Compreender alguns dos principais dados históricos que cercam a ressurreição fornecerá base para este evento cristão divisor de águas. O Novo Testamento não se esquiva de apresentar vários detalhes importantes.

Esses fatos bem evidenciados são tão fortemente atestados que os estudiosos crentes e não-crentes são virtualmente unânimes em reconhecê-los e aceitá-los. Devido a limitações de espaço, poderemos apresentar brevemente apenas algumas dessas considerações.

Primeiro

A morte de Jesus por crucificação é um pré-requisito para qualquer consideração da ressurreição de Jesus. A crucificação é facilmente um dos fatos históricos mais seguros do Novo Testamento. Muitas razões explicam a unanimidade acadêmica sobre este ponto.

A crucificação de Jesus é relatada em uma infinidade de fontes independentes de autores cristãos e não-cristãos. Estudiosos, incluindo os céticos, contaram aproximadamente uma dúzia de fontes relevantes que atestam a ocorrência deste evento.

Além disso, a crucificação não é algo que os primeiros crentes teriam inventado. Em 1 Coríntios 1:23, Paulo destaca este mesmo ponto, reconhecendo que este evento é uma pedra de tropeço para os judeus e loucura para os gentios [não judeus].

De acordo com Deuteronômio 21:23 (cf. Gl 3:13), os judeus acreditavam que aqueles que foram pendurados em uma árvore (incluindo vítimas de crucificação) foram amaldiçoados por Deus. Para os gentios, era loucura adorar um homem que havia sofrido uma morte tão desonrosa, normalmente reservada aos piores criminosos.

Então olhe para a cena em si. David Strauss, um comentarista radical liberal da Alemanha do século XIX, argumentou que seria quase impensável alguém crer que Jesus poderia ter sobrevivido ao processo de crucificação, ressuscitado na tumba sem assistência médica ou alimento, e rolado a pesada pedra da entrada do túmulo – tudo depois de ter sido severamente espancado.

Então Ele teria que andar quilômetros em pés que tinham acabado de ser perfurados com pregos, para não mencionar a ferida do lado dele [costela], administrada [por uma lança] para garantir a sua morte.

Como estaria Jesus quando os discípulos o viram pela primeira vez? Em Sua necessidade desesperada de atenção médica, incluindo a limpeza de Suas feridas, Ele provavelmente estaria mancando, parecendo pálido, doentio, suando fortemente, assim como caído e agarrando Seu lado ferido.

Ele provavelmente teria reaberto pelo menos algumas das feridas que então teriam sangrado novamente através de Suas vestes. Nesta forma horrível, Ele poderia ter convencido os discípulos que Ele estava apenas um pouco vivo, mas definitivamente não que Ele tivesse conquistado o túmulo e estivesse vivo para sempre em um corpo recém-ressuscitado!

Em suma, Ele estaria vivo, mas absolutamente não como o Príncipe da Vida ressuscitado! Se esse cenário de desmaio tivesse ocorrido, os discípulos teriam mais provavelmente procurado um médico para Jesus, em vez de proclamarem a Ele como o Senhor ressurreto!

Para resumir essa distinção crucial: se Jesus estivesse pouco vivo, qualquer um poderia dizer rapidamente que Ele não havia sido ressuscitado com sucesso. Sem a ressurreição, não haveria cristianismo. Assim, a hipótese do desmaio ou da aparente morte nunca teria dado origem ao ensino da ressurreição.

Por outro lado, Jesus deve ter realmente morrido, pois o cristianismo não teria nascido da hipótese da aparente morte.

Segundo

Existem numerosos textos independentes que atestam as experiências dos testemunhos oculares dos discípulos .Neste artigo, nos limitaremos ao mais importante: 1 Coríntios 15: 3. Paulo começa este famoso capítulo sobre a ressurreição, lembrando os coríntios do que ele “entregou” a eles como “primeira importância” durante sua visita no início dos anos 50 dC.

A maioria dos estudiosos acredita que Paulo recita aqui um credo ou tradição cristã primitiva que começa com o verso 3. Ele fornece uma lista de alguns dos que viram Jesus: Pedro, os doze, os quinhentos, Tiago, o irmão de Jesus e todos os apóstolos.

Terceiro

Os estudiosos concordam amplamente que Paulo recebeu essa tradição durante sua viagem a Jerusalém apenas três anos após sua conversão. Em Gálatas 1: 18-19, Paulo descreve o encontro com o irmão de Pedro e Jesus, Tiago (ambos mencionados no credo).

Os estudiosos também concordam que essa tradição quase certamente existia antes da conversão de Paulo. Como tal, datando a aparição de Paulo na estrada de Damasco para cerca de dois anos depois de Jesus ter sido crucificado, a tradição seria ainda mais cedo, com a recepção de Paulo sendo geralmente datada dentro de cinco anos após a morte de Jesus.

Esta é uma incrível fonte de informação logo após o evento em si, atestando as experiências de testemunhas oculares, tanto por indivíduos como por grupos, do Jesus ressuscitado.

Em quarto lugar 

Tiago, o irmão cético de Jesus, foi convertido depois que ele teve certeza de que ele também havia visto o Jesus ressuscitado. Há várias razões para a aceitação por parte dos acadêmicos deste evento.

O ceticismo de Tiago é atestado por mais de uma fonte independente de evangelho, em Marcos (3:21; 6: 2–6) e novamente em João 7: 5. Além disso, o evangelho de Marcos é geralmente visto como o mais antigo. O fato de que os próprios irmãos de Jesus não terem acreditado inicialmente nEle é obviamente outro fato embaraçoso, mas foi incluído porque foi historicamente preciso.

Dada a proeminência de Tiago na igreja primitiva, é improvável que seu ceticismo fosse inventado do zero, devido à sua natureza altamente contraproducente. Não obstante, Tiago se tornou um “pilar” da igreja primitiva em Jerusalém, e Paulo registra a aparição de Jesus em 1 Coríntios 15: 7.

O estudioso crítico Reginald H. Fuller achou os argumentos em torno da conversão de Tiago tão fortes que escreveu: “Pode-se dizer que se não houvesse registro de uma aparição a Tiago, o irmão do Senhor no Novo Testamento, teríamos que inventar um para dar conta da sua conversão pós-ressurreição”.

Quinto

O precursor da igreja primitiva, Paulo, também se converteu quando estava convencido de que o Jesus ressuscitado havia aparecido para ele. Paulo nos fornece seus próprios relatos de sua conversão, como ele foi transformado de um aterrorizador da igreja para ser um seguidor comprometido de Jesus e mártir por sua fé (1 Cor. 9: 1; 15: 8-10; Gl. 1:12 –16, 22–23, Fp 3: 6–7).

Além dos próprios escritos de Paulo, Atos relata sua conversão três vezes distintas (Atos 9: 1–19; 22: 3–16; 26: 9–20). Isso significa que o relato da conversão de Paulo vem de outra testemunha ocular, bem como de uma fonte inicial e independente.

Além disso, tanto Paulo como Atos descrevem as várias perseguições que ele subsequentemente sofreu como resultado de sua conversão (por exemplo, 2 Coríntios 11: 23-29; Filipenses 1: 12-14; Atos 13:50).

Por essas razões, entre outras, a esmagadora maioria dos acadêmicos de diversas origens teológicas pensa que esses cinco fatos são historicamente seguros. Teorias naturalistas, como a aparente morte de Jesus, falharam consistentemente em explicar adequadamente esses pontos.

A ressurreição de Jesus é apoiada por fatos excepcionalmente fortes, e isso deve encorajar os cristãos a crescerem e terem ainda mais confiança em sua fé.

Por: Benjamin C. Shaw
C. S Lewis Institute

Tanto o individualismo neo-pelagiano como o desprezo neo-gnóstico do corpo distorcem a confissão de fé em Cristo, único Salvador universal” do homem e de todos os homens. “O lugar onde recebemos a salvação trazida por Jesus é a Igreja”, cuja intermediação salvífica “nos assegura que a salvação não é alcançada apenas pelas forças individuais do indivíduo isolado, nem pela sua fusão interior com o divino, mas pela incorporação em uma comunhão de pessoas que participam da comunhão da Trindade”.

É o que diz a carta Placuit Deo (disponível aqui, em português) da Congregação para a Doutrina da Fé, dirigida aos bispos da Igreja católica e dedicada a alguns “aspectos da salvação cristã”. O objetivo é “destacar, na linha da grande tradição da fé e com especial referência ao ensinamento do Papa Francisco, alguns aspectos da salvação cristã que possam ser hoje difíceis de compreender por causa das recentes transformações culturais”.

