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 Foi realizada ontem à tarde a audição de mons. Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, perante o comitê sobre a Convenção contra a Tortura, que se reuniu nestes dias para a 52ª sessão. O prelado já havia exposto o primeiro relatório da Santa Sé, ontem, porém, respondeu às perguntas dos especialistas da ONU, por mais de três horas. Muitas questões foram relativas ao tema dos casos de abusos sexuais e pedofilia dentro do Clero.

Mons. Tomasi prontamente forneceu dados para demonstrar o grande compromisso e trabalho realizado pelo Vaticano nos últimos anos contra esta chaga da Igreja Católica.

Primeiro, disse ele, a Santa Sé reduziu ao estado laical 848 padres pedófilos de 2004 a 2013. 2572 sacerdotes abusadores foram sancionados com medidas menos drásticas. Enquanto 3420 casos foram denunciados à Congregação para a Doutrina da Fé com base em alegações credíveis de abuso sexual por um padre com um menor de 18 anos.

O representante do Vaticano elencou os números, em ordem cronológico do 2004 ao 2013 : 713 em 2004, 184 em 2005, 218 em 2006, 216 em 2007, 191 em 2008, 196 em 2009, 464 em 2010, 402 em 2011, 418 em 2012, 401 em 2013, com um total de 3420 casos. Os casos, no entanto, não se relacionam com os anos em que eles aparecem: a maioria deles também se referem a abusos ocorridos entre a década de 50 e 80.

Mons.Tomasi, em seguida, informou aos peritos da ONU que os padres demitidos do estado clerical diretamente pela Santa Sé nos anos 2004 a 2013 são: 89 em 2004, 84 em 2005, 114 em 2006, 84 em 2007, 68 em 2008, 69 em 2009, 84 em 2010, 143 em 2011, 70 em 2012, 43 em 2013. Para um total de 848. Relativos aos casos resolvidos com outras medidas canônicas e disciplinares, como a imposição de uma vida de oração e penitência, aplicação medidas penais ou outras medidas disciplinares, os dados são os seguintes: 641 em 2004, 100 em 2005, 104 em 2006, 132 em 2007, 123 em 2008, 127 em 2009, 380 em 2010, 259 em 2011, 348 em 2012, 358 em 2013 , um total de 2572″.

Após a demissão do estado clerical, estes sacerdotes – disse Tomasi – voltam a ser “leigos com as próprias convicções e responsabilidades”, sem mais “relações com o bispo diocesano ou o superior religioso”, ” às vezes também “punidos pelas autoridades civis”. “Não sei quantos desses sacerdotes foram denunciados às autoridades civis – acrescentou – mas, pelo que entendi, muitos ou a maioria deles também foram sancionados com base no sistema penal civil”. O observador da Santa Sé disse não ter, neste momento, dados sobre quantos casos foram denunciados pelas autoridades eclesiásticas aos tribunais civis: no entanto, “a política é que, quando haja uma acusação credível deve ser denunciada às autoridades civis para que possam proceder seja no plano canônico que, no Estado onde a pessoa é cidadã, no civil”.

Mons. Tomasi, em seguida, citou os casos dos bispos dos Estados Unidos e da Austrália como exemplos positivos de resposta aos escândalos de pedofilia. Em particular, o caso dos EUA tem sido exemplar em termos de compensação: “O valor total pago pelas dioceses e ordens religiosas para os acordos com as vítimas entre 1950 e agora foi de cerca de 2,5 bilhões de dólares americanos. A quantidade total para terapias das vítimas US$ 78 milhões dólares, entre outros custos de aproximadamente US$ 47 milhões de dólares, incluindo os pagamentos de investigações sobre as alegações, custos médicos ou outros tipos de apoio às vítimas, custos de processos, despesas de viagem e assistência de emergência, terapia, apoio familiar, serviço de monitoramento, seguros e outros custos cobertos pela Conferência dos Bispos católicos dos Estados Unidos”.

Diante dos dados apresentados, Mons. Tomasi concluiu a audição, reiterando que “a questão dos abusos sexuais de crianças, que são uma chaga a nível mundial, foi abordado pela Igreja na última década de forma sistemática, construtiva e eficaz” e que, de fato, a Igreja Católica, entendida como Santa Sé, mas também como Igrejas locais, deve ser vista como “um exemplo de boas práticas que outras instituições podem copiar”.

Durante a audiência de três horas de audição, Mons. Tomasi tocou muitos outros temas, como a nova lei penal promulgada pelo Papa Francisco; a distinção entre a jurisdição da Santa Sé dentro do Estado da Cidade do Vaticano e fora dele; a posição da Igreja sobre o aborto, ponto este questionado pelos comissários da ONU, ao qual Mons. Tomasi respondeu frisando o risco de “violar a liberdade de opiniões e de fé” inerentes a essa crítica e alegando que a Igreja “não obriga” sobre as próprias convicções, mas “condena a tortura, incluindo aquela imposta àqueles que são torturados ou mortos antes de nascer”.

