Tymieniecka

A cadeia britânica BBC lançou primeiro um texto depois apresentou na televisão com o título: “Cartas de João Paulo II revelam a sua “intensa” amizade com uma mulher” («Pope John Paul letters reveal ‘intense’ friendship with woman», 15.02.2016 ).

O programa foi transmitido na noite da segunda, 15 de fevereiro de 2016. Na reportagem da BBC, sutilmente, colocou-se em dúvida o tipo de relação que Wojtyla teve com a filósofa americana de origem polonesa, Anna Terese Tymieniecka e foi usado para atrair a atenção para um programa de televisão dedicado inteiramente à amizade “intensa” amizade de um eclesiástico com uma mulher casada.

Para alimentar mais ainda a imaginação do leitor ou telespectador o documentário joga com dados que apresenta sobre a amizade Wojtyla-Tymieniecka. Apesar de admitir abertamente que eles não leram todas as cartas (daí exclusivamente a publicação de só alguns parágrafos que se tornam chamativos fora do contexto), a BBC e o apresentador Ed Stourton fazem uso de expressões como “relação de um Papa com uma mulher atraente” ou de apresentar o convite que Anna Terese fez ao então Cardeal Karol Wojtyla para passar uns dias de descanso em sua casa nos Estados Unidos (publicando também algumas fotos daquele momento) e até mesmo destacando que, já como Papa, João Paulo II presenteou “uma das suas mais valiosas posses” a Tymieniecka: um escapulário.

A realidade é, no entanto, menos mórbida: a mulher atraente era casada, tinha três filhos, e João Paulo II relacionou-se não exclusivamente com Anna Terese, mas com toda a sua família. Quando em 1976 o filósofo Wojtyla visitou os Estados Unidos não foi por ócio, mas para participar de um congresso dos bispos católicos americanos. Aproveitando a viagem visitou também a família de Anna Terese e o fato de outra pessoa ter tirado a foto mostra que efetivamente eles não estavam sozinhos. Naturalmente algum valor tem o escapulário, mas, sem dúvida, não tem o valor de segundas intenções que querem dar a ele. A prática de presentes desse tipo não é algo raro nos eclesiásticos. Curiosamente, apesar de induzir a encontrar segundas intenções em tudo, a mesma reportagem da BBC diz explicitamente que “Não há nenhuma sugestão de que o Papa quebrou o seu voto de celibato”.

João Paulo II e Anne Terese começaram a se relacionar porque esta última se interessou pela obra de “Pessoa e Ação” de Wojtyla. De fato, juntos trabalharam na revisão da obra e na sua tradução ao Inglês.

O vice-diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Greg Burke, disse nesta segunda-feira, 15 de fevereiro, à imprensa: “No que se refere ao documentário da BBC não devemos admirar-nos de que João Paulo II tenha tido amizades estreitas com várias pessoas, tanto homens quanto mulheres. Ninguém pode surpreender-se com esta notícia”.

Por seu lado, a Biblioteca Nacional da Polónia, onde se encontra a correspondência completa entre Tymieniecka e Wojtyla (e que a BBC não teve acesso) emitiu um comunicado dizendo: “João Paulo II estava rodeado por um círculo de amigos eclesiásticos e leigos, com os quais tinha um contato próximo. Neste círculo estava também Anna Teresa Tymieniecka, mas a relação com ela não era nem confidencial e nem excepcional “.

Não é a primeira vez que lançam calúnias neste mesmo sentido contra João Paulo II. Algo análogo aconteceu em 2011 ao dar-se a conhecer o epistolário que o hoje santo teve com a doutora Wanda Poltawska (que mais tarde se tornou o livro “Diário de uma amizade”). Portanto, a tentativa da BBC nem sequer tem o selo de originalidade. Talvez devemos sim classificar o trabalho da emissora BBC britânica on-line de jornalismo big brother, cuja única finalidade é entreter, não informar, atiçando as chamas das fofocas.

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A suposta primeira “selfie” do Papa correu o Instagram e o Twitter, esta segunda-feira de manhã.

Francisco surgia a sorrir ao olhar para a câmara. O único problema da fotografia… é ser falsa.
 
A fotografia foi partilhada numa conta do Instagram com mais de 140 mil seguidores, com a legenda “First #selfie” (“Primeira #selfie”). A origem da imagem é uma vídeo-chamada que o Papa fez com jovens de todo o Mundo, em setembro de 2014.

O departamento de comunicação do Vaticano confirmou ao Mashable que Francisco não tem uma conta no Instagram. Entretanto, foram feitas várias notícias sobre o assunto. Inclusivamente, na CNN onde foi perguntado aos espectadores “Já viram melhor selfie?”

O Papa Francisco é muito popular nas redes sociais. A conta oficial do Twiter tem mais de 8,12 milhões de seguidores.

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A página informativa do Vaticano em espanhol, News.Va Espanhol, pediu aos fiéis católicos que não caiam em confusões por falsas mensagens atribuídos ao Papa Francisco difundidas normalmente nas redes sociais, como Facebook ou o serviço de mensagens por meio de WhatsApp.

“Estes tipos de textos que circulam por internet atribuídos ao Papa Francisco geralmente não mencionam a data e a ocasião na qual pronunciou essas palavras. Porque desta maneira, seria fácil para qualquer pessoa procurar na página oficial da Santa Sé e comprovar se realmente eram palavras do Papa”, explicou News.va em uma publicação no Facebook.

A página do Vaticano animou novamente a que, diante de uma notícia ou texto com um conteúdo estranho que faça menção ao Papa, “procurem as fontes vaticanas para ver se também aparecem ali”.

“Se as palavras atribuídas ao Papa não aparecem nos meios oficiais vaticanos, especialmente na página oficial da Santa Sé, pode ser que estas sejam falsas”, esclareceu.

Estes casos, explicou, parecem “um fenômeno através do qual, com certeza, muitos de vocês se encontraram: alguém lhes envia por Facebook ou WhatsApp, uma mensagem que começa com ‘Compartilho com vocês algo do Papa Francisco’. E, a seguir está um doce texto”.

Como exemplo, News.va mencionou este texto, fragmento de uma de tantas mensagens falsamente atribuídas ao Papa: “Muitas vezes o Natal é uma festa rumorosa: far-nos-á bem estar um pouco em silêncio, para ouvirmos a voz do Amor. Natal é você, quando decide nascer de novo, cada dia, deixando que Deus penetre seu interior. O pinheiro do Natal é você, quando resiste fortemente aos ventos e dificuldades da vida”.

A primeira oração deste texto corresponde a um tweet do Santo Padre em dezembro de 2013: “Muitas vezes o Natal é uma festa rumorosa: far-nos-á bem estar um pouco em silêncio, para ouvirmos a voz do Amor”.

O resto da mensagem seria de autoria de outro sacerdote.

Em seguida, News.va acrescentou as páginas oficiais nas quais podem verificar a veracidade das mensagens atribuídas ao Papa Francisco. Estes são o Twitter oficial do Santo Padre @Pontifex_pt, a página do Vaticano, a Sala de Imprensa da Santa Sé, a página do Facebook da News.va, o Jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, a Rádio Vaticano, o Centro Televisivo Vaticano (CTV), o Serviço Informativo do Vaticano (VIS) e o aplicativo para celulares e tabletes ‘The Pope App’, administrado pela News.va.

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Já é pública a capa da edição norte-americana de dezembro de 2015 da National Geographic, uma revista que não pode ser catalogada precisamente como “amistosa” para com a Igreja católica.

A edição terá na capa aquela que a revista chama de “mulher mais poderosa do mundo”: Nossa Senhora, a Virgem Maria.

A matéria de Maureen Orth percorre algumas das aparições marianas mais conhecidas no mundo todo, incluindo as aparições de Medjugorje, e, ao mesmo tempo, relata histórias de pessoas que receberam graças por intercessão da Virgem Maria. O texto aborda ainda o processo que a Igreja segue para reconhecer ou não o caráter sobrenatural das aparições.

Em certa passagem, Orth inclui uma breve referência ao papel de Maria no islã: embora pouco conhecida, existe no mundo muçulmano uma veneração àquela que eles também consideram a mulher mais santa de todas as mulheres: Maria, a mãe de Jesus.

Fonte: Aleteia

Vatileaks 7 errores

Uma “publicação repleta de grande quantidade de informações diversas, em grande parte relacionadas com uma fase do trabalho que já foi superado” (e impulsionado, além disso, pelo próprio Papa Francisco no começo do Pontificado), com a finalidade de dar a impressão “de um reino permanente de confusão”, não faz justiça à reforma da cúria que está em andamento nem ao compromisso da Santa Sé para chegar à transparência.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada por Vatican Insider, 04-11-2015. A tradução é de André Langer.

O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, refletiu sobre os documentos vaticanos reservados e o vazamento de notícias (Vatileaks) que alimentaram dois livros que chegam às livrarias italianas por estes dias: Via Crucis, deGianluigi Nuzzi, e Avareza, de Emiliano Fittipaldi. As investigações, disse Lombardi, continuam para averiguar as declarações dos dois indagados – mons. Lucio Ángel Vallejo Balda e Francesca Chaouqui –, mas, indicou Lombardi, no momento não há mais indagados. O Papa “segue em frente sereno”, apesar das dificuldades.

