web-auschwiz-rudolf-hoess-eva-mozes-kor-you-tube

Eva Mozes Kor, sobrevivente de Auschwitz, decidiu adotar Rainer Hoss, neto do comandante do campo de concentração Rudolf Hoss.

Quando tinha 10 anos, Eva foi deportada pelos nazistas da Romênia a Auschwitz, junto à sua irmã gêmea (La Stampa, 16 de dezembro). Foi libertada em 1945, pelo exército russo, junto a outras 200 crianças que sobreviveram quase por milagre (news.wgcu.org, 18 de novembro).

17

O encontro com Rainer

No verão de 2013, informa La Stampa, Eva se encontrou em Auschwitz com uma pessoa que a impressionou pela sua “extrema inteligência”. Era Rainer, neto do desacreditado Rudolf Hoss, condenado à forca pelos aliados em 1946, após a queda do Terceiro Reich.

Reiner rompeu a relação com sua família de origem em 1985, dedicando-se a ensinar às novas gerações como “reconhecer e derrotar o mal do nazismo”

Eu gostaria de adotar você

Um ano após esse encontro, Eva perguntou ao neto do seu torturador se permitia que ela o adotasse. Ela já tinha mais de 80 anos. Rainer aceitou. Eva lhe pediu que perdoasse sua família, “porque só assim poderemos realmente nos libertar do mal de Hitler”.

Mulher misericordiosa

Eva é uma mulher misericordiosa que ainda hoje recorda com lucidez os dramáticos momentos vividos em Auschwitz.

Uma vez no campo de extermínio, ela e sua irmã acabaram nas mãos de Joseph Mengele, o médico que fazia experimentos nos prisioneiros, em particular nos gêmeos. As meninas sabiam o que as esperava: se uma morria, a outra seria assassinada.

Cinco injeções por semana

“Eu recebia até 5 injeções por semana, com todo tipo de infecções e doenças”, contou Eva a alunos de Indiana, lugar onde foi morar após a guerra.

A sobrevivência das irmãs foi um verdadeiro milagre e, em Indiana, Eva decidiu se dedicar ao perdão dos seus torturadores, “para deixar de ser a vítima”.

Candles

Para manter viva a memória do Holocausto, Eva fundou Candles, uma associação que busca crianças que sobreviveram aos experimentos médicos de Auschwitz, e conseguiu reunir 122 sobreviventes do método Mengele.

Em 1995, fundou o Kor Candle Holocaust Museum and Education Center, em Terre Haute, no estado de Indiana.

1482699480962

Pyongyang já foi o lar de mais cristãos que qualquer outra cidade coreana. Era até a sede episcopal da nação. Tudo mudou no início da década de 1950, quando as autoridades da então recém-separada Coreia do Norte decidiram suprimir oficialmente qualquer tipo de atividade cristã de culto.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos estimam entre 50 mil e 70 mil o número de cristãos confinados à prisão ou a campos de concentração naquele país por simplesmente praticarem a sua fé.

Mesmo assim, não é de todo estranho, nesta época do ano, ver árvores de Natal em algumas lojas de luxo e restaurantes de Pyongyang, ainda que desprovidas de qualquer significado religioso.

Agora o ditador Kim Jong-Un deu mais um passo na proibição das celebrações de Natal na Coreia do Norte: ele ordenou que, na noite de 24 de dezembro deste ano, o povo comemorasse o nascimento da sua avó, Kim Jong-Suk, uma guerrilheira comunista que combateu os japoneses e se tornou a esposa do primeiro ditador do país, Kim Il Sung. Ela teria nascido na véspera de Natal de 1919.

Morta em 1949 e considerada a “Sagrada Mãe da Revolução”, Kim Jong-Suk recebe nestas datas a homenagem de muita gente que visita o seu túmulo.

Para ler mais sobre o assunto, confira matéria da Fox News (em inglês).

callosa-de-segura-cruz-696x422

Centenas de moradores do povoado de Callosa de Segura, na cidade de Alicante (Espanha), impediram a retirada da cruz localizada na praça da igreja local, uma medida tomada pelo governo de esquerda que não aguardou a decisão dos tribunais e que aplicou neste caso uma interpretação errada da Lei de Memória Histórica.

Trata-se de uma lei aprovada em 2007, através da qual estabelecem medidas em favor de quem sofreu perseguição ou violência durante os anos da Guerra Civil Espanhola e a ditadura de Francisco Franco.

É uma lei controversa, pois favorece uma ideologia e não a reconciliação dos espanhóis. A norma obriga a retirada de monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos depois da Guerra Civil.

Os monumentos relacionados à Igreja Católica permanecem fora desta lei, mas na verdade isso não foi respeitado, como é o caso desta cruz em Callosa de Segura.

Segundo informa a Associação ‘Abogados Cristianos’, o prefeito de Callosa de Segura, o socialista Fran Maciá, enviou um guindaste no dia 14 de dezembro para retirar a cruz que está na praça de Espanha, ao lado da igreja e em frente à câmara municipal.

No momento que estavam iniciando os trabalhos para retirá-la, tocaram os sinos do templo e centenas de habitantes de Callosa de Segura foram ao local a fim de impedir a sua retirada.

Um homem estacionou o seu carro ao lado do monumento para que o guindaste não pudesse trabalhar e outro grupo de pessoas se acorrentou à cruz a fim de que a Polícia e os Guardas Civis não pudessem desalojá-los. Tudo foi feito de maneira pacifica.

Conforme o prefeito, a cruz viola a Lei de Memória Histórica e, por essa razão, em um conselho do município, seu partido, com o apoio de ‘Esquerra Unida’ e ‘Podemos’ – partidos de esquerda –, aprovaram a sua retirada.

De acordo com informações dos manifestantes, o prefeito havia previsto uma reunião para discutir a retirada da cruz, mas como explicou Maciá, apenas pretendia perguntar ao pároco onde poderiam deixar a cruz após a sua remoção da praça.

A decisão de retirar esta cruz está no tribunal e o julgamento está previsto para novembro de 2017.

Um vereador do Partido Popular interpôs um recurso contencioso a fim de que a decisão do governo municipal fosse derrogada, mas embora solicitassem medidas cautelares para impedir o seu traslado, estas foram rechaçadas.

A associação ‘Abogados Cristianos’ (AEAC), junto com a Plataforma em Defesa da Cruz, fez uma petição em agosto no Change.org, somando mais de 28.500 pessoas e conseguiu impedir a retirada desta cruz.

A AEAC pediu “para que respeitem os cristãos e respeitem a liberdade religiosa, pois até então está bem clara que a única intenção da equipe do governo é retirar uma cruz que carece de qualquer símbolo político”.

ACI

base_image

O padre Federico Lombardi é a testemunha dos encontros de Fidel Castro com três papas. Como diretor da Rádio Vaticano e, depois, da Sala de Imprensa vaticana, ele foi testemunha direta dos encontros entre o Papa Bento XVI e o Papa Francisco.

A notícia da morte de Fidel Castro chegou até ele justamente no dia de entrega do Prêmio Ratzinger 2016 (o ex-diretor da Sala de Imprensa é o presidente da Fundação Bento XVI). Com os dois vencedores, Mons. Inos Biffi e Ioannis Kourempeles, o padre Lombardi reviu e saudou o papa emérito que vive no Mosteiro Mater Ecclesiae.

Como foi a conversa entre Fidel Castro e o Papa Bento XVI?

Foi um colóquio longa que beirou uma hora de conversa. Castro fez perguntas sobre o destino da humanidade, sobre o ambiente e a paz, e o papa respondeu com a sua clareza e grande lucidez. Bento XVI pediu e obteve que a Sexta-feira Santa pudesse ser reconhecida como feriado.

Mas, por trás dessa visita de 2012, já havia o longo trabalho diplomático de João Paulo II.

A relação entre os papas e Cuba, entre os papas do fim do século XX e Fidel Castro, marcou um longo caminho de reabertura das relações, e cada uma desses encontros teve um papel muito relevante nesse itinerário. Castro se encontrou duas vezes com João Paulo II. A primeira vez foi em novembro de 1996, quando Fidel Castro foi a Roma por ocasião do Encontro Mundial sobre a Alimentação, promovido pela FAO. Naquela ocasião, ele foi ao Vaticano, foi uma conversa que abriu o diálogo entre Fidel e o papa, que proclamava ao mundo aquele “não tenham medo, abram as portas a Cristo” como principal mensagem do seu pontificado.

Depois, o Papa João Paulo II foi a Cuba.

Sim. Naquela viagem de 21 de janeiro de 1998, que continua sendo absolutamente histórica, por ser a primeira de um papa àquela ilha, eu não estava presente. Para além das palavras e dos encontros que o papa teve com Castro, permanecem aqueles olhares quando o comandante acolheu o pontífice recém-desembarcado do avião em Havana. Cada um olhou para o próprio relógio, como se quisesse se certificar daquele instante que se transformava em história.

Em que encontros o senhor esteve presente?

Eu estive presente nas duas viagens sucessivas dos papas, a de Bento XVI em setembro de 2012 e a de Francisco, quando houve o encontro com Fidel, embora não fosse mais o chefe de governo do país. Lembro que a conversa mais recente da última viagem do Papa Francisco ocorreu na residência de Castro, enquanto, na anterior, Fidel ainda estava em condições físicas para ir à nunciatura apostólica para se encontrar com o Papa Bento XVI.

Conte-nos sobre o encontro do Papa Francisco com Fidel Castro.

O encontro era previsível, embora não estivesse no programa oficial: era preciso ver quando e como ele poderia ser realizado, mas todos sabiam que havia um desejo muito forte do Comandante Fidel de ver o papa. Fidel pedira ao Papa Bento que lhe enviasse livros que pudessem ser úteis para o seu estudo e a sua reflexão. O Papa Francisco realizou esse desejo, levando livros de presente a Fidel Castro, sabendo justamente daquele pedido anterior.

Que livros o Papa Francisco deu para Castro?

