Nos EUA, um número cada vez maior de pessoas aposta que sim. Elas integram um movimento que usa a fé para estimular os exercícios físicos. Há academias, igrejas e personal trainners que oferecem treinos nos quais a religião é a grande motivadora para definir músculos ou perder peso.

Neste mercado, há estrelas como a pioneira Donna Joyner. Ela lançou uma aula em DVD na qual aparecem alunos e um coro gospel. Todos fazem exercícios e louvações a Deus. Outro representante do movimento é Paul Eugene, do Gospel Dance Aerobics. “Uso a religião para inspirar as pessoas a continuar a prática”, disse à ISTO É.

A fé também é lembrada na hora de resistir às tentações. “Ensinamos aos indivíduos que se voltem para Deus quando sentirem desejo de comer por gula”, disse à ISTO É Gwen Shamblin, do Weigh Down Ministries, empresa que cria programas para serem usados em igrejas.

As aulas são parecidas com as de qualquer academia. De diferente estão as referências e os apelos pela ajuda divina e a presença de símbolos, como a cruz.

Fundada há um ano, a empresa ChurchFitness, aliás, especializou-se em construir academias dentro das igrejas, usando esses símbolos em meio a aparelhos de musculação e esteiras. Já foram 15 projetos até agora. “As igrejas estão cada vez mais envolvidas no fitness. Ele é um instrumento para manter as pessoas da comunidade conectadas”, disse à ISTO É Rob Killen, da Churchfitness.

Por enquanto, são poucos os estudos que avaliam a eficácia da estratégia. Um deles foi feito por Kenrik Duru, da Universidade da Califórnia. Durante oito semanas, ele acompanhou 62 mulheres religiosas (de religiões distintas). Elas haviam sido divididas em dois grupos. Ambos se exercitavam por 45 minutos. Mas o primeiro também ouvia trechos da “Bíblia” alusivos à força e ao poder divino. As outras escutavam temas não religiosos. Ao final, as que receberam as mensagens bíblicas deram cerca de 78% mais passos por semana. “Uma das razões é que elas passaram a andar em grupo, contando com suporte social de apoio”, explicou Duru à ISTOÉ.

Deus e os exercícios ChurchFitness: Fiéis utilizam a crença para ajudar na prática da atividade física

Fonte: Isto É

Enquete intitulada Jovens sem Igreja na Cidade do México mostrou que 62% do universo pesquisado na capital do país afirmaram que não seguem igrejas, que acreditam em Deus, mas não nas hierarquias eclesiásticas.

A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).

A pesquisa é da agência de análise católica Adoremuslabs, que ouviu pessoas de 900 paróquias, embora apenas um terço delas tenha grupos de jovens constituídos, com uma média de 15 participantes.

A agência constatou que a Igreja Católica não conta mais com jovens, de modo especial a arquidiocese da capital. Um terço da população mexicana é de jovens, dos 18 a 35 anos, o que corresponde a 3 milhões de habitantes.

Dos jovens que disseram não praticar o catolicismo, 30% procedem de colégios ou universidades católicas; 60% assistiam a missa, mas por volta dos 22 anos de idade, em média, deixaram de fazê-lo. Apenas 10 % dos que não praticam a fé consideram o catolicismo como Igreja universal.

Adoremuslabs ouviu 1.084 mil jovens que não freqüentam qualquer grupo religioso. Daquele total, 43% disseram que tinham certa espiritualidade e 31% que cultivavam tanto o lado espiritual como o religioso, mas não assistiam, de maneira regular, a nenhuma igrejas ou outra instituição.

A pesquisa identificou que 40% dos jovens ouvidos não se identificam com a religião católica, 16% integram um clube ou organização que traz os mesmos benefícios que participar de congregação e 9% se consideram ateus, humanistas ou realistas, segundo as respostas.

Quatro de cada cinco pesquisados entendem que existe um ser superior e três de cada quatro proclamam a existência de Deus, presente em suas existências humanas através de experiências pessoais.


“Os monges de Tibhirine despertam e comovem, porque, no seu testemunho, Deus se expõe, por assim dizer, ao risco da liberdade do homem.”

A opinião é do cardeal italiano Angelo Scola, patriarca de Veneza, na Itália, em artigo para o jornal La Stampa:

” Uma resposta para quem se pergunta se o desejo de Deus ainda está presente no nosso tempo. Se é razoável para um homem do Terceiro Milênio crer em Deus, reconhecê-lo como familiar. A estreia do filme sobre os monges de Tibhirine, que está chamando muita atenção em todo o mundo, parece-me refletir o desejo ardente do coração de mulheres e de homens de todas as latitudes de encontrar o rosto de Deus. Portanto, da necessidade viva em todos nós de testemunhas autênticas, que nos ajudem a manter alto o olhar.

O testemunho autêntico, de fato, não é redutível a “dar o bom exemplo”. Ele brilha em toda a sua integridade como método de conhecimento prático da realidade e de comunicação da verdade. É um valor primário com relação a todas as outras formas de conhecimento e de comunicação: científica, filosófica, teológica, artística etc.

