Os bispos da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) afirmaram que “é um verdadeiro crime que clama ao céu” adiantar as eleições nesse país em meio à grave situação de miséria e fome que vive a nação.
“É um absurdo ético e humano, um verdadeiro crime que clama ao céu, que em meio a uma situação de miséria, fome, falta de serviços, morte e desintegração nacional, privilegie-se um espetáculo de distração e alienação, em condições desiguais, contra todo o senso de equidade e serviço à população”, indicaram os bispos em comunicado divulgado na segunda-feira, 29 de janeiro.
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) emitiu um decreto em 23 de janeiro para adiantar as eleições que normalmente são realizadas em dezembro, uma medida que foi “aprovada por aclamação”, segundo indicou Delcy Rodríguez, presidente da Assembleia.
Depois da aprovação do decreto, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro pediu ao “Poder Eleitoral para definir a data imediatamente para acabar com isso logo, ganhar as eleições e começar a fazer uma grande e necessária revolução 2018. Vamos acabar com isso de uma vez por todas”.
Maduro disse que as eleições serão realizadas com ou sem oposição.
Em seu comunicado, os prelados assinalaram que, “na Democracia, a primeira responsabilidade de cada governante é atender às necessidades básicas das pessoas, que hoje infelizmente são obrigadas a passar fome, a não contar com os serviços mínimos indispensáveis para a vida, em algumas ocasiões até morrer, e em outras, emigrar diante da necessidade de sobrevivência”.
Após recordar que o povo é que garante a soberania “e não uma instância falsa”, os bispos ressaltaram que para isso é necessário “instituições do Estado que respeitem a vontade do povo”.
“Além disso, devemos recordar que, se realmente vivemos em uma democracia, a instituição eleitoral – CNE – deve manter a sua autonomia e servir ao povo eleitor”, acrescentaram.
De acordo com a BBC, não se sabe qual candidato da oposição poderia apresentar-se, pois os principais líderes, Henrique Capriles e Leopoldo López, estão inabilitados.
O adiantamento das eleições foi rejeitado pela oposição venezuelana e pelo Grupo de Lima, que reúne representantes de 14 países da América.
O chanceler chileno Heraldo Muñoz, leu um comunicado a respeito, o qual indica que “esta decisão impossibilita a realização das eleições presidenciais democráticas, transparentes e credíveis”.
No comunicado divulgado na segunda-feira, os bispos afirmaram que “a liderança política deve assumir com responsabilidade a situação difícil: a comunidade internacional declarou abertamente sua convicção de que a ação do governo é inaceitável. A liderança dos partidos políticos tem sido, muitas vezes, deficiente e incoerente”.
“Devem abrir-se a buscar um consenso com os diferentes setores da sociedade, pois uma condição essencial é reconhecer e conseguir uma unidade política que vá muito além das alianças eleitorais”, continuaram.
Do mesmo modo, reiteraram o que expressaram em 12 de janeiro: “A Assembleia Nacional Constituinte é inconstitucional e ilegítima em sua origem e desempenho. Em vez de escrever uma nova Constituição, pretende tornar-se um suprapoder com funções executivas e judiciais”.
Ao concluir, os bispos da CEV destacaram que “a situação e o momento que os venezuelanos enfrentam ante esta crise global, ‘requer uma grande esperança junto com ações concretas que contribuam a fim de melhorar as condições de vida, dignificando as pessoas e fortalecendo as famílias e as comunidades às quais pertencemos’. Nós estamos dispostos a colaborar para que encontremos o rumo de uma Venezuela fraterna e de todos”.
“Que o Espírito nos ilumine e nos fortaleça para servir o nosso povo”, concluíram.
ACI Digital
31 jan 2018
Por Carmadélio Souza
Em entrevista à Agência Sir, o bispo de Barinas e presidente da Conferência Episcopal Venezualena, denuncia o problema da fome e da desnutrição, a deterioração da saúde de crianças e adultos, a fuga ao exterior de mais de 2 milhões de jovens e adultos, as violações dos direitos humanos e a falta de democracia.
“Lançamos um apelo urgente ao governo sobre temas como a desnutrição e a falta de saúde, e pedimos para que seja aberto um processo democrático e de participação dos cidadãos”, afirma Dom Azuaje.
“Fazemos votos de que se possa chegar a um processo de negociações entre governo e oposição, capaz de favorecer o povo que está sofrendo e não os partidos. A nossa missão é defender a vida das pessoas e da população. Dizemos isto continuamente, quer ao governo como aos partidos de oposição’.
Emergência humanitária
Na Venezuela – recorda o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana – “estamos em uma situação crítica no lado humanitário: faltam alimentos, não existem remédios, os produtos necessários para a produção agrícola, o transporte de mercadorias é difícil. Existem muitos produtos não encontrados nas lojas ou são muito caros. O salário médio dos trabalhadores não é suficiente para assegurar uma dieta suficiente. Isto gera muita inquietação e desolação”.
Privilégios somente para o Partido do governo
Neste contexto – prossegue o prelado – “a cada dia há uma nova declaração por parte do governo e da Assembleia Constituinte, que favorece somente o partido do governo e os governantes, sem levar em consideração as instâncias do povo. Infelizmente nos encontramos em uma situação muito grave e delicada, por causa da pouca democracia que restou e da emergência humanitária”.
Dom Azuaje reitera que “a Igreja está sempre aberta a qualquer processo de diálogo”.
(Agência Sir)
28 jan 2018
Por Carmadélio Souza
A política de gênero da Europa Ocidental é “uma enorme tragédia e as próximas gerações verão suas repercussões”, disse o metropolitano Hilarion (Alfeev) de Volokolamsk, líder do departamento de relações externas da Igreja do Patriarcado de Moscou, no canal televisivo Rossiya 24, no sábado.
“As decisões tomadas em muitos países europeus hoje em dia são impostas pela mesma ideologia que já destruiu muitas famílias, a ideologia que afirma que um indivíduo pode escolher o gênero, que mesmo na infância é possível definir quem serão seus parceiros no futuro – homossexuais ou não“, disse o metropolitano Hilarion.
“Todas as cirurgias de redesignação de sexo são baseadas em mentira e enganação”, disse. “As mentiras são introduzidas através da ideologia, que, por sua vez, vêm através da educação escolar. É uma enorme tragédia da Europa ocidental contemporânea e de todo o mundo ocidental contemporâneo. Talvez apenas as próximas gerações vão entender a dimensão da tragédia”.
Segundo ele, é impossível mudar de gênero, mas “é possível colocar uma máscara sobre a redesignação de sexo”.