O papa encontrou o ex-presidente cubano na residência do idoso líder. Também estavam presentes a esposa de Fidel e outros familiares. O papa deu a Castro alguns livros do Pe. Alessandro Pronzato sobre o humor e a fé, uma cópia da encíclica Laudato si’ e da exortação apostólica Evangelii gaudium. Aos livros, o Papa Francisco quis adicionar alguns CDs com reflexões do padre jesuíta Armando Llorente, que faleceu em 2010, ex-professor de Fidel.

Com que presentes Fidel retribuiu?

Com uma cópia do livro “Fidel e a religião”, escrito em 1997 pelo teólogo brasileiro Frei Betto. Castro escreveu uma dedicatória: “Para o Papa Francisco, por ocasião da sua visita a Cuba com a admiração e o respeito do povo cubano”.

Que falou mais no encontro, o papa ou Fidel?

Todos imaginávamos que Castro gostaria de fazer um longo discurso ao papa. Na realidade, foi exatamente o contrário. Ele fez ao papa grandes perguntas, muito profundas, sobre o destino da humanidade, sobre a fé e sobre a Igreja. As perguntas de Fidel eram fruto de uma fase da sua vida marcada por uma reflexão muito ampla sobre a condição da humanidade. E ele ouviu muito atentamente a reflexão de uma grande autoridade moral do mundo de hoje, como o papa da Igreja Católica.

Antonio Manzo, publicada no jornal Il Mattino

mulheres-de-burka

O Cristianismo é machista? Ele rebaixa o papel da mulher?

Atenção: O autor do artigo é evangélico, sua análise, porém, é bem interessante.

Um passo em falso dado pelos neo-ateus, com o total apoio das feministas seculares, é dizer que a Bíblia é machista, que a Bíblia rebaixa a mulher, que a Bíblia a humilha, que a Bíblia só dá valor ao homem, que a Bíblia isso, que a Bíblia aquilo. É lógico que essas pessoas nunca leram a Bíblia na vida, e tem um conhecimento sobre as Escrituras tão profundo quanto Dawkins possui. Tudo o que elas sabem sobre a Bíblia são versos isolados, picotados e tirados grosseiramente do contexto por ativistas neo-ateus fanáticos, e em cima destes poucos versos elas alardeiam como se fossem profundas conhecedoras da Bíblia inteira.

A verdade é que a Bíblia é o primeiro livro antigo que valorizou a mulher. Mais do que isso: a Bíblia é o primeiro livro antigo que colocou a mulher em pé de igualdade com o homem. E mais: a Bíblia é o primeiro livro antigo que se posiciona contra todas as formas de machismo existentes amplamente nas outras culturas da época, muitas das quais perduram até os dias atuais. E mais ainda: foi o Cristianismo que superou milênios de terror contra a vida da mulher. Se você não concorda com isso, precisa urgentemente fazer um curso bíblico, ou meramente começar a folhear as páginas do Antigo e Novo Testamento.

Antes de começarmos a estudar o papel da mulher na Bíblia, comparemos com a forma que as mulheres eram ou são tratadas pelas culturas não-cristãs. A vida da mulher era realmente uma lástima antes do Cristianismo influenciar o mundo e revolucionar os valores em torno da relação entre homem e mulher. No mundo antigo, a esposa era considerada meramente uma propriedade do marido, e não tinha capacidade para ser independente. Tal visão lastimável, infelizmente, foi compartilhada até pelos homens mais ilustres da época. Aristóteles, notável filósofo grego, defendia que a mulher estava em algum lugar entre o homem livre e o escravo.

Tales de Mileto ia além e dizia:

“Agradece a Deus três coisas: primeira, haver-te feito homem e não animal; segunda, haver-te feito homem e não mulher; terceira, haver-te feito grego e não estrangeiro”

Não, isso não foi dito por pessoas comuns da época ou por uma minoria de homens machistas. Isso era o que era ensinado pelos maiores intelectuais da época, aqueles cujos discursos eram tomados como a expressão máxima da sabedoria e da verdade. Nem o grande Platão escapou disso. Ele ensinava que se um homem vivesse de forma covarde ele iria reencarnar como mulher, e depois como um pássaro. A mulher sempre foi vista no mundo antigo como inferior ao homem, e um pouco mais que um animal qualquer.

Em Roma, muitas meninas eram mortas ao nascimento por serem mulheres, pela prática conhecida do infanticídio, enquanto outras eram simplesmente abandonadas em alguma vala pública ou lixão para morrer. O infanticídio até hoje é comum entre as tribos indígenas e era comum na China até o final do século XIX, sendo bem aceita por aquele povo à época. Duas missionárias cristãs européias assim escreveram sobre a prática do infanticídio feminino na China:

“Era raro que um casal tivesse mais de uma ou duas meninas. Se nascessem, eram descartadas imediatamente. Isso era feito de diferentes formas. A menina poderia ser simplesmente oferecida como alimento a cães selvagens e lobos. Às vezes, o pai a levava à ‘torre dos bebês’, onde ela logo morreria por causa do abandono e da fome e onde seria encontrada pelas aves de rapina” E as que escapavam do infanticídio, infelizmente, não podiam esperar muita coisa. A prática do infanticídio feminino era (e continua sendo) muito comum nas civilizações em que o Cristianismo tinha (ou tem) pouca ou nenhuma influência. Aonde o Cristianismo chegou, a situação melhorou.

As missionárias Sofie Reuter e Anna Jakobsen vasculhavam todos os dias os locais de abandono para salvar as meninas chinesas da morte. Elas as criavam com o amor de Cristo e na fé cristã. Se não fosse pelo Cristianismo, que apresenta uma moral muito mais elevada do que qualquer outra cultura ou ideologia criada pelo homem, essas meninas estariam todas mortas, e muito possivelmente esta prática seria comum no ocidente também. Pergunte a essas meninas se elas não são gratas a Jesus e à fé cristã, que lhes deu a dignidade e o valor que não tinham em sua própria cultura. Foram os missionários cristãos que pediram o apoio das autoridades britânicas e erradicaram estas práticas, valorizando a vida da mulher.

Na Índia, além do infanticídio, as viúvas eram queimadas nas puras dos funerais dos seus maridos, numa prática muito comum até poucas décadas, conhecida como sati. Os hindus criam que a mulher tinha que seguir o marido até a morte, e que se este marido morresse ela deveria ser queimada em honra ao marido falecido. Prática semelhante era comum também na África, onde as esposas e concubinas do chefe da tribo eram mortas quando o marido morria. Estas práticas horrendas foram desaparecendo à medida em que o Cristianismo foi sendo disseminado em cada região do mundo.

A poligamia também foi banida em diversas culturas com a chegada do evangelho. A prática cristã de se casar apenas com uma mulher se contrasta com muitos povos que ainda persistem na crença de que o homem pode ter várias mulheres para si, que é uma forma de machismo, já que a mulher não pode fazer o mesmo e se casar com vários homens. Foi a Bíblia que ensinou o modelo ideal para o casamento. Foi o Cristianismo que elevou a dignidade das mulheres no mundo todo, e é nos países aonde o Cristianismo ainda não chegou (ou ainda tem pouca influência) que as mulheres são mais mal tratadas e têm menos direitos.

Todos os códigos legais no Oriente Médio antigo serviam para tratar a mulher como uma possessão do homem. As leis de Lipit-Ishtar, da Baixa Mesopotâmia (1930 a.C), admitiam como certa a prática de se envolver em adultério com escravas e prostitutas. Na lei hitita (16500 a.C), um pai e um filho poderiam tranquilamente ter relações com a mesma escrava ou prostituta, que isso não era considerado errado. Essa mesma lei permitia até mesmo a zoofilia: “Se um homem tem relações sexuais com um cavalo ou uma mula, isso não é ofensa”[1]. Tanto a mulher quanto os animais eram vistos como uma mercadoria ou um pedaço de carne para se fazer sexo.

Em vários países da África, uma prática comum que perdura até hoje é a denominada “circuncisão feminina”, que é quando meninas, em geral entre cinco e quinze anos, têm seu clitóris mutilado para que não tenham prazer sexual quando adultas. Um artigo do G1 diz que “sem aviso, as meninas são levadas pelas mães a um local ermo, onde encontram uma espécie de parteira que as espera com uma navalha. Sem qualquer anestesia ou assepsia, a mulher abre as pernas das garotas – muitas vezes, crianças de menos de dez anos – e corta a região genital, num procedimento que varia da retirada do clitóris ao corte dos grandes lábios e à infibulação”[2].

Somali Waris Dirie, que teve seu clitóris mutilado aos cinco anos, contou: “Desmaiei muitas vezes. É impossível descrever a dor que se sente”[3]. Um artigo da Superinteressante afirmou:

“A clitoridectomia, como é chamada, é um ritual de passagem, ou iniciação, praticado na África, Oriente Médio e sudeste asiático há dois mil anos. O objetivo é evitar que a mulher tenha prazer sexual. As vítimas em geral são bem jovens – entre uma semana e 14 anos – e os tipos de extirpação variam. Pode ser retirado desde uma parte do clitóris até os pequenos lábios da vagina. As operações são seguidas de muita dor e sangramento. Como são feitas em condições precaríssimas de higiene, com tesouras, facas e navalhas, o número de infecções é muito grande e boa parte das mulheres operadas torna-se estéril. Está provado também que a prática não traz nenhum benefício para o organismo feminino”[4]

Esta prática, lastimavelmente, é muito mais comum do que se imagina. A Organização Mundial da Saúde aponta que há entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres que vivem hoje sob consequências da mutilação. Em sete países africanos a prevalência da mutilação é em 85% das mulheres. É impossível não chorar com uma coisa dessas.

Quando os missionários cristãos chegaram ao Quênia, em 1930, tentaram proibir a mutilação feminina, mas a legislação da tribo prevaleceu. Nos países ocidentais cristãos esta prática não é nem cogitada, porque o Cristianismo representa o que há de mais elevado em moralidade, em especial em relação às mulheres.