Um exemplo luminoso desse método é oferecido justamente pelas palavras do testamento espiritual dopadre Christian de Chargé, prior do mosteiro trapista de Notre-Dame de Atlas, em Tibhirine, Argélia, escrito por ele três anos antes de ser trucidado com os seus monges:

“Chegado o momento, gostaria de poder ter aquele instante de lucidez que me permitisse pedir o perdão de Deus e o dos homens, meus irmãos, perdoando com todo o coração, no mesmo momento, quem tivesse me atingido… Não vejo, de fato, como poderia me alegrar com o fato de que esse povo que eu amo fosse acusado pelo meu assassinato. Dever aquilo que seria chamada, talvez, de “a graça do martírio” a um argelino, qualquer que seja, principalmente se ele dissesse estar agindo em fidelidade àquilo que ele crê ser o Islã, seria pagar um preço muito alto. No fim das contas, eu teria sido liberto da curiosidade mais lancinante que levo dentro: afundar o meu olhar no do Pai para ver os seus filhos do Islã como ele os vê: todos iluminados pela glória de Cristo, também eles fruto da sua paixão, investidos do dom do Espírito, cuja alegria secreta será de restabelecer a comunhão e a semelhança, brincando com as diferenças. Desta minha vida perdida, totalmente minha e totalmente deles, eu agradeço a Deus que parece que a quis toda inteira, justamente por essa alegria, contrariamente a tudo e apesar de tudo. E também tu, amigo do último instante, que não saberás aquilo que estarás fazendo, sim, também por ti quero eu dizer esse obrigado, e esse a-Deus, em cujo rosto eu te contemplo. E que nos seja dado encontrarmo-nos de novo, ladrões cheios de alegria, no paraíso, se aprouver a Deus, Pai nosso, Pai de nós dois”.

Nessa que é uma das páginas mais belas jamais escritas no século XIX se compreende em plenitude como, no martírio cristão, a narração que Deus faz de si e a que permite que nós façamos sobre Ele e em Seu nome encontram uma manifestação completa.

O martírio, graça que Deus concede aos inermes e que ninguém pode pretender, é um gesto insuperável de unidade e de misericórdia. É a derrota de todo eclipse de Deus, é o Seu retorno em plenitude por meio da oferta da vida por parte dos Seus filhos. Uma entrega de si que vence o mal, até aquele “injustificável”, porque reconstrói a unidade, mesmo com aquele que mata.

Como Jesus assume o nosso mal sobre Si, perdoando-nos antecipadamente, assim o mártir, como o Padre Christian, abraça antecipadamente o seu carnífice em nome do dom de amor de Deus mesmo, por todos reconhecível pelo menos como absoluto transcendente.

Só o testemunho digno de fé com-move a liberdade do outro e o convida com força à decisão. Como nos lembrou eficazmente Bento XVI, tornamo-nos testemunhas quando, “por meio das nossas ações, palavras e modo de ser, um Outro aparece e se comunica”.

Os monges de Tibhirine despertam e comovem, porque, no seu testemunho, Deus se expõe, por assim dizer, ao risco da liberdade do homem.

Foto ilustrativa da revista The Economist
Foto ilustrativa da revista "The Economist"

A revista inglesa The Economist dividiu os seus leitores com a pergunta do nosso tempo: a religião é uma “força para o bem”? Só 25% manifestou confiança na fé. Para 75%, a religião não contribui para o bem da humanidade.

A reportagem é de Marco Ventura, publicada no jornal Corriere della Sera, 18-10-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Na Economist, estão bem conscientes de que, na religião, bem e mal estão indissoluvelmente entrelaçados. Mas querem levar os leitores a uma posição extrema. “Você acha que a fé é perigosa, inspirando um dogmatismo feroz do qual derivam conflitos, intolerância e barbárie? Ou a fé é positiva, estimulando as pessoas a viverem uma existência moral, virtuosa e rica?”.

Ambas as coisas são verdadeiras, mas o que você pensa, no fim das contas? De que lado você está? Acredita mais no bem de fiéis crentes como Madre Teresae Desmond Tutu, ou no mal de fiéis crentes como Bin Laden, Milosevic e Pinochet?

Mark Oppenheimer, editorialista do New York Times, se assumiu como padrinho dos pró-religião em nomes de três ideias. Primeiro: a religião educa para a ritualidade; segundo, a religião organiza a busca de um sentido, de uma ética, de um bem comum; terceiro, “religion is fun”, a religião é divertida.

O escritor Sam Harris representou os antirreligião em nome do absurdo da fé. Quem crê no que é falso não pode fazer o bem daquilo que é verdadeiro: “A religião dá às pessoas más razões para fazer o bem, enquanto razões melhores estariam ao alcance da mão”. Ele venceu, 75 a 25.

A sociedade secularizada cultiva bens híbridos, identidades confusas. Somos um pouco tudo junto. Incrédulos e crentes. Amigos e inimigos da fé. Por isso, somos tentados a encontrar clareza em uma escolha de campos, crentes aqui e não crentes lá, que apague a confusão e divida o mundo em branco e preto. É essa a provocação da Economist.

Acreditamos de verdade que basta pertencer ao campo dos crentes ou dos não crentes para sermos melhores? Acreditamos de verdade que a fé ou a não fé nos destinam a priori ao bem ou ao mal? Na realidade, não sabemos e não podemos saber disso.


