Com relação à La Bête, recentemente encenada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Associação Médica Brasileira (AMB) vem a público fazer um alerta:

Não consideramos a performance adequada, pois expõe nudez de um adulto frente a crianças, cuja intimidade com o corpo humano adulto, de um estranho, pode não ser suficiente para absorver de forma positiva ou neutra essa experiência.

– Evidências científicas comprovam que situações de nudez, contato físico e intimidade com o corpo são próprias do desenvolvimento humano, mas positivas , desde que ocorram entre pessoas com perfis equivalentes, quanto à idade, maturidade e cultura. Ou entre adultos e crianças cujo vínculo e convivência cotidiana definem esta experiência, de forma natural e sem caráter exploratório previamente determinado.

– Do ponto de vista do adulto (que se apresenta nu e disponível para contatos físicos com crianças) não se consegue alcançar o mérito dessa proposta e/ou sentido artístico, educativo desse roteiro teatral.

Recomendamos que pais e educadores se disponham a trabalhar a sexualidade de seus filhos e alunos, para lhes oferecer a melhor educação sexual, e os prevenir de situações inadequadas, as quais podem ter repercussões imprevisíveis, dependendo da vulnerabilidade emocional de cada criança ou púbere, mais até do que da intensidade da experiência.

Associação Médica Brasileira

Nossas Crianças, por Alexandre Garcia  (Jornalista da Globo)

O volante Gabriel, do Corinthians, foi suspenso por dois jogos por causa de gesto obceno feito para a torcida do São Paulo. Ele pusera a mão sobre a parte da frente do calção, entre as pernas. Fico me perguntando se seria arte, na mesma cidade, quando aquela mãe induziu a filhinha a tocar num homem nu, deitado no chão. Em Jundiaí, a alguns quilômetros dali, um pai de 24 anos foi preso por estar fumando maconha no carro de vidros fechados, com seu bebê de uma semana deitado ao lado. Fico me perguntando porque estava aberta para crianças uma exposição em Porto Alegre que mostra um negro com o pênis de um branco na boca, enquanto outro branco o assedia por trás. A mesma exposição tem uma ovelha sendo violentada por duas pessoas, enquanto uma mulher pratica sexo com um cachorro. Não entendi porque isso estava num museu, aberto a crianças, e não numa casa noturna de shows de esquisitices sexuais e restrito a adultos.

Tampouco entendi a performance de um homem nu que esfrega num ralador uma imagem de Nossa Senhora. Em São Paulo, alguém que pensa que somos idiotas explicou que o homem nu é arte interativa com o corpo humano. Ora, arte com o corpo humano é o que a gente vê, e aplaude, no Cirque du Soleil. E a Veja, de que sou assinante, deve pensar que abandono meus neurônios ao abrir a revista. Comparou as garatujas da exposição de Porto Alegre a Leda e o Cisne, de Leonardo. Como piada, eu poderia acrescentar, no mesmo tom, que deveriam convidar o tarado ejaculador em ônibus para mandar uma foto a ser exposta entre as semelhantes manifestações de “arte”. As pinturas murais artesanais eróticas em Pompéia, têm um significado histórico que o mau-gosto do tal museu não tem.

Tudo bem, eu não gosto mas há milhões de gostam. Respeito. Só não aprovo, como cidadão, que abram as portas para as crianças se chocarem com essas agressões. Que limitem a adultos. Aprendi que arte é beleza, tem padrão estético, tem perfeição técnica, dá prazer intelectual. Há quem pense que arte é escatologia, agressão, garatujas ou até uma tela pintada de branco. Como disse Affonso Romano de Sant’Anna: “arte não é qualquer coisa que qualquer um diga que é arte, nem é crítico qualquer um que escreva sobre arte”.

No Peru, o povo encheu as ruas de Lima para exigir a retirada de doutrinação de crianças em assuntos sexuais no ensino público. E ganhou. Nas ruas, defenderam que as crianças são educadas pelos pais e parentes. No Senado brasileiro, excelentes senadores, como Ana Amélia (RS) e Magno Malta(ES) estão convocando os responsáveis por tais exposições a explicarem em CPI onde não estão agredindo o Estatuto da Criança e do Adolescente e qual o objetivo de envolverem crianças nos seus estranhos experimentos.

“Eu tenho uma filha de dois anos e oito meses que ama rosa, enlouquece com bonecas e princesas, brinca de mãe e filho o dia inteiro e chora quando entra numa loja de brinquedos querendo um ferro e uma tábua de passar roupas! Socorro!

Confesso que, cada vez que vejo esse movimento todo dela, eu me arrepio da cabeça aos pés. Parece piada que minha filha aja de maneira tão contrária a tudo que eu acredito; mais ainda, de maneira contrária a tudo que eu prego no meu dia a dia, a tudo que eu acredito que seja uma construção social das mais cruéis que segregam meninas e traçam pra elas um único e fatídico destino, a tudo que fuja do roteiro traçado por essa construção que seja carregado de culpa e julgamentos! 

Não acredito que existam brinquedos de menina ou brinquedos de meninos. Quando minha filha nasceu, eu não comprei um brinquedo. Bom, ela tinha um irmão de três anos, a casa já estava cheia de brinquedos e ela não precisava de nada além daqueles que ali já habitavam. 

Assim ela ficou, sem brinquedos novos até completar um ano, se não me engano. Foi ali que chegaram as primeiras bonecas, não sei quem deu, não me lembro, mas me lembro com perfeição quando ela, com um ano de idade, pegou uma boneca no colo e ninou. 

Fiquei muito espantada, mas sabia que ela estava reproduzindo o que fazíamos com ela, mas e as princesas? Pode ser influência das amiguinhas da escola. E a cor rosa? E a predileção por saias e saias que rodem? E a paixão por panelinhas e fogão? E o ferro e a tábua de passar, minha gente?! Acredito que seja tudo repetição do que ela vê à sua volta, mas ela também vê (e muito) outras coisas… até porque quando senti esse movimento, a minha primeira ação foi apresentar a ela outras opções, para que ela pudesse perceber que além do mundo de fadas, bonecas, saias, panelinhas e princesas existe muita coisa legal com que ela também pode brincar. 

Não, não adianta, ela gosta desse mundo, esse é o mundo de brincadeiras que ela, com quase três anos, escolheu pra chamar de seu. 

Eu, como mãe, acredito que devo continuar dando outras opções para que ela sempre saiba que o mundo pode ser mais que uma única coisa e que ela pode sim ser o que quiser: astronauta, bailarina, bombeira, princesa, médica, fada, engenheira, cozinheira, professora, princesa, passadeira… não importa, o que importa é ela conquistar a liberdade de ser o que ela quiser.

Taís Araújo, Atriz da Rede Globo.

Abaixo, comentário do Rodrigo Constantino

” Então quer dizer que não importou tanto a “construção social”, menos ainda a “construção familiar”, pois a menininha só quer saber de bonecas? Taís Araújo entrou em contato, pelo visto pela primeira vez, com a biologia. Uma aula prática que sua filhinha, com menos de 3 anos, proporcionou-lhe. Deram uma boneca para ela e pronto: todo aquele esforço de fazê-la gostar de tudo, das mesmas coisas que o irmão mais velho, foi por água abaixo.

Se Taís Araújo acompanhasse mais o mundo animal, saberia que nem tudo é “construção social”, que a biologia é coisa séria, não uma invenção machista opressora. Saberia que há uma tendência natural de as fêmeas serem mais protetoras da prole, e os machos de protegerem as fêmeas. Saberia que isso não é um absurdo inventado por terríveis e maquiavélicos homens insensíveis. Desconfiaria mais do feminismo.

Acompanho uma família de patos aqui perto da minha casa. Alimentei os 6 filhotinhos desde o começo. Por conta do furacão Irma, alguma coisa, tipo uma fita, invadiu o cantinho deles, e grudou na pata da patinha mãe. Fui me aproximar dela para tentar retirar o troço, que deve incomodar bastante, mas imediatamente o pato macho se aproximou emitindo sons supostamente ameaçadores. Eu entendi o recado: “Não mexe que ela é minha”.

