ateu

Se por acaso uma criança perguntar aos seus pais o porquê do sol brilhar, a resposta mais rápida pode ser dizer-lhe que o sol brilha para nos dar luz ou para ajudar as plantas crescer. Subentendida nesta resposta, no entanto, está a suposição de propósito e design. A pergunta assume que o sol foi colocado lá por um motivo, e que a sua luz tem um propósito intencional – e não que os benefícios da sua luz são uma coincidência marginal dum processo natural.

Uma resposta mais analítica pode ser dizer que o sol brilha devido a um processo de fusão nuclear que produz prótons e ondas de luz tão intensas que eles chegam à Terra em quantidades suficientes para serem vistas. Claro que esta resposta explica o “como” o sol brilha, mas não explica o “porquê”.

O facto das crianças parecerem estar construídas para fazerem perguntas em torno do “porquê”, e o fato de pessoas de todas as áreas parecerem construídas para atribuir propósito e design às coisas do mundo natural é revelador.

A sabedoria ateísta convencional declara que “todos nós nascemos ateus” – isto é, que nenhuma pessoa nasce a acreditar em Deus. Por outro lado,os cristãos sempre acreditaram no “sensus divinitatis“, isto é, um sentido de Deus inerente. Mais tarde, o teólogo Cristão Alvin Plantinga alegou que a crença em Deus é propriamente básica“, isto é, que acreditar em Deus é tão fundamental como acreditar que nós existimos ou que o mundo externo e real – coisas que nós já acreditamos quando nascemos.

Este conceito de sensus divinitatis está a receber confirmação por parte duma fonte pouco provável, nomeadamente, das pesquisas científicas.

Os estudos que estão a ser levados a cabo estão a mostrar de modo gradual que a crença em Deus – ou algum outro aspecto geral do teísmo – pode estar embutida na própria essência das suposições humanas desde o momento de nascimento, e permanecer intacto, mesmo junto dos ateus.

No seu estudo de 2004 com o título de “Are Children ‘Intuitive Theists, a Psicóloga Deborah Kelemen reuniu uma vasta gama de pesquisas que sugeriam que, começando na sua infância, as crianças têm uma suposição de que o mundo à sua volta foi criado, de que existe um propósito, e que as coisas dentro do mundo natural têm um design intencional. Assim diz Kelemen: …embora as crianças não sejam totalmente indiscriminadas, elas exibem no entanto um viés geral que as leva a tratar os objectos e os comportamentos como existindo com um propósito, (Kelemen, 1999b, 1999c, 2003; but see Keil, 1992) e estão, de forma geral, inclinadas a olhar para os fenómenos naturais como intencionalmente criados, embora seja por parte dum agente não-humano.(Evans, 2000b, 2001; Gelman & Kremer, 1991).

No ano de 2011, num estudo de Oxford com o título de Humans ‘predisposed’ to believe in gods and the afterlife“, foi apurado que, através de toda a variedade de culturas, as pessoas não só estão instintivamente mais inclinadas para a crença em Deus, mas também numa natureza dualista – isto é, que os seres humanos são, ao mesmo tempo, seres físicos e seres não-físicos.

Os pesquisadores salientaram que o seu projecto não tinha como objectivo provar a existência de Deus ou algo que se pareça, mas apenas e só verificar se conceitos tais como deuses e o Além eram totalmente ensinados, ou se eram expressões básicas da natureza humana.

O estudo apurou que, independentemente da cultura, os instintos humanos tendiam a ser os mesmos quando o tópico eram os conceitos de Deus e do Além. Tal como a pesquisa de Kelemen, este estudo analisou as suposições fundamentais das crianças pequenas.

Foi perguntado às crianças se a sua mãe saberia o que se encontrava dentro duma caixa que ela não conseguia ver. As crianças com três anos acreditavam que a sua mãe e Deus sempre saberiam o que se encontrava dentro das caixas, mas quando as crianças atingiam os 4 anos de idade, as crianças começavam a entender que as suas mães não era omnipresentes e nem omniscientes. No entanto, as crianças podem continuar a acreditar em seres sobrenaturais omniscientes e omnipresentes, tais como um deus ou deuses.

Também os adultos foram examinados para ver que tipo de crenças instintivas eles poderiam ter.

Experiências envolvendo adultos …. sugerem que pessoas das mais variadas culturas instintivamente acreditam que alguma parte da sua mente, alma ou espírito, continua a existir depois da morte.

Acreditem ou não, este experiência alargou-se também até à secção ateísta da população. Num estudo de 2011 com o título de “Anger toward God: Social-cognitive predictors, prevalence, and links with adjustment to bereavement and cancer“, pessoas que se identificam como ateístas foram testadas com imagens e palavras relacionadas com Deus. Em um número estatisticamente significativo, estas imagens e palavras desencadearam sentimentos de raiva. Raiva não contra a religião ou contra as religiões mas contra Deus.Mais ainda, estudos sugeriram que até os cientistas ou os altamente racionais, quando forçados a responder rapidamente perguntas relativas ao “porquê”, tenderão a dar respostas que sugerem intencionalidade e design na natureza (e não um processo mecânico). Neil Degrasse Tyson, cientista popular e a voz da imensamente bem sucedida  série “Cosmos”, expressou sua frustração em relação ao termo “Ateu”:

…. é estranho que a palavra “Ateu” exista. Eu não jogo golfe. Existe alguma palavra para os não-jogadores de golfe? Será que os não-jogadores de golfe se reúnem e avançam com estratégias? Existe alguma palavra para os não-practicantes de esqui? Será que eles se encontram e falam do facto de não practicarem esqui? Eu não consigo fazer isso. Não me consigo reunir com outras pessoas para discutir o porquê de ninguém que está na sala acreditar em Deus.

