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Ao finalizar a 54a Assembleia Geral os bispos do Brasil publicaram, na tarde de hoje, 14, uma declaração, assinada pela presidência da CNBB, a respeito do momento nacional.

A declaração destaca “Escândalos de corrupção sem precedentes na história do Brasil”, com “impacto devastador”. Os prelados falam de “Empresários, políticos, agentes públicos envolvidos num esquema imoral, criminoso”. E perguntam-se: quem paga por tudo isso? “Os pobres são os que pagam pela corrupção”, dizem.

Assim, afirmam os bispos, “As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas”, “Os culpados punidos e os danos devidamente reparados”.

“A crise atual – dizem – evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política”. Portanto, que “Os três poderes da república cumpram integralmente as suas responsabilidades”.

Os prelados do Brasil exortam ao diálogo: “A polarização de posições ideológicas em clima fortemente emocional geral perda de credibilidade e pode levar à violência”; Por isso é importante “Promover o debate político com serenidade”. Finalmente, dizem os bispos, “Acreditamos no diálogo”.

Durante a coletiva de imprensa uma jornalista perguntou a Dom Sergio da Rocha, presidente da instituição se a CNBB é contra ou a favor do impeachment?

Destacando que quem se pronuncia agora é a Assembleia Geral e não só a CNBB, dom Sergio diz que “a nossa posição é a que está sendo manifestada nessa declaração. Continuamos a linha adotada nos posicionamentos anteriores”, ou seja, “Não manifestar uma posição de caráter político-partidário”. O presidente da CNBB afirma que há um critério, e que portanto, não se pode falar que a CNBB não se pronunciou. “Que se preserve a ordem constitucional estabelecida. Que as manifestações devem ser pacíficas. A violência não deve ser forma de manifestação de posição política, seja ela qual for”, disse, esclarecendo que “Normalmente não nos pronunciamos sobre pessoas, partidos e governos. Continuamos a nossa missão e dispostos a dialogar e favorecer o diálogo”.

Já dom Murilo Krieger, vice-presidente da CNBB, afirmou que “a nossa preocupação é de apontar um caminho, mas não temos nem critério e nem condições de ficar analisando cada pessoa, cada partido, cada posição”, afirmou. “Isso implicaria entrar em um campo que não é o nosso”, e que portanto, “Queremos que o nosso leigo, ou quem ler uma nota como essa, faça as suas escolhas de acordo com essas orientações”. Dessa forma que “no diálogo se respeite o outro. O grande problema é quando cada um começa a se fechar. O que nós queremos, em termos de Brasil, é que aja paz e que tudo seja resolvido sem conflitos”.

O secretário geral da conferência episcopal, Dom Leonardo, por sua vez, afirmou que “O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e cooperativistas” e que, também “Seria deselegante da nossa parte ficar citando nomes. Tem que seguir a constituição e a verdade dos fatos”, disse.

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Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, trazemos, em nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro, pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).

Depois de vinte anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado democrático de direito. Os movimentos populares, organizações estudantis, operárias, camponesas, artísticas, religiosas, dentre outras, tiveram participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos acontecimentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles, o movimento “Diretas Já!”, a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das primeiras eleições diretas e outras mobilizações pacíficas.

Neste momento, mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço.

Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, “os mártires da corrupção” (Papa Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça.

A forma como se realizam as campanhas eleitorais favorece um fisiologismo que contribui fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento.

Uma das manifestações mais evidentes da crise atual é o processo de impeachment da Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito.

A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e garanta os direitos sociais.

De acordo com a Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social.

Conclamamos o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade.

Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).

Pedimos a oração de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.

Aparecida – SP, 13 de abril de 2016.

Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo de São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB

Fonte: Zenit

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Todo brasileiro segue atento o desenrolar, minuto a minuto, da crise política que assola o país.

“De início, quero deixar claro que a postagem não tem direcionamento partidário”, afirmou há poucos minutos, em post no seu perfil do facebook, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphaln (RS).

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O prelado diz que “vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa”.

“O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados”, insta o bispo.

Leia a postagem completa compartilhada no seu perfil público dessa rede social.

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“De início, quero deixar claro que esta postagem não tem direcionamento partidário. Vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa.
O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados: roubaram nossa esperança, nosso futuro, nossa dignidade, muito mais do que o nosso dinheiro. Somos um povo doente, sem horizontes. Prevaleceram-se de nosso comodismo, de nossa incapacidade de reação. Compraram nossa consciência cidadã com bolsas, programas, “pacs”, copas e olimpíadas. Mudaram o rumo de nossa história, impingindo-nos ideologias inaceitáveis. Venderam nosso país a lobbys, que despejam aqui rios de dinheiro, para mudar os rumos de nossa vocação cristã-católica. Perdemos quase tudo. Agora, querem nos fazer acreditar que tantos escândalos, desvendados a duras penas, não são verdadeiros, nada mais são do que disputa política. É preciso dar um basta a tanta pouca vergonha. É preciso, antes de tudo, resgatar o Brasil e a nacionalidade. Este país precisa ressurgir dos escombros a que foi reduzido. Mais do que nunca, é preciso recomeçar a ser brasileiro. O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha”.

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“A SITUAÇÃO DO NOSSO PAÍS É GRAVÍSSIMA:
Crise econômica,
Crise política,
Crise institucional,
Crise moral!

A democracia brasileira corre perigo! O País foi roubado dos brasileiros! Os que governam se sentem dispensados de dar satisfações ao Povo; não respeitam as instituições, zombam da justiça!

A sordidez, a desfaçatez e o escárnio tornaram-se método de governar e fazer política! O Congresso Nacional trai e abandona o Povo brasileiro! Cargos, comissões, sinecuras: é tudo quanto nossos parlamentares procuram! Congresso indigno, Congresso omisso, eivado pela tortuosidade!

