Vatican Insider

Autoridades da Índia prenderam os responsáveis por um filme cujo pôster coloca pinturas satânicas sobre a imagem de Cristo e mostra um homem apunhalando o crucificado.

Depois de vários protestos de organizações cristãs como o Catholic Secular Forum (CSF) contra o filme “Who’s there?” [Quem está lá?], o governo indiano tomou providências.

O diretor Ejaz Ahmed, o produtor Washim Sheikh e o publicitário KA Jauhar, foram presos e devem responder às acusações de “ferir os sentimentos religiosos”, “intenção maliciosa” e “insulto à crença religiosa”.

Eles violaram as normas cinematográficas do país. Depois de pagarem fiança foram soltos e aguardarão o julgamento em liberdade.  Grupos cristãos pediram ao Tribunal de Mumbai penas severas para os acusados.

O secretário-geral da organização CSF afirma que a sentença poderia ser dada imediatamente, pois o pôster publicitário do filme viola o artigo 38 do regulamento cinematográfico da Índia, sendo a Junta Central de Certificação de Cinema.

A imagem em questão é Cristo, numa cruz, sendo apunhalado por um homem que segura um cálice onde está escrito: “Desta vez o mal vai triunfar”. As primeiras imagens publicitárias e o trailer trazem mensagens como “Esperem a verdade inesperada” ou “Diremos quem Jesus Cristo realmente é”, enquanto mostram Jesus sendo golpeado por adagas e uma cruz invertida.

O líder cristão Babu Joseph classificou “Who’s there?” como “um filme que ofende a fé e os sentimentos de todos os cristãos e contribui para difundir o ódio contra nós”. Na Índia, a minoria cristã, cerca de 2%, costuma ser perseguida por extremistas hindus e muçulmanos.

Por isso, enfatizou ele, “Pedimos que este filme seja retirado dos cinemas. Existem forças na Índia que desejam criar atritos sociais agindo no campo religioso. A fé cristã é quase sempre ilustrada de modo falso e equivocado, isso a desacredita e apenas fomenta o ódio. Não está claro quem está por trás deste filme, mas sabemos que forças extremistas hindus estão espalhados na sociedade e nos meios de comunicação. Os cristãos veem na religião um fator de paz. Condenamos todo ato blasfemo, contra qualquer religião”.

Para muitos, “esta é a pior representação possível do cristianismo”. Por isso, a CSF iniciou um abaixo-assinado que já conta com mais de 2.000 assinaturas que exigem ver essa produção banida.  A história do filme de terror que estreou no mês passado em alguns cinemas da Índia é sobre um casal que é atormentado por um fantasma.

Beware of Christians (Cuidado com os cristãos), é um novo filme que traça as aventuras (e desventuras) de Alex Carroll, Matt Owen, Michael B. Allen e Will Bakke, recém-formados e amigos de longa data em Dallas, como eles atravessam 10 países europeus perguntando aos moradores e turistas  sobre a relevância da fé cristã no mundo de hoje.

Falam  sobre o materialismo nas ruas de Londres, capital financeira da Europa, as discussões sobre sexo na exuberante Barcelona, Paris, Budapeste, Roma e mais além, o filme explora o que significa ser um seguidor de Jesus agora … e que diferença isso faz.

Segundo www.bewareofchristians.com, o site do filme: “Alex, Matt, Michaele terão crescido como cristãos crentes na Bíblia que fizeram todas as coisas certas. Quando eles cresceram e ficaram mais velhos, eles perceberam que o Jesus da Bíblia não é exatamente parecido como o saudável, rico, Jesus americanos que eles foram treinados para conhecer e amar. Eles logo percebem que os seus preconceitos e lealdade às coisas mundanas determinaram a sua opinião sobre o cristianismo.

“Suas viagens características em 10 cidades europeias, incluindo Barcelona, Roma, Budapeste e Munique. Começando em Londres,  narram a partir de uma mesa redonda em um estúdio de  cidade por cidade, abordando temas como materialismo, sexualidade, álcool e entretenimento. Quando a jornada avança, eles constroem um vínculo profundo com o outro e descobrem um novo significado para as palavras, “‘confiando em Jesus.’ Até o final de suas aventura, eles realmente começam a entender a alegria e redenção que vem de desistir do mundo para seguir a Jesus. ”


Pernambuco.com

Esqueça todas as críticas anteriormente feitas à saga Crepúsculo, pois nada se compara a mais nova acusação sofrida pelo seu filme mais recente, Amanhecer. Segundo alguns espectadores, a penúltima parte da série vampiresca tem causado crises epiléticas em salas de cinema mundo afora.

Brandon Gephart, de Roseville, na Califórnia, foi levado às pressas para um hospital local depois de passar mal durante a cena em que Bella Swan (Kristen Stewart) dá à luz o filho do vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson). “Ele estava em convulsão, bufando, tentando respirar. Fiquei muito assustada”, disse sua namorada. A sessão a que Gephart assistia foi cancelada com a chegada dos paramédicos.

No estado americano de Utah, um homem não identificado também sofreu uma crise semelhante durante a mesma cena do filme. “Eu realmente não lembro o que aconteceu depois disso. Acho que apaguei. De acordo com minha esposa, eu estava tremendo e murmurando sons diferentes”, disse o homem, que não forneceu sua identidade por medo de perder o emprego.

De acordo com especialistas, a cena do parto de Bella é repleta de luzes vermelhas, brancas e pretas, que podem provocar episódios de epilepsia fotossensível. “A luz atinge o cérebro de uma só vez. O problema com os cinemas é que eles são muito escuros e a luz piscando é como uma luz estroboscópica”, disse o Dr. Michael G Chez. As informações são do jornal The Guardian.

Ao site da “CBS”, Dr. Michael G. Chez, diretor da área de neurologia pediátrica e epilepsia do centro médico de Sutter, em Sacramento, afirmou que o fato é raro, mas pode ocorrer com a exposição a luzes vermelhas em pessoas geneticamente predispostas. “O problema é que nos cinemas está tudo escuro, e as luzes que piscam são como as de um estrobo”.

