Folha de São Paulo

Senadores, deputados e pastores evangélicos decidiram nesta terça-feira (14) não reconhecer mais o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) como interlocutor do governo com o segmento. Uma das atribuições da pasta de Carvalho é conversar com movimentos sindicais e segmentos religiosos.

O grupo pediu uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para avisá-la da decisão, mas o encontro ainda não foi agendado.

Durante palestra no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, mês passado, Carvalho disse que o Estado deve fazer uma disputa ideológica pela “nova classe média”, que estaria sob hegemonia de setores conservadores.

“Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel da hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais, que são a grande presença para esse público que está emergindo”, disse.

O senador Magno Malta, porta-voz dos evangélicos e da Frente da Família no Congresso, disse que encaminhará a Dilma uma nota de repúdio.

Durante reunião entre senadores, deputados e pastores, houve também manifestação de repúdio ao ativismo da nova ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, favorável ao aborto.

Foi distribuída carta-compromisso que Dilma assinou no segundo turno das eleições presidenciais, em 2010, se comprometendo a não enviar ao Congresso projetos pró-aborto.

Na mensagem aos evangélicos, a então candidata dizia ser “pessoalmente contra o aborto”. Malta disse que o segmento não pode “desconfiar” da palavra de Dilma, mas afirmou que os evangélicos lamentam a escolha de Menicucci.

“Temos o documento assinado por ela dizendo que é contra o aborto. Então, chega a ministra que está indo a ONU com dinheiro público para defender aborto. Vamos construir um documento revelando nossa contrariedade e reiterando nossas posições contra o aborto e a resistência que nós faremos a isso”, afirmou.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o comportamento de Menicucci não é “compatível” com o cargo e que cabe a Dilma “enquadrá-la”.

Cunha lembrou o compromisso assumido por Dilma na campanha eleitoral, de não mandar para o Congresso projetos que legalizem o aborto. Afirmou esperar que ela cumpra o que disse.

“Na eleição, o aborto foi um tema presente. Ela mesma assinou o documento, qual era a real posição dela do aborto. Desmistificamos que ela era favorável ao aborto. E conseguimos que os evangélicos que estavam contrários recuassem e uma parte passou a apoiá-la.”

A reunião não tratou de eventuais ataques à candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo por causa do kit gay (material que seria distribuído em escolas para combater preconceito contra homossexuais) desenvolvido pelo Ministério da Educação na sua gestão. Mas Malta mandou recado. Disse que as posições das pessoas definem apoio ou ataque: “Se juntar católicos e evangélicos em São Paulo, Haddad não tem a menor chance”.

Por Reinaldo Azevedo, Blogueiro da Revista Veja.

Baixe o arquivo censurado com a entrevista de Eleonora Menicucci.aqui

A petralhada vive reclamando do que chama “censura” no meu blog, como se uma página pessoal, privada, pudesse censurar alguém. A que chamam censura? Eles reivindicam “o direito” de me ofender e a meus leitores! Não permito, claro! Visita que vem à minha casa tem de me tratar bem! Só faltava acontecer o contrário. Não sou eu que invado o computador do petralha, pô! Ele é que decide me acessar. Por que não fazem como eu, que os ignoro? Também querem usar a minha página para suas correntes de difamação ou de militância partidária, o que igualmente não permito.

Discordar pode? Basta ler os comentários para se constatar que sim. Mas é claro que imponho restrições, ou se dará no blog o que se verifica na área de comentários dos grandes portais e dos sites dos jornais: estão todas, sem exceção, tomadas pelos patrulheiros. Seu trabalho é bater boca e desqualificar os críticos do governo e do petismo. São pessoas pagas para isso, contratadas com esse fim.

Aqui não será assim! A mediação tem demorado um tantinho porque estou ainda sem um auxiliar. Que demore! Os meus leitores compreenderão. Uma coisa é certa: a minha praia, eles não vão invadir. Aqui mando eu! Mas volto ao ponto.

É de censura que querem falar? Então vamos lá. Toda censura será sempre oficial, exercida pelo estado, pelo governo de turno. Falar em censura em órgãos privados de imprensa é uma estupidez, uma cretinice, uma vigarice intelectual. Jornais, sites, revistas, blogs etc privados têm, quando muito, linha editorial. E olhem que até isso tem sido raro. Os “companheiros” estão infiltrados em tudo o que é lugar. Os petralhas costumam chamar “censura” a eventual não-publicação de suas mentiras e de seus reptos ideológicos.

Outra forma de censura é usar o dinheiro público seja para punir veículos considerados incômodos — não os contemplando com anúncios oficiais e de estatais —, seja para premiar os que têm o nariz marrom, comprando a sua fidelidade.

Pois bem! A Universidade Federal de Santa Catarina é uma instituição pública. A entrevista da agora ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci estava nos arquivos da instituição. Eu a descobri e transcrevi trechos aqui. AGORA ELA FOI RETIRADA DO AR! Os petralhas querem um caso de censura? Pois eles o têm aí, de modo evidente e insofismável. Ontem, o Ministério divulgou uma nota afirmando que já havia solicitado que ela desaparecesse dos arquivos porque conteria “imprecisões”.

