Fonte: Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

Os argumentos clássicos em favor da existência de Deus, já parcialmente esboçados pelo filósofo grego Aristóteles (+322 a. C.), podem-se resumir nas três seguintes vias

1. A contingência do movimento

a) Há no mundo movimento e mudanças contingentes, transitórios.

O que é uma proposição evidente, ditada pela experiência cotidiana.

b) Ora todo ser que se mova contingentemente, é movido por outro.

Com efeito, “entrar em movimento” ou “mudar” significa “receber uma perfeição ou determinação não possuída”. Doutro lado, “mover” implica “dar tal perfeição”. É, porém, impossível que o mesmo ser receba e dê ao mesmo tempo a mesma perfeição, pois, para receber, é preciso não ter; para dar, requer-se que tenha. Dada a impossibilidade de ter e não ter ao mesmo tempo o mesmo objeto, conclui-se que todo ser que entra em movimento ou se move contingentemente (após um estado de inércia), recebe de outro (causa eficiente ou motriz) o princípio de seu movimento. Se ele fosse o próprio princípio adequado de seu movimento, estaria sempre em movimento e mover-se-ia  necessariamente, não contingentemente, deveria estar agindo antes de começar a agir — o que é absurdo.

c) Na série das causas motrizes, deve haver uma, Suprema e Absoluta, que explique o movimento das demais e por nenhuma outra seja explicada. Uma série infinita de causas motrizes dependentes e contingentes nada explicaria, cada qual seria mera transmissora, nenhuma apresentaria a razão de ser do movimento; tal série se poderia comparar a um canal que se prolongasse muito, mas fosse destituído de fonte; ora, se não há fonte, não há nem intermediários (ou canal) nem há efeito. Um conjunto numeroso (diga-se: infinito) de espelhos a refletir uma imagem não dá conta, por si só, da imagem neles refletida; cada um apresenta uma figura espelhada dependente, a qual supõe a figura que se espelha, absoluta.

Poder-se-ia replicar que o processo do movimento se verifica desde toda a eternidade; por isto, não tem princípio. Neste caso, porém, seria desde toda a eternidade que a série dos moventes dependentes exigiria um Movente Absoluto, independente; o simples fato de haver movimento o pede; o tempo ou a duração é apenas medida do fato, mas não constitui uma fonte de energia.

Existe, portanto, um Princípio de todo movimento, o qual por si mesmo possui a sua atividade, sem depender de outro. E tal Movente Absoluto é chamado Deus.

2. Os graus de perfeição dos seres.

a) Observa-se que nada no mundo é absolutamente perfeito, mas tudo parece aproximar-se “mais ou menos” da perfeição simplesmente dita ou do ideal. Quem se serve dos bens desta terra, vive num perpétuo “encanto desencantado”, pois só encontra valores que se desvalorizam. O homem mais prendado de bens materiais e espirituais ainda tem capacidade para apreender mais alguma coisa; também o homem mais santo se vê sempre inferior aos seus propósitos.

b) Ora o relativo supõe necessariamente o Absoluto.

Todo homem que fala de “mais” e “menos (bom, belo, veraz…)”, só o faz porque tem em mente, implícito, o conceito do Máximo, daquilo que é “por excelência”, sem restrição nem limitação. Quem experimenta o caráter relativo das coisas, reconhece a presença de um Ser Absoluto e Exemplar; é somente a existência deste que justifica a apreciação mais ou menos favorável que se faz das coisas relativas.

Em linguagem mais técnica, as considerações acima se poderiam assim formular: observem-se as perfeições que por si mesmas não dizem imperfeição alguma — a bondade, a beleza, a justiça, a ciência (há, sim, perfeições que em si implicam imperfeição; assim o “arrepender-se”, o conhecimento sensitivo, sempre restrito, o “raciocinar progressivamente”, sempre sujeito a erros…). Aquelas perfeições em seu conceito não incluem negação nem lacuna; se a intuíssem, dever-se-ia dizer que a bondade é, por sua própria essência, a maldade,… que a beleza é, por sua essência, a feiura, etc. Se, portanto, existe no mundo bondade, mas bondade restrita; se existe beleza, mas beleza restrita deste ou daquele modo; se existe vida, mas vida limitada em tais e tais seres reais, estes seres supõem necessariamente outro que neles tenha limitado a bondade, a beleza, a vida, e que por nenhum outro seja limitado. Em outros termos: supõem outro que neles tenha feito a composição da bondade, da beleza… com aquilo que as restringe, pois tal composição não se explica pela natureza da bondade mesma nem pela da beleza mesma. E esse Compositor há de ser a Bondade Absoluta, irrestrita, a Beleza Absoluta, a Justiça Absoluta — medida e causa eficiente dos seres limitados.

c) Existe, pois, a Perfeição Ilimitada.

O parágrafo b), acima, levava a concluir: existe o absolutamente Belo, o absolutamente Bom, o absolutamente Veraz, etc.

Contudo, se se reflete mais um pouco, verifica-se que Bondade, Beleza, Verdade não são senão modalidades do ser; significam o ser sob determinado aspecto (o ser comparado à inteligência, o ser comparado à vontade, o ser comparado ao senso estético…). Em consequência, afirmar-se-á: há um Ser que é ao mesmo tempo Bom sem limite (a Bondade mesma), Veraz sem limite (a Verdade mesma), Belo sem limite (a Beleza mesma). Este Ser não recebe sua Bondade nem sua Veracidade nem sua Existência de uma fonte extrínseca, mas Ele as tem de per si, por sua própria entidade; se as recebesse de fora, Ele só as poderia receber de maneira limitada, participada (ou em parte). Por conseguinte, esse Ser não tem, mas é, sua própria Perfeição. A Ele se atribui o nome de Deus.

3. A ordem e a finalidade existentes no universo.

a) Quem considera o universo, não pode deixar de nele verificar ordem estupenda e tendência de múltiplos elementos (por si indiferentes a múltiplas possibilidades de concatenação) em demanda de um fim bem determinado.

O “macrocosmos”, por exemplo, ou o mundo dos astros, apresenta um conjunto de corpos sabiamente coordenados dentro de proporções “astronômicas”, ou seja, que escapam às cifras com que o homem habitualmente lida na terra.

