donne mondo

O jornal do Vaticano destaca em seu suplemento mensal feminino de junho as reações de mulheres católicas à “revolução sexual” posterior a 1968, que, lamenta, “deixou muitos feridos” e provocou uma intervenção crescente do Estado nas escolhas familiares.

No suplemento inédito do ‘Osservatore Romano’, a coordenadora do caderno, a historiadora Lucetta Scaraffia, reconhece de cara que Igreja foi considerada a “inimiga do sexo” porque era contrária à “revolução sexual” que prometia a todos “a felicidade através do prazer”.

“A revolução sexual deixou muitos feridos em terra”, afirma a historiadora, que faz um balanço negativo: entre as vítimas estão as jovens “pouco protegidas pelo entorno social”, as mulheres que “não conseguem realizar o sonho da maternidade” e as “solteiras que têm que enfrentar, a cada dia, sua solidão”.

“Em vários países foi uma nova oportunidade para o Estado entrar com peso na vida dos seres humanos, decidindo no lugar dos indivíduos se ter e em que momento ter filhos, em função das exigências econômicas e sociais”, afirma Scaraffia.

Um artigo do suplemento tem como título “Quando o Estado guia as escolhas em termos de procriação”.

A edição tem outro texto com o título “Pesquisa entre as adolescentes que buscam no sexo um antídoto para o vazio” e uma reportagem sobre um padre romano que ajuda as prostitutas menores de idade.

Para contra-atacar a ideia de que a religião católica é “santarrona” e contrária ao sexo, o suplemento publica um artigo sobre o Cântico dos Cânticos – grande texto poético da Bíblia que trata de dois amantes, que se procuram avidamente e clamam seu amor -, assinado pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifical de Cultura.

Apesar da frequência das condenações à “revolução sexual” e às políticas para a família nos países ocidentais nos meios oficiais do Vaticano, esta é a primeira vez que o jornal do Papa dedica uma edição do suplemento com o ponto de vista feminino sobre o tema.

Várias mulheres jornalistas do Osservatore Romano criaram há dois anos, com o apoio do papa Bento XVI, este suplemento mensal de quatro páginas, “Donne, chiesa, mondo” (“Mulheres, Igreja, mundo”), para dar voz às mulheres na Igreja.

Liberdade+de+expressão[1]A ONG Freedom House divulgou na última semana um relatório que aponta Cuba, a Venezuela, Honduras, o Equador e o México como os cinco países latino-americanos em que a imprensa não é livre.
A ilha governada por Raúl Castro, além disso, está entre os dez piores do mundo todo.
Na outra ponta, Costa Rica e Uruguai são os únicos países plenamente livres na região, e, mesmo assim, ocupam respectivamente o 22º e o 47º lugares entre os 197 países avaliados, o que evidencia o atraso em que a região se encontra. 

Honduras, Panamá e Venezuela se destacaram negativamente como os países que mais retrocederam desde o último informe. O Paraguai é o que mais progrediu, passando de não livre a parcialmente livre.

A Argentina, que ocupa a posição 106, “continua gerando preocupação por ter um ambiente midiático altamente polarizado e funcionários de governo que insistem numa retórica negativa e em ataques verbais contra os jornais críticos”, diz o informe.

De acordo com a Freedom House, a situação no continente americano se deteriorou a ponto de chegar ao nível mais baixo dos últimos cinco anos. Apenas 2% da população na América Latina vive em países que têm liberdade de imprensa.

A ONG com sede em Washington atribui uma pontuação às condições em que o jornalismo é exercido em cada país. Os países que obtêm de 0 a 30 pontos são considerados livres; de 31 a 60, parcialmente livres; de 61 a 100 pontos, sem liberdade.

A lista mundial de nações com liberdade de informação é encabeçada pela Holanda, pela Noruega e pela Suécia, que somam 10 pontos cada. Completam a lista dos dez países com mais liberdade jornalística a Bélgica e a Finlândia, com 11 pontos; Luxemburgo, Suíça, Islândia e Dinamarca, com 12; e Andorra, com 13.

