Intervenção do Papa durante a audiência geral

Catequese dirigida pelo Papa Bento XVI, aos peregrinos presentes na audiência geral, realizada na Sala Paulo VI,nesta terceira semana de Novembro.

Impressionante abordagem da beleza na Igreja e sua condução a  Deus,fonte e origem de toda autêntica beleza.

Existem pessoas que não entendem bem a presença da beleza na vida Ordinária da Igreja e desconhecem seus fundamentos teológicos,litúrgicos  e eclesiológicos.

A abordagem do papa,inclusive pelo mergulho histórico nos estilos e temas que faz,pode ajudar-nos a ampliar o entendimento sobre o assunto.

É uma catequese,ou seja, leia como aprendizagem e supere eventual resistência a essa leitura mais consistente.
Sem fundamento,nossa evangelização é “água com açucar “;em um primeiro momento atinge,depois a semente é sufocada pelos espinhos e morre.

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Queridos irmãos e irmãs:

Nas catequeses das semanas anteriores, apresentei alguns aspectos da teologia medieval. Mas a fé cristã, profundamente enraizada nos homens e nas mulheres daqueles séculos, não somente deu origem a obras-primas da literatura teológica, do pensamento e da fé. Inspirou também uma das criações artísticas mais elevadas da civilização universal: as catedrais, verdadeira glória da Idade Média cristã. De fato, durante quase 3 séculos, a partir do século XI, assistiu-se na Europa um fervor artístico extraordinário.

Um antigo cronista descreve assim o entusiasmo e a laboriosidade daquele tempo: “Aconteceu que, no mundo inteiro, mas especialmente na Itália e nas Gálias, começaram a reconstruir as igrejas, ainda que muitas delas, ao estarem em boas condições, não tiveram necessidade desta restauração. Era como uma competição entre um povoado e outro; parecia que o mundo, limpando-se dos velhos trapos, queria revestir-se por todas as partes da veste branca de novas igrejas. Em suma, quase todas as igrejas catedrais, um grande número de igrejas monásticas e inclusive capelas de povos, foram então restauradas pelos fiéis” (Rodolfo o Glabro, Historiarum 3,4).

Vários fatores contribuíram para este renascimento da arquitetura religiosa. Antes de mais nada, condições históricas mais favoráveis, como uma maior segurança política, acompanhada por um constante aumento da população e pelo progressivo desenvolvimento das cidades, dos intercâmbios e da riqueza. Além disso, os arquitetos encontravam soluções técnicas cada vez mais elaboradas para aumentar a dimensão dos edifícios, assegurando ao mesmo tempo sua firmeza e a majestosidade.

Contudo, foi principalmente graças ao ardor e ao zelo espiritual do monaquismo em plena expansão que se levantaram igrejas abaciais, em que a liturgia podia ser celebrada com dignidade e solenidade e os fiéis podiam permanecer em oração, atraídos pela veneração das relíquias dos santos, meta de incessantes peregrinações. Nasceram assim as igrejas e as catedrais românicas, caracterizadas pelo seu desenvolvimento longitudinal, ao longo das naves para acolher numerosos fiéis; igrejas muito sólidas, com muros espessos, abóbadas de pedra e linhas simples e essenciais.

Uma novidade é representada pela introdução de esculturas. Sendo as igrejas românicas o lugar da oração monástica e do culto dos fiéis, os escultores, mais que preocupar-se pela perfeição técnica, cuidaram sobretudo da finalidade educativa. Era necessário suscitar nas almas impressões fortes, sentimentos que pudessem incitar a fugir do vício, do mal e praticar a virtude, o bem. O tema recorrente era a representação de Cristo como juiz universal, rodeado dos personagens do Apocalipse. São em geral as portadas românicas que oferecem esta representação, para sublinhar que Cristo é a porta que conduz ao céu.

Os fiéis, atravessando o limiar do edifício sagrado, entram em um tempo e em um espaço diferentes dos da vida ordinária. Muito além do portal da igreja, os crentes em Cristo, soberano, justo e misericordioso, na intenção dos artistas, podiam provar uma antecipação da felicidade eterna na celebração da liturgia e nos atos de piedade levados a cabo dentro do edifício sacro.

Nos séculos XII e XIII, a partir do norte da França, difundiu-se outro tipo de arquitetura na construção dos edifícios sagrados, a gótica, com duas características novas com relação ao românico, e são o impulso vertical e a luminosidade. As catedrais góticas mostravam uma síntese de fé e de arte harmonicamente expressada através da linguagem universal e fascinante da beleza, que ainda hoje suscita estupor.

Graças à introdução das abóbadas ogivais, que se apoiavam sobre robustos pilares, foi possível subir notavelmente sua altura. O impulso ao alto queria convidar à oração e era em si mesmo uma oração. A catedral gótica queria traduzir, assim, em suas linhas arquitetônicas, o desejo das almas por Deus. Além disso, com as novas soluções técnicas adotadas, os muros perimetrais podiam ser cobertos e embelecidos por vidreiras policromadas. Em outras palavras, as janelas se convertiam assim em grandes figuras luminosas, muito adaptadas para instruir o povo na fé. Nelas – cena a cena – se narrava a vida de um santo, uma parábola ou outros acontecimentos bíblicos. Das vidreiras pintadas se derramava uma cascata de luz sobre os fiéis para narrar-lhes a história da salvação e envolvê-los nesta história.

Outro mérito das catedrais góticas é o fato de que, em sua construção e decoração, de modo diferente, mas coordenado, participava toda a comunidade cristã e civil; participavam os humildes e os poderosos, os analfabetos e os doutos, porque nesta casa comum, todos os crentes eram instruídos na fé. A escultura gótica fez das catedrais uma “Bíblia de pedra”, representando os episódios do Evangelho e ilustrando os conteúdos do ano litúrgico, desde o Natal até a Glorificação do Senhor.

Naqueles séculos, além disso, difundia-se cada vez mais a percepção da humanidade do Senhor, e os sofrimentos da sua Paixão eram representados de forma realista: o Cristo sofredor (Christus patiens) se converteu em uma imagem amada por todos e capaz de inspirar piedade e arrependimento pelos pecados. Não faltavam os personagens do Antigo Testamento, cuja história se converteu em familiar para os fiéis de tal modo, que frequentavam as catedrais como parte da única e comum história da salvação. Com seus rostos repletos de beleza, de doçura, de inteligência, a escultura gótica do século XIII revela uma piedade feliz e serena, que se compraz em emanar uma devoção sentida e filial pela Mãe de Deus, vista às vezes como uma jovem mulher, sorridente e maternal, e principalmente representada como a soberana do céu e da terra, potente e misericordiosa. Os fiéis que lotavam as catedrais góticas queriam encontrar nelas também expressões artísticas que recordassem os santos, modelos de vida cristã e intercessores diante de Deus. E não faltavam as manifestações “leigas” da existência; daí que aparecessem, em um lugar ou outro, representações do trabalho nos campos, das ciências e das artes. Tudo estava orientado e oferecido a Deus no lugar em que se celebrava a liturgia.

Podemos compreender melhor o sentido que se atribuía a uma catedral gótica, considerando o texto da inscrição escrita sobre a porta principal de Saint-Denis, em Paris: “Transeunte, que queres louvar a beleza destas portas, não te deixes deslumbrar nem pelo ouro nem pela magnificência, mas pelo trabalho fatigoso. Aqui brilha uma obra famosa, mas queira o céu que esta obra famosa que brilha faça resplandecer os espíritos, para que, com as verdades luminosas, eles se encaminhem rumo à luz verdadeira, onde Cristo é a verdadeira porta”.

Queridos irmãos e irmãs, quero agora sublinhar dois elementos da arte românica e gótica úteis também para nós.

