Maribojoc Church, Bohol, one of the Four -Century ~ old Churches wrecked by the 7.4 Magnitude Killer quake in the Philippines last Tuesday (0ct. 15 )

Com menos de um mês de intervalo, duas enormes calamidades caíram sobre as Filipinas, país muito populoso de maioria católica.

O país é um grande arquipélago exposto a fenômenos sísmicos e furacões de rara intensidade.

No dia 16 de outubro um terremoto de magnitude 7.2 atingiu especialmente a ilha de Bohol danificando severamente grandes e sólidas igrejas coloniais, de até 400 anos de antiguidade. 

A segunda grande calamidade foi provocada pelo tufão Haiyan (lá denominado Yolanda) em 8 de novembro que causou por volta de 2.500 mortes.

Nas duas imensas tragédias registrou-se o mesmo fenômeno: imagens de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus ficaram admiravelmente indenes.

Por exemplo, a imagem pintada abaixo

numa igreja de Bohol: todo o muro da igreja caiu, mas a parte dele onde estava a imagem ficou surpreendentemente em pé. 

No mesmo terremoto, informa a televisão filipina, diversas imagens, sobretudo de Nossa Senhora de Lourdes, também foram inexplicavelmente salvas.

“É um milagre” dizia Carol Ann Balansag ao jornal Inquirer News, apontando a imagem, intata no meio das ruínas, da padroeira da igreja da Santa Cruz, do século XVIII, em Barangay, província de Bohol.

Entre as ruínas da igreja de Nossa Senhora da Luz, na cidade de Loon, província de Bohol, os fiéis podiam invocar a misericórdia divina e o auxílio e o perdão diante da imagem da padroeira também assombrosamente salva.

Os fiéis fitavam com lágrimas nos olhos a gruta de Nossa Senhora da Luz arruinada, mas a imagem salva. 

“O terremoto destruiu a igreja, mas não atingiu nossa padroeira”, dizia o Pe. Tom Balatayo. 

Amélia Sevilla agradecia a Nossa Senhora por tê-la salvo a ela, o marido e os quatro filhos. Durante o terremoto, ela correu com eles para a igreja, temendo o tsunami que acostuma vir após a terra tremer.

Durante o tufão Haiyan a imagem do Sagrado Coração de Jesus cuja foto vemos acima , ficou em pé vencendo a fúria dos elementos.

Não haverá em todas estas proteções um ensinamento, e quiçá um aviso, para todos nós também?

Para quem se interessa pelas relações da ciência e da religião eis uma pergunta que merece reflexão e uma resposta: Como explicar que tantas imagens de Nossa Senhora e de Nosso Senhor tenham sido salvas nas Filipinas?

Uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Interbrand, mostrou que a Coca-Cola era a marca mais conhecida do mundo de 2012. Criada em 1886, a multinacional produz cerca de 3.500 produtos, está presente em todos os 200 países do globo e investe por ano aproximadamente dois bilhões de dólares em publicidade.

Alguns dados sobre a produção e a influência do refrigerante são surpreendentes. Ao redor do planeta, 94% das pessoas reconhecem o nome e o logotipo da Coca-Cola, mas apenas 54% da população identificam a cruz como símbolo do Cristianismo e sua associação com Jesus Cristo.

O Instituto de Consultoria de Marketing Sri Sharada estudou as estratégias de promoção da Coca-Cola e afirma : “A pesquisa garante que essa marca é reconhecida por mais de 94% da população do mundo. Há muitos fatores que contribuem para o sucesso da Coca-Cola, no entanto, os principais fatores de seu sucesso são inovação, marketing, e globalização”.

Segundo o site Unfinished Task [Tarefa inacabada], que acompanha o crescimento da população e o número total de cristãos, estima que dos quase 7 bilhões de habitantes do planeta, 3.6 bilhões de pessoas “não tem oportunidade de ouvir e compreender o Evangelho.”

The Christian Post.

Confira um infográfico (em inglês):



Gospel Prime

Segundo o estudo anual “Estado das Missões Globais” o número de ateus e não religiosos diminui a cada dia no mundo.

“Especificamente, neste milênio (de 2000 a 2011) a categoria ‘não religiosa’ perde cerca de 700 adeptos por dia, enquanto os ‘ateus’ perdem 300. Ou seja, nos últimos 11 anos, os “infiéis” perderam 2,7 milhões de adeptos e os ateus, 1,37 milhão.

O segmento de fé que mais cresce são os evangélicos, adicionando cerca de 60.000 fiéis por dia. Em seguida vem o catolicismo, que aumenta 34 mil pessoas por dia. No Islã nascem 79 mil fiéis diariamente e no Hinduísmo, 37.000.

Comparando esses números com 1970 (em plena revolução sexual no Ocidente e ateísmo comunista na Europa) percebe-se que, em 41 anos, o ateísmo perdeu 28 milhões de adeptos. Por outro lado, pessoas que se denominam ‘não-religiosas’ cresceram mais de cem milhões.

Devido à queda dos regimes comunistas, muitos que antes se declaravam ateus agora dizem apenas ser ‘não-religiosos’. Da mesma forma, na China, no Vietnã e em outros países comunistas, muitos preferem dizer que são ‘não religiosos’ em vez de ateus.