“Significa que as características externas do ser humano são passíveis de serem alternadas. Então, suponhamos que um homem ter a aparência de mulher”, disse o arcebispo. “No entanto, este homem não pode ter um bebê e nunca vai ser uma mulher de verdade.”
A Igreja “sempre vai chamar a atenção contra essas mentiras e enganações”, acrescentou.
“O que é um transtorno mental, o que poderia ser corrigido e curado, é apresentado como norma, e as pessoas são forçadas a se desfigurar. Há muitos casos em que as pessoas voltam à sanidade. Quando fizeram operações das mais difíceis, redesignando o gênero ou mudando a cor da pele”, disse o metropolitano Hilarion. “Depois, percebem que foram apenas enganados, mas não há o que possa ser reparado”.
A informação é publicada por Tass.
19 jan 2018
Por Carmadélio Souza
A Conferência Episcopal da Bolívia (CEB) criticou o novo Código do Sistema Penal do país e pediu sua revogação, pois é “um código feito à medida dos interesses do poder e não dos do povo” e fere o direito à vida e à liberdade religiosa.
A nova versão do Código, alertam os bispos, “atenta contra direitos humanos e cidadãos fundamentais, é intencionalmente ambíguo na formulação com a qual se cria insegurança jurídica e significaria um retrocesso dos valores democráticos conquistados pela sociedade boliviana”.
Por estas razões, pediram aos legisladores que “se tenha a sabedoria de anulá-lo e se inicie um debate amplo, franco e transparente com todos os setores envolvidos, sem cair uma vez mais na costumeira e fácil acusação de tramas de conspiração e desestabilização contra o Governo”.
A CEB enumerou alguns dos artigos que rechaça, como o 157 que estabelece que o aborto poderá ser realizado até a oitava semana de gestação sempre que houver consentimento da mulher grávida, e também não constituirá infração penal se a mãe for criança ou adolescente.
Criticaram também a anulação dos delitos de bigamia e abandono da mulher grávida, já que se “deixa desprotegida a família”; e o artigo 107 que despenaliza o microtráfico de droga.
Os bispos também denunciaram que o novo Código do Sistema Penal “implementa o delito do recrutamento com fins religiosos realizado por instâncias religiosas, cuja ambiguidade manifesta atenta claramente contra a liberdade religiosa no artigo 88.I.11”. Este artigo é particularmente polêmico, pois dá margem a interpretar como crime as atividades evangelizadoras da Igreja.
“A lista de artigos questionáveis poderia ser muito mais longa”, continua o comunicado, “mas os exemplos citados servem para qualificá-lo como um código feito à medida dos interesses do poder e não dos do povo”.
Para a Conferência Episcopal da Bolívia essas “imposições unilaterais ameaçam a convivência pacífica”, razão pela qual pedem, “no espírito de verdadeira democracia participativa e em consideração da grande importância que reveste o Código do Sistema Penal, tenha-se a sabedoria de anulá-lo”.
“O ano novo que acaba de iniciar está em nossas mãos, não o tornemos um ano de conflitos e de luto, sejamos operadores de paz sobre os alicerces da justiça, da liberdade e da verdade”, conclui o comunicado.
Fonte: ACI
08 jan 2018
Por Carmadélio Souza
O número de crianças diagnosticadas com “disforia de gênero” pelo serviço de saúde da Inglaterra ( National Health Service) aumentou em 1000% ao longo dos últimos cinco anos, de acordo com o jornal The Sun, de Londres. Na clínica de Tavistock and Portman, ao norte da capital, onde todos os pacientes transgêneros com menos de 18 anos são tratados, “suas famílias estão sendo aconselhadas e, em alguns casos, os pacientes recebem tratamentos de bloqueio hormonal” como preparação para uma possível “mudança de sexo” após os 18.
Como sintoma da crise, o diário britânico menciona um episódio recente quando “um menino de cinco anos retornou para a escola, em Nottingham, como menina”.
De acordo com o psiquiatra canadense Dr. Joseph Berger, que falou com o LifeSiteNews.com, a solução que está sendo dada para esses casos é inadequada. “Elas deveriam estar fazendo psicoterapia. Essas crianças estão infelizes por uma variedade de razões. Elas deveriam ter tratada a sua infelicidade. Cortar pênis e seios não é tratamento para a infelicidade.“
Ainda de acordo com The Sun, o número de jovens diagnosticados com disforia de gênero subiu de 97, em 2010, para 1013, em 2015, com um custo de mais de 2 milhões e 500 mil libras esterlinas para os contribuintes. Apesar do aumento, Bernard Reed, integrante de uma associação de pesquisas de gênero, afirma que o serviço de saúde britânico “não está realmente preparado e treinado para atender essa crescente demanda por assistência médica”. Um médico admite que “o aumento deste ano é extraordinário” e que “agora tem se tornado muito difícil prever se os casos continuarão a subir”.
Outra notícia, desta vez do jornal The Telegraph, reporta um aumento de 400% nos casos entre crianças com menos de 11 anos: o número pulou de 19, em 2010, para 77, em 2015. A reportagem também traz à luz uma pesquisa feita com 32 jovens que receberam bloqueio hormonal do serviço de saúde, dos quais apenas 8 seguiram para a cirurgia de transgenitalização.
“Quando crianças expressam confusão desse tipo, nós precisamos afirmar a sua identidade dada por Deus e ajudá-las a entender o sexo com que nasceram”, diz Andrea Williams, líder do grupo Christian Concern. “Muitas crianças estão simplesmente seguindo o exemplo de outras, sem entender verdadeiramente as implicações disso. Se não fizermos nada para conter essa tendência, poderemos ver muitas crianças tomando decisões das quais elas irão se arrepender no futuro.“
O Dr. Joseph Berger explica que pessoas que acreditam mesmo que são do sexo oposto ao seu sexo biológico estão “totalmente loucas” e “precisam ser tratadas com medicamentos antipsicóticos”. Todavia, a maioria dos pacientes com disforia de gênero são simplesmente pessoas insatisfeitas, que pensam que mudar o seu gênero as fará mais felizes.
O psiquiatra conta que tratou recentemente de uma jovem “muito atraente”, que queria mudar o seu gênero porque, no final das contas, ela pensava que “homens tinham um nível social mais elevado”.
Por outro lado, homens podem querer tornar-se mulheres, diz o médico, “porque vêem as mulheres levando vidas mais passivas, ou porque elas usam roupas mais coloridas, ou porque elas chamam mais a atenção”. De qualquer modo, maior parte dos jovens com disforia de gênero, se não são encorajados, simplesmente perde o desconforto com a sua identidade em questão de poucos anos.