O “microcosmos” ou o mundo do átomo reproduz simetricamente a estrutura do “macrocosmos” ou, mais precisamente, do sistema solar; as minúsculas dimensões e as enormes velocidades dos corpúsculos que giram dentro de um átomo atingem por sua vez cifras astronômicas.

No mundo dos viventes, a harmonia dos elementos que constituem um vegetal ou um animal causa surpresa, dada a complexidade das funções concatenadas em vista da conservação e da defesa da vida. Basta recordar a estrutura de um olho, de um ouvido. Tenha-se em vista outrossim que, quando se extrai um rim de um organismo doentio, o outro logo se desenvolve além das proporções necessárias ao metabolismo normal. Por que isto? — Porque a natureza parece querer possuir uma reserva, “prevendo” o caso eventual de se tornar necessário o trabalho equivalente ao de dois rins. Tais exemplos se poderiam multiplicar.

b) Tão maravilhosa ordem, tão segura tendência a um fim supõem exista uma Inteligência que as tenha concebido e produzido.

Ordem significa adaptação de diversos elementos entre si em vista de certa finalidade a ser obtida. Ora a adaptação supõe a intuição de um efeito ainda não existente na realidade concreta, mas existente idealmente, ou seja, num intelecto, de modo espiritualizado, superior ao modo corpóreo, sensível. Ordem supõe a intuição da natureza íntima ou da essência de cada um dos seres que estão para ser adaptados; supõe o conhecimento daquilo que é perene e latente sob os fenômenos sensíveis e variáveis que cada corpo dá a ver. Somente quem percebe a estrutura íntima dos seres sabe utilizá-los como meios para obter determinado efeito.

Pois bem; um conhecimento tal é característico de um espírito ou de um ser dotado de inteligência (inteligência e espírito se evocam mutuamente; cf. “Pergunte e Responderemos” 3/1957, qu. 1). Só a inteligência é capaz de comparar e apreender as qualidades que podem relacionar ou ligar elementos aparentemente desconexos entre si.

Quem realiza a análise física e química de um relógio, parece explicar perfeitamente as propriedades de cada uma das suas peças: a resistência dos metais, a força das molas, o processo das alavancas, etc. Contudo esse estudioso não explica a escolha de tais peças, nem a sua associação em um maquinismo apto à contagem do tempo. A razão de ser de tal associação não é indicada pela análise das peças do relógio; não se acha latente em nenhuma de suas molas; nenhuma, por sua natureza, explica porque está assim correlacionada com as demais. Tal razão de ser está, sim, contida fora do relógio, num Ser real existente: foi este que por sua inteligência concebeu e realizou a combinação de elementos necessária ao fim preconcebido de marcar o tempo.

O ser inteligente que por via destes raciocínios se chega a descobrir há de ser absoluto, ilimitado, incriado, pois a Ele se deve não apenas o ato de dispor em ordem alguns ou muitos seres preexistentes (deixando de parte outros, como poderia fazer um homem), mas igualmente o de conceber e realizar o plano do universo inteiro e de cada um de seus componentes. A inteligência que concebe e dá existência real a cada ente desde as raízes do seu ser (das quais emanam suas propriedades e atividades), só pode ser o Ser simplesmente dito, o Infinito, que por definição se chama Deus.

Dir-se-á, porém: quem sabe se todas essas estruturas e suas atividades não poderiam ser igualmente produto do acaso?

Não há sério pensador que hoje em dia ainda recorra ao acaso; este expediente implicaria um sofisma clamoroso. De fato; o acaso não é uma causa, nem um agente, mas o cruzamento não necessário de causas independentes umas das outras; vem a ser, portanto, uma relação entre elementos preexistentes, um mero acontecimento verificado entre estes. A intervenção do acaso não explica a origem dos agentes que “casualmente” se encontram e combinam.

O seguinte exemplo, muito famoso, ainda concorre para evidenciar o absurdo da hipótese do acaso: considere-se uma só molécula de proteína, substância que entra na constituição de qualquer corpo vivo; suponha-se, para simplificar os cálculos, que tenha o peso molecular 20.000 e conste de 2.000 átomos pertencentes a duas espécies apenas. A probabilidade de se formar por acaso uma tal molécula se reduz a: 2,02 x 10-321 ou 2,02 x 1/10321 !

O volume de substância necessária para que uma tal probabilidade se realize, seria o de uma esfera cujo raio exigiria 1082 anos-luz para lhe percorrermos a distancia. Quem lançasse ao acaso os átomos componentes de tal molécula de proteína ao ritmo de 500 trilhões de vibrações por segundo, dispondo de um volume de átomos igual ao da esfera terrestre, precisaria de 10243 bilhões de anos para obter uma só molécula de proteína. Não esqueçamos, porém, que a Terra só existe há dois bilhões de anos e que a vida nela apareceu há cerca de um bilhão de anos apenas! Leve-se outrossim em conta que um ser vivo se compõe de bilhões de células de proteína e que, segundo a linguagem dos fósseis, bilhões de seres vivos tiveram origem sobre a terra em lapso de tempo notàvelmente breve. É o que leva a rejeitar peremptoriamente a origem aleatória do mundo.

Os três grandes argumentos acima, de índole metafísica, são confirmados pelo testemunho da natureza humana mesma:

a) todos os povos através dos séculos professaram a crença em Deus. Esta proposição foi lançada em descrédito no século passado, quando Darwin comunicou ao mundo ter encontrado na Terra do Fogo um grupo de índios, os Yamana, destituídos de religião (1834). Novas explorações, porém, empreendidas no século 20 por estudiosos austríacos, mais competentes em Etnologia do que o naturalista Darwin, levaram a ver que os mencionados aborígenes têm religião, e religião assaz pura. Ulteriores pesquisas entre as tribos primitivas do mundo atual incutiram mesmo a conclusão seguinte: quanto mais simples é o grau de cultura de um clã, tanto mais simples e puro é também o seu conceito de Deus; o politeísmo, a magia são desvirtuamentos da religião primitiva, desvirtuamentos que o homem é tentado a realizar quando entra em contato mais assíduo com as forças da natureza; tende então ilogicamente a esfacelar o conceito de Deus e distribuir os atributos divinos pelos seres materiais de que ele depende para efetuar sua indústria e seu comércio;

b) também merece atenção o brado de todo indivíduo humano em demanda de bem-aventurança. Não há quem não queira ser feliz, e feliz sem limites, pela posse de um bem que nunca se acabe. Ora tal sede inata só se explica razoavelmente se de fato existe o Objeto infinitamente bom a ela correspondente; a natureza se manifesta em tudo harmoniosa, coerente consigo mesma. É o Bem Infinito que fala pela consciência de todo indivíduo, chamando-o a si mediante a norma gravada, no íntimo de cada um: “Faze o bem, evita o mal”. É esse mesmo Ser que se faz ouvir pelo remorso consequente a uma violação da consciência.