Em muitos países muçulmanos até hoje a mulher é obrigada a usar uma burca que cobre literalmente todo o corpo. Em outros, uma pequena parte da face da mulher (somente os olhos, ou dos olhos até a boca) pode ficar descoberta, enquanto todo o resto do corpo precisa estar coberto com este pano. Uma opressão totalmente desnecessária[5].

Imagine o que é conviver com esta burca a todo o tempo, até quando a temperatura está escaldante, exposto ao sol. Imagine o que seria ter que usar um pano desses sob temperaturas acima de 30 ou 40 graus (em alguns países muçulmanos ultrapassa os 50), em contraste com os países cristãos, que sempre permitiram que as mulheres andassem na rua da mesma forma que os homens – sem proibições.

Outro dia desses uma mulher irariana de 25 anos, chamada Ghoncheh Ghavami, foi condenada à prisão por ter ido assistir a um jogo de vôlei[6]. Outra mulher muçulmana, desta vez no Sudão, havia sido condenada à morte por ter se casado com um cristão. Não satisfeitos com isso, eles também a sentenciaram a levar nada a menos que 100 chibatadas antes de morrer[7]. E o pior é que Meriam, a mulher que foi condenada à morte, estava grávida de oito meses[8].

Em quase todos os países árabes a mulher não pode viajar sozinha. Ela tem que viajar com o marido ou com um irmão, como se fosse uma mochila. Já houve vários casos onde uma mulher muçulmana saiu sozinha de casa, desacompanhada de um homem, e foi condenada à morte. A revista Notícias Magazine, em 21 de Outubro de 2001, elencou 33 restrições em relação à mulher no Afeganistão, sendo elas:

  • É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras, médicas, enfermeiras, engenheiras, etc.
  • É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia de um mahram (pai, irmão ou marido).
  • É proibido falar com vendedores homens.
  • É proibido ser tratada por médicos homens, mesmo que em risco de vida.
  • É proibido o estudo em escolas, universidades ou qualquer outra instituição educacional.
  • É obrigatório o uso do véu completo (“burca”) que cobre a mulher dos pés à cabeça.
  • É permitido chicotear, bater ou agredir verbalmente as mulheres que não usarem as roupas adequadas (“burca”) ou que desobedeçam a uma ordem talibã.
  • É permitido chicotear mulheres em público se não estiverem com os calcanhares cobertos.
  • É permitido atirar pedras publicamente em mulheres que tenham tido sexo fora do casamento, ou que sejam suspeitas de tal.
  • É proibido qualquer tipo de maquiagem (foram cortados os dedos de muitas mulheres por pintarem as unhas).
  • É proibido falar ou apertar as mãos de estranhos.
  • É proibido à mulher rir alto (nenhum estranho pode sequer ouvir a voz da mulher).
  • É proibido usar saltos altos que possam produzir sons enquanto andam, já que é proibido a qualquer homem ouvir os passos de uma mulher.
  • A mulher não pode usar táxi sem a companhia de um mahram.
  • É proibida a presença de mulheres em rádios, televisão ou qualquer outro meio de comunicação.
  • É proibido às mulheres qualquer tipo de desporto ou mesmo entrar em clubes e locais desportivos.
  • É proibido andar de bicicleta ou motocicleta, mesmo com seus maharams.
  • É proibido o uso de roupas que sejam coloridas, ou seja, “que tenham cores sexualmente atraentes”.
  • Os transportes públicos são divididos em dois tipos, para homens e mulheres. Os dois não podem viajar no mesmo.
  • É proibida a participação de mulheres em festividades.
  • É proibido o uso de calças compridas mesmo debaixo do véu.
  • As mulheres estão proibidas de lavar roupas nos rios ou locais públicos.
  • As mulheres não se podem deixar fotografar ou filmar.
  • Todos os lugares com a palavra “mulher” devem ser mudados, por exemplo: o Jardim da Mulher deve passar a chamar Jardim da Primavera.
  • Fotografias de mulheres não podem ser impressas em jornais, livros ou revistas ou penduradas em casas e lojas.
  • As mulheres são proibidas de aparecer nas varandas das suas casas.
  • O testemunho de uma mulher vale metade do testemunho masculino.
  • Todas as janelas devem ser pintadas de modo a que as mulheres não sejam vistas dentro de casa por quem estiver fora.
  • É proibido às mulheres cantar.
  • É proibido ouvir música.
  • Os alfaiates são proibidos de costurar roupas para mulheres.
  • É completamente proibido assistir a filmes, televisão ou vídeo.
  • As mulheres são proibidas de usar as casas-de-banho públicas (a maioria não as tem em casa).

Faça uma pesquisa você mesmo. Investigue. Estude. Vá atrás das informações sobre como é a vida das mulheres naqueles países onde ninguém sabe quem é Jesus ou o que é a fé cristã. Ao invés de repetir as asneiras presentes em The God Delusion, certifique-se de como é a vida das crianças, jovens e adultas do sexo feminino nos países onde o Cristianismo teve ou tem pouca influência, onde outra religião, tradição ou cultura predomine. Depois de investigar e poder pensar e raciocinar por conta própria, conclua se o Cristianismo fez bem ou mal às mulheres, e se o mundo estaria melhor se Jesus nunca tivesse nascido.

Foi o Cristianismo, com seus milhões de missionários enviados por séculos até as faixas de terra mais distantes, que foi moldando e influenciando as mais diferentes culturas, tornando-as cada vez mais favoráveis para com as mulheres e intervindo beneficamente na construção de um mundo melhor para elas. Este ainda é um processo em andamento, pois não se muda uma cultura do dia para a noite, ainda mais em países com uma religião predominante rígida que persegue os cristãos e impede a disseminação dos valores morais encontrados no evangelho de Jesus Cristo. Mas o que já foi feito até o momento deveria ser suficiente para qualquer feminista ter vergonha em falar mal do Cristianismo ou da Bíblia.

Nos países massivamente cristãos, colonizados por cristãos e com uma população predominantemente cristã, as mulheres tem uma extraordinária liberdade e valor quando em comparado aos países que não tiveram influência cristã. Nos países cristãos as mulheres podem andar do jeito que quiserem, podem trabalhar, podem ter acesso à informação, podem ter acesso à educação, podem ter prazer e alegria, podem praticar esportes, gerenciar empresas, dividir as atividades domésticas com o marido e até se tornar presidente da república.

Até Dawkins reconheceu que o Cristianismo é uma barreira moral contra algo que ele considera “pior”. Ele disse:

“Tanto quanto sei não há Cristãos a explodir prédios. Não conheço Cristãos que façam ataques suicidas bombistas, nem conheço uma grande denominação Cristã que acredita que a apostasia deva ser punida com a morte. Eu tenho sentimentos divididos em relação ao fim do Cristianismo uma vez que o Cristianismo pode ser uma fortaleza contra algo pior”[9]

Há muito ainda que ser aprimorado? Sim. Mas o Cristianismo é, como sempre foi, uma alavanca aos direitos das mulheres, que conseguiram tudo isso por causa do Cristianismo, e não apesar do Cristianismo. Essas conquistas só foram obtidas em países predominantemente cristãos, e enfrentam forte resistência em países aonde o Cristianismo não chegou, ou onde tem pouca influência. Foram em nações cristãs que as mulheres foram gradualmente vendo seus direitos sendo conquistados, inclusive o direito da liberdade de expressão, pelo qual elas agora podem falar mal da própria fé cristã que lhes rendeu tudo isso.

Se não fosse pelo Cristianismo, talvez as feministas e humanistas em geral estivessem reclamando do mesmo jeito, mas estariam reclamando com uma burca cobrindo todo o resto, ou com uma mutilação genital, ou sem poder andar livremente nas ruas e assistir jogos de vôlei, ou sem conseguir ter acesso à educação, à informação e ao trabalho, ou sendo uma escrava de seu marido, ou sendo uma dentre várias outras esposas dele, ou sendo tratadas como um intermediário entre o homem e um animal – e isso se já não tivessem morrido pelo infanticídio ou sido abandonadas quando recém-nascidas em uma vala qualquer.

Pensando melhor, nem protestar elas poderiam fazer em um país que não tivesse sido moldado pela influência cristã – tente “protestar” no Afeganistão para ver o que acontece. Elas protestam confortavelmente em países cristãos, que dão toda a liberdade para elas se manifestarem como bem entenderem, e depois cospem no prato em que comem, acusando o próprio Cristianismo de ser “opressor”. Da mesma forma que qualquer comunista deveria ser gentilmente convidado a ir morar em Cuba ou na Coreia do Norte para ver como é o comunismo de perto, toda feminista que esbraveja contra o Cristianismo deveria fazer uma visitinha aos países não-cristãos, para ver se os cristãos são mesmo opressores.

Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

(Trecho extraído do meu livro“Deus é um Delírio?”)

1473874705_741250_1473875741_sumario_grande

O diálogo entre o Governo e a oposição vai ganhando forma lentamente na Venezuela. O Vaticano confirmou em agosto que aceita ser intermediário em eventuais negociações. O cardeal Pietro Parolín, secretário de Estado do papa Francisco, informou mediante carta ao secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, que a Igreja Católica concorda em intervir na crise e pede às duas partes um convite formal para começar o diálogo, circunstância que ainda não ocorreu.

A incorporação do Vaticano à comissão de facilitadores de um diálogo depende da solicitação e da instalação formal das negociações entre esses adversários políticos na Venezuela. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou que o Vaticano enviou a carta à Unasul, mas não revelou se encaminhará uma petição oficial de mediação da Igreja Católica. Em julho, o Governo e a oposição aprovaram uma possível arbitragem da Santa Sé.

