140324224554-large

Em 1990, cerca de 8% da população dos Estados Unidos não tinha nenhuma preferência religiosa. Em 2010, esta porcentagem mais que duplicou, chegando a 18%. Estamos falando de uma diferença de 25 milhões de pessoas que de algum modo perderam sua religião.

Isto coloca uma pergunta óbvia: Por quê? Por que os estadunidenses estão perdendo a fé?

Atualmente, há uma resposta possível graças ao trabalho de um cientista em informática do Colégio de Engenharia Olin de Massachusetts (Estados Unidos), Allen Downey, que fez uma detalhada análise dos dados. Afirma que a diminuição é o resultado de vários fatores, mas o mais polêmico deles é o crescimento da internet. Chega à conclusão de que o aumento no uso da internet nas últimas duas décadas provocou uma diminuição significativa da filiação religiosa.

Os dados de Downey provêm da General Social Survey, uma pesquisa sociológica muito respeitada realizada pela Universidade de Chicago (EUA), e que mede com frequência as atitudes e as características demográficas da população desde 1972.

Desde aquela época, a General Social Survey perguntou à população coisas como: “qual é a tua preferência religiosa?”, e “em que religião cresceste?” Também reúne dados sobre a idade de cada entrevistado, o nível de educação, o grupo socioeconômico, etc. E na era da internet, pergunta quanto tempo cada pessoa passa on-line. O conjunto total de dados que Downey utilizou consiste nas respostas de quase 9.000 pessoas.

O enfoque de Downey consiste em determinar como se relaciona a queda da filiação religiosa com outros elementos da pesquisa, tais como: a educação religiosa, o status socioeconômico, a educação e assim sucessivamente.

Ele descobriu que a maior influência na filiação religiosa é a educação religiosa, ou seja, as pessoas criadas em uma religião são mais propensas a estar filiadas a essa religião mais tarde.

No entanto, o número de pessoas com educação religiosa diminuiu desde 1990. Há uma clara relação entre isto e a inevitável queda no número de pessoas que mantêm a religião mais adiante em suas vidas. De fato, a análise de Downey mostra que este é um fator importante. Contudo, não explica a totalidade da diminuição nem de longe. De fato, os dados só explicam aproximadamente 25% da queda.

Também mostra que a educação em nível universitário se correlaciona com a diminuição. Uma vez mais, não é difícil ver como o contato com um grupo mais amplo de pessoas na universidade pode contribuir para a perda da religião.

Desde a década de 1980, a porcentagem de pessoas que recebe educação de nível universitário aumentou de 17,4% para 27,2% na década de 2000. Assim, não é de se estranhar que isto se reflita na queda dos números das filiações religiosas atuais. Mas embora a correlação seja estatisticamente significativa, representa apenas cerca de 5% da queda, razão pela qual deve haver algum outro fator.

E é aí que entra em jogo a internet. Também na década de 1980 o uso da internet era praticamente zero, mas em 2000 53% da população passa duas horas por semana on-line e 25% navega mais de sete horas.

Este aumento coincide estreitamente com a diminuição da filiação religiosa. De fato, Downey calcula que pode supor aproximadamente 25% da queda.

É um resultado fascinante. Implica que a partir de 1990, o aumento do uso da internet teve uma influência na filiação religiosa tão grande quanto a queda na educação religiosa.

Chegados a este ponto, seria preciso falar sobre a natureza destas conclusões. O que Downey encontrou são correlações e qualquer estadista dirá que as correlações não implicam causalidade. Se A se correlaciona com B, pode haver várias explicações possíveis. Pode ser que A cause B, B poderia causar A, ou algum outro fator poderia causar tanto A como B.

Mas isso não quer dizer que seja impossível tirar conclusões a partir das correlações, apenas que é preciso observá-las com cuidado. “A correlação proporciona evidência a favor da causa, sobretudo quando podemos eliminar explicações alternativas ou há razões para acreditar que são menos prováveis”, afirma Downey.

Por exemplo, não é difícil ver que a educação religiosa provoca uma filiação religiosa no futuro. No entanto, é impossível que a correlação funcione pelo contrário. A filiação religiosa mais adiante na vida não pode causar uma educação religiosa (embora possa influenciar a opinião que uma pessoa tenha sobre sua educação).

Também não é difícil ver que passar tempo na internet pode levar a uma desfiliação religiosa. “Para as pessoas que vivem em comunidades homogêneas, a internet oferece oportunidades para encontrar informação sobre pessoas de outras religiões (ou nenhuma), e para interagir com elas em nível pessoal”, assinala Downey. “Pelo contrário, é mais difícil (mas não impossível) imaginar possíveis razões pelas quais a desfiliação poderia causar um aumento no uso da internet”.

Evidentemente, também existe outra possibilidade: que um terceiro fator não identificado provoque tanto um maior uso da internet como a desfiliação religiosa. Mas Downey descarta esta possibilidade. “Controlamos as variáveis na maior parte dos candidatos óbvios, entre elas a renda, a educação, o status socioeconômico e o meio rural/urbano”, afirma.

Se existe este terceiro fator, deve ter características específicas. Teria que ser algo novo cuja prevalência tenha aumentado durante os anos 1990 e 2000, assim como a internet. “É difícil imaginar qual poderia ser esse fator”, assegura Downey.

Isso deixa poucas dúvidas sobre a razoabilidade da sua conclusão: “O uso da internet diminui a possibilidade da filiação religiosa”, assinala.

Mas há algo mais. Downey encontrou três fatores: a diminuição da educação religiosa, o aumento da educação de nível universitário e o aumento do uso da internet, que, em conjunto explicam 50% da queda da filiação religiosa.