O primeiro: as obras de arte nascidas na Europa nos séculos passados são incompreensíveis quando não se leva em consideração a alma religiosa que as inspirou. Um artista, que sempre deu testemunho do encontro entre estética e fé, Marc Chagall, escreveu que “os pintores, durante séculos, tingiram seu pincel nesse alfabeto colorido que era a Bíblia”. Quando a fé, de modo particular celebrada na liturgia, encontra-se com a arte, cria-se uma sintonia profunda, porque ambas podem e querem falar de Deus, tornando visível o Invisível. Eu gostaria de compartilhar isso no encontro com os artistas no dia 21 de novembro, renovando-lhes essa proposta de amizade entre a espiritualidade cristã e a arte, augurada pelos meus venerados predecessores, em particular pelos servos de Deus Paulo VI e João Paulo II.

O segundo elemento: as forças do estilo românico e o esplendor das catedrais góticas nos recordam que a via pulchritudinis, a via da beleza, é um percorrido privilegiado e fascinante para aproximar-se do Mistério de Deus. O que é a beleza, que escritores, poetas, músicos, artistas contemplam e traduzem em sua linguagem, senão o reflexo do esplendor do Verbo eterno feito carne?

Santo Agostinho afirma: “Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar amplo e difuso; interroga a beleza do céu, interroga a ordem das estrelas; interroga o sol, que com o seu esplendor ilumina o dia; interroga a lua, que com sua claridade modera as trevas da noite; interroga as feras que se movem na água, que caminham sobre a terra, que voam no ar: almas que se escondem, corpos que se mostram; visível que se deixa guiar, invisível que guia. Interroga-os! Todos te responderão: Vê-nos: somos belos! Sua própria beleza se dá a conhecer. Esta beleza imutável, quem a criou, senão a Beleza imutável?” (Sermão CCXLI, 2: PL 38, 1134).

Queridos irmãos e irmãs: que o Senhor nos ajude a redescobrir o caminho da beleza como um dos caminhos – talvez o mais atraente e fascinante – para chegar a encontrar e amar a Deus.

A catolicidade do povo italiano está reagindo de um modo admirável à uma sentença anticristã do Tribunal Europeu de Direitos Humanos que proíbe os crucifixos nas salas de aula.

O Tribunal pretextou que a presença de Jesus Crucificado constitui “violação da liberdade dos pais a educar seus filhos segundo suas convicções” e uma “violação da liberdade religiosas dos alunos”.

A iníqua decisão é inteiramente acorde com o espírito e as finalidades do processo de unificação européia.

Nesse processo, a União Européia (UE) é a organização mais conhecida, e vem escondendo seu rosto anti-cristão e anti-europeu com artifícios verbais, textos legais obscuros e agindo de costas aos povos europeus.

Mas a católica Itália, desta vez, não se deixou ludibriar.

A agência alemã kreuz.net publicou farta informação sobre esta exemplar reação popular, sob o sintomático título: “Esta é a resposta ao Juiz turco de Estrasburgo!” Em toda a Itália inicia-se uma competição para mostrar isso aos juízes de Estrasburgo.

Por exemplo, o prefeito de San Remo, Maurizio Zoccarato, colocou uma cruz de dois metros no prédio da prefeitura e convidou todos os diretores de escolas a afixarem cruzes nas salas de aula. A cidade de San Remo encontra-se no extremo noroeste da Itália.

Na cidade de Busto Arsizio, perto de Milão, a administração municipal hasteou a meio mastro as bandeiras da União Européia em frente aos prédios oficiais.

Teatro Bellini de Catania, na Sicília com a cruz

Um enorme crucifixo foi instalado diante da fachada do Teatro Bellini de Catania, na Sicília. A decisão foi do superintendente do Teatro Antonio Fiumefreddo. Ele declarou: “fique claro que nós não pretendemos esconder nossa Fé nem tirá-la dos muros, pelo contrário queremos nos mostrar orgulhosos dela”.

A iniciativa, entretanto, foi criticada pelo vice-pároco da igreja de São Pedro e São Paulo de Catania, Pe Salvatore Resca, um dos poucos que aderiu à campanha contra Cristo, tal vez em nome de uma mal-entendida modernidade “ecumênica”. O sacerdote foi aplaudido pela União dos ateus e agnósticos racionalistas.

Inúmeras comunidades italianas encomendaram novas cruzes para suas escolas.

A cidade de Sassuolo, província de Modena no norte da Itália, encomendou cinqüenta novos crucifixos. Eles deverão ser pendurados em todas as salas de aula em que ainda não houver algum.

O Ministro da Defesa Ignazio La Russa abordou o tema da defesa nacional espiritual em uma discussão de TV: “Todas as cruzes devem permanecer penduradas, e os opositores da cruz que morram, juntamente com essas instituições aparentemente internacionais!”

A comunidade Montegrotto Terme com 10.000 habitantes – onze quilômetros a sudoeste de Pádua – anuncia em placas de néon: “Noi non lo togliamo” – “Nós não o tiramos”.

O prefeito da cidade de Treviso, noroeste da Itália, resumiu a situação muito bem: “Encontramo-nos no reino da demência, essa é uma decisão, que clama por vingança. O tribunal deve processar a si mesmo pelo crime que cometeu!”

O prefeito de Assis sugeriu que além dos crucifixos fossem colocados também presépios nas salas de aula. A piedosa prática do presépio foi concebida por São Francisco de Assis na Idade Média e agora está se aproximando a época de Natal.

O prefeito da cidade de Trieste esclareceu que tudo permaneceria do jeito que está.

A Câmara de Comércio de Roma ‒ Confcommercio, pediu que as lojas pendurassem crucifixos.

Na comunidade Abano Terme – onde mora a ateísta militante finlandesa que reclamou do crucifixo – houve protestos em frente das escolas a favor da Cruz de Cristo.

Segundo a União dos ateus e agnósticos racionalistas ‒ que obviamente rejubila com a proibição anticristã ‒ Massimo Bitonci, prefeito de Cittadella aconselhou ao prefeito de Abano Terme revogar a licencia de residência da família Albertin, e advertiu que “se estas pessoas tivessem que passar por Cittadella poderiam encontrar suas fotos coladas nas paredes com o dizer “Wanted”.

O prefeito de Galzignano Terme na província de Pádua, Riccardo Roman, ordenou colocação imediata de cruzes em todos os edifícios públicos – não somente escolas, mas também na Prefeitura e museus.

Dentro de duas semanas a polícia irá conferir se a ordem foi obedecida, caso contrário haverá uma multa de 500 Euros.

O Prefeito Maurizio Bizzarri da comunidade de Scarlino no sul da Toscana impôs uma multa de 500 €uros para aqueles que retirem uma cruz dos prédios públicos.

Na cidade de Trapani, no extremo oeste da Sicília, o presidente e o assessor do governo da província encomendaram 72 cruzes com recursos próprios.

Cerca de 300 manifestantes realizaram um protesto à luz de velas do lado de fora de um teatro em Glasgow, na Escócia, no dia da estreia de uma peça que retrata Jesus como um transexual.

O protesto foi realizado na terça-feira à noite em frente ao Tron Theatre, onde a peça “Jesus Queen of Heaven” (Jesus, a Rainha do Paraíso, em tradução livre) está em cartaz, como parte do festival de artes Glasgay! Que celebra a cultura gay, bissexual e transexual da Escócia.

Os organizadores do festival afirmaram que não têm a intenção de incitar reações ou ofender ninguém.

A peça “Jesus, Queen of Heaven”, que fica em cartaz até sábado, foi escrita e é encenada pelo autor transexual Jo Clifford.

Os manifestantes cantaram hinos religiosos e levantaram cartazes. Um deles dizia: “Jesus, Rei dos Reis, Não Rainha do Paraíso”. Outro dizia: “Deus: Meu Filho Não É Um Pervertido”.

Os organizadores do festival classificaram os cartazes de “provocativos” e disseram que eles podem ser vistos como incitação à homofobia.

O produtor do Glasgay! Steven Thomson disse que “Jesus, Queen of Heaven é um trabalho de ficção literária explorando a viagem pessoal de fé do artista como um transgênero”.

