Feng Jianmei

Em uma nota na qual também informam sobre a enorme quantia de dinheiro que utilizam para distribuir anticoncepcionais no país, o governo da China divulgou o número alarmante de abortos que se realizam nesta nação asiática: 13 milhões por ano.

Conforme afirma o jornal oficial da China, se realizam na China 13 milhões de abortos consentidos, dos quais 62 por cento são realizados em mulheres cujas idades estão entre 20 e 29 anos, a maioria delas solteiras.

Os números foram divulgados pelo Centro de Pesquisa de Tecnologia sob a Comissão Nacional de Planejamento Familiar e da Saúde da China.

Além disso, esta mesma comissão indicou que entre os anos 2006 e 2010 se gastou na China a cifra astronômica de 402,5 milhões de dólares para distribuir anticoncepcionais em todo o país.

Sobre os milhões de bebês que morrem na China antes de nascer, Qi Rongyi, médico chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia em um hospital de Tianjin, disse que “o número de abortos poderia ser muito mais alto” já que “estas estatísticas contêm dados de instituições médicas registradas e não incluem os abortos realizados em clínicas não registradas”.

O doutor também explicou que o número de adolescentes menores de 16 anos que abortam aumentou em 30 por cento.

A política do filho único na China

Faz 35 anos entrou em vigor a política do filho único na China, que obriga às famílias a ter apenas um filho ou enfrentar duras sanções. Neste tempo, 400 milhões de crianças morreram por abortos forçados como parte deste programa do governo comunista.

Em um artigo publicado no final de 2014, Steven Mosher, presidente do Population Research Institute (PRI), recordou que as primeiras crianças vítimas da política abortista do filho único na China “teriam hoje 35 anos de idade”. Mosher foi um dos primeiros em denunciar os abusos deste programa a nível mundial.

Em seu artigo, intitulado “Isto é pelas crianças perdidas da China”, Steven Mosher pediu orações “por eles e por suas mães, muitas das quais foram levadas aos centros de saúde do Estado à força ou com ameaças, para fazer os abortos que nunca quiseram e que agora lamentam profundamente”.

Mosher lamentou que “mesmo que a fecundidade das mulheres continue diminuindo perigosamente em dezenas de países em todo mundo, o mito da superpopulação subsiste nas mentes e nas decisões concretas. As políticas públicas que denigrem e socavam a vida humana estão aumentando”.

O líder pró-vida animou a unir-se “a esta gesta histórica para deter esta matança”, e também pediu doações para sustentar a atividade do Population Research Institute.

ACI

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“Por favor, Senhor, que Stephen esteja vivo!”, foi a prece desesperada que Jane Wilde expressou em voz baixa em 1985, quando lhe disseram por telefone que seu marido, o agora famoso cientista Stephen Hawking, teria que ser desconectado do respirador após entrar em coma por uma pneumonia virulenta.

Jane recorda esta cena em seu livro “Rumo ao infinito”, onde conta que se aferrou a Deus nesta ocasião como em muitas outras vezes. Esse Deus no qual ela sempre acreditou “para resistir e manter a esperança” frente ao ateísmo fervente de seu marido doente, que desprezava e inclusive se burlava de suas “superstições religiosas”, porque “a única deusa de Stephen Hawking é e sempre foi a Física”.

Em entrevista com o jornal espanhol El Mundo, a ex-esposa recorda que os médicos suíços lhe deram a entender que não havia nada a fazer, e que se ela autorizava, desconectariam o respirador artificial para deixá-lo morrer com a mínima dor possível. “Desconectar o respirador era impensável. Que final mais ignominioso para uma luta tão heroica pela vida! Que negação de tudo pelo que eu também tinha lutado! Minha resposta foi rápida: Stephen deve viver”, afirmou.

Os médicos se viram na obrigação de realizar uma traqueotomia que salvou a vida do cientista mas também o deixou sem fala, obrigando-o a comunicar-se com a voz robótica de seu sintetizador.

Jane afirma que não se equivocou ao tomar esta decisão que permitiu ao astrofísico, que acaba de cumprir 73 anos em 8 de janeiro e segue escrevendo livros e dando conferências, seguir vivo.

O matrimônio

Jane Wilde se casou com Stephen Hawking quando ele tinha 23 anos, então era um jovem estudante de física que dois anos antes tinha sido diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, uma enfermidade neurodegenerativa.

Entretanto, isto não desanimou Jane quem decidiu dedicar sua vida a cuidar do homem que em pouco tempo se converteria em um dos mais famosos cientistas da história e com quem teve três filhos.

Na entrevista ao diário espanhol, a primeira mulher do famoso astrofísico assegura que conforme avançava a cruel enfermidade de seu marido, mais dependente dela ele se tornava, “e mais duro era o desafio de banhá-lo, asseá-lo, vesti-lo e dar de comer em colheradas ao brilhante cérebro com o corpo paralisado”, além de criar a seus três filhos.

Ante essa difícil situação assegura na entrevista que “a chave de sua resistência foi precisamente a fé nesse Deus rechaçado pelas teorias cosmológicas do professor Hawking”.

“Eu entendia as razões do ateísmo do Stephen, porque se à idade de 21 anos a uma pessoa é diagnosticada com uma enfermidade tão terrível, vai acreditar em um Deus bom? Eu acredito que não”, admite Jane.

Entretanto, “eu precisava da minha fé, porque me deu o apoio e o consolo necessários para poder continuar. Sem minha fé, não teria tido nada, salvo a ajuda de meus pais e de alguns amigos. Mas graças à fé, sempre acreditei que superaria todos os problemas que surgissem”.

Em ocasiões anteriores Stephen Hawking tinha declarado ao mesmo periódico que “O milagre não é compatível com a ciência”.

“Ele disse isso? Engraçado… porque eu acredito que é um milagre que ele siga vivo. É um milagre da ciência médica, da determinação humana, são muitos milagres juntos. Para mim é muito difícil explicá-lo”, expressou Jane surpresa pelas declarações do ex-marido. A doença da qual sofre o astrofísico costuma dar uma estimativa de vida de um ou dois anos aos pacientes.

