Quase 5 mil centros assistenciais, mais de 5.500 escolas e mais de 15 mil missionários: estes são os números da Igreja na Espanha, país que receberá o Papa , com abertura e expectativa.

Segundo o censo 2010 do Instituto Nacional de Estatística, a Espanha tem 46,9 milhões de habitantes. Destes, 92,5% são católicos. Do ponto de vista subjetivo, o Centro de Pesquisas Sociológicas informa que 72,7% dos espanhóis se consideram católicos.

As instituições eclesiais realizam uma ação caritativa e social imensa. A Igreja na Espanha tem 4.459 centros assistenciais, nos quais se atende um total de 2.764.719 pessoas.

Em concreto, há 93 hospitais, 72 ambulatórios, 788 asilos, 435 orfanatos, 301 consultores familiares e centros para a proteção da vida e mais de 3 mil centros especiais de educação ou reinserção social de propriedade da Igreja ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos.

No âmbito educativo, a Igreja trabalha na Espanha com 1.738 escolas infantis e de Ensino Fundamental, 3.694 escolas de Ensino Médio e 153 escolas de ensino superior e universidades. Um total de 1.370.151 alunos estuda em centros católicos.

Em termos gerais, em 2008, a Igreja economizou ao Estado, com suas atividades sociais, educativas e caritativas, 30 bilhões de euros, segundo a Conferência Episcopal Espanhola.

O número de novos batizados aumentou para 314.719, em 2009; as primeiras comunhões foram 244.489; e os casamentos religiosos, 91.386.

A geografia eclesiástica espanhola está composta por 14 províncias eclesiásticas, divididas em 69 dioceses. Conta com 22.674 paróquias, segundo o departamento de estatística da secretaria de Estado do Vaticano.

Neste momento, exercem seu ministério na Espanha: 2 cardeais, 14 arcebispos, 48 bispos residentes e 10 bispos auxiliares. Com relação aos eméritos, há 4 cardeais, 6 arcebispos, 25 bispos e 2 bispos auxiliares.

Ao mesmo tempo, em 2010, realizaram seu trabalho pastoral fora da Espanha 109 bispos espanhóis, distribuídos em mais de 30 países.

Os missionários espanhóis aumentaram para mais de 15 mil, dos quais 2.500 são religiosos, 9 mil, religiosas e mais de 2 mil, religiosos não ordenados.

A eles é preciso acrescentar 842 sacerdotes diocesanos, dos quais 355 trabalham na América Latina. Além disso, mais de 1.500 leigos espanhóis decidiram dedicar sua vida às missões em diversos lugares do mundo.

Atualmente, o país conta com 16.859 sacerdotes diocesanos e 7.990 sacerdotes religiosos. Há 1 sacerdote para cada 1.709 católicos.

Na Espanha, vivem 326 diáconos permanentes, 3.946 religiosos não sacerdotes e 50.653 religiosas professas.

Com relação às vocações ao sacerdócio, há 1.943 seminaristas maiores e 1.963 seminaristas menores, o que representa 4,27 seminaristas maiores para cada 100 mil habitantes.

Fonte: Zenit

Enquete intitulada Jovens sem Igreja na Cidade do México mostrou que 62% do universo pesquisado na capital do país afirmaram que não seguem igrejas, que acreditam em Deus, mas não nas hierarquias eclesiásticas.

A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).

A pesquisa é da agência de análise católica Adoremuslabs, que ouviu pessoas de 900 paróquias, embora apenas um terço delas tenha grupos de jovens constituídos, com uma média de 15 participantes.

A agência constatou que a Igreja Católica não conta mais com jovens, de modo especial a arquidiocese da capital. Um terço da população mexicana é de jovens, dos 18 a 35 anos, o que corresponde a 3 milhões de habitantes.

Dos jovens que disseram não praticar o catolicismo, 30% procedem de colégios ou universidades católicas; 60% assistiam a missa, mas por volta dos 22 anos de idade, em média, deixaram de fazê-lo. Apenas 10 % dos que não praticam a fé consideram o catolicismo como Igreja universal.

Adoremuslabs ouviu 1.084 mil jovens que não freqüentam qualquer grupo religioso. Daquele total, 43% disseram que tinham certa espiritualidade e 31% que cultivavam tanto o lado espiritual como o religioso, mas não assistiam, de maneira regular, a nenhuma igrejas ou outra instituição.