O novo documento representa uma pontualização doutrinária para fazer frente, no contexto atual que aceita “não sem dificuldades a confissão da fé cristã”, ao individualismo que tende a ver o homem como um ser cuja realização “depende apenas de suas próprias forças”. Jesus Cristo, nesta visão, torna-se um modelo a ser imitado, porque “transforma a condição humana, incorporando-nos numa nova existência reconciliada com o Pai e entre nós através do Espírito”. Outro risco atual é o de “uma salvação puramente interior, que pode suscitar uma forte convicção pessoal ou um sentimento intenso de estar unido a Deus, mas sem assumir, curar e renovar nossas relações com os outros e com o mundo criado”.

Esta segunda visão não consegue apreciar o significado da encarnação de Cristo, que assumiu “nossa carne e nossa história, por nós homens e para a nossa salvação”. Estas duas tendências, lembra a carta do ex-Santo Ofício assinada pelo prefeito, o arcebispo Luis Ladaria Ferrer (e aprovado pelo Papa Francisco), muitas vezes aparecem nas meditações de Francisco, que os associa a duas “heresias antigas: o pelagianismo e o gnosticismo”. No pelagianismo, o homem busca salvar-se a si mesmo, com suas próprias forças (e talvez confiando demais em suas estruturas e estratégias), sem reconhecer que depende de Deus e que necessita constantemente de sua ajuda, além da relação com os outros. No neo-gnosticismo, a salvação torna-se algo “meramente interior, fechada no subjetivismo”, exaltando o intelecto para além da “carne de Jesus”.

“Tanto o individualismo neo-pelagiano como o desprezo neo-gnóstico do corpo – afirma o documento – distorcem a confissão de fé em Cristo, único Salvador universal”. “Como poderia Cristo mediar a Aliança da família humana inteira, se o homem fosse um indivíduo isolado, que se autorrealiza somente com as suas forças, como propõe o neo-pelagianismo? E como poderia chegar até nós a salvação mediante a Encarnação de Jesus, a sua vida, morte e ressurreição no seu verdadeiro corpo, se aquilo que conta fosse somente libertar a interioridade do homem dos limites do corpo e da matéria, segundo a visão neo-gnóstica?”

E insiste em que “a salvação consiste na nossa união com Cristo”, que, “com a sua Encarnação, vida, morte e ressurreição, gerou uma nova ordem de relações com o Pai e entre os homens, e nos introduziu nesta ordem graças ao dom do seu Espírito, para que possamos unir-nos ao Pai como filhos no Filho”. Com relação a essas aspirações de salvação, eternidade e autorrealização plena e feliz, “a fé em Cristo nos ensina, rejeitando qualquer pretensão de autorrealização, que as mesmas somente podem ser realizadas plenamente se Deus mesmo as torna possíveis, atraindo-nos a Ele. A salvação plena da pessoa não consiste nas coisas que o homem poderia obter por si mesmo, como o ter ou o bem-estar material, a ciência ou a técnica, o poder ou a influência sobre os outros, a boa fama ou a autorrealização”.

Nada do que foi criado “pode satisfazer completamente o homem, porque Deus nos destinou à comunhão com Ele e nosso coração está inquieto enquanto não repousa Nele”. O documento da Congregação para a Doutrina da Fé também recorda que, “de acordo com a fé bíblica, a origem do mal não está no mundo material e corporal, experimentada como um limite ou uma prisão da qual deveríamos ser salvos. Pelo contrário, a fé proclama que o mundo inteiro é bom, enquanto criado por Deus, e que o e que o mal que mais prejudica o homem é aquele que provém do seu coração. Pecando, o homem abandonou a fonte do amor, e se perde em falsas formas de amor, que o fecham cada vez mais em si mesmo”.

Após recordar que, de acordo com o Evangelho, a salvação para todos os povos começa com a aceitação de Jesus e que “a boa nova da salvação tem nome e rosto: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”, o documento explica “a falta de fundamento da perspectiva individualista”, porque “testemunha a primazia absoluta da ação gratuita de Deus; a humildade em receber os dons de Deus, antes mesmo no nosso agir, é essencial para responder ao seu amor salvífico”. E mostra que “pela ação plenamente humana de seu Filho, o Pai quis regenerar o nosso agir, para que, assemelhados a Cristo, possamos realizar ‘as boas obras que Deus de antemão preparou para que as praticássemos’”. Ao mesmo tempo, “está claro, para além disso, que a salvação que Jesus trouxe na sua própria pessoa não se realiza somente de modo interior. De fato, para poder comunicar a cada pessoa a comunhão salvífica com Deus, o Filho fez-se carne. É exatamente assumindo a carne, nascendo de uma mulher, que ‘o Filho de Deus se fez o Filho do Homem’ e nosso irmão”.

O documento, respondendo ao reducionismo individualista pelagiano e ao neo-gnosticismo que promete uma libertação apenas interior, recorda a maneira como Jesus é Salvador: “Ele não se limitou a mostrar-nos o caminho para encontrar Deus, isto é, um caminho que poderemos percorrer por nós mesmos, obedecendo às suas palavras e imitando o seu exemplo. Cristo, todavia, para abri-nos a porta da libertação, tornou-se Ele mesmo o caminho”. E “a salvação consiste em incorporar-se nesta vida de Cristo, recebendo o seu Espírito”. Ele é, “ao mesmo tempo, o Salvador e a Salvação”. Além disso, a carta afirma que “o lugar onde recebemos a salvação trazida por Jesus é a Igreja, comunidade daqueles que, tendo sido incorporados à nova ordem de relações inaugurada por Cristo, podem receber a plenitude do Espírito de Cristo”.

A salvação que “Deus nos oferece não é alcançada apenas pelas forças individuais, como gostaria o neo-pelagianismo, mas através das relações nascidas do Filho de Deus encarnado e que formam a comunhão da Igreja. Além disso, uma vez que a graça que Cristo nos oferece não é, como afirma a visão neo-gnóstica, uma salvação meramente interior, mas que nos introduz nas relações concretas que Ele mesmo viveu, a Igreja é uma comunidade visível: nela tocamos a carne de Jesus, de maneira singular nos irmãos mais pobres e sofredores”.

Ou seja, “a mediação salvífica da Igreja, ‘o sacramento universal da salvação’, assegura-nos que a salvação não consiste na autorrealização do indivíduo isolado, e, muito menos, na sua fusão interior com o divino, mas na incorporação em uma comunhão de pessoas, que participa na comunhão da Trindade”. E a participação, na Igreja, “à nova ordem de relações inaugurada por Jesus realiza-se por meio dos sacramentos, entre eles, o batismo, que é a porta, e a Eucaristia, que é fonte e cume”. Graças aos sacramentos, “os cristãos podem viver em fidelidade à carne de Cristo e, consequentemente, em fidelidade à ordem concreta de relações que Ele nos deu. Esta ordem de relações exige, de forma especial, o cuidado da humanidade sofredora de todos os homens, através das obras de misericórdia corporais e espirituais”.

A carta termina dizendo que “a consciência da vida plena, na qual Jesus Salvador nos introduz, impulsiona os cristãos à missão de proclamar a todos os homens a alegria e a luz do Evangelho”. Mas e as relações com as outras religiões? “Neste esforço”, os cristãos “também estarão prontos para estabelecer um diálogo sincero e construtivo com os crentes de outras religiões, na confiança que Deus pode conduzir à salvação em Cristo ‘todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente’”, como diz a Constituição conciliar Gaudium et Spes.

Vatican Insider

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O Pe. Julián Carrón, presidente do movimento Comunhão e Libertação, é a favor da diminuição da ênfase sobre as guerras culturais, não porque as posturas tradicionais da Igreja estão erradas, mas porque começar com a ética sempre foi o modo errôneo de apresentar o cristianismo ao mundo.

Uma das questões mais difíceis que os cristãos ocidentais enfrentam neste começo de século XXI é sobre se – e como – a Igreja deveria continuar combatendo nas guerras culturais.

