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A Fox iniciou a produção de uma série que vai contar a história de Jesus entre os 13 e 30 anos, período não citado na Bíblia chamado de “anos perdidos”.

A série ganhou o nome de “Nazareth” e deve seguir o sucesso de “A Bíblia” projeto do History Channel que foi exibido no Brasil pela Rede Record alcançando bons índices de audiência.

A série será dirigida por Bob Cooper (Amistad) com roteiro e produção de David Franconi (co-roteirista e produtor em Gladiador) tendo como objetivo tentar reconstruir a história de Jesus depois da última peregrinação de sua família à Jerusalém até o seu batizado.

A produção da Fox não é a única em andamento que tem como objetivo repetir o sucesso internacional de “A Bíblia” que já está com sua sequência sendo produzida pela NBC. Fora ela, o canal National Geographic está prestes a estrear a minissérie Killing Jesus e o WGN deve iniciar uma série com temática religiosa chamada de Ten Commandments.

O canal Lifetime também está investindo no segmento com a criação do “The One”, um telefilme que também irá contar a história de Jesus, mas focando na sua infância dando ênfase para o seu crescimento e como ele descobre que é filho de Deus e tem que salvar o mundo. 

 

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A imaginação criativa de Francisco, enraizada na espiritualidade inaciana, é a chave interpretativa da sua mais recente entrevista

O Papa Francisco pensa em termos de história. É assim que a sua imaginação trabalha.

É preciso considerar, por exemplo, o seguinte trecho da entrevista concedida a Antonio Spadaro, SJ, diretor da “Civiltà Cattolica”, a revista jesuíta italiana.No meio de uma discussão um pouco ininteligível, sobre quando as linhas humanas de pesquisa se tornam decadentes, o Santo Padre diz:

“Quando uma expressão do pensamento deixa de ser válida? Quando o pensamento perde de vista o humano, quando o homem lhe causa medo ou quando se deixa enganar sobre si mesmo. Podemos representar o pensamento enganado na figura de Ulisses diante do canto das sereias, ou como Tannhäuser, rodeado de uma orgia de sátiros e bacantes, ou como ‘Parsifal’, no segundo ato da ópera wagneriana, no palácio de Klingsor. O pensamento da Igreja deve recuperar genialidade e entender cada vez melhor a maneira como o homem compreende a si próprio hoje, para desenvolver e aprofundar seus próprios ensinamentos.”

Aqui está o Papa Francisco pensando em histórias, comparando pensamentos infrutíferos com a sedução de Ulisses pelas sereias, entre outras narrações.

A tendência de Francisco de pensar em histórias, eu acho, é a chave interpretativa para entender o que ele está tentando dizer na entrevista com o Pe. Spadaro, e poderia ser a chave interpretativa de todo o seu pontificado. Mas esta sugestão só convencerá aqueles que se detiverem menos nos títulos da entrevista e mais naquelas partes em que Francisco fala, entre outras coisas, sobre os jesuítas, sobre ser o primeiro papa jesuíta, sobre a espiritualidade inaciana e sobre o mistério da autocompreensão humana.

Nessas respostas, o Papa nos oferece pontos de vista cruciais sobre como ele concebe a primeira tarefa da Igreja: dentro de uma história em que Deus, trabalhando incansavelmente, com nossa ajuda, nos oferece amor, misericórdia e salvação, a todos.

Certos termos chaves, todos conceitualmente unidos e enraizados no entendimento de Francisco sobre os ensinamentos do fundador da sua ordem, encontram-se nessas respostas: discernimento, o grande e o pequeno, narrativa, tempo, fronteira, acompanhamento.

Em resposta a uma pergunta sobre os jesuítas, por exemplo,O papa Francisco declara: “Da Companhia se pode falar somente de forma narrativa. Só na narração se pode fazer discernimento”. Para ele, a Companhia de Jesus pode ser explicada como uma história, assim como toda a vida da Igreja, e a vida de cada alma.

Cabe ressaltar, além disso, que o Papa diz que “só na narração se pode fazer discernimento”. O sentido da narração e o sentido do discernimento caminham juntos. Quando lhe foi perguntado “O que significa para um jesuíta ser bispo de Roma?”, a primeira palavra  foi “discernimento”, um dos principais pilares da espiritualidade inaciana.

O papa Francisco considera o discernimento como “um instrumento de luta”. Poderíamos dizer que é uma espécie de “leitura” que permite à pessoa compreender como o Senhor, verdadeiro protagonista da história das nossas vidas, nos chama a Ele através do tempo, conecta esta arte do discernimento à virtude da magnanimidade. A magnanimidade – ser uma “grande alma” – é, segundo ele, a virtude das coisas pequenas em relação às grandes. Significa ser capaz de discernir a narrativa da alma que luta no tempo, no contexto dos planos eternos e providenciais de Deus. Explica:

“Esta virtude do grande e do pequeno chama-se magnanimidade, e, cada um, na posição que ocupa, faz com que coloquemos sempre a vista no horizonte. É fazer as coisas pequenas de cada dia com o coração grande e aberto a Deus e aos outros. É dar seu valor às coisas pequenas no marco dos grandes horizontes, os do Reino de Deus.”

A atitude da magnanimidade confere ao discernimento uma perspectiva adequada. Viver na tensão entre “as coisas pequenas de cada dia” e um “coração grande e aberto a Deus” permite ler a ação de Deus nas vidas particulares. Isso nos permite recordar, como ensina Santo Inácio, que “os grandes princípios devem ser incluídos nas circunstâncias do lugar, do tempo e das pessoas”.

Esta última citação oferece grandes benefícios para a meditação. Princípios “geniais” (entre os quais é preciso incluir, certamente, os preceitos do Decálogo) devem ser lidos dentro das “pequenas coisas de cada dia”, ou seja, as circunstâncias vividas pelos indivíduos que lutam, às vezes, em seus defeitos, para encontrar Deus em suas vidas.

Mas se, no entanto, os grandes princípios estão “sem corpo”, abstraídos do seu contexto adequado nas lutas diárias das pessoas humanas (consideram-se, na metáfora que O papa Francisco emprega no final da entrevista, como espécimes “de laboratório”), então corremos o risco de ter os princípios de uma ideologia e transformar o Evangelho em uma plataforma política.