Após ter insistido em que os documentos foram parar nestas duas publicações mediante uma “atividade ilícita” e que vem sendo investigada pela Justiça vaticana, “agora nos interessa – afirmou Lombardi em sua reflexão publicada pela Rádio Vaticano – refletir sobre o conteúdo das divulgações. Pode-se dizer que em boa medida trata-se de informações já conhecidas, embora muitas vezes com menos amplitude e detalhes, mas, sobretudo, devemos notar que a documentação publicada está relacionada a um notável empenho de coleta de dados e de informações posto em marcha pelo próprio Santo Padre, para fazer um estudo e uma reflexão para a reforma e a melhoria da situação administrativa do Vaticano e da Santa Sé”.

“A COSEA (Comissão Referente ao Estudo e Orientação sobre a Organização das Estruturas Econômico-Administrativas da Santa Sé) – prossegue Lombardi –, de cujo arquivo provém boa parte das informações publicadas, foi, efetivamente, instituída pelo Papa no dia 18 de julho de 2013 com este objetivo, e depois foi dissolvida após cumprir seu papel. Não se trata, pois, de informações obtidas originalmente contra a vontade do Papa ou dos responsáveis das diferentes instituições, mas, de modo geral, de informações obtidas ou oferecidas com a colaboração destas mesmas instituições, para contribuir com o objetivo positivo comum. Naturalmente, uma grande quantidade de informações deste tipo deve ser estudada, compreendida e interpretada com cuidado, equilíbrio e atenção. Muitas vezes, são possíveis diferentes leituras partindo dos mesmos dados”.

Lombardi responde sobre uma série de questões contidas nos dois livros, desde o “buraco” do fundo de aposentadoria, sobre o qual, recordou, a Sala de Imprensa vaticana já ofereceu uma “leitura tranquilizadora”, até os bens da Igreja, “na realidade destinados a manter atividades de serviço de cuja gestão se ocupam a Santa Sé ou instituições a ela conexas”, passando pelo Óbulo de São Pedro, cujos recursos são, de acordo com os seus estatutos, “diferentes, inclusive conforme as situações, a critério do Santo Padre”.

Com o passar do tempo, declarou Lombardi, “estas temáticas voltam periodicamente, mas são sempre ocasião de curiosidade e de polêmica. Seria preciso ter seriedade para aprofundar as situações e os problemas específicos, para saber reconhecer tudo (muito mais do que se diz geralmente e sistematicamente ignorado pelo gênero de publicações de que estamos falando) o que está completamente justificado e que foi bem administrado (inclusive o pagamento dos impostos devidos), e distinguir onde se encontram os inconvenientes que devem ser corrigidos, obscuridades que devem ser esclarecidas, verdadeiras impropriedades ou ilegalidades que devem ser eliminadas. Justamente para este objetivo orienta-se o cansativo e complexo trabalho que começou pelo empenho do Papa com a constituição da COSEA, que já fez seu trabalho, e com as decisões e iniciativas que ainda devem ser desdobradas e postas em marcha (e que pelo menos em parte foram obtidos graças, justamente, às recomendações da própria COSEA ao final de seu trabalho).”

“A reorganização dos dicastérios econômicos, a nomeação do auditor-geral, o funcionamento regular das instituições competentes para a vigilância das atividades econômicas e financeiras, etc., são uma realidade objetiva e incontrovertível. Uma publicação repleta de grande quantidade de informações diferentes, em grande parte relacionadas a uma determinada fase do trabalho, já superada, sem a necessária possibilidade de um aprofundamento e avaliação objetiva chega ao resultado (infelizmente em boa parte buscado) de dar a impressão contrária, de um reino permanente de confusão, de não-transparência ou inclusive da busca de interesses particulares ou incorretos. A via da boa administração procede sem incertezas.”

“Naturalmente, isto não faz justiça de maneira alguma à coragem nem ao compromisso com que o Papa e seus colaboradores enfrentaram e continuam enfrentando o desafio de uma melhoria no uso dos bens temporais a serviço dos bens espirituais. Isto, ao contrário, é o que deveria ser mais apreciado e encorajado em um trabalho correto de informação para responder adequadamente às expectativas do público e às exigências da verdade. A via da boa administração, da retidão e da transparência segue e procede sem incertezas. Esta é, evidentemente, a vontade do Papa Francisco e não faltam aqueles que, no Vaticano, colaboram com plena lealdade e com todas as suas forças”.

Lombardi confirmou também uma notícia dada pela agência Reuteus, em relação ao perigo da lavagem de dinheiro e de “insider trading” na Apsa (Administração do Patrimônio da Sé Apostólica). “O Escritório do Promotor de Justiça no Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, após e elaboração de um relatório da Autoridade de Informação Financeira, no mês de fevereiro de 2015, deu andamento às investigações relacionadas a operações de compra-venda de títulos e de transações que podem ser relacionadas ao senhor Gianpietro Nattino. O mesmo escritório pediu a colaboração das Autoridades Financeiras italiana e suíça mediante cartas rogatórias enviadas por vias diplomáticas em 7 de agosto de 2015”.

Em relação às investigações no Vaticano, disse Lombardi respondendo aos jornalistas, seguem seu curso as averiguações para verificar as declarações dos dois indagados por vazamento de documentos reservados. O Papa “é uma pessoa serena, apesar das dificuldades”, continuou: “ele conhece muito bem a situação, sabe o que deve ser feito e como proceder”. “O fato de que as notícias não belas não devem ser fonte de alegria é tão óbvio que não merece um comunicado, mas não quer dizer que esteja desconsolado, continua muito sereno”. E é “absolutamente surreal”, declarou, pensar que o Vaticano vai decidir o que fazer, em relação à reforma econômica e administrativa, com base nos “livros de Nuzzi ou Fittipaldi”.

Iacopo Scaramuzzi – Vatican Insiderer.

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O Vaticano, através de sua conta do Facebook em língua espanhola News.va (https://www.facebook.com/news.va.es)  trouxe uma nota de esclarecimento de uma série de falsas declarações atribuídas ao Papa Francisco e que estão circulando na Internet nestes dias.

O texto (originalmente em espanhol) diz:

“Queridos amigos, muitos de nossos leitores nos assinalam uma ‘notícia’ que circula na internet e nos perguntam se é verdadeira. Esta ‘notícia’, publicada em vários idiomas, diz que o Papa Francisco afirmou que a Bíblia está antiquada em muitas passagens como a ‘fábula de Adão e Eva’ ou o inferno, que todas as religiões são iguais, que Deus está mudando e evoluindo e a verdade religiosa também, e outras coisas semelhantes. Tudo isto o Papa teria afirmado no ‘Terceiro concílio vaticano II’.

Pela internet circulam milhares de histórias falsas, e às vezes é difícil saber de onde se originou a ‘notícia’ e se esta vem de uma fonte confiável ou não. Por isso, ante uma notícia referente ao Papa Francisco que nos pareça estranha, é bom questionar-nos e ir às fontes vaticanas para ver se também ali estas notas aparecem e com que palavras são escritas.

Por isso no que se refere ao Papa Francisco, se as palavras a ele atribuídas não aparecem nos meios oficiais vaticanos, é muito possível que sejam falsas. Aqui lhes oferecemos uma lista dos meios vaticanos e seus sites na internet, para que possam ir comprovar as notícias sempre que tiverem dúvidas:

-Canal Twitter oficial do Santo Padre (em português):https://twitter.com/Pontifex_pt   

-Escritório de Imprensa da Santa Sé:http://www.vatican.va/news_services/press/index_po.htm

-News.va: Recolhe em um único site as notícias dos outros meios vaticanos (http://www.news.va/pt), e fanpage no facebook(https://www.facebook.com/news.va.pt?fref=ts)

-Site Web oficial da Santa Sé, onde se pode encontrar o íntegra oficial de todos os discursos, homilias, mensagens, etc. do Papa Francisco:http://www.vatican.va

-L’Osservatore Romano: Periódico da Santa Séhttp://www.osservatoreromano.va/pt

-Rádio Vaticano: http://pt.radiovaticana.va/bra/index_n.asp

-Centro Televisivo Vaticano: http://www.ctv.va/content/ctv/it.html

-The Pope App: app para smartphones e tablets administrado por News.va, que pode ser descarregado gratuitamente em:http://www.news.va/thepopeapp/  e permite seguir em tempo real as intervenções do Papa e configurar alertas que avisam quando começam os eventos pontifícios.

Este também permite acessar todo o conteúdo oficial relacionado ao Papa em qualquer formato: notícias e discursos oficiais, galeria com suas últimas imagens e vídeos e acesso a sua agenda e links a outros serviços da Santa Sé. Além disso, a aplicação tem acesso às webcams distribuídas pela Praça de São Pedro, que transmitem imagens em todo momento.

-VIS (Vatican Information Service): http://www.vis.va

Uma saudação muita cordial a todos e muito obrigado por sua atenção e suas sugestões”, conclui a nota.

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Talvez um equívoco…” Quem diz exatamente isso, a partir da sua casa norte-americana em Raleigh, na Carolina do Norte, é o neurocirurgião japonês Takanori Fukushima. Um equívoco? Fukushima fala pela primeira vez, três dias depois do enorme clamor levantado pela notícia publicada pelo jornal Quotidiano Nazionale– que o Vaticano, no entanto, logo declarou “infundada” – de que o papa teria um tumor.

E, em uma entrevista com a agência Ansa, agora o cientista fornece uma versão realmente assustadora: “Eu não falo italiano”, explica. “Talvez o equívoco nasceu da operação no cérebro que eu fiz em uma pessoa de aparência física e de idade semelhantes ao do pontífice, com um nome que parecia semelhante”.