Quando os tempos estão difíceis, parece que a religião volta a ficar popular. Enquanto o mundo está em turbulência, com os mercados econômicos parecendo entrar em colapso e o meio-ambiente degradado, Jesus volta a ser o centro da atenção.

O premiado ator Matthew Modine já participou de filmes de sucesso no cinema e de séries televisivas. No momento ele está envolvido nas gravações do novo filme sobre Batman. Entre uma filmagem e outra, ele produziu um curta-metragem de 15 minutos que mostra o Filho de Deus como um líder socialista, oferecendo um argumento convincente em favor dos pobres.

Modine escolheu um título polêmico: “Jesus era um comunista”. Seu filme  oferece uma discussão das mensagens do Novo Testamento no contexto da pobreza, da poluição e da agitação política.

Selecionado para participar de vários festivais de cinema em todo o mundo, a discussão que o veterano ator propõe já está chamando atenção. O movimento político direitista Tea Party tem usado a Bíblia como seu “cabo eleitoral e justificativa para mudanças na política”. Sites cristãos como o Truth Vanguard já fizeram pesadas críticas ao curta metragem.

O filme de Modine parece ter um endereço certo. Algumas semanas atrás, o movimento “Ocupar Wall Street” iniciou um debate sobre a relação entre os mais ricos e os mais pobres da sociedade. Rapidamente iniciativas similares se espalharam por vários lugares do mundo.

Vários meios de comunicação compraram a iniciativa com o início do Cristianismo, quando a igualdade entre todos os homens ajudou a desfazer a estrutura social do antigo Império Romano. Imediatamente líderes religiosos e teólogos começaram a debater o tema. Enquanto alguns apoiaram a ideia dizendo que Jesus estaria ao lado dos que ocuparam Wall Street, outros criticaram veementemente, afirmando que a revolução que Jesus queria nada tinha a ver com distribuição de renda.

Embora o filme não tenha sido exibido comercialmente, o site do filme traz a seguinte mensagem: “Sua revolução implicava em uma mudança dramática na forma como as pessoas pensavam. O pensamento progressista e liberal de Jesus se espalhou por todo o Império dominante. Sem exército e sem armas, Ele levou as pessoas a uma nova direção e uma forma mais humana de pensar, com sua filosofia de amor e perdão. Estas são as ideias defendidas neste exato momento pelos protestos em Nova York e por milhares de norte-americano através dos Estados Unidos”.

Falando sobre o curta, Modine explica: “Embora o título seja propositadamente provocativo, é importante às pessoas entenderem que o filme não é um ataque a Jesus ou à fé cristã e nem mesmo uma apologia ao comunismo. Trata-se de um filme com uma mensagem muito positiva, de responsabilidade e de esperança”.

Durante uma entrevista, no lançamento do filme semana passada, Modine foi mais longe: “O movimento Ocupar Wall Street não tem uma só voz, um líder. Essa é uma extraordinária demonstração de liberdade civil e de democracia. Mas acho que se houvesse um homem barbudo, de pés descalços falando sobre paz, liberdade, amor e virasse a mesa dos especuladores de Wall Street acabou ele seria crucificado pela mídia. O prefeito exigiria sua prisão. [Alguns meios de comunicação] iria incitar o ódio contra ele e declará-lo uma ameaça para o capitalismo”.

Vindo de uma família muito religiosa, o diretor explica porque os ensinamentos de Jesus o motivaram: “Estou preocupado com os eventos que ocorrem em todo o mundo. A população chegou aos 7 bilhões. Existe muita fome no mundo. Há escassez de água potável. A poluição ameaça o meio-ambiente. Vemos os dos resíduos nucleares. Mudanças climáticas em todo o mundo… Há tanta confusão, culpa e falta de responsabilidade no mundo de hoje. Muitas guerras e assassinatos usam como justificativa o nome de Deus. Não foi isso o que Jesus ensinou”

Confira um trailer do filme que curiosamente inicia com a declaração do teólogo brasileiro Dom Elder Câmara “Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto por que os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista”.

https://www.facebook.com/photo.php?v=10150312677396245

Mais informações sobre o filme no site www.jesuswasacommiefilm.com

Há muito tempo um filme não causava tanta polêmica. Por onde passou (ou tentou passar), “A Serbian Film: Terror sem Limites” –longa que o RioFan, festival de cinema fantástico do Rio, exibe no próximo sábado– causou um grande barulho e chocou plateias e críticos.

Sua ficha corrida fala por si: é o filme mais censurado dos últimos 16 anos no Reino Unido (só foi liberado para exibição após 49 cortes).

Na Noruega, está vetado; na Espanha, rendeu um processo ao diretor do festival que o exibiu.

Também teve problemas com a lei na Alemanha (onde o laboratório que fez as cópias as destruiu após se dar conta do conteúdo) e em seu país de origem, a Sérvia.

“Isso tudo é espantoso para mim”, diz o diretor, o estreante sérvio Srdjan Spasojevic, 35, à Folha.

“Estamos no século 21, seria de imaginar que tudo já foi dito e visto, mas de novo estamos vendo uma caça às bruxas porque alguém não gostou de um filme.”

Não que se possa culpar alguém por não gostar de “A Serbian Film”. O longa tem incesto, pedofilia, necrofilia, violência a granel (incluindo dois assassinatos em que a arma é um pênis) e, em seu momento mais polêmico e chocante, o estupro de um recém-nascido.

“Quando terminei de assistir, senti um mal-estar, fiquei pensando ‘meu Deus, o que foi isso que eu vi?’”, conta Raffaele Petrini, 26, o responsável pela distribuição do filme no Brasil.

Dono de uma microdistribuidora maranhense criada neste ano, Petrini diz que pensava em lançar o filme apenas em DVD.

As polêmicas internacionais, no entanto, o fizeram considerar uma distribuição nos cinemas –ele passou em festivais em Porto Alegre e em São Luís anteontem, e tem data de lançamento programada para 5 de agosto, apesar de ainda não ter salas previstas nem classificação do Ministério da Justiça.

“Depois dos escândalos, assisti de novo, de modo objetivo, e vi que era um filme bom, apesar das cenas de violência. Ele é bem repugnante, mas não exalta a pedofilia nem a necrofilia.”