A pesquisa identificou que 40% dos jovens ouvidos não se identificam com a religião católica, 16% integram um clube ou organização que traz os mesmos benefícios que participar de congregação e 9% se consideram ateus, humanistas ou realistas, segundo as respostas.

Quatro de cada cinco pesquisados entendem que existe um ser superior e três de cada quatro proclamam a existência de Deus, presente em suas existências humanas através de experiências pessoais.

Foto: “Cristo de La Concordia”, oficialmente a mais alta imagem de Cristo do Mundo, na Bolívia.

Monumento polonês ainda em fase inicial de construção

O Cristo Redentor, símbolo do Rio de Janeiro e, em última instância, símbolo máximo do Brasil, terá a partir do próximo mês uma concorrência cinco metros mais alta.

Em Swiebodzin, pequena e desconhecida cidade no noroeste da Polônia, estão sendo concluídos os trabalhos na construção daquela que será a mais alta imagem de Cristo do mundo – visível inclusive da autoestrada que liga Varsóvia a Berlim.

A estátua terá altura de 33 metros – idade que viveu Jesus -, mais 3 metros de coroa decorada com ouro – que simboliza os três anos de sua atividade pública. Com esses 36 metros, passará em cinco o símbolo brasileiro. As costas terão 24 metros, um metro a mais que o Cristo do Rio. Com essas medidas, o Cristo da Polônia irá ultrapassar também o Cristo de La Concordia, oficialmente a mais alta imagem de Cristo do Mundo, localizada em Cochabamba, na Bolívia, e que tem 34 metros de altura (descontada a base, de 6,24m).

A imagem será colocada sobre um pedestal de 16 metros (o do Rio tem 8 metros) com cinco circunferências – simbolizando os cinco continentes. O Cristo de Swiebodzin é feito sobre construções de metal, sobre as quais são colocados os círculos de cimento.

A ideia nasceu em 2001, no Santuário da Divina Misericórdia, pelo pároco local Dom Sylwester Zawadzki. Os trabalhos começaram há três anos e estão previstos para terminar em novembro próximo. Todo o custo da construção é coberto pelas doações dos fiéis.

Fonte: Gaudium Press


Greg Hall e sua esposa Angelica

ACI

Greg Hall é o dono da empresa Drillers Supply International, responsável pela perfuração que permitiu o resgate dos 33 mineiros soterrados em uma jazida chilena. Este engenheiro norte-americano, que se confessa um devoto católico, assegura que a fé para superar os obstáculos e a oração cotidiana foram as chaves do êxito de sua missão.

Hall, que no dia 12 de fevereiro será ordenado diácono permanente, expressou sua emoção à cadeia Fox. “Foi um árduo trabalho mas vale a pena porque agora estes 33 mineiros podem se reunir com suas famílias. É impressionante ver como no lugar onde passei tanto tempo e pus tanto esforço estes mineiros estão saindo, é um sentimento maravilhoso”, indicou.

A empresa de Hall opera no Chile há mais de 20 anos e se especializa em perfurações em rocha sólida. O Ministério de Mineração do Chile a escolheu para perfurar o túnel de 622 metros pelo qual saíram os mineiros como parte do chamado “Plano B”.

O engenheiro explicou que buscou manter-se à margem dos mineiros de maneira afetiva para não perder a concentração em uma tarefa tão complicada, mas sempre recebeu o agradecimento dos familiares no acampamento Esperanza.

Sua esposa Angélica comentou que sentiram o “peso do mundo” sobre seus ombros quando souberam que sua empresa seria a encarregada da tarefa. “Tudo o que sabiam sobre estes procedimentos teve que ser mudado porque era a primeira vez que perfuravam para resgatar vidas humanas. A perfuração tinha que ser muito precisa, muito cuidadosa para que não se originasse um desmoronamento. Foi muito tenso”, indicou.

“Mas também foi tudo muito emotivo, envolveu muita oração, muitas capacidades, muito planejamento e preparação, para fazer as coisas o mais perfeito possível”, acrescentou.

Hall conserva como lembrança de sua missão uma carta em que os mineiros “basicamente me dizem obrigado pelo Plano B. Obrigado por não desfalecer. É algo que vou entesourar por sempre”.

