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O sultão de Brunei anunciou recentemente uma nova lei, baseada em punições criminais islâmicos, que vem sendo criticada por funcionários da ONU e representantes de outros grupos de direitos humanos.

Brunei é um pequeno país, de pouco mais de 420 mil habitantes, situado no sudeste da Ásia, e já vem praticando as leis islâmicas para regular assuntos civis, como as questões pessoais e familiares; mas agora as leis serão estendidas para cobrir infracções penais.

As novas penalidades da lei islâmica serão introduzidas ao longo do tempo, em um ou dois anos, e acabarão por incluir punições corporais graves, tais como: flagelação por adultério, amputação de membros por roubo, e apedrejamento até a morte por estupro e sodomia.

A primeira fase inclui leis por crimes como comer ou beber em público durante o mês de jejum do islã, que serão puníveis com multas e prisão. Leis que também se aplicam aos não-muçulmanos.

Em fevereiro, os especialistas em lei sharia do Ministério de Assuntos Religiosos anunciaram que os não-muçulmanos podem ser punidos por crimes como usar roupas indecentes que “envergonham o Islã”. O infrator pode ser preso por até seis meses, multado em até BN 2.000 (1,6 mil dólares), ou ambos.

Mesmo agora, é obrigatório para as mulheres de todas as religiões, incluindo cristãs usar um hijab (cobertura para a cabeça), se elas trabalham para o governo ou estão freqüentando locais públicos. No entanto, agora que o código penal baseado na sharia será promulgado, uma violação contra estas instruções religiosas serão criminalizadas.

O novo código penal cita também que os não-muçulmanos não podem mais compartilhar sua fé com muçulmanos e ateus. Os infratores correm o risco de ser multados em até BN 20.000 ($ 15.600), enviados para a prisão por até cinco anos, ou ambos. Essa regra cris um grande problema para as poucas escolas cristãs do país.

Outra restrição inclui uma lei que proíbe qualquer pai muçulmano de deixar não-muçulmanos cuidarem de seu filho. O ato é punível com uma pena de prisão de até cinco anos, uma multa de até BN 20.000 (15.600 dólares americanos), ou ambos.

Consequentemente, as pessoas que se convertem ao cristianismom pode perder a custódia de seu filho se sua nova fé for revelada.

– Todos os direitos dos pais são concedidos ao pai muçulmano, se uma criança nasce com os pais de fés diferentes, e os pais não-muçulmano não é reconhecido em qualquer documento oficial, incluindo certidão de nascimento da criança – criticou o Departamento de Estado dos EUA no Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa.

A implantação da lei tem sido vista com o um retrocesso por defensores dos direitos humanos, que afirmam de tratar de “punições medievais”, incompatíveis com o mundo moderno.

– A decisão de Brunei em implementar a lei sharia criminal é um enorme retrocesso para os direitos humanos no país. Constitui um movimento autoritário para implantar punições medievais brutais que não têm lugar no mundo moderno, do século 21, afirmou Phil Robertson, vice-diretor do divisão da Ásia da Human Rights Watch.

O país está na posição 24 entre os 50 países que mais perseguem cristãos em todo o mundo.

Fonte: Gospel Mais

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Aqui vai uma verdade que dói: a maioria dos homens e mulheres ocidentais, incluindo muitos que se consideram religiosos, trata os seres humanos como sub-humanos.
 
Eles aceitam, sem reflexão, teorias sobre a vida humana que nos reduzem a animais pouco inteligentes ou que nos deixam brincar de ser deuses. Essas teorias tiram todo o sentido do sofrimento e nos treinam para viver como covardes. Essas teorias nos ensinam a desprezar os fracos, ao mesmo tempo em que nos treinam nos hábitos da preguiça e do menor esforço. Essas teorias falam a língua do progresso, mas incentivam os instintos humanos mais rasteiros. Essas teorias proclamam ter superado a ética judaico-cristã, mas desmoronaram para baixo do padrão da maioria das culturas pagãs ou animistas. Este complexo de visões truncadas, grosseiras e desesperadas da dignidade humana merece um nome: já que a imagem do homem apresentada por essas ideologias modernas é claramente anti-heroica e conscientemente despojada de qualquer pretensão de importância, o único termo adequado para ela é “sub-humanismo”.
 
O sub-humanismo é uma cópia degradada e pálida do homem valente afirmado no Renascimento. A sua imagem do homem não tem a racionalidade confiante que inspirou o Iluminismo. A sua imagem do homem renuncia aos sonhos de transcendência pessoal e de comunhão com a natureza que inebriou os românticos. Quando falamos em humanidade, hoje, pensamos em estrago ecológico, em excesso de população e em ódios intratáveis. Os ecologistas nos ensinaram a ver a nós mesmos como uma praga que infestou o planeta. E, ainda assim, de alguma forma e de algum lugar, ouvimos dizer que temos um conjunto de coisas chamadas “direitos humanos”, que seriam elásticos o suficiente para incluir o direito dos transexuais à cirurgia de mudança de sexo patrocinada pelos nossos bolsos, mas não necessariamente o direito dos pacientes terminais à comida e à água.
 
Como foi que chegamos a este ponto?
 
Simplificando cruamente, chegamos a este ponto porque tentamos um projeto humanista de compreensão e edificação da vida humana e, nesse processo, identificamos Deus como um obstáculo e mesmo como um inimigo. Por isso, tentamos arrancá-lo de cena, para criar sistemas que preservassem todas as coisas boas que damos por óbvias na sociedade ocidental e, ao mesmo tempo, extirpassem toda referência ao transcendente. Tentamos construir um pináculo no templo da humanidade com o aço que roubamos das suas fundações. A torre toda desabou na lama e nos campos de extermínio do século XX. Ficou claro, para os pensadores honestos, que não podemos falar de dignidade humana durante um tempo indefinido sem fundamentá-la em algum ponto de referência transcendente (e é por isso que muitos laicistas tentam agora minimizar o próprio conceito de dignidade humana, para fugir das suas necessárias implicações).
 
Não poderemos ensinar as pessoas a verem o outro como um fim em vez de um meio se não estivermos profundamente convencidos de um objetivo mais urgente e mais importante do que a autoafirmação (e é por isso que as discussões sobre os valores humanos nas artes liberais degeneraram em rastreamentos de “discursos de poder”).
 
Nietzsche estava certo até certo ponto: se Deus está morto, morre com Ele todo motivo real para não saciarmos a nossa vontade de poder. E, quando buscamos poder, seja para transformar a sociedade humana, seja simplesmente para tornar as nossas vidas mais convenientes, haverá obstáculos. Estes obstáculos serão pessoas: turbulentas, obstinadas, teimosas, que não vão ou não podem servir à nossa agenda utópica (ou meramente egoísta). Essas pessoas-obstáculos devem ser eliminas: kulaks, judeus, crianças retardadas, deficientes físicos ou mentais, pobres terceiro-mundistas que insistem em se proliferar. Sem limites profundamente gravados na nossa consciência, vamos pisar uns nos outros até a morte.