“A nossa fé não é uma fé-laboratório, mas uma fé-caminho, uma fé histórica. Deus se revelou como história, não como um compêndio de verdades abstratas.”

Esta frase cativa: Deus se revelou como história, ou seja, como uma história que, como todas as histórias, se desenvolve no tempo.

O que Papa Francisco diz na entrevista sobre os princípios morais consternou muitos dos seus mais firmes aliados. Mas, ao falar da necessidade de que os princípios sejam incorporados no tempo, isso não significa que os princípios cristãos estejam abertos à interpretação de ninguém ou que sejam “relativos” a qualquer história que a pessoa sonhe ter. Não, em absoluto.

A atitude narrativa de Francisco é simplesmente que os seres humanos não foram feitos para as verdades morais, mas são as verdades morais que foram feitas para os seres humanos. Os grandes princípios estão destinados a ser guias ao longo do nosso caminho rumo ao encontro com o Deus vivo. São sinais em nosso caminho de uma comunidade de pessoas que não são, elas mesmas, o destino.

Um dos maiores desafios enfrentados pela Igreja na atualidade, percebe o Papa Francisco, é o fracasso da magnanimidade e do discernimento, a falta de leitura dos tempo à luz da história essencial do Evangelho. “A Igreja, às vezes, bloqueou a si mesma nas coisas pequenas, nas regras de mente estreita.”

Mais uma vez, é a dinâmica dos pequenos e dos grandes. O Papa destaca que falhamos tanto na magnanimidade como no discernimento, quando nos centrarmos nas normas, em detrimento do nosso acompanhamento das pessoas.

Este acompanhamento das almas, sobretudo na “noite” do seu vagar, com o fim de levar-lhes a luz de Cristo, está se tornando um tema recorrente no ministério do Papa Francisco. E é no contexto deste tema que devemos entender suas palavras a respeito de que a Igreja “não pode insistir unicamente em questões relacionadas ao aborto, ao casamento gay e ao uso de métodos anticoncepcionais”, assim como “não é necessário insistir nestes temas o tempo todo”, repete ele.

Isso não significa diminuir tais ensinamentos, mas ampliar nossos corações para que possamos lê-los e ajudar outros a lê-los, à luz da história do que ele chama de “primeira proclamação”: “Jesus Cristo te salvou”.

Lamentavelmente, a história real que muitos estão vivendo em nossa cultura é a de ser um soldado ferido em uma grande guerra espiritual. De acordo com a imaginação do Papa, a Igreja é o “hospital de guerra” que vai ao encontro daqueles que estão espalhados por este campo de batalha, e cura suas feridas.

E quais são estas feridas, ou, mais essencialmente, seus fracassos na tentativa de amar Jesus Cristo? É este amor que precisa estar aceso no coração humano, na chama em que todos os princípios morais têm sentido e se tornam louváveis.

Assim, voltamos à pergunta de Francisco: “Quando uma expressão do pensamento deixa de ser válida?”. E sua resposta: “Quando o pensamento perde de vista o humano, quando o homem lhe causa medo ou quando se deixa enganar sobre si mesmo”.

Para evitar este tipo de pensamentos decadentes, devemos acompanhar o Papa Francisco lá fora, na “fronteira”, onde nossos amigos estão morrendo; e ajudá-los a encontrar o amor desse herói único que pode trazer a cura de que precisam.

Daniel McInerny é escritor, filósofo e jornalista

Jornal O Povo

O ator Renato Aragão classificou as acusações que tem recebido como “frutos da inveja”, de acordo com a nota publicada em seu blog nesta quarta-feira, 29. O esclarecimento veio à tona após boatos da demissão de um funcionário de sua residência por tê-lo chamado de Didi e pela repercussão do novo filme, intitulado “O Segundo Filho de Deus”.

Sobre a suposta demissão, Renato Aragão afirmou que garante os direitos trabalhistas de todos os funcionários e que a maioria deles têm mais de 10 anos de convivência com a família dele: “Jamais demiti, demitiria qualquer motorista ou funcionário por ter me chamado de Did. Absurdo tão grande, uma vez que nem eu mesmo consigo mais separar o Didi do Renato Aragão”.

Em relação à repercussão do novo longa, que o fez ser apontado como o “novo Jesus”, ele rebateu dizendo que todos os filmes que produziu respeitam os valores e a cultura da sociedade. “Acredito que estas pessoas, que nem sequer tiveram acesso à obra, querem apenas incitar os incautos a juntarem-se a eles nesta invejosa empreitada de denegrir meu nome”, escreveu.

Confira a nota na íntegra: 

Queridos Amigos,

Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer o carinho, apoio e envolvimento do povo brasileiro na Campanha Criança Esperança 2012 – uma parceria da TV Globo e UNESCO. Nestes 27 anos, o engajamento do público que assiste ao programa tem provado que somos um povo sensível às carências e necessidades dos nossos semelhantes.
Infelizmente, meu coração tem se entristecido ao ler e ouvir tantas mentiras que estão circulando na mídia com respeito a minha pessoa e minha família. Só posso creditar este comportamento à inveja. Fico triste, pois minha família é uma família de bem, com defeitos sim, como qualquer família, mas que veste a camisa em prol de uma causa na qual acreditamos – o programa Criança Esperança.

Em minha casa e minha empresa, meus funcionários são tratados com respeito e os direitos humanos e trabalhistas de todos são garantidos. Embora não precise expor isto, a maioria dos meus funcionários tem mais de 10 anos de convivência conosco.

Jamais demiti, demitiria qualquer motorista ou funcionário por ter me chamado de Didi. Absurdo tão grande, uma vez que nem eu mesmo consigo mais separar o Didi do Renato Aragão. Afinal, já são 50 anos de convivência entre os dois… Isto e as demais notas, boatos e afirmações, não passam de lendas urbanas que sempre são trazidas à tona na época do Criança Esperança, o que realmente me faz crer que são apenas frutos da inveja.

Minha empresa já produziu mais de 45 filmes, todos voltados para o entretenimento da família brasileira, respeitando nossos valores e nossa cultura. Sou católico e temente a Deus. Jamais abriria mão de minha fé incondicional em Jesus, o Filho Único de Deus.

