos reuniram-se para estudar este problema. Eles falaram dos problemas da pastoral e formularam a previsão de que um grande número de pessoas batizadas deixaria a Igreja silenciosamente nas décadas seguintes. Eles estavam certos, porque vinte anos mais tarde a Igreja holandesa havia se esvaziado bem rapidamente. Em 1947 já se verificava que muitos católicos mantinham com a Igreja um vínculo de tipo ético-social, mas não estavam interessados nas verdades da fé. Vivia-se em uma rede de organizações católicas, mas faltava uma vida pessoal de oração, uma verdadeira espiritualidade.

Karol Wojtyla visitou nosso país no final da década de 1940, quando estava realizando a sua tese de doutorado na Universidade de Leuven, na vizinha Bélgica, e mesmo expressando admiração para a grande estrutura e organização da Igreja Católica, observou uma falta de vida espiritual, de uma ligação pessoal com Cristo. Ele constatou que a Igreja Católica na Holanda estava unida e combatia os protestantes, mas era uma unidade puramente no negativo, pois carecia de fé pessoal.

Todos esses fatores tornaram-se a causa da grave crise que a Igreja holandesa tem vivido desde o início dos anos 1960, momento em que surgiu o fenômeno do individualismo. A grande prosperidade que se iniciou na época colocava a pessoa em condições de viver de forma bastante independente dos outros e isso levou a um individualismo muito forte, exagerado, que bem conhecemos agora em nosso país. O individualista é uma pessoa autorreferencial, que acredita ter não apenas o direito, mas o dever de construir por si o seu próprio ser e seus próprios valores éticos. Não procura pontos de referência nos outros, em realidades e estruturas que o transcendam, mas apenas em si mesmo. E esse indivíduo está fechado em si mesmo, não se abre a um Deus transcendente e nem mesmo a uma comunidade de fiéis, que é a essência da Igreja. Todos esses fatores levaram à grave crise de fé e da vida da Igreja Católica de hoje.

Inclusive os teólogos vêm experimentado essa evolução, tornando-se cada vez mais liberais. Eles sentiram os efeitos bem mais do que os produziram. Edward Schillebeeckx, por exemplo, um professor de dogmática na Universidade de Nijmegen, costumava ser bastante ortodoxo nos anos 1950, mas a partir de 1965 tem se transformado em um defensor das novas correntes teológicas. Os teólogos foram mais seguidores das mudanças da cultura do que tiveram influencia sobre ela. Para isso contribuíram múltiplos fatores, cujo resultado é que a catequese acabou faltando na Igreja Católica nos últimos cinquenta anos.

Eu frequentei uma escola religiosa em Amsterdã e, nos primeiros anos, de 1965 a 1967, recebi uma excelente formação de catequese, especialmente bíblica. Prometeram-nos que tratariam dos sacramentos a partir do terceiro ano, mas nunca o fizeram. Os professores de religião ainda eram sacerdotes, mas havia discussões sobre Che Guevara, sobre os temas da época, mas nada sobre religião. Eu descobri e mantive a vocação sacerdotal graças ao pároco da minha cidade natal, perto de Amsterdã, uma pessoa de grande sensibilidade. Em geral na escola católica não tinha catequese, e isso é um problema que subsiste até hoje.

Nas paróquias não é ensinada a catequese?

Atualmente apenas é feita uma preparação para a Primeira Comunhão e para a Crisma, mas é muito difícil reunir os jovens para a catequese, há muitas atividades recreativas, todo mundo tem seus próprios programas pessoais. Quando eu era criança não havia tantas atividades, hoje em dia é muito difícil reunir as pessoas à tarde ou à noite para a catequese. Ainda existem muitas escolas com uma identidade católica, mas como a maioria dos alunos não é mais católica, e nem mesmo os professores o são, ou não são membros ativos, a escola católica não tem mais condições de transmitir a fé como acontecia até 50 anos atrás.

No Relatório “Deus na Holanda”, ressalta-se que os católicos mais jovens são mais ortodoxos do que os mais velhos em relação à doutrina católica tradicional. O senhor concorda ou isso não passa de uma ilação?

É isso mesmo, posso confirmá-lo. As gerações mais velhas são aquelas que nos anos 1960 adotaram as novas correntes teológicas, enquanto os jovens, quando ainda acreditam, não questionam a ortodoxia e têm uma intensa vida de oração. O Domingo de Ramos coincide com uma atividade da pastoral juvenil na minha arquidiocese, que inclui uma hora de Adoração.

Os nossos jovens realmente amam a Adoração, adoram a oração silenciosa. Durante essa hora, nós sempre oferecemos a possibilidade de fazer a confissão, e praticamente todos os jovens se confessam, mas quando se fala em confissão com a geração mais velha, as reações são bem mais negativas e hostis: “Nós não fazemos mais essas coisas”. Não se vê isso entre os jovens, eles são muito abertos para a confissão. O número de católicos é sempre decrescente, mas a qualidade está aumentando, e isso é um sinal de esperança.

Num futuro próximo, a Igreja na Holanda será muito pequena, mas vai ser uma Igreja com uma forte fé, que poderá ser a semente para o Reino de Deus na sociedade do amanhã. Eu não sou um arcebispo desesperançado, no entanto, temos de aceitar que a Igreja na Holanda vai se tornar muito pequena. Estou fechando muitas igrejas, talvez um terço das igrejas da Arquidiocese de Utrecht será fechada antes de 2020 e dois terços antes de 2025. Talvez tenhamos condições de manter umas 20 paróquias, com uma ou duas igrejas em cada uma delas, enquanto na década de 1960 eram quase 400: é uma imensa redução. Mas quando os paroquianos têm uma fé forte e profunda, esta poderá ser o fermento do futuro: esta é a minha esperança para o tempo que virá. E devo dizer que, mesmo entre os idosos aqueles que permanecem têm uma fé mais substancial do que a que havia em sua própria geração no passado.

Quando eu me tornei pároco assistente em 1985, a maioria dos meus paroquianos apoiava às idéias do movimento de 8 de Maio. Era o nome do movimento surgido na véspera da visita de João Paulo II à Holanda, que justamente ocorreu em 8 de Maio de 1985. Foi uma visita muito especial, com muitos protestos contra o papa: foi a visita mais difícil que João Paulo enfrentou durante o seu longo pontificado. Os participantes do movimento defendiam uma teologia liberal, criticavam muitos pontos delicados da doutrina da Igreja, especialmente contestavam à moralidade sexual. No domingo, a igreja ainda estava bastante cheia, mas eu sabia que a maioria das pessoas presentes não aceitava o teor de meus sermões. Hoje não é mais assim, o ambiente é mais relaxado, é mais tranquilo. Agora anunciar a fé se tornou mais fácil do que era há 30 anos. Nem todos os desenvolvimentos são negativos, seria um erro pensar isso.