Um equívoco, portanto, que talvez nasceu dentro da clínica San Rossore de Pisa – com a qual o neurocirurgião de Tóquio colabora há anos – e que, depois, se propagou, isso sim, como um tumor?

Certamente, ressalta ele, “foram escritas muitas falsidades: eu nunca tratei o papa, só o encontrei uma vez e não acho que ele se lembra de mim. O papa é uma pessoa muito boa, simples. Não sei por que tudo isso aconteceu, mas eu entendo que a sua posição é de grande importância…”.

O neurocirurgião expressa principalmente o seu espanto diante dessa sua “inesperada superexposição midiática”, mas o diretor do Quotidiano Nazionale, Andrea Cangini, mesmo diante das últimas novidades, não se dobra: “O professor Fukushima levou três dias para desmentir uma história que nós nunca demos”, replica. “O Quotidiano Nazionale informou que ele foi chamado para o Vaticano para uma consulta, não para uma visita, e isso certamente não faz dele o médico que trata o Santo Padre.”

Fukushima, porém, embora revelando que fez cirurgias em três prelados no passado, que lhe renderam como prêmio, por parte do antecessor de Francisco, Bento XVI, um pergaminho com o retrato papal e uma “bênção apostólica”, reitera que foi a São Pedro duas vezes, em outubro de 2014 e em janeiro de 2015, apenas por motivos religiosos.

Uma versão confirmada ao jornal Il Tirreno pelo professor Gaetano Liberti, seu aluno em San Rossore “Fukushima nunca se encontrou com o papa por razões de caráter médico. O voo do dia 28 de janeiro foi preparado com urgência apenas porque tínhamos trabalhado juntos até o fim do dia, e ele tinha que chegar ao Vaticano em tempo para o dia seguinte. Assim, a clínica colocou um helicóptero à sua disposição.

jornal Corriere della Sera

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O Vaticano divulgou declaração oficial nesta quarta-feira para negar que o papa Francisco tenha um tumor no cérebro, conforme relatou um jornal italiano.

“A circulação de notícias infundadas sobre a saúde do Santo Padre por um jornal italiano é gravemente irresponsável e indigna de atenção”, afirmou o porta-voz chefe do Vaticano, Federico Lombardi.

O jornal Quotidiano Nazionale afirmou, em reportagem de capa, que o papa foi examinado “há alguns meses” pelo neurocirurgião japonês Takanori Fukushima, que teria voado de Pisa até o Vaticano em um helicóptero da Santa Sé para a consulta.

A publicação afirma que o exame detectou “um pequeno ponto escuro no cérebro” do pontífice, e que o suposto tumor seria curável.

A declaração do Vaticano diz ainda que “como é claramente evidente, o papa está conduzindo suas intensas atividades de maneira totalmente normal”.

O jornal manteve as afirmações após a negativa do Vaticano.

O papa, de 78 anos, tem aparentado estar em boa saúde nos últimos meses, apesar de sofrer dores nas pernas associadas a uma inflamação no nervo ciático, para a qual passa por sessões regulares de fisioterapia.

BBC Brasil

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Convido-os a acompanharem o Sínodo no caminhar positivo que muito se respira na Sala Paulo VI, e a desse modo seguirem os seus trabalhos.

Foi o convite do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, na coletiva desta terça-feira, após esclarecer que a carta de alguns Padres sinodais ao Papa era reservada e que o que foi publicado por algumas fontes não corresponde, nem no texto nem nas assinaturas, à que foi entregue ao Santo Padre, tanto que ao menos quatro cardeais desmentiram.

 

Na realidade, o religioso jesuíta reportou o que efetivamente declarou, a propósito, o Cardeal George Pell: que a missiva ao Pontífice era e deveria permanecer reservada e que o que foi publicado não corresponde, nem no texto, nem nas assinaturas, à que fora entregue ao Papa.

De fato, quatro Padres sinodais – os cardeais Angelo Scola, André Vingt-Trois, Mauro Piacenza e Péter Erdő – desmentiram tê-la assinado.

Por sua vez, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé acrescentou:

“Substancialmente, as dificuldades mencionadas na carta tinham sido evocadas na tarde de segunda-feira, 5 de outubro, na Sala do Sínodo, como havia dito, embora não de modo tão amplo e detalhado. Eu tinha falado de objeções e dúvidas sobre o procedimento. Como sabemos, o secretário geral do Sínodo, Cardeal Baldisseri, e o Papa haviam respondido com clareza na manhã seguinte, terça-feira, dia 6. Portanto, quem, passados alguns dias, deu este texto e esta lista de assinaturas a serem publicadas fez um ato de transtorno não pretendido pelos signatários. Portanto, é preciso não deixar-se condicionar por isso.”

“O porta-voz vaticano explicou ainda que se podem fazer observações sobre a metodologia do Sínodo, que é nova. Isso não surpreende, mas uma vez estabelecida, se procura aplicá-la da melhor forma possível.”

Tanto é assim que “há uma vastíssima colaboração para fazer com que o caminho do Sínodo possa progredir bem”, frisou. Pe. Lombardi ressaltou que, sem dúvida, o clima geral da Assembleia é positivo.

Em seguida, Pe. Lombardi fez-se porta-voz de uma declaração do arcebispo de Durban (África do Sul), Cardeal Wilfrid Fox Napier, a propósito de uma afirmação sua erroneamente reportada numa entrevista:

“A propósito da composição da Comissão de dez membros nomeada pelo Papa para a elaboração do Relatório final do Sínodo, foi escrito erroneamente: ‘Napier questiona o direito do Papa Francisco de fazer essa escolha’. O Cardeal Napier pediu-me para corrigir, afirmando exatamente o contrário: ‘Napier não questiona o direito do Papa Francisco de escolher essa Comissão’.”

Também esteve presente na coletiva de imprensa o abade geral Jeremias Schröder, presidente da Congregação Beneditina de Santa Otília, representando os dez superiores gerais participantes do Sínodo, o qual se deteve sobre a questão da ligação entre a vocação e a vida familiar:

“Muitos jovens monges não mais provêm de famílias católicas bem formadas, muitas vezes o caminho vocacional é, ao mesmo tempo, um caminho catequético, ou seja, o aproximar-se da fé comporta também, posteriormente, a reflexão sobre a vocação. Nesse âmbito estamos vendo mudanças profundas na base social das nossas vocações.”

Em seguida, respondendo à pergunta de um jornalista sobre o tema do diaconato feminino, debatido na Sala do Sínodo, o Rev. Schröder explicou:

“Fiquei impressionado, porque pareceu-me um tema audaz e também, para mim, convincente, tanto que poderia imaginar um caminho dessa natureza. Mas tive a impressão de que esse tema, por agora, não tenha tido uma grande repercussão na Assembleia. Ouvimos uma opinião, mas por enquanto ficou nisso.”

Encontrava-se também entre os participantes da coletiva a consultora e formadora da Federação africana da ação familiar, Thérèse Nyirabukeye, presente no Sínodo na qualidade de auditora. Originária de Ruanda, ela recordou o genocídio no país, vinte anos atrás, e ressaltou a importância da família no processo de reconstrução nacional, porque a família é testemunha de amor e reconciliação, explicou.

Por fim, outra auditora, a diretora do Instituto canadense católico de bioética, Moira McQueen, expressou satisfação pelo papel que tem sido dado aos auditores durante o trabalhos sinodais: “Somos ouvidos e podemos nos pronunciar – disse ela. E esse é um processo democrático.” (RL)

(from Vatican Radio)

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Pope Francis Holds Weekly Audience

Entrevista do Papa Francisco à Rádio portuguesa Renascença publicada hoje:

Para um Papa que vem do “fim do mundo”, como olha para Portugal e para os portugueses?

Em Portugal, só estive uma vez no aeroporto, há anos, quando vinha para Roma, num avião da Varig que fazia escala em Lisboa, por isso, só conheço o aeroporto. Mas conheço muitos portugueses. E, no Seminário de Buenos Aires, havia muitos empregados, emigrantes portugueses, gente boa, que tinha muita familiaridade com os seminaristas. E o meu pai tinha um colega de trabalho português. Lembro-me do seu nome, Adelino, bom homem. E uma vez conheci uma senhora portuguesa, com mais de 80 anos, que me deixou boa impressão. Quer dizer, nunca conheci um português mau.

No seu discurso aos bispos portugueses, além de elogiar o povo português e olhar para a Igreja com serenidade, o Santo Padre manifesta duas preocupações: uma em relação aos jovens e outra em relação à catequese. O Santo Padre usa uma imagem, dizendo que “os vestidos da primeira comunhão já não servem aos jovens”, mas que há “certas comunidades que insistem em vestir-lhos”. Qual é o problema?

É uma maneira de dizer. Os jovens são mais informais e têm o seu próprio ritmo. Temos de deixar que o jovem cresça, temos de o acompanhar, não o deixar sozinho, mas acompanhá-lo. E saber acompanhá-lo com prudência, saber falar no momento oportuno, saber escutar muito. Um jovem é inquieto. Não quer que o incomodem e, nesse sentido, pode-se dizer que “o vestido da primeira comunhão não lhes serve”. As crianças, pelo contrário, quando vão comungar, gostam do vestido da primeira comunhão. É uma ilusão. Os jovens têm outras ilusões que, muitas vezes, são muito boas, mas há que respeitar, porque eles mesmos não se entendem, porque estão a mudar, estão a crescer, estão à procura, não é? Por isso, é preciso deixar o jovem crescer, há que o acompanhar, respeitar e falar-lhe muito paternalmente.

Porque, ao mesmo tempo, há uma exigência a propor, mas essa exigência, muitas vezes, não é atractiva!