No entanto, esta pesquisa pode sugerir o porquê do termo “Ateu” ser necessário. Segundo o Professor Roger Trigg, Co-Director do projecto, Este projecto sugere que a religião não se limita a ser algo peculiar que algumas poucas pessoas fazem ao Domingo, em vez de irem jogar golfe. Conseguimos reunir um corpo de evidências que sugerem que a religião é um facto comum na natureza humana através de todas as sociedades.

Isto sugere que as tentativas de se suprimir a religião são muito provavelmente de curta duração visto que o pensamento humano parece enraizado em conceitos religiosos, tais como a existência de agentes sobrenaturais ou deuses, e a possibilidade de vida para além da morte ou antes da vida.

Por Joel Furches

Fonte: – http://exm.nr/1Kjkyvj

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Ultimamente, tenho tido a oportunidade de compartilhar ideias e diálogos profundos e de altura com ateus, sobretudo quanto ao tema de discórdia entre nós, que é a tão discutida existência de Deus.
 
Nestes diálogo, uma das coisas mais interessantes que aprendi é que existe certa obsessão dos ateus por “comprovar” que Deus não existe, mencionando certas ações de Deus, eventos bíblicos, ou tentando ridicularizar Deus com relação à sua “ausência” diante de certos acontecimentos atuais.
 
No entanto, o que me chama a atenção é que tentam fundamentar a “não existência” usando como argumento Aquele que tentam negar. Aristóteles teria recordado aqui seu princípio de não contradição, que nos ensina que algo não pode ser e não ser ao mesmo tempo.
 
Sobre a intenção de conhecer
 
Antes de entrar na questão, é importante levar em consideração que, para encontrar Deus, a Verdade em si mesma, é preciso estar dispostos e abertos a encontrá-la, de maneira que, ao deparar-nos com ela, saibamos reconhecê-la.
 
E é importante insistir no momento de tocar este tipo de temas fundamentais, dado que muitas vezes as pessoas que nos abordam com perguntas ou questionamentos não têm nenhuma intenção de conhecer a verdade, mas somente ridicularizar nossas crenças. Diante disso, qualquer diálogo seria inútil e desgastante, pois não chegaria a nenhum fim.
 
Este artigo pretende explicar o tema, de maneira que seja de proveito para diálogos de altura, entre pessoas que buscam sinceramente a verdade. É assim que o Catecismo esclarece o tema, dizendo que o homem que busca Deus descobre certas vias para acessar o conhecimento de Deus [1].
 
Quanto a isso, também vale a pena esclarecer que nós, como católicos, não devemos explicações a ninguém, especialmente quando nos abordam com perguntas capciosas. Ao contrário, os que afirmam algo e depois esperam que refutemos são os que devem provar o que afirmam, e nós é que devemos exigir tal comprovação.
 
Nisso, o Direito e as leis nos ensinam que não é o acusado quem deve explicar, em princípio, a acusação, mas o requerente deve justificar o que acusa.
 
Causa e efeito
 
Sobre este tema, a Igreja não se cansa de evocar São Tomás de Aquino, quem nos oferece 5 vias metafísicas para comprovar a existência de Deus.
 
Quando falamos de “comprovar”, não estamos nos referindo a uma experiência sensível sob o método científico. Para quem quer isso, sugiro que desista da ideia de “buscar respostas”, dado que Deus é espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade [2].
 
Nisso, há quem mantém uma ideia um tanto absurda, segundo a qual o único válido e existente é aquilo que pode ser comprovado por meio do método científico, e isso é uma falácia chamada cientificismo.
 
A Igreja recorda São Tomás e suas vias, dentre as quais se destaca a de “causa e efeito”, que nos diz o seguinte:
 
“Tudo o que se move precisa ser movido por outro. Mas se o que é movido por outro se move, precisa ser movido por outro, e este por outro. Este proceder não pode acontecer indefinidamente, porque não se chegaria ao primeiro que move, e assim não haveria motor algum, pois os motores intermediários se movem por serem movidos pelo primeiro motor” [3].
 
São Tomás explica algo que é evidente em nossa vida cotidiana, pois, quando nos perguntamos, vendo a criação: “De onde saiu tudo isso?”, não poderíamos acreditar que tudo apareceu magicamente aqui, ou que causou a própria existência.
 
Tudo o que existe no mundo (seja um sapato, um carro ou uma pessoa) é um efeito cuja existência foi causada por algo além, que está fora de si. Dessa maneira, tudo o que experimentamos no mundo é efeito de algo além.

Seguindo esta lógica, todo efeito precisa da sua causa, e no final (ou melhor, no começo) a causa primeira deve ser uma que não precise de outra, que possa ser em si mesma, sem necessidade de outro motor, pois é o motor que move todo o resto. Este motor, a esta causa não causada, é Deus.
 
A Inteligência Ordenadora
 
Quando vemos o universo e tudo o que nos cerca, descobrimos que está regido por um sistema perfeito e complexo que obedece uma ordem específica.
 
Pensemos, por um instante, na “não existência de Deus”. Frente a isso, que argumento viável explicaria a perfeição com a qual o universo funciona, de maneira que tudo se encaixa e se harmoniza, incluindo nós mesmos?
 
Consideremos um telefone celular. Devido às suas múltiplas e complexas funções, devemos concluir não somente que alguém o causou fora de si mesmo, mas que, quem quer que o tenha feito, deve ser alguém bastante inteligente.
 
Devido à sua complexidade, reconhecemos que, seja o que for que o trouxe à existência, deve ter tido um plano inteligente em mente.
 
