Resumo de uma recente palestra proferida por Wendy Wright, presidente da organização evangélica Concerned Women for America (Mulheres Preocupadas com os Estados Unidos), na Organização das Nações Unidas.

Para ler a palestra completa, clique aqui.

Wendy Wright, presidente de Concerned Women for America

Na década de 1970, a famosa feminista Gloria Steinem disse: “Uma mulher precisa de um homem assim como um peixe precisa de uma bicicleta”.A mensagem: As mulheres são independentes, e os homens são supérfluos. Os homens são desnecessários e incompatíveis com as mulheres. O modo cínico de ela ver as coisas, sem dúvida, fora deturpado pelo fato de que seu pai a tinha abandonado.

Em nosso âmago, os seres humanos são relacionais. Conexão a outros é uma necessidade humana básica. Nossa primeira conexão é com nossos pais. De nossas mães absorvemos o que significa ser uma mulher. De nossos pais, aprendemos como as mulheres devem ser tratadas pelos homens. Não dá para esses tipos de lições virem de uma lição de moral na sala de aula, mas por meio da intimidade da vida diária.

Quando Gloria Steinem e outras feministas menosprezam os homens, o casamento e a família, elas estão negando uma verdade fundamental: as mulheres precisam de relacionamentos masculinos.Mas ao adotar as petulâncias das Gloria Steinems do mundo, descarta-se o que é ideal para as mulheres como desnecessário ou irrealista. Em vez disso, total atenção e recursos são dedicados ao que é muito menos do que ideal, e até prejudicial, para as mulheres e para a sociedade.

Defrontamo-nos com duas perspectivas que rivalizam:

1. A primeira é: As mulheres são completas em si mesmas. Os homens e as mulheres são diferentes apenas na área da reprodução. Os homens são como escadas, úteis apenas para a mulher usar como apoio enquanto ela sobe os degraus da vida.Eis um exemplo: Na versão preliminar da resolução sobre “Fertilidade, Saúde Reprodutiva e Desenvolvimento” para a Comissão de População e Desenvolvimento, a única menção significativa aos homens é:OP14. Exorta os países membros, a Organização das Nações Unidas e a sociedade civil a incluir em suas prioridades de desenvolvimento programas que apoiem o papel decisivo dos homens no apoio ao acesso das mulheres a condições seguras para a gravidez e parto, contribuindo para o planejamento familiar, prevenindo infecções sexualmente transmitidas e o HIV e eliminando a violência contra as mulheres e meninas.

A lista, que é pequena, não diz absolutamente nada acerca do papel importante que as mulheres precisam que os homens desempenhem na vida familiar, como se não houvesse nenhuma necessidade para que os homens tenham a autoridade e direito íntimo de prover companheirismo, segurança, proteção e cuidado de suas esposas, e um pai para seus filhos.

Não há espaço aí para um homem envolver masculinamente em seus braços sua esposa e filhos a vida inteira. E certamente não há nenhuma expectativa de fidelidade.

Francamente, esse é o tipo de homem que as mulheres não querem: homens distantes, que não querem compromisso e que só dão mal o mínimo, e nunca dão de si mesmos. Em sua própria perspectiva muito medíocre acerca dos homens, as Gloria Steinems ensinam os homens a tratar as mulheres de forma insuficiente — o que, quando os homens fazem, naturalmente leva as mulheres a acreditar que a vida delas fica em situação melhor sem os homens. É uma expectativa cuja previsão está fadada a se cumprir.

Rebaixar homens ou mulheres, tratar ambos como objetos a serem usados ou descartar o casamento como irrelevante nos prejudica como seres humanos e desestabiliza a sociedade.

2. A segunda perspectiva é que: As mulheres e os homens se complementam. Somos diferentes de diversas maneiras maravilhosas, mas em nossas diferenças nos encaixamos para completar um ao outro. O relacionamento mais profundo é o casamento — porque aperfeiçoa o propósito dos dois sexos, homem e mulher.Embora as mulheres possam adicionar numa lista as realizações profissionais quando se apresentam ao mundo, vemos nossa identidade principal em nosso relacionamento com nossa família — principalmente, como esposa e mãe.

Os relacionamentos mais influentes, aqueles que nos causam impacto mais profundo, são aqueles dentro de nossa família.São esses relacionamentos que completam o propósito do que significa ser uma mulher. E o casamento, em que tanto o marido quanto a esposa se dão completamente ao outro, fornece a segurança de viver plenamente essa identidade do que é ser mulher.Muito frequentemente as mulheres e o sexo são vistos isoladamente — Mulheres são separadas de homens e da família, e sexo é visto como um mero ato físico que não tem nada a ver com relacionamentos.

Quando são moldadas por essa perspectiva, as políticas públicas produzem programas e leis que acabam isolando as mulheres de relacionamentos verdadeiros e incentivando o sexo fora do casamento — que é a fonte de muitas doenças, patologias e dores de cabeça.

A maravilha transcendente da feminilidade, casamento e sexualidade é difícil de descrever ao se elaborar documentos de políticas públicas. Contudo, podemos apontar para os benefícios do casamento e o devido lugar da sexualidade.Os seres humanos são relacionais. Precisamos pertencer aos outros. Isso é particularmente verdade no caso das mulheres.

É dentro da família e do casamento que temos a maior probabilidade de encontrar segurança, proteção, abnegação e satisfação. O casamento une duas famílias e cria uma nova, ampliando nossos relacionamentos.Os encontros sexuais promovidos em aulas abrangentes de educação sexual são o oposto — centram-se em relacionamentos passageiros, incertos, inseguros e egocêntricos. Essas aulas deliberadamente separam as crianças dos pais, deixando as crianças vulneráveis a adultos que querem tirar proveito delas.

O sexo sem casamento prejudica a capacidade de uma pessoa de formar laços com outra em casamento.Com as reivindicações das Gloria Steinems do mundo, temos aceitado um padrão muito baixo. As mulheres estão pagando o preço da desvalorização do casamento.

Os parceiros sexuais são tão trocáveis e a natureza exclusiva da feminilidade tão negada que nos dizem que os homens podem substituir as mulheres no casamento.Que insulto para as mulheres!

Entretanto, há esperança. Gloria Steinem — a mulher que não precisava de um homem — recuperou os sentidos. Em 2000, com a idade de 66 anos, para a surpresa de todos, Gloria Steinem se casou.No relato do Gênesis do começo da humanidade, o Criador anuncia: “Não é bom que o homem esteja só”. Mesmo depois de todos esses anos, as mulheres ainda precisam dos homens e o casamento é definitivamente bom para as mulheres.

Lá se vai mais um mito feminista

Parece que as distinções entre os homens e as mulheres não são “construções sociais”, como defendem as feministas, mas sim algo que é próprio de cada sexo.

Um estudo canadense revela que os homens, quando comparados com as mulheres, apresentam uma predisposição maior para viver sem pensar. A descoberta ocorreu acidentalmente durante uma pesquisa sobre esquizofrenia.

Mulheres têm cérebro mais activo do que os homens
Investigação descobriu diferenças entre os sexos

Enquanto o cérebro das mulheres consegue atender inúmeras solicitações ao mesmo tempo, o cérebro dos homens entra mais frequentemente em repouso, revela o estudo liderado por Adrianna Mendrek, investigadora canadiana do departamento de Psiquiatria da Universidade de Montreal.

Na verdade, os homens são mais dados a viver do que a pensar, menciona o trabalho dos investigadores que chegaram à conclusão que os cérebro masculino entra com maior facilidade em repouso durante uma pesquisa sobre esquizofrenia.

“Na realidade, os cérebros estão sempre ativos. É uma questão de intensidade, mas podemos dizer que o cérebro dos homens repousa mais do que o das mulheres”, explicou Adrianna Mendrek, em declarações ao jornal francês “Le Figaro

“.

Segundo a investigadora, existe uma explicação neurológica para esta característica que dota os homens com a capacidade “de não pensar em nada”. A actividade neural do cérebro é maior em pessoas do sexo feminino, por isso o cérebro dos homens entra em repouso com mais facilidade.

A descoberta surgiu por mero acaso, já que a área de estudos de Adrianna Mendrek é a esquizofrenia – um transtorno mental que difere entre os sexos em termos de idade de início, sintomatologia, resposta à medicação e anormalidades estruturais do cérebro. Nesse contexto, analisou diversos sujeitos de ambos os sexos afectados por esta doença e comparou a sua actividade cerebral.

“Nós fomos os primeiros a relatar as diferenças sexuais no funcionamento do cérebro de esquizofrénicos”, assevera Adrianna Mendrek.

O estudo envolveu 42 pessoas sem a doença, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos, que foram submetidas a uma tarefa de rotação mental, a partir de uma figura a três dimensões, com a finalidade de medir a atividade cerebral através de ressonância magnética. Essa medida de atividade neural foi registada quando os sujeitos, de ambos os sexos, repousavam.

Foi na sequência deste estudo que a equipa de Mendrek verificou que as mulheres se encontravam em auto-avaliação sobre aquilo que tinham acabado de fazer e a pensar naquilo que iriam realizar posteriormente. Os homens, por sua vez, apenas descansavam completamente.

Contudo, a investigadora assume que, ainda, não se encontra em posição de referir qual é a parte da pressão social ou quais as hormonas biológicas que diferenciam os dois sexos.

A equipa está, ainda, a medir os níveis de estrogénio e testosterona. Resta saber quais as medidas de actividade cerebral que devem ser exactamente observadas, a fim de possibilitar uma ligação entre os papéis das hormonas e da pressão social nas mulheres relativamente aos homens.

