Diogo Linhares

Devemos distinguir três graus de fenômenos, o que é necessário para entendermos o que é um milagre.

Existem os fenômenos naturais, que acontecem meramente devido às leis estabelecidas por Deus para a natureza;

Existem os fenômenos preternaturais, que são feitos através da ampliação de algumas leis da natureza;

E existem os fenômenos sobrenaturais, que estão acima da capacidade de qualquer ser criado.

A título de comparação, podemos dizer que, por exemplo, um animal que ataca quando ameaçado é um fenômeno natural.

Já quando um animal faz algo contra seus instintos (como a manada de porcos possuídos pela legião de demônios em Mc V: 1-13 e em Lc VIII: 27-33;trata-se de um fenômeno preternatural.

Porém se um animal fala (como a mula de Balaão em Num XXII: 21-35), isto é um fenômeno sobrenatural.

Do mesmo modo, a cura de uma doença (como resfriado, catapora, etc.) é algo natural. A cura acelerada de uma doença que seria curada naturalmente, ou o alívio dos sintomas sem a cura são fenômenos preternaturais. Já a cura instantânea de uma doença ou a cura de uma doença incurável são fenômenos sobrenaturais. E ainda: quando um homem faz pão, com farinha fermento e um forno, isto é algo natural, pois a natureza intelectual do homem permitiu a criação desta técnica. Agora, transmutar pedras em pães é algo preternatural. Já criar pães do nada, como na multiplicação dos pães dos Evangelhos, é algo sobrenatural.

Os anjos são capazes de realizar coisas preternaturais, pois têm controle sobre as coisas naturais. Da mesma forma, os demônios também podemsó Deus é capaz de atos sobrenaturais. com a permissão de Deus, pois conservaram esta capacidade mesmo com a queda. Mas nem os anjos, nem os demônios são capazes de coisas sobrenaturais:

Com esta distinção bem clara, vamos aos milagres. Os milagres são fenômenos sobrenaturais, que Deus realiza para confirmar alguma intervenção Sua na história. Eu acredito neles primeiro porque a Igreja ensina que eles existem. E segundo porque existem muitas evidências de grandes milagres pelo mundo.

De cara podemos lembrar do Milagre Eucarístico de Laciano, cuja explicação se pode achar aqui e em vários outros lugares na internet. De acordo com esta notícia, um pedaço da carne resultante deste milagre foi analisado em laboratório pelo especialista Dr. Linoli, tendo os resultados sido publicados na revista Quaderni Sclavo di diagnostica clinica e di laboratório. Anos depois estes resultados foram confirmados por uma comissão da OMS.

Outro milagre bem documentado foi o da Dança do Sol em uma das aparições de Nossa Senhora de Fátima, diante de 70 000 pessoas (setenta mil!) e que foi inclusive documentado em jornal da época. O texto da notícia, assim como o scan das páginas do jornal, podem ser vistos aqui.

Outro Milagre notório e que acontece todo ano, desde o século VIII, é a liquefação do Sangue de São Genaro, bispo de Benevento que foi martirizado durante a perseguição de Diocleciano. A pedra de sangue está na Catedral de Nápoles e se torna líquida todos os anos no dia 19 de Setembro, festa do santo mártir. Aqui pode ser lida uma notícia sobre isso.

Outro milagre relativamente fácil de ser comprovado é o de alguns corpos de santos que, apesar de terem morrido há muito tempo, não entraram em decomposição. O exemplo mais notável é o do Papa São Pio V, cujo corpo está incorrupto há 438 anos (quatro séculos!) e está exposto em um altar na Basílica Santa Maria Maggiori, em Roma.

Outros santos cujos corpos não se decompuseram: Papa São Pio X (exposto num altar na Basílica de São Pedro, no Vaticano), São João Maria Vianney (o Santo Cura D’Ars, exposto em Ars na França) e Santa Bernadeth (exposto no Convento de Gildard, em Nevers na França). Fotos dos corpos destes santos podem ser vistas aqui. E estes são só alguns.