Mas, o que acontece com os outros 50%? Nos dados, o único fator que se correlaciona com isto é a data de nascimento, posto que as pessoas nascidas mais tarde são menos propensas a ter uma filiação religiosa. Mas, como assinala Dowley, o ano do nascimento não pode ser um fator causal. “Desse modo, cerca da metade da mudança observada permanece sem explicação”, afirma.

Isso nos deixa diante de um mistério. A diminuição da educação religiosa e o aumento do uso da internet parecem ser as causas pelas quais as pessoas perdem a fé. Mas há algo mais sobre a vida moderna que não se reflete nestes dados e que está tendo um impacto ainda maior.

 MITT Technology Review.

essa foto

“Neste ponto, outra decisiva pergunta impõe-se: Não é presunção falar de verdade em tema de religião e, ainda mais, afirmar que se conheceu a verdade na própria religião? Aquela verdade única, que certamente não exclui a presença de verdades nas outras religiões, mas que recompõe em unidade os fragmentos dispersos?

Hoje se tornou um slogan comum qualificar como simplórios, além de arrogantes, aqueles aos quais se pode reprovar a presunção de ‘possuir’ a verdade. (Observação minha: Note-se que é uma falácia, até mesmo uma mentira, dizer que a convicção de ter encontrado a verdade, faça alguém ‘possuir’ a verdade. O cristão católico não ‘possui’ a verdade, mas é possuído por ela! A Verdade não é algo, é Alguém! Somente quem não descobriu esse Alguém é que pode nos acusar de ser pretenciosos por ter encontrado a Verdade. Por puro dom, ela veio a nós! Seu nome: Jesus Cristo. Se Ratzinger é tão convicto do que fala, é porque ele mesmo, como cristão e filho da Igreja, experimenta o que significa ser possuído por essa Verdade. Não é por acaso que o seu lema de Bispo é ‘Cooperadores da Verdade’). Parece que tais pessoas são fechadas ao diálogo e, portanto, não merecem ser levadas a sério. Ninguém ‘possui’ a verdade! Todos nós podemos sempre e somente mantermo-nos à sua procura.

Mas, poder-se-ia argumentar: que tipo de procura é essa que não pode mais chegar a uma conclusão? Procura de verdade ou, ao invés, não tem nenhuma intenção de encontrar, visto que o objeto da procura não pode existir? Além do mais, não é reduzir a uma caricatura o pensamento daqueles aos quais se atribui a pretensão de ‘possuir’ a verdade? Em nenhum caso a verdade se torna uma posse. A relação com ela deve ser sempre de humilde adesão, no temor de poder tornar-se indigno dela. Eu não posso vangloriar-me do dom recebido, como se se tratasse de uma coisa minha. Devo, ao invés, saber colocá-lo a serviço dos outros. O mesmo afirma também a fé: a dessemelhança entre o que nós conhecemos e a Verdade em si mesma é sempre imensamente maior que o dom da semelhança. E, contudo, essa imensa diferença não reduz o conhecimento a não-conhecimento, a verdade a não-verdade.

A mim parece que a acusação de presunção deveria ser invertida. Não seria, talvez, presunção, afirmar que Deus não pode nos dar o presente da verdade? que ele não é capaz de abrir nossos olhos? Não é desprezar Deus afirmar que nascemos irremediavelmente cegos e, portanto, a verdade não é tarefa nossa? Não é degradar o homem e o seu desejo de Deus considerar-nos como condenados a caminhar sempre às apalpadelas no escuro? A verdadeira presunção entra em jogo quando somos nós a querer tomar o lugar de Deus para estabelecer quem somos, o que podemos decidir, o que queremos fazer de nós mesmos e do mundo. Na realidade, o conhecimento e a procura não se excluem reciprocamente” (Do livro Introduzione a Ratzinger, de Dag Tessore).

xmen3_55

O próximo filme da série “X-Men” vai tratar sobre Apocalipse, personagem dos HQs que tem o nome de En Sabah Nur.

O longa que estreia em 2016 vai misturar ação e temas religiosos como adianta o diretor da série, Bryan Singer, em entrevista à EW.

“O filme contará momentos históricos para os mutantes, como suas origens e seu passado distante. Coisas assim. É algo que sempre me intrigou quando penso sobre nossos deuses e histórias sobre milagres e poderes”, afirmou.

Quem acompanha esses desenhos em HQs sabe que o personagem Apocalipse nasceu no Antigo Egito em 3200 a.C, mas sobreviveu todo esse tempo por conta de uma tecnologia alienígena e por seus poderes mutantes.

Por conta desses anos todos vividos, o personagem teria acompanhado diversas dinastias e épocas que foram os berços das religiões atuais.

Antes, porém, de estrear o “X-Men: Apocalipse”, a Marvel lançará o ” X-Men – Dias de um Futuro Esquecido” previsto para chegar aos cinemas em maio deste ano.

Leiliane Roberta Lopes

 Criança-estudando-720x375

Filhos de pais religiosos são mais comportados e ajustados que os outros, indica estudo. Trata-se da primeira pesquisa a olhar para os efeitos da religião no desenvolvimento das crianças.

John Bartkowski, professor de sociologia da Universidade do Mississippi, coordenou uma equipe que entrevistou pais e professores de mais de 16 mil crianças, a maioria delas eram alunos do primeiro ano.

Foram analisadas questões como autocontrole, quantas vezes elas demonstravam mau comportamento e tristeza; o quanto eles respeitam e conseguem trabalhar em harmonia com os demais.

Também foi feita uma análise da frequência com que os pais das crianças os levavam aos cultos (ou missas), falavam sobre religião com seus filhos e debatiam sobre a fé dentro de casa.

Na avaliação dos professores, as crianças cujos pais participam regularmente de reuniões religiosas e conversavam frequentemente com seus filhos sobre religião demonstravam mais autocontrole, melhores habilidades sociais e mais facilidade de aprendizagem que as crianças com pais não-religiosos.