Folha de São Paulo

Eu entendo e faria a mesma coisa.” Quem fala é Rose Marie Muraro, patrona do feminismo nacional, e o tema é o recuo da presidenciável Dilma Rousseff (PT) sobre a descriminalização do aborto. “Há oito anos [de governo] para isso, ou quatro que seja. Não é o fim do mundo”, diz.

Como Muraro, outras feministas –petistas declaradas, intelectuais e integrantes de ONGs– manifestaram à Folha apoio à candidata, mesmo que isso signifique apoiar alguém cujo discurso enverede pela rejeição de uma das bandeiras mais caras ao movimento de mulheres.

A defesa intransigente da liberação do aborto perdeu espaço frente à “onda conservadora”, dizem. O coro é que, sob pressão religiosa, não é hora para o assunto.

“Numa campanha eleitoral só traz esse tema quem quer queimar o movimento feminista”, afirma Maria Laura Pinheiro, ex-secretária-adjunta da SEPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres) e coordenadora da comissão tripartite que fez o projeto de lei da descriminalização do aborto, em 2005.

A questão é “secundária no processo eleitoral”, classifica Clara Ant, assessora licenciada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora na campanha de Dilma.

Se não abarcou essa demanda feminista durante sua campanha, pelo menos Dilma trata a questão como de saúde pública, defende Maria Lucia da Silveira, socióloga e militante da Marcha Mundial de Mulheres.

“O correto é dizer sou contrário à criminalização. E é o que ela está falando”, diz.

Afirmar que aborto não é caso de polícia é, justamente, o discurso adotado recentemente por Dilma, depois que a candidata foi bombardeada por setores religiosos e recuou da defesa da descriminalização do aborto –posição declarada há três anos.

Se não fosse a polêmica criada em torno do assunto, a eleição seria a “melhor das oportunidades” para tratar da legalização do aborto, defende Natalia Mori, da ONG Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria).

O aborto, porém, não foi a única ausência sentida. “Ainda caminhamos para a construção do que significa ser uma candidatura que apoie os direitos das mulheres. Dilma e Marina [Silva, PV] muito pouco fizeram. Mas se aproximam mais que os demais candidatos”, diz.

As feministas consultadas rejeitaram que o apoio à Dilma, mesmo que sem a defesa da legalização do aborto, seja voltar atrás em suas bandeiras.

“Não cabe num programa de governo a legalização do aborto. Uma coisa são as nossas bandeiras, outra é o programa de governo”, diz Suely de Oliveira, ex-secretária de articulação institucional da SEPM e colaboradora do programa de Dilma.

Para Oliveira, cabe ao Congresso a discussão do tema. Dilma, por outro lado, como potencial gestora, deveria focar no atendimento a quem aborta.

Rosane da Silva, secretária nacional da mulher trabalhadora da CUT (Central Única dos Trabalhadores), conclui o assunto da seguinte forma: “Mesmo o Lula, presidente da República, não fez a revolução no mundo do trabalho, ele fez o que era possível e estava dentro dos parâmetros da legalidade. E é assim que a companheira Dilma vai se comportar”.

Ilícito, Inválido e errado.
Como pessoa tem todo o direito de protestar. Agora só não imaginem que esse ato fará alguma diferença na verdade sobre esse tema na Igreja de Cristo.
O que espanta é quererem continuar sendo católicas apesar de discordarem da Igreja. Porque não seguem outro caminho fora da Igreja?

Uma sexta mulher canadense foi ordenada sacerdote neste sábado, indicou a integrante de um grupo de apoio ao sacerdócio de mulheres.

O grupo Mulheres Sacerdote Católico Apostólico Romanas ordenou Linda Spear, uma professora aposentada de Quebec, em uma igreja anglicana de Sutton, Quebec, no leste do Canadá.

Segundo Bridget Mary Meehan, que foi ordenada bispo em 2006 nos Estados Unidos, o grupo Mulheres Sacerdote Católico Apostólico Romanas foi fundado pouco depois de 2000 e cresceu rapidamente.

As primeiras sete mulheres padre foram ordenadas num barco no Danúbio em 2002 e, desde então, outras 80 mulheres viraram padre nos Estados Unidos e outras 20 em todo o mundo.

Spear é a primeira oriunda de Quebec, mas a sexta canadense que se converte em sacerdote católica. Foi ordenada simbolicamente pela bispo americana Andrea Johnson, que já foi excomungada.

Spear pode celebrar sacramentos como casamentos, mas estes não são reconhecidos pelo Vaticano, que limita o sacerdócio aos homens.

“Não estamos deixando a Igreja, estamos dando o exemplo vivo de Jesus sobre a igualdade nos evangelhos. Jesus chamou homens e mulheres para serem discípulos”, afirmou Meehan.

“Desobedecemos uma lei injusta da Igreja, que proíbe a ordenação de mulheres e é motivo de discriminação”, acrescentou.


Mauricio Funes, Presidente de El Salvador

O Presidente de El Salvador, Mauricio Funes, desautorizou oficialmente a feminista Julia Evelyn Martínez quem assinou o chamado “Consenso de Brasília”, um documento não vinculante que promove a despenalização do aborto na América Latina. O mesmo sucede no Brasil, onde alguns deputados estão propondo um projeto de lei para deixar sem efeito qualquer obrigação para o país derivada do documento assinado pelo Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e a Secretária de Políticas para as Mulheres Nilcéia Freire.

O “Consenso de Brasília” saiu à luz em julho deste ano logo depois da conclusão da 11ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e o Caribe, promovida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que depende da ONU.

Martínez, diretora do Instituto Salvadorenho para o Desenvolvimento da Mulher (ISDEMU) tinha sido respaldada na segunda-feira 23 de agosto nesta decisão anti-vida pela Primeira Dama, Vanda Pignato (brasileira de nascimento), quem a advertiu para que se “preparasse para as críticas”.

Ante essas declarações, o Presidente Funes esclareceu que a Constituição da República “é clara no artigo relacionado à penalização do aborto e enquanto este exista, seu conteúdo será respeitado”.

Através do site da Presidência da República, Funes assinala que Julia Evelyn Martínez “não estava autorizada para assinar em nome do país o ‘Consenso de Brasília’, um documento que compromete a El Salvador a revisar as leis que penalizam o aborto”.

O Presidente indica que Martínez “assinou uma declaração que não compromete em nada o governo; houve um engano de procedimento por parte da diretora executiva do ISDEMU, ela tinha que ter solicitado à Chancelaria, para que esta à sua vez solicitasse à Presidência da República, que como funcionária do governo ela pudesse comprometer o governo da República nas declarações que possivelmente seriam assinadas no contexto dessa reunião da CEPAL”.

Deste modo disse que “não houve uma solicitude por parte da diretora executiva do ISDEMU, para que se outorgasse a ela (Martínez) plenos poderes para poder assinar o documento em questão, e é por isso que se enviará uma notificação à CEPAL para desautorizar sua assinatura na polêmica resolução”.

Para o Presidente Funes, El Salvador deveu ter mantido a reserva do caso ante este polêmico documento, coisa que foi feita por países como o Chile e Costa Rica “porque nossa Constituição é clara e enquanto esse artigo esteja vigente ou não seja reformado pela Assembléia Legislativa, deverá ser respeitado”.

“Eu não dei nenhuma ordem para que se proceda a revisar a legislação em matéria de abortos”, precisou o mandatário.

Consenso de Brasília não é vinculante

Sobre este tema, o Diretor do Population Research Institute (PRI) para a América Latina, Carlos Pólo, assinalou que “durante anos nos venderam a idéia que qualquer documento feito em consenso (em qualquer organismo vinculado à ONU) obriga os países membros. Entretanto, por estas ações se evidenciou que os estados são soberanos em sua legislação interna e que o ‘Consenso de Brasília’ não os obriga já que não é um documento vinculante”.

O chamado Consenso de Brasília, prosseguiu, “ao favorecer a prática do aborto, carece de valor legal pois contradiz suas Constituições e sobre tudo o Pacto de São José que efetivamente obriga a nossos países a defenderem o direito à vida desde a concepção”.

“Já são vários os países que através de reservas (Chile, Costa Rica, Peru e Nicarágua) e outros através de declarações de altos funcionários do Poder Executivo como o Chile e agora El Salvador através de seu próprio Presidente, estão abertamente questionando o valor legal deste acordo”, concluiu.

No Brasil, A Câmara dos Deputados em Brasília está estudando um projeto de lei que deixaria sem efeito qualquer obrigação para o país derivado do “Consenso da Brasília”, promovido pela ministra Nilceia Freire da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Tal como denunciam os deputados brasileiros Paes de Lira, Talmir Rodrigues e Miguel Martini, promotores desta ação legislativa, a ação da Ministra Freire ao propor uma mudança de leis no Brasil assume ilegalmente as funções que são próprias do Poder Legislativo. Ademais os deputados assinalam que esta ingerência das Nações Unidas afeta seriamente a soberania nacional dos países nas questões da defesa da vida.

Para saber mais sobre o “Consenso” de Brasília e o projeto dos Deputados Paes de Lira, Rodrigues e Martini, visite: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19717

Terra

Os famosos ônibus vermelhos de Londres levarão mensagens a favor da ordenação sacerdotal das mulheres na Igreja Católica durante a visita do papa Bento XVI à Grã-Bretanha, em setembro, anunciaram os organizadores da campanha.

A associação Ordenação de Mulheres “Católicas” (CWO, na sigla em inglês) lançará sua campanha publicitária em 15 ônibus, que circularão durante quatro semanas pelas principais artérias da cidade com o slogan: “Papa Bento – Ordene mulheres agora!”.