Embora haja todas essas evidências, temos que ter em mente que a discussão sobre a existência dos milagres pode ser muito influenciada pelo modo de pensar das pessoas. Se uma pessoa presume que milagres são impossíveis, se armará de teorias para explicá-los à luz de acontecimentos naturais. O modo como isto acontece é muito bem explicado no livro que eu estou lendo de C. S. Lewis – que a maioria das pessoas conhece como o autor da série infanto-juvenil As Crônicas de Nárnia; poucos sabem que C. S. Lewis foi um grande pensador de inspiração cristã – chamado Milagres: Um estudo preliminar. Além disso, a Igreja ensina que devemos ter cuidado com todos os acontecimentos extraordinários e que milagres só podem acompanhar pessoas verdadeiramente unidas a Deus, conforme está exposto no Compêndio de Teologia Espiritual do Padre Tanquerey.

O Papa São Gregório Magno, um dos Pais da Igreja, nos alerta numa Homilia sobre o Evangelho de São Marcos que mais valem os prodígios feitos espiritualmente do que aqueles que são feitos fisicamente, pois os primeiros só podem ser feitos pelas pessoas virtuosas, enquanto os segundos podem ser realizados até prlos maus com a ajuda do demônio.

O que posso dizer da minha experiência pessoal é que eu já estive no Convento da Penha, em Vitória-ES e na Basílica de Aparecida, em São Paulo; e uma coisa em comum entre estes dois lugares que me chamou a atenção é a sala reservada às evidências de pessoas que receberam graças extraordinárias, entre as quais certamente encontram-se alguns milagres.

Conheço também um homem que levou um tiro no rosto e sobreviveu de modo admirável. Antes de ser atendido pelos bombeiros ele foi consolado por uma mulher, que ele não conseguiu ver devido ao seu ferimento e que ninguém soube depois quem era. Acreditamos que foi Nossa Senhora que cuidou dele e algo que reforça esta crença é o fato de ele ter se convertido e se tornado um bom católico, juntamente com sua esposa e filhos. Ele foi meu padrinho de casamento, inclusive. Houve também uma vez em que tive que preparar as meditações e os cantos de uma hora santa diante do santíssimo na Igreja. Durante a cerimônia eu não comunguei, porém quando eu cheguei em casa, ao sentar na cama reparei que eu estava com um pedaço da Comunhão na boca.

Quero deixar claro que não tenho interesse em fazer ninguém acreditar que estes dois últimos relatos foram milagres, principalmente porque só quem pode afirmar o que é milagre ou não é a Igreja, e porque eu não merecia presenciar um milagre com a Santíssima Eucaristia naquela época como não mereço hoje. Quero apenas chamar a atenção para o fato de que coisas extraordinárias – entre elas os milagres – realmente acontecem. Mas seu real valor está em nos levar para Deus: o atentado sofrido por meu padrinho foi uma ponte para sua conversão, e o acontecimento com a Eucaristia fez com que eu prestasse especial atenção ao estudar o Catecismo de São Pio X, na parte em que ele fala das disposições para receber a Comunhão, e constatar tristemente que hoje muitas pessoas não atendem estas disposições.

Por Pe. John Flynn, L. C.

Os católicos estão acostumados a ouvir falar sobre milagres e pessoas que são curadas pela intercessão dos santos, mas a cultura materialista de hoje muitas vezes olha para isso com certo ceticismo.

O escritor britânico John Cornwell acabou de publicar, no final de maio, um livro sobre o cardeal John Henry Newman, e o Sunday Times deu, há pouco tempo, um amplo espaço para expressar dúvidas sobre a vericidade do milagre que o Vaticano aprovou como base para a beatificação de Newman no próximo mês de setembro.

Em seu artigo de 9 de maio, Cornwell indica que a documentação vaticana do milagre “entra no reino da linguagem medieval surpreendentemente obscura”. Cornwell continua a levantar dúvidas sobre a seriedade médica da cura, não se esquecendo de acrescentar diversas críticas a Bento XVI.