Por isso, há que procurar aquilo que atrai um jovem e exigir-lho. Por exemplo, um caso concreto: se você propõe a um jovem – e vemos isto por todo o lado – fazer uma caminhada, um acampamento ou fazer missão para outro sítio, ou por vezes ir a um “cotolengo” [obra fundada por sacerdote italiano de acolhimento de doentes com grave deficiência  múltiplas, abandonadas pelas famílias e em situação de risco] para cuidar dos doentes, durante uma semana ou quinze dias, entusiasma-se porque quer fazer algo pelos outros. Está envolvido.

“Involucrado”?

Sim, fica por dentro, compromete-se. Não olha a partir de fora. Envolve-se, ou seja, compromete-se.

Então, porque é que não fica?

Porque está a caminhar.

E qual é o desafio que a Igreja, então, deve enfrentar? O Santo Padre também falou de uma catequese, que muitas vezes permanece teórica e onde falta esta capacidade de propor o encontro…

Pois é importante que a catequese não seja puramente teórica. Isso não serve. A catequese é dar-lhes doutrina para a vida e, portanto, tem de incluir três linguagens, três idiomas: o idioma da cabeça, o idioma do coração e o idioma das mãos. E a catequese deve entrar nesses três idiomas: que o jovem pense e saiba qual é a fé, mas que, por sua vez, sinta com o seu coração o que é a fé e, por sua vez, faça coisas. Se falta à catequese uma destas três línguas, destes três idiomas, não avança. Três linguagens: pensar o que se sente e o que se faz, sentir o que se pensa e o que se faz, fazer o que se sente e o que se pensa.

Escutando vossa Santidade, isto parece óbvio, mas, olhando à volta – sobretudo na velha Europa, na velha cristandade – não é assim. O que é que falta? Mudar a mentalidade? Como se faz?

Mudar a mentalidade, não sei, porque não conheço tudo, não é? Mas é verdade que, a metodologia catequética, às vezes, não é completa. Há que procurar uma metodologia da catequese que junte as três coisas: as verdades que se devem crer, o que se deve sentir e o que se faz, o que se deve fazer, tudo junto.

Santidade, para o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, nós esperamos por si em Portugal. Três Papas já nos visitaram (João Paulo II por três vezes). O Senhor, que ama muito a Virgem, o que espera da sua visita em 2017?

Bom, vamos lá esclarecer as coisas. Eu tenho vontade de ir a Portugal para o centenário. Em 2017 também se cumprem 300 anos do encontro da Imagem da Virgem de Aparecida.

…. uma data estereofónica, em dois lados! (risos)

… por isso, também estou com vontade de lá ir e já prometi  lá ir. Quanto a Portugal, disse que tenho vontade de ir e gostaria de ir. É mais fácil ir a Portugal, porque podemos ir e voltar num só dia, um dia inteiro, ou, quanto muito, ir um dia e meio ou dois dias. Ir ter com a Virgem. A Virgem é mãe, é muito mãe, e a sua presença acompanha o povo de Deus. Por isso, gostaria de ir a Portugal, que é privilegiado.

E o que espera de nós, portugueses? Como podemos preparar-nos para o receber e também para seguir os pedidos de Nossa Senhora?

O que a Virgem pede sempre é que rezemos, que cuidemos da família e dos mandamentos. Não pede coisas estranhas. Pede que rezemos pelos que andam desorientados, pelos que se dizem pecadores – todos o somos, eu sou o primeiro. Mas a Virgem pede e há que se preparar através desses pedidos da Virgem, através dessas mensagens tão maternais, tão maternais… e manifestando-se às crianças. É curioso, Ela procura sempre almas muito simples, não é? Muito simples.

Esta entrevista acontece em plena crise dos refugiados. Santo Padre, como está a viver esta situação?

É a ponta de um icebergue. Vemos estes refugiados, esta pobre gente que escapa da guerra, que escapa da fome, mas essa é a ponta do icebergue. Porque debaixo dele, está a causa; e a causa é um sistema socioeconómico mau e injusto, porque dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo – falando do problema ecológico –, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o centro tem de ser sempre a pessoa. E o sistema económico dominante, hoje em dia, descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da moda. Ou seja, há estatísticas, não me recordo bem (isto não é exacto e posso equivocar-me), mas 17% da população mundial detém 80% das riquezas.

E esta exploração das riquezas dos países mais pobres, a médio prazo traz esta consequência: a de estes todos que agora querem vir para a Europa…

E o mesmo acontece nas grandes cidades. Por que surgem as favelas nas grandes cidades?

O critério é o mesmo…

É o mesmo; é gente que vem do campo, porque o desflorestaram, porque fizeram monocultivo, não têm trabalho e vão para as grandes cidades.

Em África, também é igual…

Em África… ou seja, é o mesmo fenómeno. Então, esta gente emigrada que vem para a Europa – é a mesma coisa – à procura de um sítio. E, claro, para a Europa neste momento, é uma surpresa, porque até custa a crer que isto esteja a acontecer, não é? Mas acontece.

Mas o Santo Padre, quando foi a Estrasburgo, disse que era “necessário actuar sobre as causas e não apenas sobre os efeitos”. Mas parece que ninguém ouviu e, agora, os efeitos estão à vista…

Temos de ir às causas.

E ninguém o ouviu, muito provavelmente…

Onde as causas são a fome, há que criar fontes de trabalho, investimentos. Onde a causa é a guerra, procurar a paz, trabalhar pela paz. Hoje em dia, o mundo está em guerra contra si mesmo, ou seja, o mundo está em guerra, como digo, uma guerra em folhetins, aos pedaços, mas também está em guerra contra a Terra, porque está a destruir a Terra, ou seja, a nossa casa comum, o ambiente. Os glaciares estão a derreter-se, no Árctico, o urso branco vai cada vez mais para o norte para poder sobreviver.

E a preocupação pelo homem e pelo seu destino, parece ignorada. Como vê a reacção da Europa à vaga de refugiados? Uns constroem muros, outros escolhem os refugiados consoante a sua religião, outros aproveitam esta situação para fazer discursos populistas.

Cada um faz uma interpretação da sua cultura. E, por vezes, a interpretação ideológica, ou das ideias, é mais fácil do que fazer as coisas, que é a realidade. Mais longe da Europa, há um outro fenómeno que também me doeu muito: os “rohingya” [grupo étnico muçulmano, provavelmente, com origem na antiga Birmânia. Marginalizados por razões étnicas e religiosas, foram apontados pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do mundo], que foram expulsos do seu país e que entram num barco e partem. Chegam a um porto ou a uma praia, dão-lhes água, dão-lhes de comer e depois, mandam-nos outra vez para o mar e não os acolhem. Ou seja, falta a capacidade de acolhimento da humanidade.

Porque não é tolerar; é mais do que tolerância: é acolhimento.

Acolher, acolher as pessoas, e acolher tal como vêm. Eu sou filho de emigrantes e pertenço à onda migrante do ano 29. Mas na Argentina, desde o ano 84 (1884), começaram a chegar italianos, espanhóis… portugueses, não sei quando chegou a primeira onda portuguesa; vinham sobretudo destes três países. E quando chegavam lá, alguns tinham dinheiro, outros iam para o hotel de emigrantes e daí eram enviados para as cidades. Iam trabalhar ou procurar trabalho. É verdade que, naquela época, havia trabalho, mas, os da minha família – que tinham trabalho quando chegaram, em 29 –, no ano 32, com a crise económica de 30, ficaram na rua, sem nada. O meu avô comprou um armazém com dois mil pesos que lhe emprestaram e o meu pai, que era contabilista, andava a fazer distribuição com a canasta; ou seja, tinham vontade de lutar, de vencer… Eu sei o que é a migração! E depois, vieram as migrações da Segunda Guerra, sobretudo do centro da Europa, muitos polacos, eslovacos, croatas, eslovenos e também da Síria e do Líbano. E sempre nos demos bem por lá. Na Argentina, não houve xenofobia. E agora, há migração interna na América, vêm de outros países da América para a Argentina, apesar de ter diminuído nos últimos anos, por falta de trabalho na Argentina.

E também do México para os Estados Unidos. Há todo um fenómeno…

O fenómeno migratório é uma realidade. Mas eu queria abordar o tema, sem censurar ninguém. Quando há um espaço vazio, a gente procura preenchê-lo. Se um país não tem filhos, vêm os emigrantes ocupar o lugar. Penso no nível dos nascimentos de Itália, Portugal e Espanha. Creio que é quase 0%. Então, se não há filhos, há espaços vazios. Ou seja, o não querer ter filhos, em parte, – e isto é uma interpretação minha, não sei se está correcta – é um pouco o resultado da cultura do bem-estar, não é? Eu ouvi, dentro da minha própria família, cá, há uns anos, por parte dos meus primos italianos dizer: “Não, crianças, não; preferimos viajar nas férias, ou comprar uma ‘villa’, ou isto ou aquilo”… e os idosos vão ficando sozinhos. Creio que o grande desafio da Europa é voltar a ser a mãe Europa…

E não a…

… a avó Europa. Perdão, há países da Europa que são jovens, por exemplo, a Albânia. A Albânia impressionou-me, gente com 40 anos, 45 anos… e a Bósnia-Herzegovina, ou seja, países que se refizeram depois de uma guerra, não é?

Por isso, o Santo Padre os visitou…

Ah sim, claro. É um sinal para a Europa.