É preciso dar um basta a tudo isto! O Povo brasileiro deve retomar o seu País, deve recobrar a sua Pátria, a sua dignidade, a sua honradez!

O Brasil está desonrado, o Povo brasileiro está ferido em sua dignidade! É o futuro da Pátria que está em jogo!

É preciso cobrar com convicção e firmeza um posicionamento claro do Congresso Nacional! Mas, como, com os líderes que estão ali?

Enquanto isto, crise, desemprego, tensão, desânimo, total falta de esperança! O Brasil não tem líderes! Estão destruindo a jovem democracia brasileira, estão colocando em risco o que se construiu com tanto sacrifício!

Que o Povo não o permita!
Que o Povo fale! Que o Povo brade!
O Brasil é dos brasileiros!”

Publicado Por Dom Henrique Sorares da Costa, Bispo da Diocese de Palmares, Olinda e Recife, no Facebook, em 16/3/016 às 19h10

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Grupos ideológicos favoráveis ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveram o arcebispo dom Darci José Nicioli em uma estéril e pilotada polêmica na semana passada.

Durante uma prece na celebração eucarística, o então bispo auxiliar de Aparecida tinha proposto aos fiéis presentes:

“Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor”.

Durante uma prece na celebração eucarística, o então bispo auxiliar de Aparecida tinha proposto aos fiéis presentes:

“Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor”.

“Pisar a cabeça da serpente” é uma das imagens mais fortes e antigas da espiritualidade cristã, arraigada no Antigo Testamento. Ela se refere à derrota do demônio, simbolizado pela serpente que induziu ao pecado a humanidade representada por Adão e Eva. Quem aparece pisando e esmagando a cabeça da serpente é a Virgem Maria, o único ser humano nascido livre do pecado original por especial privilégio de Deus (considerando-se, obviamente, que Jesus Cristo, mesmo sendo verdadeiro homem, é também verdadeiro Deus).

A prece de dom Darci é feita pela Igreja desde o seu nascimento, há mais de 2.000 anos – e continuará sendo feita até que a cabeça da serpente seja definitivamente esmagada.

Acontece que, na semana passada, o ex-presidente Lula tinha se comparado, ele próprio, a uma “jararaca“, durante um inflamado discurso após ser levado a depor perante a Polícia Federal. Envolvido em escândalo sobre escândalo e acuado por um cerco investigativo inédito na imunda história brasileira da política, do poder e da corrupção que os encharca (e isto vale para todos os partidos), Lula repetiu a retórica de vitimização e confronto que ele e seu partido, o PT, vêm adotando sem sutilezas nas diversas ocasiões em que convocam seus militantes às ruas para combater o que chamam de “golpe” e, neste caso em particular, para impedir que Lula seja investigado como qualquer cidadão igual a todos os outros perante a lei.

A criminosa retórica de confronto entre “nós e eles” incita abertamente à violência e não pode ser tolerada por nenhum setor da sociedade.

A prece proposta por dom Darci é para que Deus nos livre exatamente desse tipo de ódio demoníaco – e é perfeitamente claro que ela se refere, sim, a qualquer instigação vinda de qualquer pessoa que se autoproclame uma “jararaca”; mesmo que se trate de um ex-presidente criminalmente investigado que, de modo irresponsável, convoca os seus correligionários a qualquer confronto que não seja de ideias.

Dom Darci instigou ao ódio?

Não. Na história bimilenar do cristianismo, não é novidade alguma que a serpente deve ser pisada e esmagada – mas não mediante as armas da violência e da instigação ao ódio, que são próprias da serpente mesma, e sim com as armas da virtude e do bem, que se empunham mediante a investigação da verdade, a denúncia da mentira, o protesto pacífico e livre contra tudo e todos que tentam impedir essa investigação e essa denúncia, o voto que pode extirpar da vida pública os representantes de si mesmos e dos seus interesses mesquinhos e, em suma, a justiça, que consiste em “dar a cada um o que lhe cabe” (aliás, este é um dos dois lemas do jornal da Santa Sé, o Osservatore Romano: “Unicuique suum”. O outro lema, que o complementa, é “Non praevalebunt”, ou seja, “Não prevalecerão”, em referência às “portas do inferno”).

A arma principal do cristão católico, no entanto, é, evidentemente, a da oração, inclusive a oração para que Deus nos dê “a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor“.

Dom Darci, previsivelmente, foi execrado por grupos pró-PT e pró-Lula nas mídias sociais sob a acusação de… “incitar ao ódio”! Esta acusação, também previsivelmente, foi feita entre explosões de insultos e ataques ad hominem diametralmente opostos à “tolerância”, à “democracia” e ao “respeito” incoerentemente pregados pelos detratores, como se observa com suficiente clareza nestes exemplos (imagem de comentários feitos contra dom Darci no Facebook, publicada pelo site O Catequista – os termos destemperados que os detratores empregam falam por si):

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Na semana passada, dom Darci foi promovido de bispo auxiliar de Aparecida a arcebispo de Diamantina, MG. Seus detratores, na campanha de difamação que levam adiante com espantosa naturalidade, se apressaram em dizer que aquilo foi um “castigo” imposto a ele pelo papa Francisco.

É mentira.

A promoção de dom Darci já estava decidida desde bem antes deste episódio tergiversado. Diferentemente do que ocorre com os cargos distribuídos e repartidos quais cabides no mundo sujo da politicagem, a Santa Sé não decide elevar um bispo auxiliar a arcebispo da noite para o dia – e muito menos “como castigo”. Aliás, já nesta interpretação se percebe a mentalidade dos acusadores, para quem cargos são meras peças de um xadrez politiqueiro e não responsabilidades de serviço ao próximo pelas quais será preciso prestar contas – se não perante os tribunais, certamente perante o Deus que esmaga a cabeça da serpente.