Apesar da diminuição do número de católicos na Holanda, as estatísticas mostram que a cada ano várias centenas de adultos convertem-se ao catolicismo. Que tipos de pessoas são estes adultos que pedem para ser acolhidos na Igreja Católica?

São pessoas tão diversas como é a sociedade holandesa. Algumas poucas se tornam católicas para se casar com um católico, a maioria descobre a fé católica através de amigos ou após um evento importante na vida. Alguns são protestantes, outros nunca foram batizados. Eles são pessoas muito diferentes, e cerca de metade deles se tornam fiéis ativos com uma forte fé.

Há muitos estrangeiros entre eles, ou em sua maioria são holandeses?

A maioria é de nativos holandeses. Entre os imigrantes cristãos encontram-se muitas pessoas batizadas, crentes, mais educadas na fé do que os holandeses. Na Holanda temos um milhão de islâmicos, mas também 800-900 mil católicos imigrantes, que são uma parte muito ativa nas paróquias da parte ocidental do país, nas grandes cidades como Amsterdã, Haia e Rotterdam.

Recentemente o senhor ressaltou a necessidade de um documento de alto nível da Igreja Católica sobre a ideologia de gênero. Por que tal documento seria importante?

Inclusive sobre esta questão a Holanda foi pioneira. Na década de 1980 uma clínica universitária de Amsterdã, de filiação protestante, foi a primeira a oferecer tratamentos tanto hormonais como cirúrgicos para mudar o sexo biológico. O seguro de saúde pagava a maior parte do tratamento e continua sendo assim. Hoje, através de comissões da ONU, são exercidas pressões consideráveis sobre os estados para implementar legislações adequadas com a teoria de gênero, principalmente programas nas escolas. O que defende em resumo esta teoria? Que no passado a identidade de gênero era imposta pela sociedade, especialmente em relação ao papel social da mulher, mas agora somos individualistas, adulto, autônomos, e, portanto, temos o direito e o dever de escolher a nossa identidade de gênero.

Hoje, na Holanda, a teoria do gênero já não é mais um tema debatido, todos a aceitam como um fato evidente: o gênero não tem uma ligação essencial com o sexo biológico, o indivíduo tem a liberdade de determinar sua própria identidade de gênero e de mudar o sexo biológico conforme sua vontade, de acordo com suas idéias sobre a sua identidade de gênero. Para as pessoas tornou-se difícil entender que uma mudança de sexo é algo incompatível com a doutrina da Igreja sobre o casamento e a sexualidade. É por isso que eu pedi um documento sobre a teoria do gênero para o magistério romano: não necessariamente uma encíclica, mas um documento que explique claramente o que a Igreja pensa da teoria de gênero, com base em uma antropologia filosófica cristã, de modo que as pessoas possam entender que, com base na visão do mundo que a Igreja defende, e que vem da Sagrada Escritura e Tradição, o sexo biológico é essencial para a identidade de gênero.

Pode haver mudanças em relação ao papel social do gênero, isso acontece em todas as culturas e ao longo da história, mas não pode ser dito que o gênero é totalmente separado do sexo biológico. Fiz o pedido de tal documento porque todos na nossa sociedade aceitam a teoria de gênero sem ter ciência de suas consequências e da antropologia que pressupõe. O Papa falou algo sobre o assunto aqui e ali, falou de uma colonização ideológica agressiva em relação à teoria de gênero, de uma guerra em escala mundial contra o casamento e a família, mas um documento específico sobre a teoria de gênero poderia ser profético.

Outra questão delicada é a legislação para a eutanásia que na Holanda já existe e é bastante permissiva. O que o senhor pensa da legislação em vigor e das consequências das reformas que são propostas na direção do suicídio assistido?

A situação está ficando complicada. Uma comissão criada pelo governo e presidida por um membro do partido D66, que lutou muito para a introdução da eutanásia na Holanda, concluiu no ano passado que a lei atual funciona bem e não há necessidade de mudá-la. A comissão escreveu que, de fato, na Holanda existem pessoas idosas que gostariam de poder usufruir do suicídio assistido mesmo que não sofram de nenhuma doença, só porque consideram que “completaram suas vidas”. Essas pessoas, de acordo com a comissão, já podem fazer uso da lei vigente. Apesar disso, os ministros da Justiça e da Saúde, em 13 de outubro do ano passado, enviaram uma carta ao Parlamento, em que anunciaram planos para introduzir um novo projeto de lei, para ser anexado ao já existente sobre a eutanásia, para aqueles que consideram ter completado a sua vida. Tal lei sobre a “vida completada” preveria que cada pessoa tivesse o direito de solicitar o suicídio assistido dirigindo-se aos agentes assistenciais autorizados, que podem ser médicos, psicólogos e enfermeiros especializados. Os assistentes têm a competência para verificar se a pessoa está solicitando o suicídio assistido de forma coerente e livre, sem pressões familiares ou ambientais. O próprio partido D66 anunciou um projeto de lei para o suicídio assistido para os idosos, indicando como idade mínima os 75 anos.

Esta é uma nova etapa na discussão da eutanásia na Holanda. Quando alguém menciona que essas propostas estão assumindo uma inclinação perigosa, todos negam e protestam, mas é impossível não notar que a legislação tem avançado por um declive escorregadio dos anos 1970 até hoje. Principiou-se falando em eutanásia para doenças incuráveis na fase terminal da vida; em seguida, discutiu-se sobre a eutanásia fora da fase final; mais tarde, nos anos 1990, foi estendida para doenças psiquiátricas e neurodegenerativas; depois, em 2004, foi introduzido o Protocolo de Groningen, que autoriza a supressão da vida de recém-nascidos gravemente enfermos e, pela primeira vez, foi quebrada uma barreira, aquela que defendia que a supressão de vida deveria ser solicitada pelo paciente. Agora o próximo passo parece ser a introdução do suicídio assistido para aqueles que não sofrem de uma doença, mas afirmam que completaram a sua vida.