Até agora os facilitadores do diálogo são o ex-presidente de Governo da Espanha (primeiro-ministro) José Luis Rodríguez Zapatero, e os ex-presidentes Martín Torrijos, do Panamá, e Leonel Fernández, da República Dominicana. Jesús Torrealba, secretário-geral da coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD), afirmou nesta quarta-feira que enviará uma resposta ao Vaticano. “A carta chega em um momento em que o governismo tentou empanar a imagem da oposição. Nós estamos dispostos a conversar com quem quer que seja para conseguir que sejam respeitados os cronogramas do referendo revogatório para mudar de presidente na Venezuela”, explicou a este jornal.

Na terça-feira, o chavismo revelou um segredo da oposição. Jorge Rodríguez, prefeito de Caracas, afirmou que o Governo manteve dois encontros privados com quatro representantes da MUD. “Foram reuniões preparatórias para um possível diálogo. Nunca deixamos de exigir que sejam respeitados os períodos de tempo do referendo revogatório na Venezuela”, confirmou Torrealba. O anúncio caiu como uma bomba nos meios políticos por causa da recusa do Governo de aceitar a exigência da oposição de sentar-se em uma mesa de diálogo se for realizado este ano o referendo revogatório para deporMaduro. Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda e ex-candidato presidencial, respondeu que tinha “reservas” quanto às últimas decisões da MUD, mas as respalda por pertencer a esse partido. “Se há um milímetro de negociação turva que comprometa o país, eu vou dizer”, alertou.

Acesse aqui Carta enviada do Vaticano à Unasul

Maduro dá estratégicos passos na direção do diálogo como saída para a crise. Mas os possíveis acordos entre a oposição e o Governo desmoronaram por causa da resistência dos governistas de libertarem os presos políticos, reconhecerem a crise econômica e respeitarem os prazos de um referendo revogatório. Por isso, muitos opositores criticam as reuniões secretas com o Executivo. E embora a carta do Vaticano seja a primeira manifestação direta de sua disponibilidade para mediar um possível diálogo, o Governo da Venezuela precisa formalizar essa petição.

O conflito político não parece minguar. A oposição advertiu que não abandonará as ruas até obter uma data para a arregimentação dos 20% de assinaturas do eleitorado, necessárias para a ativação do referendo revogatório. Se a consulta se realizar depois de 10 de janeiro e a MUD obtiver mais votos do que os conseguidos por Maduro nas presidenciais, ocorridas em abril de 2013, o vice-presidente da República, Aristóbulo Istúriz, ficaria no comando do país até o final do mandato.

A popularidade de Maduro continua em queda por causa da crise econômica, as últimas prisões de dirigentes políticos, a escassez de remédios e alimentos e os empecilhos impostos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — controlado pelo chavismo — para realizar este ano o referendo revogatório. O prefeito Rodríguez, o encarregado pelo oficialismo da verificação das assinaturas do referendo, introduziu ações contra a MUD por cometer supostas fraudes no processo. A oposição respondeu com protestos multitudinários para pressionar o Poder Eleitoral. 

Fonte: El País

VATICAN CITY, VATICAN - SEPTEMBER 18: Pope Francis attends his weekly General Audience in St. Peter's Square on September 18, 2013 in Vatican City, Vatican. Pontiff called on Catholics together with other Christians to continue to pray for peace in the most trouble parts of the world. (Photo by Franco Origlia/Getty Images)

Vossa Santidade
Papa Francisco
São Paulo, 30 de agosto de 2016.

Santíssimo Padre,

Dirijo-me a Vossa Santidade para informá-lo da gravíssima situação política e institucional que vive o Brasil, país que tive a honra de presidir de 2003 a 2010.

Tomo a liberdade de escrever-lhe considerando o respeito e a amizade que Vossa Santidade tem pelo Brasil, pelos quais somos todos imensamente gratos.

Orgulho-me de ter conseguido, apesar da complexidade inerente às grandes democracias e dos problemas crônicos do Brasil, unir o meu país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social, que nos fez dar um verdadeiro salto histórico em termos de crescimento produtivo, geração de empregos, distribuição de renda, combate à pobreza e ampliação das oportunidades educacionais.

Por meios pacíficos e democráticos, fomos capazes de tirar o Brasil do mapa da fome no mundo elaborado pela ONU, libertamos da miséria mais de 35 milhões de pessoas, que viviam em condições desumanas, e elevamos outras 40 milhões a patamares médios de renda e consumo, no maior processo de mobilidade social da nossa história.

Em 2010, como se sabe, fui sucedido pela Presidenta Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, que havia dedicado sua vida à luta contra a ditadura militar, pela democracia e pelos direitos da população pobre do nosso país.

Mesmo enfrentando um cenário econômico internacional adverso, a Presidenta Dilma conseguiu manter o país no rumo do desenvolvimento e consolidar os programas sociais emancipadores, prosseguindo na redução das enormes desigualdades materiais e culturais ainda existentes na sociedade brasileira.

Em 2014, a Presidenta Dilma foi reeleita com 54 milhões de votos, derrotando uma poderosa coalizão de partidos, empresas e meios de comunicação que pregava o retrocesso histórico do país, com a redução de importantes programas de inclusão social, a supressão de direitos básicos das classes populares e a alienação do patrimônio público construído com o sacrifício de inúmeras gerações de brasileiros.

A coalizão adversária, vencida nas urnas em 2002, 2006, 2010 e 2014, não se conformou com a derrota e desde a proclamação do resultado procurou impugná-lo por todos os meios legais, sem alcançar nenhum êxito.

Esgotados os recursos legais, no entanto, em vez de acatar a decisão soberana do eleitorado, retomando o seu legítimo trabalho de oposição e preparando-se para disputar o próximo pleito presidencial – como o PT sempre fez nas eleições que perdeu –, os partidos derrotados e os grandes grupos de mídia insurgiram-se contra as próprias regras do regime democrático, passando a sabotar o governo e a conspirar para apossar-se do poder por meios ilegítimos.

Ao longo de todo o ano de 2015, torpedearam de modo sistemático os esforços do governo para redefinir a política econômica no sentido de resistir ao crescente impacto da crise internacional e recuperar o crescimento sustentável. Criaram um clima artificial de impasse político e institucional, com efeitos profundamente danosos sobre a vida do país, contaminando o ambiente de negócios, deixando inseguros produtores e consumidores, constrangendo as decisões de investimento. No afã de inviabilizar o governo, apostaram contra o país, chegando até mesmo a aprovar no parlamento um conjunto de medidas perdulárias e irresponsáveis destinadas a comprometer a estabilidade fiscal.

E, finalmente, não hesitaram em deflagrar um processo de impeachment inconstitucional e completamente arbitrário contra a Presidenta da República.

Dilma Rousseff é uma mulher íntegra, cuja honestidade pessoal e pública é reconhecida até pelos seus adversários mais ferrenhos. Nunca foi nem está sendo acusada de nenhum ato de corrupção. Nada em sua ação governamental pode justificar, sequer remotamente, um processo de cassação do mandato que o povo brasileiro livremente lhe conferiu.

A Constituição brasileira é categórica a esse respeito: sem a existência de crime de responsabilidade, não pode haver impeachment. E não há nenhum – absolutamente nenhum – ato da Presidenta Dilma que possa ser caracterizado como crime de responsabilidade. Os procedimentos contábeis utilizados como pretexto para a destituição da Presidenta são idênticos aos adotados por todos os governos anteriores e pelo próprio vice-presidente Michel Temer nas ocasiões em que este substituiu a Presidenta por razão de viagem. E nunca foram motivo de punição aos governantes, muito menos justificativa para derrubá-los. Trata-se, portanto, de um processo estritamente político, o que fere frontalmente a Constituição e as regras do sistema presidencialista, no qual é o povo que escolhe diretamente o Chefe de Estado e de Governo a cada quatro anos.

As forças conservadoras querem obter por meios escusos aquilo que não conseguiram democraticamente: impedir a continuidade e o avanço do projeto de desenvolvimento e inclusão social liderado pelo PT, impondo ao país o programa político e econômico derrotado nas urnas.

Querem a todo custo comandar o Estado para apossar-se do patrimônio nacional – como já começa a acontecer com as reservas petrolíferas em águas profundas – e desmontar a rede de proteção aos trabalhadores e aos pobres que foi ampliada e consolidada nos últimos treze anos.

As mesmas forças que tentam arbitrariamente derrubar a Presidenta Dilma, e implantar a sua agenda antipopular, querem também criminalizar os movimentos sociais e, sobretudo, um dos maiores partidos de esquerda democrática da América Latina, que é o PT. E não se trata de mera retórica autoritária: o PSDB, principal partido de oposição, já apresentou formalmente uma proposta de cancelamento do registro do PT, com vistas a proibi-lo de existir. Temem que, em 2018, em eleições livres, o povo brasileiro volte a me eleger Presidente da República, para resgatar o projeto democrático e popular.

A luta contra a corrupção, que é uma mazela secular do Brasil e de tantos outros países, e deve ser combatida de modo permanente por todos os governos, foi distorcida e transformada em uma implacável perseguição midiática e política ao PT. Denuncias contra líderes de partidos conservadores são sistematicamente abafadas e arquivadas enquanto acusações semelhantes a qualquer personalidade do PT tornam-se de imediato, à revelia do devido processo legal, condenação irrevogável na maior parte dos meios de comunicação.

A verdade é que o combate à corrupção no Brasil passou a ser muito mais vigoroso e eficaz a partir dos governos do PT, com o respeito, que antes não existia, à plena autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal no exercício de suas atribuições; a ampliação do orçamento, do quadro de funcionários e a modernização tecnológica dessas instituições e dos demais órgãos de controle; a nova lei de acesso à informação e a divulgação das contas públicas na internet; os acordos de cooperação internacional no enfrentamento da corrupção; e o estabelecimento de punições muito mais rigorosas para corruptos e membros de organizações criminosas.

Todos nós, democratas, interessados no aperfeiçoamento institucional do país, apoiamos o combate à corrupção. As pessoas que comprovadamente tiverem cometido crimes, devem pagar por eles, dentro da lei. Mas os juízes, promotores e policiais também estão obrigados a cumprir a lei e não podem abusar do seu poder contra os direitos dos cidadãos. As pessoas não podem ser publicamente condenadas (e terem a sua reputação destruída) antes da conclusão do devido processo legal, e menos ainda por meio do vazamento deliberado de informações praticado pelas próprias autoridades com fins políticos. Uma justiça discriminatória e partidarizada será fatalmente uma justiça injusta.