Ou é isso, ou alguém começou a juntar peças aleatoriamente. Certamente, este seria um pensamento absurdo, dado que cada peça está colocada cuidadosamente em um lugar específico, sabendo que, dessa maneira – e só dessa maneira – o celular funcionará perfeitamente. O mesmo raciocínio se aplica a tudo o que nos cerca.
 
Agora, consideremos algo muito mais complexo que um celular: o ser humano ou o próprio universo. Sua existência não nos leva somente a pensar que eles chegaram a existir magicamente sem uma causa, senão que sua imensa complexidade e perfeição nos levam a concluir que há uma Inteligência Ordenadora por trás de tudo isso, e certamente esta Inteligência é a de Deus, aquele que, com sua inteligência, criou os céus [4].

Esclarecimento
 
Tentei explicar, de maneira muito breve e simples, dois argumentos que, ao longo dos séculos, continuam sendo irrebatíveis. No entanto, vale a pena levar em consideração que, sem importar o número de argumentos racionais ou metafísicos, a existência de Deus continuará sendo um mistério que só a fé, como virtude teologal [5], pode iluminar, de maneira que a razão é somente um lado da moeda, mas a paisagem continuará incompleta enquanto não trabalhar em conjunto com a fé.
 
Já dizia São João Paulo II: “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio” [6].

Steven Neira

@stevenneira
Conta Ask (perguntas): ask.fm/stevenneira

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[1] Catecismo da Igreja Católica, 31
[2] João 4, 24
[3] Summa Theologica, Primeira Parte, Q. 2, A. 3
[4] Jeremias 51, 15
[5] As virtudes teologais são as infundidas por Deus no homem para torná-lo capaz de agir somo filho seu: fé, esperança e caridade (Catecismo da Igreja Católica, 1812-1813)
[6] Carta Encíclica “Fides et Ratio” de São João Pablo II, Introdução

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Estudantes de uma escola de ensino médio nos Estados Unidos desafiaram um grupo ateísta de sua cidade. Os ateus exigiram que as partidas de futebol americano realizadas na escola não fossem precedidas de uma oração, como era costume. Em protesto, os próprios alunos realizaram a oração antes de um jogo.

Antes de agosto de 2011, a escola Bell County High School, no estado do Kentucky, tinha uma tradição de iniciar as partidas de futebol com uma oração, conduzida por um pastor, diante de todo o público. A oração era transmitida nos autofalantes do estádio e, nela,  pedia-se pelo bem-estar e segurança de todos os atletas.

Foi então que a Fundação pela Liberdade de Religião (FFRF, na sigla em inglês), maior organização ateísta dos Estados Unidos, enviou uma queixa a respeito do fato e ameaçou entrar com um processo contra a escola. Desde então, a direção da escola decidiu não fazer mais as orações, para encerrar a questão.

A ameaça da Fundação manteve as orações longe do campo de jogo por quatro anos. Mas, no último mês de agosto, o time da escola, os Bell County Bobcats, pediram para que a tradicional oração antes dos jogos fosse trazida de volta na temporada 2015 de competições.

A petição feita pelos estudantes cita a Primeira Emenda, um dos artigos da Constituição Norte-Americana, que prevê uma série de direitos invioláveis dos cidadãos americanos, inclusive a liberdade religiosa e de expressão. O Conselho Educacional de Bell County aceitou a petição, e permitiu que um estudante fizesse uma oração antes do primeiro jogo da temporada, para todo o estádio ouvir.

Os membros da FFRF queixaram-se novamente, afirmando que a escola descumpriu a lei. Através de sua advogada, eles afirmaram que vão “tomar providências” contra a instituição.

Apesar das ameaças, os estudantes sentem que fizeram a coisa certa. É o que afirmou Joe Humfleet, capitão do time de futebol, ao jornal Lexington Herald-Leader.

“Nós deixamos a minoria ditar o que devemos fazer. Isso não é certo do ponto de vista moral, e não é certo de acordo com o contexto americano. Precisamos manter aquilo que é correto”, disse Humfleet.

Outra estudante do colégio, Hannah Belcher, concorda com ele.

“[A oração antes dos jogos] é uma forma de esperar pelo melhor e falar com Deus. Isso é algo que todos precisam fazer”, concluiu.

Foto: kentucky.com

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Algumas igrejas mais parecem casas noturnas (Foto: Peter Bowes)

Quem passeia pelo Vale do Silício, na Califórnia, nota ultimamente algo mais do que os inúmeros edifícios de concreto que abrigam algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo e uma infinidade de start-ups: estão ali também várias igrejas e templos.

Eles atendem à bem-sucedida e rica população da capital mundial da tecnologia, surpreendendo uma região dos Estados Unidos que é conhecida por seu agnosticismo.

“O Vale do Silício atrai profissionais com uma personalidade mais ambiciosa e proativa”, afirma Skip Vaccarello, autor do site Finding God in Silicon Valley (Encontrando Deus no Vale do Silício, em tradução literal), que reúne notícias e histórias de fé na região. “Trata-se de um tipo de gente que não vai à missa aos domingos. Seus deuses se tornaram coisas como dinheiro e sucesso.”

Uma recente pesquisa colocou as cidades californianas de San Francisco, Oakland e San José – todas localizadas na região ou nas proximidades da área do Vale do Silício – entre as que possuem o menor número de fiéis que frequentam a igreja em todos os Estados Unidos.

Mas essa imagem trai a realidade atual, já que igrejas, templos e outros locais de adoração estão surgindo em prédios de escritórios, galpões e centros comunitários – e atraem uma entusiasmada congregação.

