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Foi no final de outono de 2001. A cobertura de notícias sobre os ataques de 11 de setembro perdia a sua força e meia dúzia de jornalistas de investigação trabalhavam juntos em uma sala de imprensa em Boston. Estavam reunidos em torno da seguinte grande história:

Desde o começo do verão, a equipe havia rastreado evidências acreditáveis de abusos sexuais cometidos por mais de 70 sacerdotes nessa Arquidiocese. Nenhum dos casos havia sido divulgado. A história era grande, mas ainda não era suficiente.

Segundo o filme “Spotlight”, o qual relata como Boston Globe divulgou o escândalo de abusos sexuais do clero em 2002, o editor Marty Baron não só estava interessado em dar um golpe na Igreja. Ele queria fazer mais dano.

Em uma cena chave, Baron disse a sua equipe: “Provem que os sacerdotes estavam sendo protegidos de ser processados e que eram designados uma e outra vez”.

O filme termina quando a primeira edição de Globe sobre o escândalo chega nas ruas no domingo, 6 de janeiro de 2002. A propaganda diz: “Igreja permite abusos dos sacerdotes durante anos: Consciente dos antecedentes de Geoghan, a Arquidiocese o designa de paróquia em paróquia”.

Como o título do filme sugere, o filme “destaca” (spotlights) o trabalho dos jornalistas para evidenciar a má gestão das denúncias de abusos sexuais em Boston ao mais alto nível. Entretanto, o que o filme não fez foi contar a história do que aconteceu depois disso.

Depois das revelações sobre as investigações de Globe, o Bispo de Belleville, Wilton Gregory, então presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América, emitiu uma declaração formal expressando uma “dor profunda pela responsabilidade destes abusos cometidos por alguns de nossos sacerdotes sob nossa vigilância”.

Em junho daquele ano, os bispos dos Estados Unidos decidiram que seria necessária uma política coordenada e uma resposta da conferência episcopal, e aprovaram por unanimidade a “Carta para a Proteção de Crianças e Jovens”.

É importante compreender que, antes de 2002, a maneira pela qual uma diocese investigava as acusações de abusos sexuais estava nas mãos do bispo local (a Arquidiocese de Denver emitiu primeiro seu Código de Conduta em 1991).

Com a nova Carta, iniciaram procedimentos uniformes para administrar as acusações de abusos sexuais não só do clero, mas também de professores leigos, funcionários das paróquias e qualquer outro adulto que tivesse contato com a juventude em nome da Igreja. Em uma ação sem precedentes, comprometeram-se a prover um “ambiente seguro” para todos as crianças nas atividades patrocinadas pela Igreja.

Outros componentes importantes foram uma política de “tolerância zero” para abusos sexuais, investigação de antecedentes para todos os funcionários da Igreja, obrigação de informar às autoridades civis, a retirada imediata dos acusados de seus ministérios, melhoramento na formação dos seminaristas e, o mais importante, ajuda às vítimas.

Em 2015, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América informou que 2,4 milhões de adultos e 4,4 milhões de crianças foram formados para identificar e denunciar abusos. Quase todas as dioceses estabeleceram um escritório para coordenar a formação acerca de um ambiente seguro e para proporcionar apoio às vítimas de abusos. Cada diocese faz as denúncias às autoridades civis e trabalha com a lei em casos de conduta sexual imprópria. De acordo com as cifras divulgadas pelos bispos dos Estados Unidos, a Igreja gastou 2,8 bilhões de dólares para indenizar às vítimas.

Desde 2003, o primeiro ano de aplicação da carta, a Arquidiocese de Denver formou a mais de 65.000 adultos e continua treinando cerca de 4.000 a 5.000 a cada ano. 23.000 crianças estão capacitadas e são treinadas a cada ano, em seu nível de grau correspondente.

A Arquidiocese de Denver também colabora com o Estado do Colorado em seu esforço a fim de combater o abuso de crianças em todo o estado. A novidade deste ano é um número de telefone para todo o estado (1-844-CO-4-KIDS) que qualquer pessoa pode utilizar para informar casos de negligência ou abuso de menores.

A série do Boston Globe sobre o escândalo de abusos por parte do clero foi exatamente o que todo jornalista espera que seja seu trabalho – o estímulo que cause a mudança em um sistema que está falhando.

Por que o filme “Spotlight” ignorou os efeitos duradouros que continuaram sendo feitos após a investigação do Globe? Não se sabe, mas é evidente que fizeram muito bem para corrigir os erros do passado e isso é uma vitória para o Globe, para as vítimas e para todos nós.

Este artigo foi publicado originalmente por “El Pueblo Católico” em novembro de 2015. Outro dos dados que o filme não conta é que o ex-sacerdote John Geoghan, acusado de abusar de dezenas de menores, foi condenado à prisão em 2002 e morreu assassinado dentro do cárcere um ano depois.

ACI

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O Cardeal Sean P. O’Malley divulgou a seguinte nota depois de o filme Spotlight vencer o prêmio da cerimônia do Oscar deste ano em Los Angeles. O filme descreve a investigação do jornal Boston Globe sobre os abusos sexuais na Arquidiocese de Boston e que levaram a uma série de histórias publicadas em 2002.