Portanto, no século 21 o número de ateus irá diminuir enquanto as religiões continuarão crescendo. Isso inclui a recuperação do Judaísmo (15,1 milhões em 1970 e menos de 14 em 2000) que agora tem 14,9 milhões de membros.

Os seguidores de outras religiões estão distribuídos da seguinte forma:

– O cristianismo, com todas as suas variantes, soma 2,3 bilhões de pessoas, aumentando 94 mil pessoas por dia (entre protestantes, católicos e ortodoxos).
– Muçulmanos, com quase 1,580 bilhão de adeptos, cresce a uma taxa de 79.000 fiéis por dia.
– O Hinduísmo conta hoje com 952 milhões de adeptos e aumenta em 37 mil a cada dia.
– O Budismo tem 468 milhões fiéis, somando mais 13.800 por dia.
– Taoísmo chinês e o confucionismo já são 457 milhões, ganhando 9.300 seguidores por dia.
– As religiões étnicas totalizam 269 milhões de seguidores, aumentando cerca de 9.000 por dia.
Estima-se que ainda há no mundo dois bilhões de pessoas que nunca ouviram a mensagem do evangelho de forma clara. Outros 2,680 bilhões já ouviram falar ou conhecem um pouco, mas não são cristãos.

Entre os cristãos

A Igreja Católica totaliza 1,160 bilhão de fiéis, de acordo com este estudo, ganhando mais 34 mil por dia.
As igrejas protestantes (incluindo os anglicanos) totalizam 1,125 bilhão de fiéis no mundo.
O total de pentecostais é 612 milhões, crescendo 37 mil por dia.
Os protestantes “tradicionais” são 426 milhões, acrescendo 20.000 por dia.
Os anglicanos, principalmente da África e Ásia, totalizam 87 milhões, com mais 3.000 se unindo a eles a cada dia.
Finalmente, a igrejas ortodoxas possuem 271 milhões de seguidores, ganhando apenas 5.000 por dia.

O estudo entende que as “seitas cristãs” (Testemunhas de Jeová, mórmons, grupos que duvidam da Trindade ou da divindade de Jesus, etc …) são apenas 35 milhões, crescendo a uma taxa de 2.000 por dia.

Mais Dados

É preciso entender que a maneira mais fácil de fazer um grupo crescer é pelo nascimento. Quanto mais filhos, mais fácil é de ajudar a sua tradição religiosa. Outra forma é a conversão. Mesmo sendo menos fácil de contabilizar, especialmente onde são proibidas, ocorre aos milhões a cada ano. A situação mais comum é um cônjuge aderir à religião do outro.

Outro dado curioso é que em 2011, estima-se que são colocadas mais de 71 milhões de Bíblias (em suas diversas versões) no mundo a cada ano. Calcula-se que existe hoje 1.740 bilhão de Bíblias disponíveis no planeta, muitas delas de forma clandestina.

Terra

Justin Bieber, iPhone, Google, Harry Potter e Jesus Cristo. Esses alguns dos nomes mais citados pelos blogueiros brasileiros, de acordo com um estudo realizado pela Boo-box e divulgado nesta semana.

O universo de 20 mil páginas verde-amarelas analisadas tem como principais temas entretenimento (24%), tecnologia (20%) e educação (15%). A análise feita pela ferramenta Meaning Tool, da empresa argentina Popego, é baseada nas palavras usadas nas postagens.

Entretenimento

Na categoria entretenimento, o assunto principal é humor (67% do total), sendo que carros, música e moda empatam como segundo tema mais comentado (6%). Cinema (5%), literatura (5%), gastronomia (2%), televisão (2%) e conteúdo adulto (1%) completam a paisagem.

O nome mais citado é Casey Heynes, jovem australiano que ficou famoso após aparecer em vídeo reagindo a bullying. Harry Potter e Jesus Cristo ocupam o segundo e o terceiro lugares em números de menções.

Quando o assunto é personalidades, nomes de atores, como Emma Watson, George Clooney e Hannah Montana, somam 36% das citações, enquanto músicos como Justin Bieber (primeiro da lista), Jennifer Lopez, Paul McCartney e Ivete Sangalo aparecem em segundo lugar (16%). A medalha de bronze das celebridades vai para os políticos, que somam 11% das menções – a lista inclui Fernando Haddad, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.

Tecnologia

Na categoria tecnologia, 84% dos blogs dedica-se a informações de mercado e publicação de tutoriais. Os eletrônicos somam 11% das páginas e os espaços voltados a notícias da Apple correspondem a outros 5%.

A companhia fundada por Steve Jobs fica em segundo lugar no ranking de marcas, com 11% das citações, à frente da Samsung (7%) e atrás do Google (17%). Adidas, Disney, Intel, Microsoft, Sony, Nokia, Amazon, Adobe, Blackberry e Motorola completam o topo da lista.

Na avaliação de produtos mencionados, o iPhone da Apple abocanha, sozinho, 12% do total, com o iPad em segundo lugar, 11%, e o iPod em terceiro, 6%. O Google não fica por baixo dentro de seu campo de trabalho: se o tema dos posts é Web 2.0, o gigante de buscas domina o “mercado” com 37% das citações, sendo que o YouTube – também da empresa de Larry Page – aparece com 19% e o WordPress com 9%.