Feministas não gostam disso, mas tenho certeza de que, no fundo, Taís Araújo apreciaria uma atitude dessas vindo de seu marido Lázaro Ramos. Um ato de coragem protetora. Já quando eu me aproximo demais dos filhotes, é a patinha que sai em sua defesa, deixando claro que fará de tudo para protegê-los. A mãe protege os filhos e o pai protege a mãe: parece uma configuração bizarra? Só para feministas, pois no reino animal não é tão incomum assim.

A atriz vive imersa na bolha politicamente correta, no Projaquistão, onde tudo que é “progressista” é lei religiosa, e para quem conservadorismo é doença mental. Para essa turma, “ideologia de gênero” é ciência, e ciência é invenção de machistas opressores. Talvez Taís Araújo devesse ver esse documentário norueguês, que derruba esse mito da “identidade de gênero”, inclusive com uma das feministas afirmando categoricamente que não liga para os fatos. Isso mesmo. No vídeo, a “filósofa do gênero” Catherine Egeland, uma das entrevistadas, chega a afirmar que “não se interessa nem um pouco” por esse tipo de ciência e que “é espantoso que as pessoas se interessem em pesquisar essas diferenças”. Espantoso que as pessoas se interessem a pesquisar! É a ideologia acima de qualquer coisa, de tudo, dos fatos, da ciência, da busca pela verdade.

As feministas querem o “empoderamento” da mulher, e Taís Araújo quer a felicidade da filha. Louvável. Resta saber: se a pequena escolher ser uma boa mãe e boa esposa, apesar de toda a ideologia, ela será julgada por isso ou terá seus desejos respeitados, pela mãe e pela sociedade? Pergunta legítima, pois hoje, especialmente no Projaquistão, sabemos que uma mulher que escolhe “virar homem” tem mais respeito e admiração do que uma mulher que escolhe ser dona de casa…

“O Ocidente vencerá a batalha contra o radicalismo islâmico somente quando se dissociar da Arábia Saudita, que exporta essa ideologia violenta. Até agora, os Estados Unidos e a Europa só discutem paz, segurança e direitos humanos, esquecendo-se de que são cúmplices dos sauditas, dos quais compram petróleo e aos quais vendem armas.”

É o que afirma Ani Zonneveld, fundadora e presidente da Muslims for Progressive Values, uma associação de muçulmanos progressistas com mais de 10.000 membros. Ele vive em Los Angeles, onde dirige a oração (ou seja, uma imamah, uma imã mulher) das sextas-feiras (para homens e mulheres).

Filha de um diplomata, Ani Zonneveld nasceu há 54 anos na Malásia, um país multicultural e multirreligioso, e viveu na Alemanha, no Egito e na Índia, para depois se mudar para os Estados Unidos, para frequentar a faculdade e se dedicar à música (ela ganhou um Grammy). Personagem transgressivo e eclético, na sexta-feira, 22 de setembro, ela será uma das convidadas do evento Torino Spiritualità.

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Os terroristas atingiram Barcelona. Por que visam a lugares públicos?

Os terroristas que atingiram Barcelona são seres desprezíveis, querem criar notícias matando inocentes. Buscam objetivos fáceis: mercados, sorveterias, cafés, onde há uma dimensão alegre. Eles vão continuar atacando a Europa, mas o seu modo de agir não tem nada a ver com o Islã. O fato de que os que são mortos são civis, inocentes, contradiz os ensinamentos de Maomé, segundo o qual, em tempo de guerra, os civis e os crentes (incluindo cristãos e judeus) não devem ser alvejados, é proibido envenenar as fontes de água e pisotear a grama destinada ao pasto.

No entanto, os terroristas usam como pretexto as escrituras do Islã…

Eles interpretam o Alcorão à sua maneira, depravando-o, e essa interpretação deles está se espalhando como um câncer. Em um post nas mídias sociais, o suspeito Moussa Oukabir escreveu que “é preciso matar os infiéis e poupar apenas os muçulmanos praticantes”. Afirmações absurdas, porque o termo infiel não indica o não muçulmano, mas sim aquele que esconde o verdadeiro significado de Deus. Na minha opinião, esses assassinos e os seus imãs é que são kafir [aquele que não crê]. Nós, muçulmanos progressistas, trabalhamos desde 2004 para desafiar essas interpretações do Islã radical.

Vocês já se mobilizaram também por causa dos recentes eventos de Charlottesville que trouxeram para o primeiro plano o extremismo de direita?

Sim, a nossa associação assume como objetivo combater as ideologias radicais sob a bandeira do Islã, mas não percebemos nenhuma diferença entre os integristas muçulmanos e os extremistas brancos. As ideologias não se esgotam na destruição ou na remoção dos monumentos. Seria oportuno seguir o exemplo da África do Sul, onde o Museu do Apartheid e o Slave Lodge recordam os horrores do passado sem glorificá-lo.

Voltemos à Europa, onde assistimos ao retorno dos chamados foreign Fighters da Síria e do Iraque. Como é possível enfrentar esse problema?

É necessário erradicar a ideologia que anima esses jovens, trabalhando com os líderes religiosos muçulmanos, para que esses rapazes escolham um caminho diferente do radicalismo. Mas a questão é saber onde encontrar os imãs capazes de realizar essa tarefa. Em todo o caso, é um problema que deve ser resolvido pelos próprios muçulmanos, mobilizando-se para erradicar as interpretações radicais dos seus textos sagrados.

Essas interpretações radicais trazem consigo uma boa dose de misoginia. Na sua opinião, por que, ao longo dos séculos, o Islã se tornou tão agressivo com as mulheres?

Não é culpa do Islã em si mesmo, mas daqueles muçulmanos que depravaram a nossa religião. Eu fico com raiva quando penso em todas as injustiças que as mulheres muçulmanas tiveram que sofrer, quando, há 14 séculos, a Revelação tinha nos permitido obter direitos. Penso em Maria, a mãe de Jesus, à qual é dedicado um capítulo inteiro do Alcorão e que é mantida na palma da mão pelos muçulmanos, sinal do valor que o Islã dá às mulheres, bem diferente daquela atitude daqueles homens que estão monopolizando a nossa religião. No século XXI, ainda devemos lutar para poder frequentar as escolas, para decidir por nós mesmas. Defrontando-nos com conceitos absurdos, como a tutela por parte de um guardião, as diferenças de gênero em âmbito hereditário, a questão da honra.

Sobre os direitos das mulheres no Islã, em que consiste a iniciativa de vocês intitulada #ImamsForShe?

Trabalhamos com imãs do sexo masculino, com os estudiosos e as estudiosas das escrituras do Islã, com todos aqueles que promovem os direitos das mulheres e das meninas. No nosso programa, existem oficinas, campos de esportes para meninas, onde também realizamos cursos sobre as interpretações liberais do Islã, para dar a essas jovens os instrumentos para responder – com as armas da religião – às imposições e defender os próprios direitos. Seria bom se Malala (ativista paquistanesa vencedora do Prêmio Nobel da Paz) também aderisse.

Farian Sabahi, jornal Corriere della Sera

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O bacon nosso de cada dia – católicos e veganismo

“Não é justo comer a carne dos pobres animais, quando podemos nos alimentar muito bem só de vegetais!”, dizia-me o taxista. Apesar de discordar, resolvi não contrariar o homem. Afinal, não há mal nenhum – moralmente falando – em ser vegetariano. Entrei no modo “é, tens razão” e suportei pacientemente o sermão até o fim da corrida.

Porém, quando esse discurso começa a reverberar entre os membros da Igreja travestido de virtude cristã, não é mais possível que fiquemos calados. Vejamos, portanto, o que a Igreja afirma sobre isso.

O QUE DIZEM O MAGISTÉRIO E A BÍBLIA?

O Catecismo da Igreja Católica (2415 a 2418) nos ensina que os animais são dons de Deus. São criaturas benditas, mas que não possuem alma imortal – somente uma alma sensitiva, assim, podemos nos servir deles para diversos fins, inclusive para a nossa alimentação.

Temos a obrigação de tratá-los com respeito, dentro do possível, já que eles têm sentimentos e sentem dor. É pecado “fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas”.

No Antigo Testamento (Lev 11), estão descritos quais são os alimentos permitidos ao povo hebreu: era lícito comer diversos tipos de carne de animais, exceto daqueles consideradas “impuros”, como porco, morcego, camarão, aves de rapina e répteis, entre outros (para não perdermos o foco, não vamos nos alongar discutindo aqui a razão destas restrições).