Embora a cirurgia de transgenitalização esteja “na moda” — e ganhe também as telas do cinema—, o ceticismo em relação a esse lobby vem crescendo. Grupos de pais preocupados e até mesmo de feministas estão resistindo à pressão do establishment: aqueles porque querem defender as crianças, estes porque enxergam no discurso transgênero uma forma distorcida de machismo. “Para ser uma mulher, você deve ser do sexo feminino e, para tanto, tem que ter cromossomos XX e a anatomia específica do sexo feminino”,diz um blogfeministacrítico do que chama de “doutrina transgender“. Mulheres trans não passam de homens “que se identificam como o sexo oposto”.
As evidências respaldam os céticos. Em 2014, o Dr. Paul McHugh, médico psiquiatra aposentado da Universidade Johns Hopkins, explicou ao Wall Street Journalque o seu hospital parou com a terapia de mudança de sexo nos anos 70 porque ela não funcionava. Acompanhamentos a longo prazo com pacientes transgêneros mostravam que “as suas adaptações psicossociais subsequentes” não eram em nada melhores que as de quem não tinha feito a cirurgia.
McHugh cita os resultados chocantes de um estudo sueco de 2011, que, depois de acompanhar por 30 anos pacientes que optaram pela mudança de sexo, revelou haver entre eles uma taxa de suicídio quase 20 vezes maior que a do resto da população normal (ou cisgênero, como preferem os politicamente corretos).
A Suécia não oferece nenhuma explicação para a pesquisa, mas o Dr. McHugh não tem dúvidas de uma “mudança de sexo é biologicamente impossível”. “Pessoas que se submetem à cirurgia de transgenitalização não mudam de homem para mulher e vice-versa”, ele explica, só “se tornam homens feminizados ou mulheres masculinizadas”. Por fim, o médico norte-americano faz um alerta sério: “Dizer que isso é um problema de direitos civis e encorajar a intervenção médica é, na verdade, promover e colaborar com uma desordem mental.”
Não é de hoje que somos bombardeados com reportagens e falas de ‘especialistas’ que querem nos ensinar com que brinquedos nossos filhos e filhas precisam brincar, que cores de roupa devem usar, e que elogios podemos dirigir a eles. Porém, de uns tempos para cá, a agenda da desconstrução começou a ganhar contornos mais perturbadores. Crianças supostamente “transgênero” têm sido exibidas nas mídias impressa e eletrônica, em ritmo praticamente diário, como se fossem provas vivas de que ser menino ou menina nada tem a ver com o sexo de nascimento. Não há um só dia em que não nos deparemos com matérias permeadas por essa narrativa, cujas falácias e imposturas pretendo demonstrar aqui.
É necessário começar dizendo o óbvio. Existem, sim, diferenças inatas entre meninos e meninas, e essas diferenças apontam para tendências em termos de comportamento e estilos de desenvolvimento. Não obstante, o modo de ser e de se desenvolver de cada criança será resultado da interação entre tais diferenças inatas, o temperamento individual, e a forma como ela reage aos estímulos que recebe do ambiente. Nesse sentido, em termos de suas escolhas lúdicas e modos de se comportar, algumas meninas podem assemelhar-se mais aos meninos com quem convivem do que à média das meninas de sua idade, preferindo, inclusive, brincar somente com eles. E o mesmo pode acontecer a alguns meninos. Esses casos, perfeitamente normais, não representam contudo maioria.
O importante é ter sempre em mente que, quaisquer que sejam as preferências e o modo de ser de uma criança, privá-la da certeza de ser menino ou menina é uma das maiores violências que se pode cometer contra a sua infância. Pois, ao contrário do que querem nos fazer crer os promotores da ideologia de gênero, não há desejo, figurino, tratamento hormonal ou intervenção nos órgãos genitais capaz de anular as implicações do fato de se possuir em todas as células do corpo um par de cromossomos sexuais. Nos últimos tempos, porém, esse assunto vem sendo tratado de modo tão leviano que se um menino insistir em brincar de boneca, ou em calçar os sapatos da mãe, logo aparecerá algum incauto para classificá-lo como “transgênero” e sugerir que ele seja encaminhado para uma clínica especializada para fazer a sua “transição”.
Além de irresponsável, o discurso sobre as supostas “crianças transgênero” é cheio de incoerências. Os promotores da ideologia de gênero insistem na ideia de que as alegadas diferenças entre meninos e meninas resultam, não de uma realidade naturalmente constituída, e sim de um processo de socialização que reforçaria os “estereótipos sexuais da sociedade ocidental”. Entretanto, são eles próprios os primeiros a projetar nas crianças ditas “transgênero” os atributos que em outros contextos de militância se esforçam por dissolver. Como justificar, no registro de uma narrativa que se diz tão libertária e avessa a “estereótipos”, que um menino atraído pelo universo feminino precise “virar” menina? E que, para tanto, seja estimulado a pintar as unhas e vestir-se de princesa ?
Vejam o malabarismo: quando os comportamentos e preferências das crianças se conformam aos chamados “estereótipos sexuais da sociedade ocidental”, eles são vistos como males a serem combatidos. Mas quando se trata de decidir que uma criança é “transgênero”, os supostos “estereótipos sexuais” tornam-se critérios válidos. E o mais grave: os formuladores desse discurso têm plena consciência da contradição. Eles costumam se referir a essa forma de manipular os conceitos como “essencialização estratégica”. E qual é a estratégia? Criar um contingente de crianças e jovens confusos em relação à sua própria identidade sexual.
O discurso sobre as crianças “transgênero” revela, ainda, uma profunda ignorância a respeito de aspectos cruciais do desenvolvimento infantil. Até os seis ou sete anos de idade, a capacidade imaginativa da criança é praticamente ilimitada. Ela pode se imaginar princesa, super-herói, sereia, cachorro, borboleta, nuvem, o que quer que seja, sem prejuízo algum do fato de saber-se menino ou menina. Essa efervescência da imaginação é, em boa parte, impulsionada pelo comportamento mimético, que nos primeiros anos de vida funciona como um poderoso mecanismo de aprendizagem. Toda criança saudável passa boa parte de seu tempo a imitar os coleguinhas, os adultos com os quais convive, os personagens das histórias. E não há nenhuma barreira que a impeça de, sendo um menino, imitar um personagem real ou fictício do sexo feminino, e vice-versa.
Mas é claro que nenhum processo de identificação se faz sem modelos. Se a criança nunca viu a imagem de um soldado, por exemplo, jamais poderá pretender-se um. Nesse sentido, quanto mais modelos positivos e inequívocos de homem e mulher ela tiver à sua disposição, mais fácil será o seu processo de auto identificação. Para a grande maioria das crianças criadas num ambiente razoavelmente bem provido de modelos, a formação da subjetividade sexual se dá de maneira natural e tranquila, embora sempre modulada pelas idiossincrasias individuais.