O país em que a imprensa sofre mais restrições é a Coreia do Norte, que atinge 97 pontos, seguida pelo Turcomenistão e pelo Uzbequistão, com 95. A Eritreia soma 94, a Bielorrússia tem 93 e Cuba, o Irã e a Guiné Equatorial têm 90 pontos cada um.

No resto da América Latina, todos os países são considerados parcialmente livres. A melhor posição é a do Chile, que, com 31 pontos, está quase no grupo dos países com imprensa livre. Seguem El Salvador (39), República Dominicana (41), Peru (44), Brasil (45), Bolívia (48), Panamá (50), Haiti (50), Argentina (51), Nicarágua (52), Colômbia (54), Paraguai (59) e Guatemala (60).

“Vemos um retrocesso na liberdade de imprensa em nível global, como resultado dos esforços dos governos para controlar a mensagem e castigar o mensageiro. Em todas as regiões, encontramos tanto governos quanto agentes privados atacando jornalistas, limitando o acesso a eventos noticiosos, censurando e ordenando a demissão de jornalistas por motivações políticas”, lamentou Karin Karlekar, responsável pelo informe, durante a apresentação do documento.

O estudo indica que a liberdade de imprensa em âmbito global caiu para o nível mais baixo em uma década. Só 14% da população mundial vive em países em que a imprensa é plenamente livre. 42% vive em regiões parcialmente livres e 44% em lugares sem liberdade de imprensa.

Dos 197 países avaliados quanto ao ambiente legal, político e econômico em que vivem, 63 foram posicionados na lista dos que possuem liberdade de imprensa, 68 no grupo da liberdade parcial e 66 no grupo de países sem liberdade informativa.

Por Ivan de Vargas

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A Fox iniciou a produção de uma série que vai contar a história de Jesus entre os 13 e 30 anos, período não citado na Bíblia chamado de “anos perdidos”.

A série ganhou o nome de “Nazareth” e deve seguir o sucesso de “A Bíblia” projeto do History Channel que foi exibido no Brasil pela Rede Record alcançando bons índices de audiência.

A série será dirigida por Bob Cooper (Amistad) com roteiro e produção de David Franconi (co-roteirista e produtor em Gladiador) tendo como objetivo tentar reconstruir a história de Jesus depois da última peregrinação de sua família à Jerusalém até o seu batizado.

A produção da Fox não é a única em andamento que tem como objetivo repetir o sucesso internacional de “A Bíblia” que já está com sua sequência sendo produzida pela NBC. Fora ela, o canal National Geographic está prestes a estrear a minissérie Killing Jesus e o WGN deve iniciar uma série com temática religiosa chamada de Ten Commandments.

O canal Lifetime também está investindo no segmento com a criação do “The One”, um telefilme que também irá contar a história de Jesus, mas focando na sua infância dando ênfase para o seu crescimento e como ele descobre que é filho de Deus e tem que salvar o mundo. 

 

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Como uma maneira de levar a mensagem da Igreja a um público normalmente distante, a Arquidiocese de Nova York, Estados Unidos, em parceria com diversas organizações leigas fizeram possível a emissão de vários comerciais na Semana Santa e Páscoa. Nas peças publicitárias participa o Arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Dolan (foto) reconhecido pelo seu carisma e hábil gerenciamento dos meios de comunicação.