Sobre o polêmico caso de uma menina brasileira de nove anos de idade, excomungada depois de ter ficado grávida como resultado de estupro pelo padrasto, Mons. Tomasi falou de um “caso excepcional”, recordando o compromisso da Igreja ao lado das mulheres.

Outra questão foi finalmente voltada para  “os maus-tratos que Paolo Gabriele padeceu na cela da  Gendarmeria”, o mordomo de Bento XVI processado e preso pela fuga de documentos privados. Maus tratos que o mesmo Gabriel denunciou durante o processo. Sobre a questão, além de Tomasi respondeu a delegação do Vaticano – que inclui Mons. Christophe El- Kassis, o prof . Vincenzo Buonomo e Mons. Richard Gyhra – que enfatizou que um engenheiro e um oftalmologista foram encarregados de verificar se o mordomo foi forçado a viver em uma área insuficiente ou tinha sofrido danos nos olhos. O exame foi concluído negativamente.

A comissão da ONU vai publicar seus relatórios no próximo dia 23 de maio.

(Editado por Salvatore Cernuzio / Traduzido por Thácio Siqueira)

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O Vaticano insistiu nesta terça-feira (6) em seu “compromisso total” com a luta contra casos de pedofilia na Igreja, manifestando a uma comissão das Nações Unidas em Genebra sua determinação de erradicar esses abusos.

“Uma análise séria da realidade sobre o que a Santa Sé e os religiosos locais fazem demonstra claramente e sem ambiguidades que não há, com certeza, qualquer impunidade”, garantiu o representante do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, que concedeu essas declarações à Comissão da ONU contra a Tortura.

Esse comitê das Nações Unidas também examina os casos de abuso infantil.

Tomasi disse ainda que, nos últimos dez anos, foram examinados 3.420 casos baseados em “acusações críveis”, referentes a abusos cometidos por religiosos entre os anos 1950 e 1980. Desses, 848 padres foram expulsos da Igreja.

Outros 2.572 foram “orientados” a “viver uma vida de orações e penitência” nos monastérios, por exemplo – declarou o núncio apostólico, acrescentando que esses religiosos foram colocados em um contexto sem acesso a menores.

Na segunda-feira (5), o Vaticano apresentou seu primeiro relatório na Comissão da ONU contra a Tortura, uma tarefa à qual devem se submeter todos os signatários da Convenção contra a Tortura de 1984.

A Santa Sé assinou a Convenção Internacional em 2002, mas esta foi a primeira vez que apresentou um informe a esse comitê da ONU, com sede em Genebra.

O relatório do Vaticano sobre a tortura foi apresentado após a divulgação das conclusões do comitê da ONU sobre os direitos das crianças. Segundo o documento publicado em janeiro passado, a Santa Sé “não adotou as medidas necessárias para tratar dos casos de menores abusados sexualmente por padres”.

Os especialistas da ONU exigiram do Vaticano a publicação das medidas adotadas contra os religiosos acusados de abuso sexual e a garantia de que seriam suspensos de suas funções.

Em 3 de maio, uma comissão de especialistas para a proteção infantil nas instituições da Igreja, criada pelo papa Francisco, anunciou que seriam instaurados “procedimentos eficazes” na Igreja para a punição de padres pedófilos. Nenhuma medida jurídica vinculante chegou a ser proposta.

Em abril, o papa Francisco pediu “perdão” pelos crimes pedófilos e exigiu sanções “muito severas”.

Em Genebra, o monsenhor Tomasi alegou que a Convenção tem a autoridade sobre o território da Santa Sé, “e não sobre todos os integrantes da Igreja Católica”.

Fonte: AFP

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Uma antiga vítima de abuso sexual por um padre vai integrar a nova comissão criada para a proteção de crianças.

Numa comunicação, o Papa Francisco revelou os primeiros oito nomes das pessoas que se vão sentar na comissão, que foi anunciada a 5 de dezembro.

Entre eles consta o de Marie Collins, uma irlandesa vítima de abusos que tem sido uma porta-voz na defesa dos direitos das vítimas.

Constam também da lista o arcebispo de Boston, Sean Patrick O’Malley, que tem defendido as vítimas norte-americanas, e os psiquiatras Catherine Bonnet, de França, e Sheila Hollins, de Inglaterra.

A antiga primeira-ministra polaca Hanna Suchocka, o advogado italiano Claudio Papale, o teólogo jesuíta argentino Miguel Yanez e o jesuíta alemão Hans Zollner são os restantes membros revelados.

O principal objetivo destas oito pessoas é preparar os estatutos da comissão e definir as suas competências e funções, indicou o comunicado do papa Francisco.

Mais membros de outros países serão nomeados mais tarde para a comissão.

