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Ao completar 30 anos, a bela atleta norte-americana Lolo Jones (foto) surpreendeu o mundo, não necessariamente por ter sido uma das finalistas na corrida dos 100 metros com barreiras, nas Olimpíadas de Londres. O que a tornou ainda mais famosa foi a declaração dada numa entrevista anterior às competições. Jones disse que ainda é virgem e que está “se guardando” para o futuro marido.

Esse tipo de fidelidade (ao futuro esposo e a suas convicções) e a coragem para declará-la publicamente surpreendeu tanto os jornalistas que a condição de virgem da atleta acabou chamando mais atenção do que a própria classificação dela para as semifinais. Tanto é assim, que o título da matéria do jornal O Globo foi este: “Virgem de 30 anos [e não “atleta”, “corredora”, “campeã”, etc.], Lolo Jones está na semi dos 100m com barreiras.” Jones admitiu: “Mais difícil do que estudar para a faculdade, mais difícil do que treinar para as Olimpíadas tem sido me manter virgem antes do casamento. Já fui muito tentada. Vários caras me disseram que, se fizesse sexo, eu correria mais rápido.”

Caras” que adoram brincar de seduzir e que encaram mulheres como se fossem prêmios a ser conquistados, usando os mais ridículos argumentos para tê-las às vezes por uma única noite, esses não faltam por aí. Mas Jones já percebeu que não vale a pena se entregar a esse tipo. 

Valor antigo?

Em 2010, comprei a reimpressão da revista Realidade de janeiro de 1967, que na época foi apreendida pelo governo militar. Degustei aos poucos (como fazia nos meus tempos de faculdade) as reportagens bem escritas e em profundidade que caracterizaram essa revista que deixou saudades. A última página trazia a seção “Brasil pergunta”, e, nessa edição, a questão tratada é a seguinte: “A mulher deve ser virgem ao casar?” Gostei da resposta dada pela radialista Sarita Campos (mantive o português da época, como está na revista):

“Seria ideal para um homem que sua futura espôsa fôsse pura e virgem. A pureza, no entanto, pode existir independentemente da virgindade. Há môças virgens que são levianas, fracas, sem escrúpulos, mas que conservam a virgindade como garantia de casamento. Há môças que por inexperiência, falta de vigilância, ou excesso de amor e confiança perderam a virgindade. E no entanto são môças dignas, sérias, excelentes para o casamento. Recebo cartas de rapazes desorientados que me perguntam se devem ou não casar com a môça que confessou ter perdido a virgindade. E eu os aconselho a estudar a fôrça de seu caráter e a casar-se se chegarem à conclusão de que ela merece o seu amor. Acho que a môça deve se conservar virgem e pura, ilustrando o seu espírito e precavendo-se contra os aproveitadores que delas se utilizam apenas para seu prazer físico. A môça noiva deve se fazer respeitar pelo noivo, a namorada pelo namorado, a mulher pelo homem.”

Os conselhos de Sarita continuam oportunos e sábios, mesmo depois de quatro décadas. Eu apenas acrescentaria o seguinte: tudo o que ela escreveu se aplica também aos homens.

Mas os tempos mudam e os costumes também. Não seria, então, a virgindade um “valor antigo”, resquício do conservadorismo e do machismo do passado? Creio que não e vou demonstrar com o exemplo de outra balzaquiana.

Tempos atrás, o jornal The Guardian publicou o relato da britânica Sophie Atherton. Ela conta que se manteve virgem até os 32 anos – em parte por conta de uma doença grave no início da vida adulta, em parte por escolha, por ter outras prioridades. Sophie classifica sua decisão como uma “rebeldia” e defende as vantagens de esperar. Ao passar o início da vida adulta longe de um relacionamento, ela diz que aprendeu a ser mais independente e paciente.