“O Glasgay! Apoia o direito de liberdade de expressão das artes e oferece ao público uma visão diversa da vida GLBT (gays, lésbicas, transexuais e bissexuais).”

“Este trabalho não tem a intenção de incitar ou ofender ninguém de nenhuma crença, mas respeitamos o direito dos outros de discordar desta opinião.”

“Nós vamos dar as boas vindas a membros do público genuinamente interessados que queiram entender a intenção artística por trás deste trabalho”, acrescentou.

O Glasgay! É descrito como “a comemoração anual da cultura gay da escócia” e é financiado pelo Conselho das Artes da Escócia, Event Scotland, pelo Bureau de Marketing da cidade de Glasgow e pelo Conselho da Cidade de Glasgow.

da BBC Brasil

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Jesus já foi crucificado e ressuscitou para nunca mais morrer! Isso não o atinge.

Esse desrespeito não é novidade.É uma forma de chamar a atenção para “a causa”.Uma triste e desrespeitosa forma.

Nossa oração e intercessão é para que-um dia- descubram a verdade e a abracem,se não como cristãos pelo menos como homens livres capazes de conviver com o diferente, sem intolerância nem agressividade gratuita e desproporcional.

Atacar a Jesus é atingir a todos nós que o amamos.

Nossa resposta,porém, a atos insanos como esse é o amor pregado por Jesus e plenificado por sua morte no calvário ao morrer por todos,inclusive por eles.

A forma de atrair os jovens para o cristianismo é uma questão estudada por quase todos os líderes da Igreja atualmente. Não é nenhum segredo que um grande número de jovens adultos não pertence a nenhuma igreja, mas isso não significa que eles são insensíveis à religião, de acordo com um recente livro. Em “Lost and Found: The Younger Unchurched and the Churches That Reach Them,” (B and H Publishing Group), Ed Stezzer, Richie Stanley e Jason Hayes olham para os jovens com “vinte e tantos anos” e analisam como algumas igrejas estão se esforçando para fazer contato com uma geração notoriamente relutante em comprometer-se com a religião institucional.

Em seu estudo, eles olharam para os jovens ‘sem igreja’, dividindo-os em várias categorias. Havia alguns que nunca estiveram envolvidos com qualquer igreja, aqueles que deixaram a prática da religião após a infância, e aqueles que são amigáveis ou hostis às igrejas. Não é um estudo baseado em determinada igreja cristã, mas um olhar para analisar como jovens adultos interagem com o cristianismo.

Os dados colhidos para o livro vêm de várias pesquisas realizadas de 2006 a 2008. Havia uma divisão de idades de 40% a 60% entre os de 20-24 anos e os de 25-29. Mais de metade havia se graduado e oito em cada nove tinham pós-graduação.

Como em outros estudos, os jovens entrevistados responderam muitas vezes que tinham espiritualidade, mas nem sempre eram religiosos. Assim, 43% dos ‘sem igreja’ disseram que cultivavam espiritualidade, e 31% afirmaram ser tanto espiritualizados e religiosos, apesar de não estarem regularmente presentes em uma igreja específica.

Análises também revelaram que mais de 60% dos jovens relataram frequentar a igreja semanalmente, durante a fase de crescimento.

O livro, em seguida, procura detalhar algumas das crenças dos sem-igreja. Concluiu que, quatro em cada cinco jovens acreditavam na existência um ser supremo e três em cada quatro afirmavam que a existência de Deus faz ou faria um impacto nas suas vidas.

Esta constatação inicial, no entanto, precisa ser esclarecida para se entender em que tipo de Deus as pessoas que não frequentam a Igreja acreditam. Enquanto a maioria respondeu acreditar no Deus descrito na Bíblia, ao mesmo tempo, 58% responderam também que o Deus bíblico não é diferente dos deuses ou seres espirituais adorados por outras religiões como o islamismo e o budismo.

Na verdade, a área com o maior acordo entre os jovens espiritualizados ou não foi que o Deus da Bíblia não era diferente de outros deuses.

“Espiritualizada ou não, a maioria concorda na existência de um Deus”, observaram os autores. “Simplificando, uma abundância de confusão espiritual permeia o sistema de crenças dos jovens que não frequentam a Igreja.”

Sob um olhar mais atento

Quando se faz uma análise no campo étnico, 98% dos jovens afro-americanos que não frequentam a Igreja concordaram que Deus existe, enquanto 84% dos hispânicos também possuem a mesma opinião. Isso se compara a número de 76% dos sem-igreja anglo-saxões que acreditam em Deus.

Resultados mais interessantes aparecem quando se olham os efeitos da educação sobre as crenças. Aqueles que possuem uma educação superior eram menos propensos a acreditar na existência de Deus – 79% em comparação com 94% das pessoas formadas até o ensino médio ou menos. Com base nos dados, apenas 53% dos escolarizados acreditam no Deus Uno da Bíblia, enquanto esse número é de 85% entre os menos instruídos. Menor grau educativo também leva a um consentimento mais forte de que a existência de Deus afetou sua vida.

O estudo, em seguida, passou a analisar o que pensam sobre Jesus. Foram feitas duas perguntas: se eles acreditavam na ressurreição, e se acreditar em Jesus traz mudanças positivas na vida das pessoas.

Cerca de dois terços dos jovens que não frequentam a Igreja concordou que Jesus morreu e voltou à vida, e 77% tiveram uma opinião afirmativa à segunda questão. Assim, concluíram os pesquisadores, os jovens não estão longe da Igreja devido à ausência da crença em Deus ou em Jesus.

Quando vieram as opiniões sobre a Igreja, as reações não foram tão favoráveis. Enquanto 73% concordam que a Igreja cristã, em geral, é algo positivo para a sociedade, cerca de dois terços acusam os frequentadores de igrejas de serem hipócritas, e 90% afirmaram que poderiam ter um bom relacionamento com Deus, sem estar envolvido em uma igreja.

Não é de surpreender que os sem-igreja sejam hostis quando o assunto é a Igreja, os autores observam, mas os exames revelaram que a maioria deles está disposta a escutar seus amigos falarem sobre o cristianismo. De fato, 89% declararam que estavam dispostos a deixar que alguém lhes falasse sobre o cristianismo.

Além disso, pouco menos da metade dos sem-igreja disse que, se um amigo se tornasse um cristão, isso teria um efeito positivo em seu relacionamento. Porém nem tudo é positivo, já que 46% concordaram com a afirmação de que “os cristãos me dão nos nervos”.

Fazendo contato

A última parte do livro examina o que algumas igrejas estão fazendo a fim de atrair os sem-igreja. Os autores identificaram nove características comuns nestas atividades.

– Criação de uma comunidade mais profunda por meio de um sistema pequeno, o qual permite que as pessoas se conectem com outras.

– Permitindo-lhes fazer a diferença, levando os jovens a servir aos outros através de atividades voluntárias.

– Oferecendo oportunidades de culto que reflitam a cultura e também a reverência a Deus.

– Estabelecendo a comunicação eficaz, que varia no estilo, mas é mais dialogal do que a pregação.

– Apoiando a vontade de usar a linguagem da tecnologia familiar para os jovens adultos.

– Construir relações entre gerações, ligando os jovens a adultos mais velhos, desafiando-os a amadurecer.

– Uma liderança que seja honesta e autêntica.

– O apreço pela transparência e o senso de humanidade.

– Tomando uma abordagem de equipe para o ministério.

Explicando mais detalhadamente sobre o ponto de dar às pessoas a oportunidade de fazer o trabalho voluntário, os autores comentam que, através de tais atividades beneficentes, não se ajuda apenas o destinatário da ação, mas se muda a vida de quem faz caridade. Os jovens de hoje têm um forte desejo de mudar o mundo e querem fazer parte de projetos. Muitos dos recém-chegados à Igreja tomaram o caminho das atividades de voluntariado.

Comunicando

Os autores também entraram em mais detalhes sobre o uso de modernas tecnologias de comunicação para atrair os jovens adultos. Eles argumentam que até recentemente, poucas igrejas tinham avaliado o impacto das mudanças nas comunicações.

