Pode soar estranhíssimo para muita gente, mas você sabia que, ao ter ato conjugal com seu cônjuge dentro do matrimônio, estando ambos abertos à graça da vida, você está fazendo oração?

É simples de entender. A oração não é uma repetição de palavras: é uma atitude de união com Deus. Todas as nossas atividades, quando conscientemente oferecidas a Ele, são oração. Inclusive o sexo? E por que não?

São João Paulo II, na sua fascinante catequese sobre a Teologia do Corpo, nos fala da maravilhosa capacidade humana de experimentar, por meio da corporeidade, o atributo nupcial da expressão do amor. Nesse amor, cada cônjuge se torna um presente, um dom para o outro, e um dom completo, voluntário, consciente, que Deus torna fecundo em frutos magníficos como a realização pessoal, a realização mútua, a visão de sentido para a própria vida, a abertura para a nova vida nos filhos que vierem!

É algo único da pessoa humana: entregar-se conscientemente uma à outra como oferta de amor!

Nesse contexto, fazer amor é fazer oração porque é um ato de entrega mútua em que se participa do Amor divino e inclusive da divina criação.

Diz São João Paulo II a respeito dos cônjuges: eles “veem um ao outro com toda a paz do olhar interior que cria a plenitude da intimidade de pessoas”. Todos nós desejamos alguém que nos ame, nos aceite e nos respeite por completo, plenamente, porque isso nos preenche, nos eleva e, de modo literal, nos leva a experimentar o amor de Deus sensivelmente.

A união sexual no matrimônio é um ato de união a Deus porque, por meio dela, Ele nos torna partícipes do Seu Amor e do Seu Espírito e nos transmite as graças necessárias para perseverar e nos realizar no desafio envolvido nessa entrega diária – que não, não é fácil.

Importante: nenhum outro ato sexual pode ser descrito como “fazer amor”, porque Amor, em sentido pleno, é o Amor Absoluto, é o Ser Absoluto, é o Sentido Absoluto, é Deus; e nenhum ato separado d’Ele pode ser entendido autenticamente como amor. Nenhum outro ato sexual dignifica. O ato sexual fora desse contexto não apenas não nos une a Deus como, pelo contrário, nos afasta da participação na plenitude do Seu Amor.

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Adaptado de texto original de Luz Ivonne Ream

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A afetividade não está por assim dizer encerrada no coração, nos sentimentos, mas permeia toda a personalidade.

Estamos continuamente sentindo aquilo que pensamos e fazemos. Por isso, qualquer distúrbio da vida afetiva acaba por impedir ou pelo menos entravar o amadurecimento da personalidade como um todo.

Observamos isto claramente no fenômeno de “fixação na adolescência” ou na “adolescência retardada”. Como já anotamos, o adolescente caracteriza-se por uma afetividade egocêntrica e instável; essa característica, quando não superada na natural evolução da personalidade, pode sofrer uma “fixação”, permanecendo no adulto: este é um dos sintomas da imaturidade afetiva.

É significativo verificar como essa imaturidade parece ser uma característica da atual geração. No nosso mundo altamente técnico e cheio de avanços científicos, pouco se tem progredido no conhecimento das profundezas do coração, e daí resulta aquilo que Alexis Carrel, prêmio Nobel de Medicina, apontava no seu célebre trabalho O homem, esse desconhecido: vivemos hoje o drama de um desnível gritante entre o fabuloso progresso técnico e científico e a imaturidade quase infantil no que diz respeito aos sentimentos humanos.

Mesmo em pessoas de alto nível intelectual, ocorre um autêntico analfabetismo afetivo: são indivíduos truncados, incompletos, mal-formados, imaturos; estão preparados para trabalhar de forma eficiente, mas são absolutamente incapazes de amar. Esta desproporção tem conseqüências devastadoras: basta reparar na facilidade com que as pessoas se casam e se “descasam”, se “juntam” e se separam. Dão a impressão de reparar apenas na camada epidérmica do amor e de não aprofundar nos valores do coração humano e nas leis do verdadeiro amor.

Quais são, então, os valores do verdadeiro amor? Que significado tem essa palavra?

O amor, na realidade, tem um significado polivalente, tão dificil de definir que já houve quem dissesse que o amor é aquilo que se sente quando se ama, e, se perguntássemos o que se sente quando se ama, só seria possível responder simplesmente: “Amor”. Este círculo vicioso deve-se ao que o insigne médico e pensador Gregório Marañon descrevia com precisão: “O amor é algo muito complexo e variado; chama-se amor a muitas coisas que são muito diferentes, mesmo que a sua raiz seja a mesma”.

A imaturidade no amor

Hoje, considera-se a satisfação sexual autocentrada como a expressão mais importante do amor. Não o entendia assim o pensamento clássico, que considerava o amor da mãe pelos filhos como o paradigma de todos os tipos de amor: o amor que prefere o bem da pessoa amada ao próprio. Este conceito, perpassando os séculos, permitiu que até um pensador como Hegel, que tem pouco de cristão, afirmasse que “a verdadeira essência do amor consiste em esquecer-se no outro”.

Bem diferente é o conceito de amor que se cultua na nossa época. Parece que se retrocedeu a uma espécie de adolescência da humanidade, onde o que mais conta é o prazer. Este fenômeno tem inúmeras manifestações. Referir-nos-emos apenas a algumas delas:

– Edifica-se a vida sentimental sobre uma base pouco sólida: confunde-se amor com namoricos, atração sexual com enamoramento profundo. Todos conhecemos algum “don Juan”: um mestre na arte de conquistar e um fracassado à hora da abnegação que todo o amor exige. Incapazes de um amor maduro, essas pessoas nunca chegam a assimilar aquilo que afirmava Montesquieu: “É mais fácil conquistar do que manter a conquista”.

– Diviniza-se o amor: “A pessoa imatura – escreve Enrique Rojas – idealiza a vida afetiva e exalta o amor conjugal como algo extraordinário e maravilhoso. Isto constitui um erro, porque não aprofunda na análise. O amor é uma tarefa esforçada de melhora pessoal durante a qual se burilam os defeitos próprios e os que afetam o outro cônjuge […]. A pessoa imatura converte o outro num absoluto. Isto costuma pagar-se caro. É natural que ao longo do namoro exista um deslumbramento que impede de reparar na realidade, fenômeno que Ortega y Gasset designou por “doença da atenção”, mas também é verdade que o difícil convívio diário coloca cada qual no seu lugar; a verdade aflora sem máscaras, e, à medida que se desenvolve a vida ordinária, vai aparecendo a imagem real”.(E. Rojas)

– No imaturo, o amor fica “cristalizado”, como diz Stendhal, nessa fase de deslumbramento, e não aprofunda na “versão real” que o convívio conjugal vai desvendando. Quando o amor é profundo, as divergências que se descobrem acabam por superar-se; quando é superficial, por ser imaturo, provocam conflitos e freqüentemente rupturas.