Esta decadência, que derrubou o homem da sua glória quase divina do Renascimento até afundá-lo na banalidade do mal, era inexorável; mesmo assim, estava longe de ser simples. Há muitas reviravoltas intelectuais ao longo da estrada que nos trouxe da Florença de Michelangelo até o gulag de Stalin. Mas, olhando para trás, o caminho que trilhamos parece claro: ao tentarmos glorificar o homem e “libertá-lo”, nós extirpamos as razões para considerá-lo importante e as regras que nos impedem de maltratar pessoas que surgem na nossa frente. Aprendemos a desumanizar grupos inteiros de pessoas quando nos convém, mas, na verdade, fomos desumanizando gradualmente a nós próprios.
 
O teólogo Henri de Lubac escreveu um tratado incisivo, “O Drama do Humanismo Ateu”, que, com justiça cuidadosa, analisa os fundadores dos mais importantes movimentos antirreligiosos, como Feuerbach, Comte, Marx e Nietzsche, tentando entender quais bens humanos aqueles pensadores pensavam que a religião punha em perigo e o que eles pretendiam resgatar. Grosso modo, a geração de pensadores prometeicos, que Lubac chama de “humanistas heroicos”, afirmou que o homem ocidental esteve, durante muitos séculos, envolvido em um ou mais dos seguintes “erros”:
 
– Tínhamos focado nas virtudes de Deus (como a sabedoria, o amor e a providência), que o homem deve cultivar.
 
– Tínhamos cedido a Deus o controle do destino humano, abraçando a passividade em vez do ativismo enérgico.
 
– Tínhamos usado a fantasia da justiça divina, a ser aplicada na próxima vida, para amenizar os efeitos da injustiça nesta vida, diminuindo assim o impulso de provocar as mudanças necessárias.
 
– Tínhamos permitido que a vida humana se atrofiasse por culpa e por medo de uma figura paterna invisível, todo-poderosa e punitiva.
 
– Tínhamos “alienado” o melhor do homem ao situar em Deus a fonte, o cume e o fim de todos os nossos esforços terrenos, que devem parecer fúteis em comparação com as suas perfeições sobrenaturais imaginadas.
 
Os humanistas “heroicos” tiveram apoio de homens que não propunham um projeto filosófico amplo, mas apenas o resultado das suas buscas empíricas e científicas, empregando um método que, durante séculos, foi gradualmente substituindo a religião e o pensamento especulativo como fonte de certeza intelectual para a maioria das pessoas (a própria palavra “ciência”, que já abrangeu todos os modos de conhecimento, incluindo a teologia, foi reduzida no final do século XIX, em seu uso comum, aos estudos estritamente empíricos). Quando a teoria de Darwin ofereceu uma explicação alternativa ao surgimento de vida, inclusive da vida humana, as suas afirmações viraram munição explosiva nas mãos dos que queriam livrar a humanidade da sombra de Deus. A explicação de Freud sobre o funcionamento da psique humana, altamente anedótica e baseada em uma amostra fantasticamente limitada de vienenses ricos, foi aceita como ciência, no mesmo modelo de Darwin. As ideias de Freud foram persuasivas e ofereceram uma nova e poderosa explicação para as perversidades e frustrações da vida humana, deslocando, para muitos, o que tinha sido a teoria dominante: um esquema de pecado, graça e arrependimento, que Santo Agostinho tinha desenvolvido a partir dos escritos de São Paulo.
 
Como essas ideias se tornaram dominantes no que já foi chamado de Ocidente cristão?

Na maioria dos casos, foram os próprios pecados dos cristãos e o abuso de verdades teológicas por parte de fanáticos ou de cínicos o que “escandalizou” os crentes e tornou atraentes os princípios do sub-humanismo. Se falarmos e agirmos com respeito consistente pela santidade e pela dignidade de cada pessoa em cada situação da vida, poderemos reconquistar a cultura atual para o humanismo verdadeiro, que leva as pessoas com suavidade e quase irresistivelmente até Cristo

Autores: Jason Jones e John Zmirak

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O governo chinês anunciou no fim de semana a abertura de 25 novos postos que permitem a pais abandonarem com segurança filhos indesejados.

As autoridades planejam anunciar mais estabelecimentos desse tipo em breve, apesar das críticas de que eles encorajem o abandono de recém-nascidos

No entanto, as estruturas, que consistem em uma incubadora e um sistema de alarme, elevam as chances de sobrevivência dos bebês.

Muitas das crianças chinesas indesejadas são abandonadas por doenças graves ou deficiências físicas.

O Centro Chinês para o Bem-Estar e Adoção das Crianças afirmou à agência de notícias estatal Xinhua que mais de duas dezenas de postos para abandono de bebês foram inaugurados desde a primeira estrutura do gênero na cidade de Shijiazhuang na província de Hebei em 2011.

A maior parte deles foi aberta nos últimos meses. Um desses postos, em Guangzhou, recebeu 79 bebês nos primeiros 15 dias de funcionamento.

Os pais colocam a criança na incubadora, pressionam o botão de alarme e depois vão embora, mantendo o anonimato. Dez minutos depois, um funcionário chega para recolher o bebê.

O abandono de crianças é ilegal na China, mas as autoridades de saúde acreditam que as incubadoras criam um ambiente seguro para os bebês – e aumenta suas chances de sobrevivência. Caso os postos não existissem, afirma o governo, eles continuariam a ser abandonados nas ruas.

Anteriormente, apenas um em cada três recém-nascidos abandonados sobreviviam.

“As leis enfatizam a prevenção, enquanto as incubadoras de bebês focam no resgate quando as leis são quebradas”, afirmou à Xinhua Li Bo, diretor Centro Chinês para o Bem-Estar e Adoção das Crianças.

No passado, a política de filho único foi considerada culpada pelo alto número de meninas abandonadas pelos pais.

Tradicionalmente, as famílias chinesas dão preferência aos filhos homens.

Por causa disso, se o primeiro filho for menina, muitos pais decidem abandoná-la para tentarem engravidar de um menino.

No entanto, segundo autoridades, os bebês que vêm sendo abandonados são tanto do sexo masculino quanto feminino.

Autoridades de saúde afirmam que a maioria dos bebês deixados nos postos têm problemas de saúde e são abandonados porque seus pais temem que eles não tenham dinheiro suficiente para pagar o tratamento médico.

Muitos dos bebês abandonados nas incubadoras carregam dentro de sua roupa recados, dinheiro ou o histórico médico.

Estimativas oficiais indicam que 10 mil crianças são abandonadas na China todos os anos.

Para acolhê-las, as autoridades afirmam que cada província deve instalar pelo menos dois postos até o final do ano.

Fonte: BBC Brasil

LIBERDADE-DE-EXPRESSÃOO blog “Profesionales por la Ética” (Espanha) publicou recentemente um texto sobre os neodireitos com relação à ideologia de gênero. Mas este conceito tem mais dimensões, apresentadas a seguir:
 
Com o neodireito de que a mulher disponha do seu próprio corpo (como se não dispusesse dele em cada uma das suas ações) sem “imprevistos” que lhe recordam suas diferenças com relação aos homens, viola-se o direito fundamental à vida de crianças que nunca poderão reclamar nem exigir que estes direitos, que amparam todos, as amparem também.
 