A presença online pode mudar a maneira como as pessoas pensam sobre a Igreja, desfazendo mitos e levando-os a participar. Os vídeos, redes sociais e outros instrumentos muitas vezes permitem que as pessoas vejam fiéis autênticos, seu testemunho de vida e papel social.

A tecnologia deve ser um servo do Evangelho, os autores alertam, por isso precisa ser usada para transmitir uma mensagem e não ser uma ferramenta para seu próprio bem.

Em conclusão, os autores solicitam um esforço maior para ligar os jovens adultos a Deus e à Igreja. Se este resultado for alcançado, então o mundo pode ser mudado. Os jovens estão buscando respostas que podem ser encontradas no cristianismo, por isso temos de encontrar uma maneira de familiarizá-los com a Igreja.

Por Father John Flynn, L.C.

As igrejas evangélicas no Brasil recolhem por mês entre seus fiéis mais de R$ 1 bilhão – precisamente R$ 1.032.081.300,00. A Igreja Católica, que tem mais adeptos espalhados pelo País, arrecada menos: são R$ 680.545.620,00 em doações.

Os números estão na pesquisa sobre religião realizada pelo Instituto Análise com mil pessoas em 70 cidades brasileiras.

Entre os evangélicos, as igrejas que mais recolhem são as pentecostais, como a Assembleia de Deus, e neopentecostais, como a Universal do Reino de Deus. Seus cofres engordam mensalmente com doações que chegam a quase R$ 600 milhões. Cada fiel doa em média R$ 31,48 – mais que o dobro das esmolas que os católicos deixam nas suas paróquias (R$ 14,01).

Os evangélicos não-pentecostais, chamados de históricos (presbiterianos e batistas, por exemplo), são os mais generosos. Doam em média R$ 36,03, o que dá um faturamento mensal de R$ 432.576.180,00 às igrejas.

E para onde vai tanto dinheiro? Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise, aposta que os políticos são um dos destinatários. “Parte desse dinheiro é usada para financiar campanhas. É só reparar no aumento dos candidatos evangélicos e no fato de os não-evangélicos cortejarem as igrejas nas campanhas.”

O cientista político Cesar Romero Jacob, autor do Atlas da Filiação Religiosa e Indicadores Sociais no Brasil, se diz surpreso com a queda de “15 pontos porcentuais” no número de fiéis da Igreja Católica. Mas não tem dúvida sobre a força dos pentecostais e neopentecostais no voto do brasileiro.

Depois de analisar o mapa eleitoral das últimas cinco eleições presidenciais constatou que Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva usaram a mesma estratégia para vencer. Nos grotões do Nordeste, fizeram aliança com as oligarquias. Nas periferias, acordos com pastores e partidos populistas. “O debate político é intenso sobretudo na classe média das grandes cidades. Nos grotões e na periferia o que funciona é a máquina. Seja ela das igrejas pentecostais, dos populistas ou das oligarquias.”

Figura polêmica, o Bispo Macedo, fundador da Universal do Reino de Deus, é conhecido pela maioria dos brasileiros. Mas sua imagem não é das melhores. Para 70% dos entrevistados, “ele usa o dinheiro da Universal para enriquecer”. Entre os próprios evangélicos, 57% têm essa impressão. E 18% dizem que “ele é bom e tudo o que faz com o dinheiro da Universal é para o bem de seus fiéis”.

A pesquisa mostra que a estratégia de recolher doações funciona muito bem, sobretudo na Universal. “Os pastores falam de dinheiro o tempo todo”, constata a antropóloga Diana Lima, do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio, o Iuperj. “Além do dízimo, os fiéis são estimulados a fazer propósitos com Deus e pagam por isso.”

O Bispo Macedo, que responde a processo criminal por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, levou ao máximo a Teologia da Prosperidade, criada por americanos no início do século 20. “A relação com Deus é de contrato. Não se espera a salvação para depois da morte. O que interessa é o aqui e agora”, analisa Diana, que há cinco anos frequenta cultos, para entender o que move uma pessoa pobre a doar o pouco que tem para Macedo e seus pastores.

Diana defende a tese de que a Universal estimula o empreendedorismo dos fiéis. “Não é aquele negócio de pedir uma casa a Deus e ficar esperando que caia do céu. Não. Eles querem oportunidades. E sobretudo não querem mais ser humilhados.”

Ela destaca que os pastores falam muito nisso. “Quem tem dinheiro se locomove confortavelmente no seu carro, não passa pela humilhação de andar no trem.” O discurso se baseia na lógica do dinheiro. “Os fiéis investem agora, dando dinheiro à igreja nesse acordo com Deus, para ter o lucro lá na frente.”

Diana comprovou que os fiéis não se incomodam com o enriquecimento dos pastores. “Uma das explicações é que o pastor está num lugar santificado. Então, faz sentido estar economicamente bem.” Quando ouvem acusações de desvio de dinheiro, como a que levou o casal de bispos Estevam e Sonia Hernandes, líderes da Igreja Renascer, para a cadeia, preferem não julgar. “Os fiéis acham errado, mas defendem que cada um tem de se preocupar com seu compromisso diante de Deus. Isso não desautoriza a igreja.”

Para Diana, os fiéis aprovam o uso político do dinheiro doado. “Acreditam que o Brasil está perdido. Que as drogas, o alcoolismo, a violência são coisas do mal. Portanto, ter na condução da sociedade alguém alinhado com a palavra de Deus é bom”, explica. “Logo, precisam ter representação política.”

Fonte: O  Estado de São Paulo

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A relação da Igreja Católica com ofertas e dízimos é substancialmente diferente da relação presente na maioria das denominações protestantes. Isso repercute,sem dúvida,nesta diferença,embora exista candente aí uma questão viva ligada a Experiência de Deus e conversão.

Talvez,como Católicos, precisemos crescer na generosidade da partilha e na compreensão de nossa corresponsabilidade no sustento de nossas comunidades, paroquias, e obras apostólicas.

A visão católica parte de outras premissas,onde a partilha financeira se insere dentro de uma visão mais ampla de comunhão e conversão,motivada pelo amor  e pela co-responsabilidade.

Uma visão que vai além de minha “pequena” comunidade eclesial para atingir todo o universo católico e o tecido social onde a Igreja serve.

Partilhar é uma expressão normal de qualquer cristão verdadeiramente convertido e sinal de conversão.

É aquilo: Você pode partilhar sem amar, mas é impossivel amar sem partilhar.

“Hoje constatamos, infelizmente, que a grande maioria dos católicos foi apenas batizada, mas não evangelizada”, afirma o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer.

Segundo Dom Odilo, “batizar apenas e, depois, deixar o cristão por conta de uma evangelização ‘genérica’ é insuficiente”.

“É como semear um campo e, depois, abandoná-lo a si mesmo; não dá para esperar muito fruto; é também como plantar um jardim e não zelar por ele: dá para esperar flor bonita e abundante?”, pergunta, em artigo publicado na edição desta semana do jornal arquidiocesano O São Paulo.

Dom Odilo explica que o batismo “é uma graça de Deus e a fé, um dom do Espírito Santo”; mas “a vivência da fé cristã precisa ser aprendida e supõe um processo contínuo, ao longo de todas as etapas da vida; tanto a criança precisa aprender a ser cristã, como a pessoa adulta, ou idosa”.

“Hoje, mais do que evangelizar catecúmenos, precisamos começar a evangelizar a maioria dos já batizados”, reconhece o cardeal.

A iniciação à vida cristã “começa com o anúncio querigmático, mediante o qual a pessoa é levada ao encontro com Jesus Cristo e colocada diante do núcleo central da fé cristã: Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, é nosso Salvador. Morto na cruz por nosso amor, ressuscitou dos mortos e foi elevado à direita de Deus Pai, onde será nosso juiz”.