Gostaria, entretanto de relembrar que fé e ficção são áreas completamente distintas, mas que sempre despertaram polêmicas, desde Milton, em “Paraíso Perdido” até José Saramago em seu “Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Mesmo estes gênios literários e suas polêmicas obras não foram capazes de rebaixar a Bíblia e as histórias de vida ali contidas a meros personagens de obras literárias ou de ficção.

Por que digo isto, porque realmente escrevi um roteiro provisoriamente intitulado “O Segundo Filho de Deus”, obra de ficção com registro público na Biblioteca Nacional, a qual vem sendo deturpada, dizendo inclusive que eu teria a pretensão de ser o “novo” Jesus!, ABSURDO. O Didi é um grande atrapalhado, e em todos os filmes essa será sempre sua característica. Só para esclarecer, este roteiro inclusive já teve o título alterado para “O Segredo da Luz” e não há previsão para sua realização.

Acredito que estas pessoas, que nem sequer tiveram acesso à obra, querem apenas incitar os incautos a juntarem-se a eles nesta invejosa empreitada de denegrir meu nome e desacreditar uma campanha séria que já comprovou sua atuação e eficácia em 27 anos de resultados positivos. Registro que nestes 27 anos isso sempre acontece… infelizmente.

Amigos, desculpem-me pelo desabafo. Mas há horas em que precisamos alçar a voz e proclamar a verdade, principalmente quando o alvo das mentiras passa a ser aquilo que mais prezamos: nossa família e nossa fé.
Mais uma vez, obrigado pelo apoio.

Renato (Didi) Aragão


Andrea Tornielli- jornal La Stampa.

Há um mês e meio, contra o parecer do pároco, ele havia deixado em seu posto no conselho pastoral de uma paróquia o jovem Florian Stangl (foto), gay assumido. (O jovem de vinte e sete anos foi votado entre os paroquianos, durante as eleições do novo conselho pastoral de Stützenhofen, ao norte de Viena. O pároco, porém, não quis admitir sua designação. E, aí, interveio o arcebispo, que assumindo a responsabilidade, decidiu convalidar a eleição)

O cardeal Christoph Schönborn, dominicano, 67 anos, aluno de Ratzinger, arcebispo de Viena, está em Roma nestes dias, onde discutiu com as autoridades vaticanas a situação da Igreja austríaca.

Nesta entrevista ao jornal La Stampa, depois de semanas de silêncio, ele volta a falar da sua escolha. Ele a defende, mas, ao mesmo tempo, explica que o ensino católico não muda. E se pronuncia também sobre a dissidência que atravessa a Igreja na Áustria, antecipando as iniciativas que irá tomar com relação aos padres signatários do Apelo à desobediência.

Eis a entrevista.

Cardeal Schönborn, pode explicar por que o senhor ratificou a eleição de Stangl ao conselho pastoral?


A minha decisão havia sido uma “não decisão”, eu apenas decidi não interferir na eleição ocorrida. É a paróquia que deve escolher bem os candidatos para o conselho pastoral, em conformidade com os requisitos previstos. No caso sobre o qual falamos, isso infelizmente não aconteceu.

O senhor se encontrou com Stangl. O que lhe chamou a atenção?


Não pretendo entrar em detalhes, porque as pessoas têm direito à sua esfera privada.

O caso suscitou esperanças em quem espera uma mudança de posição da Igreja com relação aos gays…

Diante de casos de irregularidades, de pessoas que coabitam, de divorciados que se casam novamente ou de casais formados por pessoas do mesmo sexo, nós, pastores, devemos manter firmes os ensinamentos da Escritura e da Igreja, não por fideísmo, mas sim porque estamos convictos de que eles representam o caminho rumo à felicidade. E devemos tentar ajudar todos a levar uma vida conforme a esses ensinamentos.

Por que, então, o senhor decidiu não intervir?


Porque devemos reconhecer que não só aqueles que vivem em uma situação objetiva de desordem moral, mas também nós todos precisamos de perdão e de misericórdia. Estamos caminhando rumo a uma meta que nós reconhecemos com o coração e a mente, mas também estamos conscientes de que são necessários passos de conversão e de paciência. Não devemos justificar certas situações, mas sim pedir uma mudança. Como pastor, eu julguei que, nessa situação particular, no caso de que falamos, havia um caminho em andamento.

O senhor irá admitir que se trata de um precedente…


A posição da Igreja sobre esses temas não mudou, e não se trata de um precedente. É só um caso especial, assim como há outros…

A Igreja deveria demonstrar uma atitude mais misericordiosa com relação aos homossexuais?

A Igreja sempre demonstrou misericórdia para com os pecadores, e todos somos pecadores. Mesmo que nos fixemos apenas em certos pecados e em certas situações de desordem moral, todos nós, como cristãos, devemos nos confessar. Mas não há misericórdia sem verdade. É preciso um caminho de conversão: isso vale para os divorciado em segunda união, mas também para quem vive relações homossexuais. É preciso ajudá-los a reconhecer que o projeto de Deus não é esse, e, se eles se sentem incapazes de seguir o ensinamento da Igreja, que o admitam com humildade, pedindo a ajuda de Deus, confessando-se e tentando não pecar mais. Não podemos mudar o seu projeto, mas devemos lembrar que Deus é infinitamente misericordioso para com os nossos pecados.

As associações gays acusam a Igreja de ter uma atitude discriminatória. Como o senhor responde?

A Igreja deve seguir o que foi revelado nas Escrituras, mas condena o pecado, não o pecador. Depois, há lobbies, o “politicamente correto”, as atitudes exibidas com as quais, no entanto, nem todos aqueles que têm inclinações homossexuais concordam. Um certo rumor, uma certa propaganda gay, o fato de querer estender nas escolas um tipo de educação sexual que acabe promovendo também a homossexualidade… Eu me pergunto: se essa é a normalidade, por que se precisa de tanto barulho? Se essa é a felicidade que Deus quis para o ser humano, por que se precisa de tanta propaganda?

Há quem diga que a Igreja hoje fala muito de moral sexual. O que o senhor acha?

O importante é a relação de amizade com Jesus, o encontro pessoal com ele. Bento XVI não se detém muito nas questões relacionadas à sexualidade, mas insiste na amizade com Jesus, ou seja, na fé. Chamou-me a atenção que, durante o primeiro encontro com os jovens em Colônia, em 2005, o papa nunca citou os temas relacionados à sexualidade. E lembro também que João Paulo II, em 2001, disse que todos os ensinamentos morais permanecem como leis exteriores e incompreensíveis sem a experiência da fé, da relação com Jesus.