Rusckowski fez referência desta forma a primeira campanha, emitida durante a Semana Santa, na qual durante um minuto se expôs a atividade misericordiosa da Igreja, junto com uma breve explicação da doutrina das Bem Aventuranças a cargo do Cardeal Dolan. “Nós católicos fazemos o que fazemos porque Ele (Jesus) é quem é”, afirmou o Arcebispo. O purpurado convidou os ouvintes para que também participassem dos ofícios religiosos de Semana Santa.“Muitas vezes a Igreja Católica é mostrada a partir de uma perspectiva negativa”, explicou à CNA Deb O’Hara-Rusckowski, membro da junta de Conselheiros da Ordem de Malta, uma das promotoras da iniciativa. “É bom recordar que a Igreja Católica é verdadeiramente a maior instituição de caridade do mundo, e não porque seja uma organização de serviço, mas porque tentamos seguir as palavras de Cristo.”

A segunda campanha tem um conteúdo mais espiritual e é apresentada diretamente pelo Cardeal Dolan, que expõem a doutrina sobre a presença de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia e convida as pessoas a dedicar um tempo para a Adoração. Esta peça está sendo emitida na semana de Páscoa e completa a série que chega a 4,2 milhões de pessoas através de uma popular emissora local. Na Semana Santa, o comercial foi emitido em 62 ocasiões.

“Esta é uma oportunidade incrível para fazer com que os ouvintes de rádio de notícias secular escutem uma mensagem que dá exemplos muito tangíveis do bem na Igreja Católica”, comentou Rusckowski. A proposta contou com o apoio de Catholic Voices USA, uma organização que treina radialistas seculares na defesa da Igreja Católica em meios de comunicação e debates públicos, mostrando o bem que ensina e pratica a Igreja de uma maneira positiva. (GPE/EPC)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org

Papa

Escrevo enquanto vejo a morte do Papa na TV. E me espanto com a imensa emoção mundial. Espanto-me também comigo mesmo: “Como eu estou sozinho!” — pensei. Percebi que tinha de saber mais sobre mim, eu, sozinho, sem fé alguma, no meio desse oceano de pessoas rezando no Ocidente e Oriente.Meu pai, engenheiro e militar, me passou dois ensinamentos: ele era ateu e torcia pelo América Futebol Clube. Claro que segui seus passos. Fui América até os 12 anos, quando “virei casaca” para o Flamengo (mas até hoje tenho saudade da camisa vermelha, garibaldina, do time de João Cabral e Lamartine Babo) e parei de acreditar em Deus.

 Sei que “de mortuis nihil nisi bonum” (“não se fala mal de morto”), mas devo confessar que nunca gostei desse Papa. Por quê? Não sei. É que sempre achei, nos meus traumas juvenis, que Papa era uma coisa meio inútil, pois só dava opiniões genéricas sobre a insânia do mundo, condenando a “maldade” e pedindo uma “paz” impossível, no meio

a sujeira política. Quando João Paulo entrou, eu era jovem e implicava com tudo. Eu achava vigarice aquele negócio de fingir que ele falava todas as línguas. Que papo era esse do Papa? Lendo frases escritas em partituras fonéticas… Quando ele começou a beijar o chão dos países visitados, impliquei mais ainda. Que demagogia! — reinando na corte do Vaticano e bancando o humilde…

Um dia, o Papa foi alvejado no meio da Praça de São Pedro, por aquele maluco islâmico, prenúncio dos tempos atuais. Eu tenho a teoria de que aquele tiro, aquela bala terrorista despertou-o para a realidade do mundo. E o Papa sentiu no corpo a desgraça política do tempo. Acho que a bala mudou o Papa. Mas fiquei irritadíssimo quando ele, depois de curado, foi à prisão “perdoar” o cara que quis matá-lo. Não gostei de sua “infinita bondade” com um canalha boçal. Achei falso seu perdão que, na verdade, humilhava o terrorista babaca, como uma vingança doce. E fui por aí, observando esse Papa sem muita atenção.

É tão fácil desprezar alguém, ideologicamente… Quando vi que ele era “reacionário” em questões como camisinha, pílula e contra os arroubos da Igreja da Libertação, aí não pensei mais nele…Tive apenas uma admiração passageira por sua adesão ao Solidariedade do Walesa mas, como bom “materialista”, desvalorizei o movimento polonês como “idealista”, com um Walesa meio “pelego”. E o tempo passou.