 

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Pode a justiça Vaticana, em um caso de pedofilia, chegar antes do que a italiana com uma sentença definitiva? E parecer assim ainda mais firme e inflexível? Pode!

Prova disso é um caso resolvido recentemente pelo Santo Ofício: o do padre Marco Mangiacasale , o sacerdote da diocese de Como, na Itália, já condenado nos dois primeiros níveis do processo penal a três anos, cinco meses e 20 dias de prisão por abusos sexuais de quatro meninas menores de idade.

O ex-pároco e depois ecônomo da paróquia de San Giuliano, com uma sentença assinada pelo papa argentino e pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Gerhard Ludwig Müller, no último dia 13 de dezembro, foi “reduzido ao estado laical”.

O procedimento, que ocorreu depois de uma investigação (Investigatio praevia) do delegado da averiguação, o padre Andrea Stabellini como vigário judicial, equivale, para um sacerdote, à pena máxima aplicável segundo o Direito Canônico. 

E é uma medida que, nesse caso, a Santa Sé tomou não através de um processo tradicional, com as testemunhas e a defesa. Mas até escolhendo a via administrativa, a mais rápida, dado o grau de certeza do Vaticano.

A redução do padre Mangiacasale ao estado laical é a primeira de que se tem notícia para um sacerdote italiano com Francisco. Outro caso, enfrentado no ano passado pelo Santo Ofício, é o do padre australiano Greg Reynolds.

A Congregação para a Doutrina da Fé trabalha intensamente: no biênio 2011-2012, os padres despojados por Bento XVI do seu ministério sacerdotal foram cerca de 400. A fonte comenta, sem se admirar: “Essa é a política, que, em linguagem secular, poderia ser definida como justicialista, introduzida por Ratzinger quando, como cardeal, dirigia o Santo Ofício. Antes como prefeito e depois como pontífice, a fim de reprimir o triste fenômeno, ele introduziu uma legislação inflexível e, em alguns casos, não garantista”.

No documento, o Papa Francisco e o prefeito Müller dão a faculdade ao bispo da diocese de Como, Dom Diego Coletti, de divulgar a notícia. No dia 30 de janeiro, uma quinta-feira à noite, Coletti convocou ao seu escritório, das 21h às 22h30min, as famílias envolvidas. Todos de pé, foi feita a leitura das disposições da hierarquia eclesiástica.

O padre Marco Mangiacasale foi reduzido ao estado laical, não poderá trabalhar como educador nas escolas católicas, nem participar de qualquer modo de grupos ou organizações onde jovens estejam presentes”. O documento vaticano já havia sido assinado por Marco Mangiacasale.

Marco Mangiacasale, que, à espera da sentença definitiva da Cassazione [Supremo Tribunal de Justiça italiano], já descontou, de 8 de março a 26 de maio de 2012, dois meses de isolamento na prisão de Bassone, em Como, e agora se encontra protegido na casa da irmã, indenizou as famílias, como ordenou a justiça civil. Agora, a justiça vaticana também interveio.

Marco Ansaldo e Elena Affinito, publicada no jornal La Repubblica

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O Comitê para os Direitos da Criança das Nações Unidas divulgou hoje um relatório mostrando a sua preocupação sobre o Vaticano e os casos de abusos sexuais de menores. O documento da ONU coincide nas suas propostas com as linhas de tolerância zero já tomadas pela Santa Sé, e parece desconhecer o trabalho que nesse sentido foi realizado nos últimos três anos.

O informe também critica a posição da Santa Sé sobre a homossexualidade, afirmando que contribui para a “estigmatização social e a violência contra os homossexuais, adolescentes bissexuais e transexuais lésbicas e as crianças criadas por casais do mesmo sexo”. O Comitê também pediu à Santa Sé que condene todas as formas de assédio e discriminação e o apoio à homossexualidade.

O relatório da ONU não menciona, no entanto, a condenação da Santa Sé à discriminação e a violência contra as pessoas homossexuais. O Catecismo da Igreja Católica, afirma que embora “os atos homossexuais sejam intrinsecamente desordenados” e “fecham o ato sexual ao dom da vida”, os homens e mulheres homossexuais “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza”.

Outra questão é a do aborto, no qual o informe convida a Santa Sé a reconsiderar a sua posição, como se fosse uma questão de opinião.

A Santa Sé informou em comunicado hoje que “reitera o seu compromisso na defesa e proteção dos direitos das crianças, em conformidade com os princípios promovidos pela Convenção sobre os Direitos da Criança de acordo com os valores morais e religiosos oferecidos pela doutrina católica”.

Por sua vez, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nesta manhã que o Vaticano enfrenta os casos de pederastia na Igreja com uma “exigência de transparência” e recordou a comissão que se criou para preveni-los, informou Ivan Vargas de ZENIT, que está no local. As declarações do padre Lombardi foram hoje na sede da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), onde se encontra para receber o prêmio ‘Bravo’.