Segundo as Leis da Torá que os israelitas seguem até os dias de hoje, Moisés determinou que o abate dos animais deve ser feito de maneira especial, de modo que o animal morra instantaneamente, sem sofrimento. Atualmente, o processo é realizado por uma pessoa treinada, o shochet, sob a rígida supervisão de um rabino. Somente os animais corretamente abatidos – considerados kosher – são aprovados para o consumo dos judeus 

Os primeiros cristãos, especialmente aqueles de origem judaica, seguiam rigorosamente esses preceitos alimentares. Tudo mudou no dia em que São Pedro teve uma visão sobrenatural: Deus lhe mostrou que os fiéis podiam agora comer qualquer bicho que lhes desse na telha:

“…Viu o céu aberto e descer uma coisa parecida com uma grande toalha que baixava do céu à terra (…). Nela havia de todos os quadrúpedes, dos répteis da terra e das aves do céu. Uma voz lhe falou: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Disse Pedro: De modo algum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma profana e impura. Esta voz lhe falou pela segunda vez: O que Deus purificou não chames tu de impuro.” (Atos 11,11-15)

Agora, irmãos, afiem seus caninos… Aí vai uma dos versículos mais carnívoros da Bíblia. Fala, São Paulo!

“Comei de tudo o que se vende no açougue, sem indagar de coisa alguma por motivo de consciência.” (I Cor 10,25)

MOTIVOS JUSTOS PARA SER VEGETARIANO

Não vamos discutir aqui se ser vegetariano é saudável ou não; abordamos a questão dos pontos de vista moral e religioso, e deixamos o resto para os médicos e nutricionistas.

Então, atenção: nem a Bíblia, nem a Tradição da Igreja e nem a vida dos santos oferecem qualquer base para que católicos creiam que matar animais para comer é maldade. Quem pensa assim, geralmente, se deixou influenciar pelo hinduísmo, pelo espiritismo ou por filosofias toscas da Nova Era.

Por outro lado, é perfeitamente legítimo que um católico se abstenha definitivamente da ingestão de carne porque:

  • não gosta do sabor;
  • acha que isso é melhor para a sua saúde;
  • deseja praticar o ascetismo, ou seja, desenvolver suas virtudes cristãs por meio do sacrifício (como é o caso de São João Crisóstomo).

CARNÍVOROS SÃO ASSASSINOS?

A argumentação mais comum que os vegetarianos ativistas usam é a de que, do ponto de vista dos animais, as pessoas carnívoras são assassinas. 

O mais bizarro é que boa parte desses ativistas animólatras não considera o aborto de bebê humanos como assassinato.

Mais radicais do que os vegetarianos são os vegans. Eles condenam a “exploração dos animais” não só como alimento, mas também como matéria-prima para diversos produtos, como couro, lã, seda e cosméticos. Santa, ingenuidade, Batman!

Amigo vegan, como membro de uma sociedade industrializada, saiba que praticamente tudo o que você usa foi produzido por meio da morte de animais, ainda que de forma indireta. Nem mesmo o estofado daquele seu sofá xexelento de “couro ecológico” escapa dessa realidade.

A não ser que você seja o Tarzan ou a Jane, quase tudo à sua volta contém metal ou foi produzido por máquinas de metal. E esse metal provém das mineradoras, que precisam desmatar e revirar grandes extensões de solo com escavadeiras para extrair o minério. Nesse processo, por mais cuidado que se tome, é impossível que muitos animais não morram.

JESUS E SÃO FRANCISCO ERAM VEGETARIANOS?

Você já deve ter ouvido alguém falar que Jesus era vegetariano. Quem crê nesta teoria delirante se esquece de um simples fato: este tipo de frescura era INADMISSÍVEL para um judeu naquela época.

A ingestão de carne era parte integrante e indispensável de alguns ritos centrais para o povo de Israel, como a Páscoa. E, pra ficar bem claro: quem estabeleceu esses rituais foi o próprio Deus, por meio de Moisés.

Tem que ser muito iludido para crer que Jesus e seus Apóstolos não consumiam carne de animais. Afinal, o Evangelho está repleto de passagens que tornam esta hipótese indefensável:

  • O Senhor enche as redes dos pescadores de peixes (Lc 5,4-7);
  • Cristo multiplica milagrosamente pães e peixes para que sejam distribuídos à multidão (Mt 15,36);
  • Já ressuscitado, Ele assa e serve peixe aos Apóstolos na praia: “Vinde, comei” (João 21,12);
  • Jesus come um peixe assado pelos Apóstolos (Lc 24,41-43).

Aos “católicos hinduístas”, não resta nem ao menos o consolo de afirmar que Jesus aprovava somente o consumo de carne de peixe. Ele era a favor de comermos carne vermelha também! É o que fica claro na parábola do filho pródigo: quando o caçula volta para casa, seu pai manda botar um bezerrão no espeto (Lc 15,22-23). Esse devia ser gaúcho dos bão, tchê!

Se Jesus fosse mesmo vegetariano, a parábola seria um tanto diferente…

São Francisco de Assis, que tanto amou os animais, comia carne. Comia pouco, é bem verdade, pois era um homem de vida austera, e não porque acreditasse que se alimentar da carne dessas criaturas era errado.

Até mesmo o líder budista Dalai Lama, que um dia havia afirmado – por pura fanfarronice – que não via motivo para matar e comer animais porque “o homem pode viver sem carne”, agora diz que come carne de vez em quando, por motivos de saúde e de conveniência.

Então, se você é vegetariano, beleza. E se for uma opção motivada pelo desejo de praticar o ascetismo, melhor ainda. O que não tem nada a ver é usar o nome de Jesus ou dos santos em vão para criticar e importunar os comedores de carne. E, por fim, o mais importante: quando alguém rejeitar um naco do seu delicioso hambúrguer de tofu, por favor, não insista

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11 fatos sobre as bizarras imposições a venerar retratos e estátuas, entregar-lhes flores, considerá-los divinos e salvá-los de incêndios.

Com a Coreia do Norte ocupando cada vez mais espaço nos telejornais e nos sites de notícias devido às ameaças de ataque nuclear do ditador Kim Jong-Un contra os Estados Unidos, volta à tona, em vários meios de comunicação, a brutal realidade a que é submetida a população desse país, forçada a idolatrar os seus ditadores como se fossem deuses, ao mesmo tempo em que toda e qualquer outra forma de religião é violentamente perseguida.

Elencamos abaixo alguns dados que esboçam o atual panorama “religioso” da Coreia do Norte, um país oficialmente ateu, mas que, na prática, é obrigado a cultuar o ditador, o pai dele e, principalmente, o avô e fundador do país, Kim Il-Sung.

É muito significativo recordar que Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, já foi conhecida como “Jerusalém do Oriente” por conta do intenso e sólido crescimento do cristianismo na região a partir do século XIX. As atuais duas Coreias ainda estavam unidas naquela época. No início do século XX, quando a península coreana caiu sob o domínio do Japão, os cristãos tiveram papel de primeira grandeza nos movimentos de independência. Mas, com a separação entre norte e sul, piorou dramaticamente, na Coreia do Norte, a situação dos cristãos – e dos crentes de quaisquer outras religiões que não sejam esse culto personalista a Kim Il-Sung e à sua dinastia.

1 – O próprio Kim Il-Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual ditador Kim Jong-Un, nasceu de família cristã, mas passou a perseguir o cristianismo para garantir o próprio poder absoluto. Com o apoio da União Soviética, ele seguiu o modelo ateísta impositivo dos regimes comunistas e proibiu todas as religiões, fechando igrejas e templos e destruindo livros sagrados.

2 – Em 1955, Kim Il-Sung começou a impor aos norte-coreanos uma ideologia chamada “juche“, que consiste num culto a ele próprio e que exige fidelidade irrestrita e até mesmo alguns rituais. Na prática, a juche funciona como uma religião em que o próprio Kim Il-Sung é um deus a ser adorado.

3 – Kim Il-Sung é apresentado e reverenciado até hoje, mesmo depois de morto, como o “Eterno Presidente” da Coreia do Norte.