Quando os desejos de uma criança por brinquedos, roupas e coleguinhas do sexo oposto se tornam exclusivos e vêm acompanhados de sofrimento psíquico, prejuízo no desenvolvimento social e afetivo, e veementes expressões de desgosto com a sua própria anatomia sexual, não se deve descartar a possibilidade de que ela seja portadora de um transtorno intitulado “disforia de gênero”. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a prevalência dessa condição mental é de 0,005% a 0,014% em indivíduos do sexo masculino, e 0,002% a 0,003% em indivíduos do sexo feminino. Ou seja, trata-se de um transtorno muito raro.
Além de ser raro, na maior parte dos casos o transtorno tende a desaparecer. As taxas de resolução da “disforia de gênero” antes da idade adulta variam, mas chegam à proporção de 97,8% em meninos, e de 88% em meninas. Diante desses dados, não há absolutamente nenhuma justificativa para outra atitude a não ser a de apoiar afetivamente a criança enquadrada nesse diagnóstico e ajudá-la a se reconciliar psicologicamente com o seu sexo biológico. Porém, na narrativa disseminada na mídia com a conivência de parte da classe médica, esses dados têm sido escamoteados, quando não ativamente distorcidos, o que leva muitas famílias a acreditar que se trata de um quadro muito mais frequente e definitivo. Desencadeiam-se assim temores, ansiedades e condutas absolutamente equivocadas.
Em resumo, o ponto importante é que dizer “criança portadora de disforia de gênero” não é o mesmo que dizer “criança transgênero”. O primeiro termo refere-se a um diagnóstico clínico que, na maioria dos casos, é temporário, ao passo que o segundo denota uma atribuição de identidade, feita por terceiros, com sérias repercussões sociais e psicológicas.
A distância entre ser portador de “disforia de gênero” e ser “transgênero” só pode ser percorrida por uma pessoa adulta, autoconsciente, dotada de discernimento e responsabilidade para tomar decisões que afetarão a sua vida de maneira estrutural e, provavelmente, irreversível. Por tudo isso, podemos considerar mudança de nome, travestismo, e tratamento hormonal para bloqueio da puberdade em crianças como procedimentos abusivos e inteiramente condenáveis. E não só do ponto de vista ético.
Nas numerosas matérias de jornais e revistas impressas e eletrônicas que nos chegam cotidianamente, praticamente não se fala nas altas taxas de suicídios entre pessoas que se submetem a tratamento hormonal e fazem cirurgia de redesignação sexual. Tampouco nos graves riscos que a utilização de hormônios do sexo oposto – passo subsequente ao bloqueio da puberdade – representa para a saúde global e reprodutiva. Tamanho silêncio a respeito de dados extremamente relevantes não deve levantar imediatamente a suspeita de má-fé?
Na verdade, como não somos ingênuos e estamos perfeitamente cientes do objetivo por trás do discurso proselitista da mídia sobre as ditas “crianças transgênero”, bem como de suas fontes bilionárias de financiamento, essa omissão infame não deve nos surpreender. Pois ela apenas corrobora o que já sabemos: nesse ponto, assim como em praticamente todos os outros que compõem a agenda da ideologia de gênero, os interesses político-ideológicos prevalecem sobre a preocupação com o bem-estar dos indivíduos envolvidos.
O que se pretende com toda essa propaganda é induzir os pais e a escola a questionar a identidade sexual das crianças até que todas, ou praticamente todas, acabem se tornando em alguma medida disfóricas em relação à sua própria natureza. Angústias e inseguranças infantis, que podem ter as mais variadas origens, vão sendo assim capitalizadas e imediatamente traduzidas no idioma da identidade sexual. E aí eu pergunto: quem vai pagar a conta quando, daqui a duas ou três décadas, essa geração de crianças perceber que foi submetida a um experimento social que lhe tirou, na melhor das hipóteses, a possibilidade de dar plena expressão à sua condição sexuada?
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edition, American Psychiatric Association.
“Gender Ideology Harms Children”. American College of Pediatricians. September 2017.
Por Carmadélio Souza
O propósito mais perverso da chamada “ideologia de gênero” é promover a dissolução das noções de feminino e masculino, minando o padrão conjugal de complementariedade entre os sexos.
O programa consiste, basicamente, em desfeminilizar as meninas e desvirilizar os meninos. Neste artigo, vou tratar especificamente do caso das meninas, que estão sendo expostas sem nenhuma defesa a uma torrente de mensagens desfeminilizantes vindas da mídia, da escola, e da indústria cultural. No final das contas, descontados todos os vernizes e recadinhos secundários, o conteúdo dessas mensagens é o seguinte: “para que sua existência seja validada pela sociedade, você precisa abrir mão de sua feminilidade.”
Um dos alvos prioritários desse discurso é a escolha da profissão. É bem sabido que as mulheres têm as suas carreiras prediletas. Em geral, predominam as profissões ligadas à docência e à saúde, à organização doméstica, ao cuidado de terceiros, e ao atendimento ao público em geral. Obviamente, nem todas as mulheres se encaixam nesse esquema. E, embora haja também áreas profissionais atraentes para ambos os sexos, a diferenciação vocacional é uma realidade inquestionável, que pode ser explicada pelo simples fato de homens e mulheres serem diferentes.
Os promotores da ideologia de gênero insistem, porém, que a maior propensão das mulheres a buscar preferencialmente certas atividades resulta de um modelo de educação machista e impositivo, que as levaria a se conformar aos “estereótipos femininos tradicionais”. Ora, um tal raciocínio seria válido se estivéssemos discutindo casos como o das meninas da Índia, do Paquistão, da China ou da maioria dos países muçulmanos. Mas no Ocidente contemporâneo, principalmente nas zonas urbanas, esse viés já não existe há muito tempo. Ao contrário, todo o esforço da escola e da mídia, ao longo das últimas décadas, tem sido no sentido de borrar as diferenças entre os sexos e tratá-los como perfeitamente intercambiáveis. Ou seja, o que vem ocorrendo é o oposto do que quer nos fazer crer esse discurso vitimista.
As meninas vêm sendo bombardeadas, de longa data, com uma intensa propaganda feminista cujo objetivo é lhes convencer não só de que devem colocar a vida profissional no centro de suas atenções, como também de que as profissões tidas como masculinas são mais interessantes que as outras. E, ainda assim, a maioria continua buscando profissões tradicionalmente femininas. O velho e batido argumento de que somos eternas vítimas de um sistema social opressor, que restringe as nossas opções, cai por terra à luz dos fatos reais.