Com o neodireito aos novos modelos de família e sua equiparação ao casamento, dilui-se e degrada-se a célula base da sociedade, cuja origem e razão de ser não foram inventadas pelo homem sem sentido, mas constituem uma estratégia biológica para a sobrevivência e bem-estar dos filhos.
 
Com o neodireito dos homossexuais a adotar crianças, esquece-se o direito fundamental dos menores de ter um pai e uma mãe, bem como a um ambiente natural e benéfico para a sua formação.
 
Com o neodireito estatal de impor uma visão ética e moral controversa desde a infância, esquece-se o direito dos pais de educar seus filhos segundo suas convicções, bem como o direito das crianças de serem crianças.
 
Com os neodireitos de alguns grupos de impor a todos sua visão da vida, sem possibilidade de crítica, todos nós perdemos a liberdade de expressão e de pensamento (Relatório Lunaceck).
 
Acreditamos que a democracia deve permitir a liberdade de expressão e religiosa; queremos continuar sendo livres; queremos continuar educando nossos filhos segundo os nossos valores; acreditamos no casamento como base natural de uma sociedade; queremos que as crianças tenham direito a uma família que lhes permita seu desenvolvimento nas condições mais idôneas.
 
Acreditamos firmemente que a ideologia de gênero, com sua progressiva implantação social desde a infância, não nos leva a uma sociedade melhor, mas todo o contrário. Por todas estas razões, profissionais de diversos âmbitos se unem à mobilização europeia a favor do casamento natural e do direito das crianças de terem um pai e uma mãe.
 
Como juristas, defendemos que a lei proteja os menores e lhes proporcione um referencial masculino e feminino claro e estável.
 
Afirmamos igualmente que a família constituída por um homem e uma mulher é a base da sociedade e merece um reconhecimento jurídico, bem como um tratamento social e político preferenciais.
 
Como educadores, nós nos rebelamos frente às imposições ideológicas nas escolas que desnaturalizam a realidade e questionam a identidade sexual das crianças e jovens, chegando ao extremo (com o pretexto da igualdade de gênero) de não deixar os meninos jogarem futebol no pátio da escola.
 
Como profissionais da saúde, proclamamos que a educação sexual imposta pelos governos nos últimos anos foi um fracasso absoluto que só provocou infelicidade, gravidezes de menores e crescimento do número de abortos cirúrgicos e farmacológicos.
 
Como cidadãos, exigimos o restabelecimento da instituição matrimonial na legislação, com todos os benefícios que a sociedade lhes deve e com a exclusividade para a adoção de menores.
 
Combateremos a perversão dos direitos naturais, instrumentalizados por minorias antifamília, como o lobby homossexual, que pretendem impor-se ao conjunto da sociedade com a força dos antigos totalitarismos.
 
(Artigo de Alicia V. Rubio Calle, publicado originalmente por Profesionales por la Ética)

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Secretário Vaticano para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, afirmou durante uma exposição na Universidade Urbaniana de Roma que o “conceito mesmo de direitos humanos” nasceu em um contexto cristão e deu o exemplo de Santo Tomás Moro que, pelo preço de sua própria vida demonstrou como os cristãos são os primeiros a rejeitar, em nome da liberdade de consciência qualquer projeto de atropelo.

Dom Mamberti falou sobre os laços entre a liberdade religiosa e o cristianismo, no âmbito da Conferência organizada pela Georgetown University de Washington sobre o tema “Cristianismo e liberdade: perspectivas históricas e contemporâneas”.

“O vínculo entre o cristianismo e a liberdade é, portanto, original e profundo, tem as suas raízes nas lições de Cristo, e encontra mais tarde em São Paulo a um dos seus promotores mais enérgicos e geniais. A liberdade é inerente ao cristianismo, já que, como diz Paulo, ‘Cristo nos libertou para que fôssemos livres’ e embora, o apóstolo fale da liberdade interior, essa repercute em âmbito social”, explicou o Prelado.

Este ano faz 1700 anos do Édito de Milão, que deu a liberdade religiosa aos cristãos que viviam no Império Romano. “Ao mesmo tempo, do ponto de vista da história e do patrimônio cultural, o Édito marca o começo de um caminho que caracterizou a história da Europa e de todo o mundo e que levou ao longo dos séculos à definição dos direitos humanos e à afirmação da liberdade religiosa como o primeiro deles”, assinalou.

Dom Mamberti disse que se Constantino se deu conta de que o desenvolvimento do império dependia da capacidade de cada um de professar livremente sua fé, “a história demonstra que existe um círculo virtuoso entre a abertura ao caráter transcendente do desenvolvimento humano e social”.

“Basta com contemplar o patrimônio artístico do mundo, e não só o de origem cristã, para compreender a bondade deste vínculo. Neste ponto, é necessário, entretanto dissipar um mal-entendido no qual é fácil cair, já que a palavra ‘liberdade’ se pode interpretar de muitas maneiras. Não pode reduzir-se ao mero livre-arbítrio, nem entender-se negativamente como a ausência de vínculos. O reto exercício da liberdade religiosa não pode separar-se da interação mútua entre a fé e a razão”, indicou.

Dom Mamberti disse que “isto constitui ao mesmo tempo, a barreira contra o relativismo e contra as formas de fundamentalismo religioso que consideram, da mesma forma que o relativismo, a liberdade religiosa como uma ameaça para sua afirmação ideológica”.

O representante vaticano recordou que quando o Concílio Vaticano II afirmou o princípio da liberdade religiosa “não propôs uma nova doutrina. Ao contrário, reiterou uma experiência humana comum, ou seja, que ‘todos … , como pessoas, dotadas de razão e de vontade livre e por isso mesmo com responsabilidade pessoal, são levados pela própria natureza e também moralmente a procurar a verdade’ … E é na verdade, não como um absoluto que já possuímos, mas como um objeto possível de conhecimento racional e relacional, onde encontramos a possibilidade de um são exercício da liberdade. Nesse elo encontramos a verdadeira dignidade da pessoa humana”.

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Em 26 de dezembro a Igreja recordou a memória de Santo Estêvão, o primeiro mártir, que morreu apedrejado pedindo a Deus que não imputasse este pecado aos seus assassinos. Não somente nos séculos passados, mas também hoje tantos cristãos são mortos por causa de sua fé. Algumas estimativas indicam cerca cem mil cristãos mortos devido à fé em 2013.

Sobre isto, a Rádio Vaticano conversou com o Coordenador do Observatório da Liberdade Religiosa na Itália, Massimo Introvigne:

R: “A estatística é muito controvertida. Houve até mesmo uma polêmica entre Todd Johson – talvez o melhor expert em estatística – e a BBC. Tudo depende de algumas situações africanas, em particular o Congo, e agora também o Sudão do Sul, e de quantos mortos nestas situações podem ser considerados como pessoas mortas por causa de sua fé, no que Johnson chama ‘uma situação de testemunho’. Os dados finais de 2013 serão conhecidos nos primeiros meses de 2014, mas é provável que, diminuindo um pouco o número de cristãos mortos na África, a cifra pode cair dos 100 mil para 70 ou 80 mil”.