Mas quando os pais discutiam frequentemente por causa da religião, as crianças eram mais propensas a ter problemas. ”A religião pode ter um efeito negativo se a fé for uma fonte de conflito ou tensão na família”, observou Bartkowski.

O sociólogo acha que a religião pode ser boa para as crianças, por três razões. Primeiro, as comunidades religiosas prestam apoio social aos pais, o que pode melhorar as suas competências parentais. As crianças que participam dessas comunidades recebem as mesmas mensagens que ouvem dos pais. O fato de elas serem reforçadas por outros adultos contribui para que levam “mais a sério as mensagens que eles recebem em casa”.

Em segundo lugar, os valores e normas ensinados nas congregações religiosas tendem a ser de sacrifício pessoal em prol da família, resume Bartkowski. Isso pode ser muito importante na formação do relacionamento de pais e filhos.

Por fim, as organizações religiosas ajudam os pais a verem um proposito maior (sagrado) na criação dos filhos, conferindo à vida mais significado, finaliza.

O sociólogo W. Bradford Wilcox, da Universidade de Virginia, que não esteve envolvido no estudo, concorda. Annette Mahoney, psicóloga da Universidade Bowling Green, em Ohio, que também não participou da pesquisa, defende que são necessárias mais pesquisas do tipo. “Qual elemento na religião e na espiritualidade que o diferencia dos incentivos dados por organizações seculares? Isso ainda é um mistério”, disse

O material de Bartkowski foi publicado na revista científica Pesquisa em Ciências Sociais. Ele diz ainda que pretende fazer um comparativo entre as denominações no que diz respeito aos seus efeitos sobre as crianças.

“Geralmente não sei se as crianças evangélicas estão se comportando melhor do que as crianças católicas ou que os filhos de judeus”, resume. Mas ele ressalta que existe também um lado negativo: “Há certas expectativas sobre o comportamento das crianças dentro de um contexto religioso. Essas expectativas podem frustrar os pais”. Isso geraria conflito em outros aspectos da vida familiar quando os filhos crescem.

Fonte:  Live Science.

religiao-por-paises

O Centro Pew de Pesquisa sobre Religião e Vida Pública realizou um estudo demográfico abrangente em grande parte dos países. A análise incluía estatísticas e análise de tendências para as próximas décadas.

O panorama religioso do mundo atual aponta para um grande crescimentos dos “sem religião”, especialmente em países tradicionalmente cristãos. Eles já são o terceiro maior grupo “religioso” do mundo, atrás de cristãos e muçulmanos. Cerca de uma em cada seis pessoas do mundo (16,3%) afirma ser “sem religião”. A maioria deles afirma que, embora tenha suas crenças particulares, não se identifica com nenhuma religião “oficial”.

A maioria dos países ainda são habitados por cristãos. O mapa acima mostra em vermelho os 157 países de maioria cristã e, em verde, os 39 países de maioria muçulmana.

Apenas nove países do mundo não existe uma maioria religiosa clara: Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Macau, Nigéria, Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan, Togo e Vietnã. China e Coreia do Norte não divulgam oficialmente a opção religiosa de seus habitantes, considerando-se Estados ateus.

O cristianismo predomina em 4 das 6 regiões do mundo: América no Norte, América Latina e no Caribe, Europa e África subsaariana. São minoria na Ásia, no Oriente Médio e no Norte da África, dominados por muçulmanos. Os hindus estão concentrados em países no Sul da Ásia, como Índia e Bangladesh. Já os budistas são maioria no Butão, Myanmar, Camboja, Laos, Mongólia, Sri Lanka e Tailândia. 

Fonte: Huffington Post.

judeus-dizem-nao-acreditar-em-deus-fe-em-jesus (1)

Israel se define como o primeiro e único Estado judeu.

Depois de 3000 mil anos da fundação de Jerusalém, o perfil dos judeus apresenta mudanças significativas entre os judeus. Uma pesquisa publicada este mês pelo Instituto Pew de Pesquisas sobre Religião, 30% dos judeus afirmam estar “emocionalmente muito ligados” a Israel, enquanto 39% afirmam estar “um pouco ligados”.

Outro número que chama a atenção é que apenas 10% dos judeus afirmam ser ortodoxos. Isso comprova a diminuição entre a população desse grupo que para a maioria do mundo é o típico judeu, que mantém as tradições bíblicas à risca. Entre as gerações também há um abismo: 93% dos maiores de 60 dizem ser judeus fundamentalmente por causa de sua religião. Apenas 68% das pessoas com menos de 35 anos afirmam o mesmo, sendo que outros 32% dizem que são judeus apenas porque nasceram judeus.

Alguns dados da pesquisa surpreendem. Dois mil anos atrás um judeu dizer que acreditava em Jesus como Messias podia ser a diferença entre vida ou morte.

Em 2013, 34% dos entrevistados afirmam que uma pessoa pode acreditar em Jesus sem deixar de ser judeu, enquanto 60% dizem que isso não é possível. “Eles não estão dizendo que o judaísmo permite a crença em Jesus. Estão dizendo que se você nasceu judeu mas se converter ao cristianismo, ainda assim será um judeu”, explica Alan Cooperman, vice-diretor do Instituto Pew de Pesquisas sobre Religião e coautor do estudo.

Como apontavam pesquisas anteriores, cresce o número de judeus que dizem não acreditar em Deus (23%) enquanto 5% dizem não saber. Somente 19% dizem que ser judeu é cumprir as leis da Torá (primeiros 5 livros do Antigo Testamento). Cerca de 40% dos judeus dizem acreditar que a terra de Israel foi dada por Deus ao povo judeu.