Segundo precisa em seu livro titulado “Rumo ao infinito”, Jane assegura que enquanto Stephen “caçoava” da religião, ela “necessitava ferventemente acreditar que na vida havia algo mais que os meros dados da leis da Física e a luta cotidiana pela sobrevivência”, porque o ateísmo de seu marido “não podia oferecer consolo, bem-estar nem esperança em relação à condição humana”

ACI

Hinduísmo lidera ranking de retenção de adeptos

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Sites e blog católicos americanos estão dando destaque a uma pesquisa que mostra que, diferentemente do que a imprensa divulga, a maior deserção de adeptos não ocorre na Igreja Católica, mas no grupo dos ateus, porque 70% dos filhos deles acabam se convertendo a uma religião. Ou seja, apenas 30% seguem a orientação dos seus pais. 

O blog da Arquidiocese da Washington, por exemplo, colocou em manchete: “Você sabia que ateus, como grupo “religioso”, têm a menor taxa de retenção?”

Pelos dados extraídos de uma pesquisa feita pela Pew Forum on Religion & Public Life com 432 pessoas, o grupo dos católicos apresentou o quarto maior índice de retenção de fiéis, com 68%. Em primeiro lugar, ficaram os hindus, como 84%, seguidos por judeus (76%), muçulmanos (76%), gregos da igreja ortodoxa (73%) e mórmons (70%).

Os ateus ficaram em último lugar, abaixo dos holiness (32%), que são seguidores de uma religião criada nos Estados Unidos por um pastor japonês.

Representantes de entidades ateístas não gostaram de se verem comparados com grupos religiosos. Além do mais, segundo Hemant Mehta, presidente da Beyond Belief, trata-se de uma informação requentada, porque, disse, já se sabe que os ateus, como livres-pensadores, não impõem suas “tradições” aos seus filhos.

Estudo publicado no Journal for the Scietific Study of Religion revelou que 1 a cada 5 cientistas ateus tinham levado em 2010 pelo menos uma vez sua família a um culto para ajudar seus filhos a decidirem sobre a crença ou descrença.

Com informação do site da Arquidiocese de Washington e do blog de Hemant Metha.

Fonte: http://www.paulopes.com.br/2012/07/catolicos-ressaltam-que-filhos-de-ateus-viram-crentes.html#ixzz3MYvidwMx

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O tema abaixo não foi escrito pelo autor do Blog, mas temos seu conteúdo como compatível com aquilo que acreditamos.

O Post trata a questão Sueca sob o ponto de vista da moral e dos valores da Fé Cristã: o valor da Família, da lei natural, das liberdades individuais à luz do bem comum, do respeito à vida intrauterina, da educação dos filhos como atribuição primeira da família e não do estado, do valor da fé,  trata de uma correta relação da pessoa com sua sexualidade à luz da antropologia cristã, da liberdade responsável, etc. 

Os cristãos tem uma posição clara sobre isso, cremos nisso e procuramos viver pautados por esses valores.

Para ‘os não cristãos’ a posição afirmada nesse post  pode parecer preconceituosa mas, na realidade, trata do ponto de vista de nossa fé.

Para nós, o “paraíso” na terra passa longe da visão meramente materialista e da visão relativista onde cada pessoa se torna referência última da verdade, sem referências a natureza ou à  lei natural, muito menos sem referências a Deus e a Jesus Cristo, nosso salvador, em sua verdade expressa nas sagradas escrituras e na Igreja por ele fundada.

Assim cremos, assim procuramos viver. Sabemos que são posições de forte critica social, mas nos reservamos no direito de expressar como pensamos, em um primeiro momento para os cristãos, abertos a aqueles que pensam diferente mas sem termos nenhuma dúvida sobre o tema.

Os que vão ler o texto, saibam, estão em um blog católico com conteúdo cristão.

***

Ah… a Suécia!!! O país de lindas montanhas de picos nevados, que possui a 4ª economia mais competitiva do mundo. Lá, todas as crianças de 1 a 5 anos têm lugar garantido nas creches públicas gratuitas; os cidadãos têm acesso a educação e saúde de alto padrão. 

A imagem consagrada da Suécia é de um modelo de harmonia e justiça social. O que muitos desconhecem é que o grande bem-estar social contrasta com a degeneração das mais básicas noções de moral e dignidade humana. O Estado dá muito, mas cobra um altíssimo preço, e não é só em impostos: ele domina a alma e a vida dos suecos, especialmente das crianças e jovens.

Não por acaso, a Suécia é um dos países menos religiosos do mundo, e com maior número de ateus.

  • Apenas 23% da população crê em Deus.
  • 53% creem em algum tipo de espírito ou “força vital”.
  • 23% são ateus. Fonte: pesquisa realizada por um instituto da Comissão Europeia, 2005.

A Suécia é a prova de que o mundo sem religião cantado por John Lennon em “Imagine” é um hospício.

A família fragilizada

A taxa de casamentos entre os suecos é uma das mais baixas do mundo, e o país é campeão em divórcios.  E, apesar dos incentivos do governo – um dos pais pode ficar em casa por até um ano, recebendo 80% do salário – a Suécia é um dos países com menor taxa de natalidade. São comuns os casais que não desejam ter filho algum.

Enquanto isso, a população muçulmana no país DOBROU nos últimos 14 anos, e chegará a 10% em 2030. Nesse cenário, não é demais prever que, em menos de 100 anos, a Suécia será uma nação islâmica.

Tanta aversão a ter filhos talvez seja compreensível. Afinal, é o Estado sueco, e não as famílias, quem determina como devem ser educados e que valores devem ter. Um pai que discuta em voz alta com o filho pode ser alvo de denúncia criminal.