RV: O Relatório anual 2013 da Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos assinala oito países que causam maior preocupação, ou seja, Mianmar (ex-Birmânia), China, Eritréia, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Sudão e Uzbekistão. Qual país preocupa mais?

R: “Acredito que continue a preocupar toda a situação da Coréia do Norte: não somente porque continuam a matar cristãos, mas porque os cristãos existem, isto é, não foram exterminados pelos acontecimentos precedentes. E então, é evidente que também em uma situação dificilíssima de um país que limita ao mínimo os contatos com o mundo externo, existem pessoas, existem também jovens que não conheceram senão a educação do regime, que continuam a converter-se ao cristianismo, que manifestam de alguma maneira a sua fé e que, por isto, são presos, deportados nos campos de concentração e também mortos. Naturalmente, estes países relacionados pelos Estados Unidos não são os únicos que despertam preocupação, pois existe toda uma constelação de países em que se vai do fenômeno da violência difundida às formas de violência legal. Não devemos nunca esquecer, por exemplo, das leis que punem a blasfêmia no Paquistão, de onde conhecemos bem o caso de Asia Bibi, que mostra bem o uso instrumental da lei em relação aos cristãos”.

RV: A Nigéria, por exemplo, é outro país que provoca preocupações…

R: “Sim. É necessário esclarecer que o problema não é criado pelo governo nigeriano, mas por alguns movimentos extremistas do ultrafundamentalismo islâmico, em particular um chamado ‘Boko Haran’. Assim, além das cifras, o que é importante dizer é que estes cristãos não foram todos mortos por seguidores de outras religiões. Certamente – acabamos de citar a Nigéria – existe o problema dos movimentos islâmicos ultrafundamentalistas, porém não devemos esquecer outros dois elementos: o primeiro é a existência ainda de regimes comunistas muito duros, como no caso da Coréia do Norte, e outro é a questão dos conflitos tribais, onde algumas vezes é difícil saber se os cristãos foram mortos por serem cristãos ou por pertencerem à tribo ‘errada’…”.

RV: Existe depois a Europa, onde não existem – obviamente – formas de violência a este nível em relação aos cristãos, porém existem casos de restrições no que diz respeito a eles….

R: “Sim, em relação aos cristãos e às pessoas religiosas em geral. Acredito que o Papa Francisco falou sobre isto muito bem na Evangelii gaudium, quando nos recorda que existe uma mentalidade que quer reduzir a fé a um fato meramente privado e fechar os fiéis nas igrejas, nas sinagogas, nas mesquitas, isto é, enquanto estão fechados e rezam tudo vai bem, mas quando procuram manifestar a sua fé publicamente, no âmbito político e social, começam as discriminações quando não, verdadeiras perseguições. Me tocou muito que o Papa Francisco tenha citado um velho livro que – disse – lhe fez muito bem: ‘O Senhor do mundo’, do escritor inglês Robert Hugh Benson, que mostra justamente uma situação em que os cristãos procuram testemunhar sua fé no âmbito político e social, então são perseguidos e no final também mortos. O Papa disse: ‘Mas vocês acreditam que estas coisas existam somente nos romances ou que aconteciam somente há muitos anos atrás? Não, acontecem agora'”. (JE)

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Como “uma significativa vitória para os direitos da consciência”, assim a a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) qualificou a recente decisão da Corte Federal na Pensilvânia de suspender provisoriamente várias instituições católicas de cumprirem o mandato anti-natalista do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS). A suspensão ocorreu em meio ao processo de uma ação movida pela Diocese de Pittsburgh e Erie e outras organizações.O Tribunal declarou que os autores “têm probabilidade de sucesso” em demonstrar que o mandato, que exige a inclusão de medicamentos abortivos, esterilização e contraceptivos no plano de saúde dos funcionários, viola a liberdade religiosa das instituições religiosas. O mandato declara: “impõe uma carga substancial sobre o direito dos demandantes de exercer livremente sua religião”. Por estas razões suspendeu sua aplicação temporariamente e evitou dessa forma pesadas multas às organizações católicas objetoras que participaram da ação.

O Presidente da USCCB e Arcebispo de Louisville, Dom Joseph Kurtz, (foto) celebrou o anúncio da suspensão provisória. “Apenas recentemente nós, Bispos dos Estados Unidos, emitimos uma mensagem reafirmando a nossa determinação de resistir ao mandato do HHS e proteger a nossa liberdade religiosa”, recordou o Arcebispo.

“Estou fortemente motivado pela recusa da Corte na tentativa do governo em reduzir a liberdade religiosa à liberdade de culto, bem como o reconhecimento do Tribunal de que o serviço aos necessitados é o cerne da nossa Fé”, concluiu Dom Kurtz.

A Igreja Católica continua a sua rejeição à essa norma e as diversas Dioceses, escolas e ministérios de serviço social adiantam suas ações judiciais contra a medida. Além das estratégias jurídicas, a Igreja apoia diversas iniciativas legislativas que protegem os direitos dos crentes e impedem a implementação do mandato anti-natalista. (GPE/EP 

Fonte Gaudium Press

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Um mar de cacos de vidro invadiu as ruas das principais cidades alemãs nas noites de 9 e 10 de novembro de 1938. E o resultado mais grave: 91 cadáveres e mais de 30 mil detidos, que foram deportados a campos de concentração. Foi a Noite dos Cristais, que em breve cumprirá 65 anos.
 
O governo de Hitler a qualificou como “reação espontânea da população”, para vingar-se do assassinato do diplomata alemão Ernst von Rath pelo jovem judeu polonês Herschel Grynszpan. A desculpa perfeita.
 
Um ano antes, em 21 de março, a Igreja Católica alemã havia lido, em todos os templos, a encíclica “Mit brennender sorge” (“Com ardente preocupação”), reprovando a ideologia nazista. Era a ratificação de algo que vinha sendo denunciado desde 1930, três anos antes de Hitler subir ao poder.
 
A primeira condenação contra o Partido Nazista veio do bispo de Mainz, que proibiu que os católicos se inscrevessem em suas fileiras, que os nazistas recebessem os sacramentos e que os membros do partido hitleriano participassem de celebrações católicas.
 
Em agosto de 1932, a Igreja Católica excomungou todos os dirigentes do Partido Nazista, porque assumiam princípios anticristãos e divulgavam teorias raciais.
 
A conferência episcopal alemã, por sua vez, publicou um texto exaustivo no qual se detalhava como relacionar-se com o Partido Nazista, bem como a proibição de aderir a ele, sob pena de excomunhão, porque “as manifestações de inúmeros chefes e anunciantes do partido têm um caráter hostil à fé” e “são contrárias às doutrinas fundamentais e às indicações da Igreja Católica”.
 