O informe do comitê da ONU indica: “O Comitê está gravemente preocupado porque a Santa Sé não tenha reconhecido a extensão dos crimes cometidos, não tenha tomado as medidas necessárias para enfrentar os casos de abuso sexual a crianças e protege-las, e tenha adotado umas práticas públicas que conduzem à continuar o abuso e a impunidade dos agressores”, lê-se no informe de 16 páginas.

No documento, a ONU pede à Santa Sé que “retire imediatamente” todos os membros do clero que tenham cometido abusos sexuais a menores, ou se tenha a suspeita disso, e que os entregue às autoridades civis, em vez de mudá-los “de paróquia em paróquia”.

“Devido a um código de silêncio imposto a todos os membros do clero sob pena de excomunhão, os casos de abuso sexual a crianças raramente foram relatados às autoridades nos países onde ocorreram”, diz o relatório da Comissão.

Da mesma forma exige-se que o Vaticano abra seus arquivos sobre os abuso sexuais a milhares de crianças para que suspeitos autores e “aqueles que ocultaram os crimes” possam ser julgados.

O relatório foi tornado público depois de que no passado 16 de Janeiro uma delegação vaticana apresentou em Genebra um informe sobre as medidas tomadas para condenar e prevenir os casos de abusos sexuais e proteger as crianças ante a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU.

Este órgão das Nações Unidas é responsável por revisar regularmente a aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança, tratado da ONU de 1989, do qual a Santa Sé foi um dos primeiros países promotores em 1990. A Santa Sé respondeu à sua ação ante especialistas das Nações Unidas, assim como os outros países membros.

No comunicado do Vaticano se esclarece: “A Santa Sé toma nota das Observações Conclusivas sobre os próprios informes, os quais serão submetidos a minuciosos estudos e exames no pleno respeito da Convenção nos diferentes âmbitos apresentados pelo Comitê de acordo com direito e a prática internacional como também tendo em conta o debato público interativo como o Comitê que acontece no dia 16 de Janeiro”, lê-se no comunicado enviado hoje pela Oficina de Imprensa da Santa Sé.

“A Santa Sé – continua o comunicado – lamenta no entanto, de ver em alguns pontos das Observações Conclusivas uma tentativa de interferir no ensinamento da Igreja Católica sobre a dignidade da pessoa humana e no exercício da liberdade religiosa”.

Fonte: Zenit

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O porta-voz do Vaticano disse hoje aos jornalistas que a Santa Sé respondeu às questões colocadas pela Comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança, frisando que a competência em casos de abusos sexuais é limitada.

Segundo o padre Federico Lombardi, a orientação dada às Conferência Episcopais é a de “agir a nível nacional”, fazendo com se cumpram as leis do país onde os crimes tenham ocorrido.

O organismo da ONU que trata da aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) enviou uma lista com 19 questões à Santa Sé, tendo em vista a audição periódica que vai ter lugar a 16 de janeiro do próximo ano, o que acontece com todos os países que ratificaram a convenção.

“A jurisdição da Santa Sé limita-se à Santa Sé” em relação à aplicação da referida Convenção, “à qual foi um dos primeiros a aderir”, lembrou o padre jesuíta.

“Quando as instituições particulares da Igreja estão envolvidos, isso não diz respeito à jurisdição da Santa Sé, mas é da responsabilidade das legislações dos respetivos países”, acrescentou o diretor da sala de imprensa.

O Papa Francisco publicou a 11 de julho um decreto (motu proprio) que aprovou a reforma do sistema penal no Estado do Vaticano e organismos da Santa Sé, tomando em consideração o que é definido na Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, com uma “ampla definição da categoria dos delitos contra os menores”.

Entre estes contam-se “a venda, a prostituição, o recrutamento, a violência e atos sexuais com crianças, produção e posse de pornografia infantil”.

Fonte: Agência Ecclesia

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A polêmica do dia é esta: Psiquiatras dos EUA aceitam pedofilia como “orientação sexual” O assunto está correndo a internet. O Constantino também comentou Parece por demais escancarado para ser verdade. Afinal, do que se trata? Li o seguinte na ACI Digital:

A Associação Americana de Psiquiatria dos Estados Unidos (APA, por suas siglas em inglês) aceitou dentro da quinta edição do seu Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais a “orientação sexual pedofílica”, e a diferenciou da “desordem pedofílica”.

Fui procurar. O tal Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders existe. A sua quinta edição foi de fato recém-lançada. Trata-se realmente de um texto de referência da American Psychiatric AssociationNão tive acesso à íntegra do manual na internet, mas encontrei (no site oficial do DSM-5) um documento falando sobre parafiliasna nova versão. Lá é realmente dito que a quinta edição do livro traçou uma linha separativa entre comportamento humano atípico e comportamento que causa angústia mental [mental distress] para o indivíduo ou faz com que ele seja uma ameaça séria ao bem-estar físico e psicológico de terceiros. E estabeleceu a diferença entre o comportamento atípico e a doença (possivelmente) decorrente dele:

É uma diferença sutil mas crucial, que torna possível a um indivíduo envolver-se consensualmente em comportamentos sexuais atípicos sem ser inapropriadamente rotulado com um distúrbio mental. Com esta revisão, DSM-5 claramente distingue entre interesses sexuais atípicos e distúrbios mentais envolvendo estes desejos ou comportamentos.