Nota:

” Spotlight é um filme importante para todos os que foram impactados com a tragédia dos abusos sexuais clericais. Ao fornecer reportagens em profundidade sobre a história da crise de abuso sexual clerical, a mídia levou a Igreja a reconhecer os crimes e pecados de seus funcionários e a começar a encarar os seus erros, o dano feito às vítimas e suas famílias e as necessidades dos sobreviventes.

Numa democracia tal como a nossa, o jornalismo é essencial. O papel da mídia em revelar a crise de abusos sexuais abriu uma porta através da qual a Igreja caminhou nas respostas às necessidades dos sobreviventes.

A proteção às crianças e a garantia de apoio aos sobreviventes e suas famílias devem ser uma prioridade em todos os aspectos da vida da Igreja. Estamos comprometidos com a implementação vigilante das políticas e dos procedimentos no intuito de evitar a recorrência da tragédia dos abusos infantis.

Estes incluem programas educacionais, checagens obrigatórias de antecedentes e ambientes formativos seguros, relatar e cooperar obrigatoriamente com as autoridades civis no tocante às acusações de abuso, e o cuidado dos sobreviventes e seus familiares por meio do Office of Pastoral Support and Outreach, órgão da Arquidiocese para o trabalho junto a estas pessoas.

A Arquidiocese de Boston fornece, de forma consistente, serviços de aconselhamento e serviços médicos aos sobreviventes e membros familiares que buscam ajuda, e permanecemos firmes neste compromisso.

Continuamos a buscar pelo perdão de todos os que foram prejudicados pela tragédia dos abusos sexuais clericais e rezamos todos dias para que o Senhor possa nos guiar no caminho em direção à cura e à renovação”.

The Pilot

Spotlight

O jornal oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, se pronunciou sobre o triunfo do filme Spotlight na premiação do Oscar e a mensagem que um de seus produtores dirigiu ao Papa Francisco ao receber o prêmio por melhor filme do ano.

“Este filme deu voz aos sobreviventes. E este Oscar amplifica essa voz, a qual esperamos que se converta em um coro que chegue até o Vaticano. Papa Francisco, é hora de proteger as crianças e restabelecer a fé”, disse o produtor Michael Sugar ao receber o prêmio.

O filme Spotlight trata sobre a investigação jornalística que revelou o escândalo de abusos sexuais na Arquidiocese de Boston, Estados Unidos, em 2002. Além do Oscar de melhor filme, ganhou o prêmio de melhor roteiro original.

Em um artigo assinado por Lucetta Scaraffia, LOR explica que o filme Spotlight não ataca à fé católica e inclusive considera como um sinal positivo que seus produtores confiem na gestão do Papa Francisco acerca deste tema delicado.

Spotlight “não é anticatólico como escreveram, pois expressa a comoção e a profunda dor que os fiéis enfrentam ao descobrir estas realidades terríveis”, indica Scaraffia.

Entretanto, esclarece que a narrativa do filme “não aprofunda na longa e perseverante batalha que Joseph Ratzinger, como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e como Papa, empreendeu contra a pedofilia na Igreja”.

Scaraffia admite que “um filme não pode contar tudo” e “as dificuldades que Ratzinger enfrentou somente confirmam o tema do filme, que é que com muita frequência as instituições eclesiásticas não souberam reagir com a determinação necessária para enfrentar estes crimes”.

A autora recorda que “as crianças são seres vulneráveis e, portanto, principais vítimas de abusos, inclusive nas famílias, círculos esportivos e escolas seculares. Nem todos os monstros usam batinas. A pedofilia não necessariamente surge do voto de castidade”.

“Entretanto, ficou claro que na Igreja alguns estão mais preocupados com a imagem da instituição do que com a gravidade dos fatos”, acrescentou.

Em seguida, Scaraffia precisa que “isto não pode justificar a gravíssima culpa dos que, enquanto eram vistos como representantes de Deus, usaram sua autoridade e prestígio para explorar os inocentes”.

A autora destaca o valor do filme ao contar estes detalhes e dar espaço “à devastação interior que estes atos geram nas vítimas, que já não têm um Deus a quem pedir ajuda”.

Sinal positivo

Para a autora, o chamado do produtor Sugar ao Papa na cerimônia do Oscar “deve ser visto como um sinal positivo: ainda há confiança na instituição, há confiança em um Papa que continua a limpeza iniciada por seu predecessor, que então ainda era cardeal. Ainda há confiança na fé que tem como centro a defesa das vítimas e a proteção dos inocentes”.

Em outro artigo publicado pelo LOR e assinado por Emilio Ranzato, destaca-se que Spotlight “não é um filme anticatólico, pois não se refere em si ao catolicismo, mas é provável que seja visto como um filme contra a Igreja porque seu tom normalmente tende a generalizar e generalizações são inevitáveis quando contam histórias em apenas duas horas”.