Greg Hall e sua esposa Angelica

ACI

Greg Hall é o dono da empresa Drillers Supply International, responsável pela perfuração que permitiu o resgate dos 33 mineiros soterrados em uma jazida chilena. Este engenheiro norte-americano, que se confessa um devoto católico, assegura que a fé para superar os obstáculos e a oração cotidiana foram as chaves do êxito de sua missão.

Hall, que no dia 12 de fevereiro será ordenado diácono permanente, expressou sua emoção à cadeia Fox. “Foi um árduo trabalho mas vale a pena porque agora estes 33 mineiros podem se reunir com suas famílias. É impressionante ver como no lugar onde passei tanto tempo e pus tanto esforço estes mineiros estão saindo, é um sentimento maravilhoso”, indicou.

A empresa de Hall opera no Chile há mais de 20 anos e se especializa em perfurações em rocha sólida. O Ministério de Mineração do Chile a escolheu para perfurar o túnel de 622 metros pelo qual saíram os mineiros como parte do chamado “Plano B”.

O engenheiro explicou que buscou manter-se à margem dos mineiros de maneira afetiva para não perder a concentração em uma tarefa tão complicada, mas sempre recebeu o agradecimento dos familiares no acampamento Esperanza.

Sua esposa Angélica comentou que sentiram o “peso do mundo” sobre seus ombros quando souberam que sua empresa seria a encarregada da tarefa. “Tudo o que sabiam sobre estes procedimentos teve que ser mudado porque era a primeira vez que perfuravam para resgatar vidas humanas. A perfuração tinha que ser muito precisa, muito cuidadosa para que não se originasse um desmoronamento. Foi muito tenso”, indicou.

“Mas também foi tudo muito emotivo, envolveu muita oração, muitas capacidades, muito planejamento e preparação, para fazer as coisas o mais perfeito possível”, acrescentou.

Hall conserva como lembrança de sua missão uma carta em que os mineiros “basicamente me dizem obrigado pelo Plano B. Obrigado por não desfalecer. É algo que vou entesourar por sempre”.

O engenheiro explica que não foi este trabalho aquilo que o ajudou a crescer na fé, mas foi a fé que o sustentou durante este processo que considera “de longe, a tarefa mais difícil tecnicamente para uma perfuração. Esses momentos nos que tudo parecia não dar certo eram momentos para a oração”.

Wolfgang Amadeus Mozart ensina com sua obra musical que a morte é “como uma chave para atravessar a porta para a felicidade”, explicou Bento XVI, ao participar de um concerto em que se interpretou o Requiem do “sumo músico” de Salzburgo.

O pontífice, confessando que desde a infância sua vida está ligada de maneira particular à música de Mozart, explicou como para o compositor a morte não é algo que provoca medo, mas uma certeza “consoladora”.

O Papa tomou a palavra ao final do concerto em que a Orquestra de Pádua e de Vêneto e o coro “Academia da voz”, de Turim, interpretaram a Missa de Requiem em ré menor K 626, no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, como homenagem da Academia Pontifícia das Ciências ao pontífice.

Falando do compositor austríaco, o Papa confessou: “cada vez que escuto sua música, não posso deixar de voltar com a memória à minha igreja paroquial, onde quando era pequeno, nos dias de festa, ressoava uma de suas ‘missas’: no coração sentia que me alcançava um raio da beleza do Céu, e esta sensação eu continuo a experimentar também hoje, toda vez que escuto esta grande meditação, dramática e serena, sobre a morte”.

“Em Mozart, tudo está em perfeita harmonia, cada nota, cada frase musical; é assim e não poderia ser de outra maneira; inclusive os opostos ficam reconciliados, é a mozart’sche Heiterkeit, a ‘serenidade mozartiana’ que tudo envolve, a cada momento”.

“É um dom da Graça de Deus – disse o Papa –, mas é também o fruto da fé viva de Mozart que, especialmente na música sacra, consegue refletir a resposta luminosa do Amor divino, que dá esperança, inclusive quando a vida humana é lacerada pelo sofrimento e a morte”.

O Papa citou a última carta que Mozart escreveu a seu pai, Leopold, datada de 4 de abril de 1787, em que dizia: “desde algum tempo, alcancei tanta familiaridade com esta amiga sincera e sumamente querida do homem [a morte], que sua imagem já não só não tem nada de aterrador, mas que me parece inclusive muito tranquilizante e consoladora! E dou graças a Deus por me ter concedido a sorte de ter a oportunidade de reconhecer nela a chave de nossa felicidade”.

“Não me deito nunca sem pensar que no dia seguinte talvez já não estarei – acrescentava o grande músico –. E, no entanto, ninguém que me conhece poderá dizer que eu seja triste ou de mau humor. E por esta sorte, dou graças todo dia ao meu Criador e a desejo de todo coração a cada um de meus semelhantes.”

Neste escrito, o Papa percebe “uma fé profunda e simples, que aparece também na grande oração do Requiem, e nos leva, ao mesmo tempo, a amar intensamente as vicissitudes da vida terrena como dons de Deus e a nos elevarmos acima delas, contemplando serenamente a morte como uma chave para atravessar a porta para a felicidade”.