[It is a subtle but crucial difference that makes it possible for an individual to engage in consensual atypical sexual behavior without inappropriately being labeled with a mental disorder. With this revision, DSM-5 clearly distinguishes between atypical sexual interests and mental disorders involving these desires or behaviors.]

E aí começou a brincadeira: masoquismo sexual virou “distúrbio sexual masoquista”, fetichismo virou “distúrbio fetichista”, etc. Finalmente chegamos à cereja do bolo: o que era simplesmente pedofilia (pedophilia) virou “distúrbio pedofílico” (pedophilic disorder).

À primeira vista, portanto, vale tudo o que foi dito acima: a “sutil” mudança objetivava distinguir o comportamento do distúrbio, tornando assim possível a existência de um «desejo ou comportamento» pedofílico que não fosse intrinsecamente doentio. Porém, contudo, todavia, o mesmo documento dedica o parágrafo final a este espinhoso caso, explicando o seguinte:

No caso do distúrbio pedofílico, o detalhe (sic) notável é o que não foi revisado no novo manual. Embora tenham sido discutidas propostas durante o processo de elaboração do DSM-5, os critérios diagnósticos terminaram permanecendo os mesmos do DSM-IV TR. Apenas o nome do distúrbio será mudado de pedofilia para distúrbio pedofílico, a fim de manter a consistência com [a nomenclatura adotada n]os outros itens do capítulo.

[In the case of pedophilic disorder, the notable detail is what wasn’t revised in the new manual. Although proposals were discussed throughout the DSM-5 development process, diagnostic criteria ultimately remained the same as in DSM-IV TR. Only the disorder name will be changed from pedophilia to pedophilic disorder to maintain consistency with the chapter’s other listings.]

Note-se, portanto, a gambiarra: fez-se uma revisão completa no conceito de parafilias, a fim de distinguir entre o “comportamento atípico” e o distúrbio que o envolve. Para expressar essa mudança conceitual, adotou-se uma nova terminologia, transformando a “parafilia X” no “distúrbio X-parafílico”. Única e exclusivamente no caso da pedofilia, mantiveram-se os critérios de diagnóstico da versão anterior (i.e., para ela não vale a distinção recém-introduzida). No entanto, para manter uma nomenclatura padrão, alterou-se o nome da doença de “pedofilia” simpliciter para “distúrbio pedofílico”. Ao contrário de todos os outros casos, aqui esta nova terminologia não significa uma mudança conceitual no distúrbio psicológico.

A emenda saiu pior do que o soneto. É bastante óbvio que se vai questionar este tratamento diferenciado, feito sem o menor rigor científico. Ou pior, estas notas de rodapé serão facilmente ignoradas quando as pessoas começarem a citar e a usar somente a nova nomenclatura, havendo já introjetado a razão da mudança. No fundo, esta tentativa de salvar a credibilidade da psiquiatria ficou patética, e não terá força alguma para conter a revolução moral que já há décadas se lança impetuosa contra o que resta de bom senso na civilização ocidental. A APA não reclassificou a pedofilia como uma “orientação sexual, mas deu todas as ferramentas para que isso – por engano ou má fé – doravante possa ser facilmente feito.

Autor: Blogueiro Jorge Ferraz

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Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Desde 1886 ela era tratada como um caso de saúde pública.

A Associação Americana de Psiquiatria publicou, em 1952, em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, que a homossexualidade era uma desordem ou transtorno. Após anos de debate entre psiquiatras, em 1973 a Associação Americana de Psiquiatria retirou a opção sexual da lista de transtornos mentais. Pouco depois a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição.

Esse foi o primeiro passo para que a Organização Mundial de Saúde acatasse essa decisão e mudasse sua situação na classificação internacional de doenças (CID). De lá para cá ativistas LGBT fizeram sucessivas investidas para que a questão gay fosse tratada apenas como “opção sexual”. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a opção sexual como doença em 1985.

Na maioria dos países do mundo, grupos de cristãos tradicionais (evangélicos e católicos) sempre se opuseram a essa abordagem, classificando apenas como uma questão de “escolha” ou simplesmente “pecado”.

Em outubro de 2013, está começando uma nova guerra dos cristãos contra a questão do que é aceitável e inaceitável do ponto de vista médico. A Associação Americana de Psiquiatria acaba de mudar a classificação de pedofilia. De um transtorno, passou a ser uma orientação ou preferência sexual. A mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-V). Trata-se de um manual para diagnóstico de doenças mentais. Ele é usado para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais.