Em janeiro de 1935, os principais bispos alemães (os cardeais Bertram, Faulhaber e Schulte, e os bispos Preysing e von Galen) viajaram secretamente para solicitar novamente à Santa Sé uma condenação formal do nazismo. A resposta do Papa Pio XI, que foi a encíclica “Mit brennender sorge”, foi lida no domingo, 21 de março, em 11 mil templos alemães, após ser introduzida clandestinamente no país, passando por cima da censura do regime.
 
A invasão da Áustria por parte das tropas alemãs foi bem recebida pela sua população, dada a instabilidade do país. Para compensar a dura crítica do episcopado alemão, Hitler se reuniu em Viena com o cardeal Innitzer, de quem obteve uma declaração oficial do episcopado na qual se davam as boas-vindas e se elogiava o nazismo alemão.
 
O purpurado tentou retificar, mas a propaganda do regime destruiu sua tentativa. Innitzer foi chamado a Roma e, poucos dias depois, publicou uma retificação muito mais contundente. Só depois foi recebido por Pio XI, já que antes disso ele não queria ver o Papa.
 
A resposta nazista foi ignorar a retificação, suprimir as organizações juvenis católicas, o ensino da religião e a faculdade de teologia de Innsbruck. O palácio episcopal de Innitzer foi invadido e destruído pela juventude hitleriana.
 
A atitude de Innitzer e do episcopado austríaco foi lamentável: desobedece a postura de Roma e se enquadra dentro da fraqueza humana, da qual todos nós somos protagonistas, ainda que isso não justifique o que ele fez e mereça nossa reprovação.
 
Por outro lado, os bispos alemães souberam reconhecer a humilhação que os aguardava e revelaram publicamente as perversidades da ideologia totalitária e assassina de Hitler.

Fonte: Aleteia

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No 29º lugar da Classificação de países por perseguição, a Argélia é formada por uma população majoritariamente islâmica (sunita).

A lei proíbe a conversão de muçulmanos a outras religiões e cristãos são vistos como um perigo para o país. A cristã Djamila é líder de um ministério de mulheres. Ela conversou com a Portas Abertas sobre o desafio de viver em uma nação restritiva ao cristianismo

Portas Abertas: Há muitas mulheres cristãs reunidas aqui. Você poderia nos contar quais são as dificuldades delas aqui na Argélia?

Djamila: A lista é bastante grande. Por estarmos em um país islâmico, eu diria que elas não têm uma vida cristã normal aqui. O que para a Igreja já é muito complicado; para as mulheres é sempre mais difícil, por conta das nossas tradições. Uma mulher tem de seguir uma série de regras, ela não é livre para fazer o que quiser.

Se uma mulher é cristã e seu marido não, ela será perseguida primeiramente por ele e não terá permissão de cultuar a Deus, de ir à igreja ou estar em comunhão com outros cristãos. Ela pode viver sua fé em segredo, mas se isso for descoberto, enfrentará grandes problemas com a família de seu esposo ou mesmo com sua própria família e pais. Eles podem rejeitá-la ou forçá-la a divorciar-se de seu marido. Então, ela não é livre.

Se seu marido é cristão também, ela é abençoada! Pode ir à igreja com ele, mas ainda assim pode sofrer perseguições de sua família e ser rejeitada ou desprezada. O mais importante, porém, é que ela pode viver como cristã com seu marido.

É muito difícil ser cristã em um país islâmico. Ela pode ter muitos problemas ao sair de casa, ser ameaçada, criticada ou insultada se for vista indo à igreja. Ela não é protegida.

Portas Abertas: Há muitas cristãs aqui na região de Kabyle que escondem sua fé de suas famílias? 

Djamila: Sim, muitas. Eu conheço muitas dentro de minha própria igreja. Muitas irmãs passam por isso, algumas são casadas, outras não. As que não são casadas são estudantes ou moram nas redondezas e vem para a igreja em segredo. A família não pode saber que elas vêm à igreja; elas não podem, em hipótese alguma, serem vistas ou fotografadas em frente a uma igreja. Eu sei que muitas delas praticam sua fé desta maneira.

Portas Abertas: É fácil para uma mulher crescer na fé? 

Djamila: Não, não é fácil. Especialmente se elas vêm para a igreja escondidas, elas precisam de muitos ensinamentos. Haverá ocasiões em que elas não serão capazes de vir, por exemplo, no caso de serem vigiadas se descobrirem que se tornaram cristãs. Elas devem ser muito cautelosas e certamente precisam de muitos seminários, cursos, etc. Estas mulheres estão em contato conosco, claro, secretamente. Elas nos fazem questionamentos e podemos treiná-las clandestinamente em um lugar e horário marcado.

Portas Abertas: Do que essas mulheres precisam para fortalecer sua fé?

Djamila: Elas precisam de encorajamento porque podem facilmente abandonar a fé, especialmente se são novas convertidas. No início, há zelo e alegria por encontrarem o Senhor, elas estão dispostas a assumir riscos, mas às vezes são surpreendidas. Em geral, quando a perseguição vem. Nesses momentos, muitas ficam amedrontadas e voltam atrás. Nessas horas elas precisam ter o apoio de outros cristãos, isso é muito importante para elas. Precisam se sentir encorajadas através de telefonemas e visitas. Precisam ouvir e entender que o que está acontecendo é normal, que é um momento que vai passar e que é importante que fiquem firmes. Elas precisam de encorajamento! Nós temos procurado fazer esse tipo de trabalho com elas.

Portas Abertas: Como uma líder, como você vê o ministério de mulheres na Argélia?

Djamila: Nós precisamos depender de Deus. Esse trabalho não pode ser feito humanamente porque há muitas viúvas, divorciadas por causa da fé, convertidas secretas, etc. Precisamos de sabedoria vinda do alto. Eu gostaria de ter muitas outras mulheres envolvidas nesse ministério, a colheita é grande, mas também há poucos trabalhadores. Há muito que fazer, essas mulheres precisam ser ouvidas, encorajadas, precisam falar, compartilhar suas experiências, conhecer o Senhor. Elas precisam saber o que o Senhor pensa sobre elas, já que numa sociedade islâmica, geralmente a mulher é desprezada e não tem valor. Esse tipo de ministério tem o objetivo de fazê-las entender que são amadas e que alguém morreu por elas, se importa com elas. Por isso, é tão trabalhoso e leva tempo. Nós utilizamos diferentes métodos para comunicar de modo efetivo o que queremos passar e dar esperança a essas mulheres e ajudá-las a perseverar na caminhada cristã.

Portas Abertas: Qual foi o efeito que a lei de 2006* causou ao ministério de mulheres?

Djamila: A lei de 2006 abalou muito aos cristãos. Essa lei é uma ameaça àqueles que falam de Jesus abertamente e impõe limites aos nossos direitos. Especialmente para as mulheres é muito difícil e chocante ouvir que não podem falar sobre Jesus ou mesmo crer nele. Então, elas passaram a ser mais reservadas e cautelosas, o que é uma reação normal, especialmente para aquelas que praticam sua fé em segredo. Mas não vi nenhuma mulher negando sua fé por causa dessa lei. Muito pelo contrário: elas ainda vêm às igrejas e dizem em alto e bom tom que não vão desistir e que vão perseverar na fé. Eu vi mulheres se tornando mais fortes, orando mais. Estão motivadas a se aproximar mais do Senhor. Elas creem que Deus agirá e não as deixará cair. Tenho notado isso com as mulheres e com a Igreja de modo geral.