Ó grandeza do homem, a de não estar condenado a viver e morrer de si para si! É, ao contrário, entre o Alfa e o Omega que ele se move neste mundo!

Sobre o tema abordado nesta resposta, pode-se consultar com proveito:

P. Cerruti, A Caminho da Verdade Suprema; Universidade Católica do Rio de Janeiro 1954, 461-584.

J. A. O’Brien, Deus existe? Editora Vozes de Petrópolis 1949.

Lecomte du Noüy, O homem e o seu destino. Editora Educação Nacional, Porto 1953.

O Princípio Antrópico (*)

De como a crença em Deus hoje pode não ser do âmbito  apenas da fé, mas de evidências científicas estabelecidas.

No outono de 1973, os astrônomos e físicos mais eminentes do mundo se reuniram na Polônia para a comemoração do 500º aniversário do pai da astronomia moderna, Nicolau Copérnico.

Agrupados para a série de simpósios que durariam duas semanas encontravam-se algumas das mais ilustres mentes científicas de nosso tempo: Stephen W. Hawking, Roger Penrose, Robert Wagoner, Joseph Silk, John Wheeler, só para citar alguns. O clima era festivo, mas apesar das inúmeras palestras apresentadas durante as festividades, somente uma seria lembrada décadas depois, ecoando muito além do salão de convenções em Cracóvia, onde foi pronunciada, por ter ido muito além do campo da astronomia ou mesmo da própria ciência.  Seu autor, Brandon Carter, um astrofísico e cosmólogo bem estabelecido na Universidade de Cambridge, amigo íntimo e antigo estudante de doutoramento e companheiro do posteriormente famoso Stephen Hawking.

Carter denominou sua noção de “Princípio Antrópico”, do grego anthropos, “homem”. O nome era um pouco desconcertante, e a definição de Carter sobre a ideia apresentou-se altamente técnica. Basicamente, o Princípio Antrópico traz à observação que um sem número de leis físicas foram orquestradas ordenadamente desde o início propriamente dito do universo até a criação do homem  – o universo que habitamos aparenta ser explicitamente planejado para o surgimento da vida e dos seres humanos.

Durante séculos, a exploração científica parecia levar-nos para baixo, precisamente na estrada oposta – em direção a um panorama mecanicista impessoal e aleatório sobre o Cosmos. Os intelectuais do século XX haviam falado com frequência sobre o “universo aleatório”. O ponto de vista predominante dos filósofos e intelectuais modernos dizia que a vida humana havia surgido, em essência, por acidente; um produto secundário de forças materiais revolvendo aleatoriamente durante éons. Esta conclusão, aparentemente seguia de maneira natural as duas grandes revoluções científicas da era moderna, a de Copérnico e a de Darwin.

O monge Nicolau Copérnico, com seu modelo heliocêntrico do sistema planetário, mostrou que a humanidade não era, de forma alguma, o centro do universo. “Antes da revolução de Copérnico, era natural admitir que os propósitos de Deus relacionavam-se especialmente com a Terra, mas, agora, esta se tornou uma hipótese não plausível”, escrevia o cientista ateu Bertrand Russel em seu clássico de 1935, “Religion and Science”.

Além do mais, Darwin havia demonstrado que as origens da vida e mesmo da espécie humana poderiam ser explicadas por mecanismos cegos. Na esteira de Copérnico e Darwin, não mais parecia plausível considerar o universo como criado, ou a humanidade como criatura de Deus. O homem deveria, em lugar disso, ser entendido como algum tipo de acidente infeliz ou assunto secundário dentro do universo material  – “um curioso acidente na água estagnada”. Foi essa cosmologia do universo aleatório que sustentou todas as modernas filosofias – desde o próprio positivismo de Russel até o existencialismo, marxismo e mesmo o freudianismo.

Mas, o inesperado aconteceu e, ironicamente, quando se comemorava o 500º aniversário de Copérnico, o inspirador de Galileu Galileu, o pai da moderna ciência.Princípio Antrópico oferecia um tipo de explicação para um dos mistérios mais básicos da física – os valores das constantes fundamentais. Os físicos jamais puderam explicar por que os valores das assim denominadas constantes fundamentais – como, por exemplo, os valores da força gravitacional ou da força eletromagnética eram da maneira como eram. Eram apenas “constantes”; tinham de ser aceitas. Além do mais, existiam determinadas relações matemáticas misteriosas entre algumas dessas constantes. Por exemplo, as forças que uniam determinadas partículas aparentavam estar relacionadas matematicamente ao número da idade do universo. Por que essas forças deveriam estar relacionadas à idade do universo? No passado, físicos como Sir Arthur Eddington e Paul Dirac apresentaram teorias um tanto exóticas para explicar tais coincidências. Tomemos exemplos:

– A gravidade é cerca de 10 elevado à potência de 39 vezes mais fraca que a força eletromagnética. Se a gravidade fosse 10 elevado a 33 vezes mais fraca, as estrelas teriam um bilhão de vezes menos massa e queimariam um milhão de vezes mais rápido, quer dizer, o universo teria se esgotado no seu início.

– A energia nuclear fraca tem 10 elevado à potência de 28 a força da gravidade. Se a energia nuclear fraca fosse ligeiramente mais fraca, todo o hidrogênio do universo teria se transformado em hélio, impossibilitando a existência da molécula da água.

– Uma energia nuclear apenas 2% mais forte teria impedido a formação de prótons, produzindo um universo sem átomos. Decrescendo seu valor em 5%, teríamos um universo sem estrelas.

– Se a diferença em massa entre um próton e um nêutron não fosse exatamente o que é – cerca de duas vezes a massa de um elétron – todos os nêutrons se transformariam em prótons ou vice-versa. E diríamos adeus à química como a conhecemos, e á vida.