Entre os softwares, a empresa do CEO Tim Cook também ocupa a primeira posição, com 27% das citações sendo para o sistema operacional mobile iOS. O concorrente Android aparece com 14% na terceira colocação, atrás das menções a MP3 (15%).

Outros dados

A cidade do Rio de Janeiro lidera a lista dos municípios mais comentados, com 27% do total, enquanto Londres tem 8% e Paris outros 6%. Se o assunto é viagens, os destinos mais pesquisados por quem está fazendo as malas são Brasil (36%), Estados Unidos (11%) e Japão (7%).

Nos sites que tratam de educação, o tema ciência responde por 40% do conteúdo postado. Quando o assunto é esporte, o futebol domina 55% dos blogs brasileiros. Basquete (16%), tênis (15%), golfe (7%), baseball (5%) e futebol americano (2%) dividem o restante do percentual.

“Conhecendo de uma forma estruturada o que os autores de blogs estão postando fica mais fácil para os anunciantes planejarem suas campanhas”, explica Edney Souza, vice-presidente de publishers da Boo-box, companhia brasileira do mercado de publicidade em mídias sociais.

A autor Derek Murphy acaba de promover o lançamento de seu novo livro. Desde já ele está criando polêmica com “Jesus Potter, Harry Christ”, que tem como subtítulo “a fascinante história do Jesus literário”.

O livro, que estará disponível no final de dezembro, explora as semelhanças e as relações entre Jesus e Harry. Sua conclusão é que a única diferença entre Harry Potter e Jesus Cristo é que Jesus tem tradicionalmente sido considerado por seus seguidores um personagem histórico.

Segundo a editora, o livro “não é principalmente sobre Harry Potter, mas sobre a história religiosa, a mitologia astrológica, o simbolismo esotérico e a tradição literária de Jesus Cristo. O título apenas se refere ao argumento central deste livro: Jesus Cristo e Harry Potter têm muito em comum. O aspecto principal é o fato de que ambos são construções literárias, ou em outras palavras, personagens de ficção.

Derek Murphy, que estudou teologia na ilha de Malta e está agora na Ásia, fazendo doutorado em literatura comparada, afirma: “Eu sempre fui um grande fã de Harry Potter. Como eu estava fazendo minha pesquisa sobre religião e literatura esotérica, descobri tantos paralelismos entre Harry, Jesus e as fontes ainda mais antigas. Fiz a minha tese de mestrado sobre a influência mística tanto em Harry Potter quanto na literatura bíblica. O mais fascinante, especialmente à luz da controvérsia em torno dos livros de Harry Potter (que promoveriam a feitiçaria e o satanismo entre as crianças, etc), é que estas semelhanças vêm sobretudo de fontes pré-cristãs”.

O fato de no final da saga, que reúne 7 volumes, onde Harry acaba morrendo uma morte sacrifical e ressuscita para derrotar de uma vez por todas seu arqui-inimigo, Valdemort, contribui muito para as comparações e paralelos. Cerca de uma dúzia de outros livros sobre a relação entre Jesus e Harry Potter já foram publicados. A maioria é de autores cristãos ansiosos em ajudar a suavizar a tensão entre a popularidade de Harry e as comunidades conservadoras que desejam denunciá-lo como agente do mal. ”Jesus Potter, Harry Christ” porém, é um livro para mudar esse jogo, defendendo que as semelhanças entre Jesus e Harry não fazem Harry mais “santo” – apenas tornar Jesus mais obviamente fictício. A verdadeira questão que precisamos fazer não é se Harry Potter é uma ‘figura de Cristo’ (semelhante a um salvador histórico religioso), mas se Jesus Cristo é uma” figura de Potter “(um redentor, criado a partir de símbolos mitológicos e filosóficos), argumenta o livro.

Fonte: Gospelprime

Os “hipsters” são adultos jovens, bem educados, urbanos, de classe média e alta e de esquerda.

A reportagem é do sítio Religión Digital, 29-09-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A revista norte-americana Christianity Today publicou um artigo sobre a forma pela qual os jovens de hoje interpretam o cristianismo. Na capa, pode-se observar um Jesus Cristo “hipster” que usa óculos escuros.

Os “hipsters” são “adultos jovens, bem educados e urbanos, de classe média e alta, com pontos de vista esquerdistas e sociais e interesses não predominantes na moda e na estética cultural”.

A capa da revista utiliza a imagem de um Jesus Cristo de óculos escuros para ilustrar uma matéria sobre a “Fé Hipster”, em que se relata a nova interpretação afastada do fundamentalismo religioso que se adonou do cristianismo nos EUA durante a década passada e que os jovens dão à sua religião.

Dom Henrique

Desde Feuerbach até Sartre e Harbemas, passando por Marx e Nietzsche, a razão moderna considera-se emancipada e está convicta de que o homem é o seu próprio salvador. Por isso, para o mundo contemporâneo, é necessário matar Deus para que o homem amadureça e viva, tomando nas suas mãos o próprio destino. Procurar outros salvadores além de si mesmo seria alienação, infantilidade e engano: seria colocar nas mãos de um outro aquilo que é responsabilidade sua.