O engenheiro explica que não foi este trabalho aquilo que o ajudou a crescer na fé, mas foi a fé que o sustentou durante este processo que considera “de longe, a tarefa mais difícil tecnicamente para uma perfuração. Esses momentos nos que tudo parecia não dar certo eram momentos para a oração”.


ACI

A Conferência Episcopal Espanhola animou as crianças a se fantasiarem de santos ao invés de vestir-se de bruxas ou caveiras a noite de Halloween –véspera do Dia de Todos os Santos– para que isso seja “estímulo” para seguir com sua vida cristã.

Assim o indicou à Europa Press o secretário técnico da Comissão Episcopal de Liturgia, o padre Juan María Canals Casas, que se uniu à proposta feita pela Conferência Episcopal Britânica para a vigília da festividade que sugeriu realizar atividades divertidas para as crianças e fantasiar-se de santos como São Jorge, São Francisco, Santa Luzia ou Santa Maria.

“Essa nota da Inglaterra me parece perfeita, em vez de vestir-se de caveira ou de outras coisas, pois vestir-se do que é a festa de Todos os Santos”, particularizou o padre Canales, ao mesmo tempo em que advertiu que todo o resto é “pagão”.

Canals considera que é necessário “cristianizar totalmente” o Dia de Todos os Santos, e acredita que esta sugestão pode ajudar a recuperar a celebração da festa “como estava no princípio” e não com os elementos que se introduziram posteriormente.

Além disso, afirmou que disfarçar-se com trajes relacionados com o terror “não tem nenhum sentido” pois, a seu parecer, “não é pedagógico para as crianças” já que “não o fazem com um sentido religioso, de rezar pelos mortos, mas profano”.

Na mesma linha, a Conferência Episcopal Britânica publicou um comunicado no qual anima todos os cristãos a acenderem uma luz em sua janela no dia  31 de outubro, noite de Halloween para mostrar que são seguidores de Jesus Cristo, e reivindicar o sentido religioso da festa, uma iniciativa que denominaram ‘Night of light’.

Entre outras propostas, a Igreja de Reino Unido sugere fazer vigília, ir a Missa, levar um objeto de cor branca, e no caso dos menores, fantasiar-se de Santos, fabricar velas, cozinhar biscoitos ou organizar jogos, conforme assinalado na página Web ‘nightoflight.org’.

O Bispo da diocese de Arundel e Brighton e chefe do departamento de Evangelização e Catequese, Dom Kieran Conry, destacou que Halloween é agora “a maior festa comercial depois do Natal” e que “é hora de recordar aos cristãos seu verdadeiro significado”. Nesta linha, a Conferência Episcopal Britânica explica que Halloween vem de ‘All Hallows Eve’ que quer dizer ‘Véspera de Todos os Santos’

Símbolo da fé e da simpatia do povo carioca, o Cristo Redentor é o ícone maior do Rio de Janeiro. A 710 metros de altura, colocado no Morro do Corcovado, a estátua, um monumento religioso que se tornou também um símbolo turístico, abraça a Cidade Maravilhosa.

A ideia de colocar um monumento religioso no morro, baptizado pelos portugueses de Pináculo da Tentação, surgiu em 1859. O Padre Pedro Maria Boss chegou ao Rio, ficou maravilhado com a vista a partir daquele ponto e pediu à Princesa Isabel para que erguesse ali uma estátua. O pedido não foi aceite e a chegada da República – e a separação da Igreja do Estado – empurraram o nascimento da estátua por vários anos.

Em 1921, a um ano da comemoração do centenário da independência brasileira, a ideia voltou a surgir. A Igreja queria reforçar a presença do catolicismo no país e a construção de um monumento de grandes dimensões parecia uma boa forma de o fazer. A ideia inicial passa, contudo, por instalar a estátua no Pão de Açúcar. Havia duas alternativas, o Morro de Santo António e o Corcovado, que acabaria por vencer, sobretudo pela sua altitude.