Há, sim, imprecisões nas transcrições, uma troca ou outra de palavra. Mas não nos trechos relevantes — aqueles que transcrevi. Está tudo muito claro!
1- Eleonora confessou que atravessou a fronteira da Colômbia para se dedicar a uma prática criminosa naquele país: o aborto;
2- Eleonora confessou que seu segundo aborto foi decidido junto com o partido de esquerda a que pertencia;
3- Eleonora revelou intimidades de sua vida privada (sua primeira relação homossexual) e de sua filha (lésbica que fez inseminação artificial);
4- Eleonora se disse avó dessa criança, mas também “avó do aborto”, porque já fizera dois;
5- Eleonora confessou que sua ONG promovia exame de colo de útero por leigos, já que ela própria disse ter se dedicado à prática, segundo se entende, como examinadora…;
6- Eleonora confessou que o treinamento da Colômbia era parte de uma proposta de se promoverem abortos realizados por não-médicos.

Para lembrar o trecho mais eloqüente:

Eleonora –  Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana – Certo.
Eleonora – O Coletivo nós críamos em 95.

Joana
– Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora – Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana – Aprendia a fazer aborto?
Eleonora – Com aspiração AMIU.
Joana – Com aquele…

Eleonora
– Com a sucção.
Joana – Com a sucção. Imagino.
Eleonora – Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…

Joana
–  é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora – Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…

Joana
– Claro!
Eleonora – Lidar com o aborto.
Joana – Claro!.

Encerro

Eis aí! A retirada de um documento de uma instituição pública por pressão do Estado, isso, sim, é censura! Ocorresse num governo do PSDB ou do DEM, a grande imprensa faria um estardalhaço. Como se dá na administração dos companheiros e como se considera, afinal de contas, que ser a favor do aborto é coisa de “gente moderna, humana e progressista”, então se vai fazer um silêncio sepulcral a respeito.

Não será a primeira vez que a própria grande imprensa vai condescender com a censura por causa do aborto. Já aconteceu antes. A defesa do aborto, acreditem vocês, parece tornar aceitável no Brasil a tese do crime de opinião.

Neste blog eles não se criam.

PS – Sim, eu fiz uma cópia de segurança da entrevista porque tinha a certeza de que os companheiros agiriam como companheiros. E vou colocá-la de volta na rede. De todo modo, os trechos mais eloqüentes já são de domínio público. Eles podem censurar a Universidade Federal de Santa Catarina. Mas a mim não censuram. Não ainda. Se e quando seu projeto de poder estiver plenamente consolidado, aí sim. Aí eles começarão censurando Reinaldo Azevedo e terminarão, como todos os totalitários, censurando os próprios companheiros.

Baixe o arquivo com a entrevista de Eleonora Menicucci.aqui

Veja essa notícia:

A nova ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, pode ter de explicar ao Congresso suas posições a respeito da legalização do aborto.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) pediu a convocação de Eleonora na Câmara dos Deputados. O pedido ainda depende do aval dos colegas. A ministra, que é cientista social com pós-doutorado em Medicina, não só é favorável à liberação do aborto como diz ter recorrido à prática para interromper duas gestações, além de ter aprendido a realizar abortos em um curso na Colômbia.

Bombardeio – As declarações fizeram com que ela fosse bombardeada pela bancada evangélica antes mesmo de tomar posse. Na solenidade, no entanto, a ministra não citou a palavra aborto. Mas disse que lutará pelos direitos reprodutivos da mulher.

“Não podemos aceitar que mulheres sejam vistas como meros objetos sexuais, que morram durante a gravidez, que não realizem exames preventivos, que os serviços de atendimento às mulheres vítimas de atendimento sexual continuem sem manutenção, e que tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados”, afirmou, na ocasião.

(Gabriel Castro, de Brasília)

Revista Veja

ACI

Em uma denúncia aparecida ontem, 13, no blog do jornalista católico Reinaldo de Azevedo da Veja, o escritor cita uma entrevista da nova ministra da mulher, Eleonora Minicucci, oferecida em 2004, na qual ela confessa já ter abortado duas vezes e que viajou à Colômbia para aprender a fazer aborto por sucção, o método conhecido como AMIU (Aspiração Manual Intra-Uterina), mesmo não sendo médica.

Segundo Reinaldo de Azevedo, na entrevista de 14 de outubro de 2004, a então apenas professora Eleonora Menicucci, (que tomou posse como ministra das Mulheres na semana passada) afirmou ter participado do Partido Comunista e “ter partido para a luta armada”.

Citando trechos da própria entrevista, a agora ministra Eleonora dizia à sua interlocutora:

“Eu tinha que fazer… a luta armada aqui. E um detalhe importante nessa trajetória é que seis meses depois dessa minha filha ter nascido eu fiquei grávida outra vez. Aí junto com a organização (do Partido Operário Comunista) nós decidimos, a organização, nós, que eu deveria fazer aborto porque não era possível… na situação ter mais de uma criança, né? E eu não segurava também. Aí foi o Segundo aborto que eu fiz”.

“Eu fiz aborto em outra clínica de Pinheiros, também de um médico militar, vim a saber depois. Eu vou presa dia 11 de julho de 71”, confessava também Menicucci quem afirmou que se descobriu feminista no período em que esteve na prisão.

Porém uma das coisas mais graves que confessou a ministra nesta entrevista é que participou de abortos e treinou-se para realizá-los, mesmo sem nenhum treinamento médico, viajando pela sua ONG à Colômbia.

Na entrevista ela afirma:
“E aí fui coordenadora do grupo de Mulher e Política da ANPOCS, do GT.