O homem do século XXI, herdeiro do ateísmo dos séculos XIX e XX, está convicto de poder construir sua vida sozinho, sem necessidade alguma de um Salvador. No final do século XIX, Nietzsche exultava com um anti-evangelho: “O maior dentre os últimos acontecimentos – que Deus morreu, que a fé no Deus cristão fez-se incrível – já lançou suas primeiras sombras sobre a Europa…”

Vemos hoje o triunfo da razão atéia; e este processo é irreversível. Para os “bem-pensantes” do mundo atual, a verdade, o certo e o errado são aquilo que a coletividade decidir. O homem, finalmente, tornou-se como um deus, conhecedor do bem e do mal.

São ilustrativas as palavras do influente filósofo ateu australiano, Peter Singer: “Estamos em uma era incrível de transição. No Ocidente, fomos dominados por uma única tradição por dois mil anos. Agora que essa tradição é um doente terminal – toda a base da moral judaico-cristã-, estou tentando formular uma alternativa. Partes do que digo podem parecer obscenas e malignas se você ainda estiver olhando através do prisma da velha moral…”

Diante desta pretensão, o cristianismo proclama com força algo escandaloso e incômodo, insuportável para a mentalidade atual: que Cristo é o único Senhor, único caminho e única possibilidade de realização para a humanidade; “Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (At 4,12)”. Ele não aliena, não exime o homem de sua responsabilidade, mas, revelando sua altíssima dignidade, aponta-lhe um ideal sublime e o compromete decididamente na sua autoconstrução e na construção do mundo. Como dizia o Santo Padre Bento XVI, no início do seu pontificado: “Quem faz entrar Cristo na sua vida, nada perde, nada absolutamente, nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta. Assim, eu gostaria com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida pessoal, de vos dizer hoje: não tenhais medo de Cristo! Ele nada tira, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira!”

É sempre útil recordar o dilema da primeira metade do século passado, que ainda hoje deixou graves conseqüências: de um lado, a teologia liberal, iludida pelo racionalismo moderno, reduzindo a pessoa de Jesus a um mestre iluminado, humanista bem-pensante; a sua obra, a um ideal moral, projeto meramente humano, de cunho filantrópico e social; a fé cristã, a um exercício iluminado e limitado pela razão.

Por outro lado, a reação seja do magistério católico seja a liderada por protestantes como K. Barth, contra o pensamento liberal e as ideologias da época: “Jesus Cristo – como se testemunha na Sagrada Escritura – é a única Palavra de Deus, a única a que devemos fé e obediência, tanto na vida como na morte”.

Para nós, portanto, o Mestre é Jesus Cristo; não há outros mestres ou salvadores, não há outros caminhos ou mediadores. Só nele está a nossa vida: nele, Deus vem ao homem, dá-se incondicionalmente à humanidade, curando-a, renovando-a e apontando-lhe o caminho. Somente nele o homem se supera realmente e chega à sua verdadeira medida. Rosto divino do homem, rosto humano de Deus! Não há subversão mais eficaz nem mais libertadora contra os totalitarismos, ditaduras, modas ou prisões ideológicas – inclusive as do próprio cristianismo – que afirmar que só ele, Cristo Jesus, é o nosso Mestre e Senhor!

“Esta é uma época favorável para a missão no Nepal.

Atualmente, há o kairòs para evangelizar. Convidamos as congregações religiosas do mundo todo a mandarem novos missionários ao Nepal”: foi o que disse em conversa com a Agência Fides pe. Pius Perumana, pró-Vigário Apostólico do Nepal, ao contar sobre a realidade do país, que vive um momento de transição política e social. “Nesta fase de acomodação da vida pública do país –conta – há espaços novos para a missão.

A Igreja católica tem o dever de explorá-los, de se fazer presente com uma proposta autêntica e coerente do Evangelho”.

Na comunidade católica (8.000 fiéis), os batismos continuam a aumentar: “São cerca de 500 batizados por ano e isso é um sinal positivo. Mas também é verdade que o proselitismo das denominações Protestantes (que são 2 milhões no país) gera 100 mil conversões por ano.

A missão da Igreja católica pode ser mais incisiva. Por isso, convidamos no Nepal sacerdotes, leigos e missionários para trabalharem na vinha do Senhor.

O Nepal é, atualmente, um campo para se semear o Evangelho. A Igreja está cada vez mais empenhada na sociedade e recebe pedidos para abrir novas escolas. Há também um despertar das vocações locais: hoje, temos 8 seminaristas nepaleses e outros 4/5 estudantes”, disse à Fides pe. Perumana.

Os novos espaços e as novas oportunidades, explica o pró-Vigário, dependem do fato de que “muitos cidadãos nepaleses se diziam hindus, uma vez que o Nepal era um reino que tinha o hinduísmo como religião de estado. Atualmente, no entanto, muitos escolhem livremente a sua crença: o cristianismo, o islã, os cultos tradicionais”.

“Atualmente, a missão está aberta. Percebemos, e é cada vez mais evidente, que os nepaleses estão prontos para aceitar Cristo. Urge uma pregação aberta, é preciso convidar as pessoas a participarem de encontros de oração. Em Godawari, abrimos recentemente um Centro de Oração e muitos estão interessados: precisam, no entanto, de um estímulo, de uma chama. A Palavra de Deus é poderosa, ela promove curas, milagres e conversão dos corações”.