Heitor da Silva Costa desenhou a estátua, criada pelo escultor francês Paul Landowski. A 4 de Abril de 1922 seria lançada a primeira pedra do monumento, mas as obras só arrancariam quatro anos depois. Os atrasos continuaram: a campanha para recolher contribuições financeiras dos católicos brasileiros não estava a dar os resultados esperados e o modelo inicial do monumento – com 38 metros de altura e mais de mil toneladas de cimento armado revisto por pedra-sabão, capaz de resistir a grandes variações de temperaturas) – teve que ser melhorado

A 12 de Outubro de 1931, era, finalmente, inaugurado o Cristo Redentor. O cardeal Dom Sebastião Leme manifestou um desejo: “[que] esta sagrada imagem seja o símbolo do Vosso domínio, do Vosso amparo, da Vossa predilecção, da Vossa bênção que paira sobre o Brasil e sobre os brasileiros (…)”.

No dia 7 de Julho de 2007, numa cerimónia em Portugal, o Cristo Redentor foi incluído no grupo das sete novas maravilhas do mundo, no âmbito de um concurso pela fundação suíça New Seven Wonders. O monumento é a inspiração do Cristo Rei, em Almada, inaugurado em 1959

Maria Clara Bingemer- Jornal Extra on line

Talvez poucas visitas papais de Bento XVI hajam sido cercadas de expectativas negativas como sua recente passagem pela Inglaterra, sede viva e ativa do catolicismo de protesto.

Pela cidade viam-se cartazes contra a visita do Papa. Reinava um clima terrível decorrente dos recentes escândalos de pedofilia entre o clero, com inúmeros e graves casos em território britânico, que se somavam às reivindicações em favor da ordenação de mulheres, do casamento entre homossexuais, do uso de anticoncepcionais etc.

Como se não bastasse, a mídia abria fogo diariamente contra o peso dos custos da visita no bolso do contribuinte inglês. 
Bento XVI desembarcou em um país líder do secularismo antirreligioso, antimonoteista e até mesmo anticristão. A Inglaterra desempenha papel de liderança no processo de secularização inapelável da Europa que tanto atormenta o Papa. E a visita se propôs a ser pastoral, a primeira desse teor na Inglaterra desde o cisma de 1533.

No entanto, o Papa deixou a Inglaterra com um saldo sobretudo positivo, mesmo diante dos céticos e incrédulos que esperavam o pior.

Creio que os pontos chaves do sucesso da visita foram dois: o primeiro, sem duvida, as palavras claras e sem tergiversação com as quais se dirigiu às vítimas da pedofilia. Chamou as coisas pelo nome: sofrimento imenso, tortura, crime inqualificável, vergonha e humilhação para a Igreja que, com esses tristes fatos, tem sua credibilidade moral minada.

E recorrendo a Newman, por quem sente grande admiração e a quem beatificou no decurso da visita, recordou que os padres não são anjos, mas sim homens como todos os outros. E, portanto, pecadores, falíveis, muitas vezes indignos da missão sacerdotal. Carinhosamente rezou com as vítimas, pediu perdão, prometeu seguimento da tolerância zero para com os pedófilos.

O segundo foi a postura ecumênica, clara e incontestável. Não se pode dizer que Bento XVI veio com arrogância e autossuficiência. Os ingleses tiveram diante de si a figura de um peregrino humilde e com real desejo de diálogo. Creio não se poder afirmar como alguns comentaristas britânicos que houve uma refundação católica da Inglaterra. Parece-me certo exagero. Mas o fato de o Papa entrar na Abadia de Westminster, sede da monarquia e da Igreja da Inglaterra, como protagonista da cerimônia já é suficientemente espantoso sem as hipérboles da mídia.

O mais espantoso, porém, é o fato de que, naquele espaço, Bento XVI haja dito tudo que queria, sem agressividade, mas com firmeza inarredável. Inclusive louvar a figura de Thomas More, santo católico que morreu por não aceitar a separação da Inglaterra da comunhão católica. E tudo isso enquanto implorava textualmente a união entre os cristãos. Se refundação não houve, acredito que se pode falar de uma reafirmação do cristianismo histórico em pleno coração da secularização.

Não sei se o catolicismo saiu vencedor. Nem creio que isso seja o mais importante. O Evangelho foi proclamado e testemunhado. E isso sem dúvida é o que se deseja ou, pelo menos, o que se deve desejar.