Por isso, concluiu o pontífice, “o Requiem de Mozart é uma elevada expressão de fé, que reconhece o caráter trágico da existência humana e que não oculta seus aspectos dramáticos, e por este motivo é uma expressão de fé propriamente cristã, consciente de que toda a vida do homem está iluminada pelo amor de Deus”.

Agência Efe

O arcebispo de Canterbury,Rowan Williams, e outros líderes religiosos britânicos criticaram o astrofísico Stephen Hawking  por descartar Deus como criador do Universo em um livro que será publicado proximamente.

“Crer em Deus não consiste em tapar um buraco e explicar como as coisas se relacionam entre si no Universo, mas é a crença de que há um agente inteligente e vivo de cuja atividade depende em última instância tudo o que existe”, declarou o líder anglicano ao jornal The Times.

A física por si só não resolverá a questão de por que existe algo em vez de nada”, acrescentou Williams.

O rabino-chefe, Jonathan Sacks, assinala em um artigo publicado nesta quinta-feira pelo mesmo jornal que “a ciência trata de explicar e a religião, de interpretar. À Bíblia simplesmente não interessa como o Universo foi criado”.

“A ciência desarticula as coisas para ver como funcionam. A religião as junta para ver o que significam. São duas empresas intelectuais diferentes. Ocupam inclusive diferentes hemisférios do cérebro”, assinala Sacks.

O arcebispo de Westminster e primaz da Igreja católica da Inglaterra e Gales,Vincent Nichols, disse subscrever totalmente as palavras do rabino-chefe sobre a relação entre religião e ciência.

Também o presidente do Conselho Islâmico da Grã-Bretanha, Ibrahim Mogra, atacou as teses de Hawking e disse que “se alguém olha para o Universo, vê que tudo aponta para a existência de um criador que deu origem a ele”.

Em seu livro, The Grand Design, do qual The Times adiantou nesta quinta-feira alguns estratos, Hawking afirma que as novas teorias científicas tornam o papel de um criador do Universo redundante.

O Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo, foi consequência inevitável das leis da física, argumenta o cientista britânico, que escreveu o livro em parceria com o físico norte-americano Leonard Mlodinow.

Segundo Hawking, o primeiro golpe desferido contra a teoria sobre a intervenção de Deus na criação do Universo foi a observação, em 1992, de um planeta que girava na órbita de uma estrela diferente do nosso Sol.

Na opinião do conhecido astrofísico, é provável que existam não apenas outros planetas, mas também outros universos, e se a intenção de Deus era simplesmente criar o homem, esses outros universos seriam perfeitamente redundantes.

Para Dawking, a teoria-M, proposição que unifica as diferentes teoria das supercordas, é a teoria unificada com que Einstein sonhava, capaz de reconciliar a teoria quântica, que dá conta do mundo subatômico, com a da gravidade, que explica a interação dos objetos em escala cósmica.

O biólogo e ateu militante Richard Dawkins , autor do livro Deus, um delírio, declarou ao The Times que “o darwinismo expulsou Deus da biologia, mas na física persistiu a incerteza. Agora, no entanto, Hawking lhe desferiu o golpe de misericórdia”.

Ao contrário, para ao astrofísico e teólogo David Wilkinson, “o Deus em que os cristãos crêem é um Deus intimamente envolvido em todo o momento da história do universo e não apenas em seu começo”.

O presidente da Sociedade Internacional da Ciência e da Religião, George Ellis, por sua vez, rechaça o argumento exposto por Hawking em seu livro no sentido de que a filosofia já não faz sentido ao ter sido suplantada pela ciência.

“A filosofia não está morta. Todo ponto de vista está imbuído de filosofia. Por que a própria ciência vale a pena? A resposta é filosófica e emocional. A ciência não pode responder à pergunta sobre si mesma”, explica Ellis.

Veja Essa Notícia:

Corriere della Sera,

O filósofo católico Giovanni Reale não consegue esconder um sorriso diante dos argumentos de Stephen Hawking sobre a ausência de um Deus criador no universo, ou melhor, sobre o fato de que “o universo pode ter necessidade dele”. “É um erro típico de certos cientistas – declara – julgar o universo infinito segundo categorias finitas, sem se dar conta da enorme desproporção que deriva disso”.

Mas é principalmente lá onde Hawking avança mais longe, defendendo que a enorme variedade do “multiverso” provaria a inexistência de Deus, que causa nele uma iluminação (ou, se preferirmos, uma fantasia metafísica sobre o além).

“Portanto – afirma Reale – Stephen Hawking insiste muito sobre a presença de outros sistemas solares semelhantes ao nosso, com outros sóis e planetas, e acrescenta que, desde 1992, quando foi descoberto o primeiro planeta efetivamente orbitante em torno de sua estrela, se desferiu um golpe contra a teoria da criação. E depois, segundo ele, a quase certeza de outros universos tão complexos quanto o nosso e de outras possíveis formas de vida em espaços imprecisos demonstrariam que Deus não existe, porque, senão, teria desperdiçado tempo, espaço e matéria de valor nenhum para as criaturas humanas terrestres. A ele eu respondo: gosto de pensar que os outros universos, e talvez alguns outros sistemas celestes, podem ter sido criados para hospedar a todos nós, quando venha o dia da ressurreição. E por que não? Esses poderiam ser os lugares que nos foram reservados, em um novo Éden”.