Mas este desafio do acolhimento a estes refugiados que estão a entrar, na sua perspectiva, pode ser muito positivo para a Europa? É um benefício, uma provocação? Finalmente, de algum modo, a Europa pode despertar, mudar de rumo?

Pode ser. É verdade e reconheço que, hoje em dia, as condições de segurança territorial não são as mesmas de outra época porque, na verdade, temos, a 400 quilómetros da Sicília, uma guerrilha terrorista sumamente cruel, não é? Então, existe o perigo da infiltração, isso é verdade.

E que pode chegar até Roma.

Ah sim, ninguém assegurou que Roma seja imune a isto, não é? Mas podem-se tomar precauções e pôr toda a gente que vem a trabalhar. Mas também há outro problema, é que a Europa atravessa uma crise laboral muito grande. Há um país, melhor, vou falar de três países, mas que não vou nomear, dos mais importantes da Europa, em que o desemprego juvenil dos jovens com menos de 25 anos, num país é de 40%, noutro país é de 47% e noutro é de 50%. Há uma crise laboral, o jovem não encontra trabalho. Ou seja, misturam-se muitas coisas. Nisto, não podemos ser simplistas. Evidentemente, se chega um refugiado, com as medidas de segurança de todo o tipo, há que recebê-lo, porque é um mandamento da Bíblia. Moisés disse ao seu povo: “Recebei o forasteiro porque não esqueçais que vós fostes forasteiros no Egipto”.

Mas o ideal era que eles não tivessem fugido, que ficassem nas suas terras, não?

Isso, sim.

No Angelus de 6 de Setembro, lançou o desafio às paróquias para que acolham refugiados. Já houve reacções? O que espera em concreto?

O que eu pedi foi isto: que cada paróquia, cada instituto religioso, cada mosteiro, acolha uma família. Uma família, não uma pessoa. Uma família dá mais segurança de contenção, um pouco para evitar que haja infiltrações de outro tipo. Quando digo que uma paróquia deve acolher uma família, não digo que tenham de ir viver para a casa do padre, para a casa paroquial, mas que toda a comunidade paroquial veja se há um lugar, um canto num colégio para aí se fazer um pequeno apartamento ou, na pior das hipóteses, que arrendem um modesto apartamento para essa família; mas que tenham um tecto, que sejam acolhidos e que se integrem na comunidade. Já tive muitas reacções, muitas, muitas. Há conventos que estão quase vazios.

Há dois anos, o Santo Padre já fez esse apelo e que resultados é que houve?

Só quatro. Um deles, dos jesuítas (risos); muito bem, os jesuítas! Mas o assunto é sério, porque aí também há a tentação do deus dinheiro. Algumas congregações dizem “Não, agora que o convento está vazio, vamos fazer um hotel e podemos receber pessoas e, com isso, sustentamo-nos ou ganhamos dinheiro”. Pois bem, se quereis fazer isso, pagai os impostos! Um colégio religioso, por ser religioso está isento de impostos, mas se funciona como hotel, então, que pague os impostos como qualquer vizinho do lado. Senão, o negócio não é limpo.

E o Santo Padre já disse que, aqui no Vaticano, acolhe duas famílias.

Sim, duas famílias. Já me disseram ontem que as famílias já estavam localizadas e as duas paróquias do Vaticano encarregaram-se de as procurar.

Já estão identificadas?

Sim, sim, sim, já estão. Quem o fez foi o cardeal Comastri, que é o meu vigário-geral para o Vaticano, juntamente com o encarregado da Esmolaria Apostólica, monsenhor Konrad Krajewski, que trabalha com os sem-abrigo e foi quem fez os duches debaixo da colunata, o serviço de barbearia – realmente, uma maravilha – é o que leva os que vivem na rua a ver os museus e a Capela Sistina.

E estas famílias ficam até quando?

Até quando o Senhor quiser. Não se sabe como isto vai acabar, não é? De todas as maneiras, quero dizer que a Europa tomou consciência, e eu agradeço-lhe. Agradeço aos países da Europa que tomaram consciência disto.

A Renascença aderiu em Portugal a uma iniciativa, que reúne instituições cristãs e também de outras religiões, para acolher e movimentar-se a favor dos refugiados. Pode dizer algumas palavras a quem participa nesta plataforma?

Felicito-vos e agradeço-vos pelo que estão a fazer e dou-vos um conselho: no dia do Juízo Final, já sabemos sobre o que vamos ser julgados, está escrito no capítulo 25 de São Mateus. Quando Jesus vos disser “Estive com fome, deste-me de comer?”, vocês vão dizer “Sim. “E quando estive sem refúgio, como refugiado, ajudaste-me?”, “Sim”. Pois, felicito-vos: vão passar no exame! E também queria dizer uma coisa sobre o trabalho com jovens desocupados. Creio que aqui é urgente, sobretudo para as congregações religiosas que têm como carisma a educação, mas também os leigos, os educadores leigos, que inventem cursos, pequenas escolas de emergência. Então, para um jovem que está desocupado, se estudar, durante seis meses, para ser cozinheiro ou canalizador, para fazer pequenas reparações – há sempre um tecto para arranjar – ou para pintor, com esse ofício, terá mais possibilidade de encontrar um trabalho, ainda que parcial ou temporário. Fazer o que nós chamamos de “biscate”, um trabalho ocasional e com isso não está totalmente desocupado. Mas hoje é o tempo da educação de emergência. Foi o que fez Dom Bosco. Dom Bosco, quando viu a quantidade de crianças que havia na rua, disse “tem de haver educação”, mas não mandou as crianças para a escola média ou secundária, sim aprender ofícios. Então, preparou carpinteiros, canalizadores, que os ensinavam a trabalhar e, assim, já tinham com que ganhar o pão. Dom Bosco fez isso. E agora gostava de contar um episódio sobre Dom Bosco. Aqui em Roma, perto do Trastevere, onde…

Era uma zona pobre.

Sim, era uma zona muito pobre, mas que agora é zona da moda para os jovens, para a “movida”, não é? Pois Dom Bosco passou por ali, ia de carruagem – ou de carro, não sei – e atiraram-lhe uma pedrada que partiu o vidro. Ele mandou parar e disse: “Este é o lugar que onde vamos ficar!”. Ou seja, perante uma agressão, não a viveu como agressão, viveu-a como um desafio para ajudar aquela gente, as crianças, os jovens que só sabiam agredir. E hoje, existe ali uma paróquia salesiana que forma jovens e crianças, com as suas escolas e as suas coisas. Assim, volto ao tema dos jovens: o importante é que hoje se dê, aos jovens que não têm trabalho, uma educação de emergência sobre algum ofício que lhes permita ganhar a vida.

É muito crítico também sobre o estilo de vida ocidental e da Europa, o chamado primeiro mundo, muito centrado no bem-estar. O que é que o incomoda mais?

Bem, quer dizer, também nas grandes cidades americanas, quer da América do Norte, quer da América do Sul, existe este mesmo problema, não é só na Europa…

…é o chamado primeiro mundo.

Sim, nas grandes cidades… Em Buenos Aires há um grande sector da cultura do bem-estar e, por isso, também há esses cordões à volta das cidades, as favelas e todas essas coisas, não é? Eu, em relação à Europa, hoje, não lhe atiraria à cara este tipo de coisas. Há que reconhecer que a Europa tem uma cultura excepcional. Realmente, são séculos de cultura e isso também dá um bem-estar intelectual. Em todo o caso, o que eu diria da Europa, é a sua capacidade de retomar uma liderança no concerto das nações. Ou seja, que volte a ser a Europa que define rumos, pois tem cultura para o fazer.

Mas mantém a identidade, hoje em dia, a Europa? Está em condições de afirmar a sua identidade?

O que eu disse em Estrasburgo, pensei muito antes de o dizer. Ou seja, volto a repetir um pouco isso: a Europa ainda não morreu. Está meia-avozinha [risos], mas pode voltar a ser mãe. E eu tenho confiança nos políticos jovens. Os políticos jovens tocam outra música. Há um problema mundial, que afecta não só a Europa, mas o mundo inteiro, que é o problema da corrupção. A corrupção a todos os níveis… e isso também revela um baixo nível moral, não é?

O Santo Padre fala disso na sua última encíclica e pede para as populações estarem mais conscientes. No entanto, verifica-se muita abstenção. Se vemos os resultados das eleições, a abstenção é quase maior do que um partido…

Porque a gente está desiludida. Em parte, por causa da corrupção, em parte pela ineficácia, em parte pelos compromissos assumidos anteriormente. E, no entanto, a Europa – volto a dizer o que disse em Estrasburgo – tem que desempenhar o seu papel, ou seja, recuperar a sua identidade. É verdade que a Europa se enganou – não estou a criticar, mas só a recordar –, quando quis falar da sua identidade sem querer reconhecer o mais profundo da sua identidade, que é a sua raiz cristã, não foi? Aí enganou-se. Bom, mas todos nos enganamos na vida… está a tempo de recuperar a sua fé.

O que é que pode tocar a liberdade de alguém que “faz o que quer” e que foi educado desde pequeno com um conceito de felicidade para quem “a felicidade é não ter problemas”? Em geral, educam-se as crianças com este desejo de que a felicidade é “não ter problemas e fazer o que se quer”.

Uma vida sem problemas é aborrecida. É um tédio. O homem tem, dentro de si, a necessidade de enfrentar e de resolver conflitos e problemas. Evidentemente, uma educação para não ter problemas, é uma educação asséptica. Faça você mesma a experiência: pegue num copo de água mineral, de água comum, da torneira, e depois pegue num copo com água destilada. Mete nojo, mas a água destilada não tem problemas… (risos) é como educar as crianças no laboratório, não é? Por favor!