A pedofilia é definida na nova edição como “uma orientação sexual ou preferência sexual desprovido de consumação, enquanto o ‘distúrbio pedófilo’ é definido como uma compulsão e usado para caracterizar os indivíduos que usam assim a sua sexualidade”. O referencial são crianças com menos de 13 anos de idade.

Grupos cristãos estão se manifestando nos EUA, temendo que ocorra o mesmo processo que aconteceu com a homossexualidade, onde o primeiro passou foi justamente a mudança de classificação da Associação Americana de Psiquiatria.

Por outro lado, associações defensoras da pedofilia, como a B4U-ACT, aprovaram a medida. Paul Christiano, porta-voz do grupo afirma que ficará mais fácil distinguir quem sente atração sexual e quem comete a violência (configurando crime).  Christiano, que é formado em psiquiatria, defende a “autonomia sexual” das crianças, e acredita que “mais educação sexual nas escolas iria ajudá-los a compreender melhor seus limites”.

Sandy Rios, da ONG evangélica Associação da Família Americana, disse em comunicado oficial: “Assim como a Associação Americana de Psiquiatria declarou a homossexualidade uma ‘orientação’ após uma tremenda pressão de ativistas homossexuais em meados dos anos 1970, agora, sob pressão dos ativistas pedófilos, declararam o desejo de fazer sexo com crianças também uma ‘orientação’. Não é difícil ver onde isso vai levar. Mais crianças se tornarão presas sexuais se não agirmos”.

No Brasil, em meio ao debate do Projeto de lei PLC 122, proposto pelo PT, o senador Magno Malta, declarou: “Se aprovarmos um projeto desses, de você ser criminoso por não aceitar a opção sexual de alguém, é como se você estivesse legalizando a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade… O advogado do pedófilo vai dizer, senhor juiz a opção sexual do meu cliente é criança de nove anos de idade. O juiz vai decidir como, se está escrito que é crime?”

Esta semana, nos EUA, o Dr. Gregory Popcak , do Instituto de Soluções Pastorais, organização católica dedicada a tratar, do ponto de vista da fé, questões relacionadas ao casamento e a família, alerta: “se chamarmos de ‘orientação’ algo que pode ser utilizado por algum grupo de defesa, acabaremos ouvindo que a pedofilia é “apenas mais uma expressão normal do desejo sexual, o que seria extremamente problemático”.

No início deste ano, um Tribunal Federal da Holanda aprovou a existência da Associação Martijn, defensora do sexo consensual entre crianças e adultos. O veredito oficial reconhece que o trabalho da associação é “contrário à ordem pública, mas não há uma ameaça de desintegração da sociedade”. 

Fontes: G Prime,  Charisma News e Women of Grace.

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Um simples clique, uma imagem compartilhada, e então começa um pesadelo. O que para você é uma inocente foto do seu filho, tirada na praia, para outros poderia representar um verdadeiro objeto erótico.
 
Ouvimos cada vez mais o alarme da pornografia infantil, mas a geração 2.0 parece não se preocupar muito com seus hábitos e costumes.
 
Segundo um estudo inglês dirigido por um grupo de pesquisadores, parece que mais de 60% dos novos pais britânicos publica no Facebook fotografias dos seus filhos recém-nascidos quando estes têm menos de uma hora de vida – verdadeira delícia para os pedófilos e maníacos obcecados pela busca constante de fotografias infantis na internet.
 
“Não há nada de errado em compartilhar o rosto sorridente de uma criança – comenta Fortunato di Noto, fundador de uma associação italiana contra a pedofilia, ao jornal Live Sicilia Catania. O problema começa quando estas imagens são de crianças nuas ou nas quais seus filhos, recém-nascidos ou já um pouco maiores, fazem determinadas posturas. O pedófilo busca isso constantemente e, ao ver a fotografia da criança, crescerá nele o desejo sexual de possuí-la.”
 
Praticamente todos os dispositivos tecnológicos atuais possuem touchscreen. Mas o que isso tem a ver com a pornografia?
 
“Não só a visão, mas também o tato permite o aumento do prazer – continua Fornunato. As fotografias, além de ser vistas, contempladas, podem ser observadas com zoom, aumentando, com os dedos, determinadas áreas íntimas, e isso traz mais satisfação à obsessão do pedófilo.”
 
Os números: segundo dados oferecidos pelo Facebook Itália, em 2012 eram 300 mil os menores de 13 anos que tinham um perfil nesta conhecida rede social – um número que só tende a crescer. Cerca de 99% dos jovens de 13 a 17 anos têm sua própria conta.
 
Como explica o chefe da polícia civil da Sicília, Marcello La Bella, “é preciso prestar mais atenção às redes sociais. Nem todo mundo sabe que, no Facebook, é preciso estar muito atentos na hora de criar uma conta, pois há vários direitos concedidos pelo usuário à sociedade e a terceiros”. É uma distração que poderia sair cara.
 