Alguns especialistas acreditam que, entre os profissionais do Vale do Silício, existe uma carência por uma experiência espiritual que não pode ser atingida no trabalho ou em casa.

“Muita gente vem para cá e descobre que, apesar de estar ganhando mais dinheiro do que sabe gastar ou de ser promovido para uma posição mais alta do que jamais sonhou, não há nada realmente preenchendo suas almas”, diz Austin Walterman, de 25 anos, funcionário de uma empresa de videogames.

‘Desejo por algo mais’

O termo Vale do Silício foi criado nos anos 1970 e se refere à alta concentração de empresas de tecnologia em uma pujante região ao sul de San Francisco. Isso inclui cidades como Palo Alto, Mountain View, Sunnyvale e San José.

A área é uma usina financeira com um Produto Interno Bruto (PIB) compatível com o de algumas das maiores economias do mundo. San Francisco, que por si só já é um grande centro financeiro, serve como a porta de entrada da região.

À medida que o boom da tecnologia foi tomando conta, o centro da cidade foi se tornando cada vez mais o sinônimo de uma ânsia por riquezas do que por uma realização espiritual. Mas foi ali que se instalou uma nova igreja cristã evangélica, a Epic Church.

O local não se parece muito com templos mais tradicionais. No entanto, começou a atrair as almas solitárias de San Francisco e pessoas que passam o dia trabalhando no Vale do Silício.

Fundada em 2011 pelo pastor Ben Pilgreen, a igreja criou raízes em um prédio moderno, ao sul do famoso Union Square. O único sinal de sua existência, por trás de uma grande porta de vidro, é uma pequena placa colocada na calçada.

Os fiéis chegam usando jeans ou shorts, e chinelos. Os pais colocam seus filhos diante de tablets enquanto outros se dirigem a uma sala chamada de “centro de conexão”, onde ocorrem discussões em grupo. Dentro do hall principal, a banda se prepara para o culto.

A congregação de cerca de 500 pessoas é bem otimista e está crescendo. “Isso nos mostra que existe uma fome”, afirma Pilgreen. “Temos pessoas que viraram milionárias da noite para o dia com o lançamento em bolsa do Facebook e do Twitter e gente incrivelmente bem-sucedida. Elas sentem um forte desejo por algo a mais.”

Apesar de Walterman ter o que diz ser “o emprego dos sonhos”, ele começou a frequentar a igreja por achar que faltava alguma coisa especial em sua vida.

“A igreja me tornou um líder melhor no trabalho”, conta o jovem. “Ela me fez ser um amigo melhor para quem está ao meu redor e mudou toda a minha vida.”

Doações milionárias

As sutis igrejas do Vale do Silício abarcam várias religiões e níveis de fé, e surgem nos lugares mais incomuns. Faz parte da cultura tech, por exemplo, começar empresas e garagens. Portanto não é de surpreender que alguns armazéns agora sirvam como templos.

“Não vemos construções tradicionais, com domos e minaretes”, afirma Philip Boo Riley, professor de Estudos Religiosos na Universidade de Santa Clara. “Do outro lado do Centro Zen de Chung Tai, em Sunnyvale, está um novo templo hindu. Na mesma rua está uma igreja presbiteriana coreana. Ninguém os nota porque eles parecem com qualquer outro prédio de escritórios.”

Boa parte do capital usado na construção ou na expansão desses locais vem de doações feitas por empresários de sucesso. A riqueza do Vale do Silício permitiu que templos hindus que antes estavam decadentes pudessem voltar a se tornar importantes pontos de encontro para a comunidade.

“Nos últimos 30 anos, notamos uma diversidade de crenças cada vez maior. E, apesar de não ser algo visível, há mais presença religiosa por aqui”, afirma Riley.

A força do hinduísmo

A comunidade indiana é uma das mais ativas em meio às inovações que ocorrem no Vale do Silício. Um estudo da Universidade de Berkeley descobriu que, entre 2006 e 2012, o empreendedorismo indiano respondeu por 32% das empresas fundadas por imigrantes na região. E alguns dos mais inteligentes analistas da comunidade se tornaram bilionários.

O templo hindu de Sunnyvale passou recentemente por uma reforma de US$ 2,4 milhões e reabriu com um enorme hall onde estão dezenas de estátuas de mármore de divindades da religião.

“Viajamos mais de 16 mil quilômetros para estabelecer aqui nossos lares e trouxemos nossa essência conosco”, explica Annapurna Devi Pandey, professora de Antropologia da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. “Sabemos que nossos filhos serão criados aqui, portanto queremos que este seja um lugar onde eles se sintam em casa.”

A igreja da ‘não religião’

No coração do Vale, em Palo Alto, a C3 Church (Christian City Church) promove seus cultos com o slogan: “Você não é religioso? Nós também não!”. Todos os domingos, a C3 enfeita com bandeirinhas uma sala alugada de um centro comunitário judaico.

O clima dentro do auditório escuro é mais de boate do que de igreja. E a abordagem junto aos fiéis é bastante energética, uma aposta do pastor Adam Smallcombe, um australiano que se mudou para o Vale do Silício com o objetivo de fundar a igreja.

“Queríamos que as pessoas tivessem um sentimento de pertencer a algo maior, independentemente de suas crenças”, explica ele. A C3 se diz “não religiosa” em suas atividades e não se enquadra no que “o governo define como sendo uma organização religiosa”.

“Em vez disso, acreditamos que a comunidade vem antes de Cristo”, afirma o pastor.

Vadim Lavrusik, gerente de produto do Facebook, frequenta a C3 com sua família. Para ele, a igreja reflete a cultura empresarial do Vale, onde a ideia de “pensar fora da caixinha” é aplaudida. “Me sinto incentivado a refletir mais e a encontrar soluções novas para os problemas”, conta.