Leia a seguir alguns trechos do depoimento de Sophie e note como ela menciona razões que dão sentido ao conselho bíblico de esperar pelo casamento para se ter vida sexual ativa:

“Antes de atingir a idade do juízo, eu estava desesperada para perder minha virgindade enquanto ainda fosse ilegal. Achei que fosse desafiar a autoridade. Quem são eles para me dizer quando eu estava pronta para transar? Mas não aconteceu, embora meu primeiro beijo, aos 15 anos, tenha quase ido longe demais. Ao contrário, acabei fazendo algo muito mais rebelde e incomum: eu me mantive virgem até os 32 anos.”

“Como minha virgindade persistia, eu tive a experiência incomum de me desenvolver e crescer sem a influência de um parceiro. Eu não odeio homens – muito pelo contrário; por ter passado tanto tempo sem um homem no meu pé pude apreciar até melhor a companhia deles. […] Enquanto minhas amigas lidavam com esse tipo de distração, gastei 20 anos fazendo o que queria, vivendo em várias cidades, mudando por causa do trabalho.”

“Ganhei muito ao adiar o início da minha vida sexual. Tenho certeza de que isso foi, em parte, responsável pela minha força de caráter e minha natureza decidida. Tenho que dar crédito aos meus pais por me darem as fundações de uma quase inabalável autoconfiança.”

“Para uma mulher, falar ‘não’ e fazer sexo apenas quando ela realmente quer é um ato básico, mas muito poderoso. Demonstra que ela é independente e livre, e, talvez, quanto mais tempo uma mulher se mantém virgem, mais ela tem respeito por si própria e controle sobre seu próprio corpo.”

“O legado de minha longeva virgindade vai além da independência – acho que ela me deu uma resistência extra para lidar com as dificuldades da vida e me ensinou a ter paciência. Nossa cultura pode ser a de ‘tudo agora’, mas eu aprendi a esperar. E uma das melhores coisas foi em relação ao sexo em si. Enquanto algumas mulheres da minha idade perderam seu interesse, eu ainda acho tudo tão excitante quanto a primeira vez.”

Percebeu as vantagens? (1) Com a maturidade, a pessoa tem melhores condições de fazer escolhas sem ser movida pelos apelos da mídia e pela pressão do grupo; (2) a rebeldia natural da adolescência pode levar a escolhas infelizes; (3) antes de iniciar um relacionamento amoroso mais sério, a pessoa pode se desenvolver em outras áreas importantes, como os estudos e a carreira; (4) mais madura, a pessoa pode se relacionar de maneira positiva com o sexo oposto e entender as diferenças naturais entre homens e mulheres; (5) dizer “não” para aquilo de que discordamos reforça nossa autoestima e solidifica o caráter; (6) manter a virgindade e o controle sobre o próprio corpo reforça o respeito próprio; (7) adiar a iniciação sexual para o contexto matrimonial ajuda a manter o interesse sadio no sexo, pois ele não foi banalizado antes; (8) (e este é por minha conta) aprender a esperar desenvolve a paciência e a confiança no Deus que supre nossas necessidades.

Virgindade e divórcio

Além das vantagens presentes de se esperar, há também benefícios futuros. Uma pesquisa feita pela Universidade de Iowa mostrou que mulheres que perdem a virgindade muito cedo têm maior probabilidade de se divorciar, principalmente se foram pressionadas a fazer sexo. Estudo publicado na edição de abril do Jornal do Casamento e da Família entrevistou 3.793 americanas. Mais de 30% das mulheres que perderam a virgindade enquanto adolescentes se divorciaram depois de cerca de cinco anos de casadas. Quase metade delas se divorciou com cerca de dez anos de casadas. Já entre as mulheres que esperaram até a idade adulta para perder a virgindade, apenas 15% se divorciaram após cinco anos e 27% após dez anos.

A pesquisa também trouxe um número interessante: uma em cada quatro mulheres que começaram a vida sexual cedo ficou grávida antes de se casar. Entre as que esperaram até a idade adulta para começar a vida sexual, esse número é de uma para dez. Entre todas as entrevistadas, 1% perdeu a virgindade com 13 anos ou menos, 5% com 14 ou 15 anos, 10% com 16 ou 17. Dentre elas, 42% disseram que sofreram pressão para fazer sexo. Quase 60% das mulheres entrevistadas preferiram esperar até os 18 anos para se relacionar sexualmente. Dentre elas, 22% disseram que foram pressionadas.