Nos últimos 30 anos, a Holanda tornou-se alvo de um grande fluxo migratório. Muito migrantes vêm de regiões do mundo onde a visão religiosa da vida ainda é prevalente. Muitos deles são muçulmanos. A sua percepção é que estes imigrantes estão se secularizando como a maioria dos holandeses, ou estão mantendo e transmitindo uma forte identidade religiosa?

Até 2004 observou-se uma tendência à secularização, inclusive entre os imigrantes islâmicos, mas desde 2004 nota-se um reforço da identidade islâmica entre os imigrantes, especialmente aqueles que chegam da Turquia e do Marrocos e que acima de 95 por cento declaram- se islâmicos praticantes. De fato, 40 por cento dos muçulmanos na Holanda visitam a mesquita às sextas-feiras, um percentual significativo quando comparado com o dos cristãos que frequentam regularmente uma igreja, que é de 10-15 por cento. A prática do culto aos domingos entre os católicos é inferior a 5 por cento. Os islâmicos têm identidade religiosa mais forte do que a de protestantes e católicos atuais.

Quantas mesquitas sunitas existem na Holanda? E quantas paróquias católicas?

As mesquitas são atualmente 500, e outras estão sendo construídas. Eles constroem mesquitas, nós cristãos fechamos igrejas. As paróquias católicas são cerca de 1.500, um número que está se reduzindo assim como o número de igrejas abertas ao culto. Há igrejas que não são mais usadas, mas como que não há compradores, esperamos antes de desconsagrá-las permanentemente. Atualmente na minha arquidiocese há cerca de vinte igrejas à venda. Eu sou da opinião que devemos evitar gastar todos os recursos financeiros de uma paróquia na manutenção de uma igreja que não está em uso, deixando as gerações futuras sem fundos, de mãos vazias: na Holanda não há a destinação de 8 por mil do imposto (alíquota destinada às igrejas, na Itália). Os municípios podem declarar uma igreja no seu território como patrimônio cultural. Isso impossibilita interferir sobre sua arquitetura, e torna-se difícil a venda, porque o comprador não poderá mais alterar sua destinação, ao mesmo tempo em que os municípios gastam muito pouco para a manutenção dessas igrejas declaradas como patrimônio. As municipalidades amarram as mãos da Igreja, mas pouco ajudam para encontrar uma solução.

Fonte: Tempi

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Na Holanda existe agora a multi-parentalidade gay ou as famílias homossexuais polivalentes. É disso que se trata e tomem cuidado para não se perderem entre os laços de “parentesco”.

Jaco e Sjoerd são um par de homens homossexuais “casados”  um com o outro (foto acima). Eles também têm um outro parceiro homossexual, Sean, que tem relações sexuais com ambos. Jaco e Sjoerd gostariam de se casar com Sean, mas, infelizmente, segundo eles dizem, tanto a poligamia heterossexual como homossexual ainda é proibida na Holanda: “Jaco e eu somos casados há oito anos. Infelizmente, não podemos casar com Sean, caso contrário, já o teríamos feito em um piscar de olhos”. Mas, prosseguindo, Daantje e Dewi são um par de lésbicas. Elas também são “casadas”. Os cinco se conhecem há anos. O par de lésbicas resolveu ter um filho através de uma sexta pessoa. Agora eles querem que esta criança seja educada por todos os cinco homossexuais. Assim, eles se dirigiram até o cartório para assinar um contrato regular de educação multigenitorial gay: “Cinco pais com direitos e deveres iguais, divididos em duas famílias: estas são as condições do contrato que todos nós assinamos e apresentamos ao escrivão”.

Mas, para os Países Baixos, este tipo de contrato não é juridicamente legal. No entanto, dado que cinco cabeças gay pensam melhor que uma só hetero, especialmente quando se trata de política igualitária, as duas “famílias” encontraram uma brecha. Na Holanda existe a possibilidade de que a mãe biológica nomeie para substituir o pai biológico ou cônjuge (também gay), um outro genitor legal. E assim Jaco foi nomeado genitor legal, em vez de Dewi. “Queríamos fazer de modo a ter certeza de que haveria um genitor legal em ambas as famílias, porque dividiremos também a educação”, disse essa última.

Esse caso holandês, que parece ter sido retirado do teatro do absurdo, é realmente muito ilustrativo porque abre os nossos olhos para a verdadeira revolução que a ideologia de gênero desencadeou tanto na antropologia como na estrutura familiar. Por trás de tudo se esconde uma lógica tão demente quanto férrea, que, se aceita, não fará outra coisa senão legitimar a multi-homo-parentalidade.

Primeiro: por que restringir o casamento a duas pessoas, se o ponto cardeal é o afeto? Três amigos não poderiam se querer bem o suficiente para querer se casar? Em segundo lugar, se dois gay — prossegue o argumento – podem buscar terceiros para ter uma criança, por que ela teria que ficar necessariamente restrita a uma só família?

Terceiro, se “família” é também aquela feita por um casal gay, porque a família não pode ser ainda composta por cinco gays?

Em quarto lugar, se uma criança pode vir ao mundo com a participação de quatro ou cinco pessoas, incluindo aí mães e pais biológicos, as mulheres que alugam o útero e outras que “doam” o DNA mitocondrial, por que tal criança não poderia ser educada por mais pessoas? Quanto mais pessoas o melhor, certo? Repetimos: se parte de você as premissas, deverá também aceitar as conclusões.

Estas quatro questões provocativas podem fundir-se em uma única reflexão. O caso ocorrido na Holanda encontra o seu coração pulsante em uma só palavra: “desejo”. O desejo, por sua própria natureza, se expande ao infinito. Se você deixá-lo correr à rédea livre, pode ter certeza de que ele jamais retornará ao seu ponto de partida, mas o levará para longe, muito longe.

E, de fato, essa história de genitores elevada à enésima potência tem um dinâmica centrífuga e no centro desta homo-lavanderia está o desejo. Um homem quer ter um relacionamento sexual com outro homem. Os dois querem “se casar”. Este par de “cônjuges” conhece um terceiro e tem em mente expandir a “família”. Os três conheçem um casal de lésbicas e querem ampliar ainda mais a “família”. O casal de lésbicas quer também se “casar” e, em seguida, querem um bebê. Todos os cinco desejam apaixonadamente ver crescer o bebê. E não tem ninguém para freá-los em suas intenções, porque agora se acredita que esses desejos são sacrossantos. Alguém do lado oposto diz que o certo seria proibir todas essas coisas, pois esses tipos de desejos não deveriam ser incentivados. Liberal sim, mas até um certo ponto. Um ponto bem plantado nas profundezas da loucura.