Cornwell não está sozinho quando se trata de difamar o uso das curas milagrosas. No mês de dezembro de 2009, após o anúncio em Roma da aprovação do milagre para a canonização da irmã australiana Mary MacKillop, um especialista em medicina de Sydney, David Goldstein, expressava suas dúvidas. Em um artigo publicado em 22 de dezembro no jornal Australian, ele dizia que é impossível determinar se as melhoras dos quadros clínicos dos pacientes são resultado das orações.

O bispo anglicano de North Sydney, Glenn Davies, também se mostrava crítico, segundo uma reportagem do Australian a 24 de dezembro. “Quem pode provar que os milagres referidos foram verdadeiramente obra de Mary MacKillop?”, perguntava o bispo Davies.

Felizmente, Jacalyn Duffin, uma doutora que ostenta a Cátedra Hannah de história da medicina na Queen’s University de Ontário, Canadá, publicou no ano passado um manual para tratar estas e outras objeções. Em seu livro Medical Miracles, Doctors, Saints and Healing in the Mondern World (Milagres Médicos: Doutores, Santos e Cura no Mundo Moderno) (Oxford University Press), ela examina 1.400 milagres citados em canonizações desde 1588 até 1999.

Sua curiosidade por outros milagres foi despertada quando foi pedido que ela examinasse algumas mostras de tecido, que posteriormente soube que fazia parte de um processo de canonização. Ao receber como presente uma cópia da positio, documentação do milagre, Duffin se deu conta repentinamente de que deveriam existir tais registros para cada santo canonizado.

Durante diversas estâncias em Roma, investigou centenas destes registros. Duffin calcula que já investigou cerca de um terço de todos os milagres depositados nos arquivos vaticanos desde que se estabeleceram as regras que regem as canonizações em 1588.

Evidências

A nova regulamentação que forma parte das mudanças da Contra-Reforma requeria uma compilação cuidadosa das evidências e um exame minucioso do material dos peritos médicos e científicos. Paolo Zacchia (1584-1659) teve um importante papel na formulação das diretrizes, explica Duffin.

Em seus escritos, apresentava uma explicação dos diversos tipos de milagres e definia que, para que uma cura fosse considerada milagrosa, deveria ser de uma doença incurável e a recuperação deveria ser completa e instantânea. Duffin observa que os peritos médicos que trabalhavam para o Vaticano continuaram citando Zacchia até o início do século XX.

Alguns criticam que as curas físicas sejam base para declarar santos, mas Duffin comenta que a necessidade de evidências credíveis levava o processo de seleção até as curas porque podia haver testemunhos independentes, incluindo os médicos.

Ao longo do tempo houve mudanças em algumas modalidades do processo de canonização, mas considerando os registros dos últimos quatro séculos, Duffin declarou que estava impressionada com a notável estabilidade no compromisso com a ciência.

De fato, a Igreja sempre confiou em um ceticismo científico para provar a vericidade dos milagres. Nos registros dos milagres que Duffin examinou, descobriu que as autoridades religiosas se abstinham do julgamento da atividade sobrenatural até que se convencessem de que os peritos estavam preparados para qualificar os acontecimentos como inexplicáveis.

“A religião confia no melhor da sabedoria humana antes de se aventurar em um julgamento da doutrina inspirada”, estabeleceu Duffin.

Um ponto que ela adiciona a esta relação entre religião e ciência é que era a religião quem tendia a estar mais cômoda, não o contrário.

Nos processos, alguns médicos mostravam seu desacordo, como se sua cooperação constituísse a uma traição a seu pacto com a ideia da medicina ocidental, que recusa a proposição de que as curas sejam de origem divina.

Duffin observa que, no século XIX, católicos e protestantes colocaram em questão se a ausência de uma explicação para cura significava verdadeiramente que o fato seria um milagre. Esse debate continua, acrescenta, como quando um de seus colegas lhe explicava que, ainda que não possamos saber a explicação natural, esta deve existir.