“Por seu intermédio obtemos a redenção e o perdão dos pecados. Para todo ser humano neste mundo, Ele é o caminho, a verdade e a vida. O querigma, anunciado e testemunhado com fé, suscita a fé naqueles que o recebem, pela ação do Espírito Santo”, escreve Dom Odilo.

Depois –prossegue o arcebispo de São Paulo– precisa seguir a iniciação à vida cristã, “aprendendo a se relacionar com Deus, na oração cristã; a conhecer as verdades da fé cristã professadas no ‘Creio’ e explicadas pela Igreja, no Catecismo”

Aprender também “a ouvir e acolher a Palavra de Deus, com a comunidade de fé, a Igreja; e a iniciação à vida cristã não pode deixar de colocar o fiel diante das implicações morais decorrentes do seguimento de Jesus e da pertença à Igreja”.

Segundo Dom Odilo Scherer, esta iniciação “também leva o fiel a ‘aprender’ o jeito próprio da vivência cristã, a mística cristã”.

“Assim, durante a vida inteira, o cristão está ‘na escola do Evangelho’ e vai aprendendo a ser fiel a Jesus, seguindo-o no caminho dele; mesmo no extremo da vida, diante da morte, pois também há um jeito cristão de ficar doente e de morrer…”

“Em tudo isso, é bom ter presente que não se trata de um aprendizado meramente intelectual, embora esse aspecto também faça parte do processo, pois a fé também precisa ser conhecida com a inteligência. Mais que isso, porém, é um aprender existencial”, assinala o arcebispo.

Dom Odilo explica ainda que a vivência cristã “se expressa numa relação filial e familiar com Deus, nosso Pai; a iniciação à vida cristã será boa, se ajudar os fiéis a viverem como bons filhos e filhas de Deus”.

Outra “bela maneira de compreender a vida cristã” é a “amizade” com Cristo, já que a vida cristã “é expressão de um relacionamento familiar e íntimo com Deus e com Jesus Cristo, mediante o dom do Espírito Santo de Deus”.

“A formação do cristão adulto na fé é missão e trabalho nosso, e da Igreja: quem já é discípulo de Cristo, ajuda outros a serem discípulos também”, destaca o arcebispo.

O Vaticano tem 24 premios nobel trabalhando em prol da ciência,Eles fazem parte da Pontificia Academia de Ciências do Vaticano.

Desta mesma academia também fizeram parte

Galileu

e   Stephen Hawking


Eis os 24 cientistas da Pontifícia Academia:

1. ARBER Werner (Nobel in Physiology or Medicine, 1978)

2. BALTIMORE David (Nobel in Physiology or Medicine, 1975)

3. BECKER Gary S. (Nobel Prize in Economics, 1992)

4. BLOBEL Günter (Nobel Prize in Physiology or Medicine, 1999)

5. CIECHANOVER Aaron J.(Nobel in Chemistry, 2004)

6. COHEN TANNOUDJI Claude (Nobel in Physics, 1997)

7. CRUTZEN Paul J. (Nobel in Chemistry, 1995)

8. De DUVE Christian (Nobel in Physiology or Medicine, 1974)

9. EIGEN Manfred (Nobel in Chemistry, 1967)

10. HÄNSCH Theodor (Nobel in Physics, 2005)

11. KHORANA Har Gobind (Nobel in Physiology or Medicine, 1968)

12. Von KLITZING Klaus (Nobel in Physics, 1985)

13. LEVI MONTALCINI Rita (Nobel in Physiology or Medicine, 1986)

14. MOLINA Mario J. (Nobel in Chemistry, 1995)

15. MÖSSBAUER Rudolf L. (Nobel in Physics, 1961)

16. MURRAY Joseph E. (Nobel in Physiology or Medicine, 1990)

17. NIRENBERG Marshall W. (Nobel in Physiology or Medicine, 1968)

18. NOYORI Ryoji (Nobel in Chemistry, 2001)

19. PHILLIPS William D.(Nobel in Physics, 1997)

20. POLANYI John C. (Nobel in Chemistry, 1986)

21. RUBBIA Carlo (Nobel in Physics, 1984)

22. TOWNES Charles H.(Nobel in Physics, 1964)

23. YANG Chen Ning (Nobel in Physics, 1957)

24. ZEWAIL Ahmed H. (Nobel in Chemistry, 1999)

Na apresentação do seu último livro, José Saramago declarou que a Bíblia era um “manual de maus costumes” e um “catálogo de crueldades”, e que Deus não era “de fiar”, por ser “vingativo, rancoroso e má pessoa”.

Nos dias seguintes, católicos e não só acusaram-no de provocação gratuita e de ignorância, por estar a fazer uma leitura literal do texto bíblico.

De facto, a Sagrada Escritura não pode ser lida como uma narrativa textual e objectiva, e muito menos o pode ser, sob pena de anacronismo, com os nossos olhos de hoje. A Bíblia está repleta de alegorias, metáforas, simbolismos, mitos, lendas e profecias, requerendo uma exegese que saiba extrair, de cada história ali contida, o seu significado moral. No episódio de Caim e Abel, o excerto do «Génesis» que inspirou o livro de Saramago, o texto expõe o leitor a uma morte, idêntica a outras, sacrificiais, presentes no Antigo Testamento; mas a interpretação supra-literal deve remeter-nos para a escolha humana entre o Bem e o Mal e, portanto, para a condenação da violência.

A meu ver, contudo, o cerne da polémica não é este. Saramago sabe perfeitamente, porque é escritor e criador de imagens, que não faz sentido, do ponto de vista discursivo, depreciar a Bíblia como ele o fez – ou então estaríamos condenados a censurar grande parte da literatura profana ocidental. Sabe também (e tem dificuldade em admiti-lo) que, além das histórias de violência e opressão, a Bíblia fala sobretudo das vítimas, dos pobres e marginalizados, para lhes oferecer consolo e esperança – muito antes de Karl Marx ter reparado neles. Sabe, finalmente, que o que disse, em si mesmo, é de um simplismo confrangedor: achar que porque Caim matou Abel toda a Bíblia está cheia de crueldades é tão superficial e redutor como afirmar que porque Stalin matou milhões todos os comunistas são potenciais assassinos!

O problema de Saramago não é com a Bíblia – é com a simples existência da religião. Desde que Robespierre decidiu descristianizar o mundo, os “iluminados” da modernidade e os órfãos dos “deuses” menores, terrenos e bem violentos, não convivem bem com a crença alheia. O racionalismo cientista e materialista não concebe que haja seres humanos que acreditam no que a ciência não comprova existir.

José Saramago revelou, no fundo, incomodo, sectarismo e intolerância em relação ao fenómeno religioso.

Ninguém lhe contesta o direito de escrever e muito menos o de ser ateu; nem se lhe pede que aceite ou compreenda a Fé dos outros. Pede-se, apenas, com a autoridade e a responsabilidade públicas de ser Prémio Nobel como ele é, que a respeite, porque é essa a medida da tolerância e da civilização.

A atitude de Saramago é um sinal dos tempos: os cristãos vivem bem com a sua crença; são os ateus é que parecem (con) viver mal com a religião. Deve ser por isso que, não acreditando em Deus, Saramago não cessa de falar d’ Ele. Ora, havendo espaço para a crença e para o ateísmo, cada um deve escolher o seu caminho, sem revelar a alma intranquila de quem, invocando o direito à diferença, afinal insulta o diferente como bárbaro e vicioso.

José Miguel Sardica
Professor da Universidade Católica Portuguesa

O Parlamento italiano rejeitou uma tentativa de grupos homossexuais estabelecerem a “orientação sexual” como uma categoria privilegiada nas leis anti-preconceito. A medida foi derrotada por um voto de 285 contra 222.

Os oponentes haviam argumentado que a mudança no código penal teria produzido desigualdades, aliás, discriminações reversas.

O político Rocco Buttiglione disse que os homossexuais estão protegidos sob a lei do mesmo jeito que todos os outros cidadãos e disse que a derrota do projeto de lei é uma vitória para “o princípio da igualdade de todos os cidadãos — um princípio consagrado em nossa constituição”.