La Nuova Bussola Quotidiana

Via Fratres In Unum

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A Cidade de Amsterdã, na Holanda, ganhou na justiça, permissão para fechar cafés que vendem maconha no Red Light District (distrito da Luz Vermelha, em português), bairro onde se concentram casas de prostituição. A maconha é tecnicamente ilegal na Holanda, mas a posse de pequenas quantidades da droga não é crime, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

A erva é vendida abertamente em coffee shops, e a prostituição é legal, mas o prefeito de Amsterdã, Eberhard van der Laan, alega que os bordéis e os coffee shops do distrito provocam um aumento da criminalidade e que, por isso, pretende fechá-los. Os proprietários dos cafés, por sua vez, reclamam que as leis estão sendo “seletivamente aplicadas” contra eles.

Em uma decisão publicada na última quarta-feira, 23, a Corte de Amsterdã demonstrou concordar com o prefeito e declarou que Laan “tem a liberdade para colocar em prática políticas que considere oportunas para proteger a ordem pública”.

A cidade já fechou 192 dos 482 bordéis no Red District, desde 2006. O plano agora é fechar 26 dos 76 coffee shops em funcionamento.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/cafes-que-vendem-maconha-podem-ser-fechados-em-amsterda,90445aab62495410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

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Cena triste e, ao mesmo tempo comum, na Europa. Observe a faixa preta com a inscrição “I’m not a Church” (Eu não sou uma Igreja) na frente do templo em Copenhagen ( Dinamarca).  Prédios que abrigaram cultos no passado estão sendo vendidos porque caíram no desuso! Alguns viram bares, outros bibliotecas, outros boates. Um continente outrora cristão e hoje ateu, humanista, materialista.

Rezemos pela Europa!

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Entre 600 e 700 igrejas católicas serão dessacralizadas e entregues a uso profano nos próximos cinco anos, informou o jornal oficioso vaticano L’Osservatore Romano, citado por CWN. 

O jornal vaticano citou estatísticas da “Future for Religious Heritage”, associação dedicada a preservar os prédios religiosos. Entre 400 e 500 locais de reunião protestantes também serão desafetados até 2018.

A Holanda conta com 1.267 igrejas paroquiais católicas, só ficam 2.804 padres e apenas 179 seminaristas, segundo as estatísticas Vaticanas.

Na Holanda fecham duas igrejas por semana, segundo a agência Reuters. Um dos problemas menores – mas quão importante – é o destino das obras de arte sacras.

Em sentido contrário, congregações tradicionais andam à procura desses objetos religiosos tão simbólicos e necessários para o culto, acrescenta Reuters.

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Objetos sacros podem acabar como neste Café em Tóquio

Esse “espírito” dizimou clero e fiéis, e agora chegou ao ponto – aliás, anunciado como objetivo do progressismo – de liquidar o patrimônio eclesiástico.

Na igreja de Eindhoven, o altar foi enviado para a catedral da República Dominicana, mas o prédio sagrado foi transformado num posto de saúde, bem no gosto do progressismo miserabilista e anti-tradicional.

Ouras igrejas católicas viraram livrarias ou teatros, enquanto os objetos religiosos foram repassados para igrejas na Ucrânia.

Essas transferências são as menos chocantes. Segundo Eugene van Deutekom, arquivista e historiador diocesano reconheceu que há tantos objetos religiosos sobrando que custa achar igrejas que os aceitem. A solução menos pior seria doá-los a museus.

A frequentação dos católicos à Missa dominical foi a mais alta da Europa antes do Vaticano II, mais de 90%, disse o Pe. Jan Stuyt de Nijmegen.

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Inglaterra: igreja transformada em moradia, Northumberland

“Agora estamos abaixo do nível da Franca”, com uma frequentação inferior a 10% dos fiéis. A igreja modernizada não atraiu ninguém e repeliu a maioria.
Entre 1970 e 2008, já foram demolias 205 igrejas católicas holandesas, enquanto outras 148 foram convertidas em lojas, centros de saúde, restaurantes, apartamentos ou ainda outros usos não explicados.

Marc de Beyer, curador do Museu Catharijnecovent de Utrecht reconheceu que há um super-fornecimento de obras de arte religiosas provenientes das igrejas dessacralizadas: por volta de 150.000 objetos sagrados.

Entrementes, o temido risco de esses objetos sagrados serem usados de formas que tocam na blasfêmia ou escarnio da religião tem se verificado. Alguns bares e discotecas utilizam desrepeitosamente ou com intenções blasfemas.

Sem falar do temor, que muitos dos prédios sejam convertidos em mesquitas.

 

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Em visita ad limina a Roma, os bispos neerlandeses informaram ao papa Francisco a profundidade da crise da Igreja católica nos Países Baixos, com o êxodo dos fiéis e dos praticantes tendo atingido proporções críticas.

O cardeal Willem Eijk, arcebispo de Utrecht, falou à Rádio Vaticano, sublinhando que hoje centenas de igrejas católicas correm o risco de serem fechadas e que a Igreja “nos Países Baixos” está à beira do colapso, após ter se “secularizado de modo drástico”, relata Hilary White no LifeSiteNews.

O número de católicos praticantes continua a diminuir. “Durante os anos 1950 (ndt: Antes do Concílio Vaticano II), 90% dos católicos ainda iam à Igreja todos os domingos. Hoje, eles não passam de 5%”.

Isso tem consequências materiais: a Igreja católica não recebe nenhuma subvenção pública, vivendo apenas do dízimo e das doações pagas voluntariamente pelos fiéis. “É por isso que somos forçados a fechar numerosas igrejas”, explicou ele.

E para citar estatísticas recentes, de acordo com as quais, em 2010, somente 16% dos neerlandeses se identificaram como católicos, uma proporção que deverá, salvo um milagre, cair a 10% daqui até 2020 – data na qual o islã tomará o posto de segunda religião dos Países-Baixos, na frente dos protestantes, que deverão então se situar em 4, ou, no máximo, 5%.

O papa Francisco, precisou o cardeal Eijk, reagiu a esses números catastróficos exortando os bispos neerlandeses a “não cederem em nada”. “Deveis manter a coragem e, sobretudo, a esperança que Cristo nos deu. Esta esperança jamais decepciona”, disse o papa Francisco, citado pelo cardeal.

Quais as razões desse declínio?