Pe. Pius continua: “Vimos recentemente  a conversão de um maoísta que veio pedir para conhecer Cristo. Depois adoeceu, foi internado num hospital. A comunidade católica fez com que ele sentisse a sua proximidade, solidariedade e oração. Depois de um período de provação e sofrimento, pediu para ser batizado e está seguindo o caminho de catecumenato”.

Na atual fase política de transição, a Assembleia constituinte, após dois anos de trabalhos, tem ainda mais um ano para redigir a Constituição. Na nova Carta, os fiéis em Cristo pedem “que seja reconhecido o pleno direito e a plena liberdade religiosa, com a possibilidade de se construir igrejas, seminários, cemitérios”, observa pe. Pius. “O Senhor nos dá hoje a oportunidade e a liberdade de ser um país laico. Precisamos, assim, de ‘novos agentes’ para evangelizar”, conclui.

Agência Fides

A capela em chamas.Imagens da tv

Fonte: Revista Catolicismo

Na noite de 11 para 12 de abril de 1997, pavoroso incêndio ameaçou destruir para sempre uma das mais preciosas relíquias do mundo católico: o Santo Sudário de Turim, mortalha que envolveu por três dias o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, após sua Crucifixão até sua Ressurreição.

Só depois de longo e extenuante combate do corpo de bombeiros, o sacrossanto Linho pôde ser salvo das chamas. Além do Palácio Real, o incêndio destruiu quase completamente a capela de Guarino Guarini — contígua à Catedral de Turim — onde se encontrava a relíquia.

Alguns órgãos da imprensa italiana levantaram suspeitas de o incêndio ter sido criminoso.

Naquele momento dramático, em que tudo parecia perdido, assistimos a uma das mais belas cenas de heroísmo: o bombeiro Mario Trematore lançou-se destemidamente entre as chamas, e com uma grossa barra de ferro golpeou repetidas vezes o vidro à prova de bala que protegia a relíquia, recuperando-a em seguida. Instantes depois, a cúpula inteira da capela desabou.

Com o recuo de uma década, e tendo presente a comoção do mundo católico em vista daquela tragédia que quase se consumou, Catolicismo pediu a seu correspondente em Milão, Sr. Roberto Bertogna, que entrevistasse o Sr. Mario Trematore, a fim de que este narrasse a nossos leitores o emocionante resgate, bem como as lembranças mais significativas que tal acontecimento deixou vincadas em sua alma.

Mario Trematore com a precisosa relíquia salva do fogo

Catolicismo — O Sr. poderia descrever para nossos leitores o motivo que o levou a enfrentar o incêndio, sabendo bem que corria risco de morte atroz em meio às chamas?

Mario Trematore — Na vida, o cristão tem como obrigação principal dar testemunho de sua fé e reconhecer em Jesus Cristo a sua salvação, a presença que transforma o precário acontecer da existência humana na História. Presença reavivada cada dia pela lembrança de que, morrendo na Cruz, Jesus Cristo envolveu todos aqueles que crêem n’Ele. Cristo morre crucificado cada dia nos tantos acontecimentos que compõem a história do mundo, para ressurgir sempre mais presente no mistério da fé aos olhos dos homens.

Sua mão providente nos acompanha sempre. E foi essa mão que me moveu a enfrentar as chamas que ameaçavam a mais preciosa relíquia do mundo cristão. Com efeito, naquela afanosa noite passada na catedral, lutando contra as chamas para salvar o Santo Sudário, a força que me compelia a cumprir aquela missão emanava de uma voz interior, que seguramente provinha do Alto.

Catolicismo —O que o Sr. pensava no momento em que golpeava o resistente vidro do relicário que protegia o Santo Sudário?

Lotando sob o fogo para salvar a relíquia

Mario Trematore — Naquele apuro, quando tudo parecia perdido e a força do fogo tornava impotente todo recurso humano, continuava a esperar até o fim, e o pensamento transformava-se em ação. De uma parte, surge inesperadamente o medo de morrer, e por um breve tempo vêm à memória as pessoas mais caras e as mais belas recordações: a doçura de minha mulher Rita, o sorriso de meu filho Iacopo, a graça de minha filha Chiara.

De outra, pensava também naquele Lençol e o dever de salvá-lo. Jesus Cristo o havia deixado para a humanidade como um extraordinário sinal do mistério do Verbo encarnado e do Deus que assume toda a condição humana. Prova convincente de um significado: do amor que responde ao amor, e não da dor e daquilo que custa. Um testemunho visível da Sua Ressurreição e do infinito amor de Deus ao homem.

Catolicismo — Enquanto deparava com as chamas, o Sr. chegou a pensar que a salvação do Sudário poderia depender da fé e da coragem de alguém, e que aquela obrigação recaía sobre o Sr.?

Mario Trematore — Na noite de 11 de abril de 1997, não podia certamente pensar que tocava a mim, com os meus colegas, salvar o Santo Sudário. Naquele momento eu sentia a angústia e a preocupação de milhões de fiéis. A capela do Guarino ruía em pedaços, sob o incessante calor das chamas.

Uma das pilastras principais que sustentava a cúpula já havia se esmigalhada ao calor do fogo. Não havia muito tempo para pensar. De um momento para outro podia cair a cúpula. Precisava fazer alguma coisa. O quê?

