Como a BBC relata, alguns líderes de igrejas na Holanda querem transformar sua nação em um laboratório de repensar o cristianismo – “Experimentando radicalmente novos caminhos de entender a Fé”.
O correspondente para assuntos religiosos, Robert Pigott, fala do Rev. Klass Hendrikse, um pastor da PKN, a principal denominação protestante na Holanda. O Pastor Hendrikse não acredita em vida após a morte, nem em Deus como um ser sobrenatural. Ele disse a BBC que não tem “talento” para acreditar em doutrinas ortodoxas e históricas. “Deus não é, de forma alguma, um ser”, diz o pastor, Deus é somente uma experiência.
Além disso, como relata Pigott, “O senhor Hendrikse descreve o relato bíblico da vida de Jesus como um mito sobre um homem que pode nunca ter existido, mesmo que seja uma valiosa fonte de sabedoria sobre como levar uma vida justa.”
Pela definição normal de fé Cristã, Klass Hendrikse é um descrente, mas na maior denominação protestante holandesa, ele é um ministro em uma boa posição. Aliás, ele não é nem incomum. Um estudo realizado pela Universidade Livre de Amsterdam determinou que um em cada seis pastores protestantes é ateu ou agnóstico.
Hendrikse é muito aberto em seus pontos de vista.De fato, ele publicou um livro há poucos anos entitulado “Acreditando em um Deus que não existe”. Alguns líderes conservadores pediram que o pastor fosse julgado por heresia, mas sua denominação decidiu que sua visão é muito comumente defendida para ser julgada além dos limites.
Em outras palavras, essa denominação adotou uma forma simples de ateísmo dentro de suas fileiras – e entre seus pastores.
O relato da BBC ainda apresenta outra pastora da igreja PKN, Rev. Kirsten Slettenaar, que rejeita a divindade de Jesus Cristo. Ela afirma que “Filho de Deus” é um mero título. “Eu não acredito que ele seja um deus ou meio deus”, diz ela, “Eu creio que ele foi um homem, mas um homem especial porque viveu a partir do amor, a partir do espírito de Deus que ele encontrou dentro de si.”
Os ministros protestantes relatados neste relatório, descartam a doutrina de um cristianismo bíblico por definir como “fora das pessoas” e “coisas rígidas e intangíveis.” Da mesma forma como os teólogos liberais dos dois últimos séculos, eles insistem que o “real sentido” do cristianismo pode sobreviver mesmo se as verdades centrais forem negadas.
Um leigo mencionado na matéria celebra a libertação do Cristianismo das verdades ditas centrais, permitindo recriar a fé “do meu jeito de pensar e fazer.”
O professor Hijme Stoffels da Universidade Aberta de Amsterdam denominou essa nova abordagem do cristianismo na Holanda como “alguma-coisismo” (“somethingism”). A maioria dos cidadãos holandeses, ele explica, desejam alguma forma de espiritualidade, mas não a do Deus da Bíblia. “Deve haver alguma coisa entre os céus e a terra, mas chamar isso de ‘Deus’ ou ‘um Deus pessoal’, para a maioria dos holandeses é uma idéia muito distante.”
O Professor Stoffels argumentou que as igrejas cristãs na Holanda estão em uma momento de “marketing”. Como ele explicou, “elas podem oferecer suas ideologias para a maioria da população que está interessada em espiritualidade ou em alguma forma diferente de religião.”
Tudo isso é familiar para quem observa as principais denominações protestantes na Europa ou Estados Unidos pela última metade de século ou mais. As doutrinas centrais do Cristianismo são postas de lado e raramente mencionadas, então são revisadas e por fim rejeitadas.
Por trás desse discurso existe o argumento de que os tempos mudaram, e o cristianismo deve mudar também. Harry Emerson Fosdick, um dos mais influentes líderes dos Protestantes Americanos liberais, defende que o mundo moderno simplesmente apresenta a doutrina cristã como incompreensível para os homens e mulheres modernos. John Shelby Spong, bispo aposentado da igreja episcopal de Newark, Nova Jersey, disse sem rodeios: “O Cristianismo precisa mudar ou morre.”
Bem, alguns poucos tradicionais que restam nas igrejas protentantes holandesas reconhecem que se o cristianismo mudar como querem os liberais será espiritualmente e teologicamente morto. Há uma nova religião do “alguma-coisismo” na Holanda, e isso não é uma nova forma de Cristianismo. Isto é uma nova religiao sendo desenvolvida dentos das estruturas das igrejas Cristãs.
Tudo isso em um país que já foi amplamente cristão. O Teólogo e líder conservativo Abraham Kuyper foi primeiro ministro entre 1901 e 1905. O holandes foi no passado declarado como modelo de cultura cristã. Agora, tudo isso caiu por terra.
Essa experiência vivida pelas igrejas holandesas devem ser provavelmente uma resposta a pressão feita pelas regras de mercado, como explica o professor Stoffels, mas isto é a substituição do cristianismo por uma nova religião.Cristianismo permanece ou cai nas suas alegações verdade central. Sem o pleno conhecimento da divindade e humanidade de Cristo não há evangelho ou salvação para os pecadores.
É claro que se você não acredita mais em um Deus pessoal, ou qualquer divindade, então você não deve se preocupar com a salvação ou mesmo com o pecado.
Uma igreja que abandona a convicção doutinária e a coragem para combater um pastor ateu por heresia é uma igreja que perdeu sua identidade de Cristã, há muito tempo. A experiencia doutrinária utilizada nessas igrejas holandesas dificilmente se limita somente a Holanda. No entanto, a situação holandesa torna claro uma coisa: existe um Laboratório para a destruição do Cristianismo.
Tradução livre de: http://www.albertmohler.com/2011/08/26/a-laboratory-for-christianitys-destruction/
Artigo da BBC ao qual o texto se refere: http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-14417362