Se ele não começou a se tornar palpável senão ao longo da década de 1960, ele se tornaria imediatamente após a Segunda Guerra mundial, sublinhou o cardeal Eijk: naquela época, podia-se ver “problemas” mesmo entre os católicos, enquanto que os protestantes tinham começado a despencar desde o início do século XX: a Igreja “perdia sua relação com a doutrina da fé e não atingia mais a vida cotidiana das pessoas”.

Dito de outra forma, a crise que vivemos se enraizou em uma crise da autoridade e do ensino fiel da doutrina. É verdade que nos Países-Baixos católicos – outrora o primeiro fornecedor mundial de missionários – a promoção do Novo catecismo e as atitudes lenitivas do clero em relação às exigências morais da Igreja, especialmente sobre o plano dos costumes, contribuíram muito para persuadir os católicos de que tudo ia muito bem e que não era preciso se preocupar.

Hoje, de acordo com uma estimativa da associação “Futuro do patrimônio religioso” (The Future of Religious Heritage), publicada em 2010, 600 a 700 igrejas católicos neerlandesas estarão fechadas ao culto daqui a cinco anos. Atualmente, as igrejas fecham ao ritmo de, em média, duas por semana, por falta de paroquianos ou praticantes. O relatório, baseado em números de 2008, prevê também o fechamento de 150 dos 170 monastérios e casas religiosas ativas deste ano até 2018.

Interrogado sobre esse estado de coisas, o cardeal Eijk explicou que em sua própria diocese, Utrecht, as 326 paróquias existentes estão prestes a serem fundidas em 49 conglomerados territoriais, no seio dos quais uma única igreja é designada como “Centro eucarístico”. “Não temos padres suficientes hoje para celebrar a missa em cada igreja, centralizamos então a celebração em apenas uma”, declarou ele.

Esse colapso da prática está ligado à queda vertiginosa dos casamentos religiosos: “Nos Países-Baixos há muitos casais gays, casais que co-habitam, e cada vez menos casamentos religiosos católicos. Trata-se de uma queda considerável que indica claramente que o cuidado pastoral da família deve ser uma prioridade em nosso país”, indicou ele. E de afirmar a vontade da Igreja de permanecer firme e audível em sua condenação do aborto e da eutanásia.

O papa Francisco, em seu discurso aos bispos neerlandeses, focou sobre “a educação das consciências”, que hoje é essencial, visto o “vazio espiritual” de seu país fortemente laicizado, sublinhando que seria importante que os católicos estejam onde as decisões são tomadas.

Porém, como proceder em um contexto onde “a doutrina da fé”, como diz o cardeal Eijk, agora é tão mal conhecida e onde os desenvolvimentos mais extremos da cultura de morte se impuseram entre a indiferença geral – quando esta não fora aderida em nome da tolerância?

Fonte: Le blog de Jeanne Smits – Tradução: Dominus Est – 

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Opino:  A legalização do aborto representou o rompimento de um dique que nos conduz de uma catástrofe moral a outra”. 

O dom sagrado da vida sendo relativizado, todo o resto vem em efeito cascata..Não é possível negociar a vida em nenhuma circunstância.
A Holanda sempre se colocou como uma nação “avançada nos costumes” e , infelizmente, neste aspecto, é vista como modelo e tende a se espalhar suas  leis de morte para a Europa e de lá para o mundo. Antes era o “não nascido”, agora são os  nascidos, mas “com defeitos”, como se fossem pequenas máquinas.
As palavras são pobres para expressar a indignação por essa monstruosidade.
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Mathias von Gersdorff

Sem dúvida foi chocante e indignante a notícia sobre a planejada legalização da matança de recém-nascidos doentes na Holanda. A introdução da eutanásia para neonatos está abrindo uma fase completamente nova na luta pelo direito à vida.

A partir de agora será possível matar recém-nascidos, evidentemente sem a sua anuência. 

A matança de neonatos não é nenhuma invenção dos tempos modernos. Já era praticada entre os povos pagãos. Somente com o advento do Cristianismo é que houve uma mudança de consciência e cessou essa prática tão inumana, injusta e cruel como o aborto. 

Assim, a introdução legal da eutanásia para recém-nascidos documenta não apenas a decrescente influência que o cristianismo exerce em nossos dias, mas também para onde se dirige a nossa sociedade em razão do desaparecimento da influência cristã. Ela está voltando, em sua decadência, à barbárie e ao paganismo

Essa notícia, por mais assustadora que seja, não surgiu de modo inesperado. Como já foi largamente descrito, o diagnóstico pré-natal (DPN) — isto é, a investigação médica da criança no útero materno — calcula a possibilidade da ocorrência de doenças genéticas ou outras quaisquer no nascituro.

Na prática, trata-se de verificar principalmente se existe no feto a ocorrência de trisonomia 13, 18 ou 21 (síndrome de Down ou mongolismo), portanto as derivações genéticas mais frequentes. Cerca de 90% das crianças com a síndrome de Down são abortadas depois de tais controles médicos.

Em via de regra o crime do aborto é a perspectiva mais iminente num diagnóstico pré-natal, uma vez que apenas numa parte cada vez menor dos casos é possível fazer operações ou empregar terapias efetivas. Assim, via de regra, o objetivo visado pelo diagnóstico pré-natal e pelos testes genéticos é claramente a seleção de crianças com defeitos físicos.

É importante saber que os diferentes processos de diagnósticos pré-natais (DPN) só podem fornecer uma probabilidade sobre a existência de doenças e de modo algum uma certeza absoluta. Deste modo são mortas até mesmo crianças sadias (e doentes sobrevivem). 

Posto que muitos desses abortos são feitos tardiamente — sendo por isso chamados de abortos tardios —, muita gente apela pura e simplesmente para o infanticídio: “De fato seria melhor deixar que a criança viesse ao mundo de modo natural para então matá-la, se ela estiver realmente doente. Neste caso se teria absoluta segurança sobre o estado de sua saúde e os médicos evitariam o risco de serem responsabilizados”. 

Do aborto à eutanásia de recém-nascidos

Na Alemanha, por ocasião da revisão do parágrafo 218 do Código Penal — que tratava da penalidade aplicável a uma mulher que praticasse o aborto — no início dos anos 90, sob o nome de “indicação embriopática”, foi introduzida na legislação a respeito do aborto a “indicação eugênica” (§ 218 a do Código Penal), que desembocou depois na indicação “medicinal” ampliada. Essa indicação médica permite abortos até pouco antes do nascimento caso haja perigo para a saúde da mãe. Porém, isso é mera teoria. 