Dois anos…dois mandatos seguidos, e voltei pra João Pessoa. Aí em São Paulo eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. Eu a Maria José Oliveira, a Vera Soares, a Tereza Verardo a Margareth Lopes, a Magali Marques, críamos o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, que é uma ONG, para atender as mulheres de forma diferenciada com respeito a… E nesse período estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia”.

Reproduzimos abaixo a maneira funesta como a atual ministra contou à sua interlocutora, Joana Maria, sobre seu treinamento fora do Brasil:

“Eleonora: Era em Clínicas em Aborto…a gente aprendia a fazer aborto…
Joana: Aprendia a fazer aborto.
Eleonora: Com aspiração AMIU
Joana: Com aquele…
Eleonora: Com a sucção.
Joana: Com a sucção. Imagino. Uhum.
Eleonora: Que eu chamo de AMIU . Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana: Que as pessoas se auto…auto…fizessem
Eleonora: Auto-capacitassem, e que pessoas não médicas podiam…
Joana: Claro.
Eleonora:…lidar com o aborto.
Joana: Claro.
Eleonora: Então vieram duas feministas que eram clientes, usuárias do Coletivo, as quais fizeram o primeiro auto-exame comigo. Então é uma coisa muito linda…”

Segundo Reinaldo de Azevedo no seu blog: “Eleonora confessa na entrevista que não é apenas “abortista” — termo a que os ditos progressistas reagem porque o consideram uma pecha, uma mácula. Ela também é aborteira”.

Na sua análise Azevedo afirma que isto “deixa claro que o objetivo de seu trabalho (como ministra) é fazer com que as pessoas se “autocapacitem” para o aborto, de sorte que ele possa ser feito por não-médicos. É o caso dela! Atenção! Dilma Rousseff nomeou para o ministério das mulheres uma senhora que defende que o aborto seja uma prática quase doméstica, sem o concurso dos médicos. Por isso ela própria, uma leiga, foi fazer um “treinamento”.

“Não! Jamais apertaria a mão de torturadores. E jamais apertaria a mão de dona Eleonora por isto aqui”, concluiu severamente o blogger católico Reinaldo de Azevedo em seu post que pode ser visto na íntegra com mais informação sobre a nova ministra em:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ministerio-dilma-nova-ministra-da-mulher-confessa-que-ja-treinou-abortos-por-succao-mesmo-nao-sendo-medica-mais-ela-se-considera-avo-de-um-neto-mas-tambem-do-aborto/

Uma declaração do Secretário Geral da Presidência da República, o ministro Gilberto Carvalho (PT), causou um grande mal estar entre o Palácio do Planalto e o eleitorado evangélico. O ministro havia dito que governo deve reagir e não permitir que a mídia de massa fique à mercê dos discursos conservadores das igrejas evangélicas.

O ministro afirmou, durante o Fórum Social em Porto Alegre, que o PT deve usar o espaço midiático para propagar suas ideologias, e que “é preciso fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes”.

As afirmações causaram um grande desconforto entre o governo e os evangélicos, que reagiram imediatamente se manifestando contra a declaração de Carvalho. Essa reação fez com o que a presidente Dilma Rousseff se manifestasse afirmando que a opinião do ministro não é compartilhada pelo governo.

De acordo com o site Radar online, da revista Veja, o Planalto publicou uma nota afirmando que a declaração do Secretário Geral da Presidência da República “não é uma posição do governo Dilma, que tem respeito pelos evangélicos, mas uma posição pessoal do ministro, que na verdade estava fazendo uma análise política”.

O colunista Lauro Jardim comentou o tema afirmando que “faíscas e problemas com a turma evangélica é tudo o que Dilma Rousseff não quer”.

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar ainda nesta segunda-feira a a saída da ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, pré-candidata à Prefeitura de Vitória pelo PT.

No lugar de Iriny assume Eleonora Menicucci de Oliveira, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e ex-companheira de Dilma no presídio Tiradentes, na década de 70. Será a nona substituição no ministério em um ano de governo.

Segundo fontes ligadas a Iriny, o Planalto deve divulgar uma nota anunciando a substituição. A cerimônia de posse deve acontecer nos próximos dias.

Com a troca de Iriny, Dilma completa a primeira fase da reforma ministerial, dedicada a substituir os ministros que vão disputar as eleições municipais deste ano. Antes de Iriny, Dilma trocou Fernando Haddad, que disputará a prefeitura de São Paulo, por Aloizio Mercadante no Ministério da Educação.

Pró-reitora da Unifesp, socióloga e professora de saúde coletiva na universidade, Eleonora é amiga de Dilma desde a década de 1960. Ambas nasceram em Belo Horizonte. Ex-diretora da União Nacional dos Estudantes, a nova ministra foi companheira de Dilma no presídio Tiradentes, em São Paulo, onde ficavam as presa políticas condenadas pela ditadura militar (1965-1985).

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/dilma-anuncia-hoje-saida-de-iriny-da-secretaria-das-mulheres/n1597616557447.html

***

A notícia parece comum,mas fiquemos atentos!

Em uma entrevista dada em 2004, a delicada questão do aborto foi abordada e respondida conforme transcrito abaixo:


“A questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica” …


“Eu fiz dois abortos, e também digo que sou avó do aborto, também porque por mim já passou.”


“Hoje (em 2004)… atendemos mulheres que foram vítimas de violência sexual e fazemos o aborto nesses casos.”
“também hoje faço parte das Jornadas Brasileiras pela Legalização do Aborto,no grupo de coordenadoras.”