Há muita dissidência na Igreja austríaca, centenas de padres assinaram um Apelo à desobediência. O que vai acontecer?

Eu gostaria de esclarecer que uma coisa é a Pfarrer-Initiative, de 2006, assinada por 350 sacerdotes. Outra é o Apelo à desobediência, lançado com grande evidência midiática há um ano: este último, promovido pelo Mons. Helmut Schüller, foi feito sem aviso prévio aos signatários, que não sabiam de nada. Eu logo declarei que não se pode brincar com as palavras e que o Apelo à desobediência é inadmissível. Como bispos, fomos pacientes – segundo alguns, até demais – e agora estamos preparando uma carta pastoral para será lançada durante o Ano da Fé, em que responderemos a todas as questões feitas pelos dissidentes.

O papa os citou na Missa da Quinta-Feira Santa…


Nessa homilia, Bento XVI nos deu um modelo de diálogo, tentando entrar nas suas motivações, responder às suas objeções e, por fim, convidá-los a seguir a Cristo na obediência, que é um caminho de redenção e de liberdade.

E se os defensores da Pfarrer-Initiative não cederem?

Nós lhes diremos: agora é o momento de esclarecer. Depois, tomaremos as nossas decisões, incluindo eventualmente também passos que preveem sanções disciplinares. Espero que não seja necessário.

No caso das sanções, a intervenção será sua ou da Santa Sé?


Nós, bispos, é que interviremos, e não Roma. É um dever que compete a nós, pastores.

Como o senhor julga a propagação dessa dissidência, que pede a abolição do celibato, o sacerdócio às mulheres, os leigos no lugar dos padres nas celebrações?

O movimento se espalhou. Há até uma espécie de “Guia Michelin” da dissidência, com os nomes das associações nos vários países. Trata-se, em grande parte, de sacerdotes da geração de 1968: eu digo isso sem nenhum desprezo, como dado documental. Muitos deles sofrem, devem ser respeitados e muitas vezes levantam problemas reais. Concordamos com o diagnóstico: há uma crise. Mas não compartilhamos a terapia. Parece-me que eles têm em mente a situação da Igreja nos anos 1950 e 1960, quando ela era muito mais forte, vigorosa e enraizada.

Qual é a terapia certa, segundo o senhor?

Uma nova descoberta da fé, que aceite ser a luz do mundo. O verdadeiro programa de contraste à Pfarrer-Initiative
são as muitas realidades vivas da Igreja austríaca, das quais ninguém fala: o número crescente de famílias jovens que vivem a sua fé no mundo, com o conhecimento de serem uma minoria criativa; os jovens fascinados com a espiritualidade e com a liturgia dos mosteiros. Estamos acostumados a ser maioria e a dizer tudo sobre todos: agora é o momento de nos reconhecermos minoria e de testemunhar, cada um em seu próprio lugar, a nossa fé.

Comercial gera polêmica na Nova Zelândia.

Veja e entenda porque.

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A “obra” do artista norte-americano Andres Serrano chamada “Immersion (Piss Christ)” já vinha causando polêmica por mostrar um crucifixo mergulhado em um recipiente com urina. Lideranças e associações católicas pediram para a obra ser retirada do Museu de Arte Contemporânea da cidade e, na tarde de domingo, ela foi parcialmente destruída às marteladas.

Je crois aux miracles” (Eu acredito em milagres, em tradução livre) é o nome da mostra no museu contemporâneo de Avignon, que celebra os dez anos da Coleção Lambert, criada pelo colecionador francês Yves Lambert.

Nesta exposição, o fotógrafo Andres Serrano participa com dois trabalhos: o polêmico “Immersion”, datado de 1987, e “The Church” (A Igreja, em tradução livre), de 1990.

Na semana passada, escandalizado, o bispo de Avignon, Jean-Pierre Cattenoz, pediu aos curadores da mostra que retirassem a obra. “Diante do lado odioso desta imagem, todos os católicos serão atingidos no mais profundo de sua fé“, disse o bispo. Outra voz se uniu ao coro, desta vez foi o Instituto Civitas, de católicos radicais, que lançou uma petição contra a obra que arrecadou 500 mil assinaturas.

Na tarde de domingo, dois homens suspeitos, de religião católica, foram revistados no museu. Eles estavam com sprays de tintas e ferramentas. Ao serem detidos, um terceiro católico aproveitou e danificou duas obras do fotógrafo com um martelo. Depois de brigarem com os seguranças, todos conseguiram fugir.

Esta não foi a primeira vez que a criação mais famosa do artista de Nova York é alvo de ataques. Em outubro de 2007, diversos trabalhos seus foram danificados em uma galeria de arte na Suécia por um grupo que se reivindicou de extrema-direita.

A exposição “Je crois aux miracles” está no Museu de Arte Contemporânea de Avigon até o dia 8 de maio deste ano.

Nosso blog publicou as fotografias que causou, de fato, perplexidade em todos os católicos.

Embora se queira rotular católicos fiés a doutrina da Igreja como “Conservadores” em um sentido bem negativo, rejeitamos essa identificação.

O frei tem todo o direito de esclarecer sua posição e a publicamos por uma questão de justiça a verdade  dos fatos em uma outra perspectiva.

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RESPOSTA A UM EQUÍVOCO

Cidade de Goiás 06/12/2010

Prezados amigos,

Saúde e Paz a todos

Todos sabem que não é do meu estilo escrever carta aberta respondendo a ataques ou tentando explicar situações polêmicas, porém, no momento me vejo na obrigação de tomar tal atitude, pois a trama dos acontecimentos está penalizando uma segunda pessoa por causa de um fato que é de minha inteira responsabilidade. A pessoa a quem me refiro é nosso Bispo diocesano, Dom Eugênio Rixen, que tem sido alvo da fúria insana de grupos conservadores de ideologia tridentina e contrários às definições do Concílio Vaticano II.

Na penúltima semana de novembro fui procurado por funcionários da Secretaria Municipal de Saúde que traziam a proposta de realizar um momento de reflexão no dia mundial de luta contra a Aids e solicitavam o apoio da Paróquia de Sant´Ana através da Pastoral que acolhe os Portadores de HIV.