Para efeitos de comparação, 82% dos cristãos dizem crer que Israel foi dado aos judeus por Deus. Quando perguntados se aceitam a possibilidade de Israel e um Estado palestino independente coexistirem pacificamente, 61% dos judeus dizem que sim, enquanto um terço (32%) discordam. Entre os cristãos, 42% dizem que Israel e um Estado palestino independente podem coexistir pacificamente, enquanto 50% dizem que isso não é possível.

Fonte: GPS Gospel

130205131737_sp_harry_cliff_culto_ateu_464x261__nocredit

Um templo, um grupo de louvor, momento da oferta, um pregador e uma mensagem para a audiência. Em milhões de igrejas é isso que acontece quando pessoas se reúnem para cultuar a Deus. 

O que parecia uma brincadeira dos humoristas Sanderson Jones e Pipa Evans, tornou-se algo mais sério. Eles criaram a primeira “igreja ateísta” do mundo. Inaugurada em Londres no início do ano, surgiu como uma alternativa para aqueles que gostam de ir à igreja, mas não creem em Deus.

Jones e Evans afirmam que receberam centenas de e-mails de pessoas interessadas em abrir locais assim nas suas cidades. O site da Assembleia afirma que trata-se de “uma congregação sem Deus, que se reúne no primeiro domingo de cada mês para ouvir palestras, cantar músicas e celebrar a maravilha da vida”. Seu lema é oferecer um espaço para quem quer “viver melhor, ajudar com frequência e questionar mais.”

Aos poucos, eles foram criando um “plano de expansão”, preparando vídeos, estrutura de marketing e todos os recursos que puderem oferecer. Mas cada pessoa que deseja iniciar uma “igreja ateísta” está livre para fazer as reuniões como achar melhor.

Em sua primeira “turnê missionária”, os fundadores da igreja irão visitar 22 localidades ao redor do globo em 40 dias. É uma tentativa de ajudar a formalizar as novas Assembleias de Domingo que estão se organizando nessas cidades. Seus esforços irão de outubro a novembro deste ano, passando por países como Reino Unido, EUA, Canadá e Austrália.

“Iniciamos com uma congregação em Londres, em janeiro, reunindo cerca de 30 pessoas. Mas nossa taxa de crescimento já atingiu 3000% este ano. Isso pode fazer de nosso grupo a igreja que mais cresce no mundo. Afinal, os ateus são o grupo que mais cresce no mundo”, diz o comunicado oficial enviado à imprensa.

Um dos primeiros passos é criar uma comunidade online onde eles poderão discutir as atividades e os temas defendidos pela Igreja. De acordo com Jones, “será um tipo de Wikipedia para boas ações, aberta para ações comunitárias”.

Para eles, esta é uma oportunidade para criar uma comunidade que possa atrair e envolver ateus, agnósticos e céticos em geral. Judeus, budistas e curiosos também estão frequentando as reuniões.

Jones esclarece sua motivação: “Nós somos grandes fãs da religião. Acreditamos que igrejas podem fazer grandes coisas”.  Curiosamente, Richard Dawkins, o ateu mais famoso do mundo disse este mês que apoia o estudo da Bíblia nas escolas e que tem “certo amor pela igreja”.

Embora possa parecer uma contradição, a Assembleia de Domingo já anunciou que tem um calendário, o qual inclui a celebração da Páscoa e do Natal ateístas.

Fontes:  The Blaze e Christian Post.

Veja Vídeo ( Inglês)
 

 


Experiências ‘estranhas’, ‘sobrenaturais’, são frequentemente narradas por pessoas afetadas por doenças mentais. Para alguns neurocientistas que se têm pronunciado sobre esta questão em décadas recentes, as experiências fora do comum, relacionadas com Deus, anjos e demônios, relatadas pelos seus pacientes afetados de perturbações mentais, são por eles acriticamente identificadas como experiências religiosas, e com base nelas consideram que se pode proceder a uma análise clinica e cientificamente objetiva da experiência religiosa em geral. Esta corrente tem sido denominada ‘neuroetologia’.

É no contexto da neuroteologia que surgem quatro afirmações sobre a experiência religiosa.

A primeira é a de que ela acontece nos estreitos limites do cérebro humano.

A segunda, é a de que a experiência religiosa é algo de extraordinário, não comum, e está com frequência associada a perturbações mentais.

A terceira é a de que tal experiência é essencialmente emocional e não cognitiva.

A quarta, consequência das três primeiras, é a de que o conteúdo da experiência religiosa nada tem a ver com qualquer realidade divina existente fora dos percursos neuronais do cérebro humano.

Michael Persinger é um dos neurocientistas que primeiro defendeu desde a sua primeira obra Neuropsychological Basis of Human Belief (1987), as teses hoje integradas na neuroteologia, afirmando: “as experiências de Deus são fenómenos transitórios, carregados de referências emocionais. A natureza dessas experiências é influenciada pela zona específica do cérebro na qual tem a sua origem”.( Michael Persinger, Neuropsychological Basis of Human Belief, New York: Praeger Publishers, 1987, p. 1.)

Na mesma linha de Persinger, Rawn Joseph afirma mais especificamente: “a intensa ativação do lobo temporal, do hipocampo e da amígdala, têm sido entendidas como fonte de intensas experiências sexuais, religiosas e espirituais, e a sua hiperestimulação contínua pode levar o indivíduo a estados de hiper religiosidade ou à visualização e experiência de fantasmas, demônios, anjos, e até mesmo de Deus, a afirmar-se possuído por anjos ou demônios, ou ter a experiência de deixar o seu próprio corpo.” (R. Joseph, “Dreams, spirits, and the soul” in R. Joseph (org), Neurotheology. Brain, Science, Spirituality, Religious Experience, San Jose, Califórnia, California University Press, 2003, p. 412.)