Duffin se opõe, contudo, que tal atitude não enfrenta verdadeiramente a questão mais crucial, quando se trata de milagres médicos. A atitude positivista, que rejeita aceitar os milagres, adota a postura de que se há algo maravilhoso, devemos rejeitá-lo como uma ilusão ou uma mentira, porque só existe o mundo natural. Tal confiança na explicação natural é, de fato, uma crença que mascara o fato, diz Duffin. Em outras palavras, afirmar que um milagre simplesmente não pode ocorrer não é mais racional e não menos ato de fé que a afirmação de que os milagres podem acontecer.

A diferença entre as posturas religiosas e positivistas residem na interpretação das evidências, comenta Duffin. O cânon médico está imerso em uma tradição antideísta, enquanto que para a religião devem-se esgotar todas as explicações científicas plausíveis, após a qual se está preparado para declarar um milagre.

Em ambas posturas se abandona o que é desconhecido, mas os observadores religiosos estão preparados para aceitar a atuação divina.

Conhecimento médico

Ainda que alguns possam rejeitar a possibilidade de intervenção divina, a Igreja Católica é certamente cuidadosa ao utilizar todos os recursos da medicina para eliminar qualquer explicação natural das curas. Em um dos capítulos do livro, Duffin examina a utilização do conhecimento médico no processo de canonização.

Para começar, o Vaticano não reconhece milagres de cura em pessoas que rejeitaram a medicina ortodoxa para confiar somente na fé. A intervenção dos médicos proporciona uma evidência médica que evita qualquer possível manipulação do caso em questão.

Nos estudos dos arquivos, Duffin encontrou que o predomínio dos testemunhos dos doutores aumentou com o tempo. Os arquivos que revisou mostravam que no século XVII era nomeada uma média de um médico por cada registro, mas só uma pequena proporção deles contribuía com testemunhos pessoalmente. Depois de 1700, contudo, quase um terço, ou mais, dos médicos mencionados em um registro proporcionavam em pessoa seu testemunho.

Na segunda metade do século XVII, as evidências dos médicos que tratavam de pacientes foi complementada com observadores médicos independentes. Em algumas ocasiões, o número de médicos peritos consultados aumentou até igualar ou ainda ultrapassar aos médicos que tratavam o paciente.

Duffin também destacou que a Igreja não confiava exclusivamente em médicos católicos. As investigações examinavam a fé de todos os testemunhos, incluindo dos médicos. Antes do século XX, a maioria dos milagres procediam de países europeus onde a maioria dos médicos eram católicos. Muitos, no entanto, admitiam que não praticavam de forma regular sua fé, e diversos deles ainda tinham sido excomungados. Ainda assim, nenhum foi desqualificado como testemunha.

Em tempos mais recentes, foram utilizados médicos que pertenciam a outras religiões, que abertamente não professavam religião alguma.

Finalmente, só se declara um milagre quando os médicos estão dispostos a admitir sua própria impossibilidade de conhecimento sobre como uma pessoa se recuperou, após a falha da melhor medicina científica. Algo difícil de ser admitido pela mentalidade contemporânea, orgulhosa por seu conhecimento, e pela ciência moderna.

As últimas descobertas sobre o Santo Sudário realizados pelos cientistas da Agência Nacional para as Novas Tecnologias, a Energia e o Desenvolvimento da Itália (ENEA) “não contradizem a teoria da Ressurreição” de Jesus Cristo, conforme declarou o diretor da equipe que realizou a investigação, o professor Paolo Di Lazzaro.

Em uma entrevista à agência Europa Press, Di Lazzaro explicou as conclusões do estudo, que duraram quatro anos e cujo objetivo era descobrir o modo em que foi realizada a enigmática imagem do Santo Sudário de Turim (ao norte da Itália), o linho que, segundo a tradição, cobriu o corpo morto de Jesus Cristo depois da crucificação.