Cada tentativa para apagar aquele maldito fogo fracassava, e assim não me restou senão rezar uma oração que havia aprendido num passado longínquo, um passado de menino com os olhos grandes e os cabelos encaracolados: “Pai Nosso, que estais no Céu…”

O modo pelo qual Deus escolhe seus instrumentos é sempre surpreendente e insondável. Deus quer ter necessidade de nossos braços e de nossas mãos para cumprir sua obra. Fico pasmo como Ele tenha querido ter necessidade dos meus braços e das minhas mãos para salvar o Santo Sudário.

Recordando aqueles momentos dramáticos, estou convencido de que o homem, reconhecendo o amor de Deus, lança-se sobre Ele com uma sensibilidade que nasce da consciência de um dever: que a grande evidência daquela Face não se perca pela fragilidade de quem crê, mas permaneça sinal de esperança para todos, pois disto tem necessidade cada homem.

Catolicismo — O Sr. teve o reconhecimento de tantas pessoas importantes e menos importantes, inclusive de João Paulo II. Sente-se um herói?

Mario Trematore — O homem não se basta a si mesmo e tem necessidade de Cristo. Falar de heroísmo pode satisfazer meu ego, mas favorece o orgulho, uma falta de confiança no Criador. Não podemos esquecer o exemplo de Jesus Cristo no Domingo de Ramos. O Filho de Deus, Ele mesmo Deus, entrou em Jerusalém montado num burrico, e não num carro dourado puxado por bonitos cavalos de raça.

O preciosíssimo relicário é tirado do fogo

Quem nos criou decidiu cada coisa, ainda que para nós nem tudo seja compreensível. Ainda que –– com a força das minhas mãos e uma barra de ferro, além da ajuda de meus colegas –– tenha salvo o Santo Sudário, Jesus Cristo teria reemergido daqueles escombros conosco ou sem nós.

Catolicismo — Hoje, qual o papel de Nosso Senhor Jesus Cristo em sua vida?

Mario Trematore — Eu O sinto ao meu lado, como um companheiro de viagem, mesmo nas coisas mais simples que faço. Quando caminho pela rua, faço compras, passeio pelo centro de Turim — nesses últimos anos, ainda mais bonito —, quando vou pegar os filhos na escola e quando trabalho.

A Ele faço minhas confidências, peço conselhos, junto a Ele eu me indigno com os males do mundo, e Ele me carrega quando os pés já cansados não conseguem caminhar.

Aprendi e tenho certeza de que nunca estou só. Diante do que possa acontecer em minha vida, haverá sempre Alguém com o qual poderei contar. É nessa presença constante de Nosso Senhor Jesus Cristo que encontramos a própria condição que torna o homem completamente livre.

O encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo, através do resgate do Sudário, foi uma experiência extraordinária e me permitiu entrar em uma relação íntima com Ele. Trata-se de uma relação humanamente difícil, imperiosa, e por vezes dolorosa, pois é capaz de colocar em discussão muitas certezas.

Compreender o mal e rejeitar a indiferença para com ele a cada dia de nossas vidas, enfrentando nosso egoísmo, nossos impulsos e paixões desregradas. Amar Nosso Senhor Jesus Cristo não nos impede de sofrer. Em Lourdes, a Virgem Maria disse a Santa Bernadette: “Nesta vida prometo-lhe ensinar a amar, mas não necessariamente a ser feliz”.

É esclarecedora a passagem do Evangelho na qual Cristo foi tentado pelo demônio a transformar pedra em pão. Com efeito, Ele tinha três modos de proceder:

1º) Transformar o demônio em pedra, e com isso teria resolvido todos os problemas, seus e nossos;

2º) transformar a pedra em pão, mas desse modo Ele não teria agido como Filho de Deus, pois o verdadeiro senhor teria sido o demônio, cuja ordem Cristo teria obedecido;

3º) Cristo respondeu escolhendo o caminho mais difícil e mais doloroso, isto é, o martírio e a crucifixão, para não criar qualquer fissura que traísse o Seu amor pelo Pai.

A fragilidade do homem não recusa o pecado, aliás o pecado aliena a liberdade humana e separa o homem do encontro com Deus.

Cada cristão é submetido a essas fraquezas muitas vezes em sua vida. Não é o caso de desanimar, mas de lutar para não nos separarmos de todo o bem que Cristo nos ensinou: aprender a amar, não através dos olhos da própria cultura, mas com o coração aberto a Nosso Senhor Jesus Cristo e ao próximo.

Catolicismo — O que o Sr. recomenda aos leitores de Catolicismo para aumentar a devoção ao Santo Sudário?

Mario Trematore — Não é verdade que o racionalismo, o uso da razão como medida da realidade, seja o modo mais correto para nos aproximar da fé. Pelo contrário, quando a razão é usada de modo autêntico, escancara a alma à percepção de algo de grande que há em nós, de um mistério do qual tudo depende.

É esta “abertura do coração” que gostaria de sugerir a todos. Finalmente, peço a Nossa Senhora que todos encontrem uma ocasião, talvez um feriado prolongado, para virem a Turim venerar o Santo Sudário, mesmo que ele não seja visível (não há um ostensório solene para ele ficar exposto), mas encontra-se numa capela da nave lateral da catedral, dignamente guardado para a veneração de todos. Temos a mesma necessidade: tocar com as mãos, como São Tomé, para que o cêntuplo seja realizado, aqui e agora, e transforme as nossas vidas.