– A pessoa afetivamente imatura desconhece que os sentimentos não são estáticos, mas dinâmicos. São suscetíveis de melhora e devem ser cultivados no viver quotidiano. São como plantas delicadas que precisam ser regadas diariamente. “O amor inteligente exige o cuidado dos detalhes pequenos e uma alta porcentagem de artesanato psicológico “.(E.Rojas)

A pessoa consciente, madura, sabe que o amor se constrói dia após dia, lutando por corrigir defeitos, contornar dificuldades, evitar atritos e manifestar sempre afeição e carinho.

– Os imaturos querem antes receber do que dar. Quem é imaturo quer que todos sejam como uma peça integrante da máquina da sua felicidade. Ama somente para que os outros o realizem. Amar para ele é uma forma de satisfazer uma necessidade afetiva, sexual, ou uma forma de auto-afirmação. O amor acaba por tornar-se uma espécie de “grude” que prende os outros ao próprio “eu” para completá-lo ou engrandecê-lo.

Mas esse amor, que não deixa de ser uma forma transferida de egoísmo, desemboca na frustração. Procura cada vez mais atrair os outros para si e os outros vão progressivamente afastando-se dele. Acaba abandonado por todos, porque ninguém quer submeter-se ao seu pegajoso egocentrismo; ninguém quer ser apenas um instrumento da felicidade alheia.

Os sentimentos são caminho de ida e volta; deve haver reciprocidade. A pessoa imatura acaba sempre queixando-se da solidão que ela mesma provocou por falta de espírito de renúncia. A nossa sociedade esqueceu quase tudo sobre o que é o amor. Como diz Enrique Rojas: “Não há felicidade se não há amor e não há amor sem renúncia. Um segmento essencial da afetividade está tecido de sacrifício. Algo que não está na moda, que não é popular, mas que acaba por ser fundamental”.

Há pouco, um amigo, professor de uma Faculdade de Jornalismo, referiu-me um episódio relacionado com um seu primo – extremamente egoísta – que se tinha casado e separado três vezes. No cartão de Natal, após desejar-lhe boas festas, esse professor perguntava-lhe em que situação afetiva se encontrava. Recebeu uma resposta chocante: “Assino eu e a minha gata. Como ela não sabe assinar, o faz estampando a sua pata no cartão: são as suas marcas digitais. Este animalzinho é o único que quer permanecer ao meu lado. É o único que me ama”.

O imaturo pretende introduzir o outro no seu projeto pessoal de vida, em vez de tentar contribuir com o outro num projeto construído em comum. A felicidade do cônjuge, da família e dos filhos: esse é o projeto comum do verdadeiro amor. As pessoas imaturas não compreendem que a dedicação aos filhos constitui um fator importante para a estabilidade afetiva dos pais. Também não assimilaram a idéia de que, para se realizarem a si mesmos, têm de se empenhar na realização do cônjuge. Quem não é solidário termina solitário. Ou juntando-se a uma “gatinha”, seja de que espécie for.

Fonte: A maturidade, Editora quadrante.

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Fonte: G1

Uma das notícias mais comentadas nesta semana foi a de que um bebê canadense não tem gênero definido, medida que foi aprovada pelo estado. Eis um trecho:

Um bebê canadense de oito meses é provavelmente o primeiro caso no mundo de recém-nascido que recebeu um cartão de saúde sem um identificador de gênero.

Seu progenitor Kori Doty (foto acima) – uma pessoa transgênero não binária que não se identifica com pronomes nem no masculino nem no feminino – afirma que quer dar oportunidade ao filho de descobrir seu próprio gênero.

O cartão de saúde da criança terá um “U” no espaço reservado para “sexo”, letra que simbolizará “indeterminado” ou “não atribuído”.

Kori Doty agora está tentando omitir o gênero do filho também da certidão de nascimento.

Como já escrevi inúmeros textos sobre essa baboseira de “identidade de gênero”, e como estou de férias, tentei resistir à tentação de escrever mais um texto sobre o assunto, ainda que um chamado divino me jogue com força nessa direção, pois não dá para ver doença mental sendo tratada como “progressismo” pelos covardes por aí. Fiz, então, um pequeno desabafo no meu Facebook atacando a “progressista” CNN:

Estou descansando em minha semana de férias, e só por isso não escrevi nada sobre essa bizarrice que se deu no Canadá “progressista”. Mas vejam a CNN, claro!, festejando o fato de que bebês não terão o gênero definido no nascimento, para que não haja “restrições”.
Felizmente tenho amigos com bom senso e o mesmo chamado divino, então posso usar seus desabafos para compor meu artigo, na falta de tempo. É o caso de Leandro Ruschel, que comentou:

Segundo a “ideologia de gênero”, é errado definir o sexo de um bebê porque a identidade sexual seria uma “construção social”, ou seja, definida pela interação desse bebê com outras pessoas ao longo da sua vida.

Sem levar em conta o óbvio fator biológico, já que existe uma brutal diferença física e hormonal entre homens e mulheres, a “ideologia de gênero” não faz o menor sentido.

Ora, se a formação da identidade sexual dependeria da interação social do sujeito e a sociedade trata ele como alguém de gênero “neutro”, como então ele conseguirá definir o seu gênero?

A única coisa clara nessa história toda é o objetivo desse movimento: criar um estado de confusão mental constante dos cidadãos para facilitar o seu controle.

Se alguém não consegue nem mesmo definir o seu próprio sexo, não terá condição alguma de tocar a sua vida. Assim como dois mais dois são quatro, se você nasce com um pênis você é um homem, se você nasce com uma vagina você é uma mulher.

Milhares de anos de evolução humana para que isso tenha que ser reafirmado, o que demonstra o poder destruidor da esquerda.

Não há como discordar.

Quem se coloca como neutro diante de uma barbaridade dessas perdeu completamente o juízo. Quem acha que é um problema dos “pais” está ignorando o bebê, uma criança desamparada que jamais deveria ser tratada como rato de laboratório para experimentos bizarros.

O mundo enlouqueceu! O Canadá se acha moderninho e “liberal”, mas está apenas doente.

Rodrigo Constantino

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Os ‘progressistas’ sexuais alegam que estão a dar início a um “admirável mundo novo” repleto de liberdade, mas a sua “nova” moralidade é tão antiga como as montanhas.

Quantas vezes já ouviram os progressistas sexuais alegarem que aqueles de nós que defendem a moralidade sexual e o casamento tradicionais estão “do lado errado da história”? Mas como ressalva um livro recente, são os proponentes da revolução sexual que estão a abraçar uma moralidade sexual que a história deixou para trás há milênios – nas ruínas do Fórum Romano.

Sim, a civilização ocidental está a atravessar por uma mudança cultural dramática; no espaço de alguns anos, a nossa sociedade mudou de forma fundamental o entendimento do casamento, abraçou a noção de que os homens podem transformar-se em mulheres, e está agora a promover a ideia de que homens adultos podem-se sentir à vontade para partilhar instalações sanitárias com jovens mulheres. Sem surpresa alguma, estamos também a observar esforços rumo à normalização da poligamia, pedofilia e incesto.