Depois da euforia inicial dos anos 90, vi que aquela esperança de entendimento político no mundo, capitaneado pelo Gorbatchev, fracassaria. Entendi isso quando vi o papai Bush falando no Kremlin, humilhando o Gorba, considerando-se “vitorioso”, prenunciando as nuvens negras de hoje com seu filhinho no poder. Senti que o sonho de entendimento socialismo-capitalismo ia ser apenas o triunfo triste dos neo-conservadores. O mundo foi piorando e o Papa viajando, beijando pés, cantando com Roberto Carlos no Rio. Uma vez, ele declarou: “A Igreja Católica não é uma democracia”. Fiquei horrorizado naquela época liberalizante e não liguei mais para o Papa “de direita”. Depois, o Papa ficou doente, há dez anos. E eu olhava cruelmente seus tremores, sua corcova crescente e, sem compaixão alguma, pensava que o Pontífice não queria “largar o osso” e ria, como um anticristo.

Até que, nos últimos dias, João Paulo II chegou à janela do Vaticano, tentou falar… e num esgar dolorido, trágico, foi fotografado em close, com a boca aberta, desesperado.Essa foto  (veja acima) é um marco, um símbolo forte, quase como as torres caindo em NY. Parece um prenúncio do Juízo final, um rosto do Apocalipse, a cara de nossa época. É aterrorizante ver o desespero do homem de Deus, do Infalível, do embaixador de Cristo. Naquele momento, Deus virou homem. E, subitamente, entendi alguma coisa maior que sempre me escapara: aquele rosto retorcido era o choro de uma criança, um rosto infantil em prantos! O Papa tinha voltado a seu nascimento e sua vida se fechava. Ali estava o menino pobre , ex-ator, ex-operário, ali estavam as vítimas da guerra, os atacados pelo terror, ali estava sua imensa solidão igual à nossa. Então, ele morreu. E ontem, vendo os milhões chorando pelo mundo, vendo a praça cheia, entendi de repente sua obra, sua imensa importância. Vendo a cobertura da Globo, montando sua vida inteira, seus milhões de quilômetros viajados, da África às favelas do Nordeste, entendi o Papa. Emocionado, senti minha intensíssima solidão de ateu. Eu estava fora daquelas multidões imensas, eu não tinha nem a velha ideologia esfacelada, nem uma religião para crer, eu era um filho abandonado do racionalismo francês, eu era um órfão de pai e mãe. Aí, quem tremeu fui eu, com olhos cheios d’água. E vi que Karol Wojtyla, tachado superficialmente de “conservador”, tinha sido muito mais que isso. Ele tinha batido em dois cravos: satisfez a reacionaríssima Cúria Romana implacável e cortesã e, além disso, botou o pé no mundo, fazendo o que italiano algum faria: rezar missa para negões na África e no Nordeste, levando seu corpo vivo como símbolo de uma espiritualidade perdida. O conjunto de sua obra foi muito além de ser contra ou a favor da camisinha. Papa não é para ficar discutindo questões episódicas. É muito mais que isso. Visitou o Chile de Pinochet e o Iraque de Saddam e, ao contrário de ser uma “adesão alienada”, foi uma crítica muito mais alta, mostrando-se acima de sórdidas políticas seculares, levando consigo o Espírito, a ideia de Transcendência acima do mercantilismo e ditaduras. E foi tão “moderno” que usou a “mídia” sim, muito bem, como Madonna ou Pelé.E nisso, criticou a Cúria por tabela, pois nenhum cardeal sairia do conforto dos palácios para beijar pé de mendigo na América Latina. João Paulo cumpriu seu destino de filósofo acima do mundo, que tanto precisa de grandeza e solidariedade.