Este manto se converteu em um dos objetos mais estudados do mundo. A principal interrogação que este expõe à ciência é sobre o modo em que foi realizada a imagem, cujas características químicas e físicas são virtualmente impossíveis de replicar, tanto ontem como hoje.

“Pelo momento, não foi possível reproduzi-la com nenhuma técnica conhecida”, já que “embora macroscopicamente pode que não se notem as diferenças, estas resultam evidentes quando se observa a malha em nível microscópico”, detalhou Di Lazzaro.

A particularidade da imagem original reside na “profundidade da coloração”, que foi impressa “de modo muito superficial, unicamente nos estratos mais externos da malha”. Depois de observá-la bem, sua equipe percebeu que “a imagem do Santo Sudário se parecia com as que realizam algumas indústrias têxteis através do laser”, por isso decidiram investigar o fato.

Depois de anos de experiências, a equipe conseguiu, pela primeira vez, “colorir uma malha de linho com a mesma sutil espessura com que foi colorida o Santo Sudário” através de “impulsos de luz ultravioleta extremamente breves mas muito intensos emitidos com um laser especial”.

Mas contudo, os investigadores só conseguiram reproduzir uma parte pequena do Santo Sudário, já que “para colori-la inteira seriam necessários 14 mil lasers, algo que no momento é impossível”, admitiu.

Não obstante, isto não tira valor à descoberta, com a que, pelo menos, “foi possível indicar o mecanismo físico que poderia ter estado na origem da imagem”. Do mesmo modo, ao ser perguntado a respeito, Di Lazzaro considerou que tal mecanismo “não contradiz a teoria religiosa do milagre ou da ressurreição”, já que esta poderia ter sido a causa da descarga de energia que originou a imagem, embora “este é um âmbito do que não podemos nos ocupar como cientistas”, precisou.

Nos últimos dias, Di Lazzaro organizou um seminário em Frascati (centro da Itália) no qual 48 peritos de todo o mundo se reuniram para falar das imagens chamadas acheiropoietos, quer dizer, que “não foram feitas com as mãos”.

O seminário, que terminou esta quinta-feira, contou com a participação de cientistas especializados procedentes de 16 nações. Além do Santo Sudário, foram analisadas a imagem da Virgem do Guadalupe o manto de Juan Diego e o Véu do Manoppello, que segundo a tradição, seria a imagem que teria deixado gravada Jesus no lenço com o que Santa Verônica secou o seu rosto durante a paixão.


Medjugorje é novamente o centro das atenções da igreja e do público também. Apesar da visita do cardeal Shonborn ser particular, não deixou ninguém indiferente pois ele é membro da congregação para a doutrina da fé.

Repórter: “Viemos aqui para estarmos próximos da Mãe do Senhor”, você disse durante a missa de ano novo, sua eminência. Estas palavras tiveram grande repercussão. Nós gostaríamos que o senhor as explicasse”

Cardeal: “Nós não podemos negar que os peregrinos vem aqui nos últimos 29 anos, como também não podemos negar o que eles experimentam em Medjugorje e quão perto se sentem da Mãe Bendita. Esta é a minha primeira visita, desde 1991, quando era bispo, tenho notado os frutos de Medjugorje”.

Repórter:”De que tipo de frutos o senhor está falando ?”

Cardeal:”Eu darei a você alguns exemplos: chamados a vocações de sacerdócio. Muitos dos nossos jovens padres receberam seu chamado a vocação aqui, mas não somente em Medjugorje, mas por causa de Medjugorje. A segunda coisa são as conversões. Estou impressionado que isto acontece em cada nível da sociedade, de famílias, industriais a pessoas comuns.

Voando de Viena, vi Zagreb até Split, eu fui questionado por um guarda de segurança para onde eu estava indo e eu disse a ele que eu estava indo até Medjugorje. Todo o seu rosto se iluminou e ele me disse que ele teve sua conversão em Medjugorje também. Algumas semanas atrás em uma pequena ferrovia, um trabalhador me disse a sua história. Sua esposa morreu de câncer e ele estava desesperado e seus amigos o trouxeram até Medjugorje. Ele recebeu a força e a vivência da fé aqui.