É precisamente em tempos como estes que devemos de ter algum tipo de perspectiva histórica. E é precisamente por isso que o livro do pastor luterano Matthew Rueger com o título de “Sexual Morality in a Christless World,” (abaixo) é cronologicamente apropriado. Nele, Rueger mostra como a moralidade sexual cristã agitou o mundo pagão da Roma antiga. As noções do amor compassivo, da castidade sexual, e da fidelidade marital eram estranhos, e até chocantes para o povo dessa época.

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Citando estudiosos atuais, Rueger detalha a visão sexual do mundo romano que durou centenas de anos. As mulheres e as crianças eram vistas como objetos sexuais; os escravos – homens e mulheres – poderiam esperar serem abusados sexualmente; a prostituição estava amplamente difundida; e o homossexualismo predatório era comum. A moralidade sexual cristã (que limita a atividade sexual para o casamento entre um homem e uma mulher com idade para gerar filhos e filhas, cuidar do lar e ensinar os mandamentos bíblicos à descendência) pode ter sido vista como repressiva para os licenciosos, mas ela era um dom de Deus para as vítimas.

Rueger escreve que: as alegações atuais de progressismo e avanços por via da aceitação de “visões sexuais dominantes em torno da sexualidade e do casamento [sic] homossexual” estão totalmente desinformadas… A visão contemporânea em torno da sexualidade nada mais é que um renascimento duma visão do mundo antiga e muito menos compassiva.

Mas ela é também o renascimento duma visão antiga e mais pobre do homem. Imaginem a reação duma escrava pagã romana que aprendia pela primeira vez que ela tinha valor – e não valor monetário como um bem para ser usado e descartado pelo dono – mas valor eterno visto que ela havia sido criada à imagem de Deus.

Ou imaginem a dor de consciência sentida por um marido romano infiel mal ele viesse a saber que Deus havia incarnado, tomado a forma dUm Homem, e que a maneira como ele cuidava do seu próprio corpo e do corpo dos outros era importante para Deus. Sem dúvida, que isto havia de ser importante.

Não podemos desviar o olhar e ignorar este renascimento profano da sexualidade pagã e da sua visão humilhante do ser humano. Mas também não podemos agitar as mãos temerosamente, ou desistir derrotados. Tal como Rueger salienta, Cristo e a Sua Igreja transformaram de maneira radical uma sexualidade mais cruel e mais caótica que a nossa.

Olhem para os crentes antigos que vieram antes de nós: Em vez de sucumbirem ou se acomodarem ao espírito da época, os novos convertidos da Igreja primitiva vieram a entender, tal como escreve Rueger, que

“a moralidade cristã fundamentava-se na pureza abrangente de Cristo e no amor auto-esvaziante… Os cristãos já não poderiam viver como os gregos ou como os romanos. A sua visão do mundo e a visão que eles tinham deles mesmos eram totalmente distintas. Eles agora eram um com Cristo, de coração e alma.”

Agora, escreve Rueger, a sua natureza distinta “não iria poupá-los do sofrimento, mas, sim convidar o sofrimento”. É totalmente claro que o mesmo se aplica a nós cristãos nos dias de hoje. Será que iremos dobrar os nossos joelhos a esta renascida sexualidade pagã, ou será que iremos disponibilizar a liberdade e o plano de Deus para a sexualidade humana para um mundo que desesperadamente necessita dele?

***

Os limites que a civilização cristã colocou no comportamento sexual (colocando de lado a sexualidade pagã), resultaram em liberdade, enquanto que os comportamentos sexuais que a civilização pós-cristã está a promover sob a bandeira da “liberdade sexual”, irão ter como consequência a perda da liberdade.

“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” – João 8:34-36

Publicado originalmente em CNS News – http://www.cnsnews.com

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Para tentarmos entender um pouco sobre o tema, em primeiro lugar devemos compreender o que significa maturidade, para posteriormente buscarmos uma reflexão sobre a questão da maturidade sexual no casamento.

Segundo Maria Cristina Griffa e José Eduardo Moreno, no livro “Chaves para a psicologia do desenvolvimento”, o amadurecimento que envolve a personalidade só pode ser atingido na idade adulta. O ser humano, diferente do que acontece com os animais, não só vive, mas dirige sua vida, orienta-se para um determinado caminho.

Ter maturidade pessoal não significa estar pronto, mas é buscar, é descobrir suas qualidades, é ter aceitação das limitações e possibilidades tanto externas quanto internas. É assumir responsabilidade, é estar disposto a cuidar e permitir ser cuidado, é ter compromisso consigo mesmo e com os demais, é ter autocontrole, é ser, de certa forma, independente, é analisar as escolhas porque elas têm consequências, é ter certo grau de autoconfiança, é buscar perdoar e ser perdoado, é ter outras características, e sobretudo, pensamentos e comportamentos que o faça viver de forma mais autêntica. É importante ressaltar que a maturidade pessoal interfere na maturidade sexual no casamento.

No que se refere à maturidade sexual no casamento, temos um caminho de amadurecimento que não ocorre de um dia para o outro, ele tem um processo, está presente em toda a nossa história. Nosso amadurecimento sexual inicia-se na concepção e caminha durante toda a nossa vida. Na adolescência, a manifestação da sexualidade acontece mais nitidamente e na vida adulta ela pode ser vivida de maneira mais madura, conforme veremos a seguir.

Todo o ser humano em um período denominado por “adolescência”, tem o seu impulso sexual voltado para todos os outros além dele, ou seja, para um outro diferente dele, no caso do homem voltado para as mulheres e para as mulheres voltadas para todos os homens e por isso ele e ela treinarão neste período a olharem para todos a sua volta. Este comportamento de olhar para todos é muito importante, é um elemento essencial neste período, pois somente através desta atitude a pessoa poderá um dia encontrar aquela ou no caso da mulher, aquele, que será de fato o escolhido. Portanto é nesta etapa da vida, que se inicia a integração da sexualidade com a afetividade no ser humano.

Após este processo de olhar e desejar a muitos, surge um novo tempo, justamente quando é encontrada aquela pessoa com a qual iremos nos casar. Neste momento, aquele treinamento da adolescência não se desfaz magicamente, agora inicia um novo treinamento, onde a pessoa deverá exercitar constantemente o olhar para uma única pessoa, aquela que foi escolhida para ser a esposa ou esposo. O desafio dos casados é manter o “olhar” para uma única pessoa, a pessoa amada que escolheu!

Segundo Victor Franckl, uma pessoa madura sexualmente é aquela que consegue canalizar o seu impulso sexual para uma única pessoa do sexo oposto. E diante deste novo treinamento, a pessoa irá amadurecendo, crescendo sexualmente no casamento.

O que significa impulso sexual?

Podemos dizer que o impulso sexual é uma energia, neste caso uma energia sexual direcionada para uma meta, uma finalidade. O impulso sexual está presente em todos os seres humanos, sendo estes alimentados pelas fantasias de conteúdos sexuais.