Sou ateu, sozinho, condenado a não ter fé, mas vi que se há alguma coisa de que precisamos hoje é de uma nova ética, de um pensamento transcendental, de uma espiritualidade perdida. João Paulo na verdade deu um show de bola.

Publicado no Jornal “O Estado de São Paulo” de 05/04/2005,

Arnaldo Jabor, Jornalista da Globo.

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O pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, considerou oportuno fazer alguns esclarecimentos sobre a chamada telefônica que o Santo Padre fez no dia 21 de abril a uma senhora argentina, casada com um divorciado. Ela tinha escrito um e-mail para o papa no mês de setembro dizendo sentir-se “uma católica de segunda classe”.

A mídia fez diversas interpretações sobre a ligação do papa, algumas forçadas, como a suposta “autorização a uma divorciada para comungar”.

Em um breve comunicado divulgado hoje, o pe. Lombardi afirma que o papa costuma telefonar para vários fieis a fim de conversar com eles. “Nas relações pessoais pastorais do papa Francisco, ele já fez várias ligações para conversar com as pessoas”.

Lombardi precisou que “não se trata, absolutamente, de atividade pública do papa. Não se devem esperar informações ou comentários da assessoria de imprensa [da Santa Sé]”.

Lombardi também afirma que esse tipo de notícia, apoiada apenas no relato de quem conversou com o papa, costuma ser fonte de confusão e sofrer uma amplificação midiática desproporcional: “As notícias difundidas sobre essa matéria, bem como a sua amplificação midiática, não têm confirmação alguma de confiabilidade e são fontes de mal-entendidos e de confusão”, diz o comunicado.

Neste caso, em particular, as interpretações foram muito forçadas e imprecisas. Chegou-se a interpretar que uma mulher casada com um divorciado era divorciada também e que a ligação do papa significava que os divorciados poderiam passar a comungar.

“Deve-se evitar deduzir consequências relativas à doutrina da Igreja a partir destas circunstâncias”, avisa Lombardi.

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A revista americana Fortune colocou o papa Francisco na primeira posição na lista das 50 maiores lideranças do mundo divulgada nesta quinta-feira.

Em dezembro, o pontífice já havia sido eleito a personalidade do ano pela revista Time.

O novo reconhecimento vem depois de um ano de pontificado, período em que conseguiu “atrair legiões de admiradores não católicos” ao estabelecer uma nova direção na Igreja, destacou a publicação.

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A revista norte-americana Time escolhe a pessoa do ano (até 1999, era o “Homem do Ano”) desde 1927 – o primeiro foi Charles Lindbergh –, mas Jorge Mario Bergoglio é apenas o terceiro papa a ter sido agraciado com o título.Francisco foi precedido por João XXIII em 1962, às vésperas do Concílio Vaticano II, e por João Paulo II em 1994, quando ambos tinham ao menos três anos de pontificado sobre os ombros.

Para escolher o novo pontífice como “person of the year”, a diretora da Time, Nancy Gibbs (a primeira mulher à frente da histórica revista), precisou de apenas nove meses. É justamente a novidade da personalidade e do estilo de Francisco, explica Gibbs, o modo pelo qual ele fez “sentir imediatamente a sua presença na Igreja e no mundo” que impressionou o comitê que decide a quem atribuir a mais vendida e a mais vista capa da Time do ano.

Como funciona o processo de escolha da pessoa do ano?

É um processo democrático até quase no fim, quando a decisão cabe ao diretor. A partir de novembro, eu começo a receber as nomeações dos correspondentes e dos leitores, e o discuto com os redatores-chefe. É um processo que dura semanas, até meados de dezembro.

O que você busca na pessoa que recebe o título?

A definição clássica é “a pessoa que teve a maior influência sobre a sociedade no ano passado”. Nem sempre em sentido positivo.

E o que faz surgir o nome de Francisco?