Na prática, o simples risco de nascer uma criança seriamente defeituosa (os testes genéticos e o diagnóstico pré-natal não dão uma certeza de 100%) já é considerado como um peso psíquico de tal maneira grande para a mãe, que não se pode impedi-la de abortar. Isso, por sua vez, é o pressuposto legal que alimenta o grande desenvolvimento do diagnóstico pré-natal e dos testes genéticos. A medicina pré-natal é hoje em dia um segmento econômico com forte crescimento. A esse ponto chegamos! 

Essas considerações não são novas. Iberto Giubilini e Francesca Minerva, dois acadêmicos que exercem suas atividades em Melbourne (Austrália), argumentam na revista especializada de medicina Journal of Medical Ethics que do ponto de vista lógico deveria ser permitido matar recém-nascidos cujo estado de saúde corporal ou mental justificasse um aborto do ponto de vista legal. É um reconhecimento de que aborto e infanticídio se equivalem. 

Esta colaboração científica de ambos no Journal of Medical Ethics sobre a valoração moral do assassinato de crianças, tal como se faz com o feto no aborto, provocou uma onda de indignação no mundo inteiro. Os autores colocam no mesmo nível o “status” moral do assassinato de um recém-nascido e o de um feto. A ambos — ao feto e ao recém-nascido — faltariam, segundo Giubilini e Minerva, as capacidades que justificam o reconhecimento de um direito à vida.

Nossa preocupação não deve restringir-se à situação na Holanda, pois na Alemanha já foram também estabelecidas as condições prévias para a prática da eutanásia em recém-nascidos… 

Também na Alemanha vai se colocar a pergunta: Para que fazer testes caríssimos e extremamente estressantes para a futura mãe? Se a criança pode ser morta um minuto antes de seu nascimento natural, por que então não poderia alguns minutos depois do nascimento, quando se pode constatar claramente seu estado de saúde? 

Aqui fica evidente uma coisa: a legalização do aborto representou o rompimento de um dique que nos conduz de uma catástrofe moral a outra. As soluções de compromisso não conseguem sustar este processo. A propósito da vida é preciso manter o que o cristianismo ensinou desde o início: Não é possível fazer compromissos! 

A completa proibição do aborto deve continuar a ser o objetivo da luta em prol do direito à vida.

Foto acima de crianças judias durante a segunda guerra mundial em "experimentos"

Carta de um jovem, Giovanni Bonizio, deficiente de 24 anos, da Comunidade de Santo Egídio, em Roma, ao jornal italiano católico “Avvenire”.

A carta refere-se a um debate sobre a aprovação da eutanásia, em particular após a aprovação dessa medida para crianças na Holanda. ( Veja aqui no Blog maiores informações)

Queridos leitores:

Chamo-me Giovanni Cicconi Bonizio: vivo em Roma, tenho 24 anos. Há um tempo, em vários jornais italianos, publicaram-se artigos sobre um pediatra holandês que pratica a eutanásia em crianças com distintas enfermidades ou deficiências a fim de livrar-lhes do destino de uma vida impossível e tal que não valha a pena ser vivida.

Ouvi falar de um referendo, de deixar passagem para a livre pesquisa cientifica: são outros terrenos, mas próximos ao do médico holandês. Falei com algumas pessoas e dei-me conta de que é um tema atual e que é uma posição defendida por muita gente.

Entre os casos em que o médico praticou a eutanásia está o de um menino nascido com espinha bífida (mielomeningocele). Eutanásia por “sentido profissional” e por “amor” segundo o relato. Perguntava o médico, de fato, quase com horror, num jornal: “Mas viram alguma vez um menino nascido com espinha bífida?”. Queria mudar a pergunta. Viram alguma vez crescer um menino com espinha bífida e converter-se em jovem, em adulto? Haverá visto alguma vez?

Acrescento outra: Quando é que uma vida vale a pena ser vivida? Parece-me que muitos falam como se a resposta fosse óbvia mas precisamente não é.

Evidentemente devo ser um sobrevivente. Não deveria existir: nasci com espinha bífida. Contudo, tenho uma vida feliz, intensa, também muitos amigos. Passei nos exames universitários e tenho meu diploma. Desde Junho passado trabalho Banco de interesse nacional. A minha vida é o que se diria ser “uma vida cheia de interesses”. O meu trabalho é bom, a minha família é a que muitos desejariam. Alguns problemas adicionais na vida criaram-me uma sensibilidade às dificuldades das outras pessoas e talvez por isso é que há anos saio ao encontro dos anciãos: a amizade também os ajuda a viver.

Leio, falo, escrevo, sei usar o computador como todos os jovens de minha idade. Quando nasci, poucos apostavam em mim. Felizmente houve quem me quis, verdadeiramente, e não se assustou. Pouco a pouco pude erguer-me, inclusive caminhar e fazê-lo bem. Movo-me por mim mesmo em uma cidade como Roma. Custou-me mais que aos demais, sou mais orgulhoso que os demais. Não calculo a minha inteligência (nem a do médico holandês), mas certamente posso falar, expressar o que penso, ainda que esse médico teorize que aqueles como eu não podem comunicar, e por isso seria melhor que desaparecessem.

A minha vida não é nem triste nem inútil. É certo que sofri várias intervenções cirúrgicas que me ajudaram a superar problemas de diferentes tipos e me permitiram viver o mais possível uma vida – como se diz – normal. Não foi sempre fácil; algumas vezes também sofri, mas nas camas próximas à minha havia sempre muitos outros jovens com o mesmo desejo de se curar, de comunicar, de fazer amigos e, sobretudo, de viver.

Existe, pelo contrário, uma incapacidade de conceber a vida quando há dificuldades a superar. O médico holandês, e os que pensam como ele, deverão questionar o seu medo da vida. Medo a uma vida que contém cansaço, conquista, lutas, derrotas, vitórias, e que não é só um simples crescimento biológico, talvez embriagado das últimas – mas satisfatórias – modas. Um postal “bonito” e “triunfante” que se dilui com as primeiras dificuldades da vida, onde todos exigem o seu grande sorriso e fazem “fitness” e “beach volley”.

Penso que nos deveríamos questionar um pouco mais sobre o que é verdadeiramente humano e o que não é, em lugar de ficarmos surpreendidos pelo facto de que, na nossa sociedade, aumenta o número de pessoas deprimidas, e que não se sabe o que importa de verdade aos jovens.