Realizamos duas reuniões para preparação do evento, onde fiz questão de esclarecer que a Igreja Católica não compreende a prevenção ao HIV como distribuição de preservativos, mas como um caminho de humanização da sexualidade. Diante disso, ficou definido que se a Secretaria de Saúde pretendesse fazer alguma atividade que envolvesse a distribuição de preservativo deveria desenvolvê-la em outro espaço, pois a Catedral estaria disponível apenas para a parte formativa e educativa dos alunos da Rede Pública.

E assim foi feito, porém, a Secretaria de Saúde montou uma tenda na praça para a distribuição de material e realizou um show musical para encerramento do evento. Devo lembrar que a praça não é de propriedade da Igreja e tenho plena convicção que não estamos mais na Idade Média, onde a Igreja cultivava a Ilusão de poder definir as ações do Governo.
Um inconveniente por parte da Secretaria de Educação foi a utilização do mural da Igreja para pendurar cartazes que incentivavam o uso de preservativo, sem me consultar. Aqui confesso minha responsabilidade sobre o inconveniente, pois não fiz uma averiguação inquisitorial sobre a ornamentação do ambiente e acabei deixando passar despercebida a presença dos referidos cartazes.

Algumas pessoas extremamente mal intencionadas fotografaram tais cartazes e os publicaram na Internet acusando a Igreja de Goiás de distribuir camisinha e incentivar a fornicação. A reflexão realizada por mim e pelo Pastor William da Igreja de Deus com o grupo de alunos que passaram pela Catedral de Sant´Ana tarde do dia 1º de dezembro foi exatamente o contrário do que estamos sendo acusados, pois procuramos despertar para a acolhida fraterna daqueles que são portadores de HIV e a prevenção foi trabalhada como um planejamento espiritual que envolve um conhecimento maduro da sexualidade e o respeito a si e aos outros. Professores que acompanharam os alunos naquela tarde podem testemunhar o que estou afirmando.

Desde a última campanha eleitoral, D. Eugenio vem sofrendo ataques pessoais de uma Ala conservadora da Igreja por assumir uma posição contrária ao determinismo eleitoral de alguns grupos que, usando o nome da CNBB, insistiam em definir em quais candidatos os fiéis não deveriam votar. As acusações que circulam mais uma vez contra a Diocese de Goiás, resultado de um plágio maldoso e antiético, são apenas mais um capítulo dessa cruzada interna forjada por grupos conservadores da Igreja que insistem em tomar a Diocese de Goiás e seu Bispo como bode expiatório de seu fundamentalismo e anacronismo eclesial.

Há mais de cinco anos estou à frente dos trabalhos pastorais da Paróquia da Catedral de Sant´Ana e sempre recebi de meu Bispo confiança e autonomia para desenvolver trabalhos de natureza social e em parcerias com outros seguimentos da sociedade. Antes de realizar a atividade do dia mundial de luta contra a Aids, comuniquei a D. Eugenio qual seria a dimensão da participação da Igreja e ele lamentou não poder estar presente à atividade.

Portanto, reitero que toda a responsabilidade em relação à atividade desenvolvida na Catedral de Sant´Ana no dia primeiro de dezembro é de minha inteira responsabilidade e estou à disposição daqueles que quiserem mais algum tipo de explicação sobre o ocorrido.

Sou maior de idade, respondo pelos meus atos e não acho justo que o Bispo da Diocese de Goiás seja caluniado por uma questão que é de minha responsabilidade. Estou aberto para o diálogo fraterno e o entendimento com qualquer grupo da Igreja, porém, não me intimido com perseguição, postura neo-inquisitorial e tampouco com difamação e denúncia de endemoninhamento, pois sou livre! Acredito em Igreja que seja espaço onde se viva na liberdade dos Filhos de Deus. E o que é mais importante, vivo ancorado nas verdades do Evangelho de Jesus.

Felizes quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa disserem todo tipo de calunia contra vós. Alegrai-vos e exultai, por que grande será a vossa recompensa nos céus. Mt 5, 11-12

Frei Paulo Sérgio Cantanheide, OP
Pároco da Catedral de Sant´Ana


Fonte: Terra
Liga Católica pressionou para que vídeo em que formigas caminham sobre Jesus fosse removido de galeria. Foto: Divulgação/ David Wojnarowicz/ P.P.O.W Gallery/BBC Brasil

Liga Católica pressionou para que vídeo em que formigas caminham sobre Jesus fosse removido de galeria
Foto: Divulgação/ David Wojnarowicz/ P.P.O.W Gallery/BBC Brasil

Um vídeo de 1987 mostrando formigas caminhando sobre uma estátua de Jesus Cristo na cruz levantou polêmica nesta semana em Washington, nos Estados Unidos, ao ser removido de uma exposição por pressão da Liga Católica e, em seguida, reexibido em uma galeria de arte local como forma de protesto.

O vídeo A Fire in My Belly, do artista David Wojnarowicz, fazia parte de uma exposição sobre sexualidade em cartaz no National Portrait Gallery, e os 11 segundos que mostram Jesus foram considerados ofensivos por William Donohue, presidente da Liga Católica nos Estados Unidos.

Sob pressão, o museu, que é parte do Instituto Smithsonian, retirou o vídeo da mostra horas após a reclamação, sob o argumento de que, apesar de não considerar a obra “anticristã”, acreditar que a polêmica em torno de sua exibição estava roubando as atenções do resto da exibição.

A retirada provocou protestos no mundo artístico e, em reação, a galeria de arte Transformer, também em Washington, passou a exibir o vídeo continuamente em sua vitrine, para os transeuntes.

A galeria criticou o National Portrait Gallery por ter “se curvado a pressões” e promovido “censura”.

“Não interpreto (o vídeo) como blasfêmia, mas isso nem é a questão”, disse ao Washington Post a diretora de arte da Transformer, Victoria Reis. “Trata-se do ponto de vista de um artista respeitado, e, se ele foi incluído na exposição, por que removê-lo só porque alguém não gostou? Isso (representa) cortar qualquer diálogo e comunicação.”

Obra

O vídeo de Wojnarowicz tem 30 minutos no total e foi feito em 1987, com a intenção de retratar o sofrimento de vítimas da aids e homenagear um parceiro do artista, que morreu de complicações da doença.