METÁFORA

“A Serbian Film” conta a história de um astro pornô aposentado que, por uma fortuna, aceita fazer um último filme, uma obra pornográfica com pretensões artísticas. Durante as filmagens, ele é drogado e forçado a cometer atrocidades sexuais.

“A ideia básica era expressar meus sentimentos sobre minha região e o mundo em geral. Por isso, o protagonista é um ator pornô, como uma metáfora para qualquer profissão onde as pessoas são violentamente exploradas”, explica Spasojevic.

O diretor também afirma que seu filme é uma alegoria política –a história se passa na Sérvia, como o título indica, e tem referências pontuais às turbulências recentes do país.

“Era inevitável ter esses elementos no filme. Cresci num período muito turbulento da Sérvia, com várias guerras durante minha infância, bombardeios da Otan. Como artista, fui inspirado por essas coisas, e elas não me inspiram a fazer nada bonito.”

Spasojevic não convenceu seus críticos, que o acusam de querer dar um verniz respeitável a um exercício sensacionalista e depravado.

“É um pesadelo de horror pornô mal atuado e mal dirigido, que aspira a ser uma sátira do lado negro da Sérvia moderna”, escreveu Peter Bradshaw no jornal britânico “The Guardian”.

Kim Newman, crítico da revista “Empire”, foi mais ponderado. “Cabe ao público julgar se o elemento político do filme é uma justificativa espúria para um exercício cínico e chamativo de quebra de tabus –mas deve ser o público, não os censores, a tomar essa decisão.”

O filme de terror americano Paranormal Activity provocou forte reação entre pais e políticos na Itália após causar ataques de pânico em diversos espectadores.

Um porta-voz dos serviços de emergência disse à agência de notícias italiana Ansa que o caso mais sério registrado foi o de um garoto de 14 anos que chegou ao hospital “em estado de paralisia”. Ele afirmou ainda que serviços de emergência receberam dezenas de ligações, especialmente em Nápoles, “onde vários ataques de pânico duraram mais de meia hora”.

O filme teve sua estreia no fim de semana passado na Itália sem nenhuma restrição de idade. No Reino Unido, o filme só pode ser assistido por pessoas acima de 15 anos.

No Brasil, o filme recebeu o nome de Atividade Paranormal e estreou em dezembro do ano passado, e foi censurado para menores de 16 anos.

Uma associação de pais italianos pede agora que o filme passe a ser assistido apenas por maiores de 18 anos.

O ministro da cultura italiano Sandro Bondi disse estar avaliando o caso.

O diretor de Paranormal Activity, Oren Peli, filmou o longa-metragem com uma câmera de vídeo em sua própria casa com um orçamento de US$ 15 mil (cerca de R$ 30 mil).

A ficção, filmada como um documentário caseiro, mostra a vida de um jovem casal que enfrenta fenômenos paranormais em sua casa.

O filme faturou US$ 22 milhões em sua primeira semana de exibição nacional nos Estados Unidos, no fim de outubro de 2009.

Fonte: BBC Brasil / Padom

Jean-Pierre Schumacher, um dos monges sobreviventes do massacre de 1996 jamais havia falado depois da morte dos monges de Tibhirine até agora.

Aos 88 anos em um mosteiro no Marrocos, aceitou ser entrevistado.
Confira na integra a entrevista de Jean-Marie Guénois, publicada na revista Le Figaro Magazine sobre sua opinião sobre o filme homens e Deuses.

O senhor gostou do filme “Homens e deuses”?

Ele me tocou profundamente. Comoveu-me rever as coisas que vivemos juntos. Mas senti principalmente uma espécie de plenitude, nenhuma tristeza. Achei o filme muito bonito, porque a sua mensagem é realmente verdadeira, mesmo que a filmagem nem sempre corresponda exatamente com o que aconteceu. Mas isso não importa. O essencial é a mensagem. E o filme é um ícone. Um ícone diz muito mais do que se vê… É um pouco como o canto gregoriano. Quando é bem composto, o autor coloca nele uma mensagem, e quem o canta encontra nele mais ainda, porque o Espírito trabalha nele. Nesse sentido, o filme é um ícone. É verdadeiramente um êxito, uma obra-prima.

O senhor não tem nenhuma crítica a fazer?
Ouvi algumas críticas ao papel do prior, Christian de Chergé. Alguns o acharam um pouco apagado, mas eu o achei muito bom. Outros o acharam muito austero, porque jamais se vê ele sorrindo. Mas ele tem tudo a ver com o personagem que convém à grave situação que atravessamos. Admira, nesse papel, o seu modo de se pôr à escuta dos freis, particularmente nos momentos difíceis. Ele não quer impôr. Ele está à escuta. Sente-se que ele tem pleno respeito pelos freis. Vê-se o pastor e a sua preocupação de se abrir a Deus, para se deixar trabalhar por Deus e ter a reação certa perante os freis. Em todo o filme, vê-se essa abertura a Deus, ele se interroga, ele se deixa influenciar por ele. Isso é monástico!

Há alguma lacuna com relação à história real?
Não a percebi.

Mas como o senhor, como monge, vive o sucesso do filme?
Estamos contentes e maravilhados de ver um tal sucesso, mas não temos nada a ver! O fato de ser conhecido me perturba um pouco… Um monge é feito para estar escondido.

Por que no início da gravação do filme o senhor era contrário?
Não queríamos aceitar o filme, nem que ele fosse filmado no Marrocos por causa do risco de sermos suspeitos de proselitismo. Naquele momento, alguns não recebiam mais há muito tempo a permissão de estada. Devíamos ser muito prudentes, mas estávamos abandonamos à vontade do Senhor. Por isso, não fomos consultados. A equipe sabia da nossa oposição e conhecia as razões da nossa prudência. Foram muito respeitosos.

Quando o senhor chegou em Tibhirine?
Jamais me esquecerei daquele 19 de setembro de 1964, quando chegamos perto do mosteiro em dois cavalos. Sempre verei aquele menino na garupa de um asno que veio ao nosso encontro para nos acolher. Eu estava muito feliz. Da minha pequena cela, eu via o claustro, o jardim e o vilarejo à distância. Eu então me disse: eis a paisagem que eu verei no final da minha vida. Porque no meu coração era pela vida inteira. Sem retorno. Fiquei 32 anos, de 1964 até o sequestro em 1996.