4 – Venerado à força como um ser divino e infalível, ele conta com nada menos que 40.000 estátuas em sua homenagem, espalhadas por todo o país e às quais a população é obrigada a oferecer flores no início de cada ano.

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5 – Aliás, a contagem dos anos, na Coreia do Norte, parte justamente do nascimento de Kim Il-Sung. 2017, por lá, é o juche 106, porque esta seria a idade do fundador caso ele estivesse vivo hoje em dia.

6 – De acordo com as versões oficiais da “história”, que fazem as vezes de “escritura sagrada” para a população supostamente ateia, um arco-íris duplo pintou os céus e uma nova estrela foi registrada no universo no dia em que nasceu Kim Jong-Il, o filho de Kim Il-Sung, em 1942.

7 – É obrigatório que todas as residências norte-coreanas exibam na sua sala um quadro com a foto de Kim Il-Sung e do seu filho Kim Jong-Il. Além de estarem expostos em local privilegiado, esses retratos devem estar sempre perfeitamente limpos. Para fiscalizar o cumprimento deste “mandamento”, é frequente que a polícia invada as casas sem mais nem menos.

8 – O livro “Persecuted“, de Paul Marshall, Lela Gilbert e Nina Shea (2013) aborda a perseguição contra os cristãos em todo o mundo na época atual. Entre os depoimentos registrados, o texto traz o de um refugiado norte-coreano que testemunha o seguinte sobre os tais retratos dos ditadores: “Se um edifício pegar foto, as pessoas têm que demonstrar a sua fidelidade correndo para salvar os retratos antes de qualquer outra coisa” – inclusive antes de salvarem a si próprias.

9 – Se um norte-coreano é flagrado com uma Bíblia ou cultuando qualquer divindade, o regime o manda, no melhor dos casos, para um campo de trabalhos forçados; no pior dos casos, o “transgressor” é simplesmente condenado à morte. Os familiares, além disso, podem ser castigados durante nada menos que três gerações.

10 – Mesmo assim, como sempre aconteceu desde os primórdios da fé em Cristo, os cristãos na Coreia do Norte vivem a fé clandestinamente e rezam às escondidas, seja individualmente, seja com pequenos grupos, no geral compostos por familiares. Estas informações são confirmadas por cristãos que conseguiram escapar da brutal ditadura norte-coreana, como é o caso dos que dão o seu testemunho no seguinte vídeo da organização Open Doors, ao final desse artigo.

11 – Recentemente, o atual ditador Kim Jong-Un proibiu a celebração do Natal e mandou celebrar o nascimento da sua avó (!) Ele simplesmente substituiu o nascimento de Jesus pelo da “Sagrada Mãe da Revolução”.

Aleteia

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Papa Francisco convocou os bispos da Venezuela para uma reunião urgente no Vaticano. A definição da data deverá acontecer nas próximas horas. Enquanto isso, a crise se aprofunda nas ruas de Caracas e em outras cidades.

Em Roma, ninguém confirmou a data, mas os bispos da Venezuela já estão prontos para o encontro que deverá acontecer com urgência, dado o particular interesse do Papa Francisco na busca de soluções para a grave crise que atravessa este país sul-americano. Enquanto prosseguem as manifestações e aumenta a lista de mortos – em sua grande maioria jovens – em mais de 70 dias de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, a Santa Sé intensifica seu trabalho em todos os flancos.

Os detalhes da data estão sendo analisados, mas a reunião deve acontecer, segundo revelaram ao Vatican Insider fontes do episcopado venezuelano. Ao mesmo tempo, o novo encontro entre uma comissão da conferência episcopal e funcionários do governo de Maduro, após a primeira reunião mantida dias atrás, é mantido em sigilo.

Desde jornadas de oração com exposição do Santíssimo e assembleias extraordinárias no pleno dos bispos, até diligentes e inéditas ações diplomáticas, mantêm a Igreja ocupada em todos os níveis. Somente nos últimos 15 dias foram recebidos no Vaticano – para falar sobre o caso venezuelano – dirigentes políticos da oposição e alguns cardeais, embora alguns mantenham comunicação através de diferentes meios com a Secretaria de Estado.

Sobre essas reuniões, a Santa Sé não informou oficialmente nem divulgou fotografias. Soube-se delas apenas através das pessoas diretamente interessadas. No dia 31 de maio, Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional, e Stalin González, chefe da Fração Parlamentar da Unidade Democrática tiveram um encontro com o secretário de Estado vaticano, Pietro Parolin.

Segundo indicou González no seu perfil do Twitter, a Santa Sé “tem conhecimento de que os protestos no país são organizados por um povo que busca respeito à Constituição”. “Nós confiamos e acreditamos que a Santa Sé quer uma imediata solução para a crise e para os sofrimentos vividos pelos venezuelanos”, acrescentou.

No último fim de semana, o núncio apostólico em Caracas, Aldo Giordano, reiterou a preocupação do Papa e garantiu que ele quer ajudar, o que deve ser um motivo de esperança para os venezuelanos. Disse que o serviço diplomático da Santa Sé é integrado por “operadores de paz” e ratificou a especial proximidade de Francisco, que “acredita profundamente nos milagres”.

Algo similar disse, por sua vez, o bispo Mario Moronta no sábado durante um ato eclesial em San Antonio del Táchira, região situada na fronteira com a Colômbia: “Assim como Pietro Parolin é um homem que não põe empecilhos, mas abre portas para construir pontes onde for necessário, assim é também Aldo Giordano na busca da paz para a Venezuela”.

“Converso com frequência com o núncio apostólico. Mantemos correspondência. E ele o faz também com o Papa Francisco, que está bem informado sobre o que estamos fazendo na Venezuela. Também conhece todas as dificuldades e a permanente ação da Igreja”, acrescentou. Ao confirmar que “o Papa convocou a Conferência Episcopal da Venezuela para uma reunião no Vaticano”, o também vice-presidente do episcopado assinalou que “vivemos momentos difíceis; mas queremos paz, convivência e fraternidade”.

Augurou que será uma ocasião “para atrair bênçãos para a Venezuela” e que se falará também sobre a situação da fronteira, onde diariamente atendem dezenas de milhares de pessoas que atravessam a ponte binacional para mitigar a crise.

Recentemente, o plenário dos bispos emitiu uma contundente exortação pastoral. Nela, reiteraram como “ilegal” e “inconveniente” a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro.

O comunicado ratificou o chamado ao cumprimento da Constituição e aderiu ao pedido de eleições como uma solução para a crise, após reiterar que a população venezuelana espera o cumprimento das condições aceitas, mas descumpridas: abertura de canal humanitário, eleições gerais, libertação de presos políticos e respeito à Assembleia Nacional.

Posteriormente, uma comissão da Conferência Episcopal presidida por seu presidente, Diego Padrón, recebeu uma equipe de alto nível do governo encabeçada pelo ministro e vice-presidente Elías Jaua, que prometeu levar o pedido pessoalmente a Maduro.

Embora se tenha anunciado a possibilidade de uma segunda reunião em circunstâncias diferentes, sem a presença das câmeras e dos “excessos de protocolo”, mantém-se sigilo a este respeito; assim como sobre a abertura ou não do canal humanitário através da Cáritas, ao que o governo ainda reage com resistências.

Neste contexto, as marchas continuam e aumenta a repressão à espera de um desenlace que freie a escalada de mortes nas ruas venezuelanas. Enquanto isso, a procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, ratificou sua posição contra a Constituinte, considerada pelos bispos como “desnecessária” e pelo Parlamento como um “golpe de Estado”, uma “evidência da ruptura da ordem constitucional na Venezuela”.

Vatican Insider

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“Produzimos alimento para a alma”, resume à agência Lusa Qiu Zhonghui, presidente da empresa Amity Printing, fundada em 1987, com o objetivo de responder à procura interna de bíblias, depois da destruição em massa de exemplares durante a Revolução Cultural (1966-76).

Na maior fábrica de bíblias do mundo, na costa leste da China, as sagradas escrituras são impressas por operários fardados de azul, em mais de uma centena de línguas.

Pequim e a Santa Sé não têm relações diplomáticas e as manifestações católicas na China são apenas permitidas no âmbito da Associação Patriótica Chinesa, a igreja aprovada pelo Governo e independente do Vaticano.