“…a maioria de nós não foi criada pelos nossos pais sob qualquer aspecto. Fomos criados pelas autoridades das creches estatais no período da infância; então fomos empurrados para as escolas públicas, depois para escolas secundárias públicas e universidades públicas.– Per Bylund, cidadão sueco. Fonte: Instituto Mises Brasil

Uma menor de idade que deseje abortar, por qualquer motivo que seja, pode fazer isso sem que seus pais autorizem ou fiquem sabendo, até a 18ª semana. Os menores também têm livre acesso a acessórios para masturbação, vendidos nas farmácias.

Em 2010, um casal sueco ficou nove meses na cadeia e teve que pagar uma multa equivalente a 10 mil dólares após confessar que a educação de seus filhos incluía palmadas (sem espancamento, é bom notar). O tribunal reconheceu em seus documentos que os pais “tinham um relacionamento de amor e cuidado com os filhos” mas, ainda assim, o casal foi condenado e os filhos enviados a um orfanato.

Vejam que maravilha, que país “avançado”: o governo trata como monstros os pais que disciplinam os filhos com palmadas, mas permite que gente se masturbe em lugares públicos. TÁ SERTO!

Não há mais homem e mulher, e sim “gêneros”

Meninos  são do sexo masculino e meninas  são do sexo feminino. Esse dado básico, que qualquer criança de três anos do mundo entende com clareza, está se esfacelando na Suécia.

Lá, domina a ideologia de gênero, que nega que a pessoa nasça com determinada identidade sexual; segundo essa filosofia, não é a natureza, mas sim cada qual é que decide qual é o seu “gênero”. O Estado prega que as crianças devem ser tratadas como criaturas de “gênero neutro”, mas, na prática, muitos meninos são estimulados a se afeminarem, e as meninas são motivadas a menosprezar as tarefas ligadas à maternidade.

Essa ideologia, cujo erro foi denunciado pela Igreja durante o papado de Bento XVI, é introduzida na mente das crianças suecas desde bem pequenas. E já tem político querendo proibir, por lei, que os homens urinem em pé. Deverão urinar sentados, para se igualar às mulheres. A proposta ainda será avaliada pelo conselho regional.

Igreja luterana “vida loka”

Em 1527, o rei e os príncipes da Suécia aderiram à reforma protestante, e os bens da Igreja Católica foram confiscados.

Os católicos liberais e o pessoal da Teologia da Libertação sonham (em vão) que a Igreja Católica se enquadrará um dia nos moldes da igreja luterana sueca: os líderes eclesiásticos são eleitos democraticamente pelos membros da igreja, mulheres recebem a ordenação sacerdotal e episcopal e o “casamento” gay é permitido.

Desespero, solidão e suicídio

O país foi o primeiro a liberar a venda e uso de todas as drogas, e o resultado foi desastroso: dispararam os índices de criminalidade e suicídio. Por isso, o governo reviu a legislação, e hoje a Suécia reprime fortemente o tráfico e o uso de drogas.

Mas as drogas não explicam, isoladamente, o problema do suicídio. Em um país onde pessoas são levadas a negar noções humanas elementares sobre o sexo, sobre Deus e a família, não surpreende que o número de pessoas psicologicamente atormentadas seja altíssimo. Em 2009, o suicídio era a causa mais comum de morte na Suécia, no grupo de pessoas entre 15 e 44 anos de idade.

Desde os anos 1980, o número de mortes por suicídio diminuiu bastante. Por outro lado, nos últimos anos, as tentativas de suicídio aumentaram drasticamente entre os jovens (de 15 a 24 anos). Como se explica isso? Vou dar meu palpite: muitos jovens não querem se matar de fato, mas se intoxicam com remédios ou ameaçam se tacar de alguma ponte pra fazerem notar a sua dor; é como um grito tresloucado por ajuda, por salvação.

Islamização

Em Malmo, terceira maior cidade da Suécia, os judeus nem mesmo podem andar nas ruas tranquilos, pois têm medo de serem espancados pelos muçulmanos, que vivem em grande número na cidade. E a polícia pouco faz para protegê-los. Devido a isso, muitos judeus já deixaram Malmo, que se transformou numa cidade antissemita (Fontes: The Washington Times e CBN News).

Deus queira que o povo sueco perceba, a tempo, a tragédia moral e espiritual em que está afundando. Se não reagir e mudar esta triste rota, estará destinado a desaparecer, alienado pela escravidão de suas falsas liberdades e, finalmente, esmagado pelo islã.

Fonte: O catequista  http://ocatequista.com.br/archives/11034

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Um parque infantil da cidade de Newark, em Delaware (Estados Unidos), precisou remover um brinquedo com o tema da Arca de Noé para não enfrentar uma ação judicial.

A prefeitura recebeu uma ameaça do grupo “Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado” (chamados pelas siglas AU de American United) dizendo que o brinquedo, disposto no parque há muitos anos, viola as leis americanas.

Em entrevista ao The Christian Post o porta-voz da Prefeitura de Newark afirmou que uma denúncia foi feita pelo grupo que anotou diversas jurisprudências que amedrontaram os administradores do parque.

“Após uma avaliação, o nosso advogado aconselhou que a peça fosse removida, e o departamento de Parques e Recreação acatou a recomendação”, disse o porta-voz.

A organização AU também foi ouvida pelo CP e sua representante, Janice Rael, vice-presidente da entidade, afirmou que foram avós ateus que denunciaram o parque municipal dizendo que não queriam que seus netos brincassem perto de versículos da Bíblia.

“Recebemos queixas de alguns avós ateus que não queriam que seus netos vissem os versículos da Bíblia ou as imagens estilizadas da estória da Arca”, disse Rael.

Depois das queixas o grupo Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado resolveu investigar o caso e descobriram que de fato havia um brinquedo com tema bíblico no parque público, levando seus representantes a entrarem com uma ação contra a prefeitura, caso eles não tomassem uma providência.

“Estou certo de que a cidade não fez por mal, mas o governo deve permanecer neutro em matéria religiosa, então eles tinham que tirar aquela instalação do parque”, disse Rael. O brinquedo era um painel que contava a história bíblica em nove partes.