Como era a vida lá?
Os primeiros tempos foram difíceis. Na comunidade, faltava estabilidade, e foi um período muito duro de se viver. Além disso, a nova Argélia estava se ajeitando. As relações com as pessoas dos arredores não eram fáceis. Havia reflexos da rejeição dos franceses. Percebia-se essa lacuna por ocasião das festas, cristãs ou muçulmanas. Não tinham nada a ver umas com as outras. Lutamos contra isso e procuramos nos tornar mais sociáveis mutualmente. Por isso, o consultório, administrado pelo frei Luc, foi muito importante. Ele acolhia até 80 pessoas por dia! Depois, Christian de Chergé foi eleito prior em 1984. Tínhamos necessidade de alguém como ele que falasse árabe e conhecesse bem a cultura muçulmana. Desde então, tornamo-nos uma verdadeira comunidade, mais estável. Quem se engajava, o fazia a sério. Éramos quase independentes. Isso foi uma vantagem, porque nos permitiu empreender muitas iniciativas nas relações islamo-cristãs.

Que papel teve Christian de Chergé?
Com ele, houve uma evolução para a islamologia. Ele, pessoalmente, estudou muito o Alcorão. De manhã, ele fazia a lectio divina com uma Bíblia em árabe. Às vezes, fazia a meditação com o Alcorão. Ele procurava nos fazer evoluir. Tínhamos relações com o Islã, mas não em nível intelectual. Ele conhecia muito bem o ambiente muçulmano e a espiritualidade sufi. Alguns monges consideravam que a comunidade devia permanecer em equilíbrio e que nem tudo devia ser orientado pelo Islã. Isso causou alguns atritos. As tensões acabaram sendo superadas graças à criação de um grupo de troca e de partilha com muçulmanos sufis, que chamamos de ribat, um termo árabe. Entendemos que a situação sobre os dogmas dividia, já que era impossível. Então, falava-se do caminho para Deus. Rezava-se em silêncio, cada um segundo sua própria oração a Ele. Esses encontros bienais se interromperam em 1993, quando começou a ficar perigoso. Mas o conhecimento mútuo fez de nós verdadeiros irmãos, profundamente.

Em que o padre Christian de Chergé lhe marcou?
O que mais me tocava nele era a sua paixão interior pela descoberta da alma muçulmana e por viver essa comunhão com eles e com Deus, sempre permanecendo um verdadeiro monge e cristão.

A quem o senhor se sentia mais próximo?
Do frei Luc! Éramos muito próximos. Ele não era padre, era frei. Podia-se confiar nele. Era cheio de sabedoria. Em uma pequena comunidade em que não há muitos sacerdotes, não é fácil encontrar um diretor espiritual. Se eu tinha um problema ou uma dificuldade de relação com um coirmão, eu ia logo ao encontro do frei Luc, sabendo bem que haveria uma resposta. Era um modelo… No capítulo, mesmo durante o período de tensão e de medo, ele sempre conseguia arrancar uma risada. Ele era precioso para a vida em comum. Mesmo que, como médico, ele tivesse um regime especial, porque ficava todo o dia no consultório e além disso se ocupava da cozinha! Começava os seus dias à 1h da manhã para estar pronto para as sete horas no consultório. Sofria de asma e não conseguia dormir. Dormia de pé! Era muito próximo também do frei Amédée, o outro que conseguiu escapar, que morreu aqui, em Midelt.

O senhor reza pelos freis desaparecidos?
Busco ter um momento todas as manhãs. Não me esqueci deles. Continuam presentes. Todos. Busco seguir em frente. O filme, desse ponto de vista, nos estimula na nossa vocação.

Os seus coirmãos lhe falam na oração?
Não, ainda não… Tenho a certeza de que estão perto do Senhor. Tive essa certeza desde o início, por causa do seu martírio. Isso dá alegria, não tristeza. É isso que eu sinto olhando o filme: alegria, não nostalgia! (risos). Esperando que o Senhor nos mande outros monges que queiram viver isso.

O senhor nunca sente saudades da vida em Tibhirine?
Um pouco, sim… Vivemos coisas muito bonitas juntos. E depois a vida em comum para representar o Senhor e a sua Igreja. É uma vocação muito bonita. Pode levar longe. Cristo é maior do que a Igreja. Os sufis utilizam uma imagem para falar da nossa relação com os muçulmanos. É uma escada dupla. Os pés apoiam-se na terra, e a parte alta toca o céu. Nós subimos de um lado, eles do outro, segundo o seu método. Quanto mais se está perto de Deus, mais se está perto uns dos outros. E, reciprocamente, quanto mais se está perto uns dos outros, mais se está perto de Deus. Toda a teologia está nisso!

Porém, o encontro era com a morte…
O que vivemos lá, juntos e desde o início, foi uma ação de graças. Preparamo-nos para isso juntos. Por fidelidade à nossa vocação, havíamos decidido ficar, sabendo muito bem o que podia acontecer. O Senhor nos envia. Não renunciamos mesmo que, ao nosso redor, os violentos busquem nos fazer ir embora, e até mesmo as autoridades. Mas temos o nosso Mestre e estávamos comprometidos com Ele.
Em segundo lugar, veio a vontade de ser fiéis às pessoas que estavam ao nosso redor e de não abandoná-las. Estavam tão ameaçadas quanto nós. Estavam entre dois fogos, o Exército e os terroristas. A decisão de não nos separarmos foi tomada em 1993. E mesmo que fôssemos dispersados pela força, devíamos nos reencontrar em Fez, no Marrocos, para recomeçar e nos estabelecer em um outro país muçulmano.