Segundo Ranzato, “é um filme que indiscutivelmente tem o valor de reportar os casos que, sem dúvida, devem ser condenados. E o faz em detalhe, sobre a base de uma documentação substancialmente séria e crível”.

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A Conferência dos Bispos da Argentina publicou um protocolo sobre como as autoridades eclesiásticas devem proceder “no caso de denúncias de abusos sexuais nos quais os acusados são clérigos e as supostas vítimas sejam menores de idade (ou pessoas a eles equiparados)”. O texto, aprovado na Assembleia Plenária que a Conferência dos Bispos da Argentina realizou em abril de 2013, foi apresentado na quarta-feira pelo secretário-geral da entidade, Carlos Malfa, em um curso de atualização que aconteceu na Universidade Católica Argentina.

Durante o encontro, Malfa disse que a Igreja “destruiu sua credibilidade e sua confiança” por sua administração das denúncias de abusos sexuais cometidos por padres, e acrescentou que “é preciso ter coragem e humildade, como pede o Papa Francisco, para pedir perdão”. O secretário-geral da entidade dos bispos disse, além disso: “Não se deve subestimar nenhuma denúncia. Nenhuma. Se tivéssemos agido dessa maneira, teríamos economizado muitos problemas”.

Durante a apresentação, no curso A atuação da cúria nos crimes cometidos por clérigos e religiosos, promovido pela Faculdade de Direito Canônico da Universidade Católica Argentina, Malfa assinalou que o protocolo servirá para “ajudar as vítimas a encontrar apoio e reconciliação”. O texto das “Diretrizes de atuação” indica que os bispos “aderem aos critérios de transparência e de responsabilidade expressados (…) pela Santa Sé com relação aos abusos sexuais de menores”. Por isso, “é máxima a disposição de cooperar com o conjunto da sociedade e com as autoridades nacionais e provinciais competentes”. O documento, que denomina os denunciantes como “supostas vítimas”, ordena as autoridades eclesiásticas para cooperarem “com a autoridade judicial secular segundo corresponder”.

O protocolo detalha os termos da prescrição da ação penal: “Os delitos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos depois de 21 de maio prescrevem após 20 anos, contados a partir do dia em que o menor completou 18 anos”. Detalha, além disso, as diferenças de definição entre “abuso sexual simples” (com seus agravantes de “gravemente ultrajante” e “com acesso carnal”), “estupro”, “corrupção de menores”, e explica que só no caso do último delito, “tanto a ação como a instância são públicas”. “É preciso ter presente que, em princípio, as pessoas que cooperarem para a perpetração destes delitos estarão sujeitas à mesma pena de seus autores”, assinalam as diretrizes. Quando a ação penal for de instância privada, indica o texto, a autoridade eclesiástica explicará “aos interessados que cabe a eles a decisão de mover ou não esta ação penal”.

O protocolo foi aprovado em 2013, ampliando as disposições estabelecidas em 2011 pelo então Papa Bento XVI. Recentemente, recebeu a aprovação do Vaticano.

O documento define o abuso sexual como um “delito (que) reveste uma particular gravidade”, em relação ao qual o Protocolo orienta “para uma atuação adequada às circunstâncias locais” dos bispos “nos casos em que devem intervir, em suas respectivas jurisdições, por ter recebido notícias verossímeis sobre o cometimento de algum dos delitos aqui contemplados”. No capítulo sobre “aspectos jurídicos”, o Protocolo indica que o delito de abuso sexual, “que consiste em um pecado contra o sexto mandamento do Decálogo realizado por um clérigo contra um menor de 18 anos” configura-se independentemente do sexo da vítima e de que “tenha consentido ou não na ação”. Para as indicações aos bispos, por outro lado, como vítimas menores de idade “ficam equiparados (…) os sujeitos que habitualmente têm um uso imperfeito da razão”. Além disso, “equipara-se ao abuso sexual de menores a aquisição, retenção ou divulgação, com uma finalidade libidinosa, de imagens pornográficas de menores, de idade inferior a 14 anos por parte de um clérigo”.

A Conferência dos Bispos da Argentina indica que as autoridades eclesiásticas devem informar os fiéis sobre a “quais instâncias devem recorrer no caso de terem conhecimento da eventual comissão dos delitos” de abuso; as denúncias devem ser feitas “por escrito” e estar assinadas. A Igreja deverá levar adiante uma investigação “inicial” que “só pode ser omitida no caso de que seja supérflua ou desnecessária em virtude da certeza sobre o delito cometido e de sua autoria”.

Se da investigação “se desprende que existem elementos suficientemente consistentes para iniciar um processo penal”, os relatórios serão enviados à Congregação para a Doutrina da Fé, em um dossiê que detalhe, entre outras coisas: “se houve escândalo na comunidade”, “se as acusações saíram na imprensa”, a situação do padre acusado “diante do ordenamento jurídico secular”, o resultado de “eventuais exames periciais efetuados no acusado e nas supostas vítimas”

Fonte: Página/12

Uma campanha de conscientização para alertar os pais sobre os cuidados com os filhos foi publicada em uma página no YouTube e teve um resultado inesperado.