Existe uma corrente de pensamento segundo a qual a Igreja deveria se retirar do campo de batalha porque, em muitos temas, como a contracepção e as mulheres, “ela esteve do lado errado”. Para alguns, como Rod Dreher e sua defesa de uma “opção Bento”, dizem que a Igreja deveria se retirar, pois já perdeu a batalha, e que tudo o que pode esperar, dentro desta cultura, é manter vivas as “pequenas ilhas da fé”.

Com efeito, o Pe. Julián Carrón, presidente do influente movimento católico Comunhão e Libertação, representa uma postura neste debate: tirar a ênfase sobre as guerras culturais. Na entrevista a seguir, Carrón sustenta que não é que as posturas tradicionais da Igreja estejam equivocadas, ou que a batalha já acabou.

Diferentemente, é porque começar com a ética sempre foi o modo equivocado de apresentar o cristianismo ao mundo, que, em seu cerne, é um “evento” – palavra que pode parecer banal, mas que no vocabulário do movimento que deriva de seu fundador, o padre italiano Luigi Giussani, é rica de significado.

A fé como um evento significa que a vida de uma pessoa se transforma quando ela encontra um fato, como o que aconteceu a João e André, quando encontraram Jesus”, contou ele ao Crux no domingo. “Não se pode negar a realidade do que aconteceu, não se pode desfazê-la. É como São Paulo, que ao perseguir os cristãos, tentando destruí-los, encontrou o Cristo vivo e isso revolucionou o seu pensar”.

“A escolha não pode se resumir às guerras culturais ou a um cristianismo esvaziado de conteúdo, porque nenhuma destas opções tem a ver com Abraão e com a história de salvação”, disse Carrón. “Abraão foi escolhido por Deus para começar a introduzir, na história, uma nova maneira de viver a vida, que poderia lentamente começar a gerar uma realidade externa com a capacidade de dignificar a vida, de torná-la plena”.

Carrón foi entrevistado em sua residência em Milão. Entre outras coisas, falou sobre o lançamento recente de seu livro em inglês intitulado “Disarming Beauty”, sobre como apresentar o “evento” cristão na cultura pós-moderna e secular do Ocidente.

***

Recentemente Rod Dreher defendeu a ideia de que os cristãos deveriam se retirar das guerras culturais nos países ocidentais porque nós já as perdemos, e tudo o que podemos esperar é a “opção Bento”, ou seja, preservar criativamente pequenas “ilhas da fé” em meio a uma cultura decadente e hostil. O senhor também parece estar dizendo que devemos superar as guerras culturais, mas por um motivo diferente.

Com certeza [devemos superar as guerras culturais]. Sempre me surpreende a contraposição entre tentar tornar o cristianismo uma religião civil, de um lado, e, de outro, tentar torná-lo uma religião inteiramente privada. Para mim, isso é como tentar alterar o projeto de Deus. Eu me pergunto: Quem teria apostado que Deus começaria a estender sua mão ao mundo chamando a Abraão? Foi o modo mais improvável, mais confuso de fazê-lo que alguém poderia imaginar.

A escolha não pode se resumir às guerras culturais ou a um cristianismo esvaziado de conteúdo, porque nenhuma destas opções tem a ver com Abraão e com a história de salvação. Abraão foi escolhido por Deus para começar a introduzir, na história, uma nova maneira de viver a vida, que poderia lentamente começar a gerar uma realidade externa com a capacidade de dignificar a vida, de torná-la plena.

Imagino que se Abraão estivesse aqui hoje, em nossa situação minoritária, e se dirigisse a Deus para dizer que “ninguém está prestando atenção em mim”, o que Deus teria dito? Sabemos muito bem o que ele diria: “É por isso que o escolhi, para começar a trazer à realidade um comportamento significativo, mesmo se ninguém acreditar nele; (…) farei de vocês um povo tão numeroso que seus descendentes serão como estrelas no céu”.

Quando enviou o seu filho ao mundo, despojado de seu poder divino para se tornar homem, Deus fez a mesma coisa. É como disse São Paulo: ele veio para nos dar a capacidade de viver a vida de um jeito novo. É isso o que gera uma cultura. A questão é se a situação em que estamos hoje nos dá a oportunidade de recuperar as origens do projeto de Deus.

O senhor parece bastante otimista de que algo assim ainda é possível.

Sim, absolutamente. Sou completamente otimista, por causa da natureza da fé em si. Sou otimista com base na natureza da experiência cristã. Isso não depende da minha leitura das coisas, do diagnóstico que faço da situação sociológica. O problema é que, para sermos capazes de começar de novo a partir deste ponto de partida absolutamente original, temos de voltar às raízes da própria fé, naquilo que Jesus dizia e fazia.

Se há um motivo para o pessimismo, ele é o de que, muitas vezes, nós reduzimos o cristianismo ou a uma série de valores, uma ética, ou simplesmente a um discurso filosófico. Isso não atrai, não tem o poder de seduzir. As pessoas não sentem a força de atração do cristianismo. Mas exatamente porque a situação que vivemos hoje é tão dramática, de todos os pontos de vista, torna-se paradoxalmente mais fácil difundir a novidade do cristianismo.

Se olharmos a Europa, hoje, há uma nova geração a amadurecer que, realmente, não investe nas velhas batalhas da religião x secularidade, porque foram criados numa cultura amplamente pós-religiosa e, portanto, muitas vezes olham para elas não com animosidade, mas com curiosidade. Isto cria um momento novo para a evangelização?

Sim, existe um momento novo. A questão é se os cristãos podem tirar proveito desta oportunidade para compreender, nós mesmos, o que realmente é a fé, o que significa ser cristão, pois ela deve nos interessar e irá interessar os demais. Temos que entrar aqui não nos preocupando com os números, e precisamos nos projetar unicamente para a plenitude da experiência que Cristo representa em nossas vidas.

Lembro uma expressão que Giussani frequentemente usava ao falar da fé: “A fé é uma experiência presente, onde tenho, em minha própria experiência pessoal, a confirmação da adequação humana da fé”. Sem isso, a fé não será capaz de resistir a um mundo em que todas as coisas dizem o contrário.

Então a sua estratégia de evangelização para o começo do século XXI é viver a fé de um modo tal que esta “experiência da confirmação” aconteça e, em seguida, aos poucos, apresente aos outros este modo de viver?

Quando um cristão vive a fé com essa alegria, com essa plenitude, fica evidente que quando ele, ou ela, vai trabalhar, ou sair com os amigos, ou quando está no aeroporto, os demais verão esta novidade nele/a. Se chegamos às 8 horas na empresa onde trabalhamos e vamos ao chão de fábrica, e aí encontramos um colega que está cantando, nos abraça e divide conosco as nossas fraquezas e dificuldades, iremos perguntar: “O que há com você, que chega ao trabalho cantando às 8 horas da minhã?”

Isso leva a mensagem cristã muito mais adiante do que tantas outras coisas, muito mais adiante do que todos estes argumentos éticos, porque, quando vemos alguém assim, naturalmente queremos perguntar: “De onde vem essa alegria? De onde vem esta plenitude de vida?” As pessoas podem não achar imediatamente que a origem ulterior desta felicidade se chama Jesus Cristo, se chama fé. Mas quando começar a entender que esta maneira estupefata de viver no mundo real, tão feliz, tão alegre, origina-se na fé, começarão a se interessar.

Em uma só palavra: comunica-se o cristianismo vivendo-o. [O poeta T.S.] Eliot certa vez se perguntou: “Onde está a vida que perdemos ao viver?” Para nós, é o contrário (…) ganhamos vida ao viver na fé. Se não for assim, não iremos interessar a ninguém, inclusive nós mesmos. Dito de outra forma: a Igreja reprovou a humanidade, ou a humanidade reprovou a Igreja?

Lançar não uma série de doutrinas, mas um modo de vida?

É uma experiência de vida.

O Papa Francisco fala muito sobre criar uma “cultura do encontro” e, claro, “encontro” foi também um conceito central para Giussani. Olhando a Igreja hoje, que exemplos de “cultura do encontro” mais o impressionam?

Sempre fico impressionado com os exemplos de criação de espaços de encontro entre pessoas completamente diferentes. Por exemplo, nós [do movimento Comunhão e Libertação] temos aqui, em Milão, um programa complementar às aulas, um centro, onde um grupo de professores – alguns deles pertencem ao movimento, outros não – oferta o seu tempo livre para ajudar as crianças com problemas na escola.

Aí estão italianos, imigrantes, membros de religiões diferentes, a maioria católicos e muçulmanos, e vemos neste ambiente um lugar de encontro. Essas pessoas vêm de situações muito diferentes, e aí podem encontrar um lugar onde sua humanidade renasce.