A entrevista completa pode ser baixada no endereço abaixo:
Entrevista com Eleonora Menicucci de Oliveira, em 14/10/2004
FONTE: http://www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=56&func=startdown&id=179

Essa entrevista foi em 2004.

Percival Puggina

É uma encrenca.

Tenho visto muita gente de esquerda opinar sobre Cuba após uma viagem àquele país. Há os que, afetados por esclerose múltipla, de etiologia marxista, não entendem o que veem e proclamam que voltaram do paraíso.

Outro tipo segue a linha daquela senhora que entrou em mutismo até desabafar, sob pressão dos familiares: “Tá bom. Aquilo é uma droga, mas não posso ficar dizendo, tá?”. Tá, senhora, eu a entendo, apesar de, pessoalmente, não considerar aquilo uma droga. Droga é o regime. O povo cubano, submetido ao arbítrio e aos humores de uma ditadura que já leva mais de meio século, é um povo desesperançado. E há opiniões ainda mais notáveis, que se proporcionam quando o esquerdista que vai a Cuba é uma liderança política. Instado a opinar sobre o que viu, a celebridade tem que responder ao repórter.

Se fizer críticas ao regime estará, perante os companheiros, incorrendo em grave sacrilégio. Apontar mazelas cubanas é o equivalente ideológico de cuspir na cruz e chutar a santa. Coisa que não se faz mesmo.

Durante meio século, a esquerda desenvolveu toda uma mística em torno da Revolução Cubana, dos “elevados valores morais” do bandido Che Guevara e das qualidades de estadista que ornam com fulgurantes e imperceptíveis realizações a figura mitológica de Fidel Castro. Se o sujeito retornar de Cuba descrevendo o que necessariamente passou diante de seus olhos cairá na mais negra e sombria orfandade política. É uma encrenca.

Por outro lado, se não disser que há um regime totalitário instalado no país, que só existe um partido político, que não há liberdade de opinião, que os meios de comunicação são órgãos do governo ou do partido comunista, que há um rigoroso controle da sociedade e da vida privada pelo Estado e que persistem as prisões políticas, o sujeito se desqualifica como democrata perante as pessoas de bom senso porque esses fatos são irrecusáveis. É uma encrenca.

Pois foi nessa encrenca que se meteu o governador Tarso Genro quando decidiu passar uns dias de férias na ilha dos irmãos Castro. As perguntas lhe vieram,O  teor da entrevista pode ser lido em http://bit.ly/yPek9J .

Como fez o governador para sair dessa? Atacou o suposto bloqueio norte-americano à Ilha, claro. No entanto, até os guindastes do Porto de Mariel (onde o BNDES está financiando um investimento de US$ 600 milhões) sabem que não existe bloqueio a Cuba. Bloqueio seria uma operação militar impedindo a entrada e saída de navios. O que existe é um embargo pelo qual os Estados Unidos pretenderam restringir as operações comerciais com a Ilha.

No entanto, esse embargo está totalmente desacreditado há muito tempo. Os principais importadores de produtos cubanos são, pela ordem, Venezuela, China, Espanha, Brasil e Canadá. E os principais exportadores para Cuba, são, também pela ordem, Venezuela, China, Espanha, Canadá e Estados Unidos (é sim, 4,1% das importações cubanas são de bens de consumo made in USA). E não me consta que qualquer desses países mencionados, Brasil entre eles, sofra restrição comercial por parte dos Estados Unidos. Aliás, China e Venezuela destinam aos ianques respectivamente 18% e 38% de suas exportações e neles buscam respectivamente 7% e 27% de suas compras. Que terrível bloqueio americano é esse? Por outro lado, Cuba importa US$ 11 bilhões e exporta apenas US$ 4 bilhões. Não é por causa do embargo que as exportações cubanas são insignificantes. É porque – isto sim! – sua economia estatizada quase nada produz. Com um déficit comercial desse tamanho, o BNDES que se cuide, dona Dilma.

Sete vezes, na entrevista, o governador usou o anti-americanismo como forma de tergiversar sobre os males que o regime impõe ao país onde passou as férias. Tarso, na entrevista, estava sendo interrogado sobre Cuba por um jornalista companheiro. E batia nos Estados Unidos, enquanto surfava sobre o fato de que se há um bloqueio em Cuba, ele é o bloqueio imposto pelo governo à população, esta sim, impedida, sob força policial e militar, do fundamental direito de ir e vir.

Por fim, sobre a questão da democracia, o governador saiu-se com esta preciosidade: “A questão democrática em Cuba não pode ser avaliada com os mesmos parâmetros que servem para o Brasil, para a Argentina e para o Uruguai, por exemplo.” Não, não pode mesmo. Se for avaliar a questão democrática em Cuba com conceitos abstratos e imprecisos (apesar de universais) como, digamos assim, eleições livres, pluralismo partidário, liberdade de expressão e de imprensa, aí a coisa fica complicada. A democracia cubana tem que ser avaliada sob conceitos de partido único, liberdades restritas, inexistência de oposição e estado policial. Viram como é uma encrenca?

Folha de São Paulo

O PT vai montar uma “patrulha virtual” e treinar militantes para fazer propaganda e criticar a imprensa em sites de notícias e redes sociais como Twitter e Facebook.

O partido quer promover cursos e editar um “manual do tuiteiro petista”, com táticas para a guerrilha na internet. A ideia é recrutar a tropa a tempo de atuar nas eleições municipais de 2012.

“Vamos espalhar núcleos de militantes virtuais por todo o país”, promete o petista Adolfo Pinheiro, 36, encarregado de apresentar um plano de ação amanhã ao presidente da legenda, Rui Falcão.