Eu, pessoalmente, não temo nenhuma investigação. Desde que iniciei a minha trajetória política e, particularmente nos últimos dois anos, tive toda a minha vida pública e familiar devassada – viagens, telefonemas, sigilo fiscal e bancário –, fui alvo de todo o tipo de insinuações, mentiras e ataques publicados como verdade absoluta pela grande mídia, sem que tenha sido encontrado qualquer desvio na minha conduta ou prova de envolvimento em qualquer ato irregular. Se a justiça for imparcial, as acusações contra mim jamais prosperarão. O que não posso aceitar são os atos de flagrante ilegalidade e parcialidade praticados contra mim e meus familiares por autoridades policiais e judiciárias.

É inadmissível a divulgação na tv de conversas telefônicas sem nenhum conteúdo político, a coação de presos para fazerem denúncias mentirosas contra mim em troca da liberdade, ou a condução forçada, completamente ilegal, ocorrida em março último, para prestar depoimento do qual eu sequer tinha sido notificado.

Por isso, meus advogados entraram com uma representação no Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, relatando os abusos cometidos por algumas autoridades judiciais que querem a todo custo me eliminar da vida política do país.

A minha trajetória de mais de 40 anos de militância democrática, que começou na resistência sindical durante os anos sombrios da ditadura, prosseguiu no esforço cotidiano de conscientizar e organizar a sociedade brasileira pela base, até ser eleito como o primeiro Presidente da República de origem operária, é o meu maior patrimônio e a ele ninguém me fará renunciar. Os vínculos de fraternidade que construí com os brasileiros e brasileiras na cidade e no campo, nas favelas e nas fábricas, nas igrejas, nas escolas e universidades, e che levaram a maioria do nosso povo a apoiar o vitorioso projeto de inclusão social e promoção da dignidade humana, não serão cancelados por nenhum tipo de arbitrariedade. Da mesma forma, nada me fará abrir mão, como sabem as lideranças de todo o mundo com as quais trabalhei em harmonia e estreita cooperação  – antes, durante e depois dos meus mandatos presidenciais – do compromisso de vida com a construção de um mundo sem guerras, sem fome, com mais prosperidade e justiça para todos.

Agradeço desde já a generosa atenção que Vossa Santidade dedicou a esta mensagem e coloco-me à disposição, como sempre estive, para qualquer esclarecimento ou reflexão de interesse comum.

Reiterando o meu respeito e consideração, despeço-me fraternalmente.

Luiz Inácio Lula da Silva

ch-explosao-perseguicao-cristaos-web

De acordo com reportagens publicadas nas imprensas tcheca e chinesa, 60 migrantes do país asiático que alegam ser cristãos de denominações diferentes, todos tementes de retornarem para casa, pediram asilo político. Este é o maior pedido feito por um grupo de refugiados chineses na história tcheca.

Somos obrigados a dizer estas pessoas “alegam” serem cristãs porque reportagens publicadas na imprensa chinesa lançaram dúvidas sobre se os requerentes de asilo são realmente o que afirmam, sugerindo que, na verdade, são apenas imigrantes ilegais usando a religião como pretexto. Funcionários da embaixada chinesa em Praga estariam trabalhando para esclarecer a situação.

Os 60 migrantes estão sendo mantidos em dois centros de detenção tchecos e, de acordo com uma reportagem de uma rádio de Praga, eles estão sob uma proteção excepcionalmente pesada.

Mesmo que estas 60 pessoas não venham a ser cristãs de verdade, ainda sim é revelador o fato de que escolheram o cristianismo como a razão para requerer asilo. Isso sugere que, quando muitos chineses pensam em “perseguição” hoje, pensam na minoria de cristãos que cresce rapidamente no país.

Em grande parte, o problema dos cristãos na China não é a violência terrorista, não é ódio religioso clássico. Pelo contrário, é a dinâmica de um regime autoritário, em que algumas autoridades enxergam os cristãos com desconfiança – por causa de suas supostas ligações com o Ocidente, pela resistência ao controle estatal e pela preocupação sobre se a lealdade destas pessoas está voltada ao seu país ou ao seu credo.

Consequentemente, muitos cristãos chineses viver constantemente com medo em decorrência da vigilância, do assédio e da intimidação que sofrem e, em casos extremos, até de prisão e tortura.

Até o momento em que escrevo este texto, há pelo menos um bispo católico na Chinaainda definhando numa prisão estadual. O número era de dois prelados, até que o bispo de 94 anos Dom Cosmas Shi Enxiang morreu atrás das grades em fevereiro de 2015 depois de passar a metade de sua vida em prisões ou em campos de trabalho forçado.

No dia 30 de julho, o bispo de 93 anos Dom Vincenzo Huang Shoucheng, da Diocese de Xiapu, também morreu. Ele não estava na prisão quando faleceu, mas no curso de sua vida ele passou 35 anos ou preso, ou em trabalho forçado ou em prisão domiciliar. Um comunicado do Vaticano elogiou o seu “testemunho heroico de fé, de fidelidade incondicional ao Sucessor de Pedro e sua profunda comunhão com a Igreja universal”.

No entanto, um outro prelado chinês, Dom Thaddeus Ma Daqin, permanece sob prisão domiciliar e está sujeito a um monitoramento pelos serviços de segurança no desempenho de suas funções episcopais.

Eles se unem a vários padres e religiosos, assim como a dezenas de pastores protestantes e fiéis leigos de todas as denominações que estão ou presos ou que foram soltos sob a condição cooperarem.

Em certa medida, os cristãos na China são vítimas de seu próprio sucesso. Eles têm crescido tão rapidamente que as autoridades estatais muitas vezes ficam preocupadas.

No momento da tomada de poder por parte do Partido Comunista em 1949, havia cerca de 900 mil protestantes no país. Hoje, o Centro de Estudos do Cristianismo Mundial (Center for the Study of Global Christianity) estima que existam 111 milhões de cristãos na China, com aproximadamente 90% protestante (em sua maioria pentecostal). Isso faria a China ser o terceiro maior país cristão na terra, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil.

De acordo com o centro de estudos citado, ocorrem 10 mil conversões a cada dia.

Os burocratas chineses são espertos, e já aprenderam com o passar dos anos que, sempre que possível, é inteligente evitar a criação de novos mártires. O principal modo que eles usam para tentar controlar esta presença cristã crescente é trazendo junto de si as lideranças.

“Eles oferecem diversões, viagens, até mesmo o acesso a uma carreira política”, disse o padre italiano Gianni Criveller, destacado pesquisador católico na China. “Aqueles que entram no jogo são recompensados com ofertas substanciais”.

Quando a oferta não funciona, no entanto, o Estado mostra-se disposto a punir.

Em 2011, o jornalista chinês e poeta dissidente Liao Yiwu, que não é cristão mas que admira o comprometimento com a liberdade de expressão demonstrado por muitos cristãos chineses, publicou o livro “God is Red”, que documenta as lutas da Igreja local.

Entre outras coisas, Yiwu conta a história de uma freira de 100 anos de idade que sofreu décadas de espancamentos, fome e trabalho forçado, mas que não recuou do pedido para que governo devolvesse as terras apreendidas da Igreja Católica em sua diocese.

Certamente, nem todos no governo chinês veem negativamente a minoria cristã no país. Alguns analistas acreditam que existem pessoas no regime que, na verdade, incentivam o crescimento do cristianismo, especialmente em sua forma protestante, com base na ideia de que, com ele, venha também uma ética de trabalho ao estilo ocidental – o que é bom para os negócios.

Mesmo assim, permanece o fato de que a China é um lugar perigoso para os cristãos, como ilustram estes os 60 migrantes na República Tcheca.

A reação tcheca igualmente ilustra uma outra dura verdade: a de que é difícil fazer pressão contra a China dada a sua enorme influência econômica.

O presidente da República Tcheca Miloš Zeman tem buscado reencetar as relações com Pequim, concentrando-se menos em questões políticas e mais nos negócios. Nos últimos dois anos ele esteve duas em visita ao país, e o investimento chinês está crescendo rapidamente, com a recente compra de uma grande cervejaria tcheca e aquisição do mais bem-sucedido clube de futebol do país sendo dois A longa e rica história da evangelização chinesa bons exemplos.

Nesse sentido, a imprensa local do país europeu tem especulado que vai ser difícil a Zeman aceitar o pedido de asilo, independentemente de qual seja a verdadeira história por trás destas 60 pessoas.

Saber a resposta certa para uma situação como essa não é fácil – em parte porque sempre há o risco de que muita pressão externa ou provocação poderia, na verdade, tornar piores as coisas para os cristãos e outras minorias em solo chinês.

O que se sabe, no entanto, é que este caso confirma uma verdade essencial: enquanto o mundo volta-se para o Médio Oriente e para o genocídio contra cristãos e outras minorias nas mãos do Estado Islâmico, dificilmente o Islã radical é a única força a alimentar a perseguição aos cristãos.

Os cristãos também enfrentam dificuldades em um número impressionante noutras regiões e contextos, fazendo da “guerra contra os cristãos” atual – uma guerra que é travada por uma variedade de razões e em uma variedade ambientes – um conflito verdadeiramente mundial.

John L. Allen Jr,- Crux

china-ate-2030-sera-maior-pais-cristao-do-mundo

Um órgão governamental na província central de Guizhou, China, anunciou que vai cancelar a ajuda financeira dos cidadãos que frequentam as atividades da igreja. É a mais nova tentativa de interromper o crescimento do cristianismo no país, segundo a China Aid. No mês passado o alvo foram as crianças.

O “benefício” é uma espécie de ajuda de custo dada pelo governo, especialmente para os mais velhos, já que o sistema de aposentadoria no país é bastante deficiente. Para as famílias mais pobres é uma importante complementação de renda.