O ex-primeiro-ministro britânico (na foto, ao lado de Bento XVI) fala da sua conversão: “Se eu tivesse anunciado a minha adesão àIgreja de Roma quando era primeiro-ministro, a mídia pularia em cima de mim. Por isso, esperei”.

A reportagem é de Enrico Franceschini, publicada no jornalLa Repubblica, 20-09-2010. A tradução é de MoisésSbardelotto.

A visita de Bento XVI dá a ocasião para que Tony Blair fale pela primeira vez sobre a sua decisão de se converter ao catolicismo. O ex-primeiro-ministro trabalhista falou sobre isso em uma entrevista ao segundo canal de rádio da BBC.

Eis um trecho da entrevista.

O senhor se encontrou com o Papa. Que efeito isso lhe produziu?

É uma pessoa muito gentil e inteligente. A qualidade da sua mente às vezes faz com que ele seja descrito como distante e frio, mas eu senti que ele é imensamente cordial e caloroso. É um grande intelectual, mas também uma pessoa simples, dotada de grande humanidade. Acho que isso ficou evidente ao longo da visita.

A sua conversão ao catolicismo, há dois anos, gerou muita discussão. Por que o senhor se converteu?

Foi como voltar para casa. Fui atraído pelo fato de que o catolicismo é uma religião universal, presente em todos os países. E é a religião da minha mulher e dos meus filhos. Para mim, abraçar o catolicismo não quer dizer faltar com respeito à religião anglicana, mas apenas encontrar a casa mais adequada para mim. Além disso, sou um defensor da comunhão entre todas as fés cristãs, assim como do diálogo com as outras fés, o que é o objetivo da minha fundação.

Por que o senhor esperou deixar de ser primeiro-ministro para se converter?

A decisão já estava tomada, mas, se eu tivesse feito isso durante o período em que era primeiro-ministro, a mídia pularia em cima de mim. Eu já tinha bastantes problemas.

O senhor recebeu uma educação religiosa?

Sim e não. Minha mãe era anglicana, mas não muito praticante. Meu pai é ateu. Depois, em Oxford, durante a universidade, um professor extraordinário fez com que eu me aproximasse da fé, permitindo-me entender que religião e razão podem conviver. Eu tinha um desejo de religiosidade, e o encontro com aquele professor me permitiu satisfazê-lo.

Ser católico não lhe coloca em contradição com as leis promulgadas pelo senhor, sobre o aborto, a contracepção, sobre a pesquisa científica?

Eu tenho as minhas ideias e as mantenho também agora que sou católico. Estou certo de que muitos católicos têm ideias diferentes de algumas doutrinas da fé, mas isso não lhes impede de se definirem como tais.

Uma vez, o seu porta-voz Alastair Campbell disse que, em Downing Street, “não nos ocupamos de Deus”. E o senhor mesmo, mais tarde, revelou que lhe teriam tomado por louco se se ficasse sabendo que o senhor rezava e pedia o conforto do Criador.

É um problema da nossa cultura europeia. Quando
Obama termina um discurso com as palavras “Deus abençoe a América“, ninguém se admira. Eu também tive vontade dizer às vezes “Deus abençoe a Grã-Bretanha“, mas aqui entre nós não se pode fazer isso, senão somos acusados de ser uma teocracia ou algo do gênero.

A fé mudou o seu modo de fazer política?

Deu-me mais coragem ao tomar certas decisões. Não é que eu vá para um canto e peça a Deus: devo aumentar o salário mínimo? A fé não te ajuda a decidir o que é certo, mas te dá a força para decidir.

Até quando a decisão é uma guerra que provoca milhares de mortos?

É uma decisão muito difícil. Mas decidir por não intervir, como na Bósnia ou na Rússia, também pode provocar milhares de mortos.

O senhor reza frequentemente?

Rezo. E leio a Bíblia. E também o Alcorão. Também o li ontem à noite. Ele me ajuda a entender como as nossas religiões são semelhantes. O século XX foi o século dos conflitos teológicos. O século XXI corre o risco de ser o dos conflitos religiosos. Mas podemos impedir isso com o diálogo, conhecendo-nos melhor. Como essa viagem do Papa também ajuda a fazer.