O vídeo mostra uma menina de 10 anos, que finge estar perdida da mãe. A garota, então, pede ajuda às pessoas que passam pela rua. Uns se mostram dispostos a ajudar. Outros, simplesmente ignoram. Mas, ao final do vídeo, um homem surpreende a produção, que não esperava pelo tipo comportamento tão assustador.

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O lobby pedófilo bate à sua porta.

No início do mês, um artigo no The New York Times afirmou que pedófilos mereceriam a mesma proteção legal de deficientes físicos ou mentais. Há poucos dias, John Grisham defendeu leis mais brandas para quem compartilha pornografia infantil: “eles não machucam ninguém”. Richard Dawkins disse não ver problemas numa “leve pedofilia” após o The Guardian publicar um artigo tratando a atração por crianças como mera “orientação sexual”.

Em setembro, uma revista de moda brasileira fez um “ensaio sensual” com meninas com menos de 10 anos de idade, colocando as crianças em poses vulgares até para modelos adultas, e teve a edição recolhida por decisão judicial. A revista reagiu com uma nota malcriada e foi defendida por alguns colunistas da grande imprensa do país.

A autora do artigo publicado no NYT, Margo Kaplan, chega a dizer que um em cada 100 homens é pedófilo, uma colocação ultrajante e embusteira, mas reveladora da agenda nada original que está por trás do lobby pedófilo.

A chamada “sexologia” possui um ponto de inflexão com Alfred Kinsey, um pedófilo sadomasoquista que até hoje é aclamado como o sexólogo mais influente de todos os tempos, mesmo depois que os erros grosseiros de suas pesquisas foram revelados. Suas amostras eram criminosamente forjadas e seus métodos de investigação levaram ao abuso sexual de mais de 2 mil crianças, incluindo bebês de poucos meses.

A entusiasmada aceitação das ideias de Kinsey – amplificadas por intelectuais como Michel Foucault, também atraído sexualmente por jovens e sadomasoquista – pela elite cultural ocidental desde os anos 50 marcou profundamente a visão que as universidades, a imprensa e a indústria do entretenimento têm do sexo nos dias atuais. O foco na preservação da saúde física, mental e emocional baseada em ciência, experiência acumulada e senso comum foi substituído pela promoção do vale-tudo e da experimentação ilimitada com consequências desastrosas.

A psiquiatra e PhD americana Miriam Grossman tem alertado pais, educadores e legisladores sobre os riscos da atual política de educação sexual baseada em “falsa ciência” e agendas de engenharia social de gente como Alfred Kinsey, John Money, Wardell Pomeroy, Margaret Mead e think tanks como Siecus, Planned Parenthood e Advocates for Youth, que têm facilitado muito a vida do lobby pedófilo e a proliferação das DSTs. Uma das suas revelações foi mostrar que a Siecus, colaboradora da Unesco, foi financiada por Hugh Hefner, fundador da Playboy.

O lobby pedófilo nas principais universidades do mundo é forte e atuante. Ken Plummer, sociólogo de Essex, defende que a pedofilia nem existe, já que infância seria apenas uma “construção social”. Recentemente, a Universidade de Cambridge promoveu um grande seminário sobre o tema, com vários palestrantes simpáticos aos pedófilos. Nas universidades canadenses, já é praticamente aceita como orientação sexual.

Não há nada mais importante para uma sociedade do que a proteção de suas crianças, especialmente do lobby pedófilo travestido de discussão acadêmica ou experimentação sexual libertária. Uma sociedade que não faz tudo o que estiver ao seu alcance para que seus filhos tenham uma infância saudável, livre de estimulações eróticas precoces e de pedófilos, está invariavelmente condenada.

Alexandre Borges 

Gazeta do Povo ( Paraná) outubro de 2014.

“O Profeta Maomé é o modelo que seguimos”, informa no vídeo o saudita Ahmad Al Mu’bi. “Ele tomou Aisha como sua esposa quando tinha 6 anos, mas só fez sexo quando ela tinha 9″. O maridão já passara dos 50, dispensou-se de lembrar o oficiante de casamento.

“Qual é a idade apropriada para a primeira relação sexual?”, interroga-se Ahmad Al Mu’bi no meio do falatório. “Isso varia de acordo com o ambiente e as tradições”.

O modelo saudita, adotado em grande parte do mundo islâmico, permite que qualquer adulto de qualquer faixa etária transforme em esposa, e inicie sexualmente. meninas em idade de brincar com bonecas. Em lugares ‘menos primitivos’, esse tipo de assassinato da inocência dá cadeia. Até no Brasil.

Veja o vídeo e tire suas conclusões.

 

https://www.youtube.com/watch?v=M8k1lxPUOkQ

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Pedofilia é preferência sexual? É isso que um pedófilo inglês disse na TV na noite desta terça-feira (25) no documentário “The Paedophile Next Door” (“O vizinho pedófilo”, em tradução livre) que foi exibido no Channel 4.