Diante da campanha de mentiras e incitações ao ódio levantada contra dom Darci, a resposta católica é a de divulgar a verdade dos fatos. E sem violências. A violência jamais é necessária a quem tem a razão do seu lado.

Francisco Vêneto

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O governo brasileiro repudiou neste domingo (16/02) o assassinato de 21 egípcios pelo EI (Estado Islâmico). O grupo jihadista divulgou dia 15 um vídeo que mostra a decapitação dos cristãos egípcios que foram sequestrados na cidade de Sirte, no Norte da Líbia. A gravação mostra os 21 homens  alinhados em uma praia com as mãos nas costas, antes de serem decapitados.

Na nota abaixo transcrita, o governo brasileiro substituiu a palavra ‘cristãos’ por ‘trabalhadores’.

“O Brasil manifesta sua indignação diante do brutal assassinato de 21 trabalhadores egípcios, alegadamente em território líbio, por membros do grupo autodenominado Estado Islâmico. A intolerância religiosa e o recurso à violência política merecem o mais veemente repúdio do governo e do povo brasileiro”.  (UOL)

COMENTÁRIO:

O governo brasileiro sabe que as mortes se deram exclusivamente por questão religiosa, pois na própria mensagem postada no vídeo, pelo  ISIS, tem a  seguinte legenda: “O povo da cruz, os seguidores da igreja egípcia hostil”. 

Na mensagem, a troca de ‘cristãos’ por ‘trabalhadores’ foi proposital.  

Recordemos que em 2012 a presidente do Brasil fez um discurso na ONU e pediu o fim da islamofobia. Em suas palavras, sequer citou a palavra cristãos, ignorando completamente o massacre que esse segmento religioso sofre ao redor do planeta.

Em 2014, também na ONU, a presidente brasileira criticou o bombardeio feito pelos EUA aos terroristas do Estado Islâmico.

Portanto, não é novidade alguma que o governo brasileiro não se manifeste ante à crescente onda cristofóbica mundo afora. 

Na verdade, o PT só lembra dos cristãos (e somente os brasileiros) em época de eleição.

Uma vergonha!

Comentário Paulo Teixeira

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Agora que começamos a descobrir como agiu o governo no escândalo do petrolão, fala-se de novo em “controle social da mídia”

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pretende discutir o controle da imprensa no Brasil, mas diz que não do seu conteúdo, visto que a Constituição assegura a liberdade dos meios de comunicação.

Reiterando posições do presidente de seu partido, Rui Falcão, de que a imprensa precisa ser “democratizada” e que a concentração de capital no controle de jornais e canais de TV macularia tal liberdade, sustenta que a diluição desse controle entre outros participantes levaria a uma imprensa “mais democrática”.

À evidência, não faz menção ao controle governamental da imprensa oficial, com conteúdo definido exclusivamente pelo governo. A imprensa oficial não desvenda os porões e as podridões do poder. Só a imprensa livre o faz e, quando o faz, surgem ideias semelhantes às dos que advogam uma “democratização conduzida” dos meios de comunicação, como na Argentina ou na Venezuela. Sabe-se o que ocorre. Os governos financiam grupos dóceis.

Basta ver o que aconteceu com o principal canal de TV da semiditadura venezuelana e o que a presidente Cristina Kirchner tem feito com o jornal “Clarín”, exclusivamente por terem mostrado, na Venezuela, a violação de direitos fundamentais e, na Argentina, o fracasso econômico do governo.

Na mesma linha, o governo tentou, com os denominados conselhos populares, criar um poder paralelo ao do Congresso Nacional.

Com eleições teleguiadas por correligionários para definir políticas para os esclerosados 39 ministérios, no melhor estilo de conselhos semelhantes existentes em algumas ditaduras e semiditaduras com as quais o governo tem estreitas relações e a presidente Dilma Rousseff, principalmente com a ditadura cubana, particular afinidade.

À evidência, as últimas eleições demonstraram uma fragilização do PT, com uma presidente eleita por estreita margem de votos e por 38% dos eleitores inscritos –62% dos eleitores não votaram na presidente. Há muito o partido perdeu suas raízes de defensor da ética, quando na oposição, convivendo hoje com o maior assalto público ao dinheiro do contribuinte.

São bilhões de reais desviados, por culpa (omissão, negligência ou imperícia) ou por dolo (fraude ou má-fé), beneficiando correligionários e aliados, durante pelo menos dez anos, seja no caso do mensalão, seja no do petrolão.

E a imprensa teve papel fundamental neste desventrar, ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público –órgãos que não prestam vênia ao poder–, o maior escândalo da história do Brasil.

O petrolão será examinado pelo Judiciário, pois no mensalão já houve decisão. Causa, todavia, particular estranheza que, neste momento, em que o povo começa a descobrir como agiu o governo por culpa ou dolo, não faço avaliação prévia, no desvio do dinheiro público, venha-se novamente falar em controle indireto da imprensa, por meio do controle das direções dos jornais.

Não conheço o ministro Berzoini, embora conheça Rui Falcão, de quem sempre tive boa impressão. Entendo que a liberdade de imprensa é, todavia, cláusula pétrea da Constituição Federal, por dizer respeito ao mais sagrado direito de uma sociedade de ser informada da verdade, não pelos detentores do poder, mas pela imprensa livre.

Não podem, portanto, serem modificados os fundamentos do “caput” do artigo 220 da lei suprema. Além de não ser o momento de discuti-los, fica-se com a impressão que o governo, em conjuntura delicada, na qual se examina sua moralidade, pretende calar a imprensa.

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Na manhã desta terça-feira passada, 10 de junho, dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Natal (RN) visitou o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN). O motivo da visita do epíscopo ao parlamentar, presidente da Câmara Federal, se deu pelo pedido de revogação da lei 12.845/2013, conhecida pelos religiosos e todos aqueles que defendem a dignidade da vida humana como lei Cavalo de Tróia.