O próprio Wojnarowicz morreu da mesma doença, cinco anos depois. Uma representante do espólio do artista disse ao Washington Post que seu vídeo A Fire in My Belly foi mal interpretado, que o uso de formigas era para fazer um “paralelo” entre a sociedade dos animais e a humana, e não se tratava de uma crítica a Jesus.

Já Donohue, da Liga Católica, afirmou ao jornal que a obra trazia um “discurso de ódio”. “Sempre que esse tipo de coisa acontece, me dizem que a arte é complexa e aberta a interpretações, mas se você coloca uma suástica em uma sinagoga, isso não é aberto a interpretações”, alegou. “Quando o Smithsonian – com seu prestígio e financiamento público – ofende católicos, não posso fingir que isso não aconteceu.”

A polêmica continuou ao longo da tarde de quinta-feira, quando cerca de cem pessoas convocadas pela galeria Transformer fizeram uma passeata até a National Portrait Gallery em protesto contra a exclusão do vídeo de Wojnarowicz.

Financiamento artístico

A polêmica também abriu questionamentos sobre o Instituto Smithsonian, parcialmente financiado por verba pública.

O National Portrait Gallery defende que a exposição em debate foi organizada com dinheiro privado, mas um congressista já veio a público pedir que a verba destinada ao museu passe por escrutínio.

Outro congressista, o democrata James P. Moran Jr, que preside o subcomitê do Congresso responsável por parte do financiamento artístico, disse ao Washington Post que inicialmente viu “mau gosto” no vídeo de Wojnarowicz. Mas “considero ainda pior que ele tenha sido censurado da exibição”.

Uma série de obras de arte que apresenta um Jesus Cristo moderno, vestindo calça jeans e sem camisa está causando polêmica entre fiéis e internautas do Rio Grande do Sul. As imagens, feitas a pedido de moradores de Carazinho, no norte do Estado, devem ser inauguradas no dia 15 de janeiro de 2011. Por meio de um mural, zerohora.com recebeu manifestações adversas por parte de internautas.

O que você acha da modernização da Via Sacra proposta pela artista de Carazinho?

O leitor João Paulo Ferreira, de Cachoeirinha, foi enfático:

— Se isso for verdade mesmo, acho que o mundo vai acabar logo, logo. Daqui uns dias, Judas estará usando roupa de surfista.

Das 15 obras previstas, 11 já estão prontas. Outras quatro ainda estão sendo feitas pela artista Ilse Ana Piva Paim, 54 anos de idade e quatro décadas de trabalho artístico.

A maioria do internautas demostrou a mesma opinião de Ferreira, e acredita que as obras sejam uma forma de desrespeito.

— É simplesmente rídiculo, não sou um cristão devoto, mas o respeito é essencial, principalmente com a fé alheia — afirma o porto-alegrense Paulo Souza.

Maria Isabel Cañete, também da Capital, foi categórica:

— É inaceitável, um abuso satânico sem dúvida. É também inconstitucional porque desrespeita a fé alheia, já que certamente essa ideia monstruosa não vem de quem tem fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, único Salvador. Há que respeitar Deus e a Via Crucis, ato supremo de amor. No dia da retribuição de Deus, haverá mesmo muito choro e muito ranger de dentes. No entanto, do alto da cruz, Jesus disse “Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem.” De fato, ontem, como hoje essa gente não sabe o que faz.

— Só falta colocar um tênis Nike, um M amarelo bem grande ao fundo e uma tatuagem I LOVE NY. Apesar que imagem distorcida é o que está no coração deste “artista” — afirma Jorge Bassani, de Caxias do Sul.

Em entrevista, o pároco da Igreja Nossa Senhora da Glória, padre Ivo Barth, no entanto, fez juízo contrário.

— Todo mundo diz que a Igreja tem que se adaptar aos dias de hoje e a maioria dos fiéis aplaudiu as obras. Cristo está presente nas pessoas que se doam pela comunidade e elas também estão retratadas nas telas — afirma.

Fonte: Zero Hora


Em matéria da revista Time desta semana, as mulheres estão reivindicando o direito de serem reconhecidas como sacerdotisas pelo papa romano. “Desafiando o Vaticano, as mulheres católicas Reclamam sacerdócio” é o título-traduzido da reportagem.

Como qualquer bom padre, Judy Lee sabe como usar uma história da Bíblia. Uma das leituras de missas católicas em um domingo recente, a partir do Livro da Sabedoria, relata como os hebreus desafiaram o faraó adorando a Deus “em segredo”. Essa passagem ecoa em uma casa em Fort Myers, na Flórida, onde Lee está realizando missa para 25 católicos que se reuniram na frente de um ‘altar’, desafiando o papa.

“Roma diz que você vai ser expulso da igreja por estar aqui”, diz Lee, “porque eu sou uma mulher.” Aos 67 anos, ela se considera um padre católico ordenado validamente. O Vaticano não concorda. “A Igreja Católica […] não tem autoridade para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, porque Jesus não tinha apóstolos femininos, disse à Lee em uma carta o bispo local, o reverendo Frank Dewane – que também informou que ela havia sido excomungada por ignorar essa doutrina.

Em resposta, ela disse: “Roma pode impor todas as regras que quiser às mulheres, aos divorciados, homossexuais e a nós. Mas ela não pode impedir”.

Ela e mais de 100 outras mulheres que pretendem ser padres católicos nos EUA e no exterior podem agradecer a igreja por uma coisa: a resposta da Igreja ao movimento delas – em julho, o Vaticano classificou ordenação feminina um ‘gravius delictum’ ou crime grave, o mesmo rótulo da pedofilia – suscitou a atenção o suficiente para levantar seu perfil fora das catacumbas”.

Veja noticia original em Inglês abaixo

http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,2019635,00.html

Por Inma Álvarez

A expectativa e as polêmicas nos meios de comunicação sobre a visita do Papa Bento XVI à Grã-Bretanha foram também momentos propícios para melhorar a comunicação da Igreja.

Esta é a experiência de Catholic Voices, um grupo de leigos voluntários que durante meses esteve se preparando para falar nos meios de comunicação sobre todo tipo de questões relativas à Igreja Católica.