– A água é a única molécula que é mais leve no estado sólido (gelo) do que no líquido: o gelo flutua. Se isso não acontecesse, os oceanos, lagos e rios congelariam de baixo para cima no inverno e a Terra agora estaria coberta de gelo sólido. Por sua vez, esta propriedade pode ser atribuída às propriedades exclusivíssimas do átomo de hidrogênio.

– A síntese do carbono – a base química da vida, o núcleo vital de todas moléculas orgânicas – envolve aquilo que os cientistas denominam de uma estarrecedora coincidência na proporção da energia forte (strong force) para o eletromagnetismo. Esta proporção permite ao carbono 12 atingir um estado estimulado de exatidão da ordem de 7,65 Me V (milhões de eletron-volts) na temperatura típica do centro das estrelas, o que cria uma ressonância que envolve o Hélio 4, o Berilo 8 e o Carbono 12, possibilitando a ligação necessária que ocorre  durante uma janela diminuta de oportunidade que dura 10 elevado à potência de menos 17 segundos – é mesmo estarrecedor.

Mas, não é só isso, a lista prossegue e uma compilação abrangente dessas coincidências pode ser encontrada no livro “Universes” de John Leslie.

O físico Fred Hoyle, que cunhou ironicamente o famoso termo “big bang” para o início do universo captou bem o dilema; ele afirmou: “é muito mais fácil um furacão passar por cima de um ferro velho e montar um Boeing 707 do que o universo ter sido montado por mero acaso”.

(*) Princípio antrópico:

princípio antrópico divide-se em princípio antrópico forte e princípio antrópico fraco. O princípio antrópico forte afirma, em geral, que o Universo comportou-se de forma a adaptar-se ao Homem. O fraco diz que o Universo comportou-se de forma a surgir o homem, sem esse pleito pré-definido.

“A natureza é primorosamente ajustada para a possibilidade de vida no planeta Terra: se a força gravitacional fosse reduzida ou aumentada em 1%, o Universo não se formaria; por uma minúscula alteração na força eletromagnética, as moléculas orgânicas não se uniriam. Nas palavras do físico Freeman Dyson, parece que o ‘Universo sabia que estávamos chegando’. O Universo não se assemelha a um lance de dados aleatório. Parece pura e simplesmente proposital (Phillip Yancey, Rumores de Outro Mundo, Ed. Vida.)

Fontes: livros “Ciência e Fé em Harmonia” de Felipe Aquino e “Deus, a evidência” de Patrick Glynn.

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Felicidade… Não há ser humano que não a procure. Desde os primeiros lampejos da razão, a todo momento, tal anseio move todos os nossos desejos e operações. A procura da felicidade está enraizada no próprio ser do homem, pois esta aspiração não se extirpa de nossa alma, nem mesmo com a morte. O que é propriamente ser feliz? Quantos o lograram? Onde encontrar a felicidade? Quando a encontramos, será verdadeira? Será perene ou simplesmente transitória?

As respostas a essas perguntas estão contidas na doutrina da Igreja a respeito da felicidade divina. Felicidade infinita da qual somos chamados a participar. Esta felicidade verdadeira e suprema não é passageira, nem falsa, nem oculta; ao contrário, é mais acessível do que se pensa. Da felicidade absoluta, eterna e perfeita goza o próprio Criador: “Deus é feliz” (1Tm 6,15). Nem os montes, nem as profundezas, nem qualquer vastidão podem ser usadas como termo de comparação à felicidade infinita do Criador.

Para entendermos algo desta Beatitude Divina, é necessário, antes, definir com clareza em que consiste a verdadeira felicidade humana. Entendendo nossa própria aspiração, compreender-se-á a beatitude divina.

O que significa ser feliz?

A felicidade é nossa aspiração constante, mola de todas as nossas ações e objetivo último de todos os nossos planos[1]. No entanto, para a obtenção desse fim, as opiniões dos homens divergem. Onde se encontra, pois, a felicidade?

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Já na Grécia antiga, alguns diziam estar a felicidade na prática da virtude (estóicos), outros, no prazer dos sentidos (epicuristas), outros ainda, na sabedoria, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Todavia, para a Igreja, a felicidade está, no dizer de Boécio, “em um estado perfeito onde se assomam todos os bens”[2]. Santo Agostinho se refere a um tipo de felicidade superior, mais espiritual e que não se resume à felicidade dos prazeres terrenos. O Bispo de Hipona, na obra De Beata Vita, escrita no século V, defende que a felicidade está no conhecimento da verdade.

São Tomás distingue várias formas de ser feliz. Existe a felicidade dos prazeres terrenos, alguns lícitos, como comer um alimento saboroso ou ouvir uma boa música; outros que, embora deem ao homem gozo real, ofendem a Deus e a natureza, como o pecado da gula, da bebedeira e da impureza; existe a felicidade do mando e da riqueza, que, em última análise, mais do que mera sede de prazeres, funda-se no vício do orgulho e consiste no desejo de poder e glória.

Por outro lado, há também a felicidade da admiração e da contemplação. Degustamos dela ao considerar um belo e grandioso panorama, ou ao nos entretermos com o encanto de um animalzinho, ou, ainda, ao meditar em realidades superiores à vida cotidiana.

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No entanto, essas variegadas formas de felicidade, das quais certamente todos nós já gozamos em certos momentos, em maior ou menor grau, são meramente naturais. Não preenchem a lacuna que sentimos em nosso interior, que nos leva a almejar uma felicidade superior a nossos próprios limites. Esta sede de felicidade, por assim dizer, infinita, pela qual nosso coração palpita em desejos de maneira ininterrupta, consiste em almejar a participação da felicidade da qual o próprio Deus goza. Isto é propriamente ser beato ou bem-aventurado, na linguagem bíblico-teológica: participar da felicidade (ou seja, da beatitude) divina.

A Felicidade de Deus

São Tomás ensina que tudo que é desejável em qualquer bem-aventurança, seja verdadeira ou até mesmo falsa, preexiste total e eminentemente na bem-aventurança divina. Portanto, todo gozo, sabor, maravilha, poder, glória e riqueza possíveis ao homem estão contidos na felicidade de Deus[3].