O homem que aceitou falar abertamente sobre sua preferência sexual por meninas de 4 anos é  Eddie, 39, que afirma nunca ter cometido um crime, mesmo sentindo desejos sexuais por crianças.

Durante a entrevista ao documentarista Steve Humphries ele disse que não tem medo da reação que as pessoas terão ao assistirem seu depoimento. “As pessoas provavelmente dirão ‘por que esse cara não está preso? Deveríamos matá-lo.’ Eu, honestamente diante de Deus, não fugirei. E se isto for o que quiserem fazer comigo, façam. Neste cenário isto será apenas manter o status quo”.

O objetivo do programa é levar os ingleses a discutirem se devem seguir os mesmos passos que a Alemanha que oferece tratamento psicológico para quem sente desejos sexuais por crianças. O programa alemão é tratar o pedófilo como um doente e ajudá-lo a controlar seus impulsos sem abusar de menores.

O filme mostrado na Inglaterra trouxe um dado assustador: uma pesquisa que mostra que a cada 50 homens um  sente atração por crianças.

Os dados apresentados no documentário somados ao aumento de imagens na internet que mostram abuso infantil fazem com que entidades como a Sociedade Nacional para Prevenção de Crueldade com Crianças (NSPCC, na sigla em inglês) e a Associação Nacional de Pessoas Abusadas na Infância concordem que o tema deva ser debatido.

“A realidade é que não há apenas um pedófilo na casa ao lado, mas abusadores de crianças em praticamente todas as ruas da cidade, que nunca admitirão seus pensamentos”, disse Peter Saunders, fundador da Associação Nacional de Pessoas Abusadas na Infância em entrevista ao jornal “Metro”.

Fonte O Globo.

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A carta de denúncia “eu a recebi pessoalmente. Li e liguei para a pessoa e disse: você, amanhã, vai ao bispo. E escrevi ao bispo para que começasse o trabalho, que fizesse a investigação e seguisse adiante. Como recebi a notícia? Com grande dor. Grandíssima dor. Mas, a verdade é a verdade e não devemos escondê-la”.

Com estas palavras o Papa Francisco explicou durante a coletiva de imprensa no avião voltando de Estrasburgo, como ele recebeu a denúncia de abusos sexuais em Granada, como informou a rede espanhola de rádio COPE.

O caso chamou a atenção do público quando na segunda-feira passada alguns meios de comunicação espanhóis publicaram a notícia de um jovem espanhol, que tinha escrito ao Santo Padre para contar-lhe os abusos que sofreu quando era menor. Esta pessoa recebeu a ligação do Papa que lhe pediu perdão em nome da Igreja e lhe incentivou a denunciar os fatos.

Posteriormente, o jovem formalizou uma denúncia por abusos, na Procuradoria Superior de Andaluzia, contra todos os implicados, pelo menos uma dúzia, entre sacerdotes e leigos, de diferentes residências da província.

Nesta segunda-feira foram detidos três sacerdotes e um leigo, para dar declarações. Além do mais, outra pessoa apresentou em um tribunal uma nova denúncia de abusos sexuais.

O Tribunal Superior de Justiça de Andaluzia (TSJA) informou em um comunicado que os detidos vão à justiça no prazo máximo de 72 horas, quando as forças e corpos de segurança do estado concluam as suas investigações.

A primeira fase da investigação deste caso culminou com a tomada de depoimentos de mais de uma dúzia de indivíduos e a prisão dessas quatro pessoas que são consideradas as “principais” nesta matéria.

A Polícia Judiciária está realizando um trabalho “minucioso”, também no que diz respeito à origem das propriedades das pessoas que supostamente estão envolvidas nos abusos.

O caso, que está marcado como segredo sumário, está em curso no âmbito da investigação.

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Um evento comovedor e profundamente significativo: é assim que o padre jesuíta Hans Zollner, membro da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, comentou o encontro do papa no Vaticano, com seis vítimas de abuso por parte de expoentes do clero.

O sacerdote alemão participou como tradutor para a conversa pessoal entre Francisco e duas vítimas provenientes da Alemanha.

A reportagem é de Bernd Hagenkord, publicada no sítio da Rádio Vaticano, 07-07-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

“Posso dizer que foi realmente uma experiência muito densa, rica, profunda, que me comoveu muito, pela sinceridade com que essas vítimas se prepararam, pela grande audiência que o Santo Padre lhes deu, pelas palavras que se trocaram e pela oportunidade de abrir a possibilidade de um início de reconciliação”, disse o padre Zollner.

Há vozes críticas que dizem que esse foi um mero “simbolismo”. Como tal encontro contribuir para o processo na Igreja para enfrentar esses problemas?

Eu não interpretaria mal a palavra “símbolo” ou “simbolismo”. Eu interpretaria mal a palavra “ativismo”. Mas o encontro foi o oposto do ativismo, e foi um símbolo muito forte o fato de que o sucessor de São Pedro, ao lado da Basílica de São Pedro, ouviu com o coração, os ouvidos e os olhos muito abertos as pessoas que foram violentadas, as pessoas que sofreram tremendamente, terrivelmente, nas mãos dos sacerdotes. E o fato de estar consciente, de estar presente ao seu sofrimento e à sua dor, certamente, não é apenas um símbolo.