Adriano Vizoni/Folhapress
SAO PAULO - SP, BRASIL, 17-10-2011, 19h30: PT NAS REDES SOCIAS. Retrato de Adolfo Pinheiro, coordenador do MAV (Militantes em Ambientes Sociais), nucleo que o PT esta criando para fazer propaganda politica na internet. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, PODER)
Adolfo Pinheiro, coordenador do núcleo que o PT está criando

Os filiados serão treinados para repetir palavras de ordem e usar as janelas de comentários de blogs e portais noticiosos para contestar notícias “negativas” contra o PT.

“Quando sai algo contra um governo petista, a mídia faz escândalo, dá página inteira no jornal. Temos que ir para cima”, diz Pinheiro.

“Nossa única recomendação é não partir para a baixaria e manter o nível do debate político”, afirma ele.

A criação dos chamados MAVs (núcleos de Militância em Ambientes Virtuais) foi decidida no 4º congresso do partido, em setembro.

O encontro foi marcado por ataques à imprensa e pela defesa da “regulamentação dos meios de comunicação”.

O militante à frente do projeto atuou na campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista em 2010.

No mês passado, tentou articular um ato contra a revista “Veja” após a publicação de reportagem sobre o ex-ministro José Dirceu.

Os petistas dizem que a nova ferramenta também poderá ajudar seus candidatos a enfrentar boatos na rede com maior rapidez.

“No ano passado, demoramos demais a rebater calúnias contra Dilma [Rousseff] sobre aborto e luta armada”, afirma Pinheiro.

Divulgue!

O Movimento em Defesa da Vida no Brasil (MDV) denunciou que na quinta feira, 18 de agosto, a Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, reuniu em Brasília representantes de diversas ONGs que promovem a legalização do aborto no país para a realização de uma plenária e em seguida representantes destas organizações tiveram uma audiência pública no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal para apresentar um documento favorável à despenalização do aborto no Brasil.


A audiência no senado foi convocada pela Senadora Lídice da Mata, do PT da Bahia, com o apoio da senadora Ângela Portela, do PT de Roraima, e da senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo.
O tema da reunião, conforme a convocação oficial, era um “debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.”

Conforme havia sido anunciado pela Senadora Marta Suplicy, as organizações que promovem o reconhecimento do aborto como um direito humano no Brasil, pesadamente financiadas por um conglomerado de fundações norte americanas, estão voltando o foco de suas atenções para o Senado Federal.

Dois dias após o término das eleições de 2010, ao ser questionada por uma repórter sobre “as chances, depois do que aconteceu nas eleições de 2010, do PT retomar bandeiras históricas como o direito ao aborto e ao casamento gay”, a senadora Suplicy respondeu: “certamente a prioridade do governo passará longe disso, e a presidente Dilma se comprometeu e não fará nenhum gesto neste sentido. Porém o congresso é outra coisa, e provavelmente deverá recuperar [o tema]”.

Segundo o MDV, durante a mencionada audiência no Senado, representantes de várias ONGs, entre as quais entre as quais está a Articulação de Mulheres Brasileiras, a Marcha Mundial de Mulheres, a Liga Brasileira de Lésbicas, a União Nacional dos Estudantes e a Central Única dos Trabalhadores, apresentaram aos senadores o documento da plataforma para legalização do aborto no Brasil.

O documento, distribuído no Senado, mas não divulgado pelos meios de comunicação, afirma, entre outras coisas que pretende-se retomar, no Brasil, “a proposta de legalização elaborada pela comissão tripartite, instituída em 2005 pela secretaria de políticas para as mulheres, retirando a prática de abortamento do código penal”.

Isto é, afirma o boletim do MDV, “o infame projeto elaborado pelo Governo Lula, apresentado sob a forma do substitutivo do PL 1135/91, que pretendia tornar o aborto legal durante todos os nove meses da gravidez, uma vez que, removido do Código Penal todas as figuras do crime de aborto, não haverá, no ordenamento jurídico brasileiro, qualquer tipificação de crime contra a vida antes do nascimento”.

A Plataforma insiste, porém, paradoxalmente, em “refutar a tese de que se pretende legalizar o aborto até o nono mês de gestação”.

A Plataforma afirma também que o aborto é apenas “o resultado da interrupção da gravidez até a 22ª semana de gestação e cujo produto pesa até 500 gramas”, discriminando o nascituro e ignorando que se trata de um ser humano completamente formado, dotado do mesmo direito inalienável à vida que qualquer outro ser humano, e não um simples produto que pesa até 500 gramas.

Ademais a Plataforma pretende “impedir que organizações religiosas participem na elaboração e controle social das políticas públicas, ou recebam recursos públicos para ação social que seja orientada por princípios religiosos”.

Segundo o MDV o documento pretende também “garantir a orientação sexual” nas escolas e “impedir a prática do ensino religioso na rede pública de educação”.

Para ver a notícia da reunião pró-aborto feita pela Agência Senado, visite:
http://www.senado.gov.br/noticias/movimento-de-mulheres-critica-projetos-de-lei-contrarios-a-interesses-femininos.aspx

Para entender os desafios relacionados à defesa da vida no Brasil recomendamos também:
http://www.votopelavida.com/defesavidabrasil.pdf


Escolhidas por Dilma, todas as ministras são pró-aborto

Notícia velha, mas só agora a revista pró-aborto, Marie Claire, entrevistou as 9 ministras pró-aborto do governo Dilma para que as leitoras pudessem (se orgulhar?!) saber que são todas pró-aborto.