Bento XVI fará a primeira visita oficial de um pontífice ao Reino Unido desde o cisma anglicano, no século XVI.

Entre 16 e 19 de setembro, ele irá a Edimburgo, Glasgow, Londres e Birmingham.

“Esta é a única maneira de divulgar nossa mensagem, e uma boa oportunidade, já que o Papa estará no país”, disse Pat Brown, porta-voz do grupo.

A abordagem não é religiosa no sentido estreito do termo mas antropológica e sociológica.

Esse dado não prejudica em hipótese nenhuma a reflexão, que tem como pano de fundo a visão católica do homem e o questionamento da influência  nefasta do feminismo no esvaziamento da virilidade masculina ( Não confundir virilidade com machismo que é uma deformação dessa virilidade)

O Assunto é pertinente nestes dias de questionamento por parte de certas ideologias da natureza masculina e feminina e da inaceitável defesa da “ideologia do gênero”e sua pretensão de resposta a atual crise da masculinidade e feminilidade .

Essa ideologia nega as diferenças naturais entre o homem e a mulher que seriam frutos, segundo essa visão redutiva, APENAS da construção das culturas, daí  ser possível “reformatá-las”.

É artigo pra ler devagar e refletir.

***

Por Roger Scruton
Traduzido por Andrea Patrícia

As feministas têm batido na mesma tecla em relação à posição das mulheres nas sociedades modernas. Mas e sobre os homens?

As mudanças radicais nos hábitos sexuais, padrões de trabalho e vida doméstica, viraram sua vida de cabeça para baixo. Os homens agora não encontram as mulheres como “sexo frágil”, mas como concorrentes de igualdade na esfera pública, a esfera onde os homens costumavam comandar. E na esfera privada, onde uma antiga divisão do trabalho dava orientação para aqueles que cruzassem seu limite, não há conhecimento sobre qual estratégia será a mais eficaz.

Gestos viris – abrir uma porta para uma mulher, ajudá-la num automóvel, carregar suas malas – podem desencadear rejeição ultrajante; mostra de riqueza, poder ou influência pode parecer ridícula para uma mulher que tem até mais do que ele; e o desaparecimento da modéstia feminina e da contenção sexual tornou difícil para um homem acreditar, quando uma mulher recua aos seus avanços, que ela faz isso como uma homenagem especial ao seu poder masculino, ao invés de uma transação do dia-a-dia, em que ele, como a última, é dispensável.

A revolução sexual não é a única causa da confusão dos homens. Mudanças sociais, políticas e legais têm diminuído a esfera masculina até o ponto do desaparecimento, redefinindo toda a atividade em que os homens um dia provaram que eram indispensáveis, de modo que agora as mulheres podem fazer o trabalho também, ou pelo menos parecem fazê-lo.

As feministas têm farejado o orgulho masculino onde quer que ele tenha crescido e o arrancado impiedosamente. Sob pressão, a cultura moderna tem diminuído ou rejeitado tais virtudes masculinas como a coragem, tenacidade e bravura militar em favor dos hábitos mais suaves, mais “socialmente inclusivos”.

O advento da fertilização in vitro e a promessa de clonagem criam a impressão de que os homens não são nem mesmo necessários para a reprodução humana, enquanto o crescimento das famílias monoparentais – nas quais a mãe é o único adulto, e o Estado é muitas vezes o único provedor – fez com que a infância órfã de pai se tornasse uma opção cada vez mais comum.

Essas mudanças ameaçam fazer da masculinidade algo desnecessário, e agora muitas crianças já crescem sem reconhecer nenhuma fonte de amor, autoridade ou de orientação além da mãe, cujos homens vêm e vão como trabalhadores sazonais, vagando pelo reino matriarcal, sem perspectiva de uma posição permanente.

A infelicidade dos homens decorre diretamente do colapso de seu antigo papel social como protetores e provedores. Para as feministas, este antigo papel social era uma maneira de confinar as mulheres à família, onde elas não concorreriam pelos benefícios disponíveis lá fora. Sua destruição, elas afirmam, é, portanto, uma libertação não só das mulheres, mas dos homens, também, que agora podem escolher se querem afirmar-se na esfera pública, ou se, pelo contrário, querem ficar em casa com o bebê (que pode muito bem ser bebê de outro alguém). Esta é a idéia central do feminismo, que “os papéis de gênero” não são naturais, mas culturais, e que mudando tais papéis podemos derrubar velhas estruturas de poder e conseguir formas novas e mais criativas de ser.

O ponto de vista feminista é a ortodoxia em toda a academia norte-americana, e ele é a premissa de todo o pensamento jurídico e político entre a elite esquerdista, cujos dissidentes que se opõem colocam em perigo sua reputação ou carreiras. No entanto, uma onda de resistência a ela está ganhando força entre os antropólogos e sociobiólogos.

Típico é Lionel Tiger, que há três décadas inventou o termo “vínculo masculino” para designar algo que todos os homens precisam, e que poucos agora têm. Não foi uma convenção social que ditou o papel tradicional do homem e da mulher, Tiger sugere; em vez disso, os milhões de anos de evolução que formaram a nossa espécie fizeram-nos o que somos. Você pode fazer os homens fingirem ser menos dominantes e menos agressivos, você pode fazer com que eles finjam aceitar um papel submisso na vida doméstica e uma posição de dependência na sociedade. Mas, no fundo, no fluxo da vida instintiva que é a masculinidade em si, eles irão revoltar-se. A infelicidade dos homens, Tiger argumenta, vem deste profundo e inconfessado conflito entre faz-de-conta social e necessidade sexual. E quando a masculinidade finalmente explodir – como inevitavelmente acontecerá – será em formas distorcidas e perigosas, como as gangues de criminosos da cidade moderna ou a misoginia arrogante do malandro urbano.

Tiger vê o sexo como um fenômeno biológico, cuja profunda explicação reside na teoria da seleção sexual. Cada um de nós, ele acredita, age em obediência a uma estratégia integrada em nossos genes, que procuram a sua própria perpetuidade através do nosso comportamento sexual. Os genes de uma mulher, que é vulnerável no trabalho de parto e necessita de apoio durante os anos da educação infantil, chamam um companheiro que irá protegê-la e sua prole. Os genes de um homem exigem uma garantia de que as crianças que provê são suas, senão todo o seu trabalho é (do ponto de vista dos genes) desperdiçado. Assim, a própria natureza, trabalhando através de nossos genes, decreta uma divisão de papéis entre os sexos. Predispõe os homens para lutar por território, para proteger suas mulheres, para afastar rivais, e lutar por status e reconhecimento no mundo público – o mundo onde os homens combatem. Isso predispõe as mulheres a serem fiéis, privadas e dedicadas ao lar. Ambas as disposições envolvem o trabalho em longo prazo de estratégias genéticas – estratégias que não cabe a nós a mudar, já que somos o efeito e não a causa delas.

As feministas, obviamente, não terão nada disso. A Biologia pode certamente atribuir-nos um sexo, na forma deste ou daquele órgão. Mas muito mais importante do nosso sexo, elas dizem, é o nosso “gênero” – e gênero é uma construção cultural, não um fato biológico.

O termo “gênero” vem da gramática, onde é usado para distinguir os substantivos masculinos dos femininos. Ao importá-lo para a discussão do sexo, as feministas indicam que nossos papéis sexuais são fabricados e, portanto, maleáveis como a sintaxe. O gênero inclui os rituais, hábitos e imagens através dos quais nós representamos a nós mesmos aos outros como seres sexuais. Não se trata de sexo, mas da consciência do sexo. Até aqui, dizem as feministas, a “identidade de gênero” das mulheres é algo que os homens impuseram sobre elas. Chegou a hora das mulheres forjarem sua própria identidade de gênero, para refazer a sua sexualidade como uma esfera de liberdade, em vez de uma esfera de escravidão.

Levado ao extremo – e o feminismo leva tudo ao extremo – a teoria reduz o sexo a uma mera aparência, com o gênero como realidade. Se, depois de ter forjado sua verdadeira identidade de gênero, você encontra-se alojado no tipo errado do corpo, então é o corpo que tem de mudar. Se você acredita ser uma mulher, então você é uma mulher, não obstante o fato de você ter o corpo de um homem. Daí que os médicos, em vez de observar as operações de mudança de sexo como uma violação grosseira do corpo e, na verdade uma espécie de agressão, agora as homologa e, na Inglaterra, o Serviço Nacional de Saúde paga por elas. Gênero, na concepção radical que as feministas tem disso, começa a soar como uma perigosa fantasia, um pouco como as teorias de genética de Lysenko, o biólogo preferido de Stalin, que argumentou que características adquiridas poderiam ser herdadas, por isso o homem poderia moldar sua própria natureza, com plasticidade quase infinita. Talvez devamos substituir a velha pergunta que James Thurber colocou diante de nós no início da revolução sexual com um equivalente novo: não “O Sexo é Necessário?”, mas “O Gênero é possível?”

Em certa medida, no entanto, as feministas têm razão em distinguir sexo de gênero e dar a entender que somos livres para rever as nossas imagens do masculino e do feminino. Afinal, o argumento dos sociobiólogos descreve com precisão as semelhanças entre as pessoas e os macacos, mas ignora as diferenças. Animais na selva são escravos de seus genes. Os seres humanos na sociedade não são. Toda a questão da cultura é que ela nos faz algo mais do que criaturas de simples biologia e nos coloca no caminho para a auto-realização. Onde na sociobiologia está o ser, suas escolhas e sua realização? Certamente os sociobiólogos estão errados ao pensar que os nossos genes por si só determinam os papéis sexuais tradicionais.