Os peritos que participam em Lima, no Peru, do II Congresso Internacional sobre o Santo Sudário defenderam a autenticidade da relíquia a partir de rigorosos estudos que indicam que o corpo coberto com este tecido corresponde ao de Jesus de Nazaré.

Os estudos realizados por peritos do Centro Internacional de Sindonologia de Turim, na Itália, precisam que existe só uma probabilidade entre mil de que o corpo humano que foi talher pela Síndone seja de uma pessoa distinta ao Jesus.

Conforme recolhe a agência Andina, Bruno Barberis, diretor do centro, explicou que investigadores de todo o mundo confirmam cada vez mais indícios sobre a autenticidade do Santo Sudário.

“Só nos falta resolver como se formou a imagem do corpo de Jesus Cristo no tecido de linho, se tivermos em conta que as marcas não são de sangue, mas de uma descoloração do tecido produto da oxidação natural”, assinalou e esclareceu que os traços impressos no tecido não puderam ser gerados pela putrefação dos restos humanos porque o corpo de Jesus esteve envolto por um tempo não superior a 36 horas.

“Não sabemos se foi um processo físico, químico ou de outra classe. Temos que resolver esta dúvida”, disse Barberis durante sua participação no congresso organizado pelo Centro de Estudos Católicos de Lima e a associação Ação Universitária na Universidade de Lima, onde permanece uma exposição da réplica digital do Santo Sudário de Turim.

O investigador italiano considerou que a análise realizada com carbono 14 para determinar a antigüidade do manto em 1988, cujo resultado foi que a peça data de um período compreendido entre os anos 1260 e 1390 apresenta uma série de irregularidades já que as queimaduras que sofreu o Santo Sudário em um incêndio produzido em 1534 puderam alterar sua composição e “rejuvenescer” a malha.

“A amostra foi extraída de um extremo altamente poluído com pó e pólen. Além disso, este setor não era o mais significativo de todo o manto. Deveriam ter tomado mais amostras de outros setores”, afirmou Barberis.

Nesse sentido, o especialista considerou que enquanto se desconheça o modo de formação da imagem de Jesus Cristo crucificado, não será possível admitir a prova do carbono 14 como uma análise válida para o Santo Sudário.

O investigador e teólogo peruano Rafael de La Piedra, explicou que os traços e as características humanas impressas no tecido de linho foram descobertos nos negativos de uma fotografia tomada do manto em 1898. Em meados do século passado, um investigador observou umas letras nestas fotografias que pertenciam a umas moedas do século I.

O Santo Sudário se encontra atualmente em uma urna especial na Catedral de Turim, Itália. Na exposição da Universidade de Lima pode apreciar uma réplica a tamanho real até o dia 30 de setembro.

Para mais informações (em espanhol) visite a web do evento em: www.sabanasanta.info

Padre Elílio de Faria Matos Júnior

Richard Dawkins, biólogo inglês, é hoje um dos grandes nomes do ateísmo militante. Sua defesa do ateísmo pretende ter por fundamento sobretudo as ciências naturais, notadamente a biologia. Sustenta, em linhas gerais, que o mundo, tal como as ciências naturais o consideram, basta-se a si mesmo, e tudo o que nele há de diversificado e maravilhoso é resultado do dinamismo do próprio mundo posto em movimento. Entretanto, cabe uma pergunta: será possível abraçar a doutrina atéia a partir das ciências naturais?

Para ser direto, devo dizer: as ciências naturais, de si, não nos permitem nem afirmar nem negar a existência de Deus. Sim, essas ciências têm uma metodologia e estatuto próprios que lhes dão competência em uma área determinada da realidade, mas que também lhe tiram a competência para outras dimensões do saber. Elas podem alcançar certa dimensão da realidade, mas não a realidade toda.

As ciências que têm por objeto a realidade como um todo são a filosofia e a teologia; esta baseada na fé na Revelação divina, e aquela na aplicação dos princípios racionais. Ora, a questão da existência de Deus diz respeito ao todo da realidade. O que é o real? É só a matéria? O que é a matéria? Para além da matéria existe algo? Só quem tem uma visão do todo pode dizer se Deus existe ou não. Essa tarefa, portanto, se é possível executá-la, cabe à filosofia ou à teologia, únicas ciências que pretendem encarar a realidade como um todo.

As diversas ciências naturais, inclusive a biologia, ciência na qual Dawkins é versado, estão restritas ao mundo material, que é o seu pressuposto inquestionável, sem perguntar se para além desse mundo existe um outro, de natureza diversa. Essas ciências, uma vez admitido como pressuposto óbvio o mundo material, querem saber como esse mundo se comporta, como os diversos fenômenos naturais podem ser explicados, quais as relações entre causa e efeito, etc. Mas tudo restrito ao âmbito desse mesmo mundo.

Sendo assim, todas as vezes que um cientista natural – físico, biólogo, etc – levanta uma questão sobre Deus, sobre o princípio radical do mundo (se é eterno ou não), ou sobre se este mundo visível é o único existente, ou ainda sobre se há ou não um sentido para as coisas e a vida humana; quando, pois, levanta questões assim, o cientista, na verdade, extrapola o âmbito da sua ciência natural e passa a colocar questões filosóficas ou teológicas. Ele, então, já não fala em nome da sua ciência natural. Passa a falar como filósofo ou teólogo sem, às vezes, ter adquirido competência para tal.