Posso testemunhar que, para eles, algo mudou, foi, em certo sentido – se quisermos ser teológicos – um sacramento: isto é, algo que, ao agir, também transformou a realidade, a sua realidade. Porque alguns também expressaram que isso significou uma mudança de atitude e de sentimento profundo em relação à sua história, que não pode ser erradicada, não pode ser cancelada, mas que agora eles podem ver com outros olhos, com maior liberdade, com uma maior esperança.

Você faz parte da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores. Houve um encontro no domingo, e o próximo encontro será em outubro: quais serão os próximos passos?

Acima de tudo, falamos muito sobre outros possíveis membros da comissão, que ainda não está completa, porque, desde o início, queríamos também ter uma representação significativa de outros continentes. Gostaríamos também de participantes, possivelmente, da África, da Ásia e da Oceania. Depois, devemos falar sobre a estrutura, do modo com que essa comissão poderá atuar e a quem ela responde. Há questões muito concretas: por exemplo, alguém que, no escritório, organize esses encontros.

O último ponto de que falamos longamente foi sobre a composição dos grupos de trabalho – porque a comissão, como tal, não poderá se reunir frequentemente, especialmente quando for composta de 14, 15 membros provenientes de todo o mundo – que poderão desenvolver o seu trabalho no âmbito da educação, da prevenção, pelas questões jurídicas ou pelas questões concernentes à formação dos sacerdotes. Deverão seguir em frente por conta própria e, depois, farão debates, deverão apresentar relatórios sobre o seu trabalho à comissão, e esta, provavelmente, irá relatar ao papa.

Assim, identificamos muitíssimos temas. Agora, esperamos ainda esses novos membros, mas posso dizer que alguns grupos de trabalho já estão trabalhando. Começamos com coisas que, creio eu que de curto prazo, também poderão ser conhecidas e poderão ajudar a Igreja – como disse o próprio Santo Padre – a implementar as melhores práticas que são conhecidas no mundo.

Bernd Hagenkord,  Rádio Vaticano.

”O papa falou comigo com o coração, sem nunca olhar para o relógio”

“Francisco falou comigo sem nunca olhar para o relógio. Ele disse que mudar as coisas é difícil, mas que é necessário fazê-lo.” A irlandesa Marie Kane, 43 anos, sai renovada do “franco face a face” de meia hora em Santa Marta. Ela foi abusada dos 15 aos 18 anos por um padre em Bray.

Um diálogo que entrelaçou questões privadas e decisões relevantes para toda a Igreja. Com o papa que não esconde as dificuldades, mas que mostra a determinação de levar até o fim a obra de “purificação”. Em todos os níveis, mudando os procedimentos ineficientes do sistema e identificando as responsabilidades dos indivíduos.

“Grande parte da conversa foi sobre temas pessoais”, acrescenta ao Irish Times. “Eu descrevi para ele os efeitos dos abusos sofridos e as consequências sobre a relação com a Igreja dos meus dois filhos, que agora têm 14 e 18 anos: não acreditam na Igreja de forma alguma.”

Bergoglio se inclina para ouvi-la como um pároco no confessionário.  Para ele, na sala, existe apenas a mulher que confidencia sofrimentos e obstáculos na sua vida. Abrir-se de modo tão imediato e espontâneo só havia ocorrido com ela apenas uma vez. Com o seu marido, Sean, casados há 23 anos.

“Eu o coloquei a par assim que começamos a sair juntos.” E isso foi “de grande ajuda”, enquanto, para os seus pais, “o que tinha acontecido era grande demais para se enfrentar”.

Na segunda-feira de manhã, o que surgiu na alma de Marie Kane foi a atitude “límpida e partícipe” de Francisco. A forma se torna substância, e à simplicidade dos modos se une a profundidade das reflexões. “Achei Francisco muito humilde: nenhum protocolo, nem cerimonial, nem formalismo.”

Uma linearidade de comportamento que reforça a credibilidade do que Francisco recém-proferira na homilia da missa. Não há ruptura entre pregação e prática. Por isso, “me senti completamente à vontade, relaxada”.

O papa “parecia sinceramente entristecido por aquilo que eu lhe contava e me pareceu muito envolvido”. Havia “uma forte empatia entre nós”. Portanto, “nenhum olhar para o relógio, nenhuma pressa: fui eu que pus fim à conversa e lhe disse tudo o que eu tinha intenção de relatar”.

Francisco estava abalado, comovido, entristecido. “Foi uma experiência muito positiva”, destaca Marie Kane, que tinha consigo uma carta “para não se esquecer de nada”. A sua filha tinha escrito outra. “Eu entreguei ambas nas mãos do papa.”