Gostaria de lembrar o que disse o Papa João Paulo II a respeito do Santo Sudário, por ocasião de sua visita a Turim: “Uma relíquia insólita e misteriosa, singularíssima testemunha — se aceitamos os argumentos de tantos cientistas — da Páscoa, da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda, mas ao mesmo tempo surpreendentemente eloqüente!”.

Catolicismo — Hoje sabemos que o Sr. não é mais um bombeiro…

Mario Trematore — Ser bombeiro era a minha paixão. Mas os anos passam e o corpo envelhecido não suporta mais o estresse e o cansaço de trabalho tão pesado e perigoso. Assim, em outubro de 2003 deixei o Corpo de Bombeiros.

Como sou diplomado em arquitetura, retomei a profissão de arquiteto, ocupando-me de projetos arquitetônicos, com especialização em segurança nos setores de risco correlatos à construção e ao curso das obras, no cargo de diretor técnico externo da Engineering Boesso, além de diretor didático do setor formativo regional da Apitforma de Turim, órgão credenciado junto à região do Piemonte, que opera nas tipologias formativas pós-universitárias.

Mas no fundo de meu coração resta um sonho, e espero que o Senhor me ajude a realizá-lo: projetar uma igreja. Cada igreja é uma casa de Deus, e não pode ser senão bela, como afirmava em 1400 Leon Battista Alberti, renomado arquiteto italiano, no seu “De re aedificatoria”.

“Senti dentro de mim qualquer coisa superior que me guiava”
Ao ser perguntado em que momento decidira intervir, arriscando a vida para, num gesto de audácia e heroísmo, resgatar o Sudário das chamas, Mario Trematore declarou à imprensa:
“Quando decidi intervir? Quando vi que tudo estava para desabar. Nesse momento disse aos meus rapazes: vamos, temos de salvar o Sudário.
“Em certo momento senti algo dentro de mim, qualquer coisa superior que me guiava. E como se tivesse encontrado força naquele símbolo, o símbolo do Sudário, peguei uma marreta e comecei a golpear o vidro antibalas. Golpeava, golpeava e golpeava, mas aquele vidro não caía. Talvez lhe tenha golpeado cem vezes antes de destruí-lo.
“Finalmente cedeu. Devo ter feito isso num quarto de hora, nem um ladrão teria sido tão veloz. E sabe por que? Porque tinha uma convicção fortíssima e graças a ela me crescia a força.
“Tive um pouco de medo. Mas naquele momento creio que Deus me deu força para salvar o Santo Lençol. De outra forma não teria conseguido romper aquele vidro que resiste até a projéteis”.
“Se tivesse sido um outro objeto, um quadro de valor inestimável, quem sabe, de Giotto ou de Miguel Angelo, não teria movido um dedo. Nós nos arriscamos muito, muitíssimo, talvez tenhamos sido até inconscientes, mas devíamos salvar o Sudário“.

Jesus Cristo é, sem dúvida, o personagem mais glorioso da História humana e nisto concordam todos os cristãos

Todavia, há quem diga que Jesus não é mais do que uma referência necessária à humanidade, dado que apela a sentimentos nobres, à moral e mesmo à fraternidade entre os povos. E há quem pense que a Sua existência se limita à Bíblia e à tradição religiosa, estando ausente da literatura não cristã.

Mas se quisermos ser imparciais e analisar com cuidado e perseverança os manuscritos antigos, de pressa chegaremos à conclusão de que as referências à pessoa de Jesus são abundantes e rigorosamente honestas, mesmo quando O contestam, ou por isso mesmo.

1- Jesus e a Pax Romana.

Jesus Cristo veio ao mundo durante o período conhecido como “Pax Romana”, um histórico período de paz, em que o mundo inteiro era controlado por um único e inexorável poder: Roma.

Polibo, na sua História, que abrange este período, faz o seguinte comentário: “Os romanos, em menos de cinquenta e três anos, conseguiram submeter a quase totalidade do mundo à sua autoridade, coisa nunca antes igualada.” Quando Jesus nasceu, a nação de Israel era dominada e governada pelo Império romano.

O evangelho segundo S. Lucas dá pormenores acerca dessa época, explicitando as razões políticas que levaram os Seus pais a Belém:

“Aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse … E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, na Judeia, à cidade de David, chamada Belém (porque era da casa e família de David), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida” (S. Lucas 2:1-4).

Para os romanos, Israel era apenas uma “província do império”, isto é, uma nação colonizada, e os cristãos não passavam de mais uma seita, como tantas outras que, naquela época, existiam em Israel, tal como os fariseus, os publicanos, os herodianos e os hesseniamos.

O único ponto de realce é que a situação geográfica de Israel o tornava de algum modo um país estratégico. Por isso, os historiadores romanos de então não dedicam muita atenção a Jesus e aos Seus seguidores, tanto mais que o Seu discurso não era político e nas Suas palavras não havia qualquer incitação à sublevação.

Uma outra razão que pode explicar esse silêncio é que o período de vida pública de Jesus se limitou a pouco mais de três anos.