O seu próprio nome, para começar. Tão simbólico do seu estilo pastoral. Na escolha, buscamos sempre um equilíbrio entre poder institucional e poder individual. Nesse caso, tínhamos pela frente um homem com enorme poder, mas que o exerce a partir de baixo, a partir do seu contato com as pessoas. Uma pessoa que tem uma posição de imensa influência, mas que se apresenta com grande humildade. E a combinação não é artificial, mas absolutamente genuína e crível.

A redação conhecia Bergoglio antes da sua eleição a papa?

Bem pouco, e isso é significativo. O novo papa deu tanta esperança para tantas pessoas em tão pouco tempo de um modo que ninguém mais soube fazer. Ficamos impressionados com a velocidade com a qual ele capturou a imaginação de milhões de pessoas. Em poucos meses, Francisco colocou novamente no primeiro lugar a missão consoladora da Igreja, a imagem da Igreja como refúgio em um mundo impiedoso. É um papa pastor, no sentido da parábola do bom pastor, que deixa 99 ovelhas segura protegidas para ir buscar a ovelha perdida. Isso por si só lhe valeu o título.

Pesou o fato de ele não ser um papa europeu?

Francisco é o primeiro papa do novo mundo. E esse é um evento histórico. Além disso, ele foi eleito em um momento em que a Igreja precisava renovar a sua energia, e ele soube infundir um incrível carisma que parece vir do nada. Ele tem 77 anos, mas reza missa para os imigrantes, lava os pés dos presos, repete que quer uma Igreja como um hospital de campanha e se alia com os que estão sozinhos.

A redação da Time levou em consideração o impacto da presença de Francisco sobre o resto do mundo ou só sobre os católicos?

Francisco se preocupa com os pobres, católicos ou não. Muitas coisas que ele disse e fez emocionaram muitas pessoas, de todas as fés. Ficamos impressionados como o papa rapidamente trouxe de novo à tona os temas da desigualdade, da pobreza e da globalização. São debates que já estávamos tendo como nação e como comunidade internacional. Mas faltava uma figura que se colocasse à frente dessa conversa global. O papa se tornou essa figura. Ele lançou um desafio para enfrentar os problemas do mundo contemporâneo, imitando Jesus Cristo. E poderia, assim, ter encontrado o modo de desvincular a Igreja Católica das guerras de cultura do século XX. Em um tempo muito curto, ela mudou a percepção mundial de uma instituição com 2.000 anos de história.

Foi uma escolha difícil essa de 2013?

Foi um ano particularmente interessante para a escolha. Não havia muitos candidatos óbvios. Quatro das cinco personalidades que havíamos selecionado eram desconhecidas a nós apenas um ano antes. Isso demonstra o quão rapidamente o poder muda de mãos nestes tempos.

 Elena Molinari, publicada no jornal Avvenire,

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O humor não justifica tudo, certamente não justifica interromper uma missa de domingo, em plena celebração, com 15 atores, e filmar os fiéis com uma câmera escondida para captar suas reações. Uma cena assim, tão estranha, parece inimaginável. No entanto, foi isso que o Canal + (da França) fez no dia 12 de janeiro.

Uma semana depois dos fatos, o padre Bourgoin, da igreja da Imaculada Conceição, em Paris, falou sobre o incidente:

No domingo passado, durante a missa das 10h, cerca de 15 pessoas perturbaram gravemente o culto, a celebração da missa, sem respeitar nem o lugar e nem as pessoas. Esta perturbação foi causada por atores que estavam ali para filmar com uma câmera escondida, para um programa produzido pela empresa Silex e difundido no Canal +. O título diz muito: “Os idiotas”. Diz da vulgaridade, da impertinência fora de hora. Sei muito bem que o humor tem direito a quase tudo, mas isso está fora de lugar e de hora.

Eu gostaria de agradecer vocês [os fiéis] pela educação, discrição, calma e serenidade. É a melhor resposta. Vocês não se comportaram com violência, nem com agressividade, e aos muitos dentre vocês que estiveram diretamente implicados, eu quis dirigir estas palavras.