O coordenador desta iniciativa é o espanhol Jack Valero, diretor de comunicação do Opus Dei na Grã-Bretanha, um profissional que já acumulava experiência graças a Dan Brown e “O Código Da Vinci”. Valero também foi chefe de imprensa para a beatificação do cardeal Newman.

Nesta entrevista Valero afirma que é necessário “ter uma visão positiva dos meios de comunicação”, pois eles “têm o direito de fazer perguntas difíceis”. Sua experiência é uma demonstração de como é possível comunicar a mensagem cristã hoje.

Como surgiu a ideia de Catholic Voices, de preparar leigos para falarem nos meios de comunicação?

Jack Valero: Em novembro de 2009, houve um famoso debate em Londres sobre a Igreja Católica, que foi perdido massivamente. Isso fez que os católicos refletissem sobre sua capacidade de comunicar, especialmente com a visita do Papa no ano seguinte.

Eu falei sobre isso com um amigo, Austen Ivereigh, com quem, em 2006, tinha formado o Da Vinci Code Response Group, um grupo de católicos que esteve presentes na mídia para falar de Jesus Cristo, da Igreja, do Opus Dei etc.

A primeira ideia foi reunir novamente os componentes dessa equipe de 4 anos atrás, mas depois pensamos que seria melhor treinar uma equipe totalmente nova, de uns 20 voluntários, que pudesse fazer esse trabalho nos meses anteriores e durante a visita do Papa ao Reino Unido.

Quando anunciamos nossa intenção, 90 pessoas se inscreveram em 10 dias, razão pela qual tivemos de fechar as inscrições. No final, entrevistamos 45 e escolhemos 24 e, desses, 21 continuam na equipe.

Durante esses meses de preparação para a visita, nos quais houve tantas polêmicas na mídia inglesa, qual foi, para vocês, a maior dificuldade do ponto de vista comunicativo?

Jack Valero: Acho que as polêmicas ajudaram a oferecer um perfil muito bom da Igreja Católica e da viagem do Papa; e fizeram que todos os meios de comunicação nos abrissem espaço para explicar nosso ponto de vista. O escândalo da pedofilia em países europeus, que explodiu em abril, foi algo negativo, certamente, mas, por outro lado, obrigou os católicos a ficarem por dentro do que ocorria.

Já que vemos essas controvérsias como oportunidades para falar na mídia, não me vem à mente nenhum aspecto em particular que pudesse ser uma dificuldade, do ponto de vista comunicativo.

Haveria mais ignorância ou má fé nos jornalistas?

Jack Valero: No Catholic Voices, temos uma visão positiva da imprensa. Pensamos que os meios de comunicação têm o direito de fazer perguntas difíceis, que refletem as perguntas das pessoas comuns, e que seu dever é pedir contas a pessoas e instituições.

No Reino Unido, como a Igreja Católica é uma minoria, a mídia sempre pôde pedir-lhe contas quando aparecia alguma notícia negativa. Acho que é saudável que seja assim.

Neste contexto, penso que aqui existe muita ignorância sobre assuntos religiosos entre os jornalistas, mas grande abertura para escutar as explicações. Neste país se dá grane valor à liberdade de expressão. Se a pessoa explicar bem as coisas, será ouvida; se explicar mal, ninguém a ouvirá.

O “anticatolicismo” da mídia inglesa torna especialmente complicada a tarefa de informar sobre a visita? É difícil acabar com mitos e tabus sobre a fé católica?

Jack Valero: Eu não acredito nesse “anticatolicismo” na mídia. Como comentei, há muita ignorância religiosa e muita indiferença.

Por outro lado, os meios de comunicação estão interessados em dramas e controvérsias, e não em histórias felizes: é assim que funcionam. Por este motivo, a maioria das notícias religiosas que aparece tem um contexto negativo (escândalos sexuais ou financeiros, hipocrisia etc.).

No Catholic Voices, estudamos como fazer um reframing da notícia para falar do tema em termos positivos e assim comunicar melhor a mensagem da Igreja Católica, mas sem evadir a questão.

Assim, por exemplo, com notícias sobre abusos de menores, é preciso aceitar (como o Papa faz) a culpa de não ter sabido tratar bem deste tema no passado, mas falar também das normas que a Igreja tem aqui para a proteção de menores, que são as melhores que qualquer instituição na Grã-Bretanha, algo aceito inclusive pelo governo.

Outro exemplo: ao falar da AIDS na África, é bom explicar o grande interesse da Igreja em resolver este problema, já que cuida de mais de 25% das vítimas da AIDS na África e é a instituição que mais faz em temas de saúde pública nesse continente.

Você poderia contar algum caso significativo da sua equipe de trabalho?

Jack Valero: Depois de terminar o treinamento, nossa equipe esteve na mídia (televisão e rádio) mais de 100 vezes, 70 das quais foram nos 4 dias de duração da visita do Papa.

Além disso, participamos de vários debates públicos sobre a Igreja e o Papa, a visita ao Reino Unido etc.

Um caso especialmente interessante foi quando a coligação de grupos de protesto teve uma reunião no dia 12 de agosto para planejar seus protestos e marchas. Uns dias antes, escreveram à Igreja uma série de questões, oferecendo a oportunidade de que alguém fosse defender a postura católica diante das 60 pessoas reunidas lá.

No final, foi uma pessoa da nossa equipe, um professor chamado Neil D’Aguiar. Depois de uma hora ouvindo os dirigentes dos diferentes grupos “antivisita” do Papa dando seus discursos negativos, convidaram-no a responder.

Neil falou apenas 15 minutos e aceitou que esses eram problemas reais que ele queria resolver junto com eles, ainda que – disse – há bastantes coisas que eles não conheciam bem.

Quando perceberam que Neil não os atacaria, ouviram-no em silêncio. Depois lhe perguntaram uma série de coisas e trocaram e-mails para continuar em contato. No dia seguinte, um dos grupos lá presentes decidiu cancelar seu protesto.

Acho que deve ser uma das poucas vezes que grupos assim se sentam com católicos para falar desses temas controversos e a ouvir uns aos outros.

-Você também foi porta-voz da beatificação do cardeal Newman, uma figura admirada, mas também controversa. Qual foi sua maior dificuldade, neste sentido?

Jack Valero: Mais que dificuldades, prefiro falar de oportunidades. Até o ano passado, quando se anunciou sua beatificação, Newman era praticamente desconhecido neste país, além de sê-lo nos ambientes católicos e intelectuais.