The Christian Post

i_dont_believe_in_atheistsSobre aquilo que não se pode falar, deve-se calar”. É assim que o filósofo Wittgenstein conclui a respeito do limite da linguagem quando aplicada àquilo para o que, segundo ele, a linguagem é inadequada: em especial, quando aplicada a Deus. Deus está além das possibilidades da linguagem humana, dizia este filósofo. Deus seria palavra proibida, melhor não usá-la. Mergulhando na vertente da filosofia analítica anglo-saxã, Wittgenstein colocou Deus, para o ser humano, na categoria daquilo que é indizível. E silenciou a muitos. Falar de Deus parece agora uma capitulação, parece a atitude de quem se rende perante o irracional e capitula da ciência. Muitos realmente acreditam que falar de Deus é de muito mau gosto. Melhor silenciar sobre Deus, pensam. Deus seria, como estes filósofos convenceram a tantos, aquilo que impediria o homem de ser autônomo. Uma criação de alguns mais espertos, para a dominação dos outros através dos mecanismos irracionais da religião. Assim, urge – pensam – banir a própria palavra “Deus”.

  Mas será que existe, de fato, qualquer silêncio possível perante a questão que se coloca pela própria possibilidade de se pronunciar a palavra “Deus”? O escritor alemão Karl Rahner, S.J., nos lembra da impossibilidade de sequer mencionar o ateísmo sem usar a palavra Deus. A palavra “Deus”está, aliás, incrustada na própria palavra “ateu”. Diz Rahner:

“A palavra ‘Deus’ existe. Voltamos ao ponto de partida da nossa reflexão, ou seja, ao simples fato de no mundo das palavras, pelas quais construímos nosso mundo e sem as quais mesmo os assim chamados ‘fatos’ não existem para nós, ocorre também a palavra ‘Deus’. Mesmo para o ateu, mesmo para o que declara que Deus está morto, mesmo para eles, como vimos, Deus existe pelo menos como o que eles julgam dever declarar morto e cujo espantalho precisam exorcizar, como aquele cujo retorno temem. Somente quando já não existisse a palavra mesma, ou seja, quando nem sequer se houvesse de colocar a questão acerca dela, somente então é que poderíamos ter sossego quanto a ela. Mas esta palavra continua a existir, tem presente. Terá também futuro? Já Marx pensou que inclusive o ateísmo viria a desaparecer, ou seja, que a própria palavra ‘Deus’ – em chave afirmativa ou negativa – deixaria de existir. É pensável este futuro da palavra Deus?”

Ou seja, a própria existência do vocábulo “Deus” põe ao ser humano um desafio, que está no limite da sua capacidade de falar. Mas é incontornável. Na verdade, se as toupeiras pudessem falar, certamente não teriam uma palavra para “luz” – mas tampouco teriam necessidade dela, e viveriam para sempre bem felizes em seus buracos obscuros. No dicionário de verdadeiras toupeiras tampouco haveria um vocábulo para a “negação da luz”, algo como “alumismo”, porque se não houvesse sequer a possibilidade, para as toupeiras, de pensar na luz, tampouco haveria a necessidade de negá-la. A palavra “luz” não faria falta num mundo de toupeiras, e o conceito de “alumismo” tampouco. Mas não ocorre assim com a palavra “Deus” no mundo humano.

Se esta palavra não existisse, o homem não mais seria colocado diante do do todo uno da realidade como tal nem diante do todo uno de sua existência como tal. Pois é exatamente isto que faz a palavra “Deus” e somente ela, como quer que soe foneticamente ou como quer que esteja determinada em sua origem. Karl Rahner nos lembra que “Se realmente não existisse a palavra ‘Deus’, também essas duas coisas não mais existiriam: o todo uno da realidade como tal e o todo uno da existência humana como tal na mútua compenetração dos dois aspectos”. O próprio ser humano, como tal, destruir-se-ia, ao desaparecer a interpelação que a simples palavra “Deus” nos provoca. Se o intento do ateísmo, de banir a própria menção a Deus, se concretizasse, o próprio ateísmo seria banido. As consequências seriam aquelas lembradas pelo próprio Rahner:

“O homem teria esquecido o todo e seu fundamento, e ao mesmo tempo teria esquecido, se é que ainda se poderia falar assim, que se esqueceu. Que seria então? Só poderíamos dizer: ele deixaria de ser homem. Ter-se-ia reduzido a um animal engenhoso. (…) Só podemos dizer que existe homem quando um ser vivo, pensando, usando da palavra e agindo livremente, confronta-se com a totalidade do mundo e da existência como pergunta e problema, mesmo que, ao fazê-lo, possa vir a se manter mudo e desconcertado perante esta pergunta sobre a unidade e a totalidade. Talvez seria até mesmo pensável – e quem poderia saber disso com certeza? – a possibilidade de o gênero humano, mesmo mantendo uma sobrevivência biológica e técnico-racional, vir a morrer de morte coletiva e voltar ao estado de térmitas ou a uma colônia de animais incrivelmente engenhosos. (…) O homem existe propriamente como homem somente quando diz ‘Deus’ pelo menos como pergunta, pelo menos na forma de pergunta a que se responde negativamente. A morte absoluta da palavra ‘Deus’, morte que apagasse até mesmo o seu passado, seria o sinal não mais ouvido por ninguém de que o homem mesmo morreu.”

É impossível, portanto, para o ser humano, mencionar de qualquer forma o ateísmo sem reafirmar Deus… Curioso impasse, curioso paradoxo! A solução seria então calar sobre Deus, como quer Wittgenstein?