Ao descrever os fenômenos da natureza, suas causas e relações mútuas, as ciências naturais não pretendem tirar o véu do sentido radical do mundo. A descrição que fazem pode ser compatível com diversas cosmovisões. No âmbito dessas ciências, se se quer respeitar seu estatuto epistemológico próprio, não se pode decidir pelo teísmo, deísmo, agnosticismo ou ateísmo. É preciso lançar mão de um outro nível de conhecimento, uma visão filosófica ou teológica, para alcançar a decisão sobre o sentido da realidade como um todo.

As ciências naturais podem até apresentar indícios de que o mundo é fruto de uma Inteligência ordenadora e um Poder criador e conservador superior, mas, por si mesmas, nunca poderão dar o veredicto final sobre a existência ou não dessa Inteligência ou Poder. Ou podem insinuar que o mundo se baste a si mesmo e que, malgrado a ordem e as maravilhas que podem ser percebidas na natureza, a origem das diversas coisas e das diversas espécies vivas tenham sua razão de ser no próprio interior do mundo, cujo dinamismo, através do acaso e da necessidade, é o “relojoeiro cego” (Dawkins) que fabrica “relógios” maravilhosos. Mas, repito, não podem decidir, por si mesmas, se o mundo realmente se basta a si mesmo ou se a origem mundana das coisas requer ou não uma origem anterior, não mundana. Em síntese, as ciências podem explicar o como e os porquês mais imediatos dos fenômenos do mundo, mas não têm competência para responder à questão do porquê radical. Veja-se o que diz o ex-ateu Alister MacGrath, com doutorado em biofísica molecular:

“As teorias científicas não podem ser tomadas para ‘explicar o mundo’, mas apenas para explicar os fenômenos observados no mundo. Além disso, argumentam os autores, as teorias científicas não descrevem e explicam tudo sobre o mundo, e nem pretendem fazê-lo – conforme suas propostas” (McGRATH, Alister; McGRATH, Joanna. O delírio de Dawkins. Uma resposta ao fundamentalismo ateísta de Richard Dawkins. Mundo Cristão: São Paulo, 2007, p. 53).

O que Dawkins não entendeu é exatamente isso. Não compreendeu os limites próprios do discurso científico, e quis fundamentar na biologia sua tese metafísica (filosófica) ateísta. A tese metafísica de Dawkins sobre a não existência de Deus deve ser debatida no âmbito da filosofia (não digo da teologia porque Dawkins não tem fé, e a teologia a exige como pressuposto), não das ciências naturais.Ora, Dawkins, até hoje, não apresentou nenhum discurso propriamente filosófico para demonstrar que Deus não existe ou para demonstrar que a realidade visível é a única realidade. As pseudo-refutações que faz das “vias” tomistas (argumentos que pretendem demonstrar a existência do Absoluto distinto do mundo), em seu livro Deus: um delírio, mostram, a meu ver, que não compreendeu a natureza dos argumentos. Mas isso já é um outro assunto, do qual pretendo tratar aqui.

Aguardamos ainda de Dawkins, se é que isso é possível, um discurso verdadeiramente filosófico que ateste seu ateísmo. Seu discurso simplesmente não convence.

Veja essa notícia:

Cientista famoso descarta existência de Deus para explicar

origem do universo.

Em seu novo livro, o cientista britânico Stephen Hawking exclui a possibilidade de que Deus tenha criado o universo.

Da mesma maneira como o darwinismo eliminou a necessidade de uma Criador no campo da biologia, Hawking afirma que as novas teorias científicas tornam redundante o papel de um criador do universo.

O Big Bang, a grande explosão que deu origem ao universo, foi consequência inevitável das leis da física, argumenta o famoso cientista em seu livro, que teve trechos revelados hoje pelo jornal britânico The Times. Hawking volta atrás em opiniões anteriores, expressas na obra Uma Breve História do Tempo, na qual sugeria não haver incompatibilidade entre a existência de um Deus criados e a compreensão científica do universo.

“Se chegamos a descobrir uma teoria completa, seria o triunfo definitivo da razão humana, porque desvendaríamos a mente de Deus”, escreveu o astrofísico naquele livro, um best-seller do fim da década de 80.

Em seu novo livro, cujo título em inglês é The Grand Design, Hawking argumenta que a ciência moderna não deixa lugar para a existência de um Deus criador do Universo.

Segundo ele, as condições que deram à Terra o ambiente perfeito para a existência da vida humana são muito menos singulares do que se supunha.

Margarida Hulshof- Jornalista

Quando alguém se coloca esse tipo de perguntas, é porque, por trás delas, existe uma certeza: Deus existe. É, portanto, dessa certeza que devemos partir.

Desse primeiro ponto decorre outro: Deus é perfeito. Se não fosse perfeito, não seria Deus. E, se é perfeito, ele não falha. Essa é uma certeza que nos vem da fé, embora também possamos chegar a ela pela razão.

Nós, porém, somos imperfeitos, e para saber disso não precisamos da fé, pois a simples observação o comprova.