Mas, assim como certamente as feministas estão erradas ao acreditar que estamos completamente livres da nossa natureza biológica e que os papéis sexuais tradicionais surgiram apenas a partir de uma luta social pelo poder em que os homens saíram vitoriosos e as mulheres foram escravizadas. Os papéis tradicionais existem, a fim de humanizar nossos genes e também para controlá-los. O masculino e o feminino eram ideais, através dos quais o animal foi transfigurado no pessoal. A moralidade sexual foi uma tentativa de transformar uma necessidade genética em uma relação pessoal. Ela já existia justamente para impedir os homens de dispersar suas sementes pela tribo, e para evitar que as mulheres aceitassem a riqueza e o poder, ao invés do amor, como o sinal para a reprodução. Foi a resposta cooperativa a um desejo profundo, tanto do homem quanto da mulher, para a “parceria”, que vai tornar a vida significativa.

Em outras palavras, homens e mulheres não são apenas organismos biológicos. Eles também são seres morais. A Biologia estabelece limites para o nosso comportamento, mas não determina isso. A arena formada por nossos instintos apenas define as possibilidades entre as quais temos de escolher se queremos ganhar o respeito, aceitação e amor um do outro.

Homens e mulheres moldaram-se não apenas com a finalidade de reprodução, mas a fim de trazer dignidade e bondade para as relações entre eles. Com esta finalidade, eles têm criado e recriado o masculino e o feminino, desde que eles perceberam que as relações entre os sexos devem ser concretizadas por meio de negociação e consenso, e não pela força. A diferença entre a moral tradicional e feminismo moderno é que a primeira pretende reforçar e humanizar a diferença entre os sexos, enquanto o segundo quer reduzir ou até mesmo aniquilá-la. Nesse sentido, o feminismo é realmente contra a natureza.

No entanto, ao mesmo tempo, o feminismo parece ser uma resposta inevitável para o colapso da moralidade sexual tradicional. As pessoas aceitam prontamente os papéis tradicionais quando a honra e a decência os sustentam. Mas por que as mulheres devem confiar nos homens, já que os homens são tão rápidos em descartar as suas obrigações? O casamento foi um dia permanente e seguro; ele oferecia a mulher status social e de proteção, muito tempo depois que ela deixasse de ser sexualmente atraente. E forneceu uma esfera na qual ela era dominante. O sacrifício que o casamento permanente exigiu dos homens tornou tolerável para mulheres o monopólio masculino sobre a esfera pública, na qual os homens competiam por dinheiro e recompensas sociais. Os dois sexos respeitavam o território do outro e reconheciam que cada um deve renunciar a algo para benefício mútuo. Agora que os homens, na esteira da revolução sexual se sentem livre para ser polígamo em série, as mulheres não têm mais um território seguro próprio. Elas não têm escolha, portanto, senão captar o que elas podem do território que um dia foi monopolizado pelos homens.

Foi uma das grandes descobertas da civilização a de que os homens não ganham a aceitação das mulheres pela exibição impetuosa de sua masculinidade em gestos agressivos e violentos. Mas eles ganham aceitação sendo cavalheiros. O cavalheiro não era uma pessoa com o gênero feminino e o sexo masculino. Ele era inteiramente um homem. Mas ele também era gentil em todos os sentidos desta palavra brilhante. Ele não era agressivo, mas corajoso, não possessivo, mas protetor, não agressivo com outros homens, mas ousado, calmo, e pronto para concordar com os termos. Ele era animado por um senso de honra, que significava assumir a responsabilidade por suas ações e proteger aqueles que dependiam dele. E o seu atributo mais importante era a lealdade, o que implicava que ele não iria negar as suas obrigações apenas porque ele estava em posição de lucrar com isso. Grande parte da raiva das mulheres com relação aos homens surgiu porque o ideal do cavalheiro está agora tão perto da extinção. O entretenimento popular tem apenas uma imagem da masculinidade para apresentar aos jovens: e é uma imagem de agressividade desenfreada, na qual armas automáticas desempenham um papel importante e em que a gentileza, sob qualquer forma aparece como uma fraqueza e não como uma força. Até que ponto isso é distante daqueles épicos do amor cortês, que colocaram em marcha uma tentativa européia de resgatar a masculinidade da biologia e remodelá-la como uma idéia moral, não precisa de elaboração.

Não foram apenas a classes superiores, que idealizaram a relação entre os sexos ou moralizaram seus papéis sociais. Na comunidade da classe trabalhadora a partir da qual a família de meu pai veio, a velha reciprocidade era parte da rotina da vida doméstica, encapsulada em mostras de reconhecida força masculina e feminina. Um desses era o ritual do envelope de salário da sexta-feira. Meu avô chegava em casa e colocava na mesa da cozinha o envelope fechado contendo o seu salário. Minha avó pegava o envelope e o esvaziava passando o conteúdo para sua carteira, devolvendo para meu avô duas moedas para ele beber. Meu avô, então, ir ao bar e bebia em um estado de auto-afirmação orgulhosa entre seus pares. Se as mulheres chegassem ao bar elas permaneciam na porta, comunicando-se através de um mensageiro com as salas cheias de fumo no interior, mas respeitando o limiar dessa arena masculina, como se fosse guardada por anjos.

O gesto do meu avô, quando ele colocava o envelope com o salário na mesa da cozinha, estava imbuído de uma graça peculiar: era um reconhecimento da importância da minha avó como uma mulher, do seu direito à sua consideração e do seu valor como mãe de suas crianças. Da mesma forma, a sua espera fora do bar até o momento final, quando ele estaria demasiado inconsciente para sofrer esta humilhação, antes de transportá-lo para casa num carrinho de mão, era um gesto repleto de consideração feminina. Era sua maneira de reconhecer a sua soberania inviolável como um assalariado e um homem.

Cortesia, boas maneiras, e fazer a corte eram muitas portas até a corte do amor, onde os seres humanos se moviam como em um desfile. Meus avós foram excluídos pelo seu modo de vida do proletariado de todas as outras formas de cortesia, razão pela qual esta era tão importante. Era a sua abertura para um encantamento que eles não poderiam obter de outra maneira. Meu avô tinha pouco de si para recomendar a minha avó, além de sua força, boa aparência e comportamento viril. Mas ele respeitava a mulher nela e desempenhou o papel de cavalheiro da melhor maneira possível, cada vez que ele a acompanhava para fora de casa. Daí a minha avó, que não gostavam dele intensamente, – pois ele era ignorante, complacente, e bêbado, e manteve-se entre o limiar de sua vida como um obstáculo inamovível para o avanço social – no entanto, o amava apaixonadamente como homem. Este amor não poderia ter durado se não fosse o mistério do gênero. A masculinidade do meu avô o separou de uma esfera de soberania própria, assim como a feminilidade da minha avó a protegia de sua agressividade. Tudo aquilo que eles conheciam como virtude havia sido aplicado a tarefa de permanecer de algum modo misterioso ao outro. E nisso eles foram bem sucedidos, como foram bem sucedidos em algumas coisas mais.

Uma divisão similar de esferas ocorreu em toda a sociedade, e em cada canto do globo. Mas o casamento era a sua instituição central, e o casamento dependia da fidelidade e da contenção sexual. Os casamentos não duraram apenas porque o divórcio era reprovado, mas também porque o casamento era precedido por um longo período de namoro, em que o amor e a confiança criavam raízes antes da experiência sexual. Este período de namoro era também o de exibição, no qual os homens mostravam sua masculinidade e as mulheres sua feminilidade. E é isso que queremos significa, ou deveria significar, a “construção social” do gênero. Por encenação, os dois parceiros preparavam-se para os seus papéis futuros, aprendendo a admirar e valorizar a separação de suas naturezas. O homem cortês deu glamour ao personagem masculino, assim como a mulher cortês deu mistério para o feminino. E algo desse glamour e mistério permaneceu depois, um tênue halo de encantamento que fez com que um encorajasse o outro ao distanciamento que ambos tanto admiravam.

O casamento não se limita a servir as estratégias reprodutivas dos nossos genes, que atendem a necessidade de reprodução da sociedade. Serve também o indivíduo em sua busca de uma vida e satisfação própria. Sua capacidade de ordenar e santificar o amor erótico vai além de qualquer coisa exigida pelos nossos genes. Como a nossa moralidade iluminista corretamente insiste, nós também somos seres livres, cuja experiência é completamente qualificada por nosso senso de valor moral. Nós não respondemos uns aos outros como animais, mas como pessoas, o que significa que, mesmo no desejo sexual, a liberdade de escolha é essencial ao objetivo. O objeto de desejo deve ser tratado, nas famosas palavras de Kant, não apenas como um meio, mas como um fim. Daí o verdadeiro desejo sexual é o desejo por uma pessoa, e não pelo sexo, concebido como um produto generalizado. Nós cercamos o ato sexual com restrições e proibições que não são de maneira alguma ditados pela espécie, precisamente de modo a concentrar os nossos pensamentos e desejos sobre o ser livre, ao invés de concentrar no mecanismo corporal. Nisto somos imensamente superiores aos nossos genes, cuja atitude em relação ao que está acontecendo é, por comparação, mera pornografia.