A reunião de dom Jaime com Henrique Alves aconteceu na residência do deputado, em Brasília. No encontro, o arcebispo pediu que o presidente da Casa acelere a votação do projeto de lei 6.033/2013, do deputado federal carioca e cristão Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Na Câmara dos Deputados já tramita o requerimento de urgência 10.413/2014 para a aprovação do projeto de Cunha.

No projeto, o deputado carioca visa a revogação total da lei Cavalo de Tróia. Em resposta ao pedido de dom Jaime, Henrique Alves prometeu votar a pauta em regime de urgência, na Câmara dos Deputados. Dom Jaime pôde conversar com o parlamentar por estar em Brasília para a reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A reunião vai até esta quinta-feira, 12 de junho, e conta com a presença de dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da entidade, dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, assim como presidentes das comissões episcopais e regionais, assessores e representantes de organismos vinculados à Conferência.

A lei 12.845/2013

A lei 12.845/2013 foi sancionada sem vetos pela presidente Dilma Rousseff em 1º de agosto do ano passado. O projeto que deu origem à lei passou sorrateiramente pelas duas casas do Congresso Nacional em uma votação simbólica pelo Dia Internacional da Mulher. O projeto falava de atendimento às mulheres vítimas de estupro, mas se revelou nefasto. Chegou à sanção presidencial com a seguinte redação nos incisos IV e VII do art. 3º:

Art. 3º O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes serviços:

IV – profilaxia da gravidez; (…)

VII – fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.

A linguagem também foi usada para esconder a palavra aborto, designando a gravidez como doença que deve ser prevenida, por isso o termo profilaxia da gravidez. Já o fornecimento de informações sobre direitos legais, por não estar detalhado, abre margem à seguinte interpretação: no atendimento médico, há a possibilidade das vítimas serem convencidas a consentir com a prática de um aborto.

Há ainda outro ponto polêmico no texto, no artigo 2º:

Art. 2º Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade sexual não consentida.

A atividade sexual não consentida pode ser interpretada pela mulher como qualquer ato libidinoso para além do estupro, que decorra em gravidez. Sem os exames de corpo de delito e apresentação de boletim de ocorrência no hospital – garantidos por normas técnicas do Ministério da Saúde – o aborto pode ser assegurado.

Depois de ser sancionada sem vetos pela presidente Dilma Rousseff, a lei 12. 845 poderá ser alterada ou revogada em decorrência de projetos de lei que estão em andamento no Congresso Nacional.

Uma portaria que quase abriu todas as portas para o aborto

A portaria nº 415 que, na prática, poderia legalizar o aborto no Brasil foi lançada no dia 21 de maio, uma quarta-feira, no Diário Oficial da União (DOU). A publicação, ambígua, custeava o procedimento abortivo no Sistema Único de Saúde (SUS) no valor de R$ 443,40, alargando mais caminhos para a prática do aborto no Brasil, além dos casos despenalizados (aborto por anencefalia, estupro e risco de morte).  

Após sofrer alguma pressão, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, decidiu revogar a portaria sete dias depois. A decisão foi tomada em reunião com o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ), líder do PMDB na Câmara dos Deputados. Juntos, ministro e deputado, reavaliaram o texto da portaria e concluíram pela improcedência desta.

Ainda na semana em que a portaria foi lançada, Eduardo Cunha entrou com o projeto de decreto legislativo nº 148/2014 na tentativa de sustar os efeitos da publicação feita pela Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde.

Manifeste-se

Para que a lei seja revogada, os cidadãos devem mandar mensagens e ligar para os parlamentares da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, onde os projetos de alteração e revogação estão parados. Outras ações são a assinatura de petições, assim como envio de e-mail (dep.henriqueeduardoalves@camara.leg.br) e ligações ao deputado Henrique Alves pelos números (61) 3215-8000/ 5539/ 8004 / 8005 / 8015 / 8016 / 8017 / 8018.

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A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) está distribuindo panfletos com críticas à Copa do Mundo. Disponíveis em português, inglês e espanhol, os fôlderes são distribuídos em paróquias e outros pontos de todo o Brasil. O material também está no site da instituição.

Organizado pela Pastoral do Turismo da CNBB especialmente para a Copa, o panfleto lista oito itens com “cartão vermelho” no Mundial. Da remoção de famílias e comunidades ao desrespeito à legislação trabalhista, a conferência não poupa críticas ao que considera como pontos negativos relacionados à competição. Entre elas, a “apropriação do esporte por entidades privadas e grandes corporações, a quem os governos vêm delegando responsabilidades públicas” e “a inversão de prioridades para com o dinheiro público que deveria servir, prioritariamente, para a saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança”.

“O material foi elaborado exatamente para marcar presença no evento para mostrar aquilo que nós condenamos. Desde os gastos absurdos às pessoas que tiveram de deixar suas casas”, explica dom Anuar Battisti, da Pastoral do Turismo da CNBB. Segundo ele, os panfletos serão distribuídos em todas as cidades-sede da Copa, não apenas nas igrejas. Aeroportos, hotéis, restaurantes e outros pontos também já começaram a recebe-los.

Além das críticas, o material pretende ressaltar o que pode ser positivo na Copa. Ele lista o que seria o “gol da vitória”, uma série de situações que, se cumpridas, serão muito positivas para o país. Entre elas o fim da exploração sexual e do trabalho escravo, a não criminalização manifestações públicas dos movimentos sociais e o respeito aos torcedores.

Os bispos também destacam a situação dos moradores de rua. “Que as populações dos bairros populares e pessoas em situação de rua tenham garantida a permanência em suas localidades e  segurança para  suas vidas, bem como de todos os brasileiros e turistas”, diz o panfleto.