Convictamente ateu e marxista, o Partido Comunista Chinês (PCC) proíbe os seus membros – mais de 80 milhões – de seguir qualquer religião, enquanto apela aos católicos do país para aderirem ao “socialismo com características chinesas” e funcionarem “independentemente” de forças externas.

A tradição antirreligiosa do país remonta à Revolução Cultural, uma radical campanha política de massas lançada pelo fundador da China comunista, Mao Zedong durante a qual “queimaram-se muitos livros, incluindo bíblias”, explica Qiu Zhonghui.

Na época, todos os chineses tinham que ler diariamente o ‘Livro Vermelho’ – um manual de educação política com as citações de Mao, que ultrapassou os 5.000 milhões de exemplares.

Após a morte do líder comunista, “as igrejas começaram progressivamente a reabrir, mas o problema que surgiu então foi: não havia bíblias”, lembra Qiu Zhonghui.

Desde 2003, a Amity Printing Co. começou também a produzir para o mercado externo e, das treze milhões de bíblias impressas pela empresa no ano passado, nove milhões foram para exportação.

Só em África, onde outrora Mao Zedong inspirou dezenas de movimentos comunistas, Qiu calcula que “entre 65% e 70% das bíblias foram impressas” pela Amity.

Nas instalações da fábrica, a cadência das máquinas é acompanhada pelo trabalho manual de centenas de operários, que completam a encadernação, fazem controlo de qualidade e empacotam as bíblias.

Toneladas de cópias das sagradas escrituras, em dezenas de línguas – do árabe ao português -, estão ordenadas em paletes, prontas a embarcar.

À entrada, um ecrã vai atualizando, ao ritmo de uma por segundo, o número de bíblias impressas desde a abertura da fábrica – no início de abril, superava já os 160 milhões de exemplares.

Para alguns operários, o contacto com Deus na linha de montagem resultou mesmo na conversão à fé cristã.

Xiao Sheng, de 47 anos, começou a trabalhar na fábrica em 2008. Hoje, vai à missa todos os domingos.

“A sociedade precisa de crer em Deus”, diz a operária, referindo-se aos “fenómenos negativos”, nomeadamente “a corrupção entre os funcionários do partido [comunista]”, gerados pelo trepidante crescimento económico da China nos últimos trinta anos.

O marido de Xiao é membro do PCC, não foi batizado e diz ser ateu, mas vai à igreja com a esposa e gosta de a ouvir a ler a bíblia.

“Não é crente, mas também não rejeita” os ensinamentos de Deus, explica Xiao.

O budismo, que chegou à China oriundo da India, continua a ser dominante, mas o cristianismo é a religião que mais tem crescido no país.

Oficialmente, o número de cristãos na China continental rondará os 24 milhões, o que não chega a 2% da população. A Academia Chinesa de Ciências Sociais estima que haja cerca de 130 milhões de cristãos ligados às chamadas “igrejas clandestinas”.

A acompanhar o ‘boom’ do número de crentes, a Amity inaugurou em 2008 novas instalações, com capacidade para imprimir 18 milhões de bíblias por ano.

“Precisamos de duas décadas para chegar ao marco das 50 milhões de impressões”, recorda Qiu. “Mas atingimos as 100 milhões em apenas cinco anos”.

Mundo ao minuto.

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O Professor Shmuel Pietrokovski e o Dr. Moran Gershoni, pesquisadores do Departamento de Genética Molecular do Instituto de Weizmann de Ciências, revelaram que cerca de 6.500 genes humanos codificadores de proteínas reagem de forma diferente no sexo masculino e feminino.

Esta descoberta desmascara o mito da ideologia de gênero, a qual considera que a diferença entre homens e mulheres é um fato social e/ou cultural, ou seja, uma construção, em vez de algo biológico ou natural.

Em um recente artigo da sua instituição, os cientistas indicaram que para identificar os milhares de genes recorreram ao projeto GTEx, um grande estudo de expressão genética humana registrado para numerosos órgãos e tecidos do corpo de aproximadamente 550 doadores adultos.

“Este projeto permitiu, pela primeira vez, o mapeamento integral da estrutura genética do sexo humano diferencial”, detalharam.

Em seguida, ambos os investigadores examinaram cerca de 20.000 genes codificadores de proteínas, classificando-os por sexo e procurando diferenças na expressão de cada tecido.

Eventualmente, identificaram cerca de “6.500 genes com atividade que estava orientada a um sexo ou outro em pelo menos um tecido”.

“Por exemplo, descobriram genes que estavam altamente expressos na pele dos homens em relação aos da pele das mulheres, e perceberam que estavam relacionados com o crescimento do cabelo no corpo. A expressão genética para a construção muscular foi maior nos homens; e para o armazenamento de gordura foi maior nas mulheres”.

O mapa detalhado desses genes, publicado na revista BMC Biology, proporciona evidências de que os homens e as mulheres experimentam “um tipo de evolução separada”, que também está interligada.

Há vários anos, o Professor Shmuel Pietrokovski e o Dr. Moran Gershoni se perguntaram por que é comum a prevalência de algumas doenças humanas.

Nesse sentido, viram que as mutações que afetam a fertilidade eram relativamente generalizadas, onde aproximadamente “15% dos casais que tentam engravidar se definiam como inférteis”.

Para os cientistas, o “senso comum” lhes disse que estas mutações, que “afetam diretamente a sobrevivência da espécie através da redução do número de filhos, deveriam ter sido rapidamente eliminadas pela seleção natural”.

No seu estudo, os especialistas demostraram que as mutações nos genes específicos da formação do esperma persistem precisamente “porque os genes se expressam somente nos homens”.

“Uma mutação que é problemática somente para a metade da população, não importa o quanto é prejudicial, passa livremente à próxima geração pela outra metade”.

Outras diferenças

Além disso, os cientistas observaram as tendências para acumular mutações “para ver se a seleção natural põe mais ou menos pressão sobre os genes que são específicos para homens ou mulheres”, ou seja, até que ponto são mutações prejudiciais eliminadas ou toleradas na população.

De fato, os pesquisadores descobriram que a eficiência da seleção natural é mais fraca em muitos desses genes.

“Quanto mais um gene era específico de um determinado sexo, menos seleção (natural) vimos no gene. E mais uma diferença: esta seleção foi ainda mais fraca com os homens”, disse o Dr. Gershoni.

Embora não haja uma explicação completa desta diferença adicional, os pesquisadores apontaram uma teoria da evolução sexual proposta pela primeira vez na década de 1930.

“Em muitas espécies, as fêmeas podem produzir apenas um número limitado de descendentes, enquanto os machos podem, teoricamente, mais. Por isso, a sobrevivência da espécie dependerá das fêmeas mais viáveis ??na população do que os homens. Assim, a seleção natural pode ser mais ‘permissiva’ (pouco exigente) com os genes que só são prejudiciais para os homens”, explicou o Professor Pietrokovski.

Além dos órgãos sexuais, os pesquisadores descobriram uma série de genes ligados ao sexo nas glândulas mamárias, “algo não tão surpreendente”, a exceção “de que aproximadamente a metade destes genes se expressaram em homens”.

“Como os homens têm estruturas mamárias totalmente equipadas, mas basicamente não funcionais, os cientistas fizeram uma suposição de que alguns desses genes poderiam suprimir a amamentação”, detalharam.

Um lugar menos óbvio que incluiu a expressão genética foi somente o ventrículo esquerdo do coração nas mulheres. Outro desses genes, também relacionados à absorção de cálcio, mostrou níveis de expressão muito elevados em mulheres jovens que diminuíram drasticamente com a idade.

“Os cientistas pensam que são ativos em mulheres até a menopausa, protegendo seus corações, mas que causa doenças cardíacas e osteoporose nos últimos anos, quando a expressão genética está fechada”, assinalaram os pesquisadores.

Entretanto, outro gene que principalmente se expressou de maneira ativa no cérebro das mulheres e, “embora a sua função exata seja desconhecida”, os cientistas pensam que “pode ??proteger os neurônios de Parkinson, uma doença que predomina e começa mais cedo nos homens”.