Religiosos ou não, os fieis do Vale do Silício parecem ter dado trégua à cultura local do sucesso a qualquer preço. A adoção da espiritualidade se tornou mais fácil e menos estigmatizada nessa sociedade movida a dados objetivos.

“O Vale do Silício pode ser um mundo autocentrado onde as pessoas se perdem tentando criar a nova grande tecnologia ou a nova grande empresa”, afirma Vaccarello. “Mas isso nem sempre é a receita da felicidade.”

Leia a versão original desta reportagem em inglês

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A Lituânia é um dos muitos países que permaneceram durante cinco décadas debaixo dos punhos de ferro da União Soviética. E um local concreto da norte da Lituânia sofreu com especial intensidade a força dos punhos de ferro da ideologia soviética, marcada pelo absolutismo antirreligioso.  

Trata-se de uma simples colina, situada nos arredores da cidade de Siauliai. No século XIX, ainda sob o Império Russo, a população lituana se revoltou contra o czar porque ele impedia que as famílias da região prestassem tributo aos seus entes queridos já falecidos. O povo então plantou cruzes na colina em memória dos seus mortos.

Na década de 1960, a KGB decretou o fim dessa prática. Em abril de 1961, o número de cruzes na colina já era muito grande: além da memória dos familiares falecidos, os lituanos honravam, através delas, seus concidadãos deportados para a Sibéria por ordem de Stálin. Os soviéticos queimaram as cruzes de madeira e destruíram as de metal e as de pedra. Não sobrou nenhuma cruz intacta.

No dia seguinte, porém, a colina estava novamente cheia de cruzes: à noite, os cristãos as repunham. A União Soviética destruiu o lugar várias vezes, mas os católicos da Lituânia não renunciavam a demonstrar a sua fé nem sequer com a presença do exército vermelho.

O governo bloqueou os acessos à colina e chegou até a lançar falsos alertas de epidemias na região. Os lituanos não se entregaram: toda vez que as cruzes eram destruídas ou retiradas, eles voltavam a erguê-las.

Em 1979, um sacerdote corajoso convocou uma procissão da sua paróquia até a colina. A KGB não pôde fazer nada para impedir, porque percebeu que seria pior. Quando a União Soviética finalmente ruiu, a Colina das Cruzes já tinha mais de 100 mil crucifixos e ícones sacros.

Nos anos 1990, foi erguido ali um santuário que passou a atrair peregrinos do mundo inteiro. Um deles foi ninguém menos que o papa João Paulo II, que, em 1993, declarou:
“Depois dessa visita, parecia mais clara para todos nós a verdade expressada pelo Concílio Vaticano II: o homem não pode compreender profundamente a si mesmo sem Cristo e sem a sua cruz. A Colina das Cruzes é um testemunho eloquente disto e também uma advertência. A eloquência daquele santuário é universal: é uma palavra escrita na história da Europa do século XX”.

A Colina das Cruzes, que resistiu aos poderes tirânicos deste mundo, ainda está de pé.
Fonte: Site Padre Paulo Ricardo

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“Aborte isso e tente de novo. Seria imoral trazer isso ao mundo se você tivesse escolha”.
 
Assim tuitou o mais famoso cientista ateu do mundo, Richard Dawkins, (foto acima) distribuindo aconselhamento moral sobre bebês com Síndrome de Down.
 
Para um cientista, ele não parece saber muito sobre bebês. Existem duas “variedades”: ele ou ela. Não existe “isso”, como ele escreveu na rede social.
 
Dawkins postou a insensível declaração ao responder a outro tuíte, em que uma mulher tinha afirmado que enfrentaria um verdadeiro dilema ético se estivesse grávida de uma criança com Síndrome de Down.
 
O comentário de Dawkins não surpreende. Afinal, ele tem uma longa história de utilitarismo. O autor de “The God Delusion” [“Deus, um delírio”, na tradução brasileira] enxerga o mundo da seguinte forma:
 

“Num universo de elétrons e genes egoístas, de forças físicas cegas e de replicação genética, algumas pessoas vão se machucar, outras pessoas vão ter sorte, e você não vai encontrar nenhuma rima nem razão para isso, nem qualquer tipo de justiça. O universo que observamos tem precisamente as propriedades que são de se esperar que ele tenha, dando-se a premissa de que não existe nenhum desígnio, nenhum propósito, nenhum mal, nenhum bem, nada além de impiedosa indiferença”.

 
Para Dawkins, quem se encaixa nisso, intelectual e impiedosamente, sobrevive e tem o imperativo moral de passar por cima do resto. Além desta visão de mundo, é bom lembrar também que Dawkins apoia o infanticídio, seja pelo motivo que for:
 

“E quanto ao infanticídio? De um ponto de vista estritamente moral, eu não vejo objeção alguma a ele. Eu seria a favor do infanticídio”.

 
Os usuários do Twitter ficaram horrorizados com o comentário de Dawkins sobre o “imperativo moral” de abortar crianças com a Síndrome de Down. É um comentário que vai muito além de defender que as mulheres possam abortar uma criança com deficiência.
 
É claro que Dawkins não está sozinho nessas crenças. Virginia Ironsides, escritora e provocadora britânica, chocou o público do canal BBC ao dizer: “Se um bebê vai nascer com deficiência grave ou é totalmente indesejado, o aborto é, evidentemente, o ato de uma mãe amorosa”. Ela não parou por aí: “Se eu fosse a mãe de uma criança que estivesse sofrendo profundamente, eu seria a primeira a querer colocar um travesseiro em cima do rosto dela. Se ela fosse uma criança que eu realmente amasse, que estivesse em agonia, eu acho que qualquer boa mãe faria isso”.
 