Certa vez, uma criança apareceu com um canivete em sua mochila, e sob circunstâncias diferentes ele poderia acabar se tornando um terrorista. Mas, ao passar um tempo com estas pessoas, desfez-se de toda a sua agressividade e se tornou, mais tarde, exemplo de transformação. Eis o poder do encontro.

E quanto a exemplos fora de seu próprio movimento?

Bem, eu não conheço o mundo inteiro, evidentemente, mas posso exemplificar. Por exemplo, venho e vou a diferentes paróquias de Roma e, às vezes, de Milão, e podemos ver este espírito do encontro vivo nelas. Conheço um padre aqui em Milão que tem uma relação ímpar com os paroquianos. Ele tem uma capacidade fantástica e se engaja na vida dos fiéis, de um modo que os auxilia na reconstrução da vida.

No Brasil, há a experiência da APAC [Associação de Proteção e Assistência aos Condenados], uma rede penitenciária sem guardas e sem armas, e onde o índice de reincidência – aproximadamente 80% nas prisões comuns – cai para 15%. Podemos pensar que é uma ilusão, que o que acontece é que estão, na verdade, incentivando a criminalidade. Mas, pelo contrário, é um exemplo do que acontece quando há um encontro real. Tudo o que se atravessa no caminho da humanidade verdadeira, mais cedo ou mais tarde, cai por terra.

Por exemplo, havia um prisioneiro que fugiu de várias cadeias diferentes e que acabou em uma dessas unidades. Ele não tentou mais escapar. Um juiz, impressionado com essa história, foi até a prisão perguntar: “Por que não tentou escapar?” O prisioneiro respondeu: “Não podemos nos afastar do amor”.
O nosso problema é que às vezes não acreditamos em certas coisas mais. Praticamente pensamos que qualquer outra solução, conquanto violenta, é mais eficaz do que o poder do amor.

Está dizendo que, no fim, o nosso “realismo” não é, na verdade, tão realista.

Isso está claro. Temos como dado que certas coisas são ilusões, e pomos de lado a única chance de penetrar verdadeiramente no coração das pessoas. De novo, é isso o que me faz otimista – a fé funciona!

Como disse anos atrás o Papa Bento: Há ainda uma chance para o cristianismo, hoje, neste mundo? Ele diz que sim, porque o coração da pessoa humana necessita de algo que somente Cristo pode dar. Essa capacidade de corresponder ao que as pessoas estão procurando verdadeiramente é o que sempre o torna atraente.

O senhor também parece dizer que precisamos ser audaciosos, não temer desafiar a sabedoria convencional neste mundo.

O que não podemos ter é um cristianismo reduzido, ambíguo, achando que essa é a forma nos encontrar com as pessoas. Não, nós precisamos vivê-lo com audácia, plenamente. Temos de nos convencer, com a mesma audácia de Jesus ao entrar na casa de Zaqueu, de forma alguma ignorando as coisas que ele fez, mas desarmados, respondendo ao que estava em seu coração. Historicamente, temos aqui um método absolutamente novo. Jesus surpreende a São Paulo, do mesmo modo como nos surpreende.

Nada há que desafia mais o coração de uma pessoa do que um gesto assim, um gesto absolutamente surpreendente.

Um conceito-chave para Giussani, que o senhor repete em todo o seu livro, é que a fé é um “evento”. Pode explicar o que isso quer dizer e por que é importante?

A fé como um evento significa que a vida de uma pessoa se transforma quando ela encontra um fato, como o que aconteceu a João e André, quando encontraram Jesus. Não se pode evitar a realidade do que aconteceu, não se pode desfazê-la. É como São Paulo, que, ao perseguir os cristãos, tentando destruí-los, encontrou o Cristo vivo e isso revolucionou o seu pensar.

É como aquela cena no romance de Manzoni, intitulado “I promessi sposi”. A experiência de encontrar alguém tão pronto a perdoar foi tão surpreendente que foi impossível não se render ao seu poder de atração. Quando o cardeal cumprimenta o bandido, dizendo: “Quando irei voltar? Mesmo se você negar me ver, irei aparecer aqui à sua porta, obstinadamente, como um pobre mendigo que precisa vê-lo novamente”.

Esse é o tipo de experiência chocante que transforma uma vida, e isso é fé.

O Papa Bento sempre disse que, nas origens do cristianismo, ele não era uma doutrina, não era um ensinamento, mas um encontro com Cristo. A forma do “evento” cristão é este encontro, não de um modo virtual ou como um propósito que se faz. Não. Trata-se de um encontro tão poderoso que não se quer deixar de tê-lo para o resto de nossas vidas.

O objetivo de seu livro é despertar a consciência deste evento?

Com certeza. O problema é como levar esse evento às pessoas. É como a experiência do amor, do se apaixonar… Não acontece por falarmos sobre o assunto, mas por realmente se apaixonar.

A certa altura, o senhor escreve que a finalidade da comunidade, ou seja, a Comunhão e Libertação, mas também da Igreja em geral, é gerar “adultos na fé”. O que quer dizer com isso?

Quero dizer das pessoas que se regeneram ao participar na comunidade cristã, no sentido que elas têm uma nova capacidade de compreender a realidade, uma nova capacidade ser livres, e uma nova capacidade de transmitir um sentido de reverência aos demais. Se o cristianismo não for capaz de gerar um tipo novo de pessoa, então permanecerá distanciado da vida delas.

Não há nada mais decisivo no momento presente do que a habilidade de gerar adultos na fé, adultos que vivem livremente entre os outros e que podem dar testemunhos de fé não só quando vão à igreja ou quando participam de alguma atividade à parte da vida cotidiana, mas em seu ambiente de trabalho e em suas vidas.

Precisamos de pessoas que podem difundir a novidade da fé no seio do mundo, o que leva à pergunta: “Mas de onde estamos tirando esta novidade, esse frescor? O que está por trás disso?” Estar em condições de responder a estas perguntas levará naturalmente as pessoas a algo mais grandioso.

É um testemunho real da fé mesmo se as pessoas não conseguem identificar o nome de Cristo, só olhar para a pessoa torna impossível não querer entender o que a faz brilhar. Elas irão querer saber quem é a “terceira parte”, e temos aqui um testemunho.

Somente um testemunho verdadeiro pode tornar visível e tangível o evento da fé (…) a habilidade de fazer a fé parecer razoável às pessoas só pode vir de uma experiência real dela, um “evento”. É isso o que capacita uma pessoa a não ter receio de ser incompreendida, e a resistir à tentação de reduzir o cristianismo a algo mais.

Permitam-me perguntar o seguinte: Por que pensamos às vezes que, para um gesto gratuito ser entendido, ele precisa ser reduzido a algo mais, ele precisa ser menos gratuito? Quanto mais gratuito for, mais surpreendente e cativante, não? Não precisamos reduzir as coisas para serem compreendidas.

Por vezes, achamos que, para uma pessoa que não tem fé, precisamos reduzir as coisas para que sejam compreendidas. Mas é o contrário: quanto mais um gesto é gratuito, como o de perdoar alguém por uma ofensa, ao invés de responder na mesma moeda, mais esse gesto irá absolutamente surpreender. Não é que precisamos reduzi-lo, diminuir o seu efeito, torná-la mais simples, a fim de evitar escândalos (…) Ninguém se escandaliza por ser perdoado.

Na última frase do livro, o senhor escreve que a alegria é como uma flor de cacto. O que quer dizer?

A fé introduz um atrativo à vida, que ao mesmo tempo nos atrai a ela mas também não nos deixa a sós. Nada desafia mais uma pessoa do que algo que responda a todas as suas expectativas em plenitude. Nada é mais transformador do que ter todas as nossas promessas realizadas! É por isso que a fé é como [uma flor de] cacto … é bela, nos atrai, mas também é espinhenta. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la, mas nada transforma e perturba a sua vida com o mesmo poder.

Seria correto dizer que este livro é uma tentativa de expressar a visão de evangelização que advém de Giussani, e que vem sendo amplificada pelos três últimos papas?

Para mim, a resposta é sim.

A reportagem é de John L. Allen Jr. e Inés San Martin, publicada por Crux, 22-06-2017.