Os pesquisadores também identificaram a expressão do gene no fígado de mulheres que regula o metabolismo de drogas, “fornecendo evidência molecular para a diferença conhecida no processamento de drogas entre mulheres e homens”.

“O genoma básico é quase o mesmo em todos nós, mas é usado de forma diferente em todo o corpo e entre os indivíduos. Portanto, quando se trata das diferenças entre os sexos, vemos que a evolução muitas vezes funciona no nível da expressão genética”, acrescentou o Dr. Gershoni.

Nesse sentido, o Prof. Pietrokovski indicou que, “paradoxalmente”, aqueles “genes vinculados ao sexo são aqueles nos quais as mutações prejudiciais são mais propensas a serem transmitidas, incluindo aqueles que afetam a fertilidade”.

“A partir deste ponto de vista, homens e mulheres sentem diferentes pressões de seleção e, pelo menos até certo ponto, a evolução humana deve ser vista como uma coevolução”.

Finalmente, o pesquisador detalhou que este estudo também enfatiza a necessidade de uma compreensão melhor das diferenças entre homens e mulheres, “nos genes que causam a doença ou respondem aos tratamentos”.

ACI Digital

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Nesta semana, a nossa cidade ( Rio de janeiro) viveu alguns momentos importantes sobre a elaboração do Plano Municipal de Educação. A discussão foi muito significativa e trouxe à luz muitas situações relevantes, e é necessário que reflitamos sobre isso. Também tomamos conhecimento de que o Ministério da Educação tem consigo, em três diferentes versões, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

Trata-se de um Documento elaborado pelo próprio Ministério junto com representantes da área educacional e, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação, será, finalmente, implementado em mais de 190 mil escolas públicas e particulares (incluindo, é óbvio, as mantidas por entidades religiosas) do Brasil.

Ocorre, no entanto, que tanto o PME em discussão aqui no Rio de Janeiro e as três versões da BNCC ignoram o PNE (Plano Nacional de Educação) aprovado pelo Congresso Nacional, dado que este, atendendo aos legítimos apelos da Nação, retirou do texto toda menção à ideologia de gênero que a BNCC, agora, deseja reinserir. Aliás, esse tipo de manobra é antiga e sempre volta: quando o Congresso não aprova algum desejo de um grupo, as manobras fazem com que tudo volte de um outro modo a ser imposto à população, seja por via executiva, seja por via judiciária.

Ora, essa ideologia, sob capa de correta e louvável proteção às mulheres, impõe, na verdade, a mais radical ideologia da História, dado que, se levada às últimas consequências, destruirá a humanidade, conforme afirma o estudioso argentino Dr. Jorge Scala. (Cf. Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família. São Paulo: Catechesis/Artpress, 2011, p. 11).

E por que destruirá? – Porque prega que “a diversidade sexual homem-mulher, e suas derivadas esposo-esposa e pai-mãe, não procedem da natureza, mas são impostas por uma ‘cultura’ arbitrária mediante um sistema discriminatório e repressivo. Esse fenômeno perpetua-se por culpa das instituições (família, escola, Igreja), que condicionam a formação das crianças, impedindo-lhes de escolher a ‘orientação sexual’ e o ‘papel reprodutivo’ que elas prefeririam”.

Daí “a ideologia de gênero quer libertar as crianças e os adultos desse sistema repressivo, de maneira a criar uma ‘sociedade sem classes sexuais’ mediante a ‘desconstrução’ dos papéis sexuais e reprodutivos e das instituições sociais que os reproduzem, sobretudo as familiares, escolares e religiosas. Portanto, ela pretende que tanto os programas escolares quanto os de ‘reeducação’ familiar e de ‘renovação’ religiosa proíbam o ensino moral e da fé, substituindo-o pela ideologia do gender” (Oscar Alzamora Revoredo. Ideologia de gênero: perigos e alcance. Lexicon. Brasília: CNBB, 2014, p. 491-507, apud Opção preferencial pela família. São Paulo: Supplica Filiale, 2015, p. 21).

Trata-se, portanto, como se vê, de uma subversão de toda a ordem natural querida por Deus, pois nega, radicalmente, a natureza humana em matéria sexual (ninguém nasceria, psicologicamente, homem ou mulher, mas escolheria ser homem, mulher ou neutro – nem um nem outro – com o tempo) para impor uma ideologia que o Papa Francisco não hesitou em classificar como “demoníaca”, em 30/01/2015. Ele segue a mesma linha de seu imediato predecessor Bento XVI, que afirmava, em 21/12/2012, em discurso à Cúria Romana, ser tal sistema de ideias uma forte revolta da criatura contra o Criador, que fez o ser humano homem e mulher (cf. Gn 1,27). Portanto, ela é inaceitável à luz não só da fé e da moral, mas também da sã razão fundamentada nas ciências biológicas.

Diante dessa seríssima ameaça que nos cerca, é preciso que, junto a outras forças vivas e atuantes da nação, dentro da lei e da ordem, alertar o maior número possível de pessoas, bem como demonstrar – de modo sereno, mas, ao mesmo tempo, claro e convicto – nossa discordância a mais esta ameaça ao Brasil. Ela começa pela deformação de nossas crianças e adolescentes e, por esse meio, atinge também as famílias, a religião e, por fim, a sociedade em geral.

É muito importante que nos manifestemos nas Câmaras Municipais e também diante das imposições dos outros poderes que tentam legislar aquilo que já foi decidido de outra forma pelo Congresso Nacional. É fundamental que os vereadores façam valer o bom senso e construam para a posteridade uma cidade que progride e avança dentro de valores importantes para a vida humana.

Uma outra forma de demonstrar nosso sadio descontentamento é assinando a petição online no endereço eletrônico abaixo disponível para este fim, bem como rezando para que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a maior educadora da história humana, interceda junto a Deus por nós, a fim de que não nos deixemos, junto às nossas famílias e comunidades, levar por mais este grave perigo que ameaça corromper moralmente a Nação Brasileira de nossos dias.

http://www.citizengo.org/pt-pt/42179-com-ideologia-genero-nao-havera-base-curricular

Com uma saudação fraterna a todos os homens e mulheres de boa vontade que querem construir uma nação humana e com valores da família.

Cardeal Orani João Tempesta

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A catedral de Buenos Aires se tornou o cenário de atos de violência perpetrados por manifestantes feministas na noite de 08/03.

Para comemorar o dia da mulher as feministas resolveram despejar o seu amor a Igreja. O confronto iniciou quando quatro ativistas com os rostos cobertos jogaram pedras e objetos cortantes na fachada da catedral argentina e acenderam uma fogueira diante da tela de proteção montada para evitar danos ao edifício.

Sob gritos de “Iglesia, basura, vos sos la dictadura” (“Igreja, lixo, vocês são a ditadura”), manifestantes também picharam a tela de proteção com frase como “aborto legal”. Desta vez, a imprensa que é sempre tão amiga foi hostilizada. Os jornalistas do Todo Noticias, Canal 26 e C5N foram agredidos sob a justificativa de que os meios de comunicação estariam a favor da Igreja.

Um jovem católico que levava uma bandeira da Santa Sé foi agredido e empurrado por algumas feministas. Devido a hostilidade do movimento, algumas manifestantes tentaram afasta-lo para legitimar o movimento de intolerância religiosa.

A polícia, que estava entre a tela de proteção e a igreja, interveio com bombas de gás lacrimogênio e realizou algumas detenções, além de ter apagado o fogo.

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“não aceitar a ideologia da discriminação por gênero não é questão de intolerância e homofobia”, mas “é a biologia simples” diz a Dra. em biodiversidade, genética e evolução, Pamela Puppo.

Em um artigo publicado em 7 de março no site da Posición.pe, intitulado ” On ideologia de gênero Dra. Puppo explica que “quando os fetos são formados, têm dois cromossomos sexuais, XX ou XY, definindo menina (XX) ou um menino (XY). Os genes contidos nesses cromossomos determinam o desenvolvimento físico dos fetos. Assim, os embriões se desenvolvem com órgãos diferentes por sexo “.

“Na puberdade, um número de hormônios, a testosterona se do sexo masculino ou estrogênio e progesterona se do sexo feminino,  influenciam não só a forma física como a pessoa se desenvolve, mas em uma série de questões emocionais, psicológicas, etc” .