Seguem trechos da confissão de cada ministra do governo Dilma , da forma como está publicado na reportagem do dia 25/03, sexta-feira, no site da revista Marie Claire:

Marie Claire – Qual é a sua opinião sobre a legalização do aborto?
Tereza Campello, Desenvolvimento Social e Combate à Fome – A questão do aborto é uma questão que o estado brasileiro não pode se omitir. Decidi ser mãe e tive que batalhar bastante para poder engravidar. Não fiz tratamento. Engravidei com 43 anos. Se tivesse a oportunidade, seria mãe de novo.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Miriam Belchior, Planejamento, Orçamento e Gestão – Sou. Sou a favor de que as mulheres que tomam esta difícil decisão recebam tratamento adequado e não sejam criminalizadas por isso.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Iriny Lopes, Secretaria de Políticas para as Mulheres – As mulheres têm de ter o direito de decidir e o estado deve ampará-las nesta decisão. Nenhuma mulher gosta de passar por uma situação dessas.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Maria do Rosário, Secretaria de Direitos Humanos – É um tema que precisa ser trabalhado pela sociedade e as mulheres brasileiras precisam ser escutadas. O que é um tema de saúde pública foi transformado num tema eleitoral nos últimos tempos. Não foi justo o que tentou se fazer com a presidenta Dilma como mulher, colocá-la em uma situação difícil. Foi muito adequado quando ela respondeu que essas circunstâncias não devem ser tratadas como um caso de polícia, mas sim de saúde pública. Sou favor de que no Brasil se cumpra a legislação, que diz respeito à questão do estupro, da violência de um modo geral. Acho que nós devemos avançar na questão do risco de vida da mãe, assegurando a agilização desses procedimentos. Concordo também nos casos de anencefalia, que não tenhamos essa dor perpetuada para as mulheres durante a gravidez. Essa é a minha posição institucional. Minha posição pessoal é contrária de que as mulheres sejam penalizadas.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Izabella Teixeira, Meio Ambiente – Acho que não faria, mas sou a favor de que sociedade tenha o direito de exercer opções. Sou completamente a favor que a mulher decida sobre qualquer assunto que lhe compete. Ninguém tem que carregar a culpa de ninguém.

Marie Claire – A senhora é a favor da legalização do aborto?
Ideli Salvatti, Ministério Pesca e Aquicultura – Sou a favor da vida. Não só dos fetos, mas também das mulheres que correm riscos ao fazer abortos em clínicas clandestinas.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Ana de Hollanda, Ministério Cultura – Sou.

Marie Claire – É a favor da legalização do aborto?
Helena Chagas, Secretaria de Comunicação Social – O aborto é uma questão de foro íntimo, da mulher. Não se pode impor do ponto de vista pública. Ninguém deve impor isso a ninguém. É uma escolha pessoal.

Marie Claire – A senhora é a favor da legalização do aborto?
Luiza Bairros, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial – Essa coisa de opinião pessoal de ministro causa problemas

Fonte Wagner Moura

Vergonha! A liberdade de expressão cerceada por intenções explícitas e eleitoreiras…

E aí, “democratas”?

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Em parecer assinado no dia 30 de outubro por Sandra Cureau, Vice-Procuradora-Geral Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral (MPE), trantado sobre a apreensão do material impresso a pedido da Mitra Diocesana de Guarulhos, considerou que “afronta o regime democrático” caracterizar qualquer manifestação política como propaganda eleitoral.

O folheto intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras” pede que os eleitores não votem em candidatos de partidos favoráveis à descriminalização do aborto e cita uma série de ações do Governo Federal e do Partido dos Trabalhos para legalizar tal prática monstruosa. O texto está assinado por três bispos da Regional Sul da CNBB.

A coligação “Para o Brasil seguir mudando” e Dilma Rousseff afirmam, em Ação Cautelar, que os panfletos “imputam ao Governo Federal, seu atual representante e à candidata por ele apoiada, Dilma Rousseff, a defesa da legalização do aborto perante a ONU, congressos partidários e Congresso Nacional. Tal panfleto veicula propaganda negativa, ilícita e preconceituosa, atraindo competência e atuação enérgica da Justiça Eleitoral”.

Para o MPE, o “regime jurídico não impede que grupos sociais manifestem suas opiniões ante ao pleito eleitoral e ao posicionamento dos candidatos a cargos eletivos e seus respectivos partidos”, pois, “admitir isso seria o mesmo que incompatibilizar a legislação eleitoral com o próprio regime constitucional”.

O parecer não concorda que o panfleto tenha incorrido em crime e afirma que propaganda eleitoral é aquela “elaborada por partidos políticos e candidatos com a finalidade de captar votos do eleitorado para investidura em cargos público-eletivo”.

Embora tenha caráter político e exprima posicionamento quanto às eleições, o folheto não indica em quem votar e seu conteúdo “não pode ser conceituado como propaganda eleitoral, pois não foi elaborado por candidato ou partido político.”

Sobre o tema do aborto ter sido levantado, o MPE considera que é “natural e saudável que temas como esse sejam debatidos durante o período eleitoral”, além de ser uma liberdade “assegurada pela ordem constitucional vigente e nada há de ilegal em escrutinar os posicionamentos dos partidos políticos, candidatos, apoiadores, sobre temas polêmicos, apenas porque se trata de período eleitoral.”