É também sabido que grande parte da literatura contemporânea relativa ao Império Romano desapareceu, devido a incêndios ou a comportamentos vandalistas, ou ainda pela erosão do tempo. Por essa razão é extraordinário o facto de ainda encontrarmos documentos que são autênticos tesouros e que fazem referencia específica a Jesus de Nazaré.

2- Jesus nos escritos romanos não cristãos.

Plnínio, governador da Bitínia, numa carta dirigida ao imperador Trajano, dizia que “os cristãos adoram a Cristo como Deus e vivem uma moral estrita” Epitolas, X, 96. não é este um testemunho extraordinário da fé e vivência cristã desses primeiros crentes?

Tácito, cônsul no ano 97 d.C., diz que Cristo foi crucificado à ordem de Pôncio Pilatos e faz ainda referência à expansão do Cristianismo, bem como à perseguição que lhes era movida com o intuito de os destruir e para desmotivar outros a juntarem-se-lhes. Annales, XV, 44.

Suetónio, na sua célebre biografia do imperador Cláudio , faz também uma breve referência a Cristo e aos cristãos. Vita Caude, C. 23.

Celso, que viveu no século II, sob o reinado de Marco Aurélio, escreveu muito sobre o cristianismo e sobre a pessoa de Cristo. Os seus escritos são de grande valor pelo facto do seu objectivo ser denegrir e refutar o cristianismo, para o que diz possuir documentos que mais ninguém tem (Origne, c. II, 13). É um historiador que assume claramente a sua posição de inimigo, mas, por isso mesmo, ao fazer referência ao cristianismo e a Cristo, apresenta uma prova irrefutável da existência histórica de Jesus.

Flégon, nos seus escritos, menciona um eclipse do sol durante a morte de Jesus (Oriegene, Contra Celsum, II, 13, 33, 59). Ora, nós sabemos que as Escrituras dizem explicitamente que no momento em que Jesus morreu, “o sol se escureceu” (S. Lucas 23:45). É importante saber que todas estas fontes, com referências directas e abundantes a Jesus, são dignas de crédito.

3- Jesus nos escritos judaicos, não cristãos.

Se, durante o ministério de Jesus, os judeus O trataram dura e severamente, depois da Sua ressurreição e ascensão não deixaram de multiplicar lendas a Seu respeito, com o objectivo de O ridicularizar como Messias, isto é, como Ungido de Deus.

Uma boa parte dessas histórias encontram-se no Talmude, livro dos ensinamentos rabínicos posteriores a Jesus. Do século IV d. C., em diante, as lendas, orais e escritas, tem manifestamente o objectivo de criar uma imagem negativa do Salvador. Muitas delas encontram-se compiladas num livro intitulado: Vida de Jesus (Samuel Krauss, Das Leben Jesu Judischen Quelle, Berlim, 1902, 22.)

Flávio Josefo, patriota judeu e autor das famosas obras tais como; Antiguidades Judaicas e Guerra dos Judeus, escritas entre os anos 93 e 94 da nossa era, diz o seguinte: “Nesse tempo viveu Jesus, homem sábio, se é que se lhe pode chamar homem. Porque ele foi autor de coisas impressionantes, mestre daqueles que recebe a verdade com alegria. Ele conduziu muitos judeus e outros vindos do helenismo. Ele era o Cristo. E quando Pilatos ordenou a sua crucifixão, por denúncia dos principais do nosso povo, aqueles que o amavam não o abandonaram. De facto, ao terceiro dia, ele apareceu-lhes como lhes tinha prometido. Até hoje ainda subsiste o grupo chamado pelo seu nome, os cristãos.” (Flabio Josepho , Antiquitates XVIII, 3.3,3d. B. Niese IV. Berolini, Weidmann 1890, 151 ss).

Devemos precisar que esta obra também não foi escrita em favor do cristianismo, mas como celebração da glória do povo de Israel. Todas as seitas judaicas, bem como todos os movimentos de libertação e feitos históricos que ocorreram entre os reina do imperador Augusto e a destruição de Jerusalém, no ano 70 d. C., estão aí mencionados. Mas, para os cristãos, a maneira como Jesus é referido nesta obra tem grande importância histórica.

Na verdade, só a incredulidade pode constatar a existência de Jesus, porque, de fato, a Sua vida, morte e ressurreição, embora historicamente provados, são, aos olhos humanos, “inacreditáveis”. Esta foi a atitude de um dos próprios discípulos de Jesus, de nome Tomé. Ele teve dificuldade em acreditar que Jesus ressuscitara e estava vivo, vivo para sempre, e declarou aos seus companheiros: “Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no Seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” Então, oito dias depois, o Divino Ressuscitado apareceu outra vez aos Seus discípulos e disse a Tomé: “ Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu e Deus meu” (João 20:27,28).

Também eu, em certo período da minha vida, disse: “Não acredito que Jesus tenha existido e seja real.” Mas um dia Ele iluminou esta parte da minha alma que estava obscurecida e isso permitiu-me alcançar dimensões de paz e equilíbrio interior que antes não tinha.

Jesus ainda tem todo o poder que manifestou quando apareceu aos discípulos e em particular a Tomé. Ele continua a ir ao encontro de muitas pessoas incrédulas, mas que no fundo da alma sentem um vazio e são sinceras. Esta – confesso – foi a minha experiência e creio que pode ser a sua também.

José Carlos Costa