*Em março de 2006, foi aprovado o Decreto 06-03, que restringe cultos não islâmicos na Argélia.

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Rapazes temem que famílias sofram represálias se revelarem a identidade

O jovem A. tem 24 anos e mora em um país muçulmano. O fato de vir de família católica faz de sua casa alvo de constantes ameaças. O sonho do avô era, um dia, ver um papa pessoalmente. A. o realizou ao vir ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, há um mês. Assim como outros 40 peregrinos de países onde existem a perseguição religiosa e os conflitos armados, o rapaz, jurado de morte só por participar do evento, não quer ir embora: está pedindo refúgio ao governo brasileiro.

“Não posso voltar. Já avisaram que matam não só a mim, mas toda a minha família”, contava ontem, chorando, na Casa de Acolhida da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, na zona norte da cidade, seu novo endereço. “Durante a JMJ, me senti extremamente livre ao ver milhões de pessoas na rua gritando, cantando, professando sua fé. Estou triste por não ver mais o rosto da minha mãe antes de dormir, mas lá não consigo um bom emprego pelo simples fato de ser cristão, mesmo tendo estudado toda a minha vida e me formado em Artes e Jornalismo.”

Os peregrinos são jovens na casa de 20 anos, egressos de três países: Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo. Os congoleses fogem da violência em seu país e se abrigaram com conterrâneos já radicados no Rio. Os demais estão espalhados em paróquias.

Alguns trazem marcas de tortura no corpo; histórico de mortes de familiares e de humilhações são comuns.

Para acelerar a adaptação ao novo país, eles têm aulas de português duas vezes por semana, duas horas por dia. A comunicação é toda em inglês. Os jovens se mantêm e se alimentam com a ajuda da Igreja, de fiéis e de voluntários. O contato com a família, raro, é por telefone e internet. Ao Estado, pediram para não terem o nome nem a nacionalidade publicados, por temerem pela segurança dos que ficaram para trás.

“Aqui as pessoas são muito felizes, cada um tem sua religião. É o paraíso. Na minha comunidade, se você é cristão, e não muçulmano, não te dão nem um copo d’água. Sou coagido o tempo todo a virar muçulmano, mas podem cortar a minha cabeça que eu não viro, pois tenho muito orgulho da minha fé”, disse outro rapaz, de olhar perdido.

“Mataram meu pai e minha irmã quando ela tinha 7 anos. Minha mãe teve de fugir da nossa cidade. Sofro muita pressão psicológica, o que pode ser pior do que tortura física”, relatou outro, para quem a vida de refugiado, ainda que melancólica, se prenuncia melhor do que a de medo que tinha antes.

Processo. Assim que a Jornada Mundial da Juventude acabou, no dia 28 de julho, os jovens pediram ajuda a religiosos com quem mantiveram contato. Já marcaram entrevistas na Polícia Federal, para dar início ao processo por que passam todos os candidatos a refugiados. Os casos serão analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), presidido pelo Ministério da Justiça. A Cáritas de São Paulo tem outros cinco casos. Se forem aprovados, os estrangeiros terão os vistos trocados.

Segundo Andres Ramirez, representante no Brasil do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são situações-limite, que se enquadram na Lei 9.474, que dispõe sobre o tema e estabelece que “será reconhecido como refugiado todo indivíduo que por fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país”.

Para lembrar. O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou que o número de refugiados no Brasil vem crescendo bastante: foram 566 em 2010; 1.138 em 2011 e 2.008 em 2012. O número deve ficar em 2.500 neste ano.

Os sírios têm se destacado desde janeiro, por causa do recrudescimento da violência no país: foram 152 casos até junho – a maioria se estabeleceu em São Paulo. A nacionalidade síria, que nem sequer constava mais da lista de refugiados no Brasil, passou a ocupar o sexto lugar em 2012: foram 121 pedidos desde 2011.

Fonte: O Estado de São Paulo

A Carta do Laicismo, uma declaração de princípios, direitos e deveres republicanos composta por 15 “mandamentos”, está pendurada desde o início desta semana em lugar bem visível nas mais de 55 mil escolas públicas francesas, embora cerca de 8.800 colégios privados e mistos – na maioria católicos – ficaram eximidos de exibi-la.

A declaração, que será exposta desde o jardim de infância até o bacharelado junto ao lema da República (Liberdade, Igualdade, Fraternidade) e à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, é uma das novidades da “refundação da escola republicana”, a ambiciosa reforma educacional promovida por François Hollande e elaborada pelo ministro da Educação, Vincent Peillon, que foi aprovada em 8 de julho passado.

Deveres do aluno republicano

1. A França é uma República indivisível, laica, democrática e social, que respeita todas as crenças
2. A República laica organiza a separação entre religião e Estado. Não há religião de Estado
3. O laicismo garante a liberdade de consciência. Cada um é livre para crer ou não crer
4. O laicismo permite o exercício da cidadania, conciliando a liberdade de cada um com a igualdade e a fraternidade
5. A República garante o respeito a seus princípios nas escolas
6. O laicismo na escola oferece aos alunos as condições para forjar sua personalidade, os protege de todo proselitismo e toda pressão que os impeça de fazer sua livre escolha
7. Todos os estudantes têm garantido o acesso a uma cultura comum e compartilhada
8. A Carta do Laicismo também assegura a liberdade de expressão dos alunos
9. É garantida a rejeição das violências e discriminações e a igualdade entre meninas e meninos
10. O pessoal escolar é obrigado a transmitir aos alunos o sentido e os valores do laicismo
11. Os professores têm o dever de ser estritamente neutros
12. Os alunos não podem invocar uma convicção religiosa para discutir uma questão do programa
13. Ninguém pode rejeitar as regras da escola da República invocando sua afiliação religiosa
14. É proibido portar signos ou trajes com que os alunos manifestem ostensivamente sua afiliação religiosa
15. Por suas reflexões e atividades, os alunos contribuem para dar vida à laicidade no seio de seu centro escolar.

O objetivo da carta é reforçar o ensino do laicismo e a promoção da igualdade entre os alunos, embora o governo socialista tenha decidido adiar as aulas de moral laica e cidadã para 2015.

O texto, que salienta em seu artigo 14 a proibição de trajes ou distintivos religiosos “de forma ostensiva”, provocou críticas de alguns setores da comunidade islâmica, que reúne 6 milhões de pessoas na França, porque considera que faz referências demais ao véu islâmico, proibido na França desde 2004.

“Muita gente tem uma representação errônea do laicismo”, replicou o ministro Vincent Peillon ao apresentar a carta à imprensa; “para alguns alunos, o laicismo é hoje antes que mais nada uma proibição, uma ameaça, quando é justamente o contrário. O laicismo é o que permite a cada um construir sua própria liberdade, respeitando a dos demais.”