Como o senhor vive o que aconteceu: como um fracasso ou como um cumprimento?
Depois do sequestro, eu e o padre Amédée fomos obrigado a ir à Argélia com a polícia. Rezamos pelos nossos coirmãos para que Deus lhes desse a força e a graça de ir até o fim. Esperávamos uma intervenção da França ou uma intervenção eclesiástica que lhes obtivesse a libertação. Ficamos sabendo da sua morte no dia 21 de maio de 1996. Estávamos rezando as Vésperas. De repente, jovem frei chegou na capela e se jogou por terra diante de todos, gritando o seu desespero: “Os freis foram todos mortos!”. À noite, enquanto estávamos lado a lado lavando os pratos, eu lhe disse: “É preciso viver isso como algo muito bonito, muito grande. É preciso ser digno. E a missa que celebraremos por eles não será de preto. Será de vermelho”. Nós os vimos logo como mártires, com efeito. O martírio era o cumprimento de tudo ao nos que havíamos preparado há muito tempo ao longo da nossa vida. Aqueles anos que havíamos vivido juntos no perigo. Estávamos prontos, todos. Mas isso não excluiu o medo.

Quando começou o medo?
A partir de 1993, depois da visita do GIA [Grupo Islâmico Armado], na noite de Natal. A comunidade, a partir de então, se reforçou muito em união e em profundidade. O perigo já estava em todos os lugares, em todos os instantes, noite e dia. Isso nos abalou muito. Havíamos visto verdadeiramente o abismo naquele momento.

O que aconteceu exatamente?
Na noite de Natal de 1993, eles escalaram o muro. Estávamos na sacristia com Célestin, que preparava os folhetos dos cantos para a missa de Natal. Homens armados até os dentes nos circundaram. Os croatas haviam recém sido mortos, pensamos que era a nossa vez. Eles nos tranquilizaram. Como éramos religiosos, não nos fariam nada. Mas começaram então a falar mal do governo. Depois, o chefe disse: “Quero falar com o papa daqui”. Fomos procurar Christian, que logo disse: “Não, aqui não se com armas. Se querem entrar, deixem as suas armas do lado de fora. Ninguém jamais entrou aqui armado. Esta é uma casa de paz!”.
No fim, discutiram e exigiram três coisas: que o doutor fosse cuidar dos feridos na montanha, medicamentos, dinheiro. Com tato, Christian respondeu não a todas as demandas. Exceto pelos feridos, que podiam vir, como todos, ao consultório. Depois, disse em árabe que estávamos preparando “a festa do nascimento do príncipe da paz”. Eles não sabiam disso e se desculparam, mas disseram: “Voltaremos”. Dando uma palavra de ordem: eles perguntariam pelo “senhor Christian”. Naquela noite, a missa da meia-noite tinha um sabor particular. No dia seguinte, no capítulo, começamos a discutir o futuro.

O que decidiram?
Que, se pedissem dinheiro, lhes daríamos um pouco para evitar a violência, mas pensávamos também em ir embora, porque não queríamos colaborar com eles. Depois o bispo de Argel veio nos dizer que, se decidíamos partir, não devíamos ir todos juntos, para não assustar a Igreja da Argélia. Decidimos que dois dentre nós partiriam. Célestin, que havia ficado traumatizado desde aquele Natal e que devia passar por uma cirurgia de seis pontes de safena no coração, e o frei Paul, que precisava de repouso.

Havia unanimidade entre vocês?
Depois daquele Natal, houve um outro capítulo. Alguns pensavam que devíamos ficar, outros que era melhor partir. Ainda mais que, naquele momento, por segurança, éramos obrigados a fechar o mosteiro desde o fim da tarde até a manhã. Também dissemos a quem fazia retiros espirituais entre nós que não viessem mais. Estávamos isolados. Isso mudou a economia do mosteiro. Era preciso encontrar outras formas para viver.

Houve divergências?
As coisas evoluíram. O padre Armand Veilleux, que veio pregar um dos últimos retiros, nos havia dito que havíamos chegado “ao cume” da nossa vida em comum. De fato, havíamos chegado unanimemente à decisão de ficar. As relações fraternas haviam se fortalecido ainda mais. No capítulo, não se podia tomar rapidamente decisões tão graves, com relação ao GIA, a uma eventual partida, à nossa conduta caso fôssemos sequestrados ou dispersados… Estávamos todos decididos a ficar, mas o medo daquilo que aconteceria estava presente, mais ou menos, entre todos. Mas era preciso continuar vivendo. Havia atentados à direita e à esquerda. Pessoas próximas do mosteiro haviam sido presas ou ameaçadas. Eis o clima em que vivíamos.

Não havia serenidade, nem depois de terem feito a decisão de ficar?
Não, jamais. À noite, quando cantávamos as Completas, havia como que uma capa de perigo, de chumbo, que descia sobre o mosteiro. De noite, podia acontecer alguma coisa. Dizíamos: o que vai nos acontecer nesta noite? Não esperávamos ser mortos, mas sabíamos que isso podia acontecer a qualquer momento. Tínhamos a sorte de ser uma comunidade. E a vida continuava: um era cozinheiro, outro jardineiro, outro se ocupava da administração. Isso permitia esquecer, mas de tarde, à noite, perguntávamo-nos o que poderia acontecer. Não o dizíamos, mas cada um pensava nisso.

E o que aconteceu na noite do sequestro?
Na noite do sequestro, eu estava no quarto do porteiro. Despertei-me em torno da 1h, com o barulho de vozes diante do portão. Já estavam dentro, no jardim. Seguramente, queriam ver o doutor. Eu estava esperando que batessem na porta antes de me manifestar. Fui olhar pela janela. Vi um deles indo diretamente para o quarto do frei Luc. Não era normal, porque, quando se quer ver o doutor, bate-se no portão, e o porteiro se apresenta. E ouvi uma voz que dizia: “Quem é o chefe?”. E reconheci Christian. Eu pensei: “Eles os ouviu antes que eu, abriu a porta e lhes dará o que querem”. Em 15 minutos, ouvi que a porta que dava para a rua se fechava e pensei que tivessem ido embora. Um pouco mais tarde, o padre Amédée bateu na porta e me disse: “Os freis foram raptados!”. Eles deviam ter saído pelos fundos, senão eu os teria ouvido.