O Ministério Público afirma que a liberdade de expressão do pensamento não é ilimitada. “É vedado o anonimato e assegurado o direito de resposta e indenização por dano moral e à imagem. No caso concreto, o panfleto não é anônimo.”

Conclui o parecer com um pedido de revogação da medida liminar e a devolução de todo o material apreendido à Diocese de Guarulhos.

Do parecer da Procuradoria Geral Eleitoral, destaca-se:

  • “No entanto, esse regime jurídico não impede que grupos sociais manifestem suas opiniões ante ao pleito eleitoral e ao posicionamento dos candidatos a cargos eletivos e seus respectivos partidos. Admitir isso seria o mesmo que incompatibilizar a legislação eleitoral com o próprio regime constitucional” (p. 4).
  • “Dessa forma, afronta o regime democrático caracterizar qualquer manifestação política como propaganda eleitoral e, por essa via, submetê-la ao crivo do poder de polícia da Justiça Eleitoral, que, repita-se, deve ser exercido em caráter excepcional” (pp. 4-5).
  • “A manifestação de pensamento sobre o aborto ou qualquer outro tema – seja expressando posicionamento favorável ou contrário – é assegurada pela ordem constitucional vigente e nada há de ilegal em escrutinar os posicionamentos dos partidos políticos, candidatos, apoiadores, sobre temas polêmicos, apenas porque se trata de período eleitoral” (p. 5).
  • “Por todo o exposto, manifesta-se o Ministério Público Eleitoral, pela revogação da medida liminar concedida, com devolução de todo material apreendido à  Mitra Diocesana de Guarulhos” (p. 7).

E, ao menos, jurisprudência firmada.

Confira notícia no site do MPE, clique aqui.

Para ler o parecer na íntegra, clique aqui.

Luís Felipe Escocard

“Papa condena aborto e pede a bispos do Brasil que orientem politicamente fiéis”. A notícia do website do jornal O Estado de São Paulo, de 28 de outubro último, deixa os clérigos progressistas em posição delicada.

Em reunião com os bispos do Maranhão afirmou Bento XVI que “quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum.”

Causou muita polêmica e gritaria a participação um pouco mais incisiva no processo eleitoral de bispos como D.Beni dos Santos, bispo de Lorena, D.Bergonzini, bispo de Guarulhos e D.Aldo Pagotto, bispo da Paraíba, que afirmaram não ser possível um católico votar num partido abertamente favorável ao aborto.

D.Bergonzini: “O papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro.” (Na seqüência de fotos: D.Bergonzini:, D.Beni e D.Aldo Pagotto)

Para surpresa de muitos brasileiros, no entanto, religiosos, dentre eles até bispos, censuraram os corajosos prelados. Como exemplo, D.Demétrio Valentini, bispo de Jales, deu larga entrevista em jornal dentro dos limites da diocese de Guarulhos, criticando seu bispo, por estar fazendo política. E em carta a D.Bergonzini afirma o seguinte: “De maneira muito injusta me acusa de ser um soldado do Partido dos Trabalhadores. O Brasil inteiro está vendo que é o sr. que está fazendo política, e muita gente está escandalizada com sua atitude de invocar sua condição de bispo e de ‘sacerdote do Altíssimo’, para pedir que não se vote no Partido dos Trabalhares, e em especial na candidata do partido para a Presidência. Ora, existe atitude mais política do que esta?”

No entanto, em atitude, não sei se católica, mas certamente política, D.Valentini assinou um manifesto pró-Roussef, afirmando que “para o projeto de um Brasil justo e igualitário, [a eleição de Dilma] representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra”. Assinaram também os bispos D.Luiz Eccel (Caçador, SC), D.Antônio Possamai (emérito de Rondônia); D.Pedro Casaldáliga (emérito de São Félix do Araguaia, MT), além de D.Xavier Gilles e D.Sebastião Lima Duarte, (emérito e diocesano de Viana, MA).

Para clérigos como o Bispo de Viana, Frei Betto e D.Valentini, seria lícito votar num partido a favor do aborto e do casamento homossexual.

Em outro ato pró-Roussef na Pontifícia Universidade Católica, afirmou frei Betto: “Bispos panfletários não falam em nome da igreja nem em nome da CNBB. É opinião pessoal, só que é injuriosa, mentirosa e difamatória.” E após as declarações do papa disse lamentar “que três bispos tenham desviado a atenção da opinião pública para introduzir oportunisticamente o tema no debate.”

Ora, diz Bento XVI: “Ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo.”

Também afirmou o mesmo frei que “lei de aborto não impede o aborto. O que impede aborto é política social, é salário, é o Bolsa-Família, é distribuição de renda.” (Perdoe-me a intromissão frei Beto, mas…e o aborto nos países ricos são motivados pelo o que? A riqueza impede o aborto??? Comentário meu, Carmadélio)

Comparemos com o que disse Bento XVI no dia 28 de outubro: “Seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural.”

Quando bispos levantam a voz energicamente em defesa da moral católica, os progressistas rasgam as vestes dizendo que estão se intrometendo em política. Política na qual eles tomam parte ativa, só que do lado contrário, a favor de um partido que defende o aborto, o casamento homossexual, a retirada de símbolos religiosos em locais públicos, etc.

Contradição absurda? Pode ser.

Mas, parafraseando Shakespeare, há certo método nessa incoerência…

O aborto foi determinante para o voto dos fiéis católicos – independentemente de sua escolha entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).