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São Tomás de Aquino

Da felicidade terrestre, que, no dizer de Boécio, consiste nos prazeres, riquezas, poder, dignidade, glória[4], o Criador goza a alegria de Si mesmo, de seu próprio ser eminentemente perfeito, sublime e infinito; como riqueza, a perfeita suficiência que elas prometem; como poder, a onipotência; como dignidade, o governo universal da criação; como fama, a admiração de toda criatura[5]. Da felicidade contemplativa – que é a mais elevada e perene de todas as felicidades – Deus tem a perpétua e certíssima contemplação de si mesmo, como de todas as demais criaturas visíveis e invisíveis. Por esta razão, do ponto de vista ontológico, Deus goza de uma felicidade incomensurável.

Em Deus há ainda felicidade superior. Como vimos, São Tomás define a felicidade como “o bem perfeito dos seres intelectuais”[6]. De fato, a felicidade da alma supera a felicidade do corpo. O que seriam todos os deleites terrenos sem a alegria do espírito? Esta definição de felicidade é a mais aplicável à felicidade Divina. Deus possui todo bem, perfeição e conhecimento, portanto a Ele convém a máxima felicidade. Por isso, ensina Santo Agostinho: “Bem aventurado aquele que te conhece, ainda que ignore tudo o mais”[7]. A felicidade de Deus reside em, conhecendo a si mesmo, deleitar-se e amar-se a si mesmo de modo perfeito.

“Deus não necessita dos nossos louvores”[8]. Tal é a felicidade divina que Ele nem mesmo precisa das glórias que podemos lhe atribuir. A glória de seu Ser infinito é o seu máximo louvor. Deus é feliz em si mesmo pelo simples fato de ser e existir.

Deus é a felicidade

Narra o Evangelho que, tendo Jesus deixado a Judeia, voltou à Galileia. Ao passar pela Samaria, região desprezada pelos judeus, dirigiu-se a uma localidade chamada Sicar, junto às terras que Jacó, mais de 1500 anos antes, havia dado a seu filho José.

Naquele evocativo local havia o conhecido poço de Jacó. Os ardores do meio-dia agravavam em Jesus as fadigas da viagem, e por isso sentou-se Ele à beira da cisterna. Como os discípulos foram à cidade para comprar mantimentos, Jesus pediu a uma mulher samaritana que tirava água: “Dá-me de beber” (Jo 4,7).

Não sem perplexidade aquela samaritana considerou um judeu a falar consigo, a respeito de uma misteriosa água: “Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, certamente lhe pedirias tu mesma, e ele te daria uma água viva”.

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Santo Agostinho

Diante da explicação de Jesus a respeito deste líquido que brota de uma fonte eterna, da qual todo aquele que beber jamais terá sede, a samaritana não teve outra ideia senão suplicar: “Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!” (Jo 4,15).

A água viva e inextinguível de felicidade humana, para a qual todo homem acorre, está em seu último fim, Deus, por meio de Jesus Cristo. A alma humana quer esta água viva e eterna dada pelo Divino Mestre, fonte inextinguível de felicidade. Deus é a finalidade de todo o Universo e o homem só será feliz quando atingir esta finalidade. Diz Santo Agostinho que “buscar a Deus é ânsia ou amor da felicidade, e sua possessão, a felicidade mesma”[9]. Nesta bem-aventurança encontramos a essência da felicidade: alegria de ser, viver e existir com Deus e para Deus.

Participar desta felicidade divina nos faz generosos e alegres[10]. Daí se originam novas forças para adquirir ainda maiores parcelas de verdadeira felicidade, mediante a prática de atos e virtudes moralmente boas. E, com isso, assemelhar-se mais ao Criador[11].

Por Marcos Eduardo Melo dos Santos

[1] Cf. MONDIN, Battista. Quem é Deus? Elementos de teologia filosófica. São Paulo: Paulus, 1997.

[2] Status omnium bonorum aggregatione perfectus. Boécio. De Consolatione Philosophiae, 3, 2.

[3] Cf. São Tomás de Aquino. Suma Teológica. I-II, q. 26, a. 4.

[4] Cf. Boécio. De Consolatione Philosophiae.3,2. ML : 63, 726 A.

[5] São Tomás de Aquino. Suma Teológica I, q. 26, a. 4.

[6] São Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, q. 26, a.1.

[7] Santo Agostinho. Confessiones. 5,4: ML 32,708.

[8] São Gregório Magno. Moralia32,6,7: ML 76,639 D.

[9] Santo Agostinho., 1,11,18.

[10] São Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, q. 26, a. 4.

[11] Cf. LAUAND, Luiz Jean. Tomás de Aquino, hoje. Curitiba: Champagnat, 1993, p. 41.

Dificilmente se encontrará alguém que não anseie e procure a felicidade. Esta demanda foi posta por Deus no coração de todos os homens que, à semelhança de Santo Agostinho, apenas descansam quando O encontram e n’Ele “repousam” (ConfissõesI, 1). O início do Catecismo da Igreja Católica começa exatamente com esta temática, lembrando que o homem é capaz de Deus. Entretanto, esta insaciabilidade leva não só ao desejo de uma realização pessoal, no âmbito da vocação específica de cada um, como também da sociedade doméstica à qual pertence, e mesmo da comunidade, na qual se insere e vive.



Ensina-nos o Compêndio de Doutrina Social da Igreja que “o bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor somente em referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum universal de toda a criação” (n. 170). Ou seja, a realização pessoal nunca se faz de um modo isolado, mas num contexto, numa sociedade, peregrinação nesta terra herdada para o Homem a dominar através do seu trabalho, e colher os frutos, obtendo o alimento com o suor do rosto (Gn 1, 28-29; 3, 19).

Assim, a felicidade terrena, imperfeita, não se torna “num mar de alegrias, de contínua beatitude, que, durará sempre” (Is 35, 10), pois falta-lhe a visão beatífica – totus sed non totaliter -, de Deus. Peregrinando pelo mundo, a felicidade será sempre relativa, mas essa busca incessante estará por trás de tudo aquilo que o homem opera.

É impossível que a criatura racional dê um só passo voluntário que não esteja encaminhado, de uma ou outra forma, para a sua própria felicidade, já que, […] todo agente racional obra por um fim, que coincide com um bem (aparente ou real) e, pelo mesmo, conduz à felicidade (ROYO MARÍN, Antonio. Teología Moral para Seglares. 7. ed. Madrid: BAC, 2007. Vol. I. p. 22).