A terceira evidência são as curas. Um jovem homem que estava viciado em drogas me disse que ele foi quase forçado por seus amigos a vir aqui. Ele me disse que enquanto o ônibus estava entrando em Medjugorje algo aconteceu com ele. Especialmente ele foi curado imediatamente e todos nós sabemos por quanto tempo  esta cura permanece.

A quarta evidência são os grupos de oração. Eu tenho conhecido este grupo de oração de Medjugorje de Viena desde o período em que eu ainda não era o bispo. Eu tenho conhecimento dele desde a década de 80. Para nós dominicanos é muito significativo que estas pessoas rezem por horas e que a sua igreja está sempre cheia. As igrejas dominicanas em Viena estão raramente tão cheias, nas terças-feiras a noite a igreja está sempre cheia. Eles permanecem fiéis à oração ainda hoje. Jesus disse que uma árvore ruim não produz frutos. O que significa: se os frutos são bons, então a árvore é boa também”.

Repórter: “Para os peregrinos, Medjugorje é um milagre e eles esperam uma mensagem da Santa Sé até que a Igreja oficialmente aprove a sobrenaturalidade dos eventos de Medjugorje. Têm-se especulado por um período de tempo sobre quais são os movimentos da Santa Sé. O que o senhor sabe sobre isto e qual a sua opinião sobre a questão de reconhecer Medjugorje ?”

Cardeal: “Eu não tenho informações detalhadas sobre este assunto e não é minha tarefa. Mas eu estou dou crédito, considero a opinião feita pela conferência dos bispos da ex-Iugoslávia e pela congregação da doutrina da fé da Santa Sé. A opinião para mim tem sempre sido razoável e inteligente. E irei relembrar a você sobre três opiniões feitas sobre Medjugorje. A primeira de todas são fenômenos. Eu sou dogmático e professor de dogma teológico. “Non constar de supernatualitate”. O que significa que a Igreja não deu o julgamento final sobre a sobrenaturalidade do fenômeno e não emitiu nenhuma opinião. Então não foi negado nem afirmado”.

Repórter: “Isto soa como uma resposta diplomática. O que isto realmente significa na prática ?”

Cardeal: “Simplesmente significa que a Igreja não deu seu julgamento final e decisão. Eu estou pessoalmente convencido que isto é correto. Enquanto estes fenômenos ainda estão ocorrendo, a igreja dificilmente irá dar o fazer seu julgamento e decisão final. Estes fenômenos são o centro de Medjugorje. Ele começou quando as crianças disseram que viram Nossa Senhora e as mensagens que Ela deu através deles. O que tem se revelado disto é um segundo fenômeno o qual será estudado pela Igreja em um segundo nível. Desde o começo um grande número de peregrinos têm vindo a Medjugorje. A intensa vida de oração tem se revelado aqui e muitas organizações humanitárias nasceram aqui”.

Repórter: “A Igreja esta dividindo o assunto de Medjugorje do trabalho pastoral. Mas ainda um grande número de peregrinos vem aqui. Qual a posição que nós deveremos tomar sobre o assunto ?”

Cardeal: “O concreto caminho de peregrinações que tem vindo até aqui e isto é um desafio prático para a Igreja. É por isto que os bispos da ex-Iugoslávia disseram em 1981 que as peregrinações oficiais não devem existir. Eu não quero e não posso organizar peregrinações oficiais a Medjugorje em minha diocese como faço para Roma ou Terra Senta. Mas a conferência dos bispos ou Roma nunca proibiram peregrinos de vir a Medjugorje, o qual é a parte principal da terceira opinião emitida pela conferência dos bispos da ex-Iugoslávia.