Portanto, ser sexualmente maduro é ser capaz de canalizar este desejo, impulso sexual, e consequentemente suas fantasias sexuais para a pessoa com a qual nos casamos. Mas manter o impulso, o desejo, as fantasias para o esposo ou esposa, não é como em um conto de fadas. Ele deve ser exercitado. Isto é, um treinamento!

Ao olhar para fora do casamento, para as outras pessoas que não deixaram de ser atrativas, o esposo ou a esposa não deverá manter-se fixo neste impulso para outros, mas, direcioná-lo novamente e constantemente para o cônjuge.

Não é uma tarefa fácil, e nem para ser realizada em um único dia. Ela deve ser treinada diariamente como exposto acima. O casamento é esta oportunidade que a vida nos dá para exercitarmos e atingirmos a maturidade sexual.

Como exercitar o impulso sexual para uma única pessoa?

Confira algumas dicas:

1. Reconhecer e trabalhar as tendências à traição advindas da história de vida.

2. Ressignificar através de um processo de cura as fantasias adquiridas ao longo da vida a partir da adolescência. Muitos utilizaram meios para produzirem fantasias, como vídeos e filmes pornográficos, imagens, etc. A partir do casamento nem todas as fantasias são possíveis. Muitas delas fazem com que os cônjugues não se sintam amados.

3. Olhar diariamente para a pessoa escolhida, buscando descobrir o que ela tem de atrativo sexualmente. Nenhuma pessoa precisa ter um corpo perfeito para ser desejada, os cônjuges devem acompanhar as transformações físicas que ocorrem com o tempo. Sempre existe algo atrativo.

4. Buscar a reconciliação: mágoa pode afastar os casais da vivencia sexual.

5. Buscar o enamoramento: os cônjuges devem promover o namoro, vivenciando o romantismo entre eles. A afetividade humaniza potencializa a sexualidade.

6. Diálogo sexual: é importante conversar sempre a respeito da sexualidade. Esta conversa deve ocorrer antes, durante e após o ato sexual. Dentro desta realidade do diálogo sexual surge uma questão: você conhece e respeita a história sexual do seu cônjuge?

Um casal maduro sexualmente não trata um ao outro como objeto de prazer, no qual somente um quer satisfazer as necessidades fisiológicas; não utiliza o outro como uma coisa, um objeto, sem respeitá-lo; não o obriga a certas práticas que o levam a uma percepção depreciativa de si. O casal sexualmente maduro não se masturba no outro! O casal sexualmente maduro é aquele que entende a sexualidade como um bem partilhado que faz com que ambos se sintam de fato um.

Aleteia

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A identidade sexual é um processo psicológico individual elaborado na infância, em que as crianças se identificam como pertencentes a um dos sexos.

Geralmente, este processo começa aos 2 anos e meio ou 3. É curioso que, se 6 meses antes você tentar comprovar se elas sabem a qual sexo pertencem, as crianças encolhem os ombros. Com o passar do tempo, se fizermos a pergunta: “Você é menino ou menina?”, certamente elas ficarão ofendidas diante da dúvida. Porém esta etapa tem limitações e depende da aparência externa, das roupas e dos acessórios. E pode mudar, já que a etapa estará mais concreta perto dos 8 ou 9 anos.

É uma etapa em que são marcadas as diferenças entre os sexos. O menino percebe as diferenças entre seu pai e sua mãe. Não só físicas, mas também em relação a funções e papéis. A criança estabelece quem pertence ao grupo dos homens e quem está no grupo das mulheres, e o uso da linguagem começará a diferenciar a posse dos objetos, roupas e utensílios de cada sexo.

O pequeno irá se adequando, pouco a pouco, à imagem ideal do seu próprio sexo, e escolherá como modelo o progenitor do seu mesmo sexo, já que as crianças aprendem por imitação. Da mesma forma que o menino imitará seu pai na forma de vestir, de se pentear, nos gostos, nos gestos e na forma de falar, também o fará na questão do desempenho dos papéis.

Estas diferenças estarão mais ou menos marcadas segundo o que está no seio da família. Existem lares onde tanto o pai quanto a mãe saem para trabalhar fora, dividem as tarefas de casa, a educação e o cuidado com os filhos. Além disso, o casal se trata de igual para igual. Nestes casos, o filho não marcará tanto as diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito às funções de cada um.

(…) 

Em resumo, a criança constrói a imagem ideal de seu próprio sexo em razão do ambiente em que se desenvolve: depende do comportamento dos adultos que a rodeiam e da relação que ela tem com eles. Mas também intervêm os estereótipos de gênero que a sociedade impõe e o status em que se insere a família a que a criança pertence.

A identidade psicossexual tem grande importância na vida posterior da criança. Sua adaptação social, sua relação com pessoas de outro sexo, assim como sua atitude na vida amorosa e nas relações sexuais serão resultados da forma como se desenvolveu essa identificação.

É necessário trabalhar para que nossos filhos tenham sucesso neste grande desafio que é se sentir bem com seu próprio corpo e todas as características que marcam a diferença sexual nos campos físicos, emocionais, psicológicos, sociais e espirituais. Conseguir isso implica ser feliz por “ser mulher” ou ser feliz por “ser homem”.

Aleteia

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A castidade não é uma repressão? Você, católico, saberia responder a esta pergunta?

É comum ouvir, seja da boca de médicos ou de psicólogos, que a castidade cristã é uma forma quase neurótica de repressão sexual; há quem diga ainda, sem pôr freio à língua, que se trata de algo semelhante à castração. A figura do monge casmurro, que de tanto afogar os próprios desejos vê-se obrigado a lançar-se em espinheiros ou a meter-se em banheiras de água fria, já integra hoje o imaginário algo sombrio que muitas pessoas têm a respeito dessa virtude, por assim dizer, “medieval”: a santa pureza.

Os que defendem coisas tais, porém, costumam esquecer-se de que toda pessoa, ao relacionar-se com os demais, busca fundamentalmente amar e ser amada [1]. Com efeito, ao ensinar a seus filhos os caminhos que levam ao Céu e, por isso mesmo, à plena realização do homem, a Igreja Católica sempre fez questão de ressaltar que a castidade, longe de representar certa recusa ou falta de estima pela sexualidade humana [2], é justamente a expressão de uma vida sexual sadia e equilibrada; é, numa palavra, escola de amor.

Escola de amor, porque é por meio da pureza de corpo e coração que o homem, na medida em que vai aprendendo a ter domínio de si mesmo, consegue proteger “o amor dos perigos do egoísmo”, estimulado pela ânsia de gozar e usar do outro, “e da agressividade” [3], fruto natural de uma vontade escravizada por suas paixões. Ser casto, nesse sentido, significa ter uma personalidade madura, que sabe relacionar-se com os outros, respeitando-lhes a dignidade e vendo neles “pessoas dignas de veneração enquanto criadas à imagem de Deus e, pela graça, filhos de Deus, novas criaturas em Cristo que ‘vos chamou das trevas à sua luz admirável’ (1Pd 2, 9)” [4].