Calar sobre Deus, no entanto, seria fugir ao dever mais agudo que tem o ser humano: buscar a verdade até o fim, corajosamente, não para se deter onde for conveniente chegar, mas para caminhar até onde a própria verdade nos leva. Buscar um sentido. Um ser humano tem o dever de não se contentar em ser menos que humano, em se transformar em mero bando de aniimais engenhosos. Um ateu corajoso, digno deste nome, não se detém no silêncio, nem se apega a um ateísmo a priori, que, paradoxalmente transformar-se-ia num “deus” para ele, um ídolo a ser defendido e adorado com todas as forças, e contra toda a possibilidade de refutação no diálogo e na razão. Um ateu calado é um idólatra. Um idólatra de si mesmo, porque não vê sequer a necessidade de falar e ouvir. Também um ateu que, mesmo saindo do silêncio para defender o ateísmo, refuta o diálogo racional, para se tornar num militante do próprio ateísmo, também está apaixonado pelo próprio ateísmo, transformou o ateísmo em religião, e é incapaz de seguir até as consequências últimas da busca daquilo que o desafia. É um idólatra ainda pior. Nega o absoluto sem perceber que esta afirmação é, em si mesmo, uma afirmação absoluta – e reintroduz o absoluto exatamente ali onde ele é negado! É preciso, portanto, para o ateu, se quer ser coerente, abandonar os dois últimos deuses nos quais ele se refugia: o próprio ateísmo e o culto a si próprio. Porque ambos não são ateísmo, são idolatria.

Para falar de ateísmo, o ateu precisa, portanto, contrariar a própria máxima de Wittgenstein, e valer-se da palavra “Deus”, que era o que o ateu queria banir em primeiro lugar. Mas é a única maneira de não fechar-se na idolatria. Um verdadeiro ateu precisa ser corajoso: falar é correr riscos, e demanda coerência: quem fala deve conformar conscientemente a própria vida com a verdade que vai descobrindo – esta é a única liberdade. A liberdade que está no limite superior da razão humana que é evocada quando se pronuncia a palavra “Deus”.

A menos, é claro, que se use a palavra “ateu” num plano relativo: sou ateu deste ou daquele deus, porque ele é um falso deus, mas nada posso dizer de modo absoluto quanto a um eventual Deus verdadeiro. Neste caso, não há cristão que não seja ateu de todos os deuses falsos. Aliás, o filósofo Jean Guitton costumava dizer que o mal do nosso tempo não é o ateísmo, mas a credibilidade tola, da qual devemos fugir: só descobriremos o Deus verdadeiro quando formos convictos ateus de todos os falsos deuses.

 Paulo Vasconcelos Jacobina

 

Map-of-atheism-in-Germany-the-divide-between-east-and-westUm estudo recente chamado Beliefs about God across Time and Countries“, divulgado pela NORC da University of Chicago, constatou que 52,1% dos moradores do leste da Alemanha (antiga Alemanha Oriental) identificam-se como ateus, em comparação com 10,3% da região oeste. A pesquisa foi incapaz de encontrar uma única pessoa com idade inferior a 28 anos no leste da Alemanha que acreditasse em Deus.

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O produtor de cinema e escritor norte americano Jason Jones, autor do livro The Race to Save Our Century (A Corrida para Salvar Nosso Século, em tradução livre.Imagem acima) falou recentemente em entrevista sobre o processo de escrita da obra ao lado do escritor John Zmirak. Antes ateu, Jones revelou na entrevista que se converteu ao cristianismo durante a produção do livro.

A obra literária teve como objetivo apontar cinco princípios fundamentais para evitar catástrofes do século XX, que agora podem ser evitados neste século em que vivemos. Porém, Jones conta que o trabalho envolvido na produção da obra acabou sendo um catalizador para que sua vida fosse transformada, guiando-o através da mensagem deixada por Jesus Cristo.

O ex-ateu conta que a ideia para o livro surgiu em forma de vídeo quando ele era um estudante universitário no Havaí (EUA), e tinha como objetivo incentivar seus colegas a se aprofundar no tema e fazer especialização no departamento de ciência política.

– Eu só queria derramar os horrores do século XX em dois minutos, para criar uma urgência entre os jovens na minha escola, e assim tomarem noção da importância de adentrar na ciência política – afirmou Jones, segundo o The Christian Post, ressaltando ainda que a ideia foi rejeitada por sua “faculdade de esquerda”.

Apesar da rejeição da universidade a ideia permaneceu viva, e Jones a transformou em um livro, em parceria com Zmirak. Ao longo do projeto ele afirma que descobriu o “foco” para sua vida: ajudar a criar um mundo melhor com medidas de precaução. O escritor detalha ainda que o processo em torno do livro modificou seu pensamento de ateu e libertário para cristão e conservador.

Sobre o argumento central do livro, o escritor explica que os horrores do último século são baseados em cinco ideologias do mal: o racismo e o nacionalismo; o militarismo e a “guerra total”; coletivismo utópico; individualismo radical; e o hedonismo utilitarista.

Jones e Zmirak afirmam no livro que estas ideologias propagadoras do mal podem ser exterminadas através da evolução dos pensamentos por meio de cinco princípios fundamentais: o valor único e absoluto de toda a pessoa humana; o direito natural; a defesa das instituições civis que se encontram entre povo e governo; a solidariedade; e uma economia humana.

Fonte: Gospel Mais

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Os passageiros do metrô de Londres (Inglaterra) verão nas próximas duas semanas centenas de cartazes espalhados nas estações com frases de grandes pensadores humanistas.

A iniciativa é da ONG British Humanist Association [Associação Humanista Britânica] que tem como objetivo disseminar os pensamentos seculares para uma sociedade cada vez mais agnóstica, como são os ingleses. “Apesar de metade da população do Reino Unido se declarar agnóstica, as perspectivas humanistas sobre as grandes questões da vida humana ainda não alcançam tantas pessoas quanto aquelas de temática religiosa”, disse a entidade em entrevista à BBC.

As frases espalhadas são assinadas por nomes como George Eliot e Virginia Woolf e os filósofos Bertrand Russell e A.C. Grayling, mostrando a perspectiva humanista às grandes questões da existência humana. Além dos cartazes essas frases também serão compartilhadas nas redes sociais junto com testes de perguntas e respostas para encorajar o público a refletir sobre a vida.