Um outro neurocientista, V.S. Ramachandran, afirma, referindo-se às experiências religiosas dos pacientes que sofrem de epilepsia no lobo temporal esquerdo, que “todos os estudantes de medicina aprendem que os pacientes com crises de epilepsia nesta parte do cérebro, podem experimentar fortes experiências espirituais durante as crises, e preocupam-se frequentemente com problemas espirituais e morais, mesmo durante os períodos entre uma crise e outra.” (V.S.Ramachandran – S. Blakeslee, Phantoms in the Brain, New York: Quill William Morrow, 1998, p. 175)

Tais pacientes “vivem experiências espirituais profundas e impressionantes, como o sentimento de uma presença divina e a sensação de se encontrarem em direta comunicação com Deus, e afirmarem-se possuídos por anjos ou demônios, ou a terem a sensação de saírem do próprio corpo.”( Ibid., p. 179)

Observando o lobo parietal posterior superior durante o estado de profunda meditação de um monge budista, Andrew Newberg, um dos mais conhecidos e reputados ‘neuroteólogos’ verificou que existia naquela área cerebral, responsável pela percepção dos limites do próprio corpo e do seu movimento no espaço, uma atividade particularmente baixa. O sentimento de perda da percepção dos limites do próprio corpo e de união com o universo experimentado pelo monge, é o simples resultado da diminuição de atividade neuronal naquela zona do cérebro. O autor afirma que encontrou o mesmo gênero de correlação em religiosas franciscanas que entravam em profunda oração. Newberg apresenta a sua teoria como uma metateologia, que revela as condições neurobiológicas de possibilidade da experiência religiosa.

Sem negar o interesse dos estudos de Newberg e dos neuroteólogos em geral, deve dizer-se que há em todos eles um esquecimento da natureza relacional do ser humano, e da dimensão comunitária da experiência religiosa, entre outros elementos.

Além disso, as experiências acima apresentadas pelos neurocientistas, são em geral, fonte de prazer. Como afirma mais explicitamente Persinger, “normalmente a experiência de Deus inclui emoções eufóricas e positivas. A pessoa fala de uma extraordinária experiência de Deus que é caracterizada por um profundo sentimento de paz, de serenidade cósmica e do significado de tudo. Trata-se sempre de um estado que inclui a redução da ansiedade acerca da morte.” (Neuropsychological Basis of Human Belief, p. 2)

Ora, a experiência religiosa não tem que ser necessariamente caracterizada por uma paz silenciosa, ou sequer por uma agitada euforia. Há pessoas cujas experiências religiosas passam por períodos, por vezes longos, de aridez e sofrimento. Como afirma Woodward, “um dos principais erros dos neuroteólogos consiste em identificar a religião com experiências e sentimentos específicos. Perder-se na oração pode ser agradável e excitante, mas estas emoções não têm nada a ver com a qualidade da nossa relação com Deus. De fato, muitas pessoas rezam melhor quando sentem vergonha ou dor, e o sentimento da ausência de Deus não é menos válido que a experiência da presença divina.” (“Faith is more than a feeling”, Newsweek, 7, May 2001, p. 58.)

Os autores que associam as experiências religiosas à activação neuronal do lobo temporal esquerdo durante episódios de epilepsia não fazem qualquer distinção entre experiências religiosas normais e patológicas, com excepção de Andrew Newberg. O autor reconhece que é um erro estabelecer uma associação necessária entre experiência religiosa e patologia: “nem todas as pessoas com epilepsia no lobo temporal esquerdo têm experiências religiosas, e certamente nem todas as experiências religiosas estão relacionadas com a atividade epiléptica no lobo temporal esquerdo. … Por conseguinte, o estudo neurocientífico das experiências espirituais deve, em parte, incluir uma ulterior distinção entre experiências espirituais que ocorrem em pessoas sem perturbações neuropsiquiátricas e experiências espirituais associadas com patologia.” (A. Newberg, “Pathological and normal spiritual experiences”, in The Global Spiral, 2001.12.10, em www.metanexus.net.)

Persinger e os demais neurocientistas citados não estabelecem a necessária distinção entre a condição necessária para que se verifique a experiência religiosa, ou qualquer outra experiência, – a actividade neuronal -, e a condição suficiente para que se verifiquem tais experiências.

Uma condição necessária não é sempre condição suficiente e, no caso da experiência religiosa, a actividade neuronal só poderia ser considerada condição suficiente se aquela experiência fosse fundamentalmente causada pelo cérebro. Ora, isso é o que se pretende provar. Não se pode partir desse pressuposto. A experiência religiosa tem a ver não apenas com a ativação cerebral, mas também com a cultura em que a pessoa se encontra – não necessariamente aquela em que nasceu ou em que foi educada – e tem a ver com opções livres e racionais no contexto da vida quotidiana, opções que são o resultado da interação de complexos fatores, internos e externos. Para os crentes, entre estes fatores está, tanto interna como externamente, Deus. Por conseguinte, a ativação neuronal é condição necessária mas não suficiente da experiência religiosa.

P. Alfredo Dinis, sj


The New York Times e reproduzido pelo Portal Uol

“Certamente muitos fiéis lutam com comportamentos que gostariam de mudar, mas, em média, os frequentadores regulares de igrejas bebem menos, fumam menos, usam menos drogas recreativas e são menos sexualmente promíscuos do que os outros”, afirma T. M. Luhrmann, professor de antropologia na Universidade de Stanford e autor do livro When God Talks Back: Understanding the American Evangelical Relationship with God (“Quando Deus responde: Entendendo a relação dos evangélicos norte-americanos com Deus”, em tradução livre)

***

Uma das descobertas científicas “mais impressionantes” sobre religião nos últimos anos é que ir à igreja uma vez por semana faz bem. Frequentar a igreja – e no mínimo, a religiosidade – melhora o sistema imunológico e diminui a pressão arterial. Isso pode acrescentar até dois ou três anos de vida. A razão para isso não está inteiramente clara.