Mou, membro da uma igreja da região, disse: “[As autoridades] Anunciaram que a partir de julho os cristãos não poderiam mais ter os benefícios nem qualquer seguro de velhice… Agora, [o Partido Comunista] pediu ao governo das cidades e aldeias que os crentes se registrem, assinando um compromisso que, se eles se reuniram novamente, o auxilio seria cortado”.

Esse tipo de pressão não é nova e já foi implantada anteriormente. Zhang Shucai, membro de uma das igrejas afetadas revela que seus pais, que são cristãos e já idosos, tiveram seus benefícios cancelados por não terem desistido de continuar frequentando a igrejas.

Ele explica que a maioria dos fiéis que foram punidos pelo governo não sabem como    defender seus direitos. O regime chinês é comunista e tudo passa pelo governo. O temor agora é que essa lei passe a valer em todo o país.

Comunistas querem o fim da igreja

Durante décadas a perseguição contra os cristãos não ocorria de forma tão intensa na China, país governado pelo Partido Comunista desde 1949. Na década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião organizada. Mas desde que Xi Jinping passou a ser presidente, tem defendido que “todos os esforços devem ser feitos para incorporar religiões à sociedade socialista”.

Ano passado, ele anunciou que seu Partido, que continua sendo o único oficial, irá restringir a participação de pessoas “viciadas em religião”, numa alusão específica aos cristãos.

Sob sua orientação, centenas de igrejas  foram fechadas, seus líderes interrogados e ameaçados, além da retirada à força de cruzes de mais de 1.800 igrejas. A perseguição contra os cristãos na China cresceu 700% na última década.

A China Aid, missão evangélica que acompanhar a luta pela liberdade religiosa no país mais populoso do mundo, acredita que apesar do agravamento da situação, há esperança. “Vemos com grande esperança o rápido crescimento do movimento de igrejas subterrâneas em toda a China e acreditamos firmemente que o amor e a justiça de Deus acabarão por encher a vasta extensão desta nação”.

Oficialmente, existem hoje cerca de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam que o número pode ser 3 vezes maior. Ao mesmo tempo, os membros do Partido Comunista Chinês totalizam 86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome.

G Notícias

e62d41acb0debb273985614c9962a5ef_XL

Um Papa sincronizado não com ideologias, mas com o Evangelho!

Centenas de milhares deles não viram nada. Não conseguiram ver o Papa, nem sequer de longe, nem sequer em um dos raros telões. Participaram de todos os eventos da Jornada Mundial da Juventude, talvez em setores muito distantes dos palcos, conseguindo apenas escutar os cânticos, as orações e a voz de Bergoglio. E tudo isto após ter viajado o dia todo ou mais de ônibus. Por que estão aqui? Por que dedicaram tanto tempo e energias a um encontro como este? Não, não é a geração do “sofá”, costume que talvez fique melhor para seus pais. São jovens de todo o mundo que acreditam, apesar de tudo. Que não se deixam embasbacar pelos ídolos de um consumismo que os escraviza e que é muito cômodo para os poderosos. Não se rendem ao confronto de civilizações, nem ao ódio e nem à violência cega, apesar de tudo.

A Jornada Mundial da Juventude que foi realizada no coração da Europa centro-oriental foi marcada pelos fatos terríveis que aconteceram em Nice, em Munique, em Ruan. O terrorismo fundamentalista de matriz islâmica, o dos massacres, dos carros-bomba, dos kamikazes jihadistas, da violência cega, dos grupos armados até os dentes e cheios de dinheiro graças à ajuda dos países considerados os melhores aliados do Ocidente, entrou em nossas vidas. Enquanto era só imagens na televisão, com milhares de corpos de crianças, mulheres, jovens e anciãos inocentes destroçados nos atentados diários em Cabul, Bagdá…, enquanto se tratava somente das perseguições e dos massacres que aconteciam na Nigéria ou no Paquistão, parecia que não tinham nada a ver conosco. Agora, no mundo onde regia a “globalização da indiferença”, há pessoas que pressionam para globalizar o ódio, o fechamento, os muros.

Exatamente aquilo que os terroristas do Daesh, seus filiados e “fãs” desejavam: semear o terror e o medo, fazer acreditar que estamos à beira do Juízo Final, do enfrentamento final entre a civilização cristã ocidental e o Islã. E alimentam esta fábula, contada interessadamente pelos que necessitam desesperadamente fechar as filas do Islãsunita contra o inimigo “cruzado”, os chamados às armas por intelectuais e comentadores que reduziram o cristianismo a uma ideologia identitária. O Papa Francisco, com coragem e determinação, recordou que aquilo que o mundo está vivendo é uma terceira guerra mundial “em pedaços”, mas recordou com todas as suas letras que não se trata de uma guerra de religião. Eventualmente, poderia ser uma guerra dentro de uma religião, como demonstra o fato de que a maior parte das vítimas dos jihadistas são inocentes muçulmanos. Mas, trata-se, principalmente, de uma guerra por dinheiro, por interesses, pelo domínio sobre os povos.

Seja qual for a natureza deste conflito, o Papa não pode prescindir do Evangelho. E para considerá-lo em sincronia com as exigências da guerra de religião, de uma resposta dura contra o islã (muitos gostariam que fosse assim), não se pode esquecer o magistério de seus dois imediatos predecessores. É preciso fingir que seus dois predecessores imediatos não existiram. É necessário construir uma imagem falsa e enganosa. Acusa-se Francisco de não ter se lançado contra o islã publicamente, em seus comentários, após os atentados. Na Polônia, a terra de São João Paulo II, como se pode esquecer que nunca (nem sequer após o dia 11 de setembro) atacou o Islã? E a todos os exegetas do discurso de Bento XVI, em Regensburg, apresentado hoje como um grito de batalha, seria necessário lhes recordar que aquela lição acadêmica não foi pronunciada após algum atentado e que seu núcleo não era a violência muçulmana, mas, ao contrário, uma crítica ao Ocidente, que esqueceu suas raízes e que considera que as religiões são subculturas. O Papa Ratzinger nunca se referiu ao Islã quando se pronunciou sobre atentados jihadistas. Envolver Wojtyla e Ratzinger contra Francisco na guerra santa é procurar três pés em um gato, e mais, trata-se de uma operação pouco transparente. E só é possível colocando a realidade entre parênteses ou em uma nota de rodapé.

Nós não gritaremos, agora, contra ninguém, não brigaremos, não queremos destruir. Nós não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror”, disse Francisco aos jovens, durante a vigília da Jornada Mundial da Juventude(foto acima) Porque “nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: se chama fraternidade, se chama irmandade, se chama comunhão, se chama família”. A verdadeira luta “anti-jihad” são essas milhões de mãos jovens de todo o mundo entrelaçadas, sua silenciosa oração. A única reação cristã frente à violência. A única maneira evangélica de honrar o sangue dos mártires de nosso tempo.

Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider

unnamed

Amplos setores da sociedade, da academia e da mídia exaltam o já célebre “maio de 68” como um divisor de águas “positivo” para permitir a chamada “revolução sexual”.

Repassemos brevemente a história dessa “revolução” para ver como ela foi mudando a nossa cultura década após década:

Década de 1960: populariza-se a pílula e expande-se exponencialmente a independência entre o sexo e a gravidez. A atitude cultural no tocante ao sexo fora do casamento passa rapidamente das piscadelas da geração anterior à música rock e pop que louva o sexo livre, de “Let’s Do It, Let’s Fall In Love” até “Why Don’t We Do It In the Road?”. Nem todo mundo está fazendo sexo extraconjugal, mas, no final dessa década, quase todo mundo está proclamando o “direito” de fazê-lo.

Década de 1970: populariza-se o aborto e começa uma era de dramáticas ironias: o sexo é celebrado como diversão descomplicada, mas, por outro lado, é preciso matar os próprios filhos (que a natureza, essa reacionária, teima em continuar gerando mesmo quando o sexo é feito “por brincadeira”…). Os hippies fazem do sexo uma forma de “iluminação” e de “autorrealização”, enquanto os homens do tipo “machão”, de James Bond a Burt Reynolds, fazem dele uma forma de conquista.

Década de 1980: populariza-se o preservativo. Com as epidemias de doenças venéreas tornando o sexo mais perigoso do que nunca, o mantra passa a ser o do “sexo seguro”. As escolas orientam os estudantes a “dizer não” às drogas, mas lhes dão camisinhas para dizerem sim ao sexo. Produzem-se vídeos musicais e filmes direcionados especialmente a um público de adolescentes obcecados por sexo.

Década de 1990: populariza-se a lingerie sensual. A Victoria’s Secret fez sucesso com seus desfiles de moda íntima e até o presidente dos Estados Unidos é atraído pela “moda íntima” da estagiária Monica Lewinski. A roupa de baixo ainda não é o traje oficial das artistas femininas em cima dos palcos, mas cantoras como as Spice Girls e Britney Spears já começam a caminhar nessa direção.

Década de 2000: populariza-se a pornografia. O governo federal dos Estados Unidos já tinha dobrado a quantidade de leis relacionadas com atos obscenos na década de 1990, porque a internet vinha surgindo com força e recheada de um vasto arsenal de pornografia. O arsenal se multiplica espantosamente nos anos seguintes. O pornô se torna um gigantesco setor de negócios. Os homens começam a gastar muito tempo on-line sozinhos e a portas fechadas. E as mulheres, cada vez mais, também.

Década de 2010. O que vai ser popularizado agora? Já vimos a florescente indústria dos brinquedos sexuais e dos “sex shops” e sabemos que os tribunais estão ocupados em redefinir o próprio conceito de casamento, dissolvendo-o numa simples afirmação de sentimentos mais ou menos afetivos e retirando do seu núcleo a crucial missão de criar e educar solidamente os filhos.