A CNBB encerra o documento afirmando que a igreja está disponível para torcedores, jogadores e populações vulneráveis. A pastoral do turismo tem organizado missas em outros idiomas, além de atividades turísticas e visitas aos principais templos (inclusive não católicos) das cidades que receberão jogos da Copa. “Nós condenamos os erros, mas queremos que a Copa seja de paz e aconteça de uma maneira especial”, disse dom Anuar Battisti.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/06/1464998-cnbb-lanca-panfleto-com-criticas-a-copa.shtml

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A Portaria nº 415 que, na prática, poderia legalizar o aborto no Brasil foi revogada. A decisão foi tomada, nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, depois de reunião com o deputado federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), líder do PMDB na Câmara dos Deputados.

Juntos, ministro e deputado, reavaliaram o texto da Portaria e concluíram pela improcedência desta, já que a publicação se mostrava ambígua e poderia corroborar com efeitos danosos para a sociedade, sobretudo para as crianças ainda no ventre materno.

Eduardo Cunha afirmou, em site pessoal, que o ministro, após estudar a publicação, “deverá apresentar alguma nova proposta ou nova portaria nos estritos termos da legislação vigente”. A revogação está publicada no Diário Oficial da União (nº 101, Seção 1, pág 40).

Ainda na semana passada, logo após a divulgação da Portaria, o deputado Eduardo Cunha entrou com Projeto de Decreto Legislativo nº 148/2014 na tentativa de sustar os efeitos da publicação feita pela Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde.

Um dos pontos mais graves da publicação discorria a respeito da interrupção da gestação/antecipação terapêutica do parto, um eufemismo para o aborto.

Art. 1º Fica incluído, na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS (…) o procedimento (…) – INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO/ANTECIPAÇÃO TERAUPÊUTICA DO PARTO PREVISTAS EM LEI e todos os seus atributos.

Uma vez estabelecida, a Portaria abriria brechas a todos os hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para prática do aborto com o custo de R$ 443,40.  O valor incluía o pagamento de uma equipe formada por médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais e farmacêuticos.

Com a publicação, o Estado passaria a arcar com o procedimento abortivo contemplando, de forma mais direta, os três casos em que o aborto não é penalizado no Brasil: risco de morte, anencefalia e estupro. Também trazia brechas sobre a questão da objeção de consciência médica.

Antes da Portaria nº 415

A Portaria era decorrente da lei 12.845, sancionada sem vetos pela presidente Dilma Rousseff em 1º de agosto de 2013. O projeto que deu origem à lei passou sorrateiramente pelas duas casas do Congresso Nacional e chegou à sanção presidencial com a seguinte redação nos incisos IV e VII do art. 3º:

Art. 3º O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes serviços:

IV – profilaxia da gravidez; (…)

VII – fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.

A linguagem também foi usada para esconder a palavra aborto, designando a gravidez como doença que deve ser prevenida, por isso o termo profilaxia da gravidez. Já o fornecimento de informações sobre direitos legais, por não estar detalhado, abre margem à seguinte interpretação: no atendimento médico, há a possibilidade das vítimas serem convencidas a consentir com a prática de um aborto.

Há ainda outro ponto polêmico no texto, no artigo 2º:

Art. 2o  Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade sexual não consentida.

atividade sexual não consentida pode ser interpretada pela mulher como qualquer ato libidinoso para além do estupro, que decorra em gravidez. Sem os exames de corpo de delito e apresentação de boletim de ocorrência no hospital – garantidos por normas técnicas (abaixo) – o aborto pode ser assegurado.

Depois de ser sancionada sem vetos pela presidente Dilma Rousseff, a lei 12. 845 poderá ser alterada em decorrência de dois projetos de lei que estão em andamento no Congresso Nacional. O PL 6022/2013 (que ainda deve ter o texto modificado) visa a alteração de alguns incisos mais perigosos, enquanto o PL 6033/2014 quer a revogação total da lei 12. 845.

Normas Técnicas

Toda a questão vem sendo permeada por duas Normas Técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, no intervalo de 16 anos, e apreciadas na Portaria.

Em 1998, José Serra, então ministro da pasta, publicou a Norma Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, que afirma ser ‘legal’ e ‘permitido’ fazer o aborto em gravidez decorrente de estupro. A Norma também indica que a mulher, nesta situação, desejosa de fazer o aborto seria liberada do exame de corpo de delito, apresentando somente um boletim de ocorrência sem necessidade de apresentação de provas.

Em 2004, o ministro era o petista Humberto Costa, que lançou a Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento, dispensando o boletim de ocorrência para o aborto e impelindo os médicos a agirem contra a própria consciência com a afirmação: ‘É dever do Estado manter, nos hospitais públicos, profissionais que realizem o abortamento’ (pág 15).

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Dilma Roussef sancionou lei  12.845 abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público. Publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014

Os organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do aborto são as Fundações (que planejam e financiam as ações) e as organizações não governamentais (que as executam) e que promovem tudo isso com enormes somas de dinheiro, como as Fundações Ford, Rockefeller, MacArthur, a Buffet (entre as fundações), e a International Planned Parenthood Federation (IPPF, que tem filiais em quase 150 países), a Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as Católicas pelo Direito de Decidir (que não são católicas, mas usam o nome para confundir principalmente os católicos), a Sociedade de Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy Advisory Services (IPAS), entre as ONGs. 

A filial norte-americana da IPPF, por exemplo, detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos. Segundo a fundadora das falsas “Católicas pelo Direito de Decidir”, Frances Kissling, a IPPF só trabalhou na propaganda pela legalização da prática do aborto nos EUA, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas “para não ser estigmatizadas” pelo público. Mas, numa longa entrevista tornada pública, ela mesma conta que as Fundações que financiam as atividades da IPPF obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo.