O apoio social é sem dúvida uma parte da história. Nas igrejas que estudei como antropólogo, as pessoas realmente parecem cuidar umas das outras. Elas apareciam com o jantar quando os amigos estavam doentes e se sentavam com eles quando estavam tristes.

A ajuda às vezes era surpreendentemente concreta. Talvez um terço dos membros da igreja pertencia  a pequenos grupos que se encontravam semanalmente para falar sobre a Bíblia e suas vidas. Uma noite, uma jovem de um grupo no qual eu tinha entrado começou a chorar. Seu dentista tinha dito que ela precisava de um procedimento de US$ 1.500, e ela não tinha o dinheiro. Para meu espanto, nosso pequeno grupo – cuja maioria era de estudantes – simplesmente cobriu os custos, com doações anônimas.

Um estudo realizado na Carolina do Norte descobriu que fiéis frequentes tinham redes sociais maiores, com mais contatos, mais afeição e mais tipos de apoio social do que as pessoas que não frequentavam igrejas. E nós sabemos que o apoio social está diretamente ligado a uma saúde melhor.

O comportamento saudável é, sem dúvida, outra parte. Certamente muitos fiéis lutam com comportamentos que gostariam de mudar, mas, em média, os frequentadores regulares de igrejas bebem menos, fumam menos, usar menos drogas recreativas e são menos sexualmente promíscuos do que os outros.

Isso corresponde às minhas próprias observações. Numa igreja que eu estudei no sul da Califórnia, a história de conversão mais comum parecia ser ter encontrado Deus e nunca mais ter tomado metanfetaminas. (Uma mulher me disse que ao esquentar sua dose, ela desencadeou uma explosão no apartamento de seu pai que estourou as portas de vidro. Ela me disse: “Eu sabia que Deus estava tentando me dizer que eu estava indo pelo caminho errado.”) Na igreja seguinte, lembro-me de ter ido a um grupo que ouvia uma mulher falar sobre um vício que ela não conseguia largar. Assumi que ela estava falando sobre sua própria batalha contra a metanfetamina. No fim, ela achava que lia romances demais.

No entanto, acho que pode haver outro fator. Qualquer religião demanda que você vivencie o mundo como algo mais do que é apenas material e observável. Isso não significa que Deus é imaginário, mas que, como Deus é imaterial, os que creem nele precisam usar sua imaginação para representar Deus. Para conhecer Deus numa igreja evangélica , você deve experimentar o que só pode ser imaginado como real, e você deve experimentar isso como algo bom.

Quero sugerir que esta é uma habilidade e que pode ser aprendida. Podemos chamá-la de absorção: a capacidade de se envolver em sua imaginação, de uma maneira que você goste. O que eu vi na igreja como um observador antropológico foi que as pessoas eram incentivadas a ouvir a Deus em suas mentes, mas apenas para prestar atenção às experiências mentais que estavam de acordo com o que elas considerassem ser o caráter de Deus, que elas consideram bom. Vi que as pessoas eram capazes de aprender a vivenciar Deus dessa forma, e que aquelas que eram capazes de vivenciar um Deus amoroso de forma vívida, eram mais saudáveis – pelo menos, julgando por uma escala psiquiátrica padronizada. Cada vez mais, outros estudos confirmam esta observação de que a capacidade de imaginar um Deus amoroso vividamente leva a uma saúde melhor.

Por exemplo, num estudo, quando Deus era experimentado como algo mais remoto não  amoroso, quanto mais alguém rezava, mais sofrimento psiquiátrico parecia ter; quando Deus era experimentado como próximo e íntimo, quanto mais alguém orava, menos doente ficava. Em outro estudo, numa faculdade cristã particular no sul da Califórnia, a qualidade positiva de um apego a Deus diminuiu significativamente o estresse e fez isso de forma mais eficaz do que a qualidade das relações da pessoa com outras pessoas.

Eventualmente, isso pode nos ensinar como aproveitar o efeito “placebo” – uma palavra terrível, porque sugere uma ausência de intervenção em vez da presença de um mecanismo de cura que não depende de produtos farmacêuticos nem de cirurgia. Nós não entendemos o efeito placebo, mas sabemos que é real. Ou seja, temos cada vez mais provas de que o que os antropólogos chamariam de “curas simbólicas” têm efeitos físicos reais sobre o corpo. No cerne de alguns destes efeitos misteriosos pode estar a capacidade de confiar que aquilo que só pode ser imaginado seja real, e seja bom.

Mas nem todos se beneficiam da” cura simbólica”. No início deste mês, o filho mais novo do famoso pastor Rick Warren se suicidou. Sabemos poucos detalhes, mas a perda nos lembra que sentir desespero quando você quer sentir o amor de Deus pode piorar a sensação de alienação. Necessitamos com urgência de mais pesquisas sobre a relação entre doença mental e religião, não só para que possamos compreender mais intimamente essa relação – as formas pelas quais elas estão ligadas e são diferentes –, mas para reduzir a vergonha daqueles que são religiosos e, no entanto, precisam buscar outros cuidados.

Fonte: G Prime

1) Dai-me inspiração, oh Pai!
Pois em meus versos
quero declamar…

2) Escribas selavam destinos
Mostravam o Deus vivo, eterno poder
Nos versos de tantos poetas…

3) Eu vou cavalgar, pra encontrar
A minha história nesse mundo de meu Deus!…

4) Senhor, olhai por nós que usamos teu nome em vão,
A fé sem razão… irmão contra irmão, destrói a nação!