Segundo dados da polícia civil, há um claro aumento dos casos vinculados ao uso ilegal da própria imagem, bem como os ligados ao chamado “roubo de identidade”.
 
“Recebemos dezenas de casos na delegacia; uma imagem que circula online pode ser adquirida e usada por terceiros, sem que haja uma autorização prévia do legítimo titular – que, no caso dos menores, são os próprios pais. Isso é um abuso, uma violação penal contemplada pela lei de proteção ao menor”, comenta La Bella.
 
O que fazer, então?
 
“Se alguém publica ou compartilha nossas fotos, podemos fazer uma denúncia”, afirma. Este é um caminho longo e complicado, muitas vezes incapaz de eliminar toda mancha de violência sofrida pelo menor, que às vezes é vítima da obsessão do pedófilo, mas também da desatenção dos seus pais.

Fonte: Aleteia

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Já li alguns livros de Richard Dawkins e confesso ter gostado.
 
Mas quando vejo tanto seu ateísmo militante (e chato ou mesmo intolerante) e também seu crescente relativismo moral, chego a questionar se os conservadores religiosos não estão certos quando falam do “drama do humanismo secular”.
 
Será que os valores se perdem por completo sem uma régua mais, digamos, eterna?
 
Não vou tentar responder isso aqui e agora, mas vou expor a última de Dawkins, que considero realmente assustadora. O cientista teria dito  que a “leve pedofilia” não é algo tão condenável assim. Usou como exemplo seu próprio caso na infância, quando um professor teria o colocado no colo (e depois o levado a tocar em suas partes íntimas…)
 
Segundo o biólogo, o professor teria feito isso com vários alunos, mas não acha que nenhum deles sofreu algum tipo de dano permanente. Tampouco acha que pode julgá-lo com base nos critérios e valores de hoje, já que isso ocorreu há décadas atrás.
 
Curiosamente, o cientista estaria aliviando para o lado de padres acusados de pedofilia. Mas é um religioso que vem atacar o absurdo disso. Peter Watt, diretor na National Society for the Prevention of Cruelty to Children, disse:
 
O Sr. Dawkins parece pensar que, porque um crime foi cometido há muito tempo, devemos julgá-lo de uma maneira diferente. Mas sabemos que as vítimas de abuso sexual sofrem os mesmos efeitos se foi há 50 anos atrás ou ontem.
 
Há “progressistas” tentando relativizar a pedofilia. 
 
O jornal britânico de esquerda, The Guardian, publicou um artigo no começo de 2013 chamado Paedophilia: bringing dark desires to light, em que é tratada como algo quase normal.
 
O jornal deu espaço para Sarah Goode, da Universidade de Winchester, expor sua opinião de que um em cada cinco adultos são capazes, em certo grau, de ser sexualmente despertados por crianças. Trocas “voluntárias”, entre um adulto e uma adolescente, passarão a ser vistas como algo aceitável no mundo “moderninho”. Engov!
 
Voltando a Dawkins, ele diz sobre o professor de sua infância: “Não acho que ele causou em qualquer um de nós dano duradouro”. Ouso discordar.
 
Em tempo: Dawkins é especialista em biologia evolutiva, mas pedofilia jamais poderá ser vista como algum tipo de evolução. Na verdade, é um atraso que nos remete à barbárie do século VII, quando certo profeta resolveu se casar com uma menina de 9 anos apenas!
 
Nota: A repercussão da coisa toda foi tão grande que Dawkins veio se explicar, colocando sua fala dentro de um contexto diferente. Menos mal. Mas o alerta continua válido: o relativismo moral dos progressistas tem levado a bandeiras bizarras nos últimos anos.
 
Rodrigo Constantino, Revista Veja
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Afirmação é da Justiça do Estado norte-americano do Oregon, que rejeitou a acusação contra o Vaticano por responsabilidade nos casos de abuso sexual cometidos por um padre irlandês

A Santa Sé não pode ser acusada de responsabilidade direta em casos de abuso sexual cometidos por qualquer membro do clero no mundo, afirma uma sentença do Tribunal de Recurso do Estado do Oregon, nos Estados Unidos.

O tribunal rejeitou, no dia 5 de agosto, uma causa iniciada em 2002 sobre supostas responsabilidades do Vaticano em um caso de abusos sexuais de menores cometidos por um padre irlandês em 1965.

Após ser denunciado, o caso do sacerdote foi levado pela sua ordem religiosa à Santa Sé, que reduziu o padre ao estado leigo num prazo de poucas semanas.

O tribunal do Oregon rejeitou a acusação e refutou a tese de que a Santa Sé tenha controle sobre todos os sacerdotes do mundo. A decisão significa que a Santa Sé não pode ser responsabilizada diretamente em casos de abusos sexuais cometidos por qualquer expoente do clero. Essa suposta responsabilidade seria uma premissa “errônea”, afirma o tribunal.