A reportagem do Valor ouviu 22 pessoas presentes à missa das 8 horas celebrada ontem,domingo, na terceira maior basílica do mundo, o Santuário de Aparecida (SP), e todas caracterizaram a questão do aborto, levantada há pouco mais de um mês no debate público, como “muito influente” para o voto. Para 18 deles, o tema foi “determinante” na escolha do candidato, tendo a participação dos padres, em suas igrejas locais, “ajudado a nos certificar de nossas escolhas”, segundo uma das fiéis abordadas pela reportagem.

A reportagem é de João Villaverde e publicada pelo jornal Valor, 01-11-2010.

Tidas como secundárias numa campanha eleitoral à Presidência da República, questões como aborto e união civil de homossexuais foram caracterizadas como “fundamentais” pelo arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno de Assis, na semana passada, após retornar de viagem ao Vaticano, quando foi comunicado pelo papa Bento XVI que será nomeado cardeal ainda em novembro. Na ocasião, afirmou: “Há certos valores que são fundamentais para a convivência harmoniosa e pacífica do país, como a questão da vida, a questão dos direitos humanos, a questão da família e do matrimônio. Não são coisas secundárias. Isso é fundamental”.

O Valor acompanhou ontem a missa das 8 horas no Santuário de Aparecida, celebrada por Dom Raymundo. Em sua homília de quase uma hora, o futuro cardeal falou das eleições de maneira genérica. “Que nosso Senhor nos ajude a escolher nosso governante neste dia de eleições, e que depois nos auxilie a acompanhá-lo”, afirmou, pouco antes de convidar os fiéis, que lotaram o santuário, a contribuírem com ofertas à Igreja. Por meio de sua assessoria, o arcebispo afirmou que estava “cansado” do tema eleitoral, e que não se posicionaria mais sobre o tema.

O comportamento equilibrado e diversionista do arcebispo de Aparecida contracenou com a visão firme da maior parte dos fiéis que viajaram à Aparecida, distante 168 km da capital paulista e 594 km de Curitiba (PR), principais centros de origem das pessoas abordadas pela reportagem.

“Saber que Dilma é favorável ao aborto contribuiu muito para nosso voto no Serra no primeiro turno e é uma pena que não votaremos nele hoje (ontem)”, disse Valéria Betinardi, que falava também por sua filha mais velha, Caroline, que consentia com gestos afirmativos com a cabeça. “Além disso”, afirmou Valéria, “o padre da igreja que frequentamos em Ribeirão Preto fala em todas as missas para não votarmos na Dilma”. Mas o padre cita o nome da candidata petista? “Fala, com todas as letras. E ainda avisa que não teme ser processado, porque luta pela vida”, respondeu Valéria.

Motivação semelhante foi apresentada pelo casal Gilberto e Maria Edna Gurski, comerciários da pequena cidade de Assis Chateaubriand, no interior do Paraná. Votaram em Beto Richa (PSDB), para governo de seu Estado, e Serra, para presidente, no primeiro turno, e repetiriam o voto ontem, caso não tivessem viajado à Aparecida. “Era preciso vir a esta missa, mas é uma pena deixar de votar no Serra”, disse Gilberto, para quem o PT, partido de Dilma, “deve ser evitado de todas as formas”. Sua esposa, Maria Edna, afirmou que o tema do aborto foi “determinante” para sua escolha no primeiro turno.

Mesmo eleitores de Dilma acusavam a “aprovação do aborto” como ponto fraco da candidata. Aides Aguis, auxiliar de estocagem de Curitiba, votou em Dilma no primeiro turno, e votaria ontem se não precisasse justificar seu deslocamento geográfico. Mas reclamava do aborto, que não deveria ter sido trazido ao primeiro plano. “Meu cunhado não tinha carro, geladeira, televisão e casa própria, antes do Lula assumir. Agora ele têm tudo e sabe que é graças ao governo. Mas não vota na Dilma porque não gostou de sua posição sobre o aborto”, disse.

Segundo Delestina Carrijo, dona de casa de Uberlândia (SP), eleitora de Dilma, a questão do aborto “grudou como cola nela, e afastou uma série de colegas”.


A retórica do PT paraibano pouco convence diante das evidências históricas e documentais do próprio partido que nunca negou sua posição INSTITUCIONAL a favor da morte pelo aborto

São fatos que falam por si só!

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A presidência do PT da Paraíba divulgou nesta terça-feira (12) uma nota de repúdio à manifestação do arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto, que acusa o partido de tentar implantar uma “cultura da morte” no Brasil, em defesa da descriminalização do aborto.

Em vídeo divulgado anteontem no YouTube, o religioso afirma que, desde que chegou ao poder, em 2003, “o PT assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil”. Até a tarde de hoje, o vídeo já havia sido visto 15 mil vezes.

Na nota divulgada hoje, o presidente do PT na Paraíba, Rodrigo Soares, afirma que o partido é “profundamente comprometido com a vida e com políticas públicas humanistas” e cita programas do governo Lula, como o Fome Zero e o Bolsa Família, como exemplo de políticas “que promovem os direitos humanos”.

A nota ainda lembra que cristãos de várias denominações são integrantes do PT e inclusive participaram de sua fundação, e que o partido “respeita o pluralismo religioso”.

Para Soares, a manifestação de dom Aldo foi “intolerante” e “agressiva”, contrária “à mensagem generosa do cristianismo”, e faz parte de uma “ação coordenada de forças de direita que visa difamar o PT”.