5) O galo cantou
com os passarinhos no esplendor da manhã
agradeço a Deus por ver o dia raiar

Os trechos acima são parte das letras do samba-enredo de 2013, respectivamente, das escolas Mangueira, Salgueiro, Beija-Flor, Caprichosos de Pilares e Unidos de Vila Isabel.

Uma análise atenta dos sambas deste ano das 12 agremiações do Grupo Especial do carnaval carioca revela que as referências a Deus são abundantes. O site do portal Terra usou o sistema “nuvem de palavras” para identificar os termos mais usados pelas Escolas do Rio este ano.

O resultado surpreende. A chamada “festa mais profana do planeta”, mostra que “Deus” está em alta! Só perde para o tradicional grito dos puxadores “Vaaaaaai”. Mas essa não é parte dos sambas, apenas ajuda na marcação do tempo.

Em sequencia, “Coração”, “emoção” e “mistério” são os termos mais populares. Isso não significa que existe um sentido de adoração ou louvor, mas ressalta que existe uma espiritualidade intrínseca que muitas vezes passa despercebida pelos foliões.

Boom da editoria sacra.

Quem lidera a lista de vendas [na Itália] é A infância de Jesus, de Bento XVI, e, no segundo lugar dos livros de ensaios, está um texto de temática religiosa como Cristianesimo, do filósofo secular Umberto Galimberti. Portanto, continua a idade de ouro dos livros sobre a fé (Carlo Maria Martini, Vito Mancuso, Gabriele Amorth) e, como confirmação do crescente interesse pelo tema, está ocorrendo o concurso A Sua Immagine: Il mio libro della fede [À Sua Imagem: O meu livro da fé].

Vatican Insider

A iniciativa foi lançada por ocasião do Ano da Fé pelo programa apresentado por Rosario Carello e Francesca Fialdini transmitido pelo canal Rai 1, no sábado e domingo. Os espectadores podem votar (www.asuaimmagine.rai.it), explicando também o motivo, no livro preferido de uma lista de 40 obras-primas, clássicos do pensamento espiritual, escolhidos pelo teólogo e vice-diretor editorial da San Paolo Libri, Elio Guerriero.

De semana em semana, o programa acompanha a evolução do ranking que se articula ao longo do ano: quais foram os livros mais votados e por quê. Além disso, a cada semana, é proposto um “desafio” entre dois livros: o que receber mais preferências continua em frente, enquanto o menos escolhido é “recolocado” na livraria, à espera, no fim do concurso, de uma possível repescagem.

No fim do Ano da Fé, será conhecida a obra mais lida. Além disso, todos os domingos, as câmeras do programa vão à casa de um personagem do entretenimento, do esporte, da cultura, que dá o seu voto para um dos livros em disputa. Todos os meses, além disso, é escolhido o comentário mais bonito entre aqueles que foram recebidos, e o telespectador é convidado para ir ao programa. As razões da atenção pela fé nas livrarias afundam suas raízes na última década.

Prova disso são os dados divulgados pelo Observatório da Editoria Religiosa Italiana, promovido pelo Uelci (União dos Editores e Livreiros Católicos Italianos, na sigla em italiano), em colaboração com o CEC (Consórcio para a Editoria Católica) e a AIE (Associação Itália Editores). De 2000 a 2007, o crescimento do número de leitores de livros religiosos (ao menos um texto por ano) na Itália foi de 2% por ano, mas de 2007 a 2010 o percentual cresceu para 6%.

O resultado final é que, na década 2000-2010, os leitores de um livro religioso cresceram em 900 mil pessoas. É a faixa de idade entre 18 e 54 anos que registra um maior crescimento. É uma idade interessante do ponto de vista das relações e das responsabilidade sociais, familiares, de trabalho e políticas. Trata-se, enfim, de pessoas que também exercem em seu próprio âmbito de ação um papel de tomadores de decisão.

Essas responsabilidades não privam do tempo necessário para a leitura de um livro religioso, provavelmente porque justamente do livro religioso se pede uma ajuda reflexiva para as próprias escolhas de vida e de responsabilidade social.

Das editoras religiosas, analisou-se toda a produção de novidades e de reimpressões de 2010 e 2009, enquanto para as seculares, nos mesmos anos, só os títulos de temática religiosa. As editoras católicas examinadas são 25% e produziram, em 2010, 79% dos títulos, enquanto as editoras seculares são 72% e representam 18% da produção.

É evidente a superlotação no segmento secular, que confirma a forte atenção no livro religioso por parte das editoras seculares nos últimos anos. O interesse dos editores seculares (ao menos do ponto de vista da produção) está entre uma demanda de Deus e uma busca genérica de espiritualidade.

Nessa pesquisa, no entanto, o cristianismo não é a primeira religião, sendo superado pelas religiões orientais e antigas: uma abordagem bastante genérica e arcaica. Diferente para a área de divulgação, onde o interesse dos editores seculares vai para aqueles autores católicos que dispõem de uma posição capaz de garantir uma maior penetração no mercado.

No quadro geral da produção de conteúdos, a editoria secular ainda vale 18%, um percentual nada desprezível em um setor onde a marca confessional é mais relevante. Se os editores seculares já entraram de pleno direito no mundo editorial religioso, os editores católicos também estão se esforçando para conquistar uma visibilidade nas livrarias seculares. O índice da presença das editoras católicas nas livrarias gerais é de 26% para a área reflexiva.

Decisivamente, é mais baixo o dado da área de divulgação (8,5%), onde, provavelmente, prevalece a capacidade comercial de penetração dos editores seculares mesmo quando publicam os textos de autores católicos, capacidade de dar visibilidade midiática aos autores e de ocupar os espaços nas livrarias seculares, independentes e de rede.