Arriscar é importante?

Correr o risco, propor sempre metas! Para educar, faz falta usar os pés. Para educar bem, há que ter um pé bem apoiado no chão e o outro pé levantado mais à frente e ver onde o posso apoiar. E quando tenho apoiado o outro, levanto este [faz o gesto com os pés] e… isso é educar: apoiar-se sobre algo seguro, mas tentar dar um passo em frente até que o tenha firme e, depois, dar outro passo.

Dá mais trabalho educar assim…

É arriscar! Porquê? Porque talvez piso mal e caio… pois bem, levantas-te e segues em frente!

Na onda individualista em que vivemos – falou nisso em Estrasburgo – parece um capricho exigir direitos, sempre mais direitos separados da busca da verdade. Crê que isto é também um problema na maneira de viver a fé?

Pode ser… sempre com mais exigências, sem a generosidade de dar. Ou seja, é exigir só os meus direitos e não os meus deveres perante a sociedade, não é? Eu creio que direitos e deveres caminham juntos. Senão, isso, cria a educação do espelho; porque a educação do espelho é o narcisismo e hoje estamos numa civilização narcisista.

E como é que se a vence, como se combate?

Com a educação, por exemplo, com direitos e deveres, com a educação dos riscos razoáveis, procurando metas, avançando e não ficando quieto ou a olhar ao espelho… não vá acontecer-nos como aconteceu ao Narciso que, de tanto se olhar espelhado na água e se achar tão lindo, tão lindo, “blup”, afogou-se. [risos]

Diz que prefere uma igreja acidentada a uma igreja estagnada. O que entende por “igreja acidentada”?

Sim, eu explico: é uma imagem de vida. Se uma pessoa tem em sua casa uma divisão, um quarto, fechado durante muito tempo, surge a humidade, o mofo e o mau cheiro. Se uma igreja, uma paróquia, uma diocese, um instituto, vive fechada em si mesmo, adoece (acontece o mesmo com o quarto fechado) e ficamos com uma Igreja raquítica, com normas rígidas, sem criatividade, segura, mais que segura, assegurada por uma companhia de seguros, mas não segura! Pelo contrário, se sai – se uma igreja, uma paróquia saem – lá para fora, a evangelizar, pode acontecer-lhe o mesmo que acontece a qualquer pessoa que sai para a rua: ter um acidente. Então, entre uma igreja doente e uma Igreja acidentada, prefiro uma acidentada porque, pelo menos, saiu para a rua.

E aqui, quero repetir uma coisa que já disse noutra ocasião: na Bíblia, no Apocalipse, há uma coisa linda de Jesus, creio que no segundo capítulo (no final do primeiro ou no segundo), em que está a falar a uma Igreja e diz: “Estou à porta e chamo” – Jesus está a bater – “Se me abres a porta, entro e vou comer contigo”. Mas eu pergunto: quantas vezes, na Igreja, Jesus bate à porta, mas do lado de dentro, para que O deixemos sair a anunciar o reino? Por vezes, apropriamo-nos de Jesus só para nós, e esquecemo-nos que uma Igreja que não está em saída, uma Igreja que não sai, mantém Jesus preso, aprisionado.

Foi por causa disso que foi eleito Papa?

Isso pergunte ao Espírito Santo! [risos]

Desde que é Papa, considera que a Igreja está mais acidentada?

Não sei. Sei que, pelo que me dizem, Deus está a abençoar muito a sua Igreja. É um momento que não depende da minha pessoa, mas da bênção que Deus quis dar à sua Igreja, neste momento. E agora, com este Jubileu da Misericórdia, espero que muita gente sinta a Igreja como mãe. Porque pode acontecer à Igreja o mesmo que aconteceu à Europa, não é? Ficar demasiadamente avó, em vez de mãe, incapaz de gerar vida.

É este é o motivo do Jubileu da Misericórdia?

Que venham todos! Que venham e sintam o amor e o perdão de Deus. Conheci, em Buenos Aires, um frade capuchinho, um pouco mais novo do que eu, que é um grande confessor. Tem sempre uma grande fila, com muita gente, está todo o dia a confessar. Ele é um grande “perdoador”, perdoa muito. E, às vezes, tem escrúpulos por ter perdoado muito. Então, uma vez, em conversa, disse-me: “Às vezes, tenho escrúpulos”. E eu perguntei-lhe: “E o que fazes, quando tens esses escrúpulos?”. “Vou diante do sacrário, olho para o Senhor e digo-lhe: Senhor, perdoai-me, hoje perdoei muito, mas que fique bem claro que a culpa é toda vossa, porque fostes Vós a dar-me o mau exemplo!”

Por isso o Santo Padre, neste sentido, também decidiu, nesta carta [a monsenhor Rino Fisichella sobre o Jubileu da Misericórdia] propor o perdão às situações mais difíceis e agora mesmo publicou estas cartas [de “motu proprio”, iniciativas do Papa que têm normalmente a forma de decreto] que aceleram os processos de nulidade. Isto também tem a ver com o Jubileu?

Sim, simplificar… Facilitar a fé às pessoas. E que a Igreja seja mãe…

A razão destas cartas “motu proprio” para a nulidade qual é, exactamente, é agilizar?

Agilizar, agilizar os processos nas mãos do bispo. Um juiz, um defensor do vínculo, só uma sentença, porque até agora havia duas sentenças. Não, agora, é só uma. Se não houver apelo, já está. Se houver apelo, vai para o metropolita, mas agilizar. E também a gratuidade dos processos.

O Santo Padre fez isto a pensar também no Sínodo e no Jubileu?

Está tudo relacionado.

Já sei que não quer falar do Sínodo, mas, no seu coração de pastor universal, o que pede?

Peço que rezem muito. Sobre o Sínodo, vocês os jornalistas, já conhecem o “Instrumentum Laboris”. Vai-se falar disso, do que lá está. São três semanas, um tema, um capítulo, para cada semana. E esperam-se muitas coisas, porque, evidentemente, a família está em crise. Os jovens não se casam. Não se casam. Ou então, com esta cultura do provisório, dizem “ou vivo junto ou me caso, mas só enquanto dura o amor, depois, tchau…”

E que diz a quem vive uma moral contrária à indicação da Igreja e que tem esta ansiedade de perdão?

Lá no Sínodo vai-se falar de todas as possibilidades de ajudar estas famílias. Que uma coisa fique clara – e que o Papa Bento o deixou bem esclarecido: as pessoas que vivem uma segunda união não estão excomungadas e têm de ser integradas na vida da Igreja. Isso ficou claríssimo. E eu, no outro dia na catequese, também o disse claramente: aproximar-se da missa, da catequese, na educação dos filhos, nas obras de caridade… há mil coisas, não é?

Santidade, gostaria de terminar com perguntas sobre a sua vocação. No início de Março de 2013, preparava-se para ir para a “reforma”. Já tinha decidido onde ia ficar a viver, etc.. No entanto, tornou-se um dos homens mais famosos a nível mundial. Como vive esta circunstância?

Não perdi a paz. É um dom… a paz é um dom de Deus. É um dom que Deus me deu, algo que eu não imaginava, pela idade que tenho e por tudo isso. E, mais ainda, eu até já tinha previsto o meu regresso, pensando que nenhum Papa seria escolhido na Semana Santa. Então, se demorássemos a elegê-lo, teríamos de nos despachar até sábado, antes do Domingo de Ramos. E comprei um bilhete de regresso, para poder celebrar Missa no Domingo de Ramos e até deixei preparada, na minha escrivaninha, a homilia. Foi uma coisa que eu não esperava e, em Dezembro, deixaria o cargo para o qual ia ser nomeado um sucessor. Assim…

…há toda uma aventura, agora, à sua frente.

Tudo… mas não perdi a paz. Não perdi a paz.

O Papa Francisco é amado em todo o mundo, a sua popularidade cresce, como revelam as sondagens, e tantos querem vê-lo candidato ao prémio Nobel. Mas Jesus avisou os seus: ”Sereis odiados por causa do meu nome”. Como é que se sente, Santidade?

Muitas vezes me pergunto como será a minha cruz, como é a minha cruz… As cruzes existem. Não se vêem, mas estão lá. E também Jesus, num certo momento, foi muito popular e, depois, acabou como acabou. Ou seja, ninguém tem garantida a felicidade mundana. A única coisa que eu peço, é que me conserve a paz do coração e que me conserve na sua Graça, porque, até ao último momento, somos pecadores e podemos renegar a sua Graça. Consola-me uma coisa: que São Pedro cometeu um pecado muito grave – renegar Jesus – e, depois, fizeram-no Papa… Se com este pecado o fizeram Papa, com todos os que eu tenho, consolo-me, pois o Senhor cuidará de mim como cuidou de Pedro. Mas Pedro morreu crucificado, enquanto eu não sei como vou terminar. Que Ele decida, desde que me dê a paz, que Ele faça o que quiser.

Como é que vive a sua liberdade sendo Papa? Apareceu de surpresa numa missa em S. Pedro, de manhã cedo, foi ao oculista arranjar os óculos… Precisa do contacto com as pessoas?

Sim, tenho necessidade de sair, mas ainda não chegou a altura certa… mas, pouco a pouco, vou tendo contacto com as pessoas às quartas-feiras e isso ajuda-me muito. Sim, a única coisa que estranho em relação a Buenos Aires é sair a “callejear”, andar na rua.

E terminamos com umas perguntas rápidas: o que lhe tira o sono?