Isabella Bertolini, legisladora e membro do partido do governo de Silvio Berlusconi que havia se oposto á morte de Eluana Englaro por ordem de um tribunal no ano passado, disse que a tentativa de se instituir uma “inerente orientação sexual” no código penal é “claramente inconstitucional” e “provavelmente provocará graves problemas e graves discriminações”.

O conceito, disse ela, é “fruto das idéias relativistas” que estão crescendo na Itália e “produziria uma diferença substancial no tratamento de homossexuais e transexuais diante da lei”. O projeto de lei teria criado uma situação legal em que um ato de violência seria considerado mais grave se a vítima fosse homossexual. “Isso é incompreensível”, disse Bertolini.

Bertolini avisou, com base na experiência de outros países com semelhantes leis de “orientação sexual”, que se aprovada na Itália, tal lei traria como resultado restrições à liberdade de expressão.

Logo que a expressão orientação sexual for introduzida nos artigos anti-preconceito da lei, ela disse, “Não seria possível as pessoas exercerem o direito de expressar suas opiniões ou críticas” acerca da atividade homossexual, um assunto sério num país predominantemente católico. Além disso, ela alertou que o projeto de lei teria sido “usado como porta de entrada para revolucionar o conceito de casamento, família, adoção e enlouquecer os valores fundamentais que sustentam nossa sociedade”.

A derrota do projeto foi criticada na Organização das Nações Unidas, onde a alta comissária da ONU para os direitos humanos chamou a derrota de “um retrocesso para os direitos humanos”.

“Os gays e as lésbicas merecem plena proteção sob a lei”, disse Navi Pillay, que acrescentou que os governos deveriam fazer leis adicionais especificamente protegendo os homossexuais.

A ministra italiana do bem-estar social, Mariastella Carfagna, disse que farão uma nova lei anti-preconceito que exigirá penas mais pesadas para todos os crimes motivados por “discriminação”, incluindo a categoria de “orientação sexual”.

Atualmente, há na Itália leis anti-preconceito que incluem as categorias de raça, etnia, nacionalidade e religião. A inclusão de “orientação sexual” no código existente tem sido uma meta importante dos grupos homossexuais de pressão política por alguns anos.

Fonte : Pro-Familia

P. George Rutler

Um prestigioso teólogo católico americano converso do anglicanismo, explicou que o anúncio da Santa Sé sobre a criação do Ordinariatos Pessoais para acolher aos paroquianos e clérigos anglicanos, não é uma porta aberta para os ex-sacerdotes católicos que abandonaram a Igreja nem tampouco permite que os sacerdotes em funções contraiam Matrimônio.

O Padre George Rutler, que durante nove anos foi sacerdote episcopaliano –membro da comunhão anglicana-, converteu-se ao catolicismo e foi ordenado sacerdote católico. Ele escreveu mais de 14 livros de teologia, tem um programa televisivo no canal católico EWTN e é pároco em Nova Iorque.

Em declarações à agência Catholic News Agency, que integra o Grupo ACI, o perito lamentou que a imprensa “desinformada e sempre sensacionalista em temas de religião”, concentre-se na admissão de sacerdotes anglicanos casados no seio da Igreja.

Para exercer o ministério sacerdotal na Igreja Católica, “estes sacerdotes anglicanos casados deverão ser ordenados completa e validamente por um bispo católico. Seguindo o costume ortodoxo, eles puderam casar-se somente antes da ordenação anglicana e não depois. E nenhum homem casado se converterá em bispo”, explicou o Padre Rutler esclarecendo que a Igreja não está abrindo uma porta a aqueles ex-sacerdotes católicos que abandonaram a Igreja e contraíram matrimônio.

Além disso, assinalou que “os  bispos anglicanos que se unam aos ‘ordinariatos’ (católicos) já não serão reconhecidos como bispos. Por uma concessão especial, os bispos anglicanos terão certo direito de autoridade pastoral, mas não serão bispos”.

Segundo o sacerdote, com esta cobertura jornalística se perde de vista “o ponto mais importante”: “O anúncio da Santa Sé reitera a insistência da Igreja Católica em que as sagradas ordens anglicanas são inválidas, e em conseqüência também sua eucaristia”.

Para o Padre Rutler, será necessário ver quantos anglicanos (episcopalianos nos Estados Unidos) serão recebidos na Igreja Católica sob estas condições, mas o anúncio confirma “a rápida desintegração do anglicanismo ao menos no Ocidente e desafia radicalmente os anglicanos em outras partes do mundo”.

O perito considerou que os pedidos massivos de ingresso na Igreja Católica, são “uma bofetada ao anglicanismo liberal e um repúdio total da ordenação de mulheres, o matrimônio homossexual e o descuido geral da doutrina no anglicanismo. De fato, trata-se de um rechaço definitivo do anglicanismo”.

“Basicamente, o anglicanismo se interpreta como um patrimônio espiritual apoiado na tradição étnica em lugar da doutrina substancial e deixa em claro que não é uma igreja histórica, mas sim uma comunidade eclesiástica, que se desviou e agora é convidada a retornar à comunhão com o Papa como Sucessor do Pedro”, indicou.

Também destacou o cuidado do anúncio no Vaticano, realizado em simultâneo com uma conferência de imprensa do Arcebispo católico de Westminster e o Arcebispo anglicano de Canterbury em que disseram que a próxima constituição reconhece o patrimônio espiritual do anglicanismo e que o diálogo ecumênico segue adiante.

Fonte : ACI

Responde Jean-Baptiste Maillard, autor de “Deus está de volta”

Por Gisèle Plantec

“Na França, a Igreja se sente bem quando evangeliza”: esta é a constatação de Jean-Baptiste Maillard, autor de Dieu est de retour (Deus está de volta), uma obra escrita após uma pesquisa de campo, para descobrir como está a Igreja na França hoje.

***

-Esta obra é fruto de uma pesquisa de campo. Você pretendia ver pessoalmente como está a Igreja na França? Que impressão você teve?

-J.-B. Maillard: Pude constatar que, na França, a Igreja se sente bem quando evangeliza. Quantas riquezas insuspeitadas! Imagine-se em um cabaré disposto a evangelizar: é o que faz todo final de semana o Pe. Axel, a quem tive a alegria de acompanhar, descobrindo assim a presença de Deus em um lugar inesperado. E é verdade, Deus está em todos os lugares, está de volta, e nós somos testemunhas!

O que você diria se desse carona a um jovem seminarista que quer fazer você encontrar Jesus? Como reagiria se, durante uma peregrinação a Medjugorje com o Club Medj, um motorista lhe propusesse uma volta de moto para trazer não-crentes? Você acreditaria na existência de um jovem rabino, recentemente convertido ao catolicismo, que lê a Bíblia escondido desde os 8 anos? Ou acreditaria na religiosa do mosteiro cisterciense Nossa Senhora de Bonneval, onde não havia vocações há 30 anos, falando de evangelização? E ainda, nesta nova comunidade, a Sociedade de Missionários da Misericórdia Divina, aderida à forma extraordinária do rito – na qual o bispo acaba de ordenar 2 dos seus 10 seminaristas – que propõe Cristo aos muçulmanos (cf. www.annuncioblog.com)? Estas são as pessoas que interroguei em “Deus está de volta”.

A constatação é simples: é possível anunciar Cristo a todo mundo, seja aos sem-teto, aos casais, às crianças, aos seus colegas de trabalho, aos transeuntes… E funciona! Existem conversões fulgurantes, outras discretas. Dito isso, “a messe é grande, mas os operários são poucos” (Mt 9, 37). A Igreja precisa de uma dinâmica de crescimento, usando uma expressão do Pe. Mario Saint Pierre, doutor em Teologia, a quem interroguei sobre a questão da formação. Isso se aplica a toda a nossa evangelização: “O discípulos não é superior ao seu mestre” (Lc 6, 40): se Jesus vai procurar as ovelhas uma a uma, nós devemos fazer a mesma coisa!