“Nossas escolas públicas ensinam religiões, mas outras visões de mundo não-religiosas, como o Humanismo, não recebem tratamento semelhante”, reclama a BHA que cita a falta de uma participação agnóstica em programas como o “Thought for the Commute” [Pensamento para os passageiros], da BBC Radio 4.

“Nossa imprensa pública, a BBC, transmite orações e sermões, mas raramente vemos um conteúdo com questões de valor e significado de um ponto de vista humanista. Como resultado, muitas pessoas cujas crenças são essencialmente humanistas não se dão conta deste fato”.

A ONG BHA tem como meta promover o Estado secular oferecendo programas voltados para pessoas agnósticas “que buscam viver vidas éticas e completas com base na razão e na humanidade, promovendo um Estado secular e tratamento equânime em lei e política, independente da religião e da crença”.

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Quando um agente estatal faz uma exigência a uma entidade religiosa prestadora de serviços de interesse público de deixar suas atividades confessionais em nome da “laicidade estatal”, ele está negando vigência ao artigo 19, II, da Constituição.

Recentemente, uma freira me trouxe a notícia de que uma servidora da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal lhe informara que, no seu planejamento educacional para o ano de 2015, ela deveria considerar retirar as orações e as atividades de natureza religiosa do seu planejamento, cessando qualquer tipo de religiosidade na sua conduta. Uma vez que a creche que a congregação religiosa dirige recebe recursos públicos, e a realização de orações e devoções, segundo a referida servidora pública, “violaria o Estado laico”. Em leve tom de ameaça, a servidora pública sugeriu enfaticamente à freirinha que “considerasse seriamente esta sugestão”

Esta situação ocorreu dias depois de outra igualmente preocupante: estive num grande escritório de contabilidade empresarial com outra freira, de uma congregação profundamente dedicada ao atendimento dos “mais pobres dos pobres”, cuja regra de vida, aliás, impede terminantemente que a instituição receba quaisquer recursos públicos. Mas como a Congregação emprega ajudantes e atende pessoas carentes, consome água e energia, além de gerar tributos por posse de imóveis, precisa de cadastros infindáveis em diversos Ministérios do Governo Federal, além de entidades congêneres das esferas estadual e municipal nos diversos locais em que atua. Exige-se-lhe inclusive a contratação de responsáveis técnicos na área de psicologia, pedagogia e serviço social, além de cadastros nos diversos órgãos profissionais respectivos. As despesas com atividades burocráticas de uma entidade que não recebe, nem pretende receber, recursos públicos, e que pretende apenas exercer a caridade, ou seja, o acolhimento amoroso dos que não são lembrados nem pelo próprio Estado, são volumosas e saem das doações privadas de leigos comprometidos e empresas com responsabilidade social. 

Estas religiosas muitas vezes têm dificuldade de apoio na própria estrutura formal da Igreja, que já tem problemas suficientes para sobreviver perante suas próprias dificuldades burocráticas, e deixa de se posicionar mais agudamente frente a um Estado que cresce e se torna cada vez mais ameaçador para quem quer atuar na atividade de assistência social como reflexo das suas convicções religiosas. É como, por um lado, se a própria manifestação ostensiva de pertença religiosa dessas instituições fosse quase uma atitude inaceitável perante um Estado cada vez mais dominado pelas ideologias ateístas, e, por outro, como se fosse quase uma concessão estatal precária que alguém possa ter acesso aos pobres fora das estruturas estatais e burocráticas – uma monopolização da miséria pelos órgãos estatais e suas ONGs de viés para-partidário.

É relevante perceber que o Estado brasileiro tem criado uma série de facilidades para a pequena atividade empresarial, como as “microempresas individuais” que gozam de sistema tributário facilitado, mas para a atividade de caridade há apenas a multiplicação de exigências e burocracia, mesmo quando não há, nem se pretende que haja, aporte de recursos públicos nestas entidades. Se os pequenos empresários podem gozar de um sistema simplificado de recolhimento, as pequenas entidades religiosas sofrem cada vez mais com um sistema absurdo de exigências burocráticas, que culminam agora na própria exigência de que abandonem suas próprias convicções religiosas no planejamento de suas atividades, em nome de uma suposta laicidade estatal. Isto é tão absurdamente autoritário que é impressionante que não esteja sendo denunciado como autoritário até por aqueles intelectuais que, embora não tenham convicções religiosas, têm na democracia um pilar das suas próprias convicções. Não há democracia sem liberdade religiosa, e esta pode ser restringida de muitas maneiras, algumas ostensivas, outras sutis, como as que estamos agora vivendo.

Mesmo aquelas entidades religiosas que estabelecem parceria com o Estado, recebendo recursos públicos para desempenhar sua missão social, têm a garantia constitucional plena à sua própria identidade confessional. Quando o art. 19 da Constituição Federal ressalva a colaboração de interesse público entre entidades religiosas e o Estado, ela o faz para garantir que essas entidades possam relacionar-se com o Estado exatamente como são, ou seja, como entidades religiosas.

Quando um agente estatal faz uma exigência a uma entidade religiosa prestadora de serviços de interesse público de deixar suas atividades confessionais em nome da “laicidade estatal”, ele está escancaradamente negando vigência ao artigo 19, II, da Constituição; nega que as entidades religiosas possam relacionar-se com o Estado sem deixar de ser confessionais.

E não se ouve nem as vozes dos juristas, nem as vozes das pessoas comprometidas com o regime democrático e do Estado de Direito contra essa distorção autoritária e negadora do direito constitucional de liberdade religiosa

Não existe religiosidade “privada” ou “teórica”, a não ser na mente de quem, além de não ter pessoalmente religião, tornou-se um militante contra a religião. Esta atitude é tão mais perniciosa quando vem embalada numa crescente série de exigências burocráticas e ideológicas cumulativas, afinadas ademais com uma atitude arrogantemente ateia nas universidades e centros de produção intelectual, a ponto de tornar insensível aos próprios católicos a situação alarmante. Precisamos denunciar esta tendência autoritária enquanto a própria possibilidade de denunciar não se torna um crime de lesa-majestade: não há verdadeira liberdade religiosa quando o Estado, por exigências indiretas ou ostensivas, torna inviável que a fé se torne ação.