Posso dizer-lhe a verdade? Durmo como uma pedra! [risos]

E o que o faz correr?

Sempre que há muito trabalho.

O que nunca é urgente, que pode esperar?

O que não é urgente? As pequenas coisas que podem esperar até amanhã, ou depois. Há coisas que são muito urgentes e outras que não são urgentes… mas não saberei dizer-lhe, em concreto, que isto é mais urgente do que aquilo.

Com que frequência se confessa?

Todos os 15 dias, 20 dias. Confesso-me a um padre franciscano, o padre Blanco, que tem a bondade de vir cá confessar-me. E nunca tive de chamar uma ambulância para o levar de regresso, assustado com os meus pecados! [risos]

Como e onde gostaria de morrer?

Onde Deus quiser. A sério… onde Deus quiser…

A última: como imagina a eternidade?

Quando era mais novo, imaginava-a muito aborrecida [risos]. Agora, penso que é um Mistério de encontro. É quase inimaginável, mas deve ser algo muito bonito e maravilhoso encontrar-se com o Senhor.

Obrigada, Santo Padre.

Obrigado eu, e uma grande saudação a todos os ouvintes desta rádio. E, por favor, peço-vos que rezem por mim. Que Deus vos abençoe e que a Virgem de Fátima vos proteja.

Fonte: Rádio Renascença- via Fratres In Unum

FranciscoVueloPapal_AlanHoldrenACIPrensa_130715Diante das repercussões na mídia das últimas medidas anunciadas pelo Vaticano em relação ao perdão do aborto e aos processos de nulidade matrimonial, o Bispo de Palmares (PE), Dom Henrique Soares da Costa, advertiu que o mundo quer “pautar a fé dos católicos, inventando um Papa que não existe”.

“É de um sensacionalismo vergonhoso e desinformado o modo como os meios de comunicação noticiam alguns fatos na vida da Igreja”, postou em sua página no Facebook, na terça-feira 8.

Sobre o caso mais recente, que diz respeito ao documento publicado pela Santa Sé, na terça-feira, 8, que traz os elementos da reforma estabelecida para o processo de nulidade matrimonial, Dom Henrique esclareceu que a Igreja não anula casamentos, como declarado por meios de comunicação.

Após a divulgação do documento, diferentes veículos da mídia publicaram chamadas como “Papa simplifica procedimentos para anulação de casamentos”, “Reforma do Papa Francisco permitirá anular casamento em 45 dias”, “Papa Francisco facilita e barateia anulação de casamento na Igreja”.

Em uma de suas postagens, Dom Henrique recordou: “a Igreja não anula matrimônios. Cristo não lhe deu este poder!”.

Ele explicou que a Igreja apenas reconhece “que, sob certas condições, não houve realmente matrimônio. Aí, então, declara-se a nulidade daquele matrimônio que diante de Deus nunca existiu!”.

“O matrimônio rato e consumado, todo nos conformes, continua e continuará indissolúvel e a Igreja sobre isto nada pôde fazer porque o seu Senhor e Mestre não lhe concedeu esta autoridade! Diante de Cristo todos somos discípulos: um só é o Mestre, um só o Guia, um só o Senhor!”, afirmou.

O Bispo de Palmares sublinhou que as medidas tomadas pelo Papa são para que os processos de reconhecimento de nulidade sejam mais ágeis. Segundo ele, já se vinha buscando há algum tempo maneira de simplificar esses processos, sem macular a indissolubilidade do matrimônio.

“Resumindo: o Papa nada fez de extraordinário ou contrário à fé da Igreja”, disse.

O prelado recordou, também, a abordagem feita pela mídia em relação à carta do Papa Francisco para o Ano da Misericórdia, através da qual o Santo Padre concede “a todos os sacerdotes no Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto a quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.

Dom Henrique escreveu: “Primeiro a tolice de que agora o aborto seria um pecado menos grave para os católicos. Conversa! O aborto é pecado gravíssimo, é pecado mortal! Não entre na Vida quem tira a vida de um inocente!”.

O Bispo explicou que “normalmente, o perdão para este tipo de pecado depende de algumas normativas dos Bispos” e que, no Ano da Misericórdia, o Papa permitiu que qualquer padre possa perdoar este pecado.

“Foi um belo gesto do Papa, exprimindo a largueza do perdão do Senhor para os que se arrependem sinceramente de pecado tão grave”, assinalou.

Dom Henrique Soares concluiu lançando um alerta a todos os católicos. “Nunca nos esqueçamos: a Igreja é de Cristo, não de um Papa! O Papa é o primeiro guardião e testemunha da fé da Igreja, juntamente com os Bispos em comunhão com ele! Os católicos recordem sempre isto e estejam em paz!”.

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Estima-se que 1,5 milhões de pessoas se juntem ao Papa Francisco no dia 27 de setembro para celebrar uma missa durante o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia. Este encontro maciço, além de participação do pontífice no Festival das Famílias no dia anterior – que deverá contar com aproximadamente 750 mil pessoas –, levou à cunhagem do termo “Popeapocalypse” [papa-apocalipse].

Universidades irão estar fechadas, peregrinos já estão cravando estacas em terremos no jardim zoológico de Filadélfia para garantir um lugar de dormir, o sistema de transporte público está fazendo uma espécie de loteria para a entrega de bilhetes de trem e as mulheres à espera para dar à luz na região estão buscando se deslocar para outras cidades – tudo em antecipação à visita do Papa Francisco.

Hoje, não há nenhum outro líder religioso, político ou de entretenimento que possa reunir algo próximo do tipo de resposta que este papa inspira, fato que deixa algumas pessoas coçando a cabeça e se perguntando: Por quê? Por que o papa importa tanto?

Ele é um líder político transnacional

Como chefe da Igreja Católica de Roma, o papa ocupa uma posição que nenhum outro líder religioso pode igualar. A maioria das grandes religiões não tem uma estrutura hierárquica que reconheça claramente um líder que encarna a tradição como faz o papa para o catolicismo. O papa é o chefe de uma organização coesa, transnacional que vem existindo há aproximadamente dois mil anos. A Igreja tem uma cadeia de comando que vai do Vaticano até a paróquia local, sistema capaz de transmitir informações, ideologia e bens materiais em todo o mundo.

Compare isso com outras religiões que estão, em sua maioria, fragmentadas entre muitas e diferentes seitas e que contam com inúmeros líderes. E mesmo entre aquelas que não possuem hierarquias existentes, tal como a Comunhão Anglicana, os números não se comparam com os cerca de 1,2 bilhão de católicos romanos.

A influência da Igreja Católica aumenta por causa do status do Vaticano como uma cidade-Estado independente que mantém relações diplomáticas com países de todo o mundo.

Como líder do Vaticano, quando o papa visita um país ele o faz apenas na qualidade de líder religioso, mas também como de chefe de Estado. Isso diferencia o papa da maioria dos demais líderes – religiosos ou políticos –, à parte de cargos mais cerimoniais, como aquele mantido pela Rainha da Inglaterra, que simultaneamente é chefe titular da Igreja Anglicana e da Commonwealth, porém exercendo pouca influência em ambas. O papa, por outro lado, é a autoridade nítida por trás de ambos os títulos e tem condições plenas de exercer a influência que vem com ela.

A Igreja Católica não é apenas transnacional; em muitas partes do mundo ela é um agente influente na política interna e na vida civil. Essas Igrejas locais são conduzidas por bispos, arcebispos e cardeais, todos os quais são nomeados pelo papa. Isto significa que o tipo de prioridade e interesse da Igreja Católica local é muito influenciado pelo tipo de pessoa colocada nos postos mais altos pelo papa.

Ele tem influência religiosa internacional

Além do poder político e diplomático, o poder de inspiração do papa é ainda mais impressionante. Para uma grande parcela da humanidade, a Igreja Católica tem sido, há milênios, o seu caminho para o Divino e tem fornecido respostas para as perguntas sobre como viver uma vida moral e significativa.

Como chefe da Igreja Católica de Roma, a autoridade do papa remonta a São Pedro, um dos discípulos de Jesus considerado pela Igreja Católica como o primeiro papa. Os pronunciamentos papais possuem peso, e o papa tem grande influência sobre a forma como os católicos compreendem o que é sagrado – por exemplo, ele desempenha o papel central no processo de declarar que alguém é santo e de tornar santuários certos lugares. O papa também é a mais alta representação da Igreja Católica para outras tradições de fé, seja para outras religiões, seja para outras denominações cristãs ou o mundo secular.

Não apenas os pronunciamentos e as atividades papais são transmitidos por canais midiáticos católicos; eles também são o assunto de interesse da mídia secular e contam com uma cobertura atenta. Quando o papa fala sobre o Evangelho cristão, como faz às quartas-feiras e aos domingos na Praça de São Pedro, através de encíclicas e em ambientes menos formais, ele frequentemente relaciona a mensagem religiosa e espiritual não só com a moralidade pessoal e a salvação, mas também com questões societais e da vida política. Isso normalmente envolve se posicionar em debates polêmicos em países ao redor do mundo e dentro de eventos mundiais mais amplos.

Dado o imenso poder do cargo, está claro que qualquer papa terá importância. No entanto, quando ele é ocupado por uma figura tão cativante como o Papa Francisco, o papa importa e muito.

Desde o momento em que o papa recém-eleito se pôs diante da multidão na Praça de São Pedro e que o seu nome escolhido – Francisco – foi anunciado, o espírito da possibilidade começou a soprar através da Igreja Católica de Roma.