Por isso, explica São Tomás de Aquino que todos desejam alcançar a beatitude, entretanto, diferem nos meios para obtê-la, procurando-a através de riquezas, prazeres, ou outras coisas. Porém, o fim, ainda que implicitamente, permanece o sumo bem para o qual tendem todos os homens (S. Th. I-II, q. 1. a. 7.). Ora, este é identificado pelo Pe. Royo Marín, OP como sendo o próprio Deus:

Não é nem pode ser outro que o próprio Deus, Bem infinito, que sacia por completo o apetite da criatura racional, sem que absolutamente nada possa desejar fora dele. É o Bem perfeito e absoluto, que exclui todo o mal e enche e satisfaz todos os desejos do coração humano (Op. cit. p. 23).

Por Padre José Victorino de Andrade, EP

Mats
Uma nova tendência da biologia moderna é o biomimetismo – isto é, cientistas a imitar estruturas ou processos que são encontrados na natureza. Os cientistas seculares podem não estar cientes, mas a adoção do biomimetismo por parte dum cientista é evidência de que ele está pensar da forma que Deus pensa – copiando o Seu mundo vivo.

Os pesquisadores tornaram-se ativos na cópia da “mãe natureza” e como consequência lógica, produziram designs que – embora espantosos – são ainda muito rudimentares quando comparados com o original presente na natureza.

Os exemplos do mundo vivo são numerosos, dado que é evidenciado pela frequência com que os cientistas se referem ao design. Por exemplo, o peixe Arapaima do Brasil possui “escamas intricadamente projectadas” fornecendo “bioinspiração” aos engenheiros que tencionam construir cerâmica flexível (Newcomb, A. Could a Piranha-Proof Fish Help The Military? ABC News)

A popular embarcação de mergulho com o nome de Seabreachers foi projectada e criada segundo as formas hidrodinâmicas das orcas, golfinhos e tubarões (Seabreacher. Posted on Seabreacher.com/watercraft).

Deus criou a baleia de forma a que ela pudesse ser incrivelmente ágil para o seu tamanho. Isto inspirou o pesquisador Frank E. Fish, que atribui a agilidade aossolavancos com o nome de tubérculos presentes nas barbatanas, a construir o que ele e os tecnólogos identificam como “efeito tubérculo” (Wind Energy Institute of Canada. 2008. Whalepower Tubercle Blade Power Performance Test Report).

Maciças turbinas de vento com tubérculos nas pontas aumentam anualmente a produção eléctrica em 20% ao mesmo tempo que reduzem o barulho. A construção de lâminas para outras máquinas como ventoinhas, bombas, compressores e turbinas pode agora incorporar esta eficiente e fiável característica de design construída originalmente por Deus.

Ao nível da microescala, a áspera pele dos tubarões está construída para suavizar o fluir da água sobre o tubarão. Os pesquisadores aprenderam a mecânica do design e em 2000 recordes olímpicos foram quebrados quando os nadadores vestiram equipamento feito segundo os “dentículos dérmicos” (pele dos dentes) dos tubarões.

Tal como os tubarões, os nadadores olímpicos foram capazes de nadar ligeiramente mais rápido e com menos esforço devido ao design do seu equipamento de mergulho. De facto, 80% das medalhas foram vencidas por nadadores que usavam estes “fatos” únicos (7 Amazing Examples of Biomimicry. Postado no site www.mnn.com) .

As áves e os peixes foram arquitectados pelo Criador de modo a que consigam mudar o ângulo das suas asas e das suas barbatanas, dependendo da duração e da velocidade. As áves, especialmente, foram construídas para manter a velocidade de vôo durante longas distâncias.

Em 2004 cientistas da Penn State University usaram o design das áves que voam longas distâncias para desenvolver uma espantosa asa dum aeroplano. Curiosamente, esta asa seria coberta com uma pele exterior análoga às escamas dos peixes. A asa com a especial subestrutura produziria vôos mais rápidos e com um menor consumo de combustível.

Em 1941 o inventor suíço George de Mestral observou que o seu cão facilmente recolhia rebarbas com o seu pêlo. Ele analisou a estrutura da rebarba sob um microscópio e viu um imenso número de pequenos ganchos que se agarravam a tudo – desde cabelo a peças de roupa. Disto nasceu o Velcro.

Todos nós estamos familiarizados com as propriedades salva-vidas da coagulação. Este método criado por Deus foi copiado para uso no material dos aviões. Os compostos são polímeros de fibra reforçada com pequenos tubos ocos cheios de resina epoxi. Quando a “pele” dum avião se encontra em tensão demasiada, uma abertura ou buraco aparece e a resina escorre. O defeito é selado e o material fica com 85% da sua força original (Demerjian, D. Airplane Heal Thyself? Self-Repairing Aircraft Could Improve Air Safety ).

Todos nós apreciamos vídeos que mostram as espantosas capacidades das osgas e outros lagartos à medida que, sem esforço, percorrem as paredes (Sherwin, F. 2005.Tiny Machines, Eiffel Tower, and Gecko Feet). Durante o século 21, mais aplicações estão a ser construídas a partir da tecnologia presente nos pés das osgas, incluindo fita adesiva que pode melhorar a convalescência após uma cirurgia e produzir material médico com durabilidade superior.

Conclusão:

Quando vêmos a aplicação das características de design copiadas do mundo vivo, não façamos o erro secular de atribuir estas espantosas propriedades à “mãe natureza” (criação) mas sim a Deus.

Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

Estudiosos do tema eleitoral assinalam que “Deus entrou na campanha republicana”, a partir do conflito do Presidente Obama com a Igreja Católica por causa do uso dos anticonceptivos e do perfil religioso dos candidatos do partido da oposição.

Existe a expressa intenção de deslegitimar o presidente para impor um radicalismo a partir da religião.

Segundo os analistas, a barreira entre religião e política tende a disseminar-se bem mais nos Estados Unidos do que na Europa, ainda que a Constituição da República garanta que não possa existir religião oficial alguma, embora mais do que 90% dos estadunidenses declaram-se seguidores de uma religião.

Obama definiu-se como um homem religioso, viveu essa religiosidade com discrição e não escolheu qualquer igreja em Washington para dela participar, como fizeram presidentes anteriores. Muitos estadunidenses consideram-no muçulmano. O debate ameaça com estender-se até as eleições de novembro.