Se somos imperfeitos, isso significa que nossa capacidade de conhecimento é limitada, que muitas coisas estão além de nossa compreensão. Deus, por ser perfeito, é muito maior do que nós, e por isso não pode caber inteiramente dentro de nossa razão. Podemos conhecê-lo e compreendê-lo até certo ponto, mas não plenamente.

Por isso, não temos parâmetros suficientes para julgar corretamente os atos de Deus, assim como uma criança não tem condições de entender as atitudes de seus pais, que muitas vezes lhe parecem inadequadas. Ela só consegue avaliá-las a partir de seu próprio universo, que é muito mais limitado, e por isso precisa confiar suficientemente no amor e na sabedoria de seus pais, para seguir sua orientação mesmo sem entender. Assim somos nós em relação a Deus.

A escritora de 'Entrevista com o vampiro' Anne Rice.
A escritora de ‘Entrevista com o vampiro’ Anne Rice.
(Foto: AP)

A escritora Anne Rice, de 68 anos, anunciou em sua conta no Facebook que abandonou o cristianismo. Ela diz que se recusa a ser “antigay (…) e antifeminista” e ainda “anticontrole artificial de natalidade”.

“Em nome de (…) Cristo, eu deixo o cristianismo e de ser cristã. Amém”, completou.

O agente dela, Alfred A. Knopf, confirmou que o post foi feito por Rice.

A escritora ficou famosa como autora de “Entrevista com o vampiro” e por outros romances sobrenaturais.

Criada em uma família católica, Rice rejeitou a igreja quando era jovem, mas voltou ao catolicismo na década passada e publicou livros como “Cristo senhor – A saída para o Egito”, lançado no Brasil em 2007.

Em uma entrevista à agência Associated Press em 2008, Rice contou que sua volta à fé foi precedida de uma série de epifanias, muitas delas durante viagens pelas catedrais da Europa, Israel e Brasil.

Certa vez, quando visitou a estátua gigante de Cristo Redentor no Rio de Janeiro, ela relata que sentiu “delírio” e que as nuvens se abriram para revelar a estátua.

Na época, declarou que rompeu completamente com o ateísmo em 2002, após a morte do marido Stan Rice por um tumor cerebral e após se tornar diabética.

Ela começou a escrever livros sobre a vida de Cristo, e declarou que se objetivo era “simples”. “Quero escrever livros sobre nosso Senhor vivendo na Terra e fazê-lo real para as pessoas que não acreditem nele; ou pessoas que nunca tentaram acreditar”, explica. E reforça: “Eu tornei os vampiros em algo crível para mulheres adultas. Agora, se eu pude fazer isso, eu posso fazer nosso Senhor Jesus Cristo crível para as pessoas que nunca acreditaram. Espero e rezo [para isso].”

***

Cara Senhora, seja feliz!

Parabéns pela honestidade e coerência. É melhor não ser nada do que se dizer, sem ser.

Esperamos que a senhora possa voltar, desta vez aceitando a integridade da fé sem querer amoldá-la a seus próprios valores.

A Fé que é apenas reflexo da vontade dos homens e das mudanças culturais são vazias e deixam de fazer diferença no mundo.


Bíblia em híndi, sobretudo para os jovens

A Sagrada Escritura em língua híndi, em versão integral, está on line o novo site www.biblemitr.com, criado pela Arquidiocese de Bhopal, no Estado de Madhya Pradesh.

Conforme comunica à Fides a Igreja local, trata-se de um serviço que trará benefícios a milhões de fiéis de todo o território indiano. Junto à Bíblia poderão ser encontrados no novo site, lançado pela diocese, orações litúrgicas, leituras e reflexões teológicas em híndi.

O site web www.biblemitr.com está aos cuidados do grupo de sacerdotes, religiosos e leigos voluntários. O objetivo da iniciativa, ressalta, é contribuir na difusão da Palavra de Deus na Índia, no grande e novo areópago representado pela web.

A iniciativa é dirigida, sobretudo, aos jovens e será usada no âmbito dos programas de pastoral juvenil, visto que as jovens gerações são as mais esperadas e especializadas no uso da Internet para várias finalidades, até mesmo espirituais.

O híndi é a principal língua indiana, falada por mais de 500 milhões de pessoas.

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Papa Cria Exarcato* apostólico Sirio-Malankarese nos Estados Unidos.

* Circunscrição eclesiástica administrada por um exarca.

Gaudium Press

Os fiéis de rito sírio-malankarese nos Estados Unidos agora possuem o seu próprio exarcato apostólico. O Vaticano anunciou nesta quarta-feira, 14, a decisão do Papa Bento XVI, que nomeou como primeiro exarca no país, o reverendo Thomas Naickamparampil, até então visitador apostólico dessa Igreja no Canadá e na Europa.

A comunidade dos católicos sírio-malankarese nos Estados Unidos é de aproximadamente 6 mil fiéis, entre eles, cerca de 800 famílias presentes nos estados de Illinois, Texas, Michigan, Florida, Nova York e District of Columbia (DC). Há também fiéis que vivem na província canadense de Ontário. O comunicado emitido pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta quarta-feira observa ainda que “se estima a presença de outros 4 mil membros e 200 famílias”. Os sírios-malankarese nos Estados Unidos possuem 16 igrejas, nas quais 15 sacerdotes fazem o serviço pastoral.