A carta afirma em seu artigo primeiro que a França é uma república “indivisível, democrática, social e laica”, que “garante a igualdade diante da lei de todos os seus cidadãos” e “respeita todas as crenças”. O artigo 2º explica que “a República laica organiza a separação entre religião e Estado” e lembra: “Não existe uma religião de Estado”. O terceiro estabelece que o laicismo “garante a liberdade de consciência”: “cada um é livre para crer ou não crer e pode expressar livremente suas convicções”.

O sexto mandamento lembra que o laicismo na escola “oferece aos alunos as condições para forjar sua personalidade, exercer seu livre-arbítrio e aprender cidadania”, e os “protege de todo proselitismo e toda pressão que os impeça de fazer sua livre escolha”. O sétimo garante a todos os estudantes “o acesso a uma cultura comum e compartilhada”.

A Carta do Laicismo também garante “a liberdade de expressão dos alunos” (artigo 8º), a “rejeição de todas as violências e discriminações” e “a igualdade entre meninas e meninos (artigo 9º), mas também obriga o pessoal escolar a “transmitir aos alunos o sentido e os valores do laicismo” (artigo 10º).

Os artigos 13 e 14 lembram aos estudantes os limites de sua liberdade: não podem “contestar os conteúdos do que lhes ensinam” nem “exibir ostensivamente símbolos ou trajes religiosos”, nem faltar às aulas “alegando motivos religiosos ou políticos”. O mais polêmico é o artigo 14, que afirma: “Nos centros públicos, as regras da vida nos diferentes espaços (…) respeitam o laicismo. É proibido usar signos ou artigos de vestimenta com os quais os alunos manifestem ostensivamente sua afiliação religiosa”.

O presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Dalil Boubakeur, disse que esse artigo “se refere ao islã e lança um olhar oblíquo sobre a religião muçulmana”, e expressou seu temor de que os muçulmanos da França se sintam “estigmatizados”. Ao ser perguntado sobre a suposta islamofobia desse texto, o ministro socialista descartou que se refira a uma religião concreta. “Se equivocariam profundamente”, afirmou Peillon. “O laicismo não se refere a uma religião em particular, porque exatamente põe todas em situação de igualdade. Na escola da República não se recebem pequenos muçulmanos, pequenos judeus, pequenos protestantes ou pequenos agnósticos, recebem-se alunos da República.

“As primeiras críticas de educadores e pais incidiram em que o texto não aborda as questões práticas relacionadas ao respeito pelo laicismo, como os cardápios dos refeitórios e as comemorações religiosas.

O defensor público francês, Dominique Baudis, decidiu que pedirá esclarecimentos ao Conselho de Estado sobre a aplicação das normas laicistas: “É urgente explicar as regras do jogo”, afirmou, “sobretudo no que se refere a dois assuntos: os auxiliares voluntários, os acompanhantes ocasionais, como as mães, e os empregados do setor privado que trabalham nas creches subvencionadas pelo Estado”.

Volta às aulas em números

Os objetivos da reforma educacional socialista, promulgada na França em 8 de julho, são permitir que os alunos aprendam mais, para que todos possam ter êxito, e formar os cidadãos do futuro. A França tem neste momento 12,2 milhões de alunos, 64.300 escolas públicas e privadas e 841.700 professores. Para o novo ano letivo, o governo contratou 8.200 novos professores e assinou 28 mil contratos subvencionados de auxiliares para três tarefas básicas: ajudar os diretores, reforçar as escolas com dificuldades e melhorar a atenção aos alunos incapacitados.

Com o fim de favorecer a volta das mães ao mercado de trabalho, a escolarização é antecipada para três anos e entra em vigor a semana de quatro dias e meio no primário. A reforma eleva o número de dias de colégio, que passará dos atuais 144 por ano (o mais baixo dos 34 países da OCDE) para 180. A novidade afetará este ano um em cada quatro escolares do primeiro grau, isto é, 1,3 milhão de alunos.

O Relatório Pisa de 2009 situa a França em 21º lugar no mundo em qualidade educacional, apesar de ter um dos sistemas mais caros. O custo por aluno de primeiro grau é de 5.870 euros, contra os 11.470 euros gastos no liceu geral e tecnológico.

Miguel Mora – Le monde

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“A lista de Bergoglio. As pessoas salvas pelo Papa Francisco. As histórias nunca contadas” (prólogo de Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, Ed. Emi) é o título de uma pesquisa de Nello Scavo, jornalista do Avvenire, sobre as vicissitudes de várias pessoas – dissidentes, sindicalistas, sacerdotes, estudantes, intelectuais, crentes e não crentes – a quem o então Pe. Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, conseguiu salvar da perseguição militar.
 
O então provincial dos jesuítas havia construído uma rede clandestina para proteger os perseguidos (a quem oferecia uma série de conselhos sobre como despistar a polícia e a censura) e organizar as fugas ao exterior.
 
Além dos relatos em primeira pessoa dos perseguidos protegidos pelo padre que se tornaria Papa, o livro, que será lançado em 1º de outubro na Itália, contém depoimentos e documentos inéditos, entre eles a transcrição do interrogatório ao então cardeal Bergoglio, realizado em 2010, em qualidade de pessoa informada dos fatos, sobre a violação dos direitos humanos durante a ditadura. Emerge com força a integridade moral, a coerência, a coragem (muitas vezes colocando a própria vida em risco) do jesuíta que um dia seria o Papa Francisco.
 
Jesuíta com pouco mais de 80 anos, Juan Manuel Scannone é o representante máximo da que desde os anos 80 seria definida como “teologia do povo”. Hoje, Scannone é diretor do Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Teologia e Filosofia San Miguel, a mesma da qual Bergoglio foi reitor entre 1980 e 1986.
 
“Agora que o meu amigo Jorge é ‘Papa Francisco’, posso contar que é verdade, sim: ele me protegeu, me salvou. E fez isso em várias circunstâncias.” A ditadura concebia a teologia do povo como uma ameaça, apesar de sua diversidade substancial dos chamados teólogos marxistas.
 
Sem distinções, foram perseguidos e torturados religiosos, leigos, catequistas, freiras comprometidas nas “vilas da miséria”. Para os militares, falar de opção preferencial pelos pobres se traduzia em comunismo.
 
“Uma vez, chegaram à noite. Derrubaram o portão e cercaram o edifício. Ainda lembro do som dos seus passos nos corredores. Estava escuro e não consegui ver quantos eram. Eu estava com muito medo. Senti-me no ponto de mira. ‘Vieram me buscar’, pensei.”
 
Por que precisamente o senhor?
 
Eles me consideravam como uma ameaça para o regime. Bergoglio me convenceu de que eu corria perigo. Naquela época, ainda tendo posicionamentos teologicamente diferentes (ainda que não tão distantes, eu acho), ele nunca quis que eu fosse silenciado. Nem sequer quando alguns bispos intervieram, dizendo-me que minha postura era incômoda.
 
Como Bergoglio reagiu à inspeção?
 