O caso dos países nórdicos é particularmente exemplar. Em 2008, a Noruega foi eleita o primeiro país do mundo em igualdade de oportunidades para homens e mulheres. Trata-se da educação mais igualitária do mundo. Mas, como bem demonstrou o jornalista Harald Eia no documentário“O Paradoxo da Igualdade”, apesar de todos os esforços no sentido de se eliminar qualquer fator material ou simbólico que possa infletir as escolhas de futuro dos estudantes, apenas 10% dos enfermeiros noruegueses são homens, ao passo que apenas 10% dos engenheiros são mulheres. Ou seja, as escolhas profissionais das mulheres norueguesas não podem ser explicadas por nenhum tipo de discriminação.
Mas a forma especificamente feminina de estar no mundo não se atualiza apenas na escolha da profissão. Ela se revela também no tipo de relação que as mulheres estabelecem com a carreira. Mesmo quando exercem profissões tidas como masculinas, elas costumam colocar mais limites do que os homens à quantidade de tempo e de energia que disponibilizarão para o trabalho fora de casa. E isso porque sabem que as suas possibilidades de realização existencial plena dependem de serem capazes de construir um lar estruturado e harmônico. A verdade é que a maioria das mulheres não quer abrir mão de cuidar pessoalmente dos filhos, mesmo que a profissão seja um aspecto importante de suas vidas.
Qualquer pessoa esclarecida sabe que a coletividade só tem a ganhar com a presença e a atuação das mulheres na esfera pública. Foi com isso em vista que, no final do século XIX e início do XX, mulheres corajosas e inteligentes lideraram, na Europa e nos Estados Unidos, movimentos em prol da ampliação dos direitos e dos espaços de atuação social femininos. Porém, estando em perfeita sintonia com a perspectiva das mulheres que representavam, as primeiras “feministas” sabiam que as conquistas femininas precisavam ser conciliáveis com as conveniências da vida familiar. Caso contrário, não seriam conquistas, e sim mera permuta infeliz de papéis. Duas coisas fundamentais eram levadas em consideração. Primeiro, o fato das crianças precisarem da atenção de suas mães. Segundo, que parte significativa do bem-estar subjetivo das mulheres está atrelada às suas obrigações morais para com a família.
A partir dos anos 60, porém, houve uma ruptura e uma mudança de rumo. Com o respaldo intelectual de figuras então já consagradas, como a filósofa francesa Simone de Beauvoir, o chamado “feminismo da segunda onda” abraçou falsos pressupostos, dentre os quais o mais nocivo foi o de que cuidar dos filhos representa uma atividade menor. Em “O Segundo Sexo”, Beauvoir afirmou que a maternidade é uma espécie de maldição que pesa sobre a mulher, tornando-a “escrava da espécie” e confinando-a ao domínio da imanência. Ela desprezava a vocação materna com todas as suas forças e acreditava que qualquer possibilidade de transcendência feminina dependia da saída e do abandono do lar. Em certa ocasião, esse ícone do feminismo foi capaz de dizer a seguinte frase: “Nenhuma mulher deveria ser autorizada a ficar em casa e criar os filhos. A sociedade deveria ser totalmente diferente. As mulheres não deveriam ter essa escolha, precisamente porque se a tiverem, muitas vão fazer isso.”
Guardadas algumas pequenas diferenças individuais que não afetavam o conjunto da obra, as feministas da segunda onda comungavam dessa visão estreita de liberdade feminina e nutriam a mesma aversão à maternidade e ao trabalho doméstico. Elas ignoraram por completo, ou fingiram ignorar, o aporte de inteligência, vigor e inspiração necessário ao trabalho cotidiano de uma boa mãe. Não compreenderam que não pode haver maior expressão de poder criativo do que fomentar, dia após dia, noite após noite, durante anos a fio, a existência de outro ser. Aliás, elas não foram nem sequer capazes de enxergar a maternidade como uma responsabilidade social de amplas consequências. E assim, com base na opinião de mulheres nada razoáveis, que projetaram a imagem de uma nova sociedade movidas pelos seus ressentimentos em relação aos homens, e olhando apenas para o seu próprio umbigo, foi construída uma ideologia política falaciosa, individualista e autoritária.
Ao tratar a maternidade como um fardo e atacar a figura da “mãe de família”, o feminismo se distanciou do universo feminino e fechou os olhos, de maneira covarde e perversa, para as necessidades das crianças. Fez estragos significativos na vida de pelo menos duas gerações de mulheres, transformando-as em pessoas angustiadas, existencialmente partidas, que correm atrás de um prejuízo que na verdade nunca tiveram. A boa notícia é que mesmo tendo sido impregnadas conceitualmente pelos slogans e palavras de ordem feministas, e a despeito de toda a tensão introduzida em suas vidas, a maioria das mulheres ainda mantêm o coração conectado ao projeto familiar, mesmo que de maneira um tanto quanto aflita. Por outro lado, não podemos deixar nos perguntar: até quando a feminilidade resistirá a tantas forças antagônicas?
Nos últimos anos, temos assistido a uma intensificação do proselitismo feminista em novas bases, com a introdução da ideologia de gênero no domínio da educação das crianças. Talvez pelo fato do discurso da auto vitimização e da acusação aos homens não ter sido suficiente para tirar as mulheres da rota do casamento e da família, a estratégia foi modificada e aprofundada. Na pauta feminista atual, influenciada pelo desconstrucionismo radical de autores ligados ao Movimento Queer, como Judith Butler, inclui-se o objetivo de solapar os próprios fundamentos da auto identificação sexual das meninas, privando-as do acesso a conceitos, imagens e símbolos que lhes permitam dar sentido cultural e expressar de maneira positiva a sua condição feminina.
Essa agenda está em andamento. Em muitos lugares, as meninas já não têm mais modelos positivos de feminilidade para imitar. Não podem mais se vestir de princesa, cuidar da boneca ou brincar de casinha sem que isso seja politicamente problematizado. Não devem dizer que sonham em se casar e ter filhos, sob pena de serem ridicularizadas. Só têm acesso a formas de literatura que questionem os chamados “estereótipos tradicionais”. E estão crescendo sem recursos cognitivos e culturais que lhes possibilitem desenvolver uma percepção clara de si mesmas como meninas e futuras mulheres. Aliás, em algumas escolas, já não se usa mais pronomes femininos para se referir a elas. Com tantas mensagens e injunções contrárias, é bem possível que, de tão sufocada, um dia a sua feminilidade natural já não tenha mais forças para emergir e direcionar suas escolhas.7
A cidade de Langon, no Estado de Gironde, como quase toda a França usa um padrão duplo nas questões religiosas. Ao mesmo tempo que permite orações muçulmanas nas ruas às sextas-feiras, fechando ruas e desviando o trânsito para garantir a “liberdade” de seus cidadãos, usa o argumento de Estado laico toda vez que a questão envolve o cristianismo.