Além disso, possuem também duas congregações: as Irmãs da Imitação de Cristo, nos estados de Nova York e Illinois, as Filhas de Maria, nos estados de Nova York, Pennsylvania, Califórnia e Michigan. Nas cidades de Houston, Dallas, Philadelphia e Washington está prevista abertura de outros conventos nos próximos meses.

Os sírio-malankarese são católicos da Índia, seguidores do rito fundado pelo apóstolo São Tomé no ano 52, quando o discípulo atuou como missionário na região. A Igreja Católica sírio-malankarese tem o nível de arcebispado maior.

A sede do novo exarcado nos Estados Unidos ficará em Nova York junto ao Centro Pastoral Mar Baselios. O exarcado desenvolve diversas missões de caridade, como orfanatos, hospitais, casa para os anciãos e doentes, centros de reabilitação; e de educação: seminário menor, centro pastoral e casa para os padres.

Biografia do novo exarca

Reverendo Thomas Naickamparampil nasceu em Mylapra, Índia, na arquieparquia de Trivandrum, no dia 6 de junho de 1961. Estudou Filosofia e Teologia em Jnanadeepa a Poona e em seguida obteve o doutorado em Filosofia em Roma. Foi ordenado sacerdote no dia 29 de dezembro de 1986, cobrindo funções como vice pároco e pároco em diversas comunidades, professor e decano de filosofia no Seminário Maior St. Mary’s.

Atualmente é secretário geral do arcebispado maior da Igreja sírio-malankarese, relações públicas e coordenador para o diálogo inter-religioso e secretário do Conselho Presbiterial.

Fala malayalam (um dos 22 idiomas oficias da Índia), inglês, alemão, italiano, hindu e conhece o sírio, grego e francês.

Sua filha Jenny viajou ao Vaticano em novembro passado para pedir por sua liberdade

Por Carmen Elena Villa

“O milagre foi alcançado”. Essas foram as palavras do general do Exército colombiano Luis Herlindo Mendieta, resgatado pelas forças armadas de seu país há dois dias, junto a outros três companheiros, após permanecer quase 12 anos sequestrado.

O general Mendieta, em uma entrevista à emissora Radio Caracol, nessa quarta-feira, agradeceu pela “fé de minha senhora esposa, de Jenny (sua filha) e por todas as orações da Colômbia e do mundo”. Por sua parte, sua esposa, María Teresa Mendieta, assegurou que “Deus escutou minhas orações”.

“Eu me encomendei a Deus todo este tempo e Deus me protegeu”, disse o oficial da polícia colombiana após ser libertado.

Este homem de 53 anos qualificou a experiência do sequestro como “uma solidão muito espantosa”. Ele disse que, após seu resgate, está “maravilhado e desfrutando de cada segundo”.

Junto com o general Mendieta foram resgatados o coronel Enrique Murillo, o coronel William Donato Gómez (os três da Polícia Nacional) e o sargento Arbey Delgado (do Exército). Todos estavam sequestrados há mais de 10 anos em poder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Encontro com o Papa

Jenny Mendieta, filha do general, tinha viajado a Roma no outono passado e teve um breve encontro com o Papa Bento XVI, após a audiência geral de 18 de novembro.

Esta jovem de 22 anos comentou que em seu encontro com o pontífice, ela lhe deu as mãos e pediu que rezasse pelo milagre da libertação de seu pai. O Papa respondeu: “Vai acontecer o milagre, tenha fé. Assim será”.

A filha do general Mendieta tinha participado de uma caravana denominada “Pela liberdade dos sequestrados na Colômbia”, que no ano passado percorreu de motocicleta vários países europeus, chegando a Roma para participar da audiência com o Papa.

“Saúdo cordialmente os fiéis de língua espanhola. Em particular, a Caravana pela paz e a libertação dos sequestrados”, disse então Bento XVI.

A caravana foi liderada pelo jornalista colombiano Herbin Hoyos, que teve de fugir do país por razões de segurança. Herbin, naquela ocasião também falou uns minutos com o Papa, e recorda que “ele deu muita ênfase à oração. Me tomou a mão e olhou nos olhos, como me dizendo que tivesse confiança”.

“Sequestrados, tenham fé”

Por sua parte, a ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, que esteve quase 7 anos sequestrada e foi companheira de cativeiro do general Mendieta, participou também na quarta-feira do diálogo com Radio Caracol. Ela aproveitou para agradecer ao Sagrado Coração, de que é “muito devota”, pela libertação.

“Eu sei que todos os nossos companheiros que estão na selva estão esperando também seu momento, que lhes chegue a liberdade”, disse Betancourt, que, pouco após ser libertada, reuniu-se com o Papa em Castelgandolfo.

“Devem estar com estes sentimentos encontrados, de sentir a felicidade pela liberdade de nossos quatro companheiros libertados, mas também devem sentir como essa angústia de não saber quando vai chegar a sua vez”, assegurou a cidadão colombiano-francesa que hoje reside em Paris.
“Tenham fé em que o pesadelo vai acabar logo”, falou a ex-sequestrada.