O que o senhor sentiu naquele momento?
A pergunta que me fiz imediatamente era saber o que eu teria feito se os tivesse ouvido e visto sair. Ficaria ou correria atrás deles para ir com eles?
E a sua resposta?
Ainda não respondi. Se isso tivesse acontecido, não seria fácil, mas tenho a sensação de que teria corrido atrás deles. Amédée logo me disse: “Não vão lhes matar, porque se o quisessem já o teriam feito logo”. Era muito difícil circular de noite na montanha, porque havia um posto militar não muito longe, na colina. Além disso, o frei Luc tinha 82 anos, e um outro recém havia saído do hospital, com seis pontes de safena. Caminhar com pessoas assim não era fácil. Pensávamos que se serviriam deles para alguma coisa. Na expectativa, nos sentíamos completamente sozinhos, sem os nossos coirmãos. A comunidade estava destruída. Esperávamos, acima de qualquer coisa, que lhes libertariam logo, porque, se não voltassem, a vida no mosteiro estava acabada.

Por que os sequestradores não entraram como das outras vezes?
Quando eles vieram, escalaram o muro. Depois, do lado de dentro, abriram a porta que dava para a rua. Ela tinha apenas uma simples tranca. Aquela porta nunca era fechada a chave. Queríamos que as nossas relações fossem fundadas na confiança mútua.

Os sequestradores eram do GIA ou não?
O guardião do mosteiro me disse que haviam ido ao seu encontro antes, dizendo que queriam ver o doutor, com a desculpa de que tinham dois feridos graves. Ele lhes havia respondido que os padres lhes havia proibido de continuar seu serviço de guarda durante a noite no mosteiro. Era verdade. Haviam-lhe proibido para que não houvesse problemas para a sua família e para ele, no caso de uma desgraça, se houvesse uma agressão… Insistiram. Então, o guardião saiu de casa pelo pátio interior para se dirigir ao mosteiro. Lá, se deparou com um grupo que já estava no pátio. Conduzido para a frente do portão que dava para o quarto do porteiro, ele se encontro no meio de um outro grupo que já havia detido o padre Christian. Estes, então, lhe perguntaram: “Quem é o chefe?”. Um dos sequestradores respondeu indicando o líder: “Ele é o chefe, eles devem lhe obedecer”. Depois, um deles, dirigindo-se ao guardião, perguntou: “São sete, não é verdade?”. O guardião respondeu: “É o que você disse”. Mas éramos nove…
Provavelmente é por isso que eu e o padre Amédée não fomos levados. Porque, quando eles prenderam sete monges, foram embora sem revistar toda a casa.

Mas o que o senhor acha: quem lhes raptou? O GIA ou o Exército?
Só sabemos aquilo que aconteceu no mosteiro. Sobre o resto, nos interrogamos como todos. A investigação continua. Quanto ao GIA, o guardião me contou que, enquanto desciam, um dos que o acompanhavam disse a um de seus colegas: “Vá buscar uma corda. Ele vai ver quem é o GIA”, porque queriam enforcá-lo, mas ele conseguiu se esconder.

Depois de tantos anos, o senhor não consegue ver mais claramente os motivos do sequestro?
Não é possível ver claramente. Em um dos comunicados na rádio Medi 1, o GIA deu uma razão para a sua execução: “As pessoas se convertiam em contato com eles, porque eles tinham relações e saíam do mosteiro, coisa que os monges não deveriam fazer. Eles merecem a morte. Temos o direito de executá-los”. Eis, portanto, uma das razões. Ela foi dada pelos próprios extremistas islâmicos. Em seguida, foram dados outros motivos, que são mais hipóteses, esperando o veredito do juiz instrutório que conduz uma investigação sobre as circunstâncias do sequestro e da execução.

Como o senhor vive esse enigma?
Gostaríamos de saber quem os matou e onde os seus corpos estão sepultados. Gostaríamos de saber isso, mas isso é tudo, isso não me inquieta mais. Isso não muda em nada a morte dos freis. Eles estão mortos pelas razões pelas quais haviam escolhido ficar. É por isso que são mártires. Deram a vida. Estavam prontos para dar a vida por isso.

Pode-se esperar o martírio?
Alguns o fizeram, mas esse não era o nosso estado de espírito. Não o desejávamos, não estávamos ali para isso. Mas era preciso estar pronto. Estávamos nas mãos de Deus. E é por isso que, vivendo naquele estado de espírito, os meus irmãos foram mortos. Devo reconhecer e dizer que não ficamos excessivamente chocados. Certamente, isso nos marca, faz sofrer, dá pena… Mas sabíamos o “porquê”. Estávamos todos prontos para isso! A vida é só uma passagem, ela termina de um modo ou de outro. Depois voltamos para o Senhor.

O filme de Xavier Beauvois, inspirado no seu sacrifício, pode ser um fermento de reconciliação entre cristãos e muçulmanos?
Certamente! O exemplo dos freis, na sua relação com as pessoas, com os muçulmanos, mostra que podemos nos tornar verdadeiros irmãos, na comunhão, juntos, em profundidade e não só superficialmente. Em profundidade, diante de Deus. Alguns viveram isso. Não é raro. Quando os cristãos veem isso, dão-se conta de que os muçulmanos são pessoas como as outras. Alguns são muito bons: os valores de acolhida, de gentileza, de complacência podem ser vistos. Assim como os valores de união com Deus, de orações cotidianas. Eles têm relações com Deus que são às vezes muito surpreendentes e que são verdadeiros exemplos para nós, cristãos. Um amigo de Christian, que deu a vida por ele, lhe dizia: os cristãos não sabem rezar… São muito caridosos, prestam muitos serviços, mas você nunca os vê rezando! Muitos cristãos poderiam entendê-lo.

O senhor nunca sentiu ódio durante e depois do drama?
É estranho, mas não sinto esse sentimento.
E amargura?
Também não.
Como o senhor interpreta o atual endurecimento de alguns muçulmanos contra os cristãos, do qual os recentes atentados são um sinal?
Isso vem dos extremistas. Os verdadeiros muçulmanos dizem: isso não somos nós. Eles se envergonham do que aconteceu com os freis. Não é a “religião”. De outro lado, não nos conhecemos o suficiente. Percebemo-nos por meio dos violentos, e isso cria uma tendência a se reagrupar entre semelhantes e a ter medo dos contatos. A solução é cultivar a amizade, mesmo com o risco de ser enganado.