Arrependimento

Além do divórcio há o arrependimento – e esse pode vir bem cedo, antes mesmo do casamento. Segundo pesquisa da OneHope, ministério jovem fundado em 1987 pelo missionário Bob Hoskins, dois terços dos adolescentes gostariam de ser virgens novamente. Alguns resultados da pesquisa feita com 5.108 jovens, com idade entre 13 e 18 anos, são os seguintes:

61% dos adolescentes gostariam de se casar virgens.

82% acreditam que o plano de Deus é que o casamento dure a vida toda.

80% citam os pais como fonte de forte influência em seus pensamentos e ações.

Porém, 34% passam menos de 15 minutos por semana discutindo assuntos importantes com seus pais.

65% acreditam que a verdade é relativa.

69% assistem MTV todas as semanas.

A despeito de a maioria dos jovens entrevistados assistir a programas de conteúdo “liberal” e se dizer relativista, no fundo, possivelmente ouvindo (sem compreender direito) um anseio intrínseco implantado por Deus no coração, querem se casar virgens e acreditam que o casamento deve ser para a vida toda. Pesquisa já demonstrou que praticar sexo antes do casamento piora a vida sexual depois do casamento, e que praticar sexo sem compromisso e romantismo leva frequentemente à depressão (especialmente no caso das mulheres).

Assim, os que se preservam desde já para o casamento futuro estão colaborando consigo mesmos (e com o cônjuge) lá na frente: promoverão um casamento de mais cumplicidade (ambos descobrirão juntos os encantos do sexo) e maior fidelidade (não haverá eventuais desconfianças quanto a experiências e relacionamentos passados). O ato sexual é uma experiência muito íntima e que envolve neurotransmissores poderosos como a oxitocina, a vasopressina e a dopamina. Eles servem para criar vínculos fortíssimos entre homem e mulher. Por estar associado a fortes emoções, o sexo promove o “arquivamento” de memórias e sensações. E tudo isso será levado para o novo relacionamento. Não é melhor levar um “arquivo vazio” para o casamento e enchê-lo com as boas memórias e sensações vividas no matrimônio, com o homem/mulher da sua vida?

Num fórum de discussões sobre sexualidade, uma internauta escreveu: “Não caia na besteira de que se deve provar antes; não precisa. Faça os cálculos, espere, você terá uns trinta anos de vida sexual após o casamento. Para que correr o risco de ser infeliz. Não só eu, mas todas as minhas amigas se arrependeram amargamente [de ter feito sexo antes do casamento]. Defenda seus sonhos, sua felicidade e a continuidade da família, que mais cedo ou mais tarde é o sonho de toda mulher.”

Mas, e se o erro foi cometido, o que fazer? Paulo, que manchou seu passado com atos pecaminosos e, depois, passou pela conversão, responde: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fl 3:13, 14). Esse alvo pode ser um casamento abençoado.

Preserve o presente

Outra rara figura pública que teve coragem de declarar sua virgindade foi a atriz Isabelle Drummond, de 17 anos. Em entrevista à revista Quem, ela disse que pretende fazer sexo só depois do casamento. “Isso é uma coisa que eu quero. É um princípio meu, um princípio bíblico, da igreja”, disse a adolescente, que é evangélica. Isabelle ficou famosa interpretando a Emília no “Sítio do Picapau Amarelo”, e disse também à revista: “Sou muito tímida e sei que, quando for para acontecer, vai acontecer. Tenho outros focos agora. Estou trabalhando e estudando muito.”

Parabéns também à Isabelle por, assim como Jones e Sophie, não ter vergonha de ir na contramão do mundo, nesse aspecto, e pela coragem de manifestar sua decisão. E você, tem coragem? Aceita o desafio? Quer recomeçar?