O especialista sublinhou que ” isto não é discriminação, é simples biologia .”

Dra. Puppo salienta que, contrariamente aos princípios da ideologia de gênero “, o feto nascido como homens ou mulheres não é um fato cultural, é biológico .”

“Ou eu vou dizer que quando uma mãe grávida faz ultrassom para descobrir o sexo do bebê e pergunte ao seu médico se o bebê é menino ou menina é ser homofóbico? Por favor! Não é a forma como as coisas são “, diz ela.

O especialista também adverte que “a ideologia do gênero não promove a igualdade de gênero. Ideologia de gênero promove assexualização do ser humano.”

“Esta ideologia, que é apenas isso: uma corrente de pensamento, não uma teoria científica, muito menos evidência científica, sustenta que os seres humanos são” neutros “quando nascem, e podem escolher se serão homens, mulheres, ou uma combinação dos dois quando crescer.” No entanto, precisamente, “não se pode superar a natureza.”

“Eu não posso mudar à vontade. Se um dia eu decidir para ser um gato, esse sentimento não vai fazer crescer o meu cabelo ou fazer crescer uma cauda. Ela nasceu como uma mulher e, portanto, têm uma série de órgãos próprios: útero, ovários, vagina, vulva. Não tenho nenhumdireitopara ter uma próstata ! “.

A Dra. em Biodiversidade, Genética e Evolução adverte que as pessoas que nascem com sexo e depois sentem que têm o sexo certo “sofre de uma síndrome conhecida como” disforia de gênero “. Não é a regra, é a exceção. Não vai entrar aqui casuística, suficiente para dizer que essas pessoas devem ser respeitadas, amadas e acompanhadas “.

A regra estabelece, ainda, que a ideologia de gênero promove os direitos das mulheres de serem respeitadas. 

“Você quer reduzir o abuso sexual de mulheres? Em primeiro lugar, apoie as famílias ! A maioria dos estupradores vêm de famílias desestruturadas, onde o pai é muitas vezes ausente ou abusivo. Em segundo lugar, não incentive que as mulheres sejam utilizadas como objetos em mídias sociais, jornais, publicidade! Em terceiro lugar, dê mais apoio às mulheres que sofrem este tipo de violência, e que os agentes da lei efetivamente cumpram o seu dever de protegê-los .”

No o final de seu artigo, Dra. Puppo salienta que ” a igualdade não é alcançada negando nossas diferenças sexuais, a igualdade deve ser obtida respeitando as diferenças de cada sexo sexo e o que cada um traz para a sociedade”.

Fonte: ACI PRENSA

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Embora seja tema que cause desconforto na maior parte das pessoas, a discussão política não pode mais prescindir do posicionamento daqueles que “não gostam de política”, pois os que gostam de política estão passando a decidir vários aspectos da sua vida, dentro de sua casa, com a sua família. Exemplos como a “lei da palmada” (quando já havia leis contra o espancamento de crianças, aliás, contra o espancamento de qualquer ser humano) e a possibilidade de ser processado, caso seu vizinho tenha entendido de forma particular, algo que você tenha dito, explicitam como a política já está dentro da sua casa.

A política já determina como você deve se comunicar com outras pessoas, o que pode ser dito sem o eventual risco de um processo e como você deve educar os seus filhos. Caso as pessoas comuns persistam alheias ao processo político ideológico, em algum tempo o avanço sobre as liberdades individuais poderá chegar a um ponto de decidirem o que você pode ler, escrever, escutar, comer ou beber.

A política seria o espaço, por excelência, para a discussão de idéias, troca de opiniões e defesa de diferentes pontos de vista. A política também é o espaço para a discussão dos interesses de diferentes grupos. Ambas as formas de exercício político são legítimas.

A primeira é ideológica – das idéias, das proposições teóricas.  A segunda remete aos interesses primários de cada grupo. Existe uma clara hipertrofia da segunda posição, com uma ampla cobertura do cenário político, em detrimento da discussão sobre quais parâmetros devem ser adotados para a vida privada, sobre o papel do Estado (por exemplo, se teria o direito de interferir na educação dada pelos pais), ou se o governo deve determinar a vida religiosa de cada um.

Talvez por essa hipertrofia da discussão da política partidária (cenário político), há um desinteresse generalizado pelo assunto. Esse desinteresse acaba por gerar um resultado óbvio: somente serão aprovadas as idéias dos poucos envolvidos em qualquer temática, e somente esses grupos serão privilegiados.

As definições de certo e errado, do que é bom ou ruim, da moralidade e da ética, irão seguir o grupo melhor representado numericamente. Entretanto, somente um grupo tem conquistado representação na política, seja pelo posicionamento ideológico, seja pela defesa dos seus interesses privados.

Para entendermos melhor qual grupo é esse, temos que explorar a concepção primária de que cada pessoa tem sobre a natureza humana.

Podemos estabelecer duas grandes posições conceituais sobre a natureza humana:

– Alguns acham que o ser humano é bom por essência. ( A Igreja católica reconhece o homem como amado mas ferido pelo mistério do pecado não possuindo, portanto, uma bondade intrínseca. Deus é a origem de todo o bem e todo ato de bondade humana transborda da ação da graça divina agindo na liberdade humana)

– Outros acreditam que, embora possa ser bom, não é uma característica inata, mas sim que deva ser trabalhada.

O primeiro grupo (que acreditam numa forma de “bondade essencial”) tende a ver as diferenças humanas como construções sociais, em que os criminosos se tornam criminosos pelas diferenças sociais, impostas pelo mundo, numa espécie de “falta de sorte”. Afinal, se todos são iguais e bons, as diferenças só poderiam ser decorrentes das imposições sociais. Por exemplo, apesar de existirem bandidos em todas as classes sociais, acreditam que a pobreza é o que causa a violência social. Curiosamente, esse grupo apresenta extrema dificuldade em analisar os fatos, e perceber, por exemplo, que a renda per capita do brasileiro quintuplicou nos últimos 35 anos, enquanto a violência cresceu 4 vezes! Mesmo ajustando para o crescimento da população brasileira no mesmo período, o número de homicídios mais do que dobrou. Sendo a violência uma determinação social, mesmo que os dados apontem em direção contrária, seria necessária uma mudança social, talvez até uma “revolução”, para que a violência regrida. Todo o foco é colocado na mudança da sociedade, apesar da sociedade (por intermédio dos dados disponibilizados publicamente) apontar que não é a pobreza que causa a violência.

Que fique claro: não estou aqui simplesmente tecendo uma opinião. Em 1980 foram registrados 13.910 homicídios no Brasil. Em 2014, foram mais que 52.000. Dados do Banco Mundial evidenciam uma renda per capita evoluindo de aproximadamente US$2.000 para mais que US$10.000. Ou seja, aumentou a renda, e a violência. Naturalmente, alguns irão argumentar que o que aumentou foi a má-distribuição de renda, em que os pobres ficaram ainda mais pobres, e os ricos ainda mais ricos. Utilizemos então outros parâmetros, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma nação. O IDH também cresceu no período, indo de 0,549 em 1980, para 0,744 em 2014.

Dessa forma, a discussão beira a desonestidade, pois, o argumento que o primeiro grupo utiliza não se sustenta, nem mesmo segundo as estatísticas. Embora nossa historicidade já tenha dados suficientes para responder essa questão, poder-se-ia pensar que a discussão ocorreria por pura ignorância. Mesmo assumindo uma falsa suposição da “bondade essencial” humana, persistir na ignorância dos fatos (crescimento da renda per capita, do IDH e da violência, ao mesmo tempo) chega a ser absurdo.

Repetindo, são duas suposições:

1-      O ser humano é essencialmente bom, e a sociedade o corrompe;

2-      O ser humano pode ser bom, ou não, por fatores inerentes à espécie humana.

Repassando, ao se seguir a primeira suposição, o problema da violência é social. Na resolução desse problema, parte-se do pressuposto que a violência é oriunda da pobreza. Entretanto, o IDH e a renda per capita avançaram, mas ainda assim, a sociedade ficou mais violenta. Só há uma inferência lógica decorrente dessa breve análise: a violência não é um subproduto da pobreza. O fato desse silogismo ser contra intuitivo é um fato em si.