Ele nos motivou, tranquilizou todos e intimou os militares a sair por onde tinham entrado. Havia entre nós alguns jovens que tinham se apresentado onde estava o provincial como estudantes em retiro espiritual. Na verdade, foram necessários muitos anos para conhecermos toda a verdade sobre as ações de salvamento do Pe. Jorge.
 
Como o futuro Papa o protegeu dos militares?
 
Não foram anos fáceis. O Pe. Jorge cuidou de nós como era, por outro lado, seu dever. Hoje, as coisas podem ser vistas e julgadas com outros olhos, mas, naquela época, Bergoglio fez o que, em sua posição, deveria fazer.
 
Ele estava em constante contato com o padre geral, que estava a par do que acontecia, e nos dava conselhos sobre como evitar o controle imediato do regime, mas sem jamais renunciar às nossas ideias.
 
Até o ponto de proporcionar uma série de sugestões para não acabar “absorvido” em um campo de concentração?
 
O primeiro dos conselhos foi nunca enviar meus artigos e ensaios por meio da agência postal de San Miguel, e menos ainda de Buenos Aires. Ele suspeitava que toda a correspondência era controlada, bem como as conversas telefônicas.
 
Além disso, quando eu visitava os bairros aos quais atendia pastoralmente, o superior provincial me aconselhou que nunca fosse sozinho, e não somente por motivos de segurança. Assim, se viessem me prender, haveria testemunhas. Esta era uma das formas que Bergoglio nos sugeria para evitar desaparecer, engolidos no mais completo silêncio.
 
O padre provincial nunca disse aos professores e alunos do colégio qual era a verdadeira condição dos jovens perseguidos que foram acolhidos em San Miguel?
 
Bergoglio dizia que os jovens que vinham para o colégio estavam em fase de discernimento vocacional, ou que precisavam de ajuda nos estudos. Por isso, achávamos que era uma ajuda espiritual. Nunca suspeitamos de operações “clandestinas”.
 
O Pe. Jorge não manteve o silêncio só naquela época, senão que nunca quis se gabar desta sua missão particular. Ele trabalhou não somente para proteger, tutelar e salvar padres jesuítas e seminaristas, mas também para esconder jovens estudantes que eram alvo da ditadura: eles eram levados ao nosso colégio, com toda a cautela necessária, com o objetivo de estar a salvo dos sequestros da polícia.
 
Eram anos de medo…
 
O Pe. Bergoglio não podia correr riscos. Se um dos jesuítas do colégio tivesse sido sequestrado, quem garantiria que o azarado não seria submetido a torturas para revelar esta atividade secreta? Se os assassinos de Videla descobrissem atividades contrárias ao “processo de reorganização nacional”, certamente haveria consequências que só hoje podemos imaginar.
 
Finalmente, o caso Yorio e Jalics, os dois jesuítas sequestrados, torturados e libertados depois de quase seis meses…
 
O Pe. Jalics desmentiu qualquer envolvimento de Bergoglio. Pessoalmente, eu tinha certeza há anos, pois Bergoglio morava na nossa casa de San Miguel precisamente quando os dois padres desapareceram; ele me contava o que fazia e as informações que coletava para descobrir quem poderia tê-los sequestrado e onde estavam presos. Sou testemunha da preocupação e do compromisso do padre provincial para devolver a liberdade a ambos.
 
Bergoglio obteve informações precisas?
 
Sim, e deixou os generais com a corda no pescoço. No final, os dois padres foram libertados, mas não conseguiam dar informações precisas sobre quem os havia retido e torturado. Durante todo o período de detenção, ambos permaneceram sempre encapuzados e, antes de ser libertados, foram drogados.
 
É preciso reconhecer também que, com a ajuda do padre provincial, ambos conseguiram encontrar refúgio no exterior, para não voltar a um novo e mais dramático “desaparecimento”.

Fonte: Aleteia

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Uma das acusações costumeiras que costumam ser feitas à Igreja: Ela teria, segundo seus detratores, apoiado o sistema escravocrata, especialmente o ocorrido na África entre os séculos 16 e 19. Mas a verdade é exatamente o contrário disso.

O Cristianismo herdou do Antigo Testamento prescrições atenuantes no que dizia respeito à escravidão. Com a ascensão social e política da Igreja na Idade Média, a pressão a favor dos pobres, das mulheres e dos escravos tornou-se maior. Por exemplo, uma lei do século 6.º (sob influência da Igreja) afirmava que nenhum escravo poderia ser preso caso estivesse em um altar católico. Na Alta Idade Média (séculos 5.º ao 10.º), o catolicismo pressionou as sociedades cristãs a considerarem a escravidão algo ultrajante aos seres humanos, já que, pela fé em Jesus Cristo, todos são filhos de Deus.

Apesar disso, a escravidão só lentamente diminuiu – para dar lugar, pouco a pouco, à servidão, na qual a dignidade humana estava muito acima da escravidão. O escravo era uma coisa que falava; já o servo tinha muitos deveres, mas também direitos (como, por exemplo, a inalienabilidade da terra). Mas, mesmo com a pregação regular da Igreja, na Europa medieval a escravidão continuou tão comum que teve de ser reiteradamente negada pela Igreja, como nos concílios de Koblenz (922) e Londres (1022), e no Conselho de Armagh (na Irlanda, em 1171).

O antigo código civil romano, reorganizado nos anos 529-534 pelo imperador bizantino Justiniano I, regulamentava a escravidão. Segundo ele, embora o estado natural da humanidade fosse a liberdade, os direitos dos povos poderiam, no entanto, substituir a lei natural e escravizar pessoas. Mas, com a ascensão do Cristianismo, o Direito também se cristianizou. Os advogados medievais, a partir do século 11, chegaram à conclusão de que a escravidão era contrária ao espírito cristão. Em contrapartida, por exemplo, foi o Islã que difundiu largamente a escravidão, como atesta Fernand Braudel. Muitos séculos antes da chegada dos brancos europeus à África, tribos, reinos e impérios negros africanos praticavam largamente o escravismo. Os escravos negros eram trazidos aos europeus no século 16 pelos próprios africanos, que tinham grandes mercados espalhados pelo interior do continente.

Entrementes, a Igreja Católica, reiteradamente, condenava a escravidão.

Há inúmeras bulas papais a respeito:

Na Sicut Dudum (1435), Eugênio IV mandou libertar os escravos das Ilhas Canárias; em 1462;

Pio II instruiu os bispos a pregarem contra o tratamento de escravos negros etíopes, e condenou a escravidão como um tremendo crime; Paulo III, na bula Sublimus Dei (1537), recordou aos cristãos que os índios são livres por natureza (ao contrário dos negros, que praticavam a escravidão);

Em 1571, o dominicano Tomás de Mercado declarou desumana e ilícita a escravidão; Gregório XIV (na Cum Sicuti, de 1591) e Urbano VIII (na Commissum nobis, de 1639) condenaram a escravidão. Devemos estudar o passado, não inventá-lo.

Autor:Ricardo da Costa, medievalista, é professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).