Há segmentos das ciências sociais que avaliam as consequências da revolução sexual não como “libertadoras” e “emancipadoras”, mas sim como devastadoras para mulheres, homens, adolescentes e crianças. E é significativo que a maior mudança cultural pareça estar precisamente na degradação das mulheres, que, achando-se “livres”, comportam-se cada vez mais naturalmente como “servas” das diversas ramificações da indústria do sexo e da coisificação das pessoas, com todas as consequências mais óbvias da sensação de vazio e frustração que essa pseudolibertação envolve: depressão, estresse, alcoolismo, drogas, relacionamentos inconsistentes e descartáveis, solidão, insegurança, insatisfação permanente, instabilidade, pressão social para “estar na moda comportamental” e rejeitar “atitudes tolas, ultrapassadas e submissas”, como… amor, fidelidade, compromisso, respeito e compartilhamento decidido de uma vida real em comum.

Num ambiente desses, parece quase extraterrestre falar de algo como “pureza de coração”, que consiste, simplesmente, em ver os outros e ser visto como o que se é: como uma pessoa de dignidade infinita. A máxima tragédia da hipersexualização da nossa cultura pode ser exatamente a perda dessa pureza. Quando permitimos que os seres humanos se tornem meros objetos de prazer sexual, todos nós nos diminuímos aos olhos uns dos outros.

A década de 2010 bem que poderia popularizar esta importante mensagem: o poder das pessoas, sejam elas mulheres ou homens, não está na sua sexualidade, mas na sua humanidade.

Autor: Tom Hoops

alicewalker

A autora feminista Alice Walker influenciou toda uma geração de mulheres. Ela sempre defendeu a ideia que a maternidade era uma forma de escravidão. Mas uma mulher não acreditou nos escritos de Alice – sua própria filha, Rebecca, de 38 anos. Aqui a também autora Rebecca descreve como foi crescer como filha de um ícone cultural, e porque sente que é tão abençoada por ser o tipo de mulher que sua mãe detestava – uma mãe.

Um dia eu estava passando o aspirador de pó na casa quando meu filho entrou correndo no quarto. “Mamãe, mamãe, deixa eu te ajudar”, ele gritou. Suas pequeninas mãos envolveram meus joelhos e seus grandes olhos marrons estavam olhando para mim. Uma grande explosão de felicidade tomou conta do meu ser.

Eu amo o jeito como sua cabeça se aninha na dobra do meu pescoço. Eu amo o jeito como seu rosto se transforma numa máscara de ansiosa concentração quando eu o ajudo a aprender o alfabeto. Mas acima de tudo, eu simplesmente amo ouvir sua voz de criança me chamando: ‘Mamãe, mamãe.”

Isso me faz lembrar quão abençoada eu sou. A verdade é que eu quase perdi a chance de me tornar mãe, por ter ser criada por uma feminista fanática que me ensinou que a maternidade era a pior coisa que podia acontecer a uma mulher.

Veja, minha mãe me ensinou que as crianças escravizam as mulheres. Eu cresci acreditando que crianças eram somente um grande peso na vida, e que a idéia da maternidade ser capaz de lhe fazer totalmente feliz era uma completa ilusão, um conto de fadas.

Na verdade, ter um filho tem sido a experiência mais gratificante de toda a minha vida. Longe de me “escravizar”, o meu filho Tenzin, de três anos e , tem aberto o meu mundo. Meu único arrependimento é ter descoberto as alegrias da maternidade muito tarde. Venho tentando ter um segundo filho há dois anos, mas até agora sem sorte.


Eu fui criada para acreditar que mulheres precisam de um homens como um peixe precisa de uma bicicleta. Mas eu sinto fortemente que a criança precisa dos dois e o pensamento de criar Tenzin sem o meu companheiro Glen, 52, seria aterrorizador.

Como filha de pais separados, eu agora sinto muito bem as consequências dolorosas de ter sido criada naquelas circunstâncias. O feminismo tem muito o que responder pela degradação do homem e por encorajar as mulheres a buscar independência, qualquer que fosse o custo para as suas famílias.

Os princípios feministas da minha mãe influenciaram todos os aspectos da minha vida. Quando eu era criança pequena, eu não tinha permissão nem de brincar com bonecas ou qualquer brinquedo que poderia fazer surgir em mim o instinto maternal. Estava impregnado em mim que ser mãe, educar uma criança e ser dona de casa era uma forma de escravidão. De acordo com ela, ter uma carreira, viajar o mundo e ser independente era realmente o que importava.

Eu amo muito a minha mãe, mas eu não a vi nem falei mais com ela desde que engravidei. Ela nunca viu meu filho, seu único neto. Meu crime? Ousar questionar sua ideologia.

Bom, então que seja assim. Talvez minha mãe seja reverenciada por mulheres de todo o mundo – muitas até podem ter um trono para ela. Mas eu honestamente creio que é hora de quebrar o mito e revelar como era de fato crescer como uma criança fruto da revolução feminista.

Meus pais se conheceram e se apaixonaram em Mississippi durante o movimento dos direitos civis. Meu pai [Mel Leventhal] era um advogado brilhante, filho de uma família judia que fugiu do holocausto. Minha mãe era a empobrecida oitava filha de um casal de lavradores da Geórgia. Quando eles se casaram em 1967, casamentos multi-raciais ainda era ilegais em alguns estados.

Os primeiros anos da minha infância foram muito felizes, apesar de que meus pais eram terrivelmente ocupados, encorajando-me para que eu crescesse rápido. Eu tinha apenas um ano quando eu fui para a creche. Até me contaram que eles me fizeram caminhar pelas ruas até a escola.


Ironicamente, minha mãe tem a si mesma como uma grande mulher maternal. Por acreditar que as mulheres são esmagadas, ela fez campanha pelos direitos feministas por todo o mundo e levantou organizações para ajudar mulheres abandonadas na África – oferecendo a si mesma como uma figura de mãe.Quando eu tinha oito, meus pais se divorciaram. Desde então eu estava entre dois mundos – a comunidade branca, rica, muito conservadora e tradicional de um subúrbio em Nova York, e a comunidade multi-racional progressista da minha mãe na Califórnia. Eu ficava dois anos com cada um – um jeito bem esquisito de fazer as coisas.

Mas, apesar dela ter cuidado de filhas por todo o mundo e ser altamente reverenciada pelo seu serviço e trabalho público, minha infância conta uma historia bem diferente. Eu estava entre uma de suas últimas prioridades – depois do trabalho, da integridade política, auto-satisfação, amigos, vida espiritual, fama e viagens.

Minha mãe sempre fazia o que ela queria – por exemplo, tirar dois meses de férias na Grécia durante o verão, me deixando com parentes quando eu era adolescente. Isso era independência ou simplesmente egoísmo?

Eu tinha 16 anos quando eu encontrei um poema, agora famoso, que me comparava com as diversas calamidades que atrapalhavam e impediam a vida de outras mulheres escritoras. Virginia Woolf era mentalmente doente e os Brontes morreram prematuramente. Minha mãe me tinha como uma “deleitosa distração’, mas ainda assim eu era uma calamidade. Aquilo foi um grande choque para mim, e muito irritante.

De acordo com a ideologia estritamente feminista dos anos ‘70, as mulheres eram primeiramente irmãs, e minha mãe escolheu me ter como sua irmã, em vez de sua filha. A partir dos meus 13 anos, eu passei a ficar vários dias sozinha enquanto minha mãe se retirava para trabalhar em seu escritório, a umas 100 milhas de distância. Ela me deixava dinheiro para comprar minha própria comida, e eu vivia uma dieta de fast food.

Irmãs juntas

Uma vizinha, não muito mais velha que eu, foi encarregada de tomar conta de mim. Eu nunca reclamei. Eu via como obrigação – meu trabalho – proteger minha mãe e nunca a distrair dos seus escritos. Nunca passou pela minha cabeça dizer que eu precisava de um pouco de seu tempo e de sua atenção.

Quando me batiam na escola – acusada de ser esnobe por ter a pele um pouco mais clara que a de minhas colegas negras – eu sempre dizia para minha mãe que tudo estava bem, que eu tinha ganho a briga. Eu não queria preocupá-la.

Mas a verdade é que eu era muito solitária e, com o conhecimento da minha mãe, eu comecei a ter relações sexuais com 13 anos. Eu acho que foi um alivio para a minha mãe, já que isso significava que eu demandaria menos atenção dela. E ela sentiu que ser sexualmente ativa me dava poder porque isso significava que eu estava no controle do meu corpo.

Agora eu simplesmente não entendo como ela pôde ser tão permissiva. Eu mal quero deixar meu filho sair de casa para um encontro com amigos e deixá-lo dormir por aí sozinho fora de casa, sendo ele ainda um garoto que acabou de sair da escola fundamental.

Uma boa mãe é atenta, coloca limites e faz o mundo ser mais seguro para a criança. Mas minha mãe não fez nenhuma destas coisas, Embora estivesse usando a pílula – algo que eu arrumei aos 13 visitando o médico com minha melhor amiga – fiquei grávida aos 14. Eu organizei um aborto sozinha. Agora eu me estremeço com essa lembrança. Eu era apenas uma pequena menina. Não me lembro da minha mãe ter ficado assustada ou triste. Ela tentou apoiar, me acompanhando com seu namorado.

Mesmo acreditando que o aborto naquele momento era a decisão certa para mim, as consequências me assombraram por décadas. Tirou minha auto-confiança e, até ter tido meu filho Tenzin, eu estava aterrorizada com a idéia de que eu nunca conseguiria ter um bebê pelo que eu fiz com a criança que eu destruí. Pois é simplesmente errado o que as feministas dizem, que o aborto não tem consequências.

Quando criança, eu estava terrivelmente confusa, porque enquanto eu estava me alimentando de uma mensagem fortemente feminista, eu na verdade desejava uma mãe tradicional. A segunda esposa do meu pai, Judy, era uma amável dona de cada com cinco crianças que ela amava loucamente.