Giacomo Galeazzi, publicada em seu blog Oltretevere

Foram quase 600 mil (dos cerca de 6 milhões de católicos presentes no país) os fiéis que participaram dos diversos encontros com o Papa na Grã-Bretanha. A etapa deLondres, obviamente, foi a maior, na sexta-feira e no sábado, com 280 mil fiéis – como confirmou o porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi – entre o Hyde Park,Westminster e a multidão que se amontoou ao longo do trajeto do “papamóvel”.

Segundo a Igreja local, 125 mil foram os fiéis que o aclamaram na quinta-feira em
Edimburgo. Por fim, 100 mil foram os fiéis presentes na missa de Glasgow, e cerca de 70 mil estiveram na beatificação de Newman neste domingo, em Birmingham. Um considerável multidão também saudou o Papa no centro da cidade, onde ele visitou oOratório de São Felipe Neri.

Mas além dos números, “que também existem”, o porta-voz do Vaticano, padreFederico Lombardi, ressaltou “a escuta, real e forte, obtida pela mensagem do Papa”, que “foi recebido com respeito e alegria pelos fiéis”.

Conversando com os jornalistas, Lombardi destacou “o encorajamento extraordinário para a comunidade católica desse país”, representado pela viagem à Grã-Bretanha e pelo seu “sucesso espiritual”.

O diretor do serviço que se ocupa dos ministério para as crianças e jovens da diocese de Maitland-Newcastle, John Donnelly, lamentou recentemente a falta de professores de religião nas escolas públicas.
Segundo uma pesquisa do Newcastle Herald, em 2009 os estudantes católicos nas escolas estatais da diocese eram 12.800, com somente 184 professores. Cerca de 5% dos estudantes se “desassociaram” da matéria na Hunter Region, 100 km ao norte de Sidney. “O verdadeiro desafio ao direito de ensinar a nossa fé é encontrar voluntários que ministrem as lições semanais”, disse Donnelly. “Enquanto a maior parte das escolas primárias estatais recebe alguma forma de ensino religioso, muitas escolas secundárias ficam até mesmo sem nada”.
Em muitas escolas, as Igrejas cristãs uniram suas forças para fornecer uma educação religiosa de denominação comum. Além disso, as Igrejas cristãs locais estão empenhadas em uma escola pública para o lançamento de uma campanha para recrutar professores.
O Conselho das Igrejas cristãs compreende a Igreja Batista, Pentecostal e as Assemblies of God Churches, com algum elo com a Hillsong Church.

Fides


O Escritório Central de Estatísticas da Igreja, no Vaticano, divulgou esta semana os dados atuais sobre a Igreja Católica na Grã-Bretanha. O Reino Unido se prepara para a visita do Papa Bento XVI na próxima semana, entre os dias 16 e 19 de setembro.

Os números apontam que a população total da Grã-Bretanha é de 59.381.000 pessoas, destas 5.264.000 (8,87%) se denominam católicas.

Ao serviço dos fiéis, nas 32 dioceses e 2977 paróquias, estão 59 bispos, 5.225 sacerdotes, 6.497 religiosos e 34.669 catequistas. Além disso, o país tem dois seminaristas menores e 245 seminaristas maiores.

Um total de 806.334 estudantes frequentam as 2.828 escolas católicas, que oferecem o ensino desde o jardim de infância à faculdade. A Grã-Bretanha tem ainda várias outras instituições dirigidas pela Igreja, entre as quais: oito hospitais, 171 residências para idosos ou deficientes, 79 orfanatos, 94 centros de aconselhamento familiar e pró-vida, e 147 centros de educação e reabilitação social.

Entre as atividades do Papa Bento XVI no país, estão a beatificação do teólogo Cardeal John Henry Newman, o encontro com a rainha Elizabeth II e com os bispos da Inglaterra, Gales e Escócia.

Fonte: Ignem in terram

O vídeo a seguir, produzido pela CatholicVote é de 2008, e seu contexto é o das eleições para a presidência dos EUA, mas conserva toda sua atualidade para ser aplicado ao nosso país:

Vale lembrar a orientação do Magistério aos católicos acerca do voto:

Quando em âmbitos e realidades que remetem a exigências éticas fundamentais se propõem ou se efetuam opções legislativas e políticas contrárias aos princípios e aos valores cristãos, o Magistério ensina que «a consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a atuação de um programa político ou de uma só lei, onde os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos». (Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 570).