-Que conselho você daria a um cristão, a um sacerdote ou inclusive a um bispo desanimado, que tem o sentimento de que a Igreja está a ponto de desaparecer de perto dele?

-J.-B. Maillard: Estou pouco preparado para isso, mas já que você me pede um conselho, eu diria que hoje os cristãos têm tudo para “mudar o mundo”. O Evangelho tem este magnífico “poder”. Deus está de volta no coração dos nossos contemporâneos que o haviam rejeitado; numerosos sinais testemunham isso cada dia. A messe das almas é abundante e só resta colher, isto é, anunciar.

Então, a um cristão, eu recordaria que, se ele está sozinho, está em perigo. Que se una a uma paróquia, a um movimento, lugares em que a evangelização é a primeira prioridade, para receber o apoio dos seus irmãos, ser animado em sua vida de oração e em seu apostolado. A um sacerdote, que redobre a oração Àquele que deu sua vida por nós e procure encontrar novos meios concretos para evangelizar com seus fiéis, lá onde o Senhor o colocou. A um bispo, eu gostaria de dizer que sua missão, como sucessor dos apóstolos, faz dele o primeiro da fila da evangelização. Com a ajuda do Espírito Santo, ele saberá abrir novos caminhos, longe dos nossos costumes!

-Quais são os sinais mais positivos da vitalidade da Igreja na França, em sua opinião?

-J.-B. Maillard: Veja as crianças que recebem, cada mês, seu “pacote-missão”: evangelizar seu ambiente, inclusive seus colegas de sala! Não é um sinal de vitalidade? Em todos os lugares, há “sementes de esperança” desconhecidas que fazem o Reino avançar. É isso que eu quis mostrar com “Deus está de volta”.

Uma nova geração de católicos está a ponto de despertar, como explica bem o Glorious (projeto pastoral de jovens), cuja fórmula paroquial “Lyon centro” está tendo um grande êxito. Outro exemplo é o Festival “Anúncio”, que, há 2 anos, propõe, a mais de 300 jovens, uma iniciativa muito rica de sentido. Isso sem esquecer do Festival Mariano Internacional, que pode ser interpretado como um “sinal” do cumprimento da profecia de Marthe Robin: ela via a França voltar a levantar-se, recorrendo à ajuda de Nossa Senhora. Mas, para mim, o sinal mais positivo é o número crescente de lugares de adoração, paralelamente a uma nova conscientização da nossa primeira missão: o anúncio de Cristo.

-Em sua opinião, onde estão as maiores dificuldades, os principais obstáculos para a evangelização?

-J.-B. Maillard: O principal obstáculo para a evangelização, assim como para a santidade, somos nós mesmos. Como vai a nossa relação com Jesus? Aproveitamos realmente os sacramentos que Ele nos dá através dos seus ministros? Sabemos deixar que Ele nos veja através da adoração? Na encíclica Redemtoris Missio, sobre a missão de Cristo redentor, muito atual neste Ano Sacerdotal, João Paulo II dizia que o maior missionário é o santo. Explicava também que a contemplação é o motor da evangelização. É necessário que a presença real e a adoração estejam no centro das nossas paróquias, dos nossos encontros.

Cada um – e eu estou incluído! – deve recordar que a caridade, como nos diz Bento XVI, é a alma da missão. Também devemos ser mais caridosos no limiar e no interior da Igreja, até em nossas famílias. Pode ser que a graça da época que vivemos seja a de poder reencontrar uma melhor compreensão da missão que Cristo nos confiou, como diz Sor Anne-Claire no meu livro. Devemos nos abrir a tudo isso.

-Na Europa em geral, as vocações diminuem, assim como a prática religiosa. Em alguns países da América Latina, da África, da Ásia, o aumento é, pelo contrário, surpreendente. Você acha que a Europa pode extrair alguma lição disso? Esses países evangelizam mais?

-J.-B. Maillard: É verdade que estes países conhecem uma “nova juventude”. Pode ser devido à sua recente evangelização, enquanto a Europa é uma “idosa” no âmbito espiritual; isso quer dizer que é possível um enriquecimento mútuo.

Conheço mal esse país, mas vejamos o exemplo do Brasil, onde acompanhei um bispo francês em 2007 para visitar as novas comunidades. Ainda que todas fossem diferentes, impressionou-me o seu zelo missionário e o número de vocações. Em todas essas comunidades, a existência de capelas vivas, permanentemente habitadas pela presença orante dos seus membros, levou-me a refletir. Visitei especialmente a rede de televisão da comunidade Canção Nova, que conta com uma frequência nas ondas nacionais e que vive somente de doações. Ela foi criada com um objetivo de evangelização através dos meios de comunicação, depois de seu fundador ter sido inspirado pela exortação apostólica Evangelii Nuntiandi de Paulo VI, dedicada à evangelização no mundo moderno (Bento XVI a cita em sua última encíclica e em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2009, que será comemorado no próximo dia 19 de outubro).

Hoje, a Canção Nova chega a 50 milhões de espectadores e 2,5 milhões de internautas por semana. Quando organizam um evento para os jovens, estes participam vindo do Brasil inteiro, e lotam seu auditório, de 70 mil lugares. Podemos tirar muitas lições deste exemplo: certamente, seria preciso adaptar o conteúdo das emissões brasileiras ao público europeu: uma inculturação é sempre necessária. Mas isso não deve ser um pretexto para nos contentarmos com nossos meios atuais, de simplesmente revigorar a fé dos católicos “existentes”. Neste campo, seria preciso, como mínimo, que cada país tivesse uma rede de evangelização nas ondas nacionais, uma rádio e um site para evangelizar as massas.

Outro exemplo: no final de setembro, em Brasília, houve um evento diocesano de massas, o 14º “Hallel” (Aleluia), primeiro encontro musical cristão da América Latina. É um seminarista francês que estuda lá que nos relata em Anuncioblog: “Com o grande reforço de artistas católicos brasileiros e de numerosos oradores, são mais de 200 mil pessoas que passaram pelo lugar ao longo do dia, inaugurado com a Missa presidida pelo bispo de Brasília. Havia uma grande capela, montada para a ocasião, acolhendo o Santíssimo Sacramento, exposto durante toda a duração do evento. Ao lado da exposição, estava o lugar dedicado às confissões, onde quase 3 mil pessoas puderam se reconciliar com Deus. Todos os movimentos, pastorais, congregações religiosas, comunidades novas e paróquias da diocese estavam presentes, para testemunhar sua fé e anunciar o Evangelho a todos os participantes”.

Este conceito, portanto, chegou da França, mas os brasileiros souberam desenvolvê-lo com um ardor novo. De maneira geral, a Europa deve aprender, como eles, a falar a todos. Deve sobretudo aprender a desprender-se do seu intelectualismo. A França permaneceu muito cartesiana; é preciso explicar tudo, incluídos os grandes mistérios de Deus. Agora a fé já não se explica! A fé é um dom de Deus que responde ao “sim” de cada um. E eis aqui o que estas comunidades nos ensinam: é preciso deixar que o amor de Deus nos acolha.

Por isso, na França, como na Europa, a evangelização precisa de uma mudança de paradigma no âmbito dos métodos: falta um anúncio explícito, kerigmático, da Boa Notícia a todos os nossos contemporâneos afastados de Deus, sem exceção. Não podemos permanecer recolhidos sobre nós mesmos, sobre nossas paróquias, movimentos, associações; e devemos, sem cessar, atender espiritualmente todas as almas que esperam, perto de nós – porta a porta? –, perto das nossas casas; falar-lhes de Cristo. Evangelizar não é questão de sensibilidade ou inclusive de emoção. Evangelizar é, sobretudo, amar. Propor um encontro nascido de outro encontro. E é responder ao convite de Cristo: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).

***

Confesso que fui lendo essa entrevista e pensando: é isso !!! Esse ardor e parresia na evangelização é que deve nortear nossos serviços apostólicos na Igreja.