Neste momento, contratamos um advogado, que interveio junto à empresa Silex e a empresa Canal +. Eles se comprometeram a não divulgar o vídeo. Houve ainda uma carta de desculpas, pelo momento de advogado para advogado. Mas eu pedi ao Canal + e à Silex que se desculpem diretamente com a comunidade cristã.

Como vocês sabem, os cristãos são sempre ridicularizados, insultados, injuriados e condenados. Isso é próprio do testemunho da fé.

Nesse sentido, é um desafio especial testemunhar a nossa . Querem nos pisotear, no mínimo. Nos tempos dos leões era ainda um pouco mais complicado. Digo isso com humor, porque é preciso ter um pouco de humor depois de um momento tão aborrecedor. Eu lhes peço, de todas os modos, que saibam guardar com fervor a fé, e com ânimo mantenham o amor uns pelos outros.

Aleteia

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No final de 2013, o Papa Francisco foi eleito “Pessoa do Ano” por duas revistas muito diferentes e afastadas politicamente: a Time, de cunho conservador, e The Advocate, muito influente na comunidade LGBT dos EUA. Como pode ser isso?
 
Esta é a pergunta que se fez Kenneth D. Whitehead, ex-diplomático católico que escreve na revista “Crisis”. O autor, americano que serviu seu país na Europa, foi diretor de “A voz da América” na edição árabe e se especializou em temas do Vaticano II, busca refletir sobre esta eleição, “uma espécie de prova nacional sobre a proeminência e importância de uma figura pública” nos EUA.
 
Ainda que, na era da internet e das novas mídias, a importância de ser eleito Pessoa do Ano por uma revista impressa, como a Time, tenha diminuído (mais ainda desde que a Newsweek desapareceu do horizonte do papel, a nomeação do Papa Francisco não deixa de ser notória)
 
Whitehead recorda, em seu artigo da revista “Crisis”, que o Papa Francisco não é o primeiro pontífice destacado pela Time. João XXIII e João Paulo II foram eleitos como Pessoa no Ano em 1962 e 1994, respectivamente; no entanto, “não deixa de ser surpreendente que o Papa Francisco tenha sido escolhido com menos de um ano na cátedra de São Pedro”.
 
O “concorrente” do Papa na revista Time foi Edward Snowden, ex-analista da inteligência americana que expôs o país ao mostrar um vasto número de códigos de luta antiterrorista obtidos de forma ilegal.Francisco e Snowden estavam acompanhados da orgulhosa lésbica Edith Windsor, pelo presidente da Síria, Bashar Al-Assad e pelo senador Ted Cruz, também nomeados pela Time.
 
Por que a revista decidiu escolher o Papa Francisco? Por vários motivos, explica Whitehead, em relação ao artigo da Time: porque ele mesmo se colocou no centro das conversas da nossa época saúde, pobreza, fraternidade, justiça, transparência, modernidade, globalização, papel das mulheres, natureza do casamento e tentações do poder.
 
Por outro lado, em meados de dezembro, uma publicação da Liga Lésbico-Gay, The Advocate, também escolheu o Papa como sua Pessoa do Ano favorita. Certamente, explica Whitehead, ela o fez pelas célebres declarações do Papa Francisco em sua viagem de volta do Brasil, após a JMJ: “Se um gay busca Deus de boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?”.
 
A razão de ficar apenas com o conceito de não julgar os homossexuais, segundo Whitehead, e de não reparar no que significa “buscar Deus com boa vontade”, se dá porque o movimento reivindicatório dos direitos dos homossexuais “precisa ser aceito, normalizado e legitimado”, sem que nenhuma dimensão moral entre em jogo para isso.
 