Está gostando dessas reflexões? Quer saber mais sobre o que a Igreja ensina de fato sobre a castidade? Então se inscreva agora no nosso site! Tornando-se nosso aluno, você terá a oportunidade de aprender conosco #ComoSerFamília!

Referências

Cf. Pedro Trevijano, Orientación Cristiana de la Sexualidad. Madrid: Voz de Papel, 2009, p. 55.
Cf. João Paulo II, Encíclica “Familiaris Consortio“, de 22 nov. 1981, n. 33 (AAS 74 [1982] 122).
Id., ibid.; cf. Catecismo da Igreja Católica, § 2339.
Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana: Verdade e Significado, de 8 dez. 1995, n. 17.

Fonte: Aleteia

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Dom Héctor Aguer, Arcebispo de La Plata (Argentina), denunciou que “o vício da fornicação se converteu em algo corriqueiro, comum, insubstancial” e, portanto, é necessário um remédio para enfrentar uma “cultura” que desumaniza as pessoas.

Em um artigo publicado no dia 23 de agosto no jornal argentino ‘El Día’, o Prelado explicou que usa a palavra “vício” para se referir à fornicação, porque o dicionário define o “fornicador” como “aquele que tem o vício de fornicar. Ele ou ela em princípio, embora hoje em dia a ‘igualdade de gênero’ permite outras combinações antinaturais”.

Ante esta realidade, prossegue o Prelado, “o laborioso remédio de uma cultura fornicadora, do desenfreio, ‘akolasía’ como o chama Aristóteles, é a ‘sofrosyne’, a temperança”.

“Para nós, cristãos, a destemperança do incontinente é curada com uma espécie muito concreta da temperança chamada castidade”, explicou.

O também Acadêmico de Número da Academia Nacional de Ciências Morais e Políticas criticou em seu artigo intitulado “A fornicação” que hoje em dia a sexualidade foi banalizada e citou como exemplo dois casos.

Em primeiro lugar se referiu às seções de celebridades onde falam das mulheres que trocam de “namorado” várias vezes por ano; e em segundo lugar, no caso das Olimpíadas Rio 2016, onde o Ministério de Saúde do Brasil enviou à cidade nove milhões de camisinhas, das quais 450 mil estavam destinadas à vila olímpica, onde estavam os esportistas.

“A cultura fornicadora que está sendo estendendo sem nenhum escrúpulo é um sinal de desumanização, não é própria de mulheres e homens segundo sua condição pessoal. Algo de não humano, de animalidade apareceria nesse comportamento”, assegurou o Arcebispo.

Além disso, afirmou que assumindo a realidade biológica e psicológica do ser humano, “é fácil compreender que o ato sexual tem um duplo sentido: é unitivo e procriativo. O gesto da união corporal acompanha, ratifica e incentiva a união das almas”.

Por conseguinte, advertiu que a fornicação converte a sexualidade “em uma ginástica superficial e provisória, própria de casais desiguais, sem o compromisso de toda a vida que integra a expressão sexual no conjunto da convivência matrimonial, com a abertura aos filhos”.

“A banalização que assinalei implica deste modo uma confusão fatal acerca do amor: não é simplesmente uma efusão sentimental, nem apenas uma atração física, mas especial e essencialmente um ato eletivo da vontade”.

“O propriamente humano é que tal decisão eletiva seja para sempre, como sinal de maturidade, preparada em uma educação para o respeito mútuo, a amizade sem fingimento, a disposição a enfrentar juntos – ele e ela – as dificuldades da vida tanto como as grandes alegrias. Assim, tem sentido a união sexual de um homem e uma mulher”, acrescentou.

Do mesmo modo, criticou as consequências pessoais e sociais do concubinato, ou seja, a relação conjugal entre um homem e uma mulher sem estar casados, entre as quais está a “orfandade afetiva de tantas crianças e adolescentes e a quantidade superior de abusos registrados precisamente dentro dessas formas de ‘união’, que não são verdadeiras famílias”.

O problema da generalização das relações sexuais entre os adolescentes, precisou, faz com que não possamos “esperar nada bom” porque cada vez “começa mais cedo a banalização do sexo”.

Por outro lado, Dom Aguer criticou o negócio dos anticoncepcionais, que oculta “a sábia disposição da natureza que ordena na mulher os ritmos de fertilidade”.

“Tudo foi bem feito pelo Criador e o capricho humano se nega a utilizá-lo, brinca com seu prazer”, ressaltou.

Em seguida, mencionou a existência da fornicação “contra natura” que atualmente é avalizada por leis “que destruíram a realidade natural do matrimônio” e que se fundam “na negação do conceito mesmo de natureza e da noção de lei natural”.

“A discriminação dos antidiscriminadores chegou a limites inconcebíveis, como por exemplo o de negar o direito das crianças a serem criadas e educadas por um pai e uma mãe; isto percebemos na adoção de crianças por ‘casamentos igualitários’”, denunciou.

Finalmente, expressou que “o propriamente humano é que a potência sexual e sua atuação se integrem harmoniosamente à riqueza da personalidade e que esse exercício se desenvolva na ordem familiar. Esta é a vitória da virtude”.

ACI

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Um novo estudo que analisa outras 200 investigações sobre orientação sexual e identidade de gênero revelou que não existe evidência científica para afirmar que uma pessoa nasce transgênero, questionando a comum argumentação dos coletivos LGBT.

A prestigiosa revista ‘The New Atlantis’ publicou a investigação realizada pelos peritos Lawrence Mayer, epidemiologista e membro do departamento de Psiquiatria da reconhecida Universidade de Medicina John Hopkins; e o psicólogo e psiquiatra Paul McHugh, “talvez o psiquiatra mais importante dos últimos 50 anos”, assinala a publicação.

O estudo é intitulado “Sexualidade e Gênero: Descobertas das ciências biológicas, psicológicas e sociais”.

Os estudos científicos não corroboram a hipótese de que a identidade de gênero seja uma propriedade inata e fixa do ser humano e independente do sexo biológico: ou seja, que uma pessoa seja ‘um homem preso em um corpo de mulher’ ou ‘uma mulher presa em um corpo de homem’”, assinala uma das revelações da investigação.

O editor da revista, Adam Keiper, explica que “ao examinar investigações das ciências sociais, biológicas e psicológicas, este relatório mostra que algumas argumentações que escutamos com frequência sobre sexualidade e gênero não têm apoio na evidência científica”.

O relatório “tem como tema central as altas taxas de problemas mentais entre a população LGBT e questiona a base científica da tendência do tratamento de crianças que não se identificam com seu sexo biológico”.

Os peritos assinalam que “embora um menino pequeno seja considerado – inclusive por ele mesmo – uma menina, isso não o converte biologicamente em uma menina. A definição científica do sexo biológico é, para quase todos os humanos, claro, binário e estável, o qual reflete uma realidade biológica subjacente que não se contradiz com as exceções à conduta sexual habitual e não pode ser alterada pela cirurgia ou condicionamentos sociais”.