Recentemente, o reverendo Franklin Graham, filho de Billy Graham, declarou que Obama é considerado como um filho do Islã pelos próprios seguidores do islamismo. Disse que é natural que assim seja, porque, desde o princípio de seu mandato deu via livre a esse tipo de fé não cristã no país.

A polêmica cresceu, por esses dias, ante os supostos perigos que ameaçam a religião nos Estados Unidos, quando um antigo bispo mórmon e outro católico podem concorrer a cargos públicos pelo partido republicano. O candidato a candidato à presidência da República dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Rick Santorum, lembrou, como o fizera em 2008, que “Satanás tinha posto a vista nos Estados Unidos” por causa do incremento do materialismo e da corrupção na sociedade, que levaram a uma profunda crise de valores.

Outro pré-candidato, Mitt Romney, assinalou que Obama está destruindo a liberdade religiosa com suas atitudes e ameaça ao clero. E Newt Gingrich afirmou que o presidente Obama, se ganhar um segundo mandato, desencadeará uma guerra contra os católicos.

O Design inteligente é a proposição de que “certas características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo não-direcionado como a seleção natural”.

Você acredita na gravidade? Precisa acreditar nela para que ela funcione?

Então é isso! O Design inteligente é uma constatação que vemos claramente na natureza, assim como a gravidade

Imperdível!
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G  Notícias

A teoria da seleção natural, proposta inicialmente por Charles Darwin, revolucionou a ciência e dominou os meios acadêmicos durante muito tempo. Porém hoje ela está sendo desafiada pelo chamado “Design Inteligente” que acendeu diversas descobertas bem como intensos debates sobre a origem da vida na Terra.

De acordo com o The Christian Post cientistas que participaram do documentário “Unlocking the Mystery of Life” (Desvendando o Mistério da Vida) afirmam que o Design Inteligente pode provar, cientificamente, a existência de Deus através da análise do DNA.

O DNA é um dos argumentos mais contundentes usados pelos cientistas criacionistas, defensores do Design (ou Projeto) Inteligente. O documentário explica que não há no Universo nenhuma entidade que armazene e processe mais informação de um modo tão eficiente quanto a molécula do DNA. Um complemento total de DNA humano possui três bilhões de caracteres individuais, carregando informações em cada célula viva de cada organismo vivo.

Quando se vê um sistema tão complexo e com uma grande quantidade de informações como o DNA, surge a pergunta: “De onde vem essa informação?”

Para responder a essa pergunta o filósofo e cientista Steven C. Meyer tem estudado o assunto e desenvolveu um argumento para provar que o Projeto Inteligente tem a melhor explicação para a origem da informação necessária à construção da primeira célula viva.

A resposta proposta é que não há explicação natural; seleção natural; processos auto-organizacionais ou o acaso que produzam a informação ou seja, o que é capaz de produzir informação é a inteligência. Assim os cientistas concluem que quando se descobre um sistema na célula rico em informação, especificamente na molécula do DNA, podemos concluir que uma inteligência teve papel na origem desse sistema.

Para defender essa ideia Michael Behe, bioquímico da Universidade Lehigh, compara os sistemas biológicos a um motor de popa: “Com o motor de popa vemos como as partes interagem e sabemos que alguém fez isso. O raciocínio é o mesmo para as máquinas biológicas. Por isso a ideia do projeto inteligente é completamente científica”.

Scott Minnich, Biólogo Molecular da Universidade de Idaho, também defende o Projeto Inteligente e afirma: “É uma ideia muito forte de que o Universo é racional e compreensível subscrito por uma inteligência suprema. É algo que transcende o programa da ciência, algo que traz significado ao mundo. Se tudo fosse de caráter caótico então não haveria razão para se esperar qualquer propósito lá fora. Mas de fato se for produto de uma mente inteligente então a ciência torna este projeto enorme e maravilhoso de se resolver o quebra-cabeça”.

Assista documentário sobre o tema:

Agência Ecclesia

A busca do Bosão de Higgs, também conhecido como a ‘partícula de Deus’, ainda não ofereceu “qualquer sinal” que possa apontar para uma “nova física”, disse um dos membros do Observatório Astronómico do Vaticano.

O padre e astrónomo Gabriele Gionti reagia, em declarações à Rádio Vaticano, ao anúncio feito esta semana pela equipa de cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN, na sigla em francês), que falaram em “passos importantes” para localizar a que é considerada a mais elementar das partículas atómicas constitutivas do universo.

Para o sacerdote jesuíta, a denominação ‘partícula de Deus’ explica-se pelo facto de se falar de algo “que não se consegue encontrar”.

“Não percebo porque se fala numa ‘ciência que consegue compreender tudo’ se os modelos teóricos que temos, sobre os quais todos parecem estar de acordo, não foram ainda verificados”, afirmou.

Fonte: A Caminho
Todo discurso, sobre qualquer tema, desmorona se não tem por base o problema da verdade.
A possibilidade da verdade é a possibilidade de se afirmar ou negar qualquer coisa.
Quem diz: “A verdade é relativa”, está se contradizendo, porque está fazendo uma afirmação. Qualquer afirmação só se sustenta se ela for verdadeira.

O problema da verdade é de elevada importância principalmente para os jovens. Quando crianças, são totalmente dependentes da tradição, isto é, de tudo que lhes chega através de seus pais, formadores, do ambiente. Não têm capacidade intelectual para duvidar ou criticar o que não for absurdo absoluto. Quando já têm a possibilidade e um pouco de capacidade intelectual, já podem emitir alguns juízos, alguns falsos, outros verdadeiros.
Certo é que a sede pela verdade acompanha quem tem vontade de viver, isto é, a princípio, todos os seres humanos.

Na fase de transição entre a infância e a idade adulta (idade intelectual, mais que física, apesar da dependência do intelecto das estruturas físicas), o jovem percebe que muitas das suas crenças se mostraram falsas. É levado às vezes, por desejo de verdade, a combater os antigos erros.

Acontece que nessa fase de “rebeldia” ou “revolução” intelectual, o jovem pode descartar, junto com as mentiras, algumas verdades, e em certos casos, a própria possibilidade da verdade.
Neste último caso, temos um quadro de “relativismo”, que pode levar até a uma “depressão intelectual”, causada pela perda do sentido da própria existência, já que a existência é uma verdade. O relativismo é particularmente a doença da época contemporânea.