Uma animação norte-americana sobre o Natal, chamada “A Estrela do Natal” em francês (por aqui é A Estrela de Belém) foi proibida de ser apresentada para alunos das escolas públicas de Langon. O argumento é que ela era “cristã demais”.
O longa conta a história do nascimento de Jesus pela ótica dos animais que estariam envolvidos na jornada da Sagrada Família até Belém. Mais de 80 alunos de uma escola municipal assistiam ao filme no cinema Le Rio, quando alguns professores pediram que a exibição fosse interrompida, mesmo estando perto do fim.
Ao perceberam diversas menções ao nome de Jesus Cristo, disseram que os alunos não deveriam vê-lo. As crianças foram obrigadas a voltar para casa sem saber o final do filme.
O argumento de alguns professores é que a sinopse e o cartaz do filme não deixavam claro sobre o que era a trama. O material em português diz: “Um pequeno, porém bravo, asno chamado Bo, anseia por uma vida melhor. Um dia ele encontra a coragem de se libertar, e junto de seus novos amigos começa uma jornada. Agora eles seguem uma estrela e acabam se tornando heróis acidentais na maior história já contada”.
O caso chamou atenção da imprensa de toda e Europa, pois é mais um exemplo claro do que vem sendo chamado com frequência cada vez maior de “Cristofobia”.
Esse “secularismo unilateral” da França vem ganhando as manchetes dos jornais após o Tribunal Administrativo, maior instância judicial da França ter ordenado no mês passado que seja removida uma cruz que ornamentava a estátua do papa João Paulo II na cidade de Ploërmel.
O mesmo tribunal ordenou a remoção de um presépio montado em frente à prefeitura da cidade de Béziers no início de dezembro. O argumento é sempre o mesmo, religião não tem lugar em espaços do governo e a religião é uma questão privada, devendo ser mantida dentro dos templos.
Discussões sobre o ensino de ideologia de gênero estão mobilizando a sociedade e a política na Costa Rica. O anúncio pelo Ministério da Educação Pública (MEP) de disciplinas sobre Afetividade e Sexualidade Integral para jovens no décimo ano – equivalente ao início do Ensino Médio – gerou críticas da Igreja Católica e oposição pública de candidatos à presidência.
“Sentimos o dever de orientar o discernimento dos católicos sobre a chamada ‘Ideologia de Gênero’ promovida por diferentes órgãos governamentais, incluindo o Ministério da Educação Pública através do seu ‘Programa de Estudos de Educação para a afetividade e a sexualidade integral’ com o objetivo de doutrinar nossos filhos e jovens nesta linha de pensamento”, afirmou a instituiçãoreligiosa em comunicado.
Polêmica recorrente
A ideologia de gênero não é a primeira polêmica nas escolas da Costa Rica. Em 2013, o Ministério de Educação Pública (MEP) implementou um programa de educação sexual em escolas primárias e secundárias. De acordo com o então ministro da educação, Leonardo Garnier, o programa ministraria aulas de educação sexual e mencionariam o “prazer sexual”.
Na ocasião, a Igreja Católica emitiu um pronunciamento em que anunciou oposição à medida do governo federal e classificou o programa como “gravemente danoso para os adolescentes” devido à “insistência na ideologia do gênero e na diversidade sexual como a construção cultural” que se trata “mais de propaganda que de educação”.
“A educação de valores altos como a afetividade e a sexualidade não podem ser considerados neutros, e devem ser desvinculados das disciplinas tradicionais, como a matemática ou a geografia”, indica o pronunciamento.
No começo deste mês, a Igreja Católica organizou uma marcha contra a o programa e contra a ideologia de gênero nas escolas. Segundo a instituição, a “II Marcha para a Vida e a Família” reuniu cerca de 600 mil pessoas no centro de San José.
Controvérsia
O programa de Educação para Afetividade e Sexualidade Integral terá disciplinas ministradas para as turmas do décimo ano em 2018. O chamado “guia sexual” consistem em uma cartilha composta por sete eixos temáticos: relações interpessoais; cultura, poder e responsabilidade; prazer como fonte de bem-estar; gênero; identidade psicossexual; saúde reprodutiva; e direitos humanos.
Um dos pontos controversos é o eixo de cultura, poder e responsabilidade, que cita a “importância que é dada às diferentes atividades em relação ao gênero”, em referência à ideologia de gênero.
Na seção sobre gênero, estão presentes conceitos como “atribuição de gênero”, “identidade de gênero” e “papel de gênero”. No eixo temático de identidade psicossexual, “a abordagem é feita sobre orientação sexual, construção de vínculos heterossexuais, homossexuais e bissexuais”. Já a seção sobre prazer “é sobre identificar e conhecer a diferentes partes do corpo e suas zonas erógenas”.
Uma ativista do grupo feminista Femen tentou arrancar a imagem do menino Jesus do presépio montado na Praça São Pedro, no Vaticano, hoje (25). Sem nada cobrindo o corpo da cintura para cima, ela invadiu o cenário de Natividade gritando “Deus é mulher”. Ela tinha essa mesma frase pintada em suas costas.
Acabou sendo impedida pela polícia quando já estava com a estátua em mãos. Segundo o Femen, tratava-se de um ato defendendo “o direito das mulheres ao próprio corpo”. As feministas ligadas ao grupo já fizeram diversos protestos contra a defesa da Santa Sé da proibição do aborto e da contracepção.
Em nota publicada em sua página oficial, as feministas acusam a religião cristã de ser “um forte ataque medieval à liberdade das mulheres e a seus direitos naturais”, insistindo que “uma criança não vem de um deus, mas de uma mulher”.
A mulher que foi detida pela polícia é a ucraniana Alisa Vinogradova. Seu objetivo, segundo o Femen é “completar a vitória sobre o patriarcado”. Havia cerca de 50 mil pessoas na praça onde cerca de duas horas mais tarde o papa Francisco entregara sua tradicional mensagem de Natal, “Urbi et Orbi”.
Outra feminista do mesmo grupo já havia tentado roubar a imagem de Jesus do presépio do Vaticano, em 2014. Com informações das agências.
Por Carmadélio Souza
Imagine que, no dia de Natal, alguém lhe entrega um presente em uma embalagem linda. Você abre com curiosidade e expectativa, não há nada dentro. Essa deve ser a sensação de quem escuta “The Atheist Christmas Album”, [O Álbum de Natal dos Ateus]. O CD lançado este ano, contém regravações de 12 famosas canções natalinas onde as letras foram mudadas para retirar todas as menções a Deus, Jesus e passagens bíblicas.