E mais:

Tenha-se presente que, em face de das múltiplas exigências morais fundamentais e irrenunciáveis, o testemunho cristão deve considerar-se um dever inderrogável que pode chegar ao sacrifício da vida, ao martírio, em nome da caridade e da dignidade humana. A história de vinte séculos, inclusive a do último, é rica de mártires da verdade cristã, testemunhos de fé, de esperança, de caridade evangélicas. O martírio é o testemunho da própria conformação pessoal a Jesus crucifixo, que se expressa até na forma suprema de derramar o próprio sangue, de acordo com o ensinamento evangélico: «se o grão de trigo, caído na terra… morrer, produz muito fruto» (Jo 12, 24). (Ibidem, 570).

A propósito, recomendo, outrossim, a leitura destes artigos publicados nos últimos dias, escritos por valentes sucessores dos Apóstolos da Terra de Santa Cruz, que, mesmo à custa de sofrerem perseguições, não desatenderam ao seu dever de orientar corretamente os seus fiéis neste período de eleições .

D. Luiz Gonzaga Bergonzini (Bispo de Guarulhos – SP): “Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César.”

D. Antonio Carlos Rossi Keller (Bispo de Frederico Westphalen – RS): “Mas o grande problema, bastante presente nesta situação pré-eleitoral, é o da duplicidade, da incoerência daqueles candidatos, que por um lado, fazem questão de se mostrarem “religiosos”, sensíveis à fé, mas que na prática ou estão inscritos em partidos que defendem valores anti-cristãos, ou apresentam um ideário programático político pessoal que contêm indicações absolutamente incoerentes com a fé que declaram professar ou respeitar.”

Regional Sul I da CNBB: “Recomendamos encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto.”

Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro (Bispo diocesano de Oliveira – MG): ”São quatro os direitos fundamentais da pessoa humana: direito à vida; direito à propriedade; direito à liberdade e direito à honra. ‘Quando se denota a ausência de um deles, a pessoa desaparece: sem vida não existe, sem propriedade não subsiste, sem liberdade, principalmente a religiosa, não se desenvolve, e sem honra não se relaciona.’”*

ACI

Mais de 500.000 católicos ugandeses foram ao santuário de São Carlos Lwanga e companheiros, os “Mártires de Uganda”, na peregrinação nacional anual dos santos, informou a agência CNA.
Os 22 mártires foram pajens da corte do rei pagão Mwanga e entre 1885 e 1887 preferiram a morte antes que renegar a Cristo.

Eles estavam entre os primeiros convertidos na Uganda. Seu sacrifício foi decisivo para que os católicos hoje atinjam o número 12,6 milhões num total de 28 milhões de habitantes.

Cada ano sejam celebrados por volta de 400.000 batismos.

Na romaria, D. Henry Ssentongo, bispo de Moroto, lembrou aos fiéis que “não basta comemorar o fato de Uganda ser um país de mártires; mas, mais ainda devemos seguir suas pegadas e imitar Cristo até as últimas conseqüências!”.


O martírio


O rei reuniu a corte e ordenou:

‒ “Todos entre vocês que não têm intenção de rezar podem ficar aqui ao lado do trono; aqueles, porém, que querem rezar reúnam-se contra aquele muro”.

O chefe dos pajens, São Carlos Lwanga, foi o primeiro a ir até o muro, sendo seguido por outros quinze.

O rei perguntou então:

‒ “Mas vocês rezam de verdade?”

‒ “Sim meu senhor, nos rezamos”, respondeu Carlos em nome dos companheiros.

‒ “Querem continuar rezando?”

‒ “Sim meu senhor, até a morte.”

‒ “Então, matem-nos”, decidiu bruscamente o rei.

Rezar, tinha-se tornado sinônimo de ser cristão, e era absolutamente proibido no reino de Mwanga, rei de Buganda, hoje Uganda.

São Carlos Lwanga foi queimado lentamente a começar pelos pés. São Kalemba Murumba foi abandonado numa colina com as mãos e os pés amputados, morrendo de hemorragia. São André Kagua foi decapitado.

São Carlos Lwanga e os outros 21 mártires foram beatificados por Bento XV e canonizados em 1964.

Um grandioso santuário foi erigido em Namugongo, onde os pajens guiados por São Carlos Lwanga proclamaram que iriam rezar até a morte.