Ou seja, o argumento não se sustenta dentro de sua própria tentativa de coerência teórica, e as pessoas continuam acreditando nesse argumento! Trata-se do homicídio da lógica!

Por que o segundo grupo, que pensa que o ser humano não é essencialmente bom, não exige que o primeiro grupo tenha um mínimo de coerência lógica? Por que o segundo grupo não se vê representado politicamente?

Mas talvez seja esse um dos grandes problemas a serem enfrentados: a falta de lógica, como matriz social.

E por que isso ocorreu? Provavelmente porque nos interessávamos menos por discussões sociais e políticas, pois éramos cientes da condição humana, da sua biologia, dos seus limites, e das dificuldades inerentes à própria vida. Estivemos focados no desenvolvimento pessoal, reservando à sociedade o fruto final dos nossos esforços, do nosso acúmulo de conhecimento, do avanço da experiência adquirida. Sabíamos que deveríamos nos desenvolver e ser responsáveis por nós mesmos, ao invés de responsabilizar o outro pelas nossas próprias vidas.

O grupo que tende a ver o ser humano como mera consequência das ações sociais, naturalmente se ocupou mais com o desenvolvimento da sociedade e, por consequência, da política, em detrimento do desenvolvimento individual. Embora não sejam tão numerosos na população, ocuparam mais habilmente os espaços políticos, chegando a tornar o discurso que vence as eleições quase uma formalidade, sem forma e sem conteúdo.

Infelizmente, erramos ao termos nos retirado do debate ideológico.

Discutir política não é mais uma opção: o Estado já está dentro da sua casa. Por exemplo: Caso você ache que seus filhos não devam estudar no nosso sistema tradicional de ensino, saiba que você não tem mais essa escolha. A frequência escolar é obrigatória. E será nessa mesma escola, a qual o seu filho é obrigado a frequentar, que lhe será ensinado que meninos e meninas são meras quimeras sociais, e nós somos os algozes deles.

Enquanto quisermos nos ausentar do debate, e não aceitarmos discutir conceitos como liberdade, tamanho do Estado e autonomia, irão decidir por nós, à revelia.

Há de se retomar a análise dos fatos e discussões sobre as possibilidades que o mundo oferece. Quais valores devem pautar a vida em sociedade? Não se trata de um problema de fácil resolução, pois a própria filosofia encontra-se em evolução constante. Todavia, embora ainda estejamos evoluindo no processo civilizatório, algumas verdades já existem, como as diferenças entre homens e mulheres. Já é claro que não cabe a um único governante, ou grupo, determinar que seu filho é “unissex”, a partir de teorias falhas, que talvez sirvam a algum outro interesse.

A nova matriz social, carente de lógica, tem que ser questionada, revista e modificada.

Devemos defender a possibilidade de expressão individual (também chamada de liberdade), cessar o patrulhamento social e parar de adjetivar as pessoas em discussões ideológicas. Temos que discutir os fatos, não as pessoas. As pessoas deixaram de lado a capacidade de análise dos fatos, mesmo as mais esclarecidas. Não se discute mais qual é o melhor sistema, pois toda conversa acaba se desvirtuando para a discussão da vida dos interlocutores, ou do cenário político, em detrimento da discussão teórica. Em qualquer conversa, o foco deve ser na discussão das idéias, e não na vida particular dos interlocutores. As pessoas devem aprender a se defender da personalização da discussão (do tipo argumentum ad hominem), e se ater à análise dos fatos e da situação.

Dentro dessa retomada da lógica, ninguém poderia admitir um argumento, em que qualquer grupo se posicionasse como defensor da igualdade e da liberdade, ao mesmo tempo!

Ideologicamente, um conceito exclui o outro.

Irei exemplificar tomando por base a ideologia de gênero: conforme exposto acima, quem defende a igualdade, defende a ideia de que os seres humanos nascem iguais, bons e puros, mas a sociedade os corrompe. Segundo essa perspectiva, os seres humanos nascem tão iguais, que nem mesmo existem diferenças de gênero: sexo masculino e sexo feminino seriam invenções sociais, apesar das inúmeras provas científicas (e observacionais) ao contrário. Os seres humanos nasceriam “unissex”, com uma pequeníssima diferença anatômica. Bastaria, portanto, criá-los de forma “unissex”, e depois “deixá-los escolherem seu sexo”. Exceto por alguns artistas, ou raras exceções (que fogem ao escopo desse texto, exceto pela exceção que confirma a regra), a identificação com o próprio gênero (e não me refiro aqui à orientação sexual) continua a ocorrer, em larga escala, apesar da ideologia de gênero. Caso essa ideologia estivesse correta, já estaríamos vendo milhares, milhões de seres misóginos (metade homem, metade mulher), o que também não ocorreu. A determinação biológica de gênero é inequívoca. O que tem ocorrido são mulheres e homens perdidos em qual rumo seguir, pois não conseguem se orientar nem em relação ao próprio sexo.

Cientistas sérios não defendem a ideia de caracteres adquiridos de Lamarck, sendo que a genética contemporânea já deixou claro que Darwin tinha razão. A negação da heritabilidade biológica das características humanas acabou proporcionando sofrimento e mortes desnecessárias.

É inútil impor ao ser humano características que não são suas. Mulher é mulher. Homem é homem. A espécie não muda segundo o interesse ideológico de ninguém, nem de nenhum sistema. As crianças continuam se tornando homens, ou mulheres, na idade adulta. Por que não deixamos que elas cresçam, e nos resguardamos a observar e aceitar suas tendências e evolução natural?

Mas não seria isso o que a ideologia de gênero defende? Não.

O que está sendo defendido é a imposição de um tratamento unissex, sem respeitar os interesses naturais das próprias crianças, ou dos responsáveis por elas, os seus pais.

Uma outra observação remete à escolha das meninas como padrão ideal para a infância. Por que não poderiam ter sido escolhidos os meninos? Não teriam, mulheres e homens, meninas e meninos, o mesmo valor? Por que somente o comportamento contido, sem a energia cinética clássica dos meninos é valorizado? Posto que essas diferenças de gênero seriam somente sociais, por que não se tomou como padrão ideal o comportamento mais despachado dos meninos? Ou então, por que não se assumiu os dois padrões como adequados?

A confusão criada não está sendo solucionada pela ideologia de gênero. Está sendo criada por ela. O mesmo ocorre com todas as outras ideologias que o politicamente correto nos impõe.

Estamos permitindo e incentivando a hipertrofia do poder central, com o Estado funcionando como o árbitro, e, pior ainda, como ator social, determinando como você deve, ou não deve, educar o seu filho. O Estado não deveria ter o poder de determinar a qual sexo pertence o seu filho ou sua filha.

E, caso o cidadão não aceite a imposição estatal, medidas jurídicas poderão ser tomadas. Para se impor a (suposta) igualdade, restringe-se a liberdade. Um único poder central, determinando os valores a serem adotados, sob pena de sanções jurídicas, não me parece um governo humanitário.

Percebe-se, portanto, que estamos diante de uma clara confusão ideológica. Afinal, qual opção é válida, no sentido de uma real possibilidade, e não uma mera distorção perceptiva?

  1. a) Liberdade e Igualdade;

OU

  1. b) Liberdade versus

Embora seja altamente desejável, não é possível ter os dois.

O apelo social à igualdade e à ” justiça social ” se tornou um discurso de difícil contraposição. De alguma forma, talvez pela repetição incessante, esses conceitos foram associados, ao mesmo tempo, a determinados grupos, ferindo completamente a lógica. Temos agora que enfrentar esse equívoco perceptivo e ideológico, pois, para termos a suposta ” justiça social ” , é necessária a intervenção estatal. São, portanto, conceitos mutuamente excludentes. Fica claro que a gerência (ou ingerência) do Estado nas relações interpessoais acaba por restringir as liberdades individuais.

Ainda podemos ter pensamentos dissonantes!  Ainda podemos expressá-los! Utilizemos essa prerrogativa!

Entretanto, caso você não goste de política, e não queira se envolver em discussões dessa natureza, saiba que o Estado, possuidor de todo o saber, fará as suas próximas escolhas por você. Afinal, ele já fez tantas, por que não continuar assim?

Sobre o autor: Leandro A. P. Silva é Médico psiquiatra e Doutor em Ciências