Sermão do Monte 2

O tema “liderança” tem recebido grande atenção nos últimos anos. A Igreja do Senhor Jesus Cristo necessita , urgentemente, de nada menos do que líderes irrepreensíveis com o coração segundo o coração do próprio Deus.

Liderança faz a diferença, por sinal uma grande diferença, pois ela oferece direção, molda o caráter e cria oportunidades. Os efeitos da liderança começam no nascimento, mas não deixam de existir com a morte.

Aqueles que Deus separa para liderar desfrutam tanto os privilégios quanto as responsabilidades. Suas influências sobre outras pessoas os distinguem dos seguidores. A liderança de alta qualidade é encontrada entre os mais valiosos tesouros que qualquer comunidade ou organização possui. A liderança de baixa qualidade, ao contrário, produz um desperdício trágico e uma frustração caótica.

Líderes de Deus(e para Deus) estão sempre em falta.

Nosso mundo está apavorado em busca de um líder. Está procurando alguém que tenha uma visão e possa exercer firmemente uma influência especial para levar a Igreja, ou, até mesmo, um país inteiro ao conhecimento da Salvação.

COMEÇANDO COM POUCOS

Tudo tem seu início e este se deu  quando Jesus chamou alguns homens e os convidou a segui-lo. Ele não demonstrou se preocupar com projetos especiais para alcançar grandes plateias, mas seu foco estava em pessoas a quem as multidões deveriam seguir. Jesus começou a reunir um grupo seleto homens antes de se tornar conhecido do grande público.

Jesus buscou pessoas que fossem capazes de testemunhar a respeito de sua vida e manter sua obra em andamento depois que retornasse ao Pai. João e André foram os primeiros convocados, logo depois que Jesus deixou o cenário do grande avivamento promovido por João Batista em Betânia, do outro lado do rio Jordão (Jo 1:35-40).

André retribuiu levando seu irmão, Pedro (Jo 1:41,42). No dia seguinte, Jesus encontrou Filipe no caminho para a Galiléia, e Filipe, por sua vez, encontrou Natanael (Jo 1:43-51). Tiago, irmão de João, não é mencionado como integrante do grupo até os quatro pescadores serem convocados novamente, muitos meses depois, no mar da Galiléia (Mc 1:19; Mt 4:21). Logo depois, ao passar pela cidade de Cafarnaum, o Mestre propõe a Mateus segui-lo (Mc 2:13,14; Mt 9:9; Lc 5:27,28). A chamada dos demais discípulos não foi registrada nos evangelhos, mas acredita-se que todas ocorreram no primeiro ano do ministério de nosso Senhor.

Aqueles poucos pioneiros convertidos estavam destinados a se tornar os líderes da Igreja do Senhor, seriam eles que levariam o Evangelho por todo o mundo. Suas vidas tem um significado que durará por toda a eternidade.

O mais interessante sobre este distinto grupo de  homens é que, a princípio, nenhum deles impressionava. Ninguém ocupava posição de destaque na sinagoga, e nenhum deles pertencia ao corpo sacerdotal levita. A maioria era formada por trabalhadores comuns, e provavelmente não tinha qualquer qualificação além do conhecimento básico necessário para o exercício de sua profissão.

Talvez alguns pertencessem a famílias abastadas, como os filhos de Zebedeu, mas nenhum deles poderia ser considerado rico. Não tinham formação acadêmica nas artes e filosofias daquele tempo. Assim como o Mestre, a educação formal que receberam consistia apenas no que se aprendia nas escolas das sinagogas. Muitos cresceram na área mais pobre em torno da Galiléia. Aparentemente, o único dos Doze criado numa região mais privilegiada da Judéia era Judas Iscariotes.

Portanto, sob qualquer critério de sofisticação cultural daquela época ou atual, os apóstolos poderiam ser considerados como um agrupamento tosco de almas. É difícil compreender como Jesus poderia usar gente assim. Eram pessoas impulsivas, temperamentais, que se melindravam com facilidade e vítimas de todo tipo de preconceito no contexto em que viviam. Para resumir, aqueles homens selecionados pelo Senhor para ser seus assistentes representavam o perfil médio da sociedade daqueles dias. Não era o tipo de gente de quem se pudesse esperar ganhar o mundo para Cristo.

Mesmo assim, Jesus viu naqueles homens simples o potencial de liderança para o Reino. De fato, eram pessoas “comuns e sem instrução”,  de acordo com o padrão do mundo (At 4:13), mas tinham capacidade de aprender. Embora costumassem errar em seus julgamentos e fossem lentos para compreender as questões espirituais, eram homens honestos, prontos para admitir suas fraquezas. Seu comportamento poderia ser grosseiro e suas habilidades, limitadas, mas à exceção do traidor, todos tinham um grande coração.

Talvez o fato mais significativo sobre os apóstolos era seu grande anseio por Deus e pelas coisas divinas. A superficialidade da vida religiosa à volta deles não deturpou a esperança que tinham pela vinda do Messias (Jo 1:41,45,49; 6:69). Estavam fartos da hipocrisia dos aristocratas legalistas. Alguns já haviam se unido ao movimento de avivamento promovido por João Batista (Jo 1:35). Aqueles homens procuravam por alguém que os guiasse no caminho da salvação. Gente assim, disposta a se deixar moldar pelas mãos do Mestre, poderia ganhar uma nova imagem. Jesus pode usar qualquer um que deseja ser usado.

Uma das lições que Jesus nos deixa é que não devemos desejar começar com grande numero, e nem devemos esperar tal coisa. O trabalho mais excelente de treinamento sempre será feito com alguns apenas. Não tem importância quão pequeno e tímido possa parecer o começo; o que vale é que aqueles a quem damos prioridade aprendam a transmiti-la a outros. Ninguém deve ser ter por menosprezado, cada um tem um potencial conhecido por Deus,.

PERMANECENDO JUNTOS

A única maneira realista de conseguir o sucesso de um projeto  é se Liderança e membros estiverem juntos. Ou seja, um trabalho de unidade da Igreja, todos em um mesmo propósito. E assim o evangelismo será visto como um modo de vida, e não como uma norma religiosa.

Podemos nos inspirar no  caso dos primeiros discípulos da era cristã. Eles entregaram o evangelho às multidões; mas durante todo o tempo se atarefavam na edificação da comunhão daqueles que criam. Conforme o Senhor ia adicionando diariamente à Igreja, os que se iam salvando, os apóstolos, seguindo o exemplo do Mestre, desenvolviam homens que reproduzissem o seu ministério ate os confins da terra. O livro de Atos dos Apóstolos, na realidade, é tão-somente um desdobramento gradual, na vida da Igreja em crescimento, dos princípios de evangelismo que nos alcançaram séculos depois e continuam até à vinda do Mestre.

O evangelismo não é feito por meio de coisas, mas antes, por meio de pessoas.Trata-se de uma expressão do amor de Deus, e Deus é uma pessoa. Posto que a natureza de Deus é pessoal, só pode ser expressa através de alguma personalidade – tendo sido inicialmente revelada plenamente em Cristo, e agora sendo expressa através do seu Santo Espírito, nas vidas daqueles que se tem submetido voluntariamente a Ele. As comissões podem ajudar a organizar e a dirigir os esforços evangelísticos, e com essa finalidade certamente elas se fazem necessárias; mas o próprio trabalho só pode ser feito por homens que ganham outros homens para Cristo.

Devemos tomar cuidado para não “vendermos” um produto, o que oferecemos não é comércio, mas Vida Eterna. Há um perigo muito grande e grave com as ofertas que fazemos em nome do evangelismo. Nós não estamos aqui para prometer, antes somos cumpridores das promessas.

Devemos ser obedientes à Voz de Deus e guiados pelo Espírito Santo. Somos embaixadores do Reino de Deus, devemos apresentar o Reino e quem aceitar fazer parte do Reino, “todas estas coisas lhes serão acrescentadas”.

Autor: Adenilton Turquete

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Enquanto Jesus caminhava pela face da terra há aproximadamente dois milênios, a humanidade se dividia em três grupos com diferentes visões sobre ele. Alguns estavam convencidos de que Jesus era o Filho de Deus e então dirigiam-se a ele como “meu Senhor e meu Deus” (João 20.28). Outros consideravam as afirmações e ações de Jesus como atos de blasfêmia e “(…) procuravam matá-lo porque (…) dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (João 5.18). Porém um terceiro grupo pensava que Jesus era insano e deveria ser ignorado (João 10.20).
 