Voltemos a Dawkins. Depois do tuíte chocante, ele acabou publicando um pedido pouco convincente de desculpas:
 
“O que eu disse decorre logicamente da postura pró-direito de escolha que a maioria de nós, eu presumo, apoia”, escreveu ele. “A minha fraseologia, por falta de tato, pode ter ficado vulnerável ​ao mal-entendido, mas eu não posso deixar de achar que pelo menos metade do problema consiste na ânsia desenfreada de não entender”.
 
Ou seja: as palavras dele eram “vulneráveis ​​ao mal-entendido”, mas a culpa é nossa porque somos “desenfreadamente ansiosos por entender mal”. Dizer o quê?
 
O conselho de Richard Dawkins não era tão complexo a ponto de as pessoas comuns quererem desenfreadamente interpretar mal a declaração que ele fez: “Aborte isso e tente de novo. Seria imoral trazer isso ao mundo se você tivesse escolha”. É uma declaração mais do que clara para mim.
 
A melhor resposta para este “conselho” veio de uma fonte inusitada: de um cientista e fã dos livros do próprio Dawkins. Este leitor confessou que teria concordado com o conselho de “abortar isso”, caso o tivesse lido 18 meses antes. Ele explica:

“Eu entendo de forma implícita o ponto de vista do Professor. O que ele diz continua fazendo todo o sentido lógico para mim. A conclusão dele é natural quando se aborda o dilema a partir de uma perspectiva lógica, usando-se as informações disponíveis, com uma mentalidade objetiva e (fundamentalmente) com um ponto de vista não religioso. Há 18 meses, eu teria até concordado.
 
Mas a chegada da minha filha, que nos surpreendeu por ter precisamente essa condição [da Síndrome de Down], fez brilhar uma luz sobre o abismo da nossa ignorância, sem falar do preconceito factualmente incorreto que subjaz a esta opinião. Ao reler a opinião do Professor, eu fico horrorizado, agora, ao pensar no que eu mesmo poderia ter feito se a doença [da minha filha] tivesse sido diagnosticada durante a gravidez [da minha mulher].
 
Eu sei o quanto as nossas vidas são mais plenas, agora que os nossos olhos estão abertos. Mais do que isso: eu fico espantado ao ver que tudo continua sendo absolutamente normal, tanto para nós quanto para as outras famílias que conheci.
 
Sem saber, o nosso bebê já nos ensinou as lições mais incríveis da nossa vida até aqui. E nós não mudaríamos literalmente nada em nossa filha, em especial no perfil genético dela. O que mudou completamente foram as minhas ideias sobre o que seria o sucesso na vida e sobre o que eu desejaria para todas as nossas crianças. Eu sempre chego à mesma conclusão: o que importa, no fim das contas, é a felicidade e a alegria, e eu sei que a Rosie vai ter isso em abundância.
 
Graças a ela, eu acredito que nós teremos mais condições de incentivar o sucesso da irmã dela e do irmãozinho que ela vai ter, agora que estamos livres daquela ideia de que o sucesso na vida depende da realização acadêmica, da carreira e do dinheiro. Muitas dessas coisas podem levar uma pessoa ao fracasso total, mesmo que os pais dela comemorem o ‘trabalho bem feito’”.
James McCallum, o pai iluminado e orgulhoso de Rosie, questiona então o cerne da proposta eugenista de Dawkins para “solucionar” a existência de crianças deficientes:
 

“Deveríamos então eliminar os futuros seres humanos que não se encaixam na ideia de perfeição do Professor, simplesmente porque podemos eliminá-los? Se você não conseguir o bebê perfeito, tente, tente e tente de novo? Eu quero saber quem é que vai dar a última palavra sobre o que seria o bebê perfeito.
 
Ironicamente, Dawkins quer começar a agir como o Ser que eles mais comumente descarta: Deus.
 
Propor a superioridade genética como o único modo de seleção só vai mostrar a amplitude monstruosa do oligofrênico mal-entendido que sustenta a opinião do Professor. Ele ignora a vida deliciosa, feliz, alegre e fecunda que as pessoas com Síndrome de Down têm e ignora os benefícios de aceitação que elas trazem para todos os que vivem ao seu lado”.

 
O mundo é um lugar muito melhor graças à bondade e à alegria que as pessoas com Síndrome de Down trazem ao resto de nós.

O professor Dawkins pode não perceber o valor delas agora, mas perceberá quando se encontrar com o seu desprezado e não reconhecido Criador. Até lá, ele precisa das nossas sinceras orações por misericórdia.

Susan E. Wills

 

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“No microscópio, vi uma célula letal de leucemia e tive a certeza de que a paciente a quem tal célula pertencia deveria estar morta”: assim começa o depoimento de Jackie Duffin, a médica canadense que participou como “testemunha cega” no processo de canonização de Santa Margarida d’Youville, publicado este mês pela BBC News.
 
“O fato de esta paciente estar viva 30 anos depois do seu encontro com a leucemia mieloide aguda (LMA) é algo que eu não consigo explicar. Mas ela sim”, afirma a hematóloga.
 
Em 1986, Duffin examinou algumas amostras de medula óssea sem conhecer sua procedência nem o motivo da pesquisa, que era a comprovação, por parte do Vaticano, de um milagre atribuído à fundadora das Irmãs da Caridade de Montreal.
 
Por meio dessa revisão, Duffin viu que a paciente havia se submetido à quimioterapia, entrou em remissão, depois teve uma recaída, passou por mais tratamentos e um segundo período de remissão.
 