Mesmo quando a visão sacramental do casamento começou a minguar a humanidade ainda mantinha os sentimentos eróticos aparte, como as coisas demasiado íntimas para discussão pública, que só podem ser maculadas por sua exibição. A castidade, a modéstia, a vergonha e a paixão eram parte de um drama artificial, mas necessário. O erotismo foi idealizado a fim de que o casamento devesse perdurar. E o casamento, entendido como nossos pais e avós entendiam, era uma fonte de realização pessoal e a principal forma pela qual uma geração passou seu capital social e moral para a próxima.

Foi essa visão do casamento como um compromisso para a vida existencial, que estava por trás do processo de “construção de gênero” nos dias em que homens eram domados e as mulheres eram idealizadas. Se o casamento não é mais seguro, porém, as meninas são obrigadas a procurar outro lugar para a sua realização. E outro lugar significa a esfera pública – pois é uma área dominada por estranhos, com regras e procedimentos claros, na qual você pode se defender contra a exploração. A vantagem de habitar este espaço não precisa ser explicada a uma menina cuja mãe abandonada está sofrendo em seu quarto. Nem as suas experiências na escola ou faculdade irão ensiná-la sobre a confiança ou o respeito pelo personagem masculino. Suas aulas de educação sexual a ensinaram que os homens devem ser utilizados e descartados como os preservativos que os embrulham. E a ideologia feminista incentivou-a a pensar que só uma coisa importa – que é descobrir e realizar a sua verdadeira identidade de gênero, deixando de lado a falsa identidade de gênero que a “cultura patriarcal” tem impingido a ela. Assim como os meninos se tornam homens sem tornarem-se viris, as meninas se tornam mulheres sem tornarem-se femininas. A modéstia e castidade são descartadas como politicamente incorretas; e em cada esfera onde elas se deparam com os homens, as mulheres encontram-nos como concorrentes. A voz que acalmou a violência da masculinidade – ou seja, o chamado feminino para proteção – tem sido remetida ao silêncio.

Assim como as virtudes femininas existiam, a fim de tornar o homem gentil, a virilidade existia a fim de quebrar a reserva que fazia com que as mulheres retivessem seus favores até que a segurança estivesse à vista. No mundo do “sexo seguro”, os velhos hábitos parecem tediosos e redundantes. Em conseqüência, surgiu outro fenômeno marcante na América: a litigiosidade das mulheres para com os homens com quem elas dormiram. Parece que o consentimento, oferecido de modo livre e sem levar em conta as preliminares, uma vez assumido como indispensável, não é realmente consentimento e pode ser retirado com efeitos retroativos. As acusações de assédio ou até mesmo de “estupro no encontro” ficam sempre na reserva. O tapa na cara que é utilizado para limitar os avanços importunos é agora oferecido após o evento, e de forma muito mais letal – uma forma que não é mais privada, íntima e remediável, mas pública, regulamentada, e com a objetividade absoluta da lei. Você pode tomar isto como uma mostra de que o “sexo seguro” é realmente o sexo em sua forma mais perigosa. Talvez o casamento seja o único sexo seguro que nós conhecemos.

Quando Stalin impôs as teorias de Lysenko sobre a União Soviética como a base “científica” do seu esforço para remodelar a natureza humana e transformá-la no “Novo Homem Soviético”, a economia humana continuou escondida sob os imperativos loucos do Estado stalinista. E uma economia sexual paralela persiste na América moderna, que nenhum policiamento feminista ainda conseguiu eliminar. Os homens continuam tomando conta das coisas, e as mulheres continuam a postergar para os homens. As meninas ainda querem ser mães e obter um pai para seus filhos, os meninos ainda querem impressionar o sexo oposto com sua valentia e seu poder. As etapas para a consumação da atração podem ser curtas, mas são passos em que os papéis antigos e os antigos desejos pairam no limite das coisas.

Assim, não há nada mais interessante o antropólogo visitante que as palhaçadas dos estudantes universitários americanos: a menina que, no meio de alguma diatribe feminista de baixo calão, de repente, começa a enrubescer; ou o menino que, andando com sua namorada, estende um braço protegê-la. Os sociobiólogos nos dizem que esses gestos são ditados pela espécie. Devemos vê-los, sim, como revelações do senso moral. Eles são o sinal de que há realmente uma diferença entre o masculino e o feminino, para além da diferença entre o macho e a fêmea. Sem o masculino e o feminino, na verdade, o sexo perde seu significado.

E aqui, certamente, reside a nossa esperança para o futuro. Quando as mulheres forjam sua própria “identidade de gênero”, na forma como os feministas recomendam, elas deixam de ser atraentes para os homens – ou são atraentes apenas como objetos sexuais, e não como pessoas individuais. E quando os homens deixam de ser cavalheiros, eles deixam de ser atraentes para as mulheres. O companheirismo sexual então continua pelo mundo. Tudo o que se precisa para salvar os jovens dessa situação é que moralistas antiquados passem despercebidos pelas guardiãs feministas e sussurrem a verdade em ouvidos ansiosos e surpresos  Na minha experiência, os jovens ouvem com suspiros de alívio que a revolução sexual pode ter sido um erro, que as mulheres estão autorizadas a ser modestas, e que os homens podem acertar o alvo ao serem cavalheiros.

E é isso que devemos esperar. Se somos seres livres, então é porque, ao contrário dos nossos genes, podemos ouvir a verdade e decidir o que fazer sobre isso.

___________________________
Notas da tradução:

(1) No original “harped and harpied”, um trocadilho impossível de traduzir. Harped é o mesmo que “bater na mesma tecla” e harpied é uma brincadeira com “ave de rapina”.

As feministas “Católicas” e seus sonhos inaceitáveis.

Engana-se quem pensa que este tipo de ação seja inócua.

Ela reforça a idéia para o público de uma Igreja” intolerante e fixada no passado, fechada as mulheres”. Vai gerando um recuo do povo à verdade e a Igreja.

No entanto, reconhecemos que protestar é um direito, porém também sabemos com alegria que desprezá-lo é outro.

***

Efe

Os ônibus londrinos passarão a levar uma propaganda instando o Vaticano a ordenar mulheres durante a próxima visita do Papa ao Reino Unido, em meados de setembro.

Trata-se de uma iniciativa de um grupo católico favorável ao sacerdócio feminino, que escolheu esta frase para a propaganda: “Papa Bento, ordene mulheres agora”.

O grupo Catholic Women’s Ordination (CWO) pagou o equivalente a 12 mil libras para que essa propaganda seja colocada em uma dezena de ônibus que passam em frente à catedral católica de Westminster, em Londres.

Pat Brown , membro desse grupo, disse que, durante a visita papal, será realizada uma coletiva de imprensa na qual defenderão a ordenação de mulheres.

“Amamos a Igreja e não queremos perturbar. Estamos tentando obter apoio e gostaríamos que o Papa nos recebesse por cinco minutos. Preocupa-nos muito o que está acontecendo com a Igreja”, explicou Brown ao jornal The Guardian.

Os ônibus se converteram em veículo predileto de crentes e não crentes em Deus para expressar publicamente suas opiniões, desde que em janeiro do ano passado um grupo de ateus pagou por propagandas em que instava as pessoas a não se preocupar e desfrutar a vida porque provavelmente ele não existe.

Esse foi um dos dez anúncios mais controversos do ano passado, mas, graças à polêmica levantada, seus promotores chegaram a arrecadar mais de 180 mil euros, quase 30 vezes mais do que o objetivo que haviam fixado.

Logo apareceu uma resposta paródica do chamado Partido Cristão na forma de outro anúncio que dizia: “Certamente existe um Deus. Por isso, una-se ao Partido Cristão e desfrute a vida”.

Um livro escrito pela filósofa e feminista francesa Elisabeth Badinter, que será lançado este ano no Brasil, está causando grande polêmica na França por acusar os movimentos ecologistas de contribuir para a regressão do papel da mulher na sociedade ao “impor” a amamentação, o uso de fraldas de pano e a necessidade de alimentar os bebês somente com produtos naturais, preparados em casa.

O livro “Le Conflit – La Femme et la mère” (O Conflito – A Mulher e a mãe, em tradução literal – o título da edição brasileira, que deve ser lançada pela Editora Record até o final do ano, ainda não foi definido) já vendeu mais de 150 mil exemplares e está na lista de best-sellers na França desde seu lançamento, em fevereiro.

Atualmente na 11ª posição global, segundo o ranking da revista Livres Hebdo, o livro chegou a ser número um de vendas e ocupou durante várias semanas consecutivas o segundo ou terceiro lugares.

Segundo a autora, o discurso ecologista está limitando as mulheres ao papel único de mãe ao exigir uma série de comportamentos e deveres que tornam a maternidade um “trabalho em tempo integral”.

“Tirania da mãe perfeita”

Na prática, para Badinter, o movimento naturalista incitaria as mulheres a ficar em casa para cuidar dos filhos.

“Estamos assistindo a uma verdadeira mudança radical, que está ocorrendo de forma subterrânea. Há um aumento incrível dos deveres maternos. A natureza se tornou um novo Deus, com critérios morais que culpam quem não seguir o discurso”, disse Badinter em entrevista à BBC Brasil.

A filósofa afirma que “há uma tirania da mãe perfeita” e que “uma boa mãe”, nos dias de hoje, segundo as teorias ecologistas, é “aquela que amamenta durante pelo menos seis meses, não coloca o filho em creches tão cedo porque deve existir uma relação de fusão com a criança, não usa fraldas descartáveis nem alimentos industrializados”.

“Os potinhos para bebê se tornaram um sinal de egoísmo da mãe, então voltamos para os purês preparados em casa”, afirma.

“Em nome desta ideologia naturalista, nos países escandinavos quase não há mais anestesia peridural nos partos, ela até mesmo é fortemente desaconselhada”, diz Badinter.