Ser enganado?
Sim. Há quem fale de reciprocidade. Mas se vê pouco ou nada disso: permitimos que os muçulmanos construam mesquitas entre nós, mas antes que se possa construir igrejas entre eles…

O senhor pensar isso de verdade?
Na realidade, os cristãos são frequentemente acusados de ingenuidade com o Islã…
A questão não é essa. Pela fé, nós nos arriscamos! Está escrito no Evangelho: “Amai-vos como eu vos amei”. Então, muitas vezes se perde, é preciso saber. Mas às vezes há uma reação. Então, a reciprocidade está lá, e um reconhecimento mútuo pode ir muito longe.

Qual é a sua esperança para 2011?
É preciso esperar que o amor seja sempre o mais forte. Que o amor de Deus terá a última palavra. Fundada em Deus, a esperança deve permanecer. E não somos nós que podemos resolver as coisas. A esperança é invencível, como dizia Christian de Chergé. Ela não deve ser vencida, deve permanecer sempre em aberto, fundada em Deus, na Sua graça. Mesmo quando se morre sob os golpes. Como dizia, a esperança deve permanecer em aberto…


O milagre do sol e as aparições de Fátima em 1917 são recriados com efeitos especiais digitais no filme britânico “O 13º Dia”, O filme de produção independente é baseado na história das aparições de Nossa Senhora em Fátima, com especial destaque para o dia 13 de Outubro de 1917.

De acordo com os diretores Ian e Dominic Higgins, a recriação destes dois episódios foi o maior desafio da produção.

O filme teve como ponto partida as memórias de Irmã Lúcia e de testemunhas.

“O 13º Dia” apresenta a história dos três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) de Fátima, que presenciaram seis aparições da Virgem Maria no céu, entre maio e outubro de 1917. No dia 13 de outubro de 1917, milhares de pessoas se deslocaram à Cova da Iria, em Fátima, para assistir à aparição de Maria anunciada pelos pastorinhos e muitos garantiram ter visto o sol se mexer.

Outro desafio foi criar a imagem da Nossa Senhora, que muitos cineastas optaram por não representar ou cobrir o rosto com uma luz. “Nós queríamos mostrar Maria porque Lúcia a descreve e pensamos que isso seria um desafio”, acrescentou Ian Higgins.

O filme usa predominantemente imagens em preto e branco e o colorido é usado apenas durante as cenas das aparições e do episódio do sol. “Pensamos que tínhamos de filmar em preto e branco e tratar a cor como um dom quase precioso”, justificou o diretor Dominic.

Apesar de ser um filme encomendada pelo produtor executivo Leo Hughes, um fervoroso católico, Ian Higgins também ressalta que mesmo os não católicos vão apreciar a obra: “Mesmo quem não seja religioso poderá retirar algo, porque a mensagem é universal”, garante Ian.


Produzido pela “13th Day Films Ltd”, “O 13º Dia” foi filmado em Portugal e na Inglaterra e produzido por Natasha Howes. O elenco é britânico e os três pastorinhos são representados por crianças portuguesas

Veja abaixo fotografias históricas do dia do milagre do sol.


Na preparação para a Semana Santa, a distribuidora Imovision, com o apoio da CNBB, leva aos cinemas brasileiros o filme francês “Homens e Deuses” (Des Hommes et des Dieux, 2010), de Xavier Beauvois. O longa retrata a história real da comunidade de monges cisterciences (trapistas) franceses, que foram assassinados em Thibirine, na Argélia, no ano de 1996, e deram seu testemunho pela missão monástica a eles confiada, como a aproximação de diálogo cristão e muçulmano.

A estreia será realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo no dia 15 de abril, se estendendo depois para outros estados. Na noite de 14 de abril, haverá uma pré-estreia no Cine Odeon para convidados da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Cada paróquia da cidade vai enviar um representante e os seminaristas também receberão o convite.

A produção já alcançou uma bilheteria de mais de três milhões de pessoas na França e foi vencedora do Grand Prix no Festival de Cannes, mostrando o testemunho dos monges que, de acordo com o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, que é cisterciense. pode ser um despertar vocacional para muitos jovens.

“Temos certeza que, aqui no Brasil, este filme fará sucesso, porque oferece condições de diálogo, de propostas para viver os valores humanos e cristãos, tendo presente a vida simples dos monges, no seu cotidiano, e o testemunho de dar a vida pelo povo do vilarejo”, disse Dom Orani.

Em 1996, sete monges da Ordem Cisterciense da Estrita Observância são raptados e assassinados em Tibhirine, aldeia aninhada na região argelina do Magrebe. É o culminar da escalada de violência que opõe o Grupo Islâmico Armado (GIA), extremista, ao governo que acusa de corrupto.

O impacto deste horrível desaparecimento, cujos contornos exatos estão ainda por esclarecer, estende-se até aos nossos dias, levado agora ao cinema sob direção do realizador francês Xavier Beauvois.

A obra, reconhecida com o Grande Prémio do Festival de Cannes e merecedora da forte e comovida chuva de aplausos que encheram o Palais des Festivals é uma extraordinária ode à fé, ao amor ao próximo e ao espírito de serviço que cumpre, em estilo e estrutura narrativa, o despojamento do seu sujeito.

Com efeito, é-nos dado comungar a forma abnegada como uma comunidade de homens lida com uma realidade adversa para a qual não contribui senão com a sua vocação de amor e dádiva. Uma vocação reafirmada ao arrepio das pressões externas para abandonarem a aldeia que servem à sua sorte.

Sem ceder a tentações sensacionalistas, Beauvois desvenda aos nossos olhos o dia-a-dia daquele pequeno mosteiro de Tibhirine, dos seus sete habitantes e da pacata população da aldeia local, induzindo progressivamente o adensar do contexto violento que involuntariamente envolve uns e outros.

Simples e acessível, a linguagem fílmica pretere o horror dos acontecimentos, trágicos, e da crescente violência, ao espírito com que aquela irmandade os enfrenta. Um espírito sustentado na sua extraordinária força e revitalizado na dúvida e fraqueza pela oração, pelo permanente desejo de união e comunhão, pelo tempo e oportunidade concedidos ao discernimento.