O papado particular do Papa Francisco

Francisco já se tornou uma das figuras mais notáveis do século XXI. Desde o início, quando preteriu o Palácio Apostólico a uma casa simples de hóspedes, trocou o papamóvel da Mercedes por um Hyundai e declarou o quanto ansiava por uma Igreja pobre e para os pobres, Francisco tem sido motivo de manchetes por suas palavras e seus atos – para alguns – surpreendentes.

Em seu primeiro ano, o novo papa observou a Quinta-feira Santa lavando os pés de jovens encarcerados, incluindo mulheres e muçulmanos, disse que os ateus poderiam ser redimidos, opinou que a Igreja vinha enfatizando demais o casamento gay e o aborto, acusou a burocracia [da própria Igreja] de sofrer de “Alzheimer espiritual”, afirmou que os mercados financeiros mundiais estão “tiranizando os pobres” e, claro, a sua resposta agora icônica sobre os gays: “Quem sou eu para julgar?”.

Ele passou a usar sua plataforma para especialmente destacar a situação dos imigrantes, os sem-teto, os pobres, a paz no Oriente Médio, a perseguição dos cristãos e, mais recentemente, assumiu a questão moral do meio ambiente em sua encíclica Laudato Si’.

O papa dá conteúdo para boas manchetes, e suas prioridades reverberam dentro da política mundial e no seio das sociedades em todo o mundo.

O Papa Francisco foi creditado como tendo ajudado na intermediação da aproximação entre os EUA e Cuba, país que ele estará visitando antes de sua chegada aos Estados Unidos. Estas ações do papa ecoam as de João Paulo II, líder influente na derrubada da Cortina de Ferro com a visita ao seu país natal, a Polônia, em 1979, onde dois milhões de pessoas saudaram o primeiro papa a visitar o país comunista.

Francisco será o primeiro papa a discursar ao Congresso dos Estados Unidos, com certeza apresentando desafios aos líderes políticos, conservadores e progressistas. Parece provável que a visita do papa e suas palavras serão retomadas nas primárias presidenciais e nas eleições gerais. Não é fácil apontar uma outra figura que tem sido tão direto sobre questões tais como o ambiente, a economia e a imigração quanto o Papa Francisco.

Ele ajudou a reformar a Igreja Católica

Dentro do Vaticano, Francisco vem sendo ativo na tentativa de reformar a Cúria e o Banco do Vaticano, instituição que ajuda a financiar a obra da Igreja. A eficácia que ele mostrou neste sentido, bem como no trabalho mais urgente de reparar o dano nas vidas dos que sofreram abuso sexual clerical, vem sendo vigiada de perto. Enquanto muitos estão preocupados com o ritmo lento das reformas, parece que, sob Francisco, a Igreja está estabelecendo as estruturas necessárias e começando a se mover na direção certa, com maior destaque dentro do Banco do Vaticano.

Como mencionado acima, o papa tem praticamente um poder absoluto sobre a hierarquia da Igreja. Entre as suas responsabilidades está a de nomear novos cardeais que acabarão por votar na escolha do próximo papa, assim como a de nomear e substituir bispos e arcebispos que proporcionam espaços de liderança a católicos nos países ao redor do mundo. Francisco fez uso desse poder para aumentar a presença e o poder do sul global via nomeação de cardeais advindos de algumas das regiões mais pobres do mundo. Ele também embaralhou os papéis dos principais clérigos católicos nos Estados Unidos e elevou algumas das figuras mais moderadas entre a liderança católica, bem como removeu rapidamente Dom Tebartz-van Elst (o “Bispo do Bling” ou da ostentação) na Alemanha por despesas excessivamente extravagantes.

Uma das transformações mais notáveis sob o comando do Papa Francisco ocorreu no ambiente das mídias sociais. A conta papal no Twitter anda em alta velocidade com o @Pontifex tuitando em várias línguas (incluindo o latim!) e Francisco foi considerado o líder mais influente nestes últimos dois anos no Twitter.

No entanto, é a presença off-line do papa que mostra, realmente, o quanto ele de fato importa.

Em encontros cara a cara, ou diante de três milhões de pessoas no Rio, o espírito humilde, caloroso e pastoral de Francisco tem ressoado entre os católicos e não católicos. Num mundo como este, onde as pessoas religiosas e as não religiosas estão igualmente sedentas de um sentido de conexão, de um desejo articulação das desigualdades e de inspiração para trabalhar por um mundo mais compassivo, justo e pacífico, palavras e os atos do papa importam.

jornal The Huffington Post-  tradução de Isaque Gomes Correa.

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Em entrevista, Pe. Eduardo Dougherty,sj, Idealizador da Rede Século 21 e Vice-presidente da Signis, destaca o trabalho das emissoras católicas e a oportunidade de partilhar experiências e conhecimento no 14º Seminário Internacional de TV, organizado pela Associação Católica para a Comunicação, SIGNIS, em conjunto com a Signis Brasil.

O evento está sendo realizado entre os dias 22 e 25 de agosto, em Aparecida, com o tema “Conhecer a sua audiência: chegar às periferias”.

“As TVs ficarão muito impressionadas com as coisas maravilhosas que estão acontecendo aqui no Brasil”, afirma Pe. Eduardo, que destaca ainda a oportunidade das TVs se conhecerem e desenvolverem projetos em comum, partilhando conhecimento e tecnologia.

Confira a entrevista completa:

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O Seminário para produtores de TVs católicas terá o Brasil como anfitrião. O que isso representa para Signis e Rede Século 21?

Pe. Eduardo Dougherty,sj: É muito bom apresentar o que nós temos. Eu acredito que as TVs ficarão muito impressionadas com as coisas maravilhosas que estão acontecendo aqui no Brasil.

Eu tive a possibilidade de ir a quase todas as reuniões mundiais das TVs Católicas. Eu percebo como a benção é enorme aqui no Brasil. Nós temos 12 canais de televisão, e quatro são nacionais, nenhuma outra nação tem isso.

Agora, nós que somos Brasil, que somos grandes, temos que aprender de nossos irmãos. Tem experiências fabulosas das TVs católicas dos outros países que podem nos ensinar muita coisa.

Quais assuntos as TVs Católicas do Brasil poderão partilhar no evento?

Pe. Eduardo: As TVs católicas vão partilhar como nós levantamos fundos, que os americanos sabem, mas os outros não tem todas as tecnologias de levantar fundos que nós temos aqui. A TV Século 21, por exemplo, está produzindo dramaturgia, e nós queremos partilhar nossas encenações dos evangelhos dos domingos, Ano A/B/C, para as TVs do mundo inteiro. É a vocação da TV Século 21 produzir dramaturgia.

Em que as TVs estrangeiras podem contribuir?

Pe. Eduardo: Com música. Quase todas as TVs do mundo estão gravando músicas. Eu acredito que nós podemos colocar em um único banco de programas todas estas músicas do mundo inteiro. E todas as TVs do mundo podem fazer programas musicais, por exemplo, com 70% de música local e os demais com músicas de outros países, em espanhol, inglês ou português.

Em sua opinião, quais os principais desafios para as TVs católicas brasileiras nos próximos anos?

Pe. Eduardo: O grande desafio são os projetos em comum. Todas as TVs do Brasil têm grandes dificuldades em produzir 24 horas de programação. Mas como está escrito em Atos dos Apóstolos 2, depois de uma experiência com o Espírito Santo eles tinham tudo em comum. Um espírito de doar, ajudar, colaborar e compartilhar. É isso que precisamos entre as TVs Católicas. Muitas TVs sabem coisas que as outras TVs não sabem, então esse processo de partilhar é muito, muito importante.

Como Vice-presidente da Signis, como vê a união e partilha de experiências entre as TVs?

Pe. Eduardo: As TVs Católicas do mundo inteiro são meios, e nós somos a Igreja. Então nós somos meios da Igreja. E pelo mundo inteiro nós devemos estar a serviço de nossos bispos, porque as TVs fazem o que as conferências, dioceses e paróquias não vão fazer. As TVs precisam ser cada vez mais entidades que fazem este serviço para a Igreja no mundo inteiro.

Há muitos anos a Igreja Católica dispõe da comunicação como uma eficaz forma de Evangelização. Depois deste tempo de experiência, quais são os frutos colhidos?

Pe. Eduardo: Apenas começamos. Há muito mais para fazer. Certamente agora também pela internet. Porque os jovens estão mais na internet que na televisão. Então, as TVs são fábricas de vídeo e deveriam estar produzindo não apenas para passar na televisão, que é um público de mais idade, mas também para os jovens na internet. O desafio é produzir produtos de valor duradouro, o que realmente os adultos e jovens estão precisando.

Conseguimos fazer muito. Muitas pessoas têm assistido nossas TVs católicas por antena parabólica, TV a cabo ou por assinatura. Podemos fazer muito mais, não há dúvida.

Atualmente, o público católico precisa que as TVs tenham que tipo de conteúdo?

Pe. Eduardo: Eu acredito que as TVs católicas devem produzir educando e evangelizando. Nós estamos preocupados com a pessoa inteira. A parte física, psíquica, toda parte de educação da pessoa, cursos profissionalizantes e da espiritualidade.

Deseja destacar algum ponto?

Pe. Eduardo: Eu gostaria de terminar dizendo que, este encontro de Signis Mundo, de TVs do mundo inteiro, é uma ocasião fabulosa para dialogar, testemunhar e escutar. A benção de Deus é muito grande, e nós devemos partilhar tudo o que nós somos e tudo o que nós temos cada vez mais.

Fonte: Zenit