Revolta

Na França, o livro suscitou inúmeras críticas de pediatras, políticos e até mesmo feministas, além de pessoas ligadas a movimentos ecologistas, que se autodenominaram “verdes de raiva” em relação ao livro em discussões na internet.

“Tornar a ecologia responsável pelas carências herdadas do mundo patriarcal europeu é algo errado e estéril”, diz Cécile Duflot, secretária-geral do Partido Verde francês.

“Elisabeth Badinter deveria questionar as diferenças salariais entre homens e mulheres e o problema da divisão das tarefas domésticas.”

Duflot acrescenta, em resposta ao livro, que apesar de ela ser ecologista, em sua casa é seu marido quem toma conta dos filhos.

Crise econômica

Badinter também afirma que a primeira causa da regressão da condição feminina são as crises econômicas, “que mudaram profundamente as mentalidades”.

Ela diz que desde os anos 80 a situação no emprego vem se tornando mais difícil, principalmente para as mulheres, mal pagas e “demitidas como um lenço de papel usado”.

“As mulheres passaram a questionar se valeria a pena trabalhar duro, sem satisfação pessoal, para ganhar um salário baixo ou se seria melhor cuidar dos filhos em casa e se realizar plenamente como mãe”, afirma a feminista.

Na França e em outros países europeus isso é possível porque existem auxílios financeiros concedidos às famílias de baixa renda que praticamente podem compensar o fato de um membro do casal não trabalhar.

Segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França, o número de francesas que cessaram ou diminuíram sua atividade profissional após o nascimento do primeiro filho passou de 10% para 25% entre 2005 e 2008.

O número aumenta para 32% no caso do nascimento de outros filhos depois. Além disso, o estudo revela que as francesas realizam quase 80% das tarefas domésticas e que esse desequilíbrio no casal é ainda maior quando eles têm filhos.

“Sem as crises econômicas, esse discurso naturalista, de uma vida com menos ambições inúteis, mais voltada para a natureza e com menos consumismo, não teria ganhado força”, diz.

Amamentação

Para Badinter, esse modelo de maternidade, com teorias “ecológicas moralizadoras, que fazem a natureza passar na frente das mulheres, torna impossível a igualdade entre os sexos”.

A escritora diz que a necessidade da amamentação se tornou o centro dos deveres maternos e também demonstra o fortalecimento do discurso naturalista que começou nos Estados Unidos, com a Liga do Leite, e no norte da Europa.

Badinter afirma no livro que o “direito de amamentar” está se tornando uma obrigação, reforçada pela Organização Mundial da Saúde, para todas as mulheres, o que também provocou críticas na França de pessoas que apontam os benefícios do leito materno.

“Não critico a amamentação. Só não quero que seja um modelo imposto. Nos hospitais, há pressão para que as mulheres façam isso. Mas a mamadeira também é boa para a criança. Não somos todas iguais, como chimpanzés. Há mulheres que não gostam de amamentar”, afirma.

A França registra a segunda maior taxa de natalidade da União Europeia, após a Irlanda, segundo a Eurostat (agência europeia de estatísticas).

Badinter também já havia criado grande polêmica na França com outro livro, lançado há 30 anos, no qual afirma, baseada em fatos históricos, que o instinto materno não existe.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/742187-feminista-diz-em-livro-que-movimento-ecologista-oprime-as-maes.shtml

Com seu cabelo castanho cortado e desarranjado e seus óculos de estilo de aro grosso, ela é hoje mãe de seis filhos e cuida somente da casa.

Ela estava se dirigindo a uma multidão na conferência pró-vida da Coalizão da Vida de Quebec em 15 de maio, na cidade de Quebec.

A sra. Bedard cresceu numa época em que a sociedade de Quebec estava passando pelo que os historiadores chamam de “Revolução Silenciosa”, um período do começo da década de 1960 até meados 1970 quando a sociedade de Quebec largou sua herança cristã e adotou valores seculares. “Nasci em 1968 — puro azar”, brincou ela.

Bedard teve uma típica infância num lar não religioso, e foi para a Universidade de Quebec em Montreal, onde estudou literatura, eventualmente se formando com um mestrado. “Enchi a mente de toda a literatura feminista radical — sorvi tudo”, disse ela.

Ela iniciou uma série de relacionamentos heterossexuais, todos terminando de forma infeliz. “Incitada o tempo inteiro pelo que eu estava lendo, comecei a pensar que já que todos os meus relacionamentos heterossexuais eram fracassos, que eu poderia ser uma lésbica”.

E de fato ela mergulhou no estilo de vida lésbico, e confessou que se divertiu muito por algum tempo. “Foi realmente um tempo muito bom, de um jeito, estando com um grande grupo de garotas, andando pela cidade inteira, fumando um cigarro atrás do outro como se não fosse haver amanhã. Eu era também sexualmente muito atraente”.

Apesar da diversão e excitação do estilo de vida, ela se sentia arrebentada, recorda.

Mentalmente, eu estava em frangalhos. Eu sentia simplesmente que eu estava perdendo o controle, que eu estava mantendo as aparências, mas dentro eu estava em estado de miséria”.

As coisas chegaram a um ponto crucial quando, inexplicavelmente, ela começou a chorar uma noite às 3 da madrugada e começou a gritar em seu apartamento vazio num bairro badalado de Montreal, implorando a Deus que “a levasse”.

“Aqui estava eu, uma feminista militante atéia lésbica deitada no chão do meu apartamento clamando e implorando a Deus. Eu não estava com a mente legal, mas eu estava desesperada em busca de ajuda”.

Ela começou a buscar ajuda, vagueando e entrando e saindo de inúmeros programas tipos de 12 passos, na esperança de encontrar algum tipo de solução para sua ansiedade e “vida emporcalhada”.

Para piorar o problema, ela havia acabado de parar de fumar: “De repente, fui forçada a enfrentar a vida nua e crua, sem nenhuma proteção ou pára-choque”.

Sem saber mais o que fazer, ela contou como alguém que ela conhecia falou sobre visitar “os monges” do Monastério Saint-Benoît em Saint-Benoît-du-Lac, Quebec.

A ideia, tão bizarra quanto lhe parecia, a intrigou, e ela foi, mas não sem reservas. “Fui para o monastério armada de todo o desprezo e ódio pela Igreja patriarcal que eu havia acumulado durante os anos dos estudos feministas radicais.

Para as feministas radicais, a Igreja é basicamente o inimigo número 1”.

Ela entrou no convento e lhe designaram uma sala e um monge com quem ela poderia conversar duas vezes por dia.

“Por três dias seguidos, duas horas por dia, fiquei brava, gritei, praticamente espumei de raiva na face deste monge, escavando basicamente todo insulto, estereótipo e coisa suja que eu pudesse pensar, ou inventar sobre o Cristianismo.

Eu estava tão louca da vida, tão magoada e irada, e eu estava descontando tudo neste monge, que jamais disse uma só palavra o tempo todo, mas em vez disso olhava para mim, balançando a cabeça”.

Então, no fim daqueles três dias, algo aconteceu que mudou a vida dela para sempre.

“Foi o terceiro dia, a sexta hora de gritos. Estávamos para concluir mais uma vez. Basicamente, eu já tinha parado de gritar. Houve uma pausa. E então o monge levantou os olhos e me disse “você não faz ideia, absolutamente nenhuma ideia de quanto Deus ama você; Ele fez você do nada, ele conhece você, você não tem ideia de quanto ele ama você, Sua filha. Por isso, não sinta vergonha. Deixe tudo isso. Entregue tudo, entregue sua vida a Ele… Ele ama você muito”.

Essas simples palavras naquele momento crucial “a deixaram completamente no chão”, recordou ela. Daquele momento em diante, a vida dela mudou completamente. “Sou filha dEle, não há dois caminhos nessa questão. Não posso explicar isso”. Ela admite que se esforça para explicar exatamente o que foi que causou sua conversão: “Eu simplesmente digo que Deus me jogou ao chão, me abalou; eu não me converti, ele me trouxe a Si”.

Ela agora trabalha como jornalista independente e está casada e feliz como dona de casa e mãe de seis filhos.

Mas a vida para ela agora não é um total mar de rosas. “Quando necessito quietude, não há nada que eu possa fazer, a não ser uma coisa: levantar-me às 4 da manhã. Eu faço isso muitas vezes, só para obter alguma paz”.

Comentando as diferenças entre sua vida agora e sua vida na época em que ela era lésbica, ela disse brincando: “Viver com um homem é sem dúvida um sofrimento, mas viver com uma mulher o tempo inteiro era viver um inferno em vida”.

Brigitte Bedard, que escreve para o jornal Nouvel Informateur Catholique, foi uma das quatro participantes (além do palestrante principal, o Cardeal Marc Ouellet) na conferência anual da Coalizão da Vida de Quebec na cidade de Quebec em 15 de maio.

Os vídeos das palestras (em francês no original, ou dublado em inglês) estão disponíveis por meio da Coalizão da Vida de Quebec.

Segundo o diretor do escritório para a América Latina do “Population Research Institute”

Primeiro se cria uma polêmica sobre um caso humano dramático de uma criança estuprada; depois se propõe uma lei geral de legalização do aborto. Este processo, adotado em outros continentes, está sendo aplicado na América Latina, como explica  nesta entrevista Carlos Polo Samaniego, peruano, antropólogo e diretor do escritório para a América Latina do Population Research Institute desde 2001.

Este consultor de várias organizações na América Latina sobre política familiar analisa dois casos muito parecidos, que levantaram muitos artigos e debates radiofônicos e televisivos nas últimas semanas.