Para nós bispos, para mim isto é muito importante. Os que acreditam devem ter auxílio pastoral. Como arcebispo eu vejo meu trabalho nisto. Se eu como bispo vejo que em minha diocese centenas, milhares de fiéis se convertem, rezam, são curados, então eu como bispo devo cuidar de todos eles e dar auxílio pastoral. É por isto que eu apóio todas estas coisas como, por exemplo, a comunidade “Oásis da Paz”, a qual começou por causa de Medjugorje. Penso que tudo isto tem influência sobre nós bispos, especialmente aquelas dioceses nas quais peregrinos vem a Medjugorje e eles necessitam obter bom cuidado pastoral. Então em todas as conversas que tive com outros bispos sobre Medjugorje, eu encorajo eles a apoiar seus peregrinos”.

Repórter: “O senhor teve encontros com os videntes, o senhor subiu a colina das aparições.  O que o senhor diz sobre isto ?”

Cardeal: “Eu gostaria de dizer ironicamente que Nossa Senhora não escolheu montanhas simples. Eu sou fascinado com a coerência de Medjugorje com outros santuários marianos e locais de aparição. Eu sempre digo que existe uma gramática das aparições de Maria. Este estilo é algo especial com Nossa Senhora”.

Repórter: Em que maneira isto está conectado ?”

Cardeal: “Existem três elementos que estão conectados com este fenômeno.  Isto é ofensivo para um bispo. Porque Nossa Senhora não vem até a casa do bispo ? Porque Ela vem a uma colina cheia de pedras ou em um rio ? Isto não é prático. Em Fátima, Ela apareceu nos arbustos. Ela dá as mensagens através das crianças porque as crianças não são complicadas.

O terceiro elemento: parece que Nossa Senhora tem seu próprio programa. Em Fátima, Ela apareceu antes da Revolução Russa e deu uma mensagem. Quando o racionalismo estava em seu mais alto nível, Ela apareceu em Lourdes. Ela apareceu na ex-Iugoslávia no momento quando nós não tínhamos idéia que a Iugoslávia iria desaparecer no tempo quando católicos, muçulmanos e ortodoxos estavam  vivendo juntos. Ela apareceu com o nome de Rainha da Paz. 10 anos após isto, a primeira das quatro guerras na península dos Bálcãs começou de repente.  E sua primeira mensagem foi paz através da conversão, oração e sua primeira mensagem tinha peso, força, credibilidade. Talvez nós possamos ir também a Guadalupe, Mexico. Quando a Europa iniciou a invasão a América, Nossa Senhora apareceu a um índio, o qual foi ao seu bispo contar a ele o que fazer.

Penso que os teólogos tem de estudar a sintaxe das aparições de Maria e neste contexto estudar o fenômeno de Medjugorje”.

Repórter: “A paz é pedida em Medjugorje pela oração todo o tempo, mas a paz política não esta correta. O país está com problemas e os croatas católicos estão em pior posição. O que o senhor sugere para a comunidade internacional que está visitando agora este pais pelo seu co-cidadão Valentin Inzko ?”

Cardeal: “O problema é que muitos paises estão envolvidos nisto e que como pequeno pais não pode superar estes problemas. Paz de longa duração pode ser formada somente com tudo e com todos. Este é o desafio da política européia. Eu estou feliz que Valentin Inzko está agora a cargo da Bósnia-Heerzegovina e eu espero que ele consiga um maior apoio da comunidade européia.  Tenho certeza de que aquilo que ocorre em Medjugorje, encoraja esta paz. E pessoas de todo o mundo vem a esta pequena Herzegovina que nunca foi conhecida no mundo, se quero falar ironicamente. Olhem quantos coreanos vêm a Medjugorje! Isto é um auxilio que estas pessoas serão apóstolos da paz em seus países, paz que vem de Medjugorje. Se é rezado pela paz do mundo em um lugar, então isto é uma benção especial para um pais. E Nossa Senhora respeita todas as três religiões. Os ortodoxos honram Nossa Senhora, o islam não respeitam qualquer outra pessoa senão a Maria. Para os croatas católicos que são minoria neste país, a aparição ocorrer logo entre eles é um grande conforto”.

Traduzido do inglês para o portugues por Gabriel Paulino – site MedjugorjeBrasil.com