Argumento dos direitos reprodutivos

O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as mais vitimadas por essa lógica inumana.No Brasil a Fundação MacArthur, por exemplo, desde 1988, decidiu investir em programas de controle populacional, em nosso no País, alimentando várias OnGs para esta finalidade. No ano seguinte, em São Paulo, a então prefeita do PT, Luiza Erundina (hoje deputada nesta Casa) estabeleceu o primeiro serviço brasileiro de abortos em casos de estupro, no Hospital Jabaquara, dando início assim a uma rede que vem até hoje se ampliando e trabalhando com o objetivo de legalizar o aborto no Brasil, utilizando a estratégia de oferecer serviços de abortos nos casos não punitivos pela lei, que eles chamam de “aborto legal”, quando não é legal, pois ele continua sendo crime no Código Penal. E agora querem também de alguma forma flexibilizar a legislação, nesse sentido, com a reforma do Código Penal.

Investimentos para “capacitar” médicos brasileiros

Os médicos brasileiros passaram a fazer parte de “capacitações” para aceitarem gradativamente a lógica do “aborto legal” iniciado no Hospital Jabaquara, depois também no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, no CAISM (Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher), sob a direção do Dr. Aníbal Faúndes, e membro do Conselho Populacional de Nova York. 

A mesma Fundação MacArthur de Chicago investiu nos Foruns para o Atendimento aos Abortos Previstos por Lei, em congressos anuais, com profissionais da Saúde e organizações feministas. Vê-se que nesse processo e contexto, o atual governo brasileiro é o mais comprometido com esta agenda, até hoje. 

Da banalização à legalização do aborto

Mas foi em 1996, após os acordos de Glen Cove entre o FNUAP, OnGs e Comitês de Direitos Humanos, que foi possível expandir os serviços de “aborto legal” no Brasil, criando assim o ambiente cada vez mais favorável principalmente entre os médicos para a banalização da prática do aborto, até chegar a plena legalização. Muitos acreditam estar trabalhando realmente em defesa dos interesses das mulheres, mas não têm o conhecimento mais a fundo da questão, e com isso favorecem os interesses das Fundações internacionais.

Em 1998, na gestão do Ministro José Serra (PSDB), tais grupos influíram para que o Ministério da Saúde adotasse a primeira Norma Técnica que permitisse, com uma medida do Executivo, ampliar tais serviços nos hospitais brasileiros. Para se ter uma ideia, pela Norma Técnica a mulher estaria dispensada de apresentar exame de corpo de delito para comprovar o estupro e solicitar um aborto, exigindo apenas a apresentação de um Boletim de Ocorrência, que pode ser obtido em qualquer delegacia de polícia sem necessidade da apresentação de provas.

Mais uma brecha, mais um ardil, fazendo avançar a agenda abortista, com o apoio do governo!Hoje há em nosso País uma rede de hospitais equipados para tais serviços, favorecidos não apenas por aquela Norma Técnica, como outras que vieram posteriormente. A 2ª Norma Técnica, eliminou a exigência do Boletim de Ocorrência e limitou a objeção de consciência. O médico, por exemplo, que está sozinho no serviço de emergência, tem que fazer o aborto. Se não fizer pode ser processado, por omissão de socorro.

É isso: Primeiro tem que matar, depois curar os outros.E assim, de todas as formas, o governo brasileiro buscou driblar as restrições legais, obcecado que está em cumprir seus compromissos com as agências da ONU e grupos internacionais, desde 2005, de modo mais acentuado (como comprova farta documentação), muito foi feito nesse sentido pelo Governo Lula, cujo partido do Presidente Lula e de Dilma Roussef chegou a punir dois deputados federais do próprio PT, de marcada atuação em defesa da vida.

Grupo de estudo para implantar o aborto

Em 2007, foi criado o GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto) que diz em seu próprio site, que é “uma entidade multidisciplinar que reúne médicos, juristas, antropólogos, movimentos de mulheres, psicólogas, biólogos e outras atividades. Não é uma OnG e não tem verbas próprias. Conta com inestimável apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu foco é capilarizar a discussão do tema ABORTO sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime.”.

Ainda em 2010, o coordenador do Grupo de Estudos para legalizar o aborto no Brasil, constituído pelo governo brasileiro, pago com recurso público, disse que a intenção não é apenas despenalizar o aborto, mas “a ideia é ir mais longe e não fazer mais do aborto um crime”. Grupo este formado por militantes e OnGs que promovem o aborto no Brasil, inclusive faz parte o Dr. Adson França, representante do Ministério da Saúde.

Aborto pago com recursos públicos

É preciso que o aborto não seja mais tido como crime para, anestesiada a consciência moral, utilizar então o Estado com recurso público a perpetrar este abominável atentado contra a vida, sem que haja resistência e restrição legal. O Estado que é constituído para defender a vida e a família, acaba portanto se voltando contra a vida e a família, como um Leviatã que oprime até a morte, por pressão das forças globalistas. E com os eufemismos, a retórica e a demagogia, invertem todos os conceitos. Descriminalizado, sem restrição legal, a defesa do aborto passa a ser a defesa de saúde pública.

Pílula do dia seguinte

O SUS então passa a fornecer abortivos químicos (a exemplo da pílula do dia seguinte), como explica o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, “à custa de perigosa intoxicação da mulher, por vezes com conseqüencias desastrosas para a sua saúde”. Mata a criança no ventre materno e provoca danos á saúde da mulher, ao corpo e a alma da mulher. Pois os efeitos pós-abortos são causas, muitas vezes, da depressão, da angústia, de graves problemas psíquicos e até mesmo o suicídio.

Por isso, reafirmamos, que mente descaradamente o governo brasileiro quando diz que não está comprometido com esta agenda. Como fez a então candidata Dilma Roussef, em 2010, sobre esta matéria. Ainda no segundo turno, ela assinou uma carta compromisso de que era contra o aborto, dizendo ipsis literis: ““Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país.”