Sempre tinha comida na geladeira e ela fazia tudo o que minha mãe não fazia, como ir aos eventos da escola, tirar mil fotografais e dizer às suas crianças a cada momento quão maravilhosas elas eram.


Minha mãe estava no pólo oposto. Ela nunca veio em nenhum evento da escola, ela nunca comprou nenhuma roupa para mim, ela sequer me ajudou a comprar meu primeiro sutiã – uma amiga foi paga para ir comprar comigo. Se eu precisava de ajuda com minha tarefa escolar, perguntava para o namorado da minha mãe.

Mudar de uma casa para a outra era terrível. Na casa do meu pai eu me sentia bem mais cuidada. Mas, se eu dissesse para minha mãe que eu tinha passado bons momentos com a Judy, ela me olhava desconsolada – fazendo-me sentir que, ao invés dela, eu estava escolhendo esta mulher branca e privilegiada. Fui ensinada a sentir que tinha que escolher um esquema de idéias, acima de outro.

Quando cheguei na casa dos 20 anos e senti pela primeira vez um desejo de ser mãe, fiquei totalmente confusa. Eu podia sentir meu relógio biológico fazendo tic-tac, mas eu sentia que, se eu o escutasse, eu estaria traindo minha mãe e tudo o que ela tinha me ensinado.

Eu tentei tirar isso da cabeça, mas durante os dez anos seguintes o desejo ficou mais intenso, e quando eu conheci o Glen, um professor, numa conferência há 5 anos atrás, eu sabia que eu tinha encontrado o homem com o qual eu queria ter um bebê. Ele é gentil, carinhoso, me apóia em tudo e, como eu soube que seria, ele é o mais maravilhoso dos pais.

Mesmo sabendo o que minha mãe sentia por bebês, eu ainda tinha esperança que quando eu lhe contasse que estava grávida, ela ficaria alegre por mim.

Mãe, estou grávida

Em vez disso, quando eu liguei para ela numa manhã de primavera de 2004, enquanto eu estava em uma de suas casas cuidando dos afazeres domésticos, e lhe contei minha novidade, e que nunca tinha estado tão feliz, ela silenciou. Tudo o que ela pôde dizer é que estava chocada. Ela então perguntou se eu poderia cuidar do jardim. Eu desliguei o telefone e chorei convulsivamente – ela tinha se recusado a dar sua aprovação com a intenção de me machucar. Qual mãe amorosa faria isso?

O pior ainda estava por vir. Minha mãe se ofendeu com uma entrevista na qual eu mencionei que meus pais não me protegiam nem se preocupavam comigo. Ela me mandou um e-mail ameaçando minar minha reputação como escritora. Eu não podia acreditar que ela seria capaz de ser tão ofensiva – particularmente quando estava grávida.

Devastada, eu lhe pedi que se desculpasse e reconhecesse o quanto ela tinha me machucado durante os anos com negligência, não me dando afeto e me culpando por coisas que eu não tinha controle – o fato de ser fruto de uma mistura de duas raças, de ter um pai rico, branco e profissional e até mesmo pelo simples fato de ter nascido.

Mas ela não voltou atrás. Em vez disso, ela me escreveu uma carta dizendo que nossa relação foi, durante muitos anos, inconseqüente, e que ela não estava mais interessada em ser minha mãe. Ela até assinou a carta com o seu primeiro nome, em vez de “mãe”.

Isso tudo foi um mês antes do nascimento de Tenzin, em Dezembro de 2004, e eu não tive contato com minha mãe deste então. Ela não fez contato nem quando ele foi levado para a unidade de terapia intensiva infantil, depois de ter nascido com dificuldades respiratórias.

E eu até ouvi falar que minha mãe me cortou de seu testamento em favor de um dos primos. Eu me sinto terrivelmente triste – minha mãe está perdendo uma grande oportunidade de estar junto de sua família. Mas eu também estou aliviada. Diferente da maioria das mães, a minha nunca teve orgulho das minhas conquistas. Ela sempre teve uma estranha competitividade que a levou a me inferiorizar em quase todos os momentos.

Quando eu entrei na Universidade de Yale – uma grande conquista – ela me perguntou porque raios eu gostaria de ser educada numa universidade ícone da masculinidade. Sempre que eu publicava algo, ela queria escrever a versão dela, tentando eclipsar a minha. Quando eu escrevi minha memória, “Negra, branca e Judia”, minha mãe insistiu em publicar a sua versão. Ela acha impossível estar fora do palco das celebridades, o qual é extremadamente irônico à luz da sua visão de que todas as mulheres são irmãs e deveriam apoiar uma às outras.

Já se passaram quase quatro anos desde o último contato com minha mãe, mas é para o melhor – não somente para a minha auto-proteção mas para o bem estar de meu filho. Eu fiz de tudo para ser uma filha leal, amorosa, mas eu não posso mais deixar que essa relação venenosa destrua a minha vida.

Eu sei que muitas mulheres estão chocadas pela minhas opiniões. Elas esperam que a filha de Alice Walkerdê uma mensagem bem diferente. Sim, sem dúvida o feminismo deu oportunidades para as mulheres. Ajudou a abrir as portas para nós em escolas, universidades e nos locais de trabalho. Mas, e os problemas que foram causou às minhas contemporâneas?

E as crianças?

A facilidade com que as pessoas se divorciam hoje em dia não leva em conta o prejuízo sofrido pela criança. Isso tudo é uma parte da incompleta empresa feminista.

E depois tem a questão de não ter criança. Até hoje, eu encontro mulheres nos seus 30 anos que estão em dúvida sobre ter uma família. Elas dizem coisas do tipo: “eu gostaria de ter uma criança. Se isso acontecer, aconteceu”. Eu digo para elas: “Vá para casa e se esforce nisso, porque sua janela de oportunidades é muito pequena”. Como eu sei muito bem.

Aí eu encontro mulheres nos seus 40 e poucos anos que estão devastadas porque gastaram duas décadas trabalhando num PhD ou se tornando sócia numa firma de advocacia, e perderam a chance de ter uma família. Graças ao movimento feminista, elas subestimaram os seus relógios biológicos. Elas perderam a oportunidade e estão lamentando.

O feminismo levou toda uma geração de mulheres a uma vida sem crianças. Isso é devastador.

Mas longe de tomar a responsabilidade por qualquer uma destas coisas, as líderes dos movimentos de mulheres se fecham contra qualquer um que ouse questioná-las – como eu aprendi com muito custo. Eu não quero machucar minha mãe, mas eu não posso ficar calada. Eu acredito que o feminismo é um experimento, e todo experimento precisa ser avaliado pelos seus resultados. E então, quando você vê os enormes erros que custaram, você precisa fazer alterações.

Eu espero que minha mãe e eu nos reconciliemos um dia. Tenzin merece ter uma avó. Mas eu estou simplesmente muito aliviada por meus pontos de vista não estarem mais sendo influenciados pela minha mãe.

Eu tenho minha própria feminilidade, e descobri o que realmente importa – uma família feliz.

– Rebecca Walker, “How my mother’s fanatical views tore us apart”, Mail Online, 23.05.2008. Fonte:http://www.dailymail.co.uk/femail/article-1021293/How-mothers-fanatical-feminist-views-tore-apart-daughter-The-Color-Purple-author.html
– Traduzido por Julie Maria (http://sexualidadehumana.wordpress.com), com revisão de Daniel Pinheiro: http://pretaegorda.wix.com/blogpretaegorda#Como-o-feminismo-da-minha-m%E3e-nos-dividiu/cmbz/577883380cf2f8d6d1134971

rsz_1christian_mingle_splash

Muito do que acontece nos Estados Unidos em pouco tempo passa a ser a “norma” nos outros países do mundo. Sob o governo liberal de Obama, os movimentos LGBT conseguiram grandes avanços em sua “agenda”, que foram eventualmente adotados também pela ONU. Depois do reconhecimento do casamento homoafetivo, a grande luta vem sendo pela imposição dos banheiros chamados “neutros”, onde não há mais distinção entre homem e mulher.

O episódio mais recente deste embate foi o processo contra o site de namoro ChristianMingle.com, o maior do mundo no segmento Cristão

O proprietário do site está sendo obrigado a permitir que pessoas LGBT se cadastrem e busquem pessoas do mesmo sexo para relacionamentos, mesmo que já existam sites somente para este público. Desde 2013 havia uma batalha jurídica sobre o assunto.

Dois homens gays abriram um processo alegando discriminação num tribunal da Califórnia. Eles afirmavam que sites cristãos impediam usuários à procura de relacionamentos homoafetivos.

O argumento dos advogados é que “as opções limitadas violam a lei anti-discriminação” em vigor no estado. Como a legislação vigente obriga “estabelecimentos comerciais” a oferecer “acomodações plenas e iguais” para todas pessoas, independentemente da sua orientação sexual, o debate centrou-se na interpretação de que a lei se aplicava a um serviço online.

No início deste mês, a Spark Networks, controladora do ChristianMingle, perdeu o caso. Além de pagar uma indenização de 9 mil dólares para cada um dos homens, foi obrigada a cobrir as despesas jurídicas, num total de 450 mil dólares.

A página inicial foi modificada e não possui mais a opção “homem procurando mulher” e “mulher procurando homem”. A empresa terá dois anos para ajustar suas ferramentas de busca para que gays e lésbicas tenham “uma experiência mais personalizada”.

Sendo assim, os termos do acordo agora obrigarão outros sites que pertencem a Spark: incluindo CatholicMingle.com, AdventistSinglesConnection.com e LDSSingles.com. Como o nome indica, os dois primeiros são voltados para o público cristão, católicos e adventistas, respectivamente.

O último é para mórmons, considerada uma seita do cristianismo, mas cuja doutrina também não aprova o estilo de vida gay. Só ficou fora do acordo o JDate.com, focado no público judeu, por que não foi mencionado no litígio.

A empresa nega que tenha cometido qualquer irregularidade, mas cumprirá os termos do acordo judicial para evitar ser obrigado a fechar.

Fobte Christian News via Gospel Prime