Um foi uma denúncia aos meios de comunicação, em Quintana Roo (México), no início de abril, provocando um debate regional em relação a uma menina de dez anos grávida do padrasto que a estuprou. A menina, que se encontrava em um estado avançado de gestação, não foi submetida ao aborto.

Em 12 de abril, a imprensa brasileira explicava que uma criança de 10 anos havia feito um aborto, com a aprovação de um juiz, em Recife, após ter sido estuprada diversas vezes por seu padrasto.

Em ambos os casos, algumas organizações solicitavam o aborto para salvar a vida das mães; não é coincidência o fato de irem à imprensa os dois casos ao mesmo tempo?

Carlos Polo: Tudo parece indicar que não. O escritório da América Latina de Population Research Institute vem fazendo monitoração de casos como estes há alguns anos. Analisamos as iniciativas e publicações das principais organizações abortistas na América Latina e detectamos padrões comuns.

Os de Quintana Roo e Recife pertencem a uma grande lista de casos similares “fabricados” para legalizar o aborto na América Latina. Argentina, Peru, Colômbia, Nicarágua e Honduras são alguns dos lugares escolhidos por esses grupos que não buscam o bem-estar das meninas, mas sim impulsionar sua agenda, apelando aos sentimentos de compaixão para implementar confusão na opinião pública. Podemos dizer que buscam semear confusão mesmo dentro da Igreja.

– Em que se baseia para afirmar que os casos são “fabricados”?

Carlos Polo: Temos que dizer que o drama das meninas grávidas é real e sumamente doloroso. O que se fabrica e manipula é a repercussão midiática e a insistência de que o aborto é a única solução. Sobre esta realidade, são montadas campanhas que apresentam o aborto para aqueles que procuram outras saídas fora do aborto como um povo sensível, desumano e incompreensível. Os bispos, sacerdotes e leigos comprometidos, usualmente os primeiros defensores da vida dessas criaturas que estão por nascer, são muitas vezes alvos de ataque. A pressão chega a ser muito forte, como se a tensão estivesse situada no nosso senso de humanidade ao extremo. Mas é tudo parte de uma falácia, de uma grande mentira baseada num drama humano: muitas vezes essas meninas nem correm perigo nem querem abortar. E o pior, depois sofrem as consequências de fazê-lo.

– Esta acusação é muito grave. O senhor está em condições de mantê-la?

Carlos Polo: Cada vez temos mais evidências. Durante muito tempo, suspeitamos que isso acontecia mais ou menos da forma como agora conhecemos bem. Mas foi necessário um grande número de leigos, profissionais em diferentes áreas; nós nos organizamos e trocamos eficientes informações e experiências para que pudéssemos descrever todo o circuito, encontrando os padrões de “fabricação” de casos dos quais se falava antes. Agora, cada vez que é gerado um destes “casos”, surgem voluntários para socorrer as meninas e seus pais. Por exemplo, graças a Deus, em Quintana Roo se pôde resgatar a menina e salvar seu bebê.

– E o que lhes revelou o caso de Quintana Roo?

Carlos Polo: O que suspeitamos: que um grupo inescrupuloso havia isolado esta família, ocultando seu paradeiro. Pressionaram a mãe até que concordasse a dar seu consentimento ao aborto, ainda que em sua consciência existia uma insatisfação e uma luta muito grande. Na menor oportunidade de fazer algo diferente, essa mãe e essa menina optaram com alegria pela vida. Mas, lamentavelmente, nem sempre chegamos a tempo. Ficam na memória casos como os de Recife (o primeiro de gêmeos há um ano e agora, mais recentemente, outro). O de “Amélia”, na Nicarágua, sobre o qual publicamos uma ampla pesquisa há pouco. Amélia tinha câncer no ovário. Diversas organizações católicas ofereceram ajuda para o tratamento do câncer. Mas as organizações feministas que a mantinham oculta e pediam o “aborto terapêutico” não permitiram que ela recebesse a ajuda. Quando a pessoa vê que a prioridade é o cumprimento da agenda política abortista, então é claro que Amélia, como pessoa, não lhes interessa realmente. Não se trata do aborto para que faça bem à Amélia, mas simplesmente de usar aAmélia para que “faça bem” ao aborto.

– Qual é a origem desta estratégia abortista?

Carlos Polo: De fato, há muitas pistas. Uma delas nos coloca em um documento que, em janeiro de 2003, o Center for Reproductive Rights publicou com o título What Role Can International Litigation Play in the Promotion and Advancement of Reproductive Rights in Latin America? (Qual o papel dos conflitos internacionais na promoção e desenvolvimento dos direitos reprodutivos na América Latina?). Suas autoras, Mônica Roa, Luisa Cabal e Lilian Sepúlveda, são membros destacados desta organização de Nova York que promove o aborto legal e o manifesta abertamente.

Nesse documento, dizem claramente: “Os tribunais podem ser um fórum excelente para produzir a mudança”. Também afirmam que, nesta estratégia de litígios, sua última oponente é a Igreja Católica. E afirmam que tudo isso se inicia por “examinar o processo de identificação de temas e casos”. Abertamente, o Center for Reproductive Rights expõe como sua própria equipe de advogados e suas organizações associadas apresentaram os quatro “casos” citados no documento. Um deles, o da peruana Karen Llantoy, foi utilizado anos depois como argumento por Mônica Roa na sentença que legalizou o aborto na Colômbia.

– Voltando aos casos de Quintana Roo e de Recife. Conte-nos brevemente o que aconteceu em cada um destes “casos”.

Carlos Polo: Como se diz, em Quintana Roo se atuou a tempo e foi possível salvar a menina e seu bebê. O “caso”, como estratégia abortista, fracassou em todos sentidos. Não houve aborto. Nem as autoridades nem a opinião pública ficaram impressionadas. E o bispo de Cancun-Chetumal, Dom Pedro Pablo Elizondo, L.C., esteve muito consciente da assembleia que procurou criar divisão e dúvidas.

Em Recife, infelizmente, o “caso” terminou com aborto. Ao contrário do México, no Brasil os hospitais do governo oferecem todas as facilidades para abortar em casos de estupro. Mas poucas mulheres estupradas no Brasil escolhem abortar. Este recente caso em Recife tem um componente adicional que confirma muita de nossas informações com a deturpação que a imprensa fez com relação às declarações do arcebispo, Dom Fernando Saburido, dando a impressão que este aprovava o aborto em certos casos de meninas estupradas, para salvar sua vida. É como se utilizasse “argumento de falsa misericórdia”.

O mesmo arcebispo teve de acompanhar essa campanha de desinformação com uma nota em que acusa o Diário de Pernambuco de manipular suas declarações. Segundo refere o arcebispo, o jornalista lhe fez a mesma pergunta em várias ocasiões e de diferentes formas, para depois selecionar aquela resposta entre todas que poderia apresentar a manipulação e falsa interpretação. “Recebeu a comunhão, em todos os sentidos, com a orientação de nossa Santa Igreja, que defende a vida e não admite, sob nenhuma hipótese, que seja eliminada, porque é um dom de Deus e somente a Ele cabe decidir – explicou Mons. Saburido. No caso específico da menina de 10 anos, grávida de quatro meses, vítima de estupro por seu padrasto e submetida a um aborto, estou em desacordo da decisão tomada, que considero anticristã por ter tomado uma vida que poderia perfeitamente ser salva. Não faltaria alguma família disposta a adotar o bebê, oferecendo-lhe afeto e dignidade”.

Precisamente esse é o ponto chave para começar a derrotar esta estratégia: unidade no interior da Igreja. O testemunho de fé e ação em Quintana Roo ilumina e confirma perfeitamente as palavras do bispo de Recife, e vice-versa. A força do Evangelho da Vida acolhido e testemunhado é mais potente que qualquer vertente abortista.

– Alguns céticos poderiam ainda ter insistido na boa intenção destas organizações ao apresentar estes casos. O que o senhor diz sobre isso?

Carlos Polo: Eu sugeriria que averiguasse como terminam as mulheres concretamente envolvidas nestes “casos”. O habitual é o total abandono por parte daqueles que até antes da intervenção eram “seus grandes aliados”. Não podemos nos deixar surpreender pela falácia, porque a meia verdade termina sendo uma grande mentira. Qualquer coisa pode ser objeto de uma tentativa de manipulação.

O lema institucional do Population Research Institute é “Colocar as pessoas em primeiro lugar”, porque é como uma chave para entender quão prejudicial é o aborto e todos os subprodutos da cultura da morte. E nossa ânsia é servir a todas as instâncias da Igreja para detectar e desmascarar estas manobras. Sabemos muito bem que nestes casos devemos exercitar aquilo que somos como membros do Corpo Místico e cooperar, como um órgão específico, para o bem de todos.

– Finalmente, que recomendação o senhor daria para evitar que haja mais danos com esta estratégia?

Carlos Polo: Que sejamos Igreja. Que nos unamos para pensar, orar, entender e agir pro-ativamente a favor da vida. Que nossos pastores não se sintam sós, porque cada vez somos mais leigos e colocamos nossos talentos profissionais ao seu serviço. Que nossos irmãos se animem a aprofundar neste trabalho e a entrar em contato, como uma grande rede. Só assim podemos enfrentar à altura os desafios do mundo de hoje.

Zenit

Grupos abortistas e feministas se reuniram no Foro Latino-americano de estratégias para a Despenalização do Aborto, onde afirmaram sua intenção de aproveitar as ambíguas leis internacionais para pressionar os governos da região a legalizarem esta prática.