A cantora inglesa Tylean Polley, que teve essa ideia, diz que cresceu amando o Natal e as festividades de final e ano. Ela sempre cantava as músicas associadas à data. Porém, quando passou a se declarar ateia, nunca mais se sentiu confortável em cantar músicas religiosas, embora continuasse admirando as melodias.
A cada ano, o mercado lança diferentes álbuns com músicas de Natal. Em 2017, é possível adquirir esse onde “Noite Feliz” só fala sobre família e outras canções religiosas se tornaram ‘seculares’.
Polley disse que teve a ideia quando ouvia um CD de Natal com próprio filho e tentava ignorar as faixas que mencionavam Jesus ou Natal como lembrança do seu nascimento. Decidiu então gravar seu próprio álbum de canções clássicas, mas reformular as letras. Ela acredita que a iniciativa poderá agradar a pessoas que tem a mesma dificuldade.
Em um debate promovido por uma rádio inglesa entre Tylean Polley e o evangelista Glen Scrivener, a militante ateísta disse que Natal é “Apenas uma celebração. Vamos beber e comer e desfrutar da companhia uns dos outros”.
Mas Glen rebateu, lembrando que “Esse espírito festivo é decorrente de uma notícia maravilhosa, que a luz brilhava no meio da escuridão. Portanto, há um sentido maior”.
No entanto, Tylean defende que os ateus podem falar sobre alegria no Natal, não referindo-se a uma luz que vem do além, mas “que vem de dentro”, e demostrarem amor. “Para nós, ateus, as festas [de Natal] são apenas uma oportunidade de mostrarmos o quanto amamos nossas famílias e amigos”.
No final, ela não quis dizer como estão as vendas do álbum, que está disponível em CD e em formato digital. Ele pode ser ouvidoaqui.
A partir da assim chamada “Revolução Cubana”, em 1959, o ditador comunista Fidel Castro foi impondo à ilha caribenha todas as brutais restrições à liberdade que fazem parte da essência do comunismo: o confisco de bens, a censura ao livre pensamento, a perseguição contra quem expressa a própria opinião, a vigilância estatal quase onipresente, as milhares de prisões políticas, o recurso sistemático à tortura e à execução de oponentes…
Além das restrições, o sistema também impõe obrigações, como a adesão forçada ao ateísmo de Estado, mediante a negação total do direito à liberdade religiosa e a punição a quem ousa praticar a sua fé.
O regime comunista, que tem a empáfia de se autodefinir como “a ditadura do proletariado“, confiscou as propriedades da Igreja desde o início da década de 1960 (principalmente depois que os bispos cubanos escreveram uma carta aos fiéis destacando que tal regime é incompatível com a fé católica). Pouco menos de dez anos depois, em 1969, Fidel Castro proibiu até mesmo a celebração do Natal.
Esta proibição durou quase três décadas.
Em 1998, porém, São João Paulo II conseguiu o improvável: que o Natal voltasse a ser celebrado livremente pela população cubana (boa parte das famílias católicas nunca tinha parado de celebrá-lo de modo clandestino, apesar do risco de punições por parte do regime).
O então porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, recordou o caso em uma entrevista que concedeu ao Vatican Insider em novembro de 2016, na qual contou que ele próprio teve de explicar a Fidel Castro que a visita do Papa à ilha, marcada para 21 de janeiro de 1998, precisava ser um grande sucesso a fim de que Cuba surpreendesse o mundo. Fidel concordou. Navarro-Valls lhe falou então das “surpresas” que o Papa esperava. Uma delas era que o Natal pudesse voltar a ser celebrado em Cuba como festa oficial, o que seria inédito desde o início da revolução.
Navarro-Valls contou:
“Ele [Fidel] disse que seria muito difícil, porque o Natal caía em plena colheita da cana-de-açúcar. Eu respondi: ‘Mas o Santo Padre gostaria de lhe agradecer publicamente por esse gesto quando chegar ao aeroporto de Havana’. Depois de uma longa discussão, Castro acabou dizendo que sim. Só que acrescentou: ‘Mas poderia ser ser só este ano’. Eu me limitei a responder: ‘Tudo bem. O Papa vai ficar muito agradecido. E quanto ao próximo ano, vamos ver’”.
O fato é que o Natal continuou no calendário civil de Cuba desde então.
Para ler a entrevista completa (em espanhol) com o ex-diretor de Comunicação do Vaticano, acesse o VaticanInsider.
Via Aleteia
21 dez 2017
Por Carmadélio Souza
Certamente a campanha de propaganda de final de ano da Coca-Cola que leva a imagem da drag queen Pabllo Vittar nas latas de refrigerante não agrada a grande maioria da população brasileira. A Coca-Cola fez outra campanha nessa linha no “Dia do Orgulho LGBT”, em junho desse ano, com a frase: “Essa Coca-Cola é Fanta sim, e daí?“. Diante desse tipo de postura empresarial, mais uma vez, surge a pergunta:
Por que uma empresa faria uma campanha de marketing que vai contra a matriz cultural de seu mercado alvo?
Lembro-me das aulas de marketing. A Coca-Cola foi analisada, em sala da aula, por ter grande sensibilidade com a cultura local dos diversos mercados em que atua. Certa vez, por conta do festival de Parentins, no estado do Amazonas, a empresa chegou a fabricar latas na cor azul, para ser agradável a uma parcela daquela comunidade. Essa e outras campanhas ilustravam uma máxima que deveríamos aprender, sobre estratégia empresarial: “pensar globalmente, agir localmente”.
Acionista chave da Coca-Cola Warren Buffett possui nada menos do que 16.7 bilhões de dólares em ações da Coca-Cola. Nos últimos anos tem ficado evidente quais são as agendas que Buffett busca incentivar. Em 2015, ele colocou 215 milhões de dólares em grupos pró-aborto. O LifeSiteNews conseguiu apurar que entre 2003 e 2014, Buffett subsidiou a Planned Parenthood, a maior clínica de abortos do mundo, em pelo menos 440 milhões de dólares. Também destinou 2.2 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates, que atua na distribuição de medicamentos abortivos e contraceptivos em diversos países do mundo.
Buffet também tem sua própria fundação, que leva o nome de sua primeira esposa: Susan Thompson Buffett Foundation (Fundação Susan Thompason Buffett).
As ações desenvolvidas pela Fundação Susan Thompason Buffett fizeram Warren Buffett ser intitulado pela Bloomberg como o maior “ícone feminista”. Trata-se da terceira maior fundação dos Estados Unidos, atrás apenas de suas parceiras de agenda, a The Bill and Melinda Gates e a Ford Foundation. A Fundação Susan Thompson destaca-se também na distribuição gratuita, em escala global, de ‘contraceptivos’ DIU (Dispositivo Intrauterino). A Bloomberg destacou ainda o altíssimo investimento da Fundação em pesquisas acadêmicas nessa área.