Muitos chamados “cristãos” da atualidade tentam adotar uma posição de compromisso e alegam que Jesus foi um homem bom – que foi até um homem perfeito – porém não era Deus. Adeptos de outras religiões, e até mesmo estudiosos. chegam a considerar que ele foi um homem bom, um grande Mestre, um “Iluminado”, um profeta. Considerações cuidadosas das afirmações e ações de Jesus, entretanto, excluem esta conclusão. As únicas possíveis explicações sobre Jesus são as três que foram propostas no primeiro século. Vejamos as possibilidades:
 

1. Jesus é quem alegou ser, o Filho de Deus, ou

2. Ele era louco e erroneamente se julgava Divino, ou

3. Ele foi o maior mentiroso que já existiu.

 
Consideremos as possibilidades à luz das ações e afirmações históricas de Jesus registradas nos Evangelhos.
 
As Afirmações de Jesus
 
Jesus não fez nenhuma tentativa de esconder suas afirmações de Divindade. Ele repetidamente afirmou que era o Filho de Deus (João 9.35-38; Mateus 16.16-20; etc). Os judeus da época de Jesus estavam certos de que esta era uma afirmação de igualdade a Deus (João 5.18), que Jesus julgava-se ser Deus. A própria linguagem de Jesus não deixou dúvidas, conforme ele aplicou a descrição “Eu Sou” para si próprio (João 8.24-58; veja Êxodo 3.13-14). Jesus claramente afirmou ser Deus!
 
O que faremos com as afirmações de Jesus? Se elas são verdadeiras, então Jesus é Divino. Se elas são falsas, então Jesus intencionalmente mentiu e foi assim um terrível farsante, ou ele era louco e foi iludido por si próprio a acreditar e antecipar o mito de sua própria Divindade. Não podemos considerar suas afirmações e menosprezá-lo como meramente um homem bom ou perfeito. Ou ele é um lunático, ou um mentiroso, ou o Senhor de todos!
 
As Ações de Jesus
 
As ações de Jesus na terra foram inteiramente consistentes em relação às suas afirmações de Divindade. Ele atuou, sem se justificar, como Deus encarnado! Ele proclamou a habilidade de perdoar os pecados (Mateus 9.2-6). Os judeus sabiam que qualquer mero homem que fizesse tal afirmação era um blasfemador. Jesus também aceitou adoração dos humanos, depois de dizer sem dúvida que adoração pertence somente a Deus (Mateus 4.10; 8.2; 9.18; João 9.38). Nas ações de Jesus ele afirmava ser Deus. Quando a meros homens ou anjos foram oferecidos tal adoração, eles apressavam-se à proibi-la (Atos 10.25-26; Apocalipse 22.8-9).
 
O que faremos com as ações de Jesus? Se ele foi um mero homem, certamente os judeus estavam certos em acusá-lo de blasfemar, por ter se apresentado como Deus. Não podemos atribuir suas ações a um simples homem e considerá-lo bom e perfeito. Jesus foi o Senhor, que afirmou ser, ou ele foi um mentiroso, ou um lunático.
 
Os Sinais de Jesus
 
Agora vamos para um verdadeiro teste das afirmações da Divindade de Jesus. Se ele realmente é Deus, criador e sustentador do universo, então seria razoável esperar que suas palavras fossem confirmadas com inegáveis demonstrações de poderes sobrenaturais. Os sinais, ou milagres, de Jesus preenchem um importante papel neste sentido. Os relatos do evangelho são cheios de detalhes de vários milagres os quais Jesus realizou. Estes milagres são claras e inegáveis demonstrações de poder. Jesus curou pessoas de evidentes enfermidades, ressuscitou os mortos, acalmou os mares, etc.
 
Até seus adversários não negaram a veracidade de seus milagres. Eles contestavam a fonte de seu poder (Mateus 12.22-28) e as autoritárias afirmações de que se podia perdoar pecados (Mateus 9.1-8). Eles criticaram porque Jesus curou nos sábados (João 9.13-16). Mas, não negavam a autenticidade de seus milagres! Jesus não é lunático, nem mentiroso e sim o que ele mesmo afirmava ser, Deus.
 
A Ressurreição de Jesus
 
O túmulo de Jesus foi encontrado vazio três dias após sua morte. Desde a época da morte de Jesus, existem duas explicações do sepulcro vazio. Uma é a explicação bíblica sobre qual a fé dos cristãos está  baseada em que Jesus ressuscitou dos mortos (1 Coríntios 15.3-4,14). A outra é aquela que foi tramada pelos mesmos homens que organizaram desonestamente a traição, julgamento e crucificação de Jesus. Os líderes religiosos subornaram os soldados para que disseram que o corpo de Jesus tinha sido roubado (Mateus 28.11-15). Note três falhas fatais desta explicação:
 
a) Foi comprovado que os sacerdotes mentiram.
b) O corpo nunca foi encontrado.
c) Os “ladrões de covas” (apóstolos) citados sofreram torturas terríveis e escolheram morrer porque não quiseram se retratar de sua afirmação que Jesus realmente ressuscitou. Homens morrem pelo que acreditam. É um absurdo afirmar que uma dúzia de homens estariam querendo morrer por uma mentira tão conhecida! A ressurreição apresenta-se como a máxima evidência da Divindade de Jesus.
 
Qual é a importância Disto?
 
Esses pequenos exemplos acima (as afirmações, as ações, os sinais, e a ressurreição de Jesus) servem meramente para apresentar a abundante evidência da Divindade de Jesus Cristo. Numa época em que a dúvida e a descrença estão em alta, toda pessoa que deseja seguir Jesus precisa cuidadosamente considerar o caso para com a Divindade de Cristo. Jesus mesmo declarou o significado deste tema quando ele disse: “Se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados” (João 8.24). Você pode dizer, como o “duvidoso” Tomé disse, que Jesus Cristo é “meu Senhor e meu Deus” (João 20.28-31)? Sua resposta para esta questão é de eterno significado. Considere isto cuidadosamente.
 

Texto original de Denis Allan 

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Os sites pornográficos que você acessa? Os caras do “Velozes e Furiosos” e de outros filmes de ação? Os comentários da rapaziada sobre as mulheres que eles “pegaram” no final de semana? As dicas de exercícios, dieta e moda voltadas para homens? Os lutadores de vale-tudo? As discussões feministas sobre os homens? As posturas que você assume na relação com sua namorada, esposa ou filhos?

A masculinidade é um dom precioso que todos nós, homens, recebemos de Deus, mas os referenciais que geralmente utilizamos para reconhecê-la e vivenciá-la muitas vezes são caricaturas – quando não deformações – do que é ser homem. “Numa civilização complexa, cosmopolita, individualista, desunida, amontoada de identidades insubstanciais, feitas com um pouco de cada coisa, o código dos homens [as normas que socialmente regem o comportamento masculino] torna-se indistinto. A conduta preconizada pelos homens ricos e poderosos se confunde com a de gurus e ideólogos, e tamanha é a desordem em que estas se misturam aos badulaques masculinos oferecidos pelos mercadores que não é tão difícil perceber por que dizem que o sentido da masculinidade pode ser qualquer coisa, todas as coisas ou coisíssima nenhuma” [1].  O cenário muitas vezes é de homens de identidades efêmeras, patinando entre modelos machistas, metidos a garanhões, andróginos, de postura frouxa, entre tantos outros, nos prendendo numa corrida às vezes desesperada por afirmação e satisfação que não é plenamente saciada, porque, com esses modelos, estamos cavando para nós “cisternas furadas, que não podem conter água” (Jr 2, 13).

Em tempos de ditadura do relativismo[2], precisamos aprender com um homem que vai nos colocar no prumo, que vai nos ensinar a ter vergonha na cara, a honrar nossas calças e nosso nome e a ser homens de verdade: Cristo!

Ele é o modelo perfeito de ser humano, mas para a maioria de nós é novidade e um tanto estranho pensar nele como referencial de homem. Mas aquele que fez um encontro pessoal com Cristo descobre que Ele se torna o cânon, a medida de todas as coisas, e isso inclui sua masculinidade. “Em toda a sua vida, Jesus mostra-se como nosso modelo. Ele é o ‘homem perfeito’ que nos convida a tornar-nos seus discípulos e a segui-lo” [3]. É óbvio que, mesmo o Verbo de Deus tendo se encarnado como um ser masculino, Ele também inspira a vivência das mulheres, mas isso nós deixamos para elas descobrirem. Nosso papo aqui é de homem pra homem.