Mais que um nefasto episódio da história política ou religiosa, estamos perante uma obra que nos propõe um caminho, pela busca do verdadeiro sentido da vida: o que os sete monges sacrificados, na sua fé cristã, encontraram, e que Xavier Beauvois tão bem percorre, alumiando-o para crentes e não crentes.

Ecclesia


O último grande sucesso de público de um filme com temática cristã foi “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson sete anos atrás. Desde então Hollywood não produziu mais nada claramente religioso que tenha atraído multidões ao cinema.

Mas nesta Páscoa isso poderá mudar. Desde 2008 a produtora de filmes Eternal Pictures vem preparando um longa de animação infantil com mensagem explicitamente cristã. The Lion of Judah [O Leão de Judá] será lançado em breve como o primeiro filme cristão em 3D da história. Não por acaso, tem sido chamado de “A Paixão de Cristo para crianças”.

Ambientado na Jerusalém de dois mil anos atrás, o filme é uma parábola sobre o sacrifício e o pagamento de pecados atribuídos a Jesus pela Bíblia. O cordeiro Judá e seus amigos tentam evitar o tradicional sacrifício anual realizado pelos judeus para relembrar sua saída do Egito.

No que depender dos produtores, o porco afetuoso (Horácio), o cavalo pessimista (Monty), o rato arrogante (Slink), o galo brigão (Drake), a vaca maternal (Esmay) e o burro imaturo (Jack) poderão se tornar em breve tão populares quanto Shrek ou brinquedos de Toy Story. Usando os recursos da computação gráfica e um enredo bem-humorado, a aposta do estúdio é transmitir valores cristãos com uma mensagem otimista de fé.

A pessoa e obra de Jesus Cristo são apresentadas como um pano de fundo que guia os passos dos personagens principais. O cordeiro Judá está condenado a ser morto no dia de Páscoa e inicia com seus amigos uma tentativa ousada de salvar sua vida.

Na verdade, trata-se de uma continuação da animação independente “Once Upon a Stable” [Era uma vez num estábulo], que se passa nos dias do nascimento de Cristo em Belém, cerca de 30 anos antes da história que chega agora aos cinemas. Uma campanha já está em andamento na internet para que igrejas e comunidades de fé lotem os cinemas no final de semana de estreia, uma maneira de garantir o sucesso da animação que será distribuída internacionalmente pela Warner Brothers.

Fonte G Notícias

A Walden Media confirmou ao The Christian Post que o filme Nárnia 4 será “O Sobrinho do Mago,” e não “A Cadeira de Prata” como se especulou originalmente por muitos fãs.

“Nós estamos começando a falar para a Fox e com a declaração de C.S. Lewis agora sobre O Sobrinho do Mago ser nosso próximo filme,” disse Michael Flaherty, co-fundador e presidente da Walden Media, durante uma recente entrevista com o The Christian Post.

“Se nós todos concordarmos em seguir adiante, então o que iremos fazer é encontrar alguém para escrever o script. Então, pode ainda ser em alguns anos.”

Por diversos meses, muitos fãs de Nárnia estiveram preocupados se “A Viagem do Peregrino da Alvorada” havia conseguido reunir números de bilheteria necessários para Walden produzir outro filme da amada série das Crônicas de Nárnia.

“Peregrino da Alvorada” teve um fraco início nos mercados domésticos, tendo uma quantia abaixo do esperado de US $ 24,5 milhões durante o fim de semana de abertura em Dezembro e agora arrecadando cerca de US $ 107 milhões. Para o filme em 3D que custa US $ 155 milhões, que não é uma boa notícia.

Contudo, a terceira parcela de Nárnia, que foi dirigida por Michael Apted, se saiu melhor no exterior. Recentemente, ela ultrapassou a marca de US $ 300 milhões nos mercados estrangeiros, trazendo um total de bilheteria para o “Príncipe Caspian” de US $ 419 milhões, ainda muito menos do que os US $ 745 milhões de “Guarda-Roupa” em ganhos em todo o mundo.

“Aquele (Peregrino da Alvorada) foi uma queima lenta. Levou um tempo para pegar isso. Ele fez muito melhor no exterior para nós mas finalmente terminou em um bom lugar,” disse Flaherty.

O Sobrinho do Mago é o sexto livro no título sete da série de livros para crianças por C.S. Lewis. A história, um prelúdio para o popular livro O Leão, A Feiticeira e o Armário, é sobre a criação da terra mágica de Nárnia e como o mal entrou na terra recém formada. O conto também segue o Professor Kirke do “Guarda-Roupa” como um garoto jovem (Digory) e sua introdução ao Nárnia através de um anel mágico que lhe foi dado por seu malvado tio André, um mágico.

Flaherty chamou O Sobrinho do Mago seu livro favorito depois de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.

“Eu amo Sobrinho do Mago, porque é uma história de grandes origens. Você começa a aprender muito sobre de onde veio o guarda-roupa, de onde veio o poste, de onde veio Nárnia,” disse ele.

Os dois primeiros filmes de Nárnia foram produzidos pela Disney, que romperam a parceria com a Walden depois que “Príncipe Caspian” apresentou resultados decepcionantes.

Flaherty atribuiu o desempenho sombrio de “Caspian” a uma liberação do verão mal cronometrada e a história se inclina sobre princípios teológicos mais profundos, como à espera do tempo de Deus. Ele disse que a Walden tem aprendido desde então que um lançamento de Natal, provavelmente, trabalharia melhor com um filme de Nárnia e não descuidaria do mercado da fé.

Olhando para o futuro, a Walden Media acredita que “O Sobrinho do Mago” tem o potencial para ser um blockbuster de sucesso como “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa,” porque é o segundo livro mais popular na série de Nárnia.

Flaherty explicou que o desempenho de bilheteria para os filmes de Nárnia parece imitar a quantidade de interesse das pessoas nos livros.

“O interessante é que o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa ao longo deste período de tempo vendeu duas vezes tantos livros como O Príncipe Caspian e ele fez duas vezes mais nas bilheterias.” Príncipe Caspian “vendeu um terço dos livros como Peregrino da Alvorada e fez um terço na bilheteria,” observou.

“Assim, embora nem sempre haja uma correlação entre os livros com o cinema, até agora, com esses três primeiros filmes, tem havido.