O estudo explica inicialmente que “as provas científicas não respaldam a visão de que a orientação sexual é uma propriedade inata e biologicamente fixa do ser humano: a ideia que os indivíduos ‘tenham nascido assim’”.

Problemas de saúde mental

Os peritos também enfatizam que “os estudos comparativos da estrutura cerebral de pessoas transgênero e não transgênero demonstraram a existência de correlações frágeis entre a estrutura cerebral e a identificação transgênero. Essas correlações não constituem uma prova de que a identificação transgênero tenha uma base neurobiológica”.

Sobre os problemas de saúde mental que as pessoas não heterossexuais sofrem, o estudo assinala que “têm um risco mais elevado de padecer diversos problemas de saúde geral e saúde mental”.

É “especialmente alarmante – prosseguem – que na comunidade transgênero, a taxa de tentativas de suicídio ao longo da vida e para todas as idades seja calculada em 41%, enquanto é menos de 5% para a população geral dos Estados Unidos”.

Em comparação com a população geral, “os adultos submetidos a cirurgia de resignação de sexo” têm “aproximadamente 5 vezes mais probabilidades de tentar se suicidar e 19 vezes mais de morrer através do suicídio”.

Crianças transgênero?

Os investigadores expressam sua preocupação pelas crianças e no estudo explicam que “somente uma pequena minoria dos que manifestam uma ‘identificação de gênero cruzada’ durante a infância continuam manifestando-a na adolescência e na fase adulta” e advertem que “não existem provas de que todas as crianças com pensamentos ou condutas de gênero atípicas devam ser estimuladas a converter-se em transgênero”.

No prefácio do estudo, o Dr. Mayer afirma que esta investigação foi feita pensando no bem-estar das crianças. Acima de tudo, escreve, “dedico às crianças que lutam com sua sexualidade e gênero”.

Em declarações ao National Catholic Register, o Dr. Paul McHugh assinalou que atualmente “estamos em um mundo no qual todos dizem ‘queremos medicina baseada na evidência para tomar um antibiótico, mas sem evidência também querem fazer coisas radicais às crianças”.

Os autores também assinalam que “a evidência científica recolhida sugere que tenhamos uma perspectiva cética para a afirmação de que os procedimentos de mudança de sexo proporcionam os benefícios que se esperam ou que resolvem os assuntos subjacentes que contribuem aos altos riscos mentais da população transgênero”.

Sem medo da polêmica

Nas conclusões, os peritos explicam que elaboraram o estudo a fim de que possa ser acessível aos especialistas e ao público em geral; e comentam que, “embora haja muita controvérsia em relação a como a sociedade trata aos membros LGBT, nenhuma visão política ou cultural deve nos desalentar para entender os assuntos clínicos e de saúde pública, para ajudar as pessoas que sofrem de problemas mentais que podem estar relacionados com sua sexualidade”.

Nesta exaustiva investigação, finalizam, “tentamos sintetizar e descrever um complexo corpo de estudos científicos relacionados a estes temas. Esperamos que isto contribua ao debate público sobre a sexualidade humana e a identidade. Sabemos que haverá respostas enérgicas que serão bem-vindas”.

ACI

O artigo original é bem amplo, aqui publicamos um pequeno resumo. Clique no link abaixo

Fonte original em inglês

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Um número cada vez maior de homens jovens está sofrendo problemas de saúde sexual, como disfunção erétil, por causa do consumo exagerado de pornografia virtual. O alerta é de uma das principais psicoterapeutas britânicas.

Segundo Angela Gregory, da Universidade de Notthingham, homens entre 18 e 25 anos são os mais suscetíveis a sofrer com o vício em pornografia online. Ela acrescenta que grande parte dos acessos ao material pornográfico se dá por meio de celulares e laptops.

“O que eu vi nos últimos 16 anos, particularmente nos únicos cinco anos, foi um aumento no número de pacientes relatando problemas de saúde sexual”, diz ela. “No passado, homens com disfunção erétil que nos procuravam eram mais velhos, e o problema estava associado a diabetes, esclerose múltipla ou doenças coronarianas. Mas essa situação mudou”, acrescenta.

Angela destaca que os pacientes mais jovens não apresentam nenhuma dessas doenças. “Eles não têm nenhuma doença orgânica; já foram consultados por clínicos-gerais e tudo parece normal”, explica.

Mas mesmo assim apresentam disfunção erétil. Por isso, uma das primeiras perguntas que faço aos pacientes é sobre o volume de pornografia que eles consomem, bem como seus hábitos de masturbação. Isso pode ser a raiz do problema para entender por que eles não conseguem manter uma ereção com seu(sua) parceiro(a)”, acrescenta.

Vício

O britânico Nick (nome fictício) confessa que começou a consumir pornografia na internet quando ganhou seu primeiro laptop, aos 15 anos. “Rapidamente, fiquei viciado. Via pornografia todos os dias”, diz.

“Não havia nada que me estimulasse. Por causa disso, com o passar do tempo, passei a procurar conteúdo cada vez mais exagerado para conseguir ter uma ereção”, relata. “Isso passou a prejudicar minha vida. Nunca sonharia em colocar em prática o tipo de pornografia que consumia”, acrescenta.

Não demorou muito para que Nick começasse a sofrer com problemas de saúde sexual.

Sem ereção

“Descobri que quando estava na cama com uma mulher, apesar de me sentir atraído e querer fazer sexo com ela, nada me excitava. Meu impulso sexual estava totalmente focada na pornografia”.

“No meu ápice, provavelmente via pornografia online por duas horas todos os dias.”

Quando percebeu que tinha um problema, Nick decidiu procurar ajuda. “Tive uma consulta com uma médica, e ela me disse que eu não tinha nenhum problema de saúde. Por outro lado, me falou que vinha ouvindo relatos similares de muitos pacientes com o mesmo problema.”

Como parte de sua reabilitação, Nick passou 100 dias sem consumir pornografia virtual e ficou aliviado quando as coisas começaram a voltar ao normal. 

“Minha libido voltou e encontrei uma menina. Foi ótimo”, conta. “Pela primeira vez, fui capaz de flertar e depois de algum tempo fazer sexo normalmente. Me senti equilibrado e feliz”. ( A percepção cristã do sexo sempre o associa a uma expressão humana bela e divina plenamente vivida dentro do matrimônio aberta à vida, nota do blog)

Apoio

Depois de vencer o vício, Nick passou a oferecer apoio a outros usuários com o mesmo problema. “Quando me recuperei, passei bastante tempo em fóruns na internet para ajudar outras pessoas que estavam passando pela mesma situação”.

“Hoje, há muito mais informação disponível do que no passado. Você deve conversar com seus amigos, pessoas que estão próximas de você ou naquelas em quem você confia. Não se preocupe, há muitas pessoas no mesmo barco”, recomenda.