O problema é que nem sempre se faz tudo o que se poderia fazer para ajudar quem tem um problema, uma enfermidade, a viver melhor. É sobre isto que o médico holandês, que pensa que a eutanásia é um modo de dar dignidade à vida, deveria gastar mais energias e conhecimentos.

A eutanásia em crianças parece-me verdadeiramente horrível, porque elas não se sabem defender. Mata-se – porque é disso que se trata – os que têm defeitos sem esperar sequer que cresçam para ver o que ocorre, sem dar ao contrário aquilo que é necessário: mais ajuda a quem somente é mais fraco.

A proposta é esta: se precisamente queremos eliminar algo, então em lugar de abolir a fragilidade é melhor começarmos por abolir o medo da fragilidade que nos faz a todos mais desumanos (e mais indefesos).

Giovanni Bonizio
Comunidade de Santo Egídio, Roma

Martijn Uittenbogaard, presidente da associação Martijn

ACI

Em uma decisão controvertida, um Tribunal de recurso na Holanda aprovou a existência de uma associação de pedófilos, que, em primeira instância, havia sido dissolvido no ano passado, considerando que esta não seria “uma ameaça para a desintegração da sociedade”.

De acordo com o jornal ABC de Madri, a associação Martijn, que defende o sexo consensual entre crianças e adultos, poderá continuar suas funções, uma vez que o Tribunal de apelação de Arnhem, Leeuwarden, salientou que “o trabalho da associação é contrário à ordem pública, mas não há uma ameaça de desintegração da sociedade”.

Apelando para a “liberdade de expressão”, o Presidente da Associação Martijn Uittenbogaard, apelou a decisão de um tribunal em Assen, que ordenou a dissolução do grupo de pedófilos em junho de 2012.

Fundada em 1982, a associação Martijn, cuja sede era no distrito judicial de Arnhem, Leeuwarden, diz que ele é a favor da aceitação do sexo consentido entre adultos e crianças, mas indica que eles são contra qualquer tipo de abuso sexual.

O recurso levantado contra a associação afirmava que os antecedentes criminais de alguns membros do abuso sexual poderiam estar relacionados com a associação, mas que eles nunca haviam cometido um crime tipificado como pedofilia.

“O texto e imagens publicadas no site de Martijn são legais e nunca estimularam adultos a terem relações sexuais com crianças”, acrescenta o Tribunal que proferiu a controvertida decisão.

O Tribunal porém assinalou que a associação é contrária a certos princípios da lei dos Países Baixos, porque “banaliza os perigos do contato sexual com crianças e fala bem destes contatos”.

Por sua parte, o Presidente da associação, através de sua conta no Twitter, escreveu que “ainda existem sábios juízes, felizmente”.

No dia 21 de novembro de 2011, o Tribunal de Leeuwarden rejeitou abrir um processo contra a associação. No entanto, o ex-presidente do mesma entidade, Ad van den Berg, foi condenado em 18 de outubro de 2011 na cidade de Haarlem a três anos de prisão, por posse de fotografias, filmes e revistas de pornografia infantil.

Em espanhol.

Fonte ReL

La Asociación para la Muerte Voluntaria en Holanda abrirá el próximo 1 de marzo la primera clínica privada que practicará la eutanasia a domicilio, la cual cubrirá los casos que hayan sido rechazados por médicos de cabecera, indicó hoy esa organización. La asociación calcula que recibirá en torno a un millar de solicitudes por año, según indicaron sus portavoces en una rueda de prensa.

Se tratarían de casos en los que las peticiones de eutanasia sean denegados por los médicos de cabecera aduciendo motivos éticos o deontológicos. Si bien en un principio la iniciativa se financiará con fondos de los socios de la fundación, ésta espera que en un futuro el servicio sea cubierto por el sistema sanitario ordinario.

Los promotores de la clínica aclararon hoy que los seis equipos móviles con los que trabajarán «se ajustarán a la ley de la eutanasia» vigente en Holanda desde 2002. La ley de la eutanasia requiere que los enfermos que solicitan la llamada muerte dulce padezcan una enfermedad incurable, que tengan un dolor insoportable y que los solicitantes estén en pleno uso de razón cuando piden que se les practique la eutanasia. Además, las solicitudes deben ser analizadas por una comisión de expertos independientes.

La ley holandesa pena con hasta 12 años de cárcel los casos de eutanasia en los que no se cumplan estos requisitos. La Federación de Médicos holandeses criticó hoy la apertura de una clínica de estas características, ya que consideró que los facultativos carecerán de informaciones como el historial médico del paciente, entre otras cuestiones

Foto: Igreja transformada em Livraria, na Holanda.

Há anos o número de fiéis está em declínio na Holanda, mas não só lá como em toda a Europa Ocidental.A Igreja Protestante perde sozinha, a cada ano, cerca de 60 mil fiéis na Holanda. Um dos motivos é o êxito drástico de holandeses que tem procurado outros locais para se estabelecerem.

Com isso, cerca de duas igrejas fecham por semana. Ainda existem cerca de 4.400 igrejas na Holanda. Isso afeta principalmente os católicos, que serão forçados a ficar sem metade de suas igrejas nos próximos anos.

Mas se para os lideres religiosos a noticia não é boa, para empresários há o outro lado. O fechamento dos templos tem gerado sua transformação em centros culturais, shoppings e até mesmo em mesquitas.

Já os bancos da igreja são vendidos de acordo com o tamanho. Os menores, com 3,6 metrosde comprimento, podem ser comprados por 40 euros, enquanto os mais longos, de 6 metros, por 60 euros. Já o órgão e a pia batismal, pesando centenas de quilos, no fundo da igreja, são mais difíceis.

Marc de Beyer é um historiador da arte em Utrecht, localizada a meia hora de trem de Amsterdã, mas alguém poderia chamá-lo de liquidante. Ele é o homem que fecha as igrejas. Quando uma paróquia é dissolvida, quando uma igreja é fechada, De Beyer está lá. E ele tem muito a fazer.

“E está apenas começando”, diz De Beyer.

Sua voz ecoa no prédio abobadado, onde a fraca luz de outono entra diagonalmente pelas janelas. De Beyer está atrás de um bloco do tamanho de um freezer. Até 1º de julho de 2006, ele era o altar da Igreja de São Lourenço, em Bilthoven, ao norte de Utrecht. Mas naquele dia a igreja se tornou um imóvel no mercado e o altar, onde os fiéis foram abençoados, casaram e lamentaram, se transformou em um pedaço de cimento.