“O Vaticano já havia rejeitado que este caso fosse considerado um milagre; seus especialistas afirmavam que a paciente não havia tido uma primeira remissão e uma recaída, mas que uma segunda rodada de tratamento produziu uma única remissão”, explica a reportagem. Esta aparentemente sutil distinção era crucial. Falamos da possibilidade médica de curar na primeira remissão, mas não depois de uma recaída.
 
“Eu nunca havia ouvido falar de um processo de canonização e não conseguia acreditar que a decisão exigisse tal deliberação científica”, recorda a professora de História da Medicina da Queen’s University.
 
“Por curiosidade, li a biografia de d’Youville: ela nasceu em Montreal e criou um lar para pobres e pessoas com deficiência, um asilo, um refeitório público e uma ordem de religiosas que fundaram escolas no mundo inteiro – conta. Sua vida certamente parecia exemplar.”
 
Algum tempo depois, Duffin prestou depoimento sobre seu relatório diante do tribunal eclesiástico; participaram também o médico e a paciente, que explicou como havia pedido a intercessão de d’Youville durante sua recaída.
 
“Finalmente, recebemos a alegre notícia: d’Youville seria canonizada pelo Papa João Paulo II em 9 de dezembro de 1990”, relata.
 
“As freiras que promoveram sua causa me convidaram para a cerimônia. No início, hesitei, porque não queria ofendê-las. Sou ateia e meu marido é judeu. No entanto, queriam a presença de nós dois e não poderíamos recusar o privilégio de presenciar o reconhecimento da primeira santa do nosso país”, continuou
 
Durante a cerimônia, celebrada na Basílica de São Pedro, a cientista conheceu o Papa João Paulo II: “Foi um momento inesquecível”, comentou.( Foto acima)
 
Em Roma, os postulantes canadenses lhe deram uma cópia da Positio, o testemunho completo do milagre de Ottawa que, entre relatórios, transcrições de testemunhos e artigos, incluía seu relatório: “Um livro que mudou minha vida completamente”.
 
“A historiadora que há em mim se perguntou quais haviam sido os milagres utilizados para as canonizações no passado – relata. Também eram curas? Que doenças foram curadas? No passado, a ciência médica estava tão envolvida nisso como na atualidade? O que disseram os médicos que serviram de testemunhas?”
 
Durante 20 anos, esta cientista estudou profundamente tais questões, inclusive com muitas viagens aos arquivos do Vaticano, e publicou dois livros sobre medicina e religião: “Milagres médicos” e “Santos médicos”.
 
Em “Milagres médicos”, Duffin analisa 1.400 milagres usados em processos de canonização ao longo de 400 anos; em “Santos médicos”, fala do milagre de Margarida d’Youville, bem como do caso dos santos Cosme e Damião, médicos gêmeos assassinados no ano 300.
 
“A investigação que fiz voltou a trazer à luz histórias dramáticas de recuperação e coragem – afirmou. Revelou notáveis paralelos entre a medicina e a religião, em termos de raciocínio e propósito, e mostrou que a Igreja não desprezou a ciência em suas deliberações sobre os milagres.”
 
E concluiu: “Mesmo sendo ateia, acredito em milagres, essas coisas maravilhosas que acontecem e para as quais não encontramos explicação científica”.

 1280px-Atheists_Agnostics_Zuckerman_en.svgMapa que mostra presença percentual de ateus por pais.

Um recente estudo revelou que os ateus, agnósticos e outras pessoas que se consideram “não filiadas” com religião alguma se encontram em literalmente em extinção e que em 2050 representarão uma pequena fração em declive da população mundial. A pesquisa também mostra um notório crescimento do Islã, e não apenas na península arábica e Oriente Médio.

A investigação “O Futuro das Religiões do Mundo: Projeções de Crescimento de População, 2010-2050”, realizada pelo Pew Research Center dos Estados Unidos, teve como um de seus resultados que “ateus, agnósticos e outras pessoas que não se filiam a nenhuma religião –apesar de estar aumentando em países como os Estados Unidos e França– representarão uma parte cada vez menor da população total do mundo”.

A população “não filiada” a religiões (ateus e agnósticos) representavam em 16.4 por cento da população mundial em 2010. Para 2050, sua percentagem cairia para 13.2 por cento, sendo superados pelos adeptos do hinduísmo.

O Pew Research Center indicou que “o perfil religioso do mundo está mudando rapidamente, devido principalmente a diferenças em taxas de fertilidade e o tamanho das populações entre as principais religiões do mundo, assim como as pessoas que mudam de religião”.

Notável aumento do Islã

“Dentro das próximas quatro décadas, os cristãos seguirão sendo o maior grupo religioso, mas o Islã crescerá mais rápido que qualquer outra religião” indicou a organização americana.

Também com relação aos cristãos, o Pew Research Center apontou que “quatro em cada 10” em todo mundo “viverão na África subsaariana”.

Para acessar ao relatório completo (em inglês), pode ingressar em: http://www.pewforum.org/2015/04/02/religious-projections-2010-2050/

AFP4141956_ArticoloO Tribunal Administrativo de Rennes, na França, acolheu o recurso apresentado pela Federação Nacional do Livre Pensamento, ordenando a remoção da estátua de São João Paulo II do centro de Ploërmel, pequena cidade da Bretanha. A municipalidade tem seis meses para retirar o monumento.

“A estátua é circundada por um arco sobre o qual está uma cruz, símbolo da religião cristã, e que pela sua disposição e dimensões, tem um caráter ostentatório”, justifica a decisão do Tribunal. Portanto, “deve ser removido de sua posição atual”, ordena a sentença. O que tornou a estátua “ilícita”, portanto, foi a presença do crucifixo sobre ela.