 

Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/2016-08-16/vicio-pornografia.html

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Formação dirigida a jovens relacionada com a afetividade e a sexualidade está presente num site criado pelo Conselho Pontifício para a Família

«O ponto de encontro» é o nome de um novo site que é também um «Projeto de educação afetivo sexual». A nova plataforma foi lançada pelo Conselho Pontifício para a Família e apresentada durante a última Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorreu na Polónia.

Disponível em cinco línguas, o curso direcionado para jovens é constituído por seis unidades e tem como objetivo promover a «educação integral» dos mais novos, cuja «dimensão afetiva e sexual se desenvolve harmoniosamente, através de escolhas e passagens amadurecidas gradualmente», acreditam os responsáveis pelo projeto.

Na sessão de apresentação do projeto, Carlos Simón Vázquez, subsecretário do Conselho Pontifício para a Família, destacou que o novo itinerário «segue as diretrizes do Papa Francisco».

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Caro Filoteu de Betânia

Hoje, compartilho contigo alguns escritos de alguns anos atrás. Espero que acrescente algo de bom na tua vida e te ajude a ser discípulo ou discípula de Jesus.

Por isso, entrando no mundo diz: ‘Não quiseste hóstia, nem oblação, mas formaste-me um corpo’”[1]. Estamos diante do grande mistério do Verbo eterno que, sendo Deus com o Pai desde o princípio, assume a nossa carne humana. João, em sua epístola, proclama pasmo de emoção: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, o que apalparam as nossas mãos relativamente ao Verbo da vida, isso que vimos e ouvimos, vô-lo anunciamos”[2]. E todo esse entusiasmo foi porque Ele tinha um corpo humano e por isso sexuado, como os demais seres humanos, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”[3]. E este mesmo Senhor fez do seu corpo o sacramento do Amor, da doação, da entrega sem reservas, sem medidas na generosidade do dom de si: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós”[4]. Não será este o referencial para viver a castidade de modo profundamente cristificado? Muito mais do que isolamento, o dom da castidade se torna em Cristo uma partilha abundante e fecunda.

A realidade corpórea é rica, fecunda, carregada de significados. Não podemos subestimá-la, como se fosse algo de inóspito, um elemento rebelde contra a qual se deve lutar, a inimiga da alma, naquelas redutivas dicotomias dualistas.

“O corpo, segundo a Bíblia, não é uma apêndice insignificante do ser humano, é uma parte integrante dele. O homem não tem um corpo, ele é um corpo. O corpo foi criado diretamente por Deus, feito e plasmado por suas próprias “mãos”, foi assumido pelo Verbo na encarnação e santificado pelo Espírito no Batismo. Ele é justamente o ‘templo’ do Espírito Santo*. (…). A carne serve ao Espírito e o Espírito ampara a carne. É exatamente através do corpo – ou seja, o elemento que mais intimamente liga o fiel cristão a este mundo – que se manifesta nele o Espírito. (…). Cabe, portanto, ao Espírito a tarefa de santificar a carne, não só combatê-la; promovê-la, e não só neutralizá-la”[5].

A sexualidade humana constitui um elemento fundamental para definir a identidade humana. Não se reduz à dimensão generativa ou simplesmente afetiva, mas quando amadurece se abre à esfera oblativa e amigável. “A sexualidade é antes de tudo uma energia que perpassa todo o humano, empurrando-o para fora de si mesmo e como que obrigando-o a estabelecer laços com os outros e com o mundo circunstante. É assim uma energia que vence a esterilidade e projeta o ser humano na esfera do amor”[6]. Deste modo a sexualidade se torna um dom e indica aquilo que a pessoa é. Ser homem ou ser mulher são modos concretos de ser. Quando guiada pela razão, a sexualidade não se dissolve nas cavernas escuras da paixão.

A pessoa humana é tipificada sexualmente como homem e mulher. Assim, encontra um modo todo próprio de ser. “E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus e criou-os varão e fêmea”[7]. E como homem e mulher a pessoa humana se descobre chamada a dialogar dinamicamente com os outros. E neste anseio de se comunicar tende a se completar integralmente no outro. O caminho da integração passa necessariamente pelo confronto homem-mulher. Tendo presente as teorias da polaridade, da complementariedade e da reciprocidade fica claro que esta última se coaduna melhor com a integração sexual e afetiva do consagrado. Homem e mulher não são incompletos como se o celibatário ou o que não casa fosse um deficiente, mas a reciprocidade revela a riqueza do humano com possibilidade de várias significações[8]. O eu se auto-define no tu, numa comunhão que se abre à formação de um nós.

A sexualidade não se reduz à genitalidade, mas se afirma e se consolida de modo fecundo e plenificante na proporção da sua dialogicidade em chave oblativa e comunial. Daí nasce a castidade, virtude que visa direcionar as potencialidades afetivas, ordenando-as a uma dinâmica de comunhão, de unidade a partir da riqueza das diferenças. Esta força impulsionadora (sexualidade) que é harmonizada pela inteligência e pela vontade (na castidade) deve ser compreendida como um dom, um meio rápido e eficaz (mesmo que nem sempre fácil) de direcionar as ternuras e os ardores do coração para o Senhor e para a realização dos seus desígnios a respeito de cada pessoa. A castidade “significa a integração correta da sexualidade na pessoa e com isso a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. (…). A virtude da castidade comporta, portanto, a integridade da pessoa e a integridade da doação”[9]. Por isso, tanto o matrimônio vivido em Cristo que ama e por isso mesmo manifesta este amor através da mediação humana de um cônjuge quanto no celibato consagrado que encontra a sua fonte na imitação e no seguimento de Cristo vivendo um amor dedicado exclusivamente para Deus, sem as mediações; ambos, a seu modo, tornam palpável este amor do Senhor e, por isso mesmo, tornam-se uma maravilhosa superabundância, contanto que não caiam no reducionismo egoísta dos próprios interesses ou vantagens.

A liberdade de escolha do estado de vida, ou seja, da acolhida do dom de Deus, brota do mistério do encontro de duas liberdades: a de Deus que chama e a da pessoa humana que responde. Ambas introduzem na história humana a dimensão da salvação que brota do superabundante Amor misericordioso da Trindade. Nesta linha de pensamento a opção seja para o matrimônio seja ao celibato consagrado (dos sacerdotes também) nasce de uma iniciativa divina. “Não fostes vós que me escolheste, mas fui eu que vos escolhi a vós, e vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça”[10].

No caso da castidade compreendida como virgindade, estado celibatário, Santo Ambrósio dizia que a «castidade não se impõe, mas se propõe»[11]. Este estado também exerce seu admirável fascínio sobre muitas pessoas que vivem uma experiência profunda de Deus, no seguimento e imitação do Cristo Virgem. E sobre este ideal o bispo de Milão falava tão bem e com um magnetismo de tal modo encantador que os pais milaneses trancavam suas filhas em casa quando o santo pregava. Diziam eles: «não queremos que vocês ouçam aquele feiticeiro».