Mas, mais do que as palavras, foram os olhares, as lágrimas, “a partilha das emoções” que falaram. Sem poupar nada, nem mesmo os nomes de “quem traiu a sua missão”. Assim, “eu pedi que o pontífice removesse o cardeal Seán Brady como arcebispo de Armagh e primaz da Irlanda, por ter encoberto em 1975 os abusos sexuais de um sacerdote”. De fato, “é escandaloso que ainda faça parte da hierarquia eclesiástica quem encobriu abusos”. Além disso, “na Igreja, nada mudará enquanto essas pessoas permanecerem no seu lugar”.

Marie se volta ao papa de coração aberto, entende que pode confiar. Folhear páginas dolorosas torna-se natural. “Eu lhe disse que os encobrimentos ainda ocorrem, e que ele tem o poder de mudar a situação. Além do cardeal Brady, existem outros responsáveis”. Francisco assentiu, os olhos de Marie brilharam.

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O Papa presidiu  uma missa com a presença de um grupo de vítimas de abusos sexuais perpetrados por membros do clero quando estas eram crianças ou adolescentes.

A celebração decorreu, como habitualmente, no início da manhã, na residência de Francisco, Casa Santa Marta, e o grupo era composto por 6 pessoas da Alemanha, Inglaterra e Irlanda. Após a missa, elas tiveram um encontro a portas fechadas com o Papa.
O Papa frisou, em sua homilia, que “o coração da Igreja olha para os olhos de Jesus nas crianças abusadas e chora pelos seus filhos que traíram a sua missão e abusaram de inocentes”.

“Esta é a minha angústia e dor pelo fato de alguns sacerdotes e bispos terem violado a inocência dos menores e a sua própria vocação sacerdotal ao abusarem sexualmente deles. É mais do que atos deploráveis. É como um culto sacrílego porque esses meninos e meninas foram confiados ao carisma sacerdotal para serem conduzidos a Deus, e eles os sacrificaram ao ídolo de sua concupiscência. Profanam a imagem de Deus à qual fomos criados.”

O Santo Padre destacou que esses atos execráveis de abusos perpetrados contra menores deixaram nas vítimas cicatrizes por toda a sua vida. “Eu sei que essas feridas são uma fonte profunda e muitas vezes de implacável pena emotiva e espiritual, e também de desespero. Alguns sofreram com a tragédia do suicídio de uma pessoa querida. A morte desses amados filhos de Deus pesa no coração de toda a Igreja”, disse ainda o pontífice.

A presença de vocês aqui fala sobre o milagre da esperança que prevalece contra a escuridão mais profunda. Sem dúvida, é um sinal da misericórdia de Deus que hoje temos a oportunidade de nos encontrar, adorar a Deus, olharmos nos olhos e buscar a graça da reconciliação. Diante de Deus e ao seu povo manifesto minha dor pelos pecados e crimes graves de abusos sexuais perpetrados por membros do clero contra vocês. Humildemente peço-lhes perdão.”

O Santo Padre pediu também perdão pelos pecados de omissão dos líderes da Igreja que não responderam adequadamente as denúncias de abusos apresentadas pelos familiares e por aqueles que foram vítimas de abuso. “Isso causou ainda mais sofrimento aos que foram abusados e colocou em perigo outros menores que se encontravam em situação de risco”, frisou o Papa que acrescentou:
“Não existe lugar no ministério da Igreja para aqueles que cometem esses abusos. Comprometo-me a não tolerar o dano causado a um menor perpetrado por qualquer pessoa, independentemente de seu estado clerical. Todo bispo deve exercer seu serviço de pastor com diligência a fim de salvaguardar a proteção dos menores e prestarão conta dessa responsabilidade.”

Francisco concluiu sua homilia, afirmando que “devemos fazer de tudo para que tais pecados não mais se repitam na Igreja”.

Na viagem de volta da peregrinação à Terra Santa, no dia 26 de maio, o Papa havia antecipado a sua intenção. Falando à imprensa, disse que “a Igreja Católica vai manter uma política de ‘tolerância zero’ em relação a casos de abusos. “Neste momento, há três bispos sob investigação e um já foi condenado, faltando apenas avaliar a pena a ser aplicada. Não haverá privilégios”, declarou.

Participou da Missa o Cardeal Sean O’Malley, arcebispo de Boston e coordenador da comissão instituída por Francisco para a tutela dos menores. Dom O’Malley é também membro do conselho consultivo dos cardeais, C9, criado pelo Papa para ajudá-lo na administração e reforma da Cúria Romana.

Fazem parte da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores a francesa Catherine Bonnet, estudiosa de psicologia e psiquiatria; a irlandesa Marie Collins, representante das vítimas de abusos; a inglesa Sheila Hollins, docente de psiquiatria; o jurista italiano Claudio Papale; a ex-primeira ministra polonesa Hanna Suchocka; o jesuíta alemão Hans Zollner, decano da Faculdade de Psicologia da Universidade Gregoriana; e o jesuíta argentino Humberto Miguel Yanez, diretor do departamento de Teologia Moral da Gregoriana e ex-docente no Seminário São Miguel de Buenos Aires.