Nós existimos para evangelizar ! Para levar Deus para as pessoas !! Não teria sentido vivermos em função de nós mesmos como se a Igreja fosse um” clube de salvos ” e nós, cuidando uns dos outros apenas, em detrimento dos que precisam, fora de nossa comunhão visível, apenas ouvir,saber e experimentar o quanto são amados por Deus!

Importa cuidar sim dos outros,os de dentro também, como expressão de nossa caridade e obediência a nosso Deus,porém amando muito para servir ainda mais !! Servir os OUTROS !

Já existem pessoas demais cuidando de si e de seus interesses no mundo,cuidemos das coisas de Deus e ele cuidará das nossas infinitamente melhor do que nós mesmos.

Para o mundo! para os que sofrem! para os que perderam a esperança! para os ateus! para os agnósticos! para os jovens,crianças e velhos!! Eis para quem existimos!

Evangelizar deve ser nosso foco! todo o mais acompanha esse anúncio,razão essencial de nossa existência como Igreja e como cristãos.

E você, Carríssimo, tem evangelizado?

O arcebispo católico de Westminster, Dom Vincent Gerard Nichols, e o bispo anglicano de Cantuária, Rowan Williams, leram ontem, juntos, uma declaração conjunta concordando que “o anúncio põe fim a um período de incerteza para muitos grupos que nutriam esperanças por novas formas de abraçar a unidade com a Igreja Católica”.

Será criada uma estrutura especial – os ordinariatos pessoais – que permititá aos anglicanos que se tornam católicos manter a identidade e especificidade espiritual próprias. A forma como isso será feito consta na Constituição Apostólica que Bento XVI publicará em breve.

Estas estruturas contarão com os seus próprios bispos e sacerdotes e nas adaptações, os pastores anglicanos casados poderão passar a ser presbíteros da Igreja Católica. O mesmo não acontecerá com os bispos, que não poderão ser ordenados se forem casados.

“A constituição é também um reconhecimento da substancial convergência na fé, doutrina e espiritualidade entre a Igreja Católica e a tradição anglicana” – indica o comunicado conjunto de Londres. “Sem o diálogo dos últimos 40 anos, este reconhecimento não teria sido possível nem tampouco se teria nutrido a esperança de uma plena e visível comunhão” – acrescentam.

Neste sentido, prossegue o comunicado, “a Constituição Apostólica é uma das consequências do diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana. O atual diálogo oficial entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana é a base para nossa cooperação. Com a graça de Deus e a oração, estamos decididos que nosso compromisso mútuo permanente e a consulta sobre estes assuntos e outros sigam se fortalecendo”.

Divulgado simultaneamente à nota da Santa Sé, o comunicado católico-anglicano em Londres conclui que “esta estreita cooperação continuará à medida que crescermos juntos em unidade e missão, no testemunho do Evangelho em nosso país e na Igreja em geral”.

O cisma entre as Igrejas Católica e Anglicana ocorreu em 1534, por decisão de Henrique VIII, após a rejeição do Papa Clemente VII a um pedido de anulação do casamento do rei inglês com Catarina de Aragão. Hoje, os anglicanos são cerca de 77 milhões. Nos últimos anos, sua Igreja viveu momentos de crise e de forte divisão interna devido à ordenação de mulheres e às divergências sobre a sexualidade humana, principalmente a admissão de padres homossexuais.

No Brasil, a Igreja Anglicana não tem vínculos oficiais com o Arcebispo de Cantuária. Pertence à Comunhão das Igrejas Episcopais Evangélicas, que partilha a visão comum originária do Cristianismo que se desenvolveu na Grã-Bretanha. Na estrutura da Comunhão, a Igreja Anglicana no Brasil é a Arquidiocese Thomas Cranmer, uma arquidiocese extra-territorial da ‘Province of Saint Peter’ e tem como arcebispo o Patriarca T. McClanahan, que vive em Tallahassee, Florida, EUA.

A Igreja Anglicana sente-se unida a todas as jurisdições cristãs por laços de fraternidade e companheirismo cristão. A Igreja Anglicana do Brasil quer ser uma igreja anglicana autêntica, respeitando todas as correntes legitimas do anglicanismo histórico e tem como lema “Amor Católico aos Pais da Igreja e Lealdade Bíblica à Reforma”.

Fonte: Rádio Vaticana

Os arcebispos da Igreja Anglicana e da Igreja Católica, Rowan Williams e Dom Vincent Gerard, durante a coletiva de imprensa em Londres.

A Santa Sé publicou, nesta terça-feira, 20, uma nota informativa da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os decretos pessoais para os anglicanos que desejam entrar em comunhão com a Igreja Católica.

O texto fala da preparação de uma Constituição Apostólica, em que a Igreja vai responder às muitas questões que foram apresentadas à Santa Sé por grupos do clero anglicano e fiéis de diversas partes do mundo que desejam se integrar à Igreja Católica.


Nesta Constituição Apostólica, o Papa Bento XVI introduz uma estrutura canônica que fornece para tal união o “Ordinário Pessoal”, que permitirá aos anglicanos entrar em comunhão plena com a Igreja católica, conservando elementos do patrimônio litúrgico e espiritual da Igreja Anglicana.

Em Londres, o primaz da Igreja Católica na Inglaterra e Gales, Arcebispo Vincent Gerard Nicholso, e o primaz da Comunhão Anglicana e Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, participaram de uma coletiva de imprensa sobre a nova estrutura da Igreja para os anglicanos.

O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William Levada, ressalta o interesse da Congregação em responder aos pedidos dos anglicanos em diferentes partes do mundo: “Temos tentado encontrar as solicitações para a comunhão plena que veio até nós de anglicanos de diferentes partes do mundo. Com esta proposta, a Igreja quer responder às aspirações legítimas destes grupos anglicanos para a unidade plena e visível com o Bispo de Roma, sucessor de Pedro”.


A nota da Santa Sé afirma que a Constituição vai fornecer uma resposta razoável e mesmo necessária a um fenômeno mundial, oferecendo um único modelo canônico para a Igreja Católica que é adaptável a várias situações locais. Um exemplo diz respeito aos seminaristas anglicanos: poderão ser preparados junto aos seminaristas católicos, embora possa ser estabelecida uma casa de formação a fim de atender às necessidades particulares de formação dentro do legado anglicano. Desta maneira, a Constituição Apostólica procura equilibrar o patrimônio espiritual e litúrgico anglicano e, por outro lado, o interesse que estes grupos e o seu clero têm de ser integrados à Igreja católica.


De acordo com a nota, o decreto desta nova estrutura é coerente com o compromisso de diálogo ecumênico, que continua a ser uma prioridade para a Igreja Católica, particularmente pelos esforços da Promoção da Unidade dos Cristãos. “A iniciativa veio de um número de grupos diferentes de anglicanos. Declararam que compartilham a fé católica como é expressada no Catecismo da Igreja Católica e aceitam o ministério de Pedro como um legado de Cristo para a Igreja. Para eles, o tempo veio expressar esta unidade implícita na forma visível de comunhão plena”, declarou Cardeal Levada.


O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé afirma ainda a esperança do Santo Padre que o clero Anglicano encontre nesta estrutura canônica a oportunidade de conservar as tradições anglicanas, preciosas para eles e coerente com a fé católica. “Na medida em que estas tradições expressam numa maneira distinta a fé que é assegurada em comum, elas são um presentes a ser compartilhado por toda Igreja. A unidade da Igreja não exige uma uniformidade que ignora a diversidade cultural”, enfatiza o bispo.


Por fim, Cardeal Levada ressalta que esta união está enraizada no princípio que São Paulo apresentou em sua carta aos Efésios: “Há um Senhor, uma fé, um batismo'”. “Nossa comunhão, portanto, é fortalecida por tal diversidade legítima. Assim, estamos felizes por estes homens e mulheres trazerem suas contribuições particulares à nossa vida comum de fé”, conclui.


Fonte: Canção Nova Noticias