Inicialmente, foi discutida a conversão da igreja em um centro comunitário. Mas  queriam vendê-la rapidamente e uma empresa comprou a propriedade consagrada. No ano que vem, São Lourenço será demolida, dando espaço a 62 apartamentos.
“Arquitetonicamente, a perda é suportável”, diz De Beyer. A igreja foi construída nos anos 60, quando as comunidades católicas em Bilthoven e De Bilt cresciam tão rapidamente que os dois distritos passaram a precisar de três igrejas. Ela foi construída de forma rápida e simples.

Bancos vazios

Há anos o número de fiéis está em declínio. A tendência toma conta de toda a Europa Ocidental, com igrejas também sendo forçadas a fechar na França e na Bélgica. Mas na Holanda, o recuo do cristianismo na sociedade tem sido particularmente drástico. A Igreja Protestante perde sozinha, a cada ano, cerca de 60 mil fiéis. Nesse ritmo, ela deixará de existir por lá até 2050, calculam representantes da Igreja.

A tendência tem levado a fusões de igrejas de várias comunidades. São Lourenço, em Bilthoven, consolidou sua congregação com a de oito outras igrejas. Mas nenhuma dessas amálgamas precisa de mais do que uma igreja, um órgão e um altar. Todos os outros cálices, cruzes e bancos precisam ser descartados. O problema, diz De Beyer, é que itens sagrados particularmente não vendem bem. Os prédios, ao contrário, encontram rapidamente novos locatários.

Em Helmond, cerca de 80 quilômetros ao sul de Bilthoven, um supermercado se mudou para uma antiga igreja em 2001. Uma livraria abriu em uma antiga igreja dominicana em Maastricht, enquanto igrejas em Utrecht e Amsterdã foram transformadas em mesquitas. Dentre os 17 milhões de habitantes da Holanda, cerca de 850 mil praticam o islamismo. Ainda assim, muitas outras igrejas serão simplesmente demolidas.

De Beyer vem fechando igrejas nos últimos três anos. Ele estava presente quando um “plano estratégico” foi desenvolvido para transformar o Convento de Santa Catarina em um museu. Juntamente com a fundação para o patrimônio de arte religiosa, ele também escreveu um manual com instruções para o fechamento de uma igreja em seis passos – do inventário ao espólio. O guia foi distribuído entre as diferentes paróquias a partir de abril e, em breve, será traduzido para o inglês.

‘A melhor solução’

Recentemente, De Beyer participou de um simpósio na Alemanha e logo falará na Bélgica. Afinal, as igrejas não estão morrendo apenas na Holanda. Quando ele chega ao ponto 5.4 em seu manual, intitulado “demolição”, as pessoas frequentemente precisam recuperar o fôlego, ele diz.

“Mas quando uma igreja tem pouco propósito, valor emocional ou importância histórica, essa pode ser a melhor solução”, acrescenta De Beyer.

Ainda assim, De Beyer vê a si mesmo como um salvador de templos. Ele quer preservar o valor delas. Suas instruções visam ajudar a distinguir entre o que tem valor e o que não tem. Ele frequentemente visita as igrejas para fornecer orientação e apoio. Bancos e Bíblias costumam ser vendidos para os membros da congregação.

“Os altares frequentemente encontram um novo lugar no Leste Europeu”, diz De Beyer. “Há grande demanda lá, porque novas igrejas estão sempre sendo construídas.”

Há poucas semanas, uma paróquia em Arnheim decidiu por um uso totalmente novo para sua igreja, que permaneceu vazia por cinco anos. No final de novembro, a Igreja de São José reabriu como um parque para skatistas, com rampas e obstáculos na nave, cobrando 3,50 euros para passar o dia praticando entre imagens santas. Desde então, o número de frequentadores da igreja tem sido respeitável.

Fonte: Creio

Os dois apresentadores holandeses do programa “Proefkonijnen” (“Cobaia”, em português) decidiram levar à letra o nome do seu programa e propuseram-se “provar” um bocado do um do outro.

Dennis Storm “ofereceu” um bocado da nádega a Valerio Zeno e este, em troca, “presenteou” o colega com um pedaço de abdómen. Os macabros ingredientes das duas “refeições” foram retiradas dos dois corpos com recurso a uma intervenção cirúrgica.

Em estúdio, tudo estava preparado para o desafio: foi improvisada uma cozinha e disposta uma mesa com velas acesas. Depois de um chefe culinário fritar os dois pedaços de carne, os dois apresentadores, em frente a uma plateia, terão comido um bocado um do outro. O programa só será transmitido quarta-feira, mas o momento em que Dennis Storm e Valerio Zeno comem a carne não deverá ser mostrado. As imagens só exibirão a preparação da “refeição”.

A polémica já está instalada mas os apresentadores e a produtora têm insistido na legalidade da ação, uma vez que os dois concordaram com o insólito desafio. Ainda assim, e apesar de a lei holandesa ser omissa em relação a atos de canibalismo, um advogado advertiu a produção do programa para o facto de Dennis Storm, Valerio Zeno e os cirurgiões poderem enfrentar problemas legais.

Os apresentadores adiantaram, entretanto, que não correm qualquer risco de saúde na medida em que a carne foi cozinha da forma adequada.

Em declarações a ABC, Dennis Storm confessou ter “sido estranho olhar para um amigo enquanto comia um bocado do abdómen dele”. Os dois apresentadores recusaram-se a  descrever o sabor da “refeição” mas adiantaram que “não era nada de especial.


Estado de São Paulo

Foto: AP

A Holanda não permitirá mais que turistas frequentem cofeeshops para fumar maconha. A droga lá é legalizada desde 1976. A medida começa a entrar em vigor em 1º de janeiro do próximo ano nos 650 cofeeshops do país.

A medida tem a ver com duas preocupações dos governos locais: os jovens e o aumento da potência da maconha. Devido a manipulação genética, já contém mais de 15% de THC, o princípio ativo, o que aumenta os efeitos sobre o cérebro. ”É um perigo para o usuário mais vulnerável: os adolescentes e jovens”, disse o ministro da Justiça local ao explicar as medidas.

Proibir turistas de consumirem maconha em cofeeshops é uma forma de frear também o consumo de jovens. O governo quer receber outro tipo de visitante, diz o El Pais. Agora, só sócios cadastrados – e moradores locais – das cofeeshops poderão frequentá-las. E o número máximo de sócios é de 2 mil por estabelecimento.