Por Paulo Vasconcelos Jacobina

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Durante o encontro que o Papa Francisco teve ontem com os religiosos, religiosas, seminaristas e movimentos leigos na Catedral São Paulo de Tirana, a irmã religiosa da Congregação Franciscana Estigmatina, Irmã Maria Caleta (85) relatou como em meio ao regime comunista brutal ela dava testemunho de fé.

Irmã Maria contou ao Santo Padre que desde muito jovem havia sentido o “chamado do Senhor sem saber ainda o que significava ser religiosa”, ela morava com os seus pais, era filha única e graças às orações e aos conselhos do seu tio sacerdote, teve a ajuda “para empreender este caminho”.

A religiosa frequentou o convento das Irmãs Franciscanas Estigmatinas por sete anos, mas por causa do regime comunista se viu obrigada a abandoná-lo e voltou para casa junto com os seus pais e a cuidar do seu tio sacerdote que estava na prisão. O sacerdote e uma grande amiga estão em processo de canonização, ela é a única mulher da lista e era irmã de sua mesma congregação.
 
Com a morte de seus pais, Irmã Maria viveu sozinha e soube “manter a fé viva no coração dos fiéis embora de maneira clandestina. O Senhor me deu de presente tanta fé que pude ajudar também os outros batizados, não só as crianças dos povoados, mas também aqueles que se aproximavam da minha porta e só depois de ter a certeza que não tinham me denunciado”.

Lembrou-se particularmente da vez que estava voltando de seu trabalho para a casa e “pelo caminho senti que uma voz me chamava, era uma mulher com uma menina no colo e que chegou correndo e me pediu para batizá-la”.

Irmã Maria que ainda era leiga “tinha medo porque sabia que era a mulher de um comunista e lhe disse que não tinha com o que batizá-la porque estávamos na estrada, mas pelo grande desejo que tinha me disse que num canal próximo havia água, eu lhe disse que não tinha com o que retirar a água, mas ela insistia que eu batizasse a sua menina, como vi a sua fé, retirei o meu sapato que era de plástico e com ele peguei a água do canal e batizei a menina”.

Continuando com o seu testemunho ao Santo Padre, a religiosa contou-lhe sobre outras bênçãos que tinha recebido em meio à perseguição. “Além disso, graças ao consentimento dos sacerdotes guardei o Santíssimo Sacramento em um gabinete da minha casa, e o levava às pessoas doentes que estavam prestes a morrer”.

“Prestei um serviço religioso que nem mesmo eu sei como o fiz, quando penso nisso não sei como pudemos suportar tantos e terríveis sofrimentos, mas sei que o Senhor nos deu a força a paciência e a esperança”, ressaltou.

“O Senhor deu a força àqueles que chamou, de fato me recompensou de todos os sofrimentos também aqui na terra”, expressando que depois que as Igrejas abriram quando terminou o regime comunista “tive a sorte de me tornar religiosa desejo comum de tantos outros sacerdotes e irmãs”.

A religiosa também assinalou que não sabe como dar graças a Deus por este dia “tive o privilégio de estar com sua Santidade e pedir a bênção para mim e para o meu tio sacerdote e para as irmãs Estimatinas para a paróquia onde nasci e desempenhei meus serviços até hoje, para os bispos, os sacerdotes, as religiosas e para todo o povo albanês”, concluiu.

Para saber mais sobre a viagem do Papa Francisco à Albânia, ingresse em:

http://www.acidigital.com/albania2014/

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Durante 40 anos, a Albânia teve uma constituição que proibia expressamente a prática religiosa. Quando o muro de Berlim caiu e o país se abriu à democracia, foi muito o que teve que ser começado de novo. Foi assim para a Igreja, que precisou recomeçar a evangelizar praticamente do zero.

“Pároco, construtor, diretor da Cáritas, secretário do bispo, secretário da Conferência Episcopal… Tinha que fazer de tudo. O que pediam e o que a realidade exigia. Um trabalho muito intenso, mas muito bonito”. Ao se aproximar a viagem do papa Francisco a esse país dos Bálcãs, neste próximo dia 21 de setembro, mons. Segundo Tejado, sacerdote espanhol e atual subsecretário do Pontifício Conselho Cor Unum, contou como foram os seus anos na Albânia e o trabalho inicial da Igreja depois de tantos anos de opressão.

Em 1993, depois de trabalhar em Roma, o sacerdote foi para a Albânia ajudar a reconstruir a Igreja. Não tinha um cargo específico, porque o arcebispo de Tirana, a capital, tinha pedido um sacerdote para ajudar em “tudo o que tinha que ser feito”. Um ano depois da sua chegada, Tejado foi nomeado diretor da Cáritas Albânia.

O padre ficou oito anos nesse cargo, passando por todas as crises daquela época: a crise financeira de 1997, a crise social, a crise política. Tudo, em parte, por consequência da transição do regime comunista para uma sociedade democrática. Ele também sofreu de lá a guerra do Kosovo, em que as tropas sérvias expulsaram muitos albano-kosovares para a Macedônia e principalmente para a Albânia.

Naquelas circunstâncias, a Caritas teve muitíssimo trabalho. “Foi um trabalho completo”, recorda Tejado, “porque era preciso reconstruir muitas estruturas. Em quarenta anos, praticamente tudo tinha sido destruído: igrejas, conventos e, acima de tudo, a comunidade eclesial como tal. Foram quarenta anos sem instrução, praticamente sem sacramentos. A Albânia era o único país cuja constituição proibia qualquer tipo de manifestação de tipo religioso. Houve sacerdotes que morreram por batizar uma criança em Tirana”.