O chamado foi feito pela diretora do International Legal Program Center for Reproductive Rights de Nova Iorque, Luisa Cabal, quem chamou os grupos feministas e abortistas a apropriarem-se da jurisprudência internacional e pressionar aos governos para que a despenalização do aborto entre na agenda dos debates sociais.

O foro foi convocado pela “Mesa pela Vida e a Saúde das Mulheres”, uma organização que procura despenalizar o aborto na Colômbia.

No encontro pró-aborto participaram Cecilia Olea, do Centro Flores Tristán do Peru; Lucy Garrido, do grupo Cotidiano Mulher do Uruguai; Paula Viana, Secretária executiva das Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro do Brasil; Luisa Cabal, diretora do International Legal Program Center for Reproductive Rights de Nova Iorque; María Consuelo Mejía, da Aliança Nacional pelo direito a decidir Andar do México, e da Nicarágua, Martha María Blandón, diretora do IPAS para a América Central, que participou através de vídeo-conferência.

ACI

Ela se define como feminista, mas eu diria que é uma feminista “reformada” pois não segue mais o movimento e tem consciência de que “está na hora de reavaliar as coisas”.

Quem dera se todas as feministas fossem iguais a ela neste sentido da auto-crítica!

Fonte: Marie Claire , Grifos da tradutora

***

(…) Pessoalmente, Kathleen Parker é bem menos bélica do que seu livro e suas colunas. Simpática e divertida, me perguntava tanto quanto eu perguntava a ela, e queria saber se os ‘machos latinos’ também precisam ser salvos.

Na tese de Kathleen, os homens viraram os vilões da história como conseqüência do sucesso do movimento feminista, que, para se libertar do patriarcalismo, teve que matar simbolicamente o patriarca. ‘Acho que o problema é que acabamos confundindo o que faz os homens e as mulheres serem diferentes e portanto atraentes uns para os outros’, disse. ‘Eu não sou nem um pouco fã do machismo, mas também não quero ser casada com um homem que espera que eu vá checar o que é o barulho estranho no andar de baixo, entende?’

MC Como você acha que o mundo seria se fosse comandado por mulheres? Na Presidência, nas Embaixadas, à frente dos grandes negócios e das grandes corporações.

KP Seria ótimo e organizado. Bem melhor do que hoje. Uma pena que isso nunca vai ser possível.

MC Por que não?

KP Porque as mulheres são as únicas que podem ter bebês, e isso leva tempo. E quando você tem um filho, quer ficar com ele, é natural. Esse é o trabalho mais importante que existe.

MC Quer dizer que você acha que é impossível ter tudo? Carreira, filhos, casamento feliz?

KP Ao mesmo tempo, infelizmente, acho que é. Mas a vida é longa, não deixe ninguém dizer o contrário. Minha carreira só começou a dar certo quando eu tinha 52 anos. Fiquei em casa, trabalhando menos do que poderia, até meu filho entrar na universidade. Aí, sim, me mudei para Washington e comecei a escrever para jornais maiores e mais importantes. (…)

MC Por que escreveu esse livro?

KP Há mais de vinte anos escrevo colunas. Tinha acabado de virar mãe, logo depois fiquei sozinha, então escrevia muito sobre meu filho, sobre criar um filho sem o pai etc. Com o tempo, a coluna ficou mais abrangente e o foco acabou sendo a diferença entre os sexos, e quando você começa a escrever sobre isso, o assunto acaba virando política. E comecei a observar que a nossa cultura, que costumava ser amigável com as mulheres, o que eu defendo com todas as minhas forças, estava começando a ficar hostil em relação aos homens. E eu provavelmente não teria notado, ou ligado, se não tivesse um filho pequeno. E quando comecei a observar mais atentamente, foi ficando cada vez mais claro que o preconceito contra os homens estava estabelecido.

MC Qual foi o primeiro sinal?

KP Na pré-escola do meu filho tinha um dia em que os pais levavam as filhas pequenas para o trabalho. Só as meninas. E os meninos tinham que ficar na escola. E não só isso, naquele dia eles eram obrigados a ouvir uma palestra explicando porque as meninas tinham esse tratamento especial e que as mulheres tinham sido oprimidas durante muitos anos e tal. Tudo verdade, mas por que não fazer a visita e a palestra para toda a classe? É possível ensinar que a opressão é ruim sem mudar o alvo da opressão.

MC O que você pensa a respeito dos homens, afinal?

KP Temos que ver o sexo oposto como amigo, não inimigo. Também acho que eles precisam ser treinados (risos) e precisam dos pais por perto para fazer isso. Os homens não precisam de muita coisa, eles não pedem muito. Mas acho que gostariam de ser apreciados pelo que são.

MC Você se considera uma anti-feminista?

KP De jeito nenhum, me considero uma feminista. Acho que o feminismo é fabuloso, e só por causa dele sou capaz de ter a vida que tenho. Mas também sou crítica ao feminismo e acho que está na hora de reavaliar as coisas. As mulheres fizeram tantas coisas para prejudicar os homens, ou diminuir os homens, que os efeitos acabaram atingindo as próprias mulheres, e pior, as crianças, que não têm nada a ver com isso.

MC O título do livro é uma brincadeira com o famoso ‘Save the Whales’, o slogan de uma ONG dos anos 70 dedicada a erradicar a caça às baleias. Mas os homens não correm o mesmo perigo…

KP É engraçado, toda vez que eu falo o título do livro para quem não o conhece as pessoas primeiro acham que é mesmo ‘Save the Whales’. Então eu corrijo, e aí elas acham que é ‘Save the Mails’, como se fosse alguma coisa ligada aos correios. Quando finalmente entendem do que se trata, as mulheres em geral me perguntam se estou louca, e os homens, que são mais sem noção ainda, me dizem que não sabiam que precisavam ser resgatados. Não estou medindo a sociedade em termos de quanto dinheiro os homens ganham e que posições eles ocupam na nossa sociedade -sei bem que há mais homens que mulheres no comando de quase tudo. O que me interessa é a qualidade das nossas relações. Os homens precisam ser melhores parceiros para as mulheres e melhores pais para os nossos filhos.

MC E os homens adultos não precisam de resgate?

KP As leis do divórcio são injustas com os homens, mas isso também não me preocupa. O que me incomoda é que essas leis tiram os pais da vida das crianças. Eles viram uma visita que vê a criança quatro vezes por mês. Isso não é a mesma coisa que ser pai. A gente não acha que é importante ficar casado para o bem dos filhos, que não há razão para não procurar a felicidade total no amor e sabe o que eu acho? Que quem tem filho tem que diminuir a expectativa de felicidade mesmo, ninguém é feliz o tempo inteiro.

MC Você realmente defende que as pessoas mantenham um casamento infeliz pelo bem dos filhos?

KP Sou casada há mais de vinte anos, e o que eu notei durante esse tempo é que as pessoas se apaixonam e se desapaixonam muitas vezes ao longo de um casamento. Ninguém nunca me disse que valia a pena continuar casada e acho que seria bom que eu tivesse ouvido. Alguns dias, semanas ou meses são bons, alguns são péssimos, mas são fases pelas quais todo casamento passa. Eu ainda olho para o meu marido hoje em dia e gosto do que vejo (risos). Mas venho de uma família sem estrutura, perdi minha mãe muito cedo e tive quatro madrastas. Então claro que eu sempre tive um grande desejo de ter uma família sólida que me protegesse.

MC O amor não entra na conta?

KP E qual é a idéia? Mudar para a França e ter vários casos? Tudo depende de como você define o amor. O amor romântico, aquele que faz a gente perder a cabeça, não dura para sempre, todo mundo sabe. Mas também não vai embora para sempre, e as pessoas aprendem isso se ficam casadas. (…)

MC Acredita que o relacionamento com o seu pai a fez olhar para os outros homens com mais carinho?

KP(…) Fui criada só por ele. Durante os meus anos de colegial ele estava sozinho, então tudo era com ele. Talvez por isso eu seja tão insistente na questão de que toda criança deve ter o pai por perto, e que os adultos devem fazer todo o esforço possível para que os filhos cresçam com seus pais.

MC O que mudou quando nasceu seu filho?

KP Mudou tudo, virei uma conservadora da noite para o dia (risos). Eu queria que o mundo fosse melhor para o meu filho, e naquela época -ele tem 24 anos- achei que a cultura não era muito amigável para as crianças. Eu era uma feminista de carteirinha antes. Ainda me considero feminista, mas me afastei do movimento e me considero uma feminista racional. Mas na minha cabeça eu ia ter meu filho, então ia imediatamente voltar a trabalhar e deixá-lo em uma creche, assim minha carreira podia ser tudo que eu queria que fosse. E eu tinha 33 anos, não era mais uma criança. Mas, quando ele nasceu, não queria voltar a trabalhar, queria ser mãe, dedicar meu tempo a isso. A idéia de deixar que outra pessoa cuidasse dele, uma pessoa bem menos educada que eu, que ganha salário mínimo, criando o meu filho, de repente deixou de me atrair. Mas eu já tinha inventado para mim um estilo de vida que custava caro, precisava voltar a trabalhar. Depois percebi que o dinheiro não era tão importante quanto eu imaginava, meu filho ia ser mais feliz se eu estivesse por perto. Então remodelei a vida, comecei a trabalhar menos, ganhar menos, mas criei meu filho eu mesma.

***

Ela não fala dentro da perspectiva católica, mas vindo de uma ex – feminista é notável que tenha evoluido para uma compreensão bem próxima da nossa fé

Bem interessante.