O advogado da Santa Sé, Jeffrey S. Lena, explica: “Os padres estão sob o controle dos seus superiores locais. O estado clerical não os torna ‘funcionários’ da Santa Sé, como seria o caso em uma empresa”. O advogado também afirma não ser verdade que a Santa Sé “receba e armazene informações sobre todos os sacerdotes do mundo”.

Em entrevista à seção inglesa da Rádio Vaticano, Jeffrey Lena destacou que o tribunal rejeitou a ideia de tratar a Igreja Católica como uma grande empresa dirigida pelo papa, como se ele fosse um diretor executivo.

O advogado também ressaltou que o juiz “teve a oportunidade de acompanhar os fatos de perto, conversar com todas as partes e com as testemunhas ligadas ao caso do sacerdote. Isto permitiu que ele examinasse com detalhes se havia ligações com a Santa Sé e apurasse que a Santa Sé só foi informada quando recebeu o pedido de redução do sacerdote ao estado leigo, feito pelos seus superiores locais”

Vatican Insider

Estão diminuindo os “abusadores, as denúncias e as vítimas de abusos sexuais” nas dioceses dos Estados Unidos.

Em 2012 houve uma diminuição, segundo o último relatório da Georgetown University de Washington. ONational Reviwe Board da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (Usccb) encarregou-a de recopilar os dados sobre os casos de abuso e sobre a aplicação da Carta para a Proteção de Crianças e Jovens, adotada pelos bispos em 2002, depois do escândalo que havia surgido poucos meses antes.

A maior parte dos casos está relacionada a fatos que aconteceram entre os anos 1970 e 1980, “cujos responsáveis, enquanto isso, foram destituídos ou já estão falecidos”, segundo recordou a Rádio Vaticano.

O estudo legal StoneBridge Business Partners também participou do estudo. O relatório indica que, dos 34 casos de 2012, apenas seis foram considerados com fundamento pelo tribunal, 12 foram considerados carentes de fundamento e outros 15 estão esperando maiores investigações. Apenas três das dioceses examinadas não demonstraram que haviam respeitado as diretrizes da Carta.

O relatório está dividido em duas seções. “Uma, confiada à StoneBridge Business Partners, está relacionada à confirmação da correta aplicação das disposições da Usccb”; o estudo legal “realizou averiguações diretas em 71 dioceses e eparquias, além de ter examinado a documentação apresentada por outras 118. Nem todas aceitaram submeter-se à investigação: somente a diocese de Lincoln e 5 eparquias de rito oriental”. Na introdução do relatório declara-se que o objetivo do mesmo é avaliar todas as dioceses e eparquias para poder garantir da melhor forma possível a defesa dos menores.

“A segunda parte do relatório está relacionada, ao contrário, aos dados recopilados sobre as denúncias e os gastos das dioceses com as indenizações das vítimas”. Em 2012, houve 397 denúncias, mas um enorme número referia-se a fatos anteriores a 2000, contra 313 sacerdotes ou diáconos. Este é o número mais baixo desde 2004, ano “em que começou a recopilação sistemática destes dados”.

Em 2012, “as dioceses e as ordens religiosas gastaram mais de 148 milhões de dólares entre gastos legais, gastos para assistir as vítimas e tratar os abusadores”. Além disso, foram usados cerca de 26,5 milhões de dólares “para financiar programas de proteção”.

Terra

O cardeal Keith O’Brien, que renunciou ao cargo de chefe da Igreja Católica na Escócia após admitir má conduta sexual, vai deixar o país para cumprir meses de “oração e penitência”, disse o Vaticano nesta quarta-feira.

Um breve comunicado do Vaticano não disse para onde vai viajar O’Brien, que já foi o líder católico mais importante da Grã-Bretanha, nem explicou porque ele estava deixando a Escócia.

Mas o Vaticano espera que o anúncio resolva uma questão que contribuiu para uma sensação de crise na Igreja Católica.

O cardeal renunciou ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo em 25 de fevereiro, depois de três padres e um ex-padre da Escócia terem se queixado de incidentes de má conduta sexual que remontam à década de 1980.

O’Brien inicialmente rejeitou as alegações publicadas em um jornal britânico e disse que estava buscando aconselhamento jurídico. Mas depois ele pediu desculpas pela má conduta.

O Vaticano disse nesta quarta-feira que sua saída foi decidida “de acordo com o Santo Padre”, sem determinar se foi uma ordem do próprio papa Francisco.

O’Brien deixará a Escócia por “vários meses, para o propósito de renovação espiritual, oração e penitência”, acrescentou o Vaticano.

Ele está deixando o país pelas mesmas razões pelas quais decidiu não participar do conclave que elegeu o papa Francisco em 13 de março, segundo o comunicado do Vaticano, sem entrar em mais detalhes.

(Reportagem de Philip Pullella)