Não se esqueça de que, com respeito à experiência sexual, há pelo menos três grupos de pessoas: (1) virgens puros, (2) virgens impuros e (3) não virgens que foram purificados. O primeiro grupo é o ideal; são aquelas pessoas que valorizam a virgindade, que procuram manter a mente e o corpo puros (e conseguem isso por meio de uma relação íntima com Deus). O segundo grupo é o daqueles que procuram preservar unicamente a virgindade genital motivados por certas preocupações (gravidez, por exemplo), mas são física e mentalmente impuros. Fazem de tudo, menos penetração genital, e se consideram hipocritamente “virgens”. E há o terceiro grupo, o daquelas pessoas que caíram no passado, mas que receberam o perdão de Deus e foram restauradas ao status de “virgens espirituais”.

A que grupo você quer pertencer? Em qual deles você está? A escolha é unicamente sua. Seu futuro agradece

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia; artigo originalmente publicado na revista Família Esperança)

O grupo multinacional anglo-holandês Unilever, que possui cerca de cinquenta empresas dentre as de maior prestígio da indústria de alimentos, cosméticos, perfumes e produtos químicos, incluindo marcas como Lipton, Knorr, Dove, Signal, Pepsodent e Calvin Klein, promoveu um vídeo de quatro minutos e meio no qual incentiva homens e mulheres de todo o planeta a trazerem novos filhos e filhas ao mundo.

O vídeo, que está no YouTube, se chama “Why bring a child to this world?” (Por que trazer um filho a este mundo?) e já ultrapassou dois milhões e meio de visualizações.

As imagens mostram homens e mulheres de diversos países falando seriamente sobre os problemas e dificuldades que enfrentam para começar uma família e ter filhos. A seguir, o vídeo fornece razões válidas para a esperança e recorda que ter filhos é uma das razões mais importantes pelas quais vale a pena viver a vida.

Depois de perguntar “por que trazer um filho a este mundo”, os autores do projeto de ecologia e sustentabilidade da Unilever, o “Sunlight Project”, respondem: “Porque nunca houve uma época melhor do que esta para criarmos um futuro brilhante”.

“Nós acreditamos num mundo em que não haverá crianças indo dormir com fome; em que cada casa tem água suficiente para beber, tomar banho e fazer faxina; onde as doenças podem ser prevenidas e evitadas; e onde cada criança pode viver durante anos e mais anos depois de completar o seu quinto aniversário. Não temos a pretensão de conhecer todas as respostas, mas convidamos você a se juntar a nós para continuar esta jornada”, termina a mensagem.

http://www.youtube.com/watch?v=PWTVCkvQzY8

147318222Quantas vezes você se desdobrou para atender aos desejos do seu filho? Até naquele dia em que chegou em casa com enxaqueca – depois de um longo dia de trabalho – querendo descansar, sentou ao lado dele para brincar um pouco, depois que ele teve uma crise de birra porque estava esperando por você há horas para jogar um jogo novo. Sua intenção é das melhores, claro!

Mas lembre-se de que, ao tentar não desapontar seu filho, você está privando-o de uma experiência importante: a frustração. Nós, adultos, sabemos que nem todas as nossas vontades serão atendidas – aquela viagem paradisíaca, o sapato da vitrine, as férias, o melhor carro e o emprego dos sonhos. “As crianças também precisam entender que, ao longo da vida, é normal se decepcionar. É importante receber pequenas doses de frustração desde a infância”, explica Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP).

Fique tranquilo, seu filho não vai sofrer com isso. É só saber separar o que é necessidade do que é desejo. Negar o brinquedo que ele quer ganhar antes do aniversário, por exemplo, não vai prejudicar seu desenvolvimento. Aprender a esperar é importante: tenha certeza de que seu “não” vai propiciar mais benefícios do que perdas.

Até os 2 anos, ainda não conseguimos descobrir se o choro é de manha, de cólica ou de fome. Mas, depois disso, as crianças precisam entender que não podem ter tudo o que querem de imediato. Pense na hora do almoço de domingo: a família espera que todos se sirvam para poder começar a comer. Não é porque seu filho é menor que poderá saborear o prato antes de todos. Explique a ele a situação e peça para que aguarde um pouco.