Pois não é o que fez a sra. Presidente da República nesta matéria. As iniciativas que visam legalizar o aborto no Brasil têm vindo do Executivo, com a complacência e a conivência do Judiciário. Como há pouco me lembrou o Dr. Paulo Fernando Mello Costa, aqui presente, sugiro que assistam ao vídeo que ele fez, “Dilma Mãe do Brasil”, disponível no youtube.

Pressões no Congresso

Temos acompanhado, há alguns anos, o trabalho desta Casa de Leis e visto os esforços de parlamentares para aplacar a sede do sangue inocente. Mas as pressões não cessam, cada vez mais intensas, promovidas, estimuladas, de modo sutil e sofisticado, e também muito bem planejado e financiado pelas fundações internacionais e por vários setores do governo federal, inclusive do Ministério da Saúde, que recentemente encaminhou a esta Casa de Leis o então PLC 03, hoje lei 12.485, que foi vergonhosa e sorrateiramente tramitada e votada sem deliberação, sem sequer que os deputados percebessem a armadilha e deixassem escapar o ardil do governo, mostrou o seu desprezo à população (a maioria contra o aborto e pela vida), a Presidente sancionou a Lei 12.485, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público.

Aborto financiado pelo Estado

Agora, com a publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014, o aborto passa a ser fato, financiado pelo estado brasileiro na rede pública de saúde. Com a Lei 12.485, o Ministério da Saúde, utilizando-se das Normas Técnicas já aprovadas, e agora com o endosso da Presidência da República, todos os hospitais do Brasil, independentemente de se tratarem de hospitais religiosos ou contrários ao aborto, serão obrigados a encaminhar as vítimas de violência à prática do aborto.

O projeto não contempla a possibilidade da objeção de consciência.

Na sua versão original, o artigo terceiro do projeto afirmava que o atendimento deveria ser imediato.A partir da sanção presidencial e agora com a publicação da Portaria nº 415/2014, bastará apenas a palavra da mulher pedindo um aborto, e os médicos terão obrigação de aceitá-la, a menos que possam provar o contrário, o que dificilmente acontece. Mas pelo menos a mulher deveria afirmar que havia sido estuprada. Agora não será mais necessário afirmar um estupro para obter um aborto. Bastará afirmar que o ato sexual não havia sido consentido, o que nunca será possível provar que tenha sido inverídico. A técnica de ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las tão amplas que na prática possam abranger todos os casos é recomendada pelos principais manuais das fundações internacionais que orientam as ONGs por elas financiadas. Com isto elas pretendem chegar, gradualmente, através de sucessivas regulamentações legais, até a completa legalização do aborto.

(Texto enviado a ZENIT pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery, membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB)

A Portaria 415 do Ministério da Saúde, publicada nesta quinta-feira (22), oficializou o aborto nos hospitais do Brasil, e o Sistema Único de Saúde pagará R$ 443 pelo procedimento.
O Diário Oficial da União (A íntegra aqui ) trouxe publicado o eufemismo ‘interrupção terapêutica do parto’.
A lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff visa autorizar o aborto para casos de estupro e anencéfalos, mas deixa brechas para a prática geral: a mulher não é obrigada a apresentar Boletim de Ocorrência policial ao médico que a atender, e uma única vírgula no texto da portaria abre interpretações jurídicas que podem causar a liberação do aborto sob qualquer motivação.

Sem B.O., a mulher interessada em abortar pode alegar que foi estuprada, mesmo que tenha semanas de gestação e tenha decidido não ter o bebê. A lei não é clara sobre se o procedimento deve ser imediato logo após o estupro. E o texto da Portaria pode abrir brecha para o aborto em casos gerais: “consiste em procedimento direcionado a mulheres em que a interrupção da gestação é prevista em lei, por ser decorrente de estupro, por acarretar risco de vida para a mulher ou por ser gestação de anencéfalo”.

Em suma, há três motivações. A vírgula abre interpretações como: o ‘risco de vida para a mulher’ não está necessariamente ligado à causa estupro. A gestante pode alegar qualquer risco à sua saúde, mesmo que não tenha sido estuprada.

Procurada para se posicionar sobre as questões supracitadas, a assessoria do Ministério da Saúde informou que não teria resposta a tempo para a noite de ontem. Um assessor também informou que não enviaria uma posição por e-mail devido à alta demanda por outros assuntos na pasta.

MEMÓRIA

O projeto surgiu anos atrás, apresentado pela então deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), e só ano passado tornou-se o PLC 3/13, aprovado e sancionado.

Veja!

  
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Pois é, pois é… Recebi na Jovem Pan a informação de um pai indignado, morador de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Na semana passada, as instituições públicas de ensino em que seus filhos estudam deixaram de comemorar o tradicional “Dia das Mães” para celebrar o inovador “Dia de quem cuida mim”.

O jovem pai, de 27 anos, tem dois filhos matriculados na rede municipal de ensino. O mais velho, de 5 anos, é aluno da EMEI Cecília Meireles, e o mais novo, de 3 anos, do CEI Monteiro Lobato, de administração indireta.

Ele afirma que conversou com a coordenadora pedagógica da EMEI e sugeriu que fossem mantidas as datas do “Dia dos Pais” e do “Dia das Mães”, além de incorporar ao calendário esse tal “Dia de quem cuida de mim”. Ele acha que essa, sim, seria uma medida inclusiva e não preconceituosa. A resposta que recebeu dessa coordenadora pedagógica foi a seguinte: “A família tradicional não existe mais”.

Isso quer dizer que, segundo a moça, família com pai, mãe e filhos acabou. É coisa do passado.

O produtor Bob Furya foi apurar. Tudo confirmado. A assistente de direção da Escola Municipal de Ensino Infantil Cecília Meireles afirmou que a iniciativa de criar “o dia de quem cuida de mim” partiu de reuniões do Conselho Escolar, do qual participam pais e professores e de reuniões pedagógicas entre os docentes.