Depois surgiram várias polêmicas, que fizeram que a mídia se interessasse. Eu falei em outros lugares sobre as 5 polêmicas de Newman: se era homossexual, se era liberal ou conservador, se realmente era santo, se o milagre que permitiu sua beatificação é um verdadeiro milagre e se sua beatificação é motivo de união ou de divisão com os anglicanos.

Estas controvérsias permitiram que as pessoas escrevessem artigos ou saíssem na mídia falando sobre Newman e tornando-o mais conhecido. Em particular, eu pude tratar da primeira controvérsia escrevendo um artigo sobre a amizade e o celibato sacerdotal no The Guardian, um jornal muito influente aqui. Se não tivesse existido esta controvérsia, ninguém teria publicado meu artigo, menos ainda o The Guardian.

Com relação à visita do Papa, pode-se falar de um êxito midiático sem precedentes neste país. O Papa passou de ser “o nazista” a ser o “avô carinhoso”, segundo a expressão de um jornal irlandês. Qual foi o segredo? A própria personalidade de Bento XVI? Sua mensagem? Ambos?

Jack Valero: Como ocorreu em outros lugares (USA, Austrália, Malta), os protestos se tornam maiores e mais potentes quando a data da visita se aproxima; mas assim que o avião aterrissa e as pessoas podem ver e ouvir diretamente o Papa, a opinião pública muda completamente.

No caso do Reino Unido, a personalidade do Papa (tímido, respeitoso etc.) é muito parecida com a do britânico, e as mensagens que ele deu em seus discursos e homilias foram espetacularmente boas. Penso que esta será considerada uma viagem muito importante deste pontificado.

Quem surpreendeu mais a opinião pública britânica: o Papa ou os próprios católicos ingleses?

Jack Valero: O Papa surpreendeu a opinião pública, assim como aconteceu em outros lugares.

Do seu ponto de vista profissional, qual seria o maior problema da informação religiosa na mídia ocidental? Faltam formadores de opinião ou talvez mais rigor ou conhecimento do tema religioso?

Jack Valero: Um pouco de tudo. Mas o que aprendemos do Catholic Voices foi que são os leigos que podem comunicar melhor a mensagem católica na mídia. Os leigos são os que convivem e trabalham com as demais pessoas, os que têm de pagar o aluguel e cuidar do bebê doente à noite. Quando dizem coisas na televisão ou na rádio, conectam-se facilmente com o público e têm o vocabulário adequado para explicar bem as coisas.

Acho que no futuro a Igreja poderá fazer que sua mensagem chegue muito mais longe se montar cursos de treinamento de leigos que tenham essa facilidade de comunicar. Poderíamos dizer que devemos descobrir na Igreja a vocação de comunicador.

Muitos jornalistas estão pessoalmente muito afastados da religião – intelectual, profissional e afetivamente. Você acha que seria necessária uma “pastoral” de jornalistas?

Jack Valero: É uma boa ideia informar muito bem os jornalistas sobre temas religiosos. A maioria deles não tem grandes conhecimentos sobre a Igreja ou sobre a religião. Se lhes derem informação boa e a tempo, eles poderão fazer seu trabalho muito melhor – algo que valorizam muito.

O pároco e associações católicas da localidade toscana de Pietrasanta na Itália protestou perante as autoridades municipais pela exibição de uma imagem que representa a Virgem Maria carregando nos braços um menino com os traços de Adolf Hitler.

A obra titulada “A Virgem do Terceiro Reich” pertence à coleção do italiano Giuseppe Veneziano, um artista conhecido em sua região por burlar-se em suas obras de distintos personagens, incluindo Jesus Cristo e o Papa Bento XVI.

A polêmica obra foi usada no pôster promocional da exposição “Zeitgeist” que exibirá diversas obras de Veneziano no Palácio Panichi de Pietrasanta a partir deste fim de semana, com o patrocínio das autoridades locais.

O prefeito de Pietrasanta, Domenico Lombardi, desculpou-se publicamente com os católicos pela difusão da imagem. Os organizadores da exibição retiraram a polêmica obra do catálogo da exposição.

“Assumo toda a responsabilidade pela publicação desta imagem, mas não a tinha visto antes, nesse caso, possivelmente eu teria escolhida outra”, afirmou Lombardi aos meios locais e pediu “desculpas se o quadro ofendeu a sensibilidade dos religiosos”.

Veneziano se queixou com a imprensa pelas repercussões de sua exibição e agora se apresenta como vítima de censura.

Nossa luta não contra homens de carne e sangue...
Nossa luta não é contra homens de carne e sangue...

E ai, mulheres cristãs católicas? Eles querem vender e querem polemizar.Vamos lhes dar lucro??

A resposta se dá nas compras, ou melhor, nas ” não compras” e nos e-mails de protesto.

É apenas uma campanha publicitária, dizem.

Não.É uma generalização infeliz e um desrespeito a nossos valores. Uma campanha “oportunista”.

Afinal, o que é que tem a ver peça íntima com  igreja e com pedofilia – que trata de crianças vítimas-  e não de mulheres..?

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A marca de lingeries Duloren revelou por meio de seu Twitter  uma foto de sua nova campanha “Pedofilia, não!”, que será lançada em julho. A peça publicitária polemiza ao trazer uma mulher com trajes íntimos apontando um crucifixo para um padre.

A marca faz uma crítica aos recentes casos divulgados pela imprensa de abuso sexual a crianças por representantes da igreja católica.

O anúncio tem a praça de São Pedro, no Vaticano, como cenário.

Há dez anos a Duloren não fotografava uma campanha no exterior, e escolheu a Itália como locação para as novas fotos. Assim, a imagem terá a praça de São Pedro, no Vaticano, como cenário. Em primeiro plano, a modelo – de lingerie – mostrará um crucifixo para um homem de costas (que aparenta ser um padre, por conta da roupa e do ambiente), acompanhado da frase ‘Pedofilia. Não’.

A Duloren, pela primeira vez, vai usar mídias sociais para divulgar a nova campanha, além da mídia impressa e peças publicitárias em lojas da marca. A Simples Agência é responsável pela ação online e o anúncio foi criado pela Agnelo Pacheco Rio.