Não nos cabe aqui discorrer sobre os diversos tipos de relativismo, sua gênese e desenvolvimento. Mas é preciso dizer que a verdade existe e é possível e necessário conhecê-la.
A verdade é a adequação de nossa mente às coisas. A existência da verdade como algo objetivo e universal, invariável e superior a qualquer opinião é uma certeza do senso comum necessária.

Se é verdade que a verdade não existe, como querem os relativistas, então existe a verdade.
Se, também, se admite que existem várias verdades, mesmo que umas contradigam as outras, isso nada mais é que falsidade, mera opinião, obstinação no erro.

Só a partir do princípio fundamental e inegável da possibilidade da verdade é que poderemos obter a paz de espírito, tão desejada por todos. A instabilidade gerada pela negação da verdade é a razão para a negação do próprio homem, da moralidade, da bondade, da beleza, do bem. A busca pela verdade total é a própria felicidade, um caminho a percorrer, não um objetivo distante a que posso descuidar.

Admitida a possibilidade da verdade, abre-se portas para a descoberta das “outras verdades” negadas ou roubadas, a saber, sobre Deus, sobre a existência, sobre o homem, sobre a religião, sobre a natureza, sobre a vida humana e a história.

Nesta semana o Congresso dos Estados Unidos votou favoravelmente à permanência do lema nacional “In God We Trust” [Em Deus Confiamos] frase garantida como lema desde 1956 e que já foi fixada em várias partições públicas daquele país.

Segundo o jornal The Washington Post esse lema tem resistido às constantes reclamações de grupos ateus que dizem que ele fere a laicidade do Estado e que, portanto, precisa deixar de existir. Mas a votação mostrou o contrário, foram 396 votos a favor e nove contra.

Nas palavras do republicano James Randy Forbes, “Deus continuará presente no Congresso”, ele diz também que os burocratas querem eliminar Deus do domínio público, se referindo a inúmeros recursos que foram abertos por indivíduos e agência governamentais para tirar a menção de Deus do governo.

A frase em questão aparece também nas moedas e notas de dólar desde a Guerra Civil.

Ela também aparece nos edifícios federais da justiça. “A medida que nossa nação enfrenta tempos difíceis, é apropriado que os membros do Congresso e nosso país declarem com decisão nossa confiança em Deus, crendo que será mantida nas gerações vindouras”, disse Forbes.

A biografia oficial de Steve Jobs saiu nos Estados Unidos esta semana e tem feito sucesso. Já está em primeiro lugar no ranking de vendas da Amazon. O porta-voz da empresa, Brittany Turner, acredita  que “muito provavelmente será o mais vendido do ano”.

O autor do livro, Walter Isaacson, que já trabalhou na CNN e na revista Time, fez cerca de 40 entrevistas com Jobs e conversou com centenas de familiares, amigos, concorrentes e colegas do fundador da Apple.

Agora, faz algumas revelações sobre a vida do recluso Jobs. “O fato de ter sido uma criança adotada foi determinante para a personalidade de Jobs. Isso o tornou mais independente e mais alheio ao mundo em que vivia, mas também o tornou mais especial. Alguns dos seus amigos pensam que a adoção gerou um sentimento de abandono e isso fez com que Jobs ficasse ansioso por demonstrar que tinha valor”.

Jobs foi dado para adoção por Joanne Schieble, uma jovem de 23 anos que afirmava não ter condições financeiras de criá-lo. Depois da morte da mãe adotiva, Steve decidiu procurar a mãe biológica. Ao encontrá-la, surpreendida e feliz, Joanne pediu perdão por tê-lo dado para adoção. Mas ele nunca procurou ter um relacionamento com o pai biológico, Abdulfata ‘John’ Jandali.

Curiosamente, mesmo sendo um filho preterido, Jobs também preteriu. A sua primeira filha, nascida de uma relação casual com Chrissann Brennan, sempre teve dificuldades de ser reconhecida pelo pai. Ele teve ainda três filhos do seu casamento com Laurene Powell Jobs.

A vida religiosa de Steve Jobs também é tratada no livro. Ele foi criado num lar luterano, mas abandonou a fé cristã aos 13 anos, depois de ver a foto de crianças morrendo de fome na capa de uma revista. Ele perguntou ao pastor se Deus sabia que aquilo estava acontecendo e não gostou da resposta.

“O Cristianismo deixa de fazer sentido quando começa a se basear mais numa fé distante do que em viver como Jesus”, disse Jobs a Isaacson.

Depois de abandonar o Cristianismo, Jobs acabou indo para a Índia e passou a seguir os ensinamentos do Zen Budismo. Ele contou ao biógrafo que tinha dúvidas sobre a existência de Deus: “Acho que as diversas religiões são portas diferentes para a mesma casa. Às vezes, acho que a casa existe. Outras vezes, acho que não. É um grande mistério.”

Segundo Isaacson, Jobs começou a questionar mais intensamente o sentido da vida e a existência de Deus nos últimos meses antes de sua morte. Não tinha mais convicção do que ensinava o budismo.

“Lembro-me que Jobs falava muito sobre Deus. Ele dizia: Às vezes acredito em Deus, às vezes eu não sei. Acho que existe essa possibilidade. Mas desde que descobri o câncer, penso mais sobre isso. Eu me pego acreditando mais agora, talvez porque desejo acreditar na vida após a morte, que quando você morre, não pode ser que tudo simplesmente desapareça. A sabedoria que você acumulou deve continuar de alguma forma. Mesmo sem ter certeza do que o esperava depois, Jobs não tinha medo da morte”, diz Isaacson.

Em sua biografia, fica claro que o homem conhecido por suas decisões criativas e arrojado falhou ao decidir sobre a própria saúde.

Quando descobriu que tinha câncer no pâncreas, a doença estava no estágio inicial e poderia ser curada com uma cirurgia. Jobs decidiu se tratar com dieta vegetariana e acupuntura, o que pode ter lhe custado à própria vida.

Isaacson diz que por questões religiosas Jobs não queria violar o corpo. Isso ia contra o que aprendera na Índia. Depois de nove meses não teve escolha: foi obrigado a fazer um transplante de fígado. Porém. durante a cirurgia, os médicos descobriram que o câncer já havia se espalhado pelo corpo. Jobs tinha 56 anos de idade.

Fonte:G Prime.