Mons. Tejado também nos fala dos sacerdotes que conheceu já bem idosos, quando, ao cair o muro de Berlim, eles foram soltos das prisões. Ele atesta que foi “um presente enorme conhecer aquelas pessoas que tinham sofrido tanto por causa da fé, por serem sacerdotes ou por dizerem que eram cristãos”.

Como foi o percurso da Igreja na Albânia desde que o senhor chegou e até quando partiu?

Monsenhor Tejado: Foi um caminho muito longo e muito bom. O grande mérito dos primeiros bispos da Albânia, que João Paulo II criou no ano de 1993, foi fazer tudo do zero. Reconstruir um mínimo para começar a trabalhar. E não era fácil, porque não havia clero local. Agora tem os jovens albaneses, que têm que pegar a sua Igreja pela mão e levá-la adiante.

Era um tempo de “kairós”. O comunismo não tinha destruído as raízes do sentimento religioso natural. O processo de secularização consegue arrancar as raízes da religiosidade e depois fica muito difícil falar de Deus para as pessoas secularizadas. Mas eu me dei conta de que lá na Albânia era fácil falar do Evangelho; havia uma recepção muito viva do Evangelho. Porque você tem que considerar que os albaneses são muçulmanos, católicos ou ortodoxos por legado familiar, mas o povo albanês, depois dos quarenta anos de comunismo, era profundamente ateu. Era um povo que não conhecia Deus.

Também é necessário levar em conta que a Albânia olha para o Ocidente, histórica e culturalmente, mesmo tendo sido um país que pertenceu ao Império Otomano. A Albânia foi se modernizando muito rapidamente. Os processos de mudança do comunismo para uma sociedade mais aberta e democrática foram velocíssimos. Isso criou muitos problemas, especialmente entre as gerações diferentes. Você percebia uma grande tensão entre as tradições antigas e o mundo novo que ia chegando em grandes ondas.  

A Igreja se adaptava à nova realidade. Agora as igrejas estão mais ou menos reconstruídas. E a Igreja tenta ser o que ela tem que ser: sal, luz e fermento.

O que significou a visita de João Paulo II à Albânia em 1993?

Monsenhor Tejado: Eu cheguei depois, mas ainda existia o eco da visita. Foi fantástico, um sinal de esperança para um povo que tinha saído de tantos anos de opressão. A visita de João Paulo II foi uma coisa vinda do céu. Que um papa fosse lá… era algo imenso. Todo o povo, muçulmanos, ortodoxos e católicos, todos foram para as ruas. Vai ser igual com Francisco. A Albânia é um povo muito acolhedor e, quando eles dão o coração, é de verdade.

As periferias da existência”?

Monsenhor Tejado: Claro. É o estilo do papa. Mas, atenção: é o estilo de todo cristão. O cristão verdadeiro não se rege por lógicas de poder, econômicas ou de conveniência. O papa é uma pessoa primordial neste sentido. Convidaram e ele disse: ‘Sim, eu tenho que ir lá’. O país pequeno, que tem menos habitantes, que economicamente tem menos… Esta é uma lógica cristã. Jesus escolhia os pequenos, não se rodeava de gente de poder para depois ter alguma recompensa. Ele não tinha essa lógica.

O papa falou do diálogo inter-religioso, que é muito interessante na Albânia. É verdade que eles são uma só etnia e que isso cria uma unidade de base muito importante. Na Albânia existe um diálogo constante entre as crenças religiosas, não é esporádico, é constante. E não há nenhuma que seja radical. Pelo que eu vi, o albanês não é fundamentalista por princípio.

Quais são os frutos que o senhor acha que esta visita do papa pode dar?

Monsenhor Tejado: Os frutos nós vamos ver depois. Eu acho que o primeiro fruto é uma palavra para a Europa, que está se construindo sobre bases de interesses econômicos. E a Europa tem que começar a olhar e a se construir com outros critérios. E com estes sinais e decisões que o papa toma, eu acho que esta é a mensagem que ele tenta passar. Os critérios não podem ser só econômicos ou estratégicos. Os povos se constroem com outras riquezas.

De que forma o testemunho de uma grande mulher albanesa, como a beata Teresa de Calcutá, está presente nesta nação?

Monsenhor Tejado: Os albaneses têm muito orgulho de terem tido uma mulher assim. Eu a conheci lá. E, aparentemente, é paradoxal que Deus tenha feito uma joia assim com uma mulher tão pequena e de uma nação tão pequena, olhando do ponto de vista mundano. A beata está presente em tudo. Para eles, é um orgulho nacional. O aeroporto é dedicado a ela, a praça mais importante de Tirana, o hospital… Há um sentimento muito bom e os albaneses a amam muito. Ela tinha um afeto especial pela Albânia, para onde voltou muitas vezes e fundou muitos conventos.

Fonte: Zenit

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Richard Dawkins é um biólogo inglês conhecido mundialmente por suas obras como “O Gene Egoísta” e também por ser um grande militante do ateísmo.

Essa semana o professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, virou notícia por conta de uma mensagem no Twitter dizendo que mulheres grávidas de crianças com síndrome de Down devem abortar.

“Aborte e tente de novo”, disse o biólogo ao ser questionado por uma usuária do microblog que queria saber o que fazer caso engravidasse e descobrisse que o bebê nasceria com a síndrome. “É imoral trazer ‘isso’ ao mundo se você tiver escolha.”

O comentário de Dawkins revoltou mães de crianças com a síndrome e algumas responderam dizendo que nunca desistiriam da gravidez. “Eu lutaria até meus últimos dias pela vida do meu filho”, postou uma internauta.

O biólogo respondeu as críticas dizendo que os bebês com síndrome de Down são “fetos diagnosticados com a doença antes de terem sentimentos”.

Na visão do ateísta uma criança com síndrome de Down tem todos os direitos inalienáveis à pessoa, mas não no caso do feto. “Um feto, sem um sistema nervoso desenvolvido, não tem”. 

 Folha de SP