Cristo é modelo de homem dedicado ao trabalho (Mt 8,20); de homem forte ao resistir às tentações (Mt 4,1-11) e ao lutar até a morte por sua missão (Jo 19,28-30); de homem corajoso que enfrenta os poderosos e as ideias mentirosas que escravizam as pessoas (Mt 23,13-38) e surpreende ao amar seus inimigos (Lc 23,34); de líder com lealdade, que se doa aos seus amigos (Jo 15,15) e ama os seus até o fim (Jo 13,1); de esposo fiel e homem casto, que, unindo-se a sua esposa – a Igreja – e os dois se tornando uma só carne, é capaz de dar a vida por ela (Ef 5,25-32); de pai eterno (Is 9,5) e protetor, que vive sua paternidade espiritual com os filhos da Igreja; de mestre, que ensina com a palavra e com o exemplo (Jo 13,13-15). Ele não usa meias palavras (Mt 5,37) e tem firmeza e autoridade no que diz (Mc 1,22), mantendo sua palavra até diante da ameaça de morte (Mt 26,62-66) – ou seja, tem palavra de homem! Faz tudo isso com imensa caridade e, sendo manso e humilde de coração, se compadece das misérias do outro (Mt 12,28-30). O mais belo dos filhos dos homens (Sl 45, 3) ou, melhor ainda, o novo Adão (Rm 5,12-19) é o modelo perfeito de como ser homem. Com Ele aprenderam os grandes homens santos que já passaram por este mundo e que deixaram um legado, uma marca. Com Ele aprenderemos nós a sermos homens de verdade!  

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Notas:

1. DONOVAN, Jack. O código dos homens. Tradução: Luiz Otávio Talu. 1. ed. Santos: Editora Simonsen, 2015: 13-14.
2. Santa Missa “Pro Eligendo Romano Pontifice” – Homilia do cardeal Joseph Ratzinger (18 de abril de 2005).
3. Catecismo da Igreja Católica, n. 520.

Autor: Robério Nery

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Usando a imagem do Santo Sudário, a polícia italiana reconstruiu a imagem de como seria Jesus quando era criança.

Para chegar ao resultado apresentado, foram usadas técnicas informáticas para construir esboços.

Na Itália a tecnologia usada neste experimento é a mesma usada para atualizar as imagens de mafiosos e criminosos procurados pela polícia quando só há fotos antigas.

Mas nesse caso, o procedimento foi feito ao contrário: no lugar de envelhecer, o rosto do Santo Sudário foi rejuvenescido até chegar ao que seria Jesus Cristo quando criança.

O resultado divulgado mostra um menino com cerca de 10 anos, sua pele morena, cabelo encaracolado e castanho claro, nariz alongado e lábios finos. A polícia diz que esse seria um esboço de como era Jesus nessa idade.

O procedimento foi realizado para a exposição pública do Santo Sudário, peça conservada pela Igreja Católica em Turim, no norte da Itália, que no dia 24 de junho será exibida na Catedral da cidade.

Fonte: http://www.befan.it/ecco-il-volto-di-gesu-da-bambino-partendo-dalla-sindone-la-polizia-ricrea-il-messia-da-ragazzo/

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 O ator norte-americano Jim Caviezel explicou que ter interpretado Jesus no filme A Paixão de Cristo“arruinou” sua carreira mas esclareceu que não se arrepende de tê-lo feito.

Em declarações ao Daily Mail, Caviezel de 42 anos explica como logo depois de ter interpretado o papel de Cristo no filme –em cuja filmagem foi atingido por um raio e deslocou um ombro em uma cena da crucificação– as portas de Hollywood foram fechando-se uma atrás da outra para ele. “Fui rechaçado por muitos em minha própria indústria”, indicou.

Ante um grupo de fiéis em uma igreja em Orlando, Flórida, onde chegou para promover um livro em áudio da Bíblia, Caviezel -que se declara católico- comentou que era consciente de que isto podia acontecer e não se arrepende de ter atuado como Cristo. Mel Gibson, o diretor da obra, também o advertiu das conseqüências negativas para sua carreira se aceitava o papel.

Disse-me: ´Você nunca voltará a trabalhar nesta cidade (Hollywood) e eu respondi: ‘Todos temos que abraçar nossas cruzes’. Jesus é tão polêmico hoje como sempre foi. As coisas não mudaram muito em dois mil anos”, disse.

Caviezel, quem atuou em filmes como O Conde de Montecristo, Olhar de Anjo, e Além da Linha Vermelha era considerado antes da Paixão de Cristo como uma estrela ascendente em Hollywood, mas tudo mudou a partir da produção de 2004 que foi atacada ferozmente pelos meios seculares e pela poderosa Liga Antidifamatória Judia nos Estados Unidos que a considerou anti-semita.

Sobre Mel Gibson, Jim Caviezel comenta que “é um pecador horrível, não?, entretanto ele não necessita nosso juízo mas as nossas orações“.

O ator afirmou também que sua fé o guia no âmbito pessoal e profissional. Por isso, não acredita que tenha sido uma coincidência que “aos 33 anos pedissem interpretar o papel de Jesus” e brincou sobre o fato de que seus iniciais (JC) fossem as mesmas que as de Jesus Cristo.

Em março de 2004, Jim Caviezel foi recebido pelo Papa João Paulo II com quem conversou durante uns dez minutos acompanhado por sua esposa e seus sogros. Esse mesmo mês, o ator concedeu uma interessante entrevista à agência ACI Prensa na que detalhou como o fato de ter interpretado Jesus transformou sua vida e fortaleceu muito sua fé.

Naquela ocasião disse: “esta experiência me jogou nos braços de Deus”.

Fonte: ACI

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Para o padre católico Juan Solana, foi o equivalente espiritual a descobrir uma jazida de petróleo.

Quando ele começou a construir um hotel para peregrinos cristãos na Galileia, desencavou a suposta cidade natal de Maria Madalena e uma antiga sinagoga onde os especialistas dizem que Jesus pode muito bem ter passado seus ensinamentos.

Solana, diretor do Instituto Pontifício Centro Notre Dame de Jerusalém, que oferece acomodações para os erguer um hotel para 300 pessoas, um restaurante e um centro de oração e contemplação. Os alvarás de construção saíram em 2009.

Antes que as obras pudessem começar, faltava apenas realizar uma escavação arqueológica no local. A Igreja Católica e os arqueólogos enviados pela Autoridade de Antiguidades de Israel não esperavam encontrar nada de significativo no terreno.

Mas as suas pás atingiram a história menos de meio metro abaixo da superfície: um banco de pedra que, logo ficou evidente, era parte dos restos de uma sinagoga do século 1°., uma entre apenas sete sabidamente existentes do período do Segundo Templo, e a primeira a ser encontrada na região da Galileia.

Uma moeda foi datada do ano 29 -quando Jesus estava vivo. Logo ficou claro que o local era Magdala.

A escavação revelou um mercado e uma área separada de cômodos com tanques adjacentes, presumivelmente utilizados para salgar e secar peixes; uma casa grande ou edifício público com mosaicos, afrescos e três banhos rituais; uma colônia de pescadores; e um trecho de um porto do século 1°.

A descoberta obrigou a uma mudança no projeto de construção, de forma a incorporá-la. O novo centro espiritual já foi concluído, com um altar em forma de barco que combina com uma vista para o porto e para o mar da Galileia.

“Jesus costumava pregar às multidões do barco de Pedro, então tentamos reproduzir essa ideia aqui”, disse o padre Solana.

A sinagoga tinha características incomuns, incluindo um bloco de pedra que os arqueólogos dizem ter provavelmente sido usado como mesa para a leitura da Torá, o livro sagrado judaico.

Está entalhada com colunas e arcos, uma menorá de sete braços e carruagens de fogo. A pedra parece ser uma miniatura do Segundo Templo, em Jerusalém, que foi destruído no ano 70.

Arfan Najar, um dos administradores da escavação de Magdala, disse que todas as pedras lá encontradas eram do século 1°. “É a janela que estava faltando”, disse ele. “Jesus na Galileia.”

“NEW YORK TIMES”, EM MIGDAL (ISRAEL)

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Jesus é a pessoa mais importante da história, de acordo com um novo programa de busca da internet que classifica Napoleão em segundo lugar e Maomé em terceiro

O software, desenvolvido nos EUA, faz uma varredura na internet em busca de opiniões expressas sobre pessoas famosas, usando um algoritmo especial.