A ‘linha dura’ da Santa Sé em relação aos casos de pedofilia na Igreja registrou um resultado importante nos últimos dias, com a redução ao estado laical do arcebispo polonês Dom Jozef Wesolowski, ex-núncio em Santo Domingo, processado canonicamente por abusos contra menores. Uma vez que sua expulsão do clero será ratificada com a sentença definitiva, ele será também processado penalmente no Vaticano. Medidas como esta demonstram que na era Bergoglio não há espaço para a impunidade.

Bento XVI, em 17 de abril de 2008, foi o primeiro Papa a encontrar um grupo de vítimas de padres pedófilos, na Nunciatura de Washington, durante visita aos EUA. O Papa Ratzinger teve ainda outros encontros na Austrália, Malta, Reino Unido e Alemanha. (CM/MJ)

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O Comité das Nações Unidas contra a Tortura reconheceu os avanços realizados pela Santa Sé na ação contra os abusos sexuais e o acompanhamento das vítimas.

A posição é assumida nas observações finais ao relatório apresentado pela Santa Sé no início deste mês em Genebra, Suíça, adianta o Serviço de Informação do Vaticano (VIS).

O comité fala em “reformas sérias e substanciais” dos procedimentos da Santa Sé para permitir a implementação dos princípios e objetivos da Convenção contra a Tortura.

Em particular, o documento alude aos “esforços” e “boa fé” da Santa Sé, das dioceses católicas e ordens religiosas na tarefa de prevenir abusos sexuais de menores e compensar as vítimas dos mesmos.

O comité especializado da ONU diz não ter detetado qualquer violação da Convenção contra a Tortura (CAT) e sublinha o diálogo “franco e construtivo” com a delegação da Santa Sé.

O chefe da delegação da Santa Sé junto do Comité das Nações Unidas contra a Tortura disse em Genebra que 848 padres foram afastados do seu ministério nos últimos 10 anos, por causa de abusos sexuais de menores.

“Foi necessário levar dados precisos que revelam a atividade da Congregação para a Doutrina da Fé que laicizou, de 2004 até ao fim de 2013, 848 sacerdotes, reduziu-os ao estado laical, mostrando como é séria a vontade de pôr fim a estes crimes e de os prevenir”, declarou o arcebispo italiano D. Silvano Tomasi, em declarações à Rádio Vaticano, após a 52.ª sessão do Comité das Nações Unidas sobre a Convenção contra a Tortura.

O arcebispo italiano respondeu a várias questões, após ter apresentado a 5 de maio o primeiro relatório da Santa Sé nesta matéria, reafirmando o compromisso do Vaticano no combate à tortura.

OC

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Abuso sexual infantil: 5% dos adultos brasileiros foram vítimas de violência sexual quando crianças. Levantamento feito pela Unifesp mostra que mais da metade dos agressores é parente ou amigo próximo da família da criança

Pouco mais de 5% dos brasileiros acima de 18 anos, ou 5,4 milhões de pessoas, foram vítimas de abuso sexual da infância — essa prevalência é maior entre mulheres (7%) do que homens (3,4%). É o que revela um novo estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Segundo o trabalho, esse tipo de violência é cometida principalmente por algum parente (pai, padrasto e irmãos não se encaixam nessa categoria), um amigo próximo à família da criança ou um desconhecido. No entanto, 17% das pessoas entrevistadas pela pesquisa não quiseram dizer quem foi o agressor.

Os dados, divulgados nesta quarta-feira, fazem parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Unifesp. O estudo entrevistou em 2012 4.607 pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios brasileiros.

“Dentre todos os tipos de violência precoce, o abuso sexual é provavelmente o evento que leva a consequências mais drásticas e que permanecem a longo prazo”, escreveram os autores do levantamento em nota. O estudo ainda concluiu que 1,3% dos brasileiros adultos relatam que receberam dinheiro para ter relação sexual com alguém antes dos 18 anos.

Agressão física

Segundo a pesquisa, dois em cada dez entrevistados foram vítima de algum tipo de violência física na infância por parte de seus pais ou cuidadores. Os tipos de agressão mais comuns são empurrar, arranhar, bater até causar marcas e insultar ou humilhar. O levantamento apontou que, em 20% dos casos de violência física doméstica contra a criança, o agressor estava sob efeito do álcool.

Além disso, um em cada dez entrevistados testemunhou, na infância, algum episódio de agressão física entre seus pais ou cuidadores. “Presenciar violência entre pais ou cuidadores durante a infância pode ter um impacto negativo quase tão grande quanto ser propriamente vítima da agressão”, dizem os pesquisadores.

O levantamento também estimou a prevalência de pessoas que foram vítimas de bullying na escola durante a infância e adolescência. Segundo os resultados, 13% dos brasileiros já sofreram esse tipo de agressão, que foi descrita como “atitudes agressivas intencionais repetidas de um ou mais colegas contra outra pessoa”.

A agressão verbal — como receber apelidos ou ser intimidado ou humilhado — foi o tipo de bullying mais relatado pelos entrevistados, seguido por fofocas e violência física. O racismo correspondeu a 1,3% desses episódios e a homofobia, 0,1%.

Fonte: Veja