Como administrar a situação?

É importante saber dosar. Sua casa tem só um televisor? De vez em quando, a criança pode assistir ao desenho animado à noite. Mas os pais também têm vontades! Podem querer ver o telejornal – e os filhos vão entender que, na vida, é normal ter de ceder. Enquanto vocês jogam videogame, não vale deixar as crianças ganharem sempre. “Atender ao desejo delas é gostoso. Mas nem sempre podemos satisfazê-los”, diz a psicóloga.

Se o seu filho estiver acostumado a ter todas as vontades concretizadas, é possível que comece a chorar quando ouvir o “não”. Sabemos como é dolorido ver o sofrimento de quem amamos. Só que, nesse momento, o mais indicado é deixar que a criança continue chorando. Dê carinho, abrace, mas não mude de ideia: ela precisa entender que afrustração é normal. Quando se acalmar, estará pronta para escutar sua explicação.

Pode ser que você tente evitar a decepção por sentir-se culpado. Trabalha muito, por exemplo, e quer proporcionar só alegrias para seu filho, de modo a compensar sua ausência. Ou então está em crise – pode ser no casamento, na saúde, nas finanças – e não tem energia sobrando para enfrentar a birra de uma criança decepcionada. Mesmo assim, tente não ceder. Será melhor para ela.

Futuro

Quando crescer e entrar em contato com o mundo extrafamiliar, seu filho vai encontrar um ambiente em que as vontades dele não serão sempre atendidos. Na escola, por exemplo, os amigos podem ficar chateados com uma criança que não gosta de dividir os brinquedos ou que não sabe perder nos jogos. Se você notar que seu filho não é escolhido para os times de futebol da turma ou nunca é convidado para as festas de aniversário, fique atento. Converse com o professor e investigue como é o comportamento da criança fora de casa.

Ao deixar que seu filho se frustre algumas vezes, sempre com seu afeto e apoio, ele será um adulto mais compreensivo. Na adolescência, entenderá que, se não ser aprovado no vestibular, deve tentar novamente no ano seguinte. Ou que um amor não-correspondido dói – mas é normal, faz parte da vida e não é motivo de desespero. Por outro lado, a criança que é criada em um lar sem frustrações não vai querer sair do ninho. “Isso compromete a convivência e a interação da pessoa. Ela precisa ser uma cidadã”, explica Calegari.

Luiza Tenente- Revista Crescer

Intitulada “Because who is perfect?” — Porque quem é perfeito?, a Pro Infirmis criou uma campanha com manequins com deficiência que serão colocadas nas vitrines das principais lojas de moda — WE Fashion, Modissa, PKZ, Schild an Bernies — a partir do dia 3 de dezembro deste ano

De acordo com a instituição, a campanha tinha como objetivo questionar os padrões de beleza e perfeição.

A ação foi idealizada pela agência Jung Von Matt/Limmat.

 Assista ao vídeo abaixo 

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Os alunos do ensino primário na Irlanda, pela primeira vez, irão aprender os princípios básicos do ateísmo como parte do currículo.

Segundo a revista Time, seriam cerca de 16 mil alunos a ouvir sobre os sistemas de crenças seculares ainda este ano. O novo currículo, que falará sobre humanismo e agnosticismo, é um projeto da ONG ateísta Educar Juntos. Fundada a 5 anos, seu site afirma que são um grupo dedicada a “promover o ateísmo, a razão, a ética e um Estado laico”.

As primeiras versões do material contemplam o ensino de crianças dos 4 até os 13 anos. São dez lições, uma por aula, entre 30 e 40 minutos de duração. Além disso, haverá aplicativos para smartphones e atividades interativas no seu site.

Na Irlanda, 90% dos alunos estudam em escolas pertencestes à Igreja Católica. 