Segundo o site InsidePhylanthropy, o mega-bilionário destina 99% de sua riqueza para causas filantrópicas. Desse montante, 83% se destina a Fundação Bill e Melinda Gates. O motivo de destinar mais recursos para a fundação de Gates ao invés de suas próprias fundações é que Buffett teria ficado impressionado com a eficiência da Fundação Bill e Melinda Gates, na distribuição de medicamentos abortivos, contraceptivos e outras pautas da saúde reprodutiva ao redor do mundo, com foco especial na África.
Agenda Globalista Para muitos empresários e profissionais bem intencionados, a frase “pensar globalmente e agir localmente”, aprendida na faculdade ou no MBA, significaria uma perspectiva de gestão que agrega uma visão estratégica integrada e internacional, com ações locais que permitam identificação dos valores de cada sociedade, para a satisfação das necessidades locais de cada país e sociedade, obviamente respeitando sua cultura. Tudo muito romântico e belo!
A verdade é que essa frase está longe de ser uma teoria de marketing. Trata-se de mais um slogan da estratégia globalista dos mega-capitalistas, que não estão nem um pouco preocupados com a satisfação das necessidades de cada sociedade ou com respeito de suas crenças, mas sim, com a engenharia social. Isso está evidente.
O verdadeiro significado desse slogan consiste em introduzir agendas globalistas em todas as sociedades, incluindo a expansão do acesso ao aborto, ideologia de gênero, feminismo, e consequentemente, obtém-se a destruição da família.
Tenho visto de forma recorrente como os livros de marketing tem servido, há décadas, aos objetivos de mega capitalistas e globalistas. Dentro de muitos livros, onde se esperaria encontrar teorias acadêmicas e conhecimento científico, encontram-se diversos produtos de marketing, vendidos como se fossem teorias acadêmicas e tendências a serem seguidas “para o bem dos clientes, das empresas e da sociedade“. O famoso guru Philip Kotler contribuiu sobremaneira para isso, e ficou fácil entender o porquê. Ele trabalhou por décadas para a Kellogg Foundation, que é outra fundação bastante envolvida em diversos movimentos políticos de esquerda, promotora da pauta dos “direitos sexuais”, aborto e gênero.
Fundação Coca-Cola A Coca-Cola também possui sua fundação. A The Coca-Cola Foundation (Fundação Coca-Cola) atua desde 1984, em mais de 122 países, focando em três principais áreas: Mulheres, Água e Bem Estar.
Seus programas tem um especial no “empoderamento feminino” e distribuição de medicamento para mulheres de países da África, América Latina e Ásia, atuando em parceria com outras fundações, conhecidíssimas como: Bill e Melinda Gates Foundation.
Para atuar em tantos países a Coca-Cola Foundation movimenta bilhões de dólares entre as diversas fundações e ONGs espalhadas e conectadas em todo o mundo. A lista das organizações, disponível no site da da Coca-Cola, relaciona 262 organizações cujo montante de doações passa de 72,6 bilhões de dólares somente no ano de 2016. Na lista constam organizações como a Gay e Lesbian Victory Institute; Nulac Institute, que luta pela pauta de gênero e outras pautas na América Latina; Open Society Foundation, de George Soros.
Em entrevistas, em dez 2016, o CEO da Coca-Cola, Muhtar Kent, afirma que é feminista e que a pauta feminista faz parte da estratégia da Coca-Cola, porque “é boa para os negócios”.
Estratégia empresarial versus valores da população
Em julho, época da campanha “Essa Coca-Cola é Fanta, e dai?“, a Coca-Cola haviaanunciado a criação criado um Comitê LGBTI+. Segundo o líder desse comitê interno, “A diversidade está no DNA da Coca-Cola”. Para a empresa, “A criação do comitê LBGT+ foi um passo importante na cultura da empresa”. Apesar disso, uma das fotos da campanhafoi criticadana internet também por conter apenas homens brancos na foto.
Em tempos em que a população vive aflita pelas incessantes tentativas de incluir questões polêmicas de ideologia de gênero e sexualidade precoce no material escolar de crianças de 6 anos de idade, e em que Fátima Bernardes leva diariamente, em seu programa matinal, crianças com aparente disforia de gênero, buscando, evidentemente, quebrar tabus e trabalhar na normalização desses casos, a postura da Coca-Cola no incentivo dessas pautas traz ainda mais tensão ao ambiente atual.
Em evento recente no Instituto Coca-Cola, a diretora Executiva do Instituto afirmou:
“Acreditamos que as empresas podem e devem atuar para além das fronteiras de suas políticas de recursos humanos, para além das paredes de seus escritórios e fábricas, comoagentes incentivadores de transformações que rompam os padrões culturais e tornem a sociedade mais justa e igualitária. É por isso que essa parceria com a ONU Mulheres tem um papel tão importante para a promoção do empoderamento socioeconômico das mulheres em comunidades de todo o Brasil” (grifo nosso)
A empresa também lançou alguns vídeos defendendo o fim da estigmatização de atividades entre homens e mulheres e o empoderamento feminino.(veja abaixo) Em um dos vídeos, chegam a usar o termo “fazer decisões sobre o próprio corpo”, decidindo se querem ser mães ou não.
A empresa mostra-se claramente voltada ao trabalho de transformação da sociedade, por meio da desconstrução de valores culturais. Neste contexto, não parece por acaso a utilização de uma drag queen como “garota” propaganda. Principalmente quando vemos quais são as pautas que Buffett, principal acionista, tem investido.
Controle populacional e pauta feminista: as fundações e projetos patrocinados pelo maior acionista da Coca-Cola tem diversos elementos em comum, dentre os quais podemos destacar o controle populacional. Contudo, eles sabem que o controle populacional não passa apenas por alternativas de contracepção e expansão do acesso aos serviços de aborto, mas também pela implantação de uma cultura anti-natalista e é nesse contexto que entra o grande foco no “empoderamento” das mulheres. A pauta feminista e de “empodeiramento” vem no sentido de desestimular a maternidade por meio de grandes estímulo à carreira e ao empreendedorismo. Talvez por isso o programa The Coca-Cola Company’s 5by20initiative tem como objetivo “empodeirar” cinco milhões de mulheres até 2020. O estímulo do movimento gay por parte dessas fundações também parece vir ao encontro desses objetivos de controle populacional, uma vez que esperam, com um desestímulo da chamada “heteronormatividade”, reduzir o número de famílias tradicionais no futuro. Assim, parece conveniente incentivar e promover a imagem de um ídolo jovem drag queen.