O índice total de presença das editoras religiosas nas livrarias seculares da área religiosa é de 14,7%, um número nada desprezível. Decididamente é melhor na área geral, com picos de mais de 50% na narrativa e juvenil em geral.

Se hoje, portanto, pode-se falar de um boom dos textos de temática religiosa é porque, na última década, a editoria católica não se deixou sobrecarregar pelo mercado, mas aceitou o desafio da editoria secular, mostrando a decisiva vontade de ser protagonista.

Angelo Aquaro – La Repubblica.

O culto em ascensão no mundo hoje  leva o nome de ateísmo. Sim, uma em cada seis pessoas sobre a Terra é sem Deus: ou ao menos não acredita no Deus de uma Igreja particular.

A primeira é a dos cristãos: 2,2 bilhões de pessoas. A segunda é uma mesquita: os muçulmanos são 1,6 bilhão. Ao terceiro lugar do pódio, portanto, sobem os não crentes: 1,1 bilhão. 

O que acontece? Depois de conhecer uma sociedade sem pais, como haviam profetizado os sociólogos há 60 anos, decidimos também aposentar o Pai Eterno?

Na verdade, o quadro oferecido pelos pesquisadores do Pew, o instituto de pesquisas mais prestigiado dos Estados Unidos, é um pouco mais complexo, assim como demanda o assunto. Tanto é que a definição que os estudiosos propõem para os ateus do Terceiro Milênio é a mais flexível: unaffiliated, que poderia ser traduzida como não adeptos, aqueles justamente que não participam ativamente de um culto. Uma não Igreja muito mais do que variada.

“Os não adeptos incluem os ateus, os agnósticos e aqueles que não se identificam com nenhuma religião particular”, lê-se nas 81 páginas dessa The Global Religious Landscape. Mas os autores do relatório logo se adiantam para unir também as mãos desses bem-aventurados não adeptos. Muitos deles, de fato, “têm alguma forma de crença religiosa”. O que isso significa? Que, “por exemplo, a fé em Deus ou em um poder qualquer é compartilhado por 7% dos chineses, por 30% dos franceses e por 68% dos norte-americanos”, sempre na categoria “unaffiliated“.

E mais: “Alguns deles participam de algum modo de certas práticas religiosas. Por exemplo, 7% na França e 27% nos Estados Unidos revelam presenciar um serviço religioso ao menos uma vez por ano”. Isso naturalmente não basta para considerá-los crentes: muitas vezes, por exemplo, a participação também está ligada a ritos civis, como casamentos e funerais. Ou ao menos aquele sentimento que muito raramente os leva à igreja, à mesquita, à sinagoga, ou também ao menos aquilo que é classificado mais como busca do espírito, do que sentido religioso propriamente dito.

Obviamente, as curiosidades não faltam. Ainda com relação aos não adeptos, trata-se de 16% da população mundial: a mesma porcentagem dos católicos. Três quartos vivem na Ásia: segue a Europa (12%, 134,8 milhões), a América do Norte (5%, 59,04 milhões) e o restante. Entre as grandes religiões, os hindus seguem o cristianismo e o Islã com 1 bilhão de fiéis; os budistas com meio bilhão; e os judeus, com 12 milhões. 

No total, os crentes são 84% da população mundial: calculada em 2010, ano da pesquisa, 5,8 bilhões.

O professor Conrad Hackett, um dos pilares do estudo, disse ao New York Times que “é a primeira vez que os números se baseiam em uma pesquisa analisada de modo rigoroso e científico”: 2.500 fontes em 232 países. Pode ser.

No entanto, olhando bem, falta uma “religião” : com 1,01 bilhão, aquela da web chamada Facebook já não superou os amigos hindus?

Uma pesquisa feita cerca de 150.000 pessoas de todo o mundo descobriu que sete dos 10 países do mundo com as atitudes mais otimistas estão na América Latina. O Brasil está em 16º lugar, segundo o ranking medido pela Gallup World Pool.

O Instituto Gallup perguntou a 1.000 pessoas em cada um dos 148 países pesquisados sobre como via a vida e se tinha sentimentos alegres no dia anterior. Em comparação com a mesma pesquisa realizada em 2010, o índice brasileiro pulou de 6,8 para 7,1.

A conclusão dos estudiosos é que apenas riqueza e saúde não garantem a felicidade de um povo, afinal o país com maior renda per capita do mundo, o Catar, não está sequer entre os 10 mais felizes.

Com sete entre os 10 países mais otimistas, um dos principais fatores de contentamento do povo da América Latina é a religião. Outros aspectos são a relação com família e amigos, apesar de uma realidade econômica na maioria das vezes difícil.

Em primeiro lugar ficou o Panamá, com mais de 85% respondendo positivamente. Depois vieram Paraguai, El Salvador, Venezuela, Trinidad e Tobago, Tailândia, Guatemala, Filipinas, Equador e Costa Rica.

As pessoas com menor índice de emoções positivas vivem na rica ilha-Estado de Cingapura. Outros países ricos também ficaram, surpreendentemente, bem embaixo na lista. Alemanha e França empataram com a Somália em 47º lugar.

A colocação nada tem a ver como Índice de Desenvolvimento Humano elaborado pelas Nações Unidas anualmente, que analisa expectativa de vida, nível de educação e renda per capita. Este é um paradoxo com sérias implicações neste campo relativamente novo e controverso chamado de “economia da felicidade”, que busca analisar o desempenho dos governos neste processo.

Em pelo menos nove países houve surpresas, como Iraque, Iêmen, Afeganistão e Haiti, que vêm convivendo com problemas políticos sérios nos últimos anos. A pesquisa mostra que as nações prósperas também podem ser profundamente infelizes, como a maioria dos Estados europeus, onde a população não parece se contentar apenas com aspectos materiais da vida. Com informações Gallup e Daily Mail.