Os membros da Federação Nacional de Livre Pensamento exultaram com a decisão. A este propósito, nos meses passados a mesma federação fez remover em Savoia, uma estátua da Virgem Maria, por violar a Lei de 1905 sobre a separação entre Estado e Igreja. 

Fonte: Rádio Vaticano

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Uma pesquisa realizada pelo WIN/Gallup International revelou os 20 países mais religiosos do mundo e os 20 países menos religiosos. Divulgada no início desta semana, a amostragem foi feita com 65 mil pessoas de 65 países.

Os entrevistados precisavam dizer se consideravam-se uma pessoa religiosa, sem religião, ateu convicto ou não sabe/não quer responder. Com base nas respostas foi criado a lista dos países mais religiosos do mundo e também quais são as nações onde a população não liga para este assunto.

O mais religioso é a Tailândia, ali 94% dos entrevistados disseram ser pessoas religiosas. A lista traz em segundo lugar a Armênia, seguida por Bagladesh, Geórgia, Marrocos, Fiji, África do Sul, Argélia, Quênia, Macedônia, Paquistão, Afeganistão, Filipinas, Polônia, Kosovo, Nigéria, Papau-Nova Guiné, Colômbia, Indonésia e Peru.

Já entre os menos religiosos temos a China comunista em primeiro lugar com apenas 7% de sua população afirmando ser uma pessoa religiosa. Entre os entrevistados há 29% de pessoas sem religião e 61% ateus.

O Japão aparece em segundo lugar e a lista dos países menos religiosos fica completa com Suécia, República Tcheca, Holanda, Hong Kong, Reino Unido, Israel, Vietnã, Alemanha, Azerbaijão, Austrália, Espanha, Suíça, Áustria, Letônia, França, Canadá, Dinamarca e Coreia do Sul.

O Brasil ficou em 23º entre os mais religiosos. Por aqui 79% dos entrevistados se consideram religiosos, 16% são pessoas sem religião, 2% ateus convictos e 3% não quiseram ou não souberam responder.

O WIN/Gallup International conseguiu notar que a população mais jovem (abaixo de 30 anos) é mais religiosa que as outras faixas etárias tendo 66% dos entrevistados que se consideraram pessoas religiosas. Já entre os mais ricos menos de 50% se consideram religiosos e entre os mais pobres o número sobe para 70%.

Fonte: Exame

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O secularismo é uma realidade crescente nos Estados Unidos, e atualmente 34% dos jovens norte-americanos declaram-se sem religião. Esse é o resumo de uma recente pesquisa realizada no país.

O levantamento que indica que a população dos Estados Unidos segue o mesmo rumo da Europa foi realizado pelo Public Religion Research Institute (em tradução livre, “Instituto Público de Pesquisas Religiosas” – PRRI).

A média nacional do total de pessoas sem filiação religiosa é de 22%, mas em alguns estados, como o Oregon, esse percentual é de 37%.

Para os pesquisadores, esses números indicam que nos próximos anos a população dos Estados Unidos poderá se tornar majoritariamente de ateus, um contraste com a tradição e história do país, fundado por cristãos e estabelecido a partir de princípios bíblicos.

“[O] cenário religioso dos Estados Unidos está passando por uma transformação dramática”, disse Dan Cox, representante do PRRI, alertando que a mudança vai influenciar em questões culturais e políticas.

Outras mudanças significativas no cenário religioso do país estão sendo notadas pelo fato de que, aos poucos, os brancos estão deixando de ser a maioria entre os protestantes em geral, e que o catolicismo está cada vez maior no país, por conta dos hispânicos naturalizados.

As mudanças previstas pelo estudo do PRRI, estão sendo divulgados em uma espécie de atlas interativo. (Veja!)

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O vídeo abaixo é um trecho de um dos melhores debates sobre a existência de Deus já realizados. Frente a frente, estão o filósofo e teólogo cristão William Craig e o químico e cientista ateu Peter Atkins. Num determinado momento, começa-se a debater filosofia da ciência. Em menos de 3 minutos, Craig dá uma aula de deixar qualquer um boquiaberto! Assista:

NOTA: Caso tenha curiosidade, você pode assistir ao debate completo no YouTube, com legendas em português e qualidade de imagem bem melhor do que a do vídeo acima. Clique AQUI e confira se o resto dos argumentos do ateu fizeram alguma diferença.

Fonte: “Charlezine”

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O novo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, 40 anos, tomou posse do cargo rompendo protocolos. Um deles foi dispensar o juramento religioso que é uma tradição da política do país perante a Igreja Ortodoxa.

Descrito como ateu, Tsipras resolveu fazer um juramento civil, prometendo cumprir a Constituição grega.

Outro protocolo rompido pelo premiê foi a ausência da gravata, acessório que ele não utiliza nem mesmo nos eventos que recomendam o uso como o encontro com o Papa Francisco no Vaticano em setembro passado.

Alexis Tsipras é fã do Che Guevara e um de seus filhos leva Ernesto no segundo nome em homenagem ao guerrilheiro argentino de quem o premiê grego tinha um quadro em seu gabinete até pouco tempo atrás.

Por conta desta devoção, o primeiro-ministro ficou apelidado de “Che Guevara grego”, principalmente por sua militância comunista que o levou a ser líder do Syriza – Coligação da Esquerda Radical – formada por várias tendências de esquerda.

Entre suas propostas, Tsipras faz apelos populistas como o fim das medidas de austeridade fiscal impostas pelo bloco europeu e faz promessas que para os seus adversários soam como “mágicas” para resolver os problemas da população grega.

Fonte:  Folha de SP.