E o software ‘vomitou’ alguns resultados embaraçosos, com Adolf Hitler em sétimo lugar, Charles Darwin em décimo segundo, Karl Marx no décimo quarto e Josef Stálin no décimo oitavo.
 Nelson Mandela está apenas em 356, bem abaixo do presidente americano Barack Obama em 111.
Steven Skiena, professor de ciência da computação na Universidade Stony Brook em Nova Iorque, e seu colega Charles Walker, que trabalha como engenheiro do Google, publicaram suas descobertas num livro recente chamado “Who’s Bigger” (Quem é Maior).
Fonte:  DailyMail

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Viciados em teorias da conspiração adoram a ideia: Jesus nunca teria existido. As histórias sobre sua vida, morte e ressurreição que chegaram até nós seriam mera colagem de antigos mitos egípcios e babilônicos, com pitadas do Antigo Testamento para dar aquele saborzinho judaico. Na prática, Cristo não seria mais real do que Osíris ou Baal, dois deuses mitológicos que também morreram e ressuscitaram

No entanto, para a esmagadora maioria dos estudiosos, sejam eles homens de fé ou ateus, a tese não passa de bobagem. A figura de Jesus pode até ter “atraído” elementos de mitos antigos para sua história, mas temos uma quantidade razoável de informações historicamente confiáveis sobre ele, englobando pistas de fontes cristãs, judaicas e pagãs. 

 De Paulo a Tácito

Começamos, no Novo Testamento, com as cartas de São Paulo, escritas entre 20 anos e 30 anos após a crucificação do pregador de Nazaré. Cerca de 40 anos depois da morte de Jesus, surge o Evangelho de Marcos, o mais antigo da Bíblia; antes que o século 1 terminasse, os demais Evangelhos alcançaram a forma que conhecemos hoje. A distância temporal, em todos esses casos, é a mais ou menos a mesma que separava o historiador Heródoto da época da guerra entre gregos e persas, que aconteceu entre 490 a.C. e 479 a.C. – e ninguém sai por aí dizendo que Heródoto inventou Leônidas, o rei casca-grossa de Esparta.

Outra fonte crucial é Flávio Josefo, autor da obra “Antigüidades Judaicas”, também do século 1. O texto de Josefo sofreu interferências de copistas cristãos, mas é possível determinar sua forma original, bastante neutra: Jesus seria um “mestre”, responsável por “feitos extraordinários”, crucificado a mando de Pilatos, cujos seguidores ainda existiam, apesar disso. Duas décadas depois, o historiador romano Tácito conta a mesma história básica, precisando que Jesus tinha morrido na época de Pilatos e do imperador Tibério (duas referências que batem com o Novo Testamento).

Esses dados mostram duas coisas: a historicidade de Jesus e também sua relativa desimportância diante das autoridades romanas e judaicas, como um profeta marginal num canto remoto e pobre do Império.

Fonte G1

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Por Robert Cheaib

 O artigo seguinte foi publicado originalmente na edição árabe de ZENIT como resposta a algumas perguntas de leitores. A resposta é bem-humorada, mas aborda “a séria questão da fé em Cristo”.

Um leitor nos perguntou: “Vou estragar a infância do meu filho se contar a ele que o Papai Noel não existe?”.

A resposta para esta pergunta não requer uma especialização em teologia, como vocês podem imaginar. Mas vale a pena respondê-la para refletirmos melhor sobre o significado do santo Natal, questionar alguns escrúpulos infundados e salvaguardar o que é essencial.

A minha resposta é sim, revelar que o Papai Noel não existe vai estragar a magia da infância dos seus filhos. Mas só se o Natal, para eles, for apenas uma questão de presentes e de contos e lendas. Vai estragar a infância dos seus filhos se o Papai Noel for “o único mediador” do afeto em família, o único elemento de surpresa e a única novidade que encerra o ano. Vai estragar a infância dos seus filhos se eles foram criados com a ideia de um deus carrasco, inquisidor, inspetor, que tudo vê (ou pior, que só vê os pecados). Um Jesus que vem castigar você de noite, etc. Neste caso, se você matar o “Bom Velhinho”, vai arruinar o último totem do Natal dos seus filhos.

Já se você quiser abrir para eles um “caminho melhor”, a minha resposta é não, absolutamente não vai estragar a infância dos seus filhos se contar a eles que o Papai Noel não existe. Vamos imaginar um cenário alternativo: você pode conversar com eles, numa linguagem simples, compreensível e atraente, sobre a beleza de um Deus que amou tanto o mundo, mas tanto, que nos deu de presente não somente todas as coisas, mas também o nosso próprio ser e, acima de tudo, deu a Si mesmo como presente para nós! Nesta conversa, os evangelhos da infância são uma leitura extraordinária para fazer à noite com os filhos.

Há uma imensa magia em contar a verdade sobre o Amor e sobre a sua gratuidade, que não é um mito surreal, mas a “verdade do mundo” e o “coração do mundo”. Este é “o amor que move o sol e as outras estrelas”.

E por que não explicar aos filhos que os presentes colocados embaixo da árvore são um símbolo minúsculo do grande presente de Deus para a humanidade, o seu próprio Filho, Jesus Cristo?

Por que não explicar que, apesar da crise, os pais, tios e tias, avôs e avós se prodigalizam para dar presentes não tanto pelos presentes em si, mas porque aprendemos de Jesus que há mais alegria em dar do que em receber e porque a fé nos ensina a beleza de estar juntos sob o mesmo teto?

Por que não ajudar a entender que o Papai Noel é um conto útil para nos lembrar de uma realidade muito mais bonita do que a ficção, a dos santos (neste caso, São Nicolau), que abrem os corações à generosidade para com o próximo, porque eles foram visitados e tocados pelo amor de Jesus, que nos amou primeiro?

O santo bispo Nicolau amava as crianças gratuitamente, não como o Papai Noel do meu bairro, que anunciava num cartaz: “Agende no parque da cidade a distribuição dos seus presentes com o Papai Noel!”. E completava, em letras menores: “A partir de 3 euros por presente”.

Você não vai estragar a infância dos seus filhos se, no lugar do bonachão desconhecido e imaginário, sintonizar a imagem de Deus e a imagem do Menino do presépio, eliminando aquela imagem de Deus como o Grande Inquisidor. Lembre-se: quem vê Jesus, vê o Pai. E falar dessa Criança é usar a melhor palavra para apresentar Deus, que é a Palavra.

Você não vai estragar o Natal se ajudar os seus filhos a terem os sentimentos de uma Teresa de Lisieux, que, antes de se reunir com o Amor na eternidade, escreveu: “Não posso temer um Deus que se tornou tão pequeno por mim… Eu o amo… porque ele é o próprio amor e ternura”.

O caso do Papai Noel é uma questão muito pessoal.

No ano passado, eu estava com meu filho de três anos fazendo compras de última hora para o Natal. O pequenino percebeu que havia muitos Papais Noéis por aí, de vários tamanhos e em vários estágios de dieta. Ele próprio ficou em dúvida. Foi uma boa oportunidade de explicar a ele as várias coisas que mencionei acima… E até agora eu não senti a necessidade de mandá-lo para o psicólogo.

Você não vai estragar a vida dos seus filhos se desmitificar o Papai Noel. Não são os mitos que nos dão a vida, a alegria e a serenidade. Vamos estragar a vida dos nossos filhos se os deixarmos viver sem amor, crescerem como se Deus não existisse, como se Cristo fosse apenas um acessório da sua própria festa de nascimento. Vamos estragar a vida dos nossos filhos se eles crescerem sem esperança e sem Deus neste mundo.

Um canto religioso libanês termina assim: “Sem você, a minha felicidade não é plena. Sem você, a minha mesa está vazia”. O Pão do Céu, nascido na “Casa do Pão” (que é o significado literal da palavra “Belém”), é o centro e o sentido da festa. Sem ele, os “acompanhamentos” não saciam. Ele é o desejo de todos os nossos desejos. Percebemos a sua importância nestas palavras transbordantes de desejo de Isaías, 9: “O ​​povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da escuridão, uma luz começou a brilhar. Multiplicaste a alegria, aumentaste a felicidade. Alegram-se diante de ti como se alegram nas colheitas (…) Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado (…), o príncipe da paz”.

Via Jorge Ferraz

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