Obviamente, tanto a Time quanto The Advocate se apoiaram no “efeito Francisco” para criar falsas expectativas, tanto pela queda na popularidade da edição impressa (que, com o Papa na capa, voltou a ser vista em todos os lugares) como pela busca de legitimação moral do movimento pelos direitos da comunidade LGBT.
 
Ambas as revistas, conclui Whitehead, “parecem ter escolhido a pessoa correta, mas, quase com certeza não o fizeram pelos motivos corretos”.

Fonte: Aleteia

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O prestigiado vaticanista John Allen, jornalista do norte-americano National Catholic Reporter e autor de vários livros sobre o Vaticano, vai passar-se para a equipa do jornal The Boston Globe já a partir do próximo mês, segundo notícia hoje difundida.

A contratação visa reforçar o investimento na cobertura do catolicismo e do Vaticano, que aquele diário pretende fazer.

Mais concretamente, Allen, além de continuar a cobrir os assuntos do Vaticano, será um analista especialmente atento às dinâmicas e acontecimentos do mundo católico e ajudará os responsáveis do prestigiado jornal do Massachusetts a preparar o lançamento de uma publicação autônoma dedicado ao catolicismo.

A aquisição explica-se porque, nas palavras do diretor do Globe, Brian McGrory, “há um ressurgimento do interesse global na Igreja Católica, inspirado pelas palavras e ações do líder recém-instalado, o Papa Francisco”.

McGregory fez notar que este investimento editorial no universo católico não significa de modo nenhum que o jornal irá reduzir a atenção à cobertura de outras religiões.

The Boston Globe é considerado um jornal de grande prestígio nos Estados Unidos da América, com mais de duas dezenas de prêmios Pulitzer.

Agradecendo o contributo do seu ainda jornalista, o diretor do National Catholic Reporter escreve hoje, no site da publicação:

“John e eu concordamos que a Igreja Católica é assunto do maior interesse jornalístico. Concordamos também que quanto mais meios de comunicação proporcionarem uma cobertura rigorosa e equilibrada da Igreja isso só pode potenciar os esforços de todos nós”.

Depois de ser pós ser eleito pela revista “Time” como a personalidade do ano, o Papa Francisco que conquistou o mundo com sua forma simples de comandar a Igreja Católica ilustra a capa da tradicional publicação norte-americana “New Yorker”.

A revista traz um perfil escrito por James Carroll intitulado “Quem sou eu para julgar”, em referência à frase proferida por Francisco em julho deste ano, quando foi consultado sobre os homossexuais. Francisco aparece na capa da publicação alegre, fazendo um anjo de neve, com os sapatos gastos.

O ilustrador da matéria, Barry Blitt, disse que o religioso “parece ser um bom companheiro – uma boa pessoa – e um defensor sincero da boa vontade e da paz na Terra”, como publicou o jornal “La Nacion”.

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O Papa Francisco foi escolhido a “pessoa do ano” pela revista americana “Time”.

A publicação justifica a escolha dizendo que o pontífice argentino, “com o foco na compaixão”, tornou-se “uma nova voz de consciência”.

Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi escolhido no dia 13 de março, em um conclave, como sucessor do Papa Bento XVI – que renunciou em fevereiro, em um movimento inédito na história moderna da Igreja Católica.

Primeiro latino-americano e primeiro jesuíta a ser eleito Papa, Francisco mostrou, desde o início do pontificado, um estilo próprio, de humildade e sem pompas, em uma tentativa de reaproximar a Igreja de seus fiéis.

Francisco foi selecionado pela “Time” a partir de uma lista de dez personalidades. Depois do Papa, veio o ex-consultor da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) Edward Snowden, que revelou o programa secreto de espionagem do governo americano.

Francisco foi “uma escolha muito interessante este ano”, afirmou Nancy Gibbs, editora da revista Time, ao anunciar o nome no canal NBC. “Ele mudou o tom, a percepção e o enfoque de uma das maiores instituições do mundo com um extraordinário peso”, disse.

Fonte G1