À luz desta realidade de uma castidade que é superabundância, porque a vida deste homem Jesus, o eterno Verbo do Pai, foi uma superabundância, é preciso que os cristãos vivam com coragem a própria oferta de vida, como homens e mulheres que acreditam na proposta de Deus, caminho seguro de felicidade exigente e amor que se lança para o sem limites da eternidade da Trindade.

[1] Hb 10, 5.

[2] 1Jo 1, 1.3.

[3] Jo 1, 14.

[4] Lc 22, 19.

* Cf. 1Cor 3,16; 6,19).

[5] R. CANTALAMESSA, O Canto do Espírito. Meditações sobre o Veni Creator, Petrópolis: Vozes, 1998, p. 279.

[6] A. MOSER, Integração afetiva e compromisso social na América Latina, Rio de Janeiro: Publicações CRB,  1989, p. 45.

[7] Gn 1, 27.

[8] Cf. MOSER, Integração afetiva, 53.

[9] CIC (Catecismo da Igreja Católica), 2337.

[10] Cf. Jo 15, 16.

[11]S. AMBRÓSIO, De viduis, c. 12, n. 72;  S. CIPRIANO, De habitu virginum, c. 23.

Fonte original: Rapadura espiritual

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Nos seres humanos, a alma e o corpo são uma unidade; são um só. Nós não somos almas presas num corpo à espera de libertação, nem somos apenas corpos que desenvolveram funções cerebrais superiores. A Igreja fala da unidade “profunda” de alma e corpo. Espírito e matéria “não são duas naturezas unidas, mas a sua união é que forma uma única natureza”.

É difícil enfatizar o quanto este ensinamento é importante e o quanto é fácil entendê-lo errado.

Aqui vão 14 verdades que se desdobram da unidade de alma e corpo:

1. O homem é nobre!

“Que obra de arte é um homem!”, disse Hamlet. “Quão nobre de razão, quão infinito de faculdades! Em forma e movimento, quão admirável! No agir, quão angelical! No apreender, quão semelhante a um deus! A beleza do mundo! O parâmetro dos animais!”.

Somos parte animal e parte “anjo”; somos feitos de pó e sonhamos em alcançar as estrelas. Na imagem marcante do livro do Gênesis, Deus nos faz a partir do barro e inspira em nós o sopro da vida.

Se a Igreja está certa, nós somos nobres e belos; se a Igreja está errada, somos meros receptáculos de prazeres fugazes, altamente desenvolvidos.

2. A arte pode ser grandiosa!

Quando criamos arte, expressamos ideias intangíveis mediante matéria tangível, audível, visível. A arte utiliza os nossos sentidos para falar à nossa alma.

Se a Igreja está certa sobre a unidade de alma e corpo, então a arte é um canal para uma beleza que nos transcende. Mas se a Igreja está errada, a arte é só um exercício de criatividade em que existe muito menos do que aparece aos olhos.

3. A lei natural importa!

O que fazemos com o nosso corpo, ainda que de modo independente das nossas intenções interiores, importa. O nosso corpo, de fato, é “nós”: não é que nós “temos” um corpo – nós “somos” corpo-e-alma! E, portanto, somos responsáveis pelas nossas ações.

Mas, se a Igreja está errada, não podemos acusar ou encontrar culpa em ninguém, porque não temos como julgar as intenções dos outros e porque seus corpos simplesmente respondem a forças pelas quais eles não são responsáveis.

4. A encarnação de Deus é possível!

As heresias cristológicas iniciais tentavam separar a divindade e a humanidade de Jesus Cristo: será que a alma dele era Deus, mas o seu corpo não era? Será que Ele era um Deus “menor” porque “tinha” corpo? Será que Ele “se tornou” Deus no batismo? A unidade de alma e corpo resolve todas essas heresias: Ele sempre foi quem Ele é: verdadeiro Deus e verdadeiro homem!

Se a Igreja está errada sobre a unidade de alma e corpo, então Jesus não pode ser Deus e nós não podemos ser redimidos. Se a Igreja está certa, a nossa fé não é em vão.

5. Os edifícios da Igreja importam!

Se a alma e o corpo não são um só, então não importa a aparência das igrejas: elas são só alguma coisa a que o corpo reage por instinto. Mas se a alma e o corpo são um só, então as igrejas devem ser, também na sua construção material, testemunhos elevados da grandeza de Deus.

Sem o ensinamento sobre a unidade de corpo e alma, as igrejas poderiam ser vazias ou priorizar formas geométricas que não distraíssem a nossa alma. Com este ensinamento, porém, elas podem e devem ser preenchidas com ícones e imagens atraentes também para a nossa natureza corpórea.

6. Os sacramentos são necessários!

Sem este ensinamento, seria inútil que a matéria transmitisse a graça.

Mas, com este ensinamento, podemos ter acesso à graça através de coisas comuns, táteis, transformadas por um sacerdote: a água, o pão, a mão que unge, a palavra falada…

7. Maria é especial!

Sem este ensinamento, Maria seria apenas uma mãe de aluguel que só carregou o corpo de Jesus.

Mas, com este ensinamento, ela é a Mãe de Deus!

8. Os santos importam!

Sem este ensinamento, só celebraríamos os mistérios da vida de Cristo.

Com este ensinamento, porém, podemos também celebrar os grandes homens e mulheres que partilharam a vida de Cristo em sua própria vida!

9. O sexo importa!

Sem este ensinamento, a sexualidade é mero entretenimento e não importa nem o número nem o tipo de parceiros.

Com este ensinamento, no entanto, a sexualidade é a conexão espiritual mais íntima possível entre um homem e uma mulher e precisa ser tratada com dignidade e propósito!

10. As obras de misericórdia importam!

Sem este ensinamento, dar de comer e de beber, vestir e abrigar o necessitado são simples questões de decoro público, não atos de misericórdia.

Mas, com este ensinamento, estamos não apenas gerindo necessidades de corpos alheios, mas amando os nossos irmãos!

11. O exercício físico importa!

Sem este ensinamento, cuidar do corpo não é relevante; ou, pelo menos, não tanto quanto da alma. O corpo, contudo, é parte de quem nós somos! E isto significa que devemos cuidá-lo bem.

12. …mas sem exageros!

É consequência deste ensinamento: a Igreja rejeita a noção neopagã que tende a promover o culto do corpo, a sacrificar tudo por ele, a idolatrar a perfeição física e o sucesso nos esportes.

13. O casamento não é mera construção jurídica!

Sem este ensinamento, o casamento seria só um contrato entre qualquer grupo de duas ou mais pessoas, ligadas por quaisquer necessidades mútuas.

Com ele, porém, o casamento é a união de um homem e de uma mulher com o objetivo final de gerar e criar filhos por amor – filhos que jamais foram, são ou serão meros “amontoados de células”!

14. Seus órgãos genitais e seus cromossomos importam!

Se o seu corpo e alma não são uma unidade, então a sua identidade de gênero é um conceito que fica escondido dos outros. Mas se o seu corpo e a sua alma são uma unidade, então as outras pessoas sabem dizer o que você é – ainda que as ideologias inventem outra coisa.

Tom Hoops