O pai garante que não participou de consulta nenhuma. Ele assegura, ainda, ser um pai presente. E parece ser mesmo verdade. Para a escola, o fato de se criar “o dia de quem cuida de mim” permite a crianças órfãs, criadas por parentes ou por casais homossexuais que não se sintam excluídas em datas como o “Dia das Mães” ou o “Dia dos Pais”. Para esse pai, no entanto, trata-se do desrespeito à “instituição da família”.

Em nota, afirma a Secretaria de Educação: “Hoje em dia, a família é composta por diferentes núcleos de convívio e, por isso, algumas escolas da Rede Municipal de Ensino decidiram transformar o tradicional Dia dos Pais e das Mães no Dia de quem cuida de mim.”

Não dá! Você que me lê. Pegue o registro de nascimento do seu filho. Ele tem pai? Ele tem mãe? Ou ele tem, agora, cuidadores?

Qual é a função da escola? É aproximar os pais, não afastá-los. O que é? A escola pública vai agora decretar a extinção do pai? A extinção da mãe? A democracia prevê o respeito às minorias. Querem integrar os pais homossexuais? Muito bem! Os avôs? Muito bem! Extinguir, no entanto, a figura do pai e da mãe, transformando-os em cuidadores é uma ideia moralmente criminosa.

Nessas horas, sei bem o que dizem: “Ah, lá estão os conservadores…”. Não se trata de conservadorismo ou de progressismo. Todo mundo sabe que boa parte das tragédias sociais e individuais tem origem em famílias desestruturadas.

Uma pergunta: declarar o fim da família tradicional é o novo objetivo da gestão de Fernando Haddad?

Por Reinaldo Azevedo

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O PT ensaiou uma reação quando veio a público a avalanche de malfeitorias óbvias na Petrobras: convocou o coração verde-amarelo da nação. Tudo não passaria de uma conspiração dos defensores da “privataria”, interessados em doar mais essa riqueza nacional ao “sagaz brichote”, para lembrar o poeta baiano Gregório de Matos, no século 17, referindo-se, em tom de censura, aos ingleses e a seu espírito mercantil. Não colou! A campanha não pegou. 

Desta vez, parece, os larápios não vão usar o relincho ideológico como biombo. Até porque, e todo mundo sabe disto, ninguém quer nem vai vender a Petrobras. Infelizmente, ela continuará a ser nossa, como a pororoca, o amarelão e o hábito de prosear de cócoras e ver o tempo passar –para lembrar o grande Monteiro Lobato, o pai da campanha “O petróleo é nosso”. A intenção era certamente boa. Ele não tinha como imaginar o tamanho do monstro que nasceria em Botocúndia.

Há nas ruas, nas redes sociais, em todo canto, sinais claros de enfraquecimento da metafísica petista. Percebe-se certo cansaço dessa estridência permanente contra os adversários, tratados como inimigos a serem eliminados. Se, em algum momento, setores da sociedade alheios à militância política profissional chegaram a confundir esse espírito guerreiro com retidão, vai-se percebendo, de maneira inequívoca, que aquilo que se apresentava como uma ética superior era e é apenas uma ferramenta para chegar ao poder e nele se manter.

A arte de demonizar o outro, de tentar silenciá-lo, de submetê-lo a um paredão moral seduz cada vez menos gente. Ao contrário: há uma crescente irritação com os estafetas dedicados a tal tarefa. Se, antes, nas redes sociais, as críticas ao petismo eram tímidas, porque se temia a polícia do pensamento, hoje, elas já são desassombradas. E se multiplicam. Os blogs sujos viraram caricatura. A cultura antipetista está em expansão. E isso, obviamente, é bom.

Notem: não estou a fazer previsões eleitorais. Não sei se Dilma será ou não reeleita; não me importa se o PT fará mais parlamentares ou menos; mais governos de Estado ou menos. Quem me lê deve supor o meu gosto para cada uma dessas possibilidades. Ainda que o partido venha a ter o melhor desempenho de sua história, terá começado a morrer mesmo assim. Refiro-me, à falta de expressão mais precisa, a uma “agitação das mentalidades” que costuma anunciar as mudanças realmente relevantes.

Pegue-se o caso do PT: não nasceu em 1980. Surgiu alguns anos antes, de demandas geradas por valores a que a política institucional, as esquerdas tradicionais e o nacionalismo pré-64, que remanescia, já não conseguiam responder. À diferença do que ele próprio deve pensar, Lula não inventou o PT. O espírito do tempo é que inventou Lula.

“Ah, mas a oposição não tem projeto!” A cada dia, fica mais evidente que essa história de “projeto” é conversa para embalar idiotas. Não é preciso parir a novidade a cada eleição. Ao contrário: o espírito novidadeiro costuma traduzir um vazio de ideias. Estancar a ladroagem nas estatais é uma boa proposta. Parar de flertar com a inflação é uma boa proposta. Desmontar o aparelhamento do estado é uma boa proposta. Estabelecer parcerias com o setor privado, em vez de comprar a sua adesão com subsídios e renúncia fiscal, é uma boa proposta. E nada disso compõe, exatamente, um “projeto”. A propósito: qual é o do PT?

Se querem, para o bem do país, tirar Dilma do trono, seus adversários devem se ocupar menos de encontrar a “pedra filosofal da oposição” do que de lembrar que estão a falar com um povo, na média, decente, a cada dia menos tolerante com bandidos que prometem a nossa salvação. Espero que Aécio Neves e Eduardo Campos descubram, finalmente, a força dos indivíduos e de seu senso de moralidade. São eles que criam o espírito do tempo. E que formam o povo

Reinaldo Azevedo, Jornalista.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldoazevedo/2014/04/1445129-o-pt-comecou-a-morrer-que-bom.shtml