Para o co-fundador da Atheist Ireland, Michael Nugent, o fim deste monopólio religioso na educação é necessário. “Se os pais dessas crianças em idade escolar e sob o controle da igreja desejarem, poderão usar o nosso curso como uma alternativa para os seus filhos”.

O grupo lançou uma campanha online para arrecadar os 50 mil euros que acreditam serem necessários para fornecer o material para as escolas e dar treinamento aos professores. Por enquanto, menos da metade do alvo foi alcançado, mas segundo a ONG o dinheiro está vindo de diferentes partes do mundo, o que indica um crescente interesse pelo projeto que poderá se estender a todas as nações interessadas.

Embora em muitos países seja proibido o ensino religioso nas escolas públicas, esta é a primeira vez que ocorrem aulas sobre ateísmo de maneira programática. Contudo, é crescente o número de instituições de ensino superior na Europa e nos EUA que oferecem aulas sobre o pensamento ateísta.

Fonte: Catolicidade

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Educar é chato, você sabe. A gente fala, repete, volta a falar a mesmíssima coisa vinte vezes num dia só. Haja. E ainda saímos da história com fama de chatos. Chatos! Nós? Pais são uns incompreendidos. Mas o que nos redime é o lado nobre dessa missão de interesse público: criar pessoas ajustadas, cidadãos de bem, seres felizes. Além do quê, volta e meia dá um orgulho danado. A visita te olha com aquela cara de espanto porque a pequena de 2 anos pediu licença para sair da mesa e obrigada depois. Licença!? Ora, ora…E você bota uma cara de simplicidade para esconder o show pirotécnico no seu coração. Eita baixinha…resolveu mostrar rudimentos de etiqueta social.

Por isso tento ser incansável. Tenho fé que, num futuro não muito distante, nós quatro permaneceremos à mesa comendo, civilizadamente, sem que eu e meu marido tenhamos que nos revezar para limpar cocô nem arrastar ninguém de volta para a cadeira. Estaremos realmente interessados em trocar impressões sobre a vida e gastando tempo para se conhecer melhor. Porque se tem um hábito que anda me dando arrepios é o olhar das pessoas grudado num celular, num ipad, num Ipod, ou num gadget qualquer, diante de outro ser humano hipnotizado pela tela brilhante. A cena está se tornando um déjà-vu da vida moderna. Famílias sentadas à mesa em restaurantes, silenciosamente entretidas com seus objetos de uso pessoal eletrônicos. Não falam. Não se comunicam entre si. Às vezes, sequer se olham. Não piscam! Desperdiçam tempo de se conhecer. Sabe como isso começa? Lá atrás, nas tentativas de manter crianças pequenas comportadas num restaurante.

É um desafio, eu sei. Dependendo da energia contida, elas querem andar, falar, brincar, desenhar ou simplesmente sair do lugar. Aff. E não adianta nem falar que criança muito pequena não combina com restaurante, melhor não comer fora, ué, esqueça. Essa ideia de jerico fecharia vários estabelecimentos, geraria desemprego e uma onda de desdobramentos econômicos e psicológicos, porque todo mundo gosta de passear. Pais saem com crianças pequenas, desde que o mundo é uma cidade grande com ofertas de entretenimento, inclusive para restaurantes. Aí tem que encarar.

Mas voltemos ao início da minha tese. O que está por trás do vício em joguinhos eletrônicos? Em Ipad? Em Ipod? Em celular? O que fazer para meu filho não chegar lá dessa forma cega? Qual o limite do saudável? Quando elas poderão ser apresentadas a esses joguinhos? São mesmo inevitáveis? Eu me pergunto isso. É da natureza da criança certa inquietude. E nós queremos paz. Inevitável recorrer a brincadeiras, brinquedos. Nós costumamos inventar histórias em pedaços. Um começa e o seguinte completa. Damos várias voltas na mesa até a história ficar sem pé nem cabeça, porque, toda vez que volta para a pequena de dois anos, ela recomeça tudo dizendo “ela uma vez, há muito, muiiiiito tempo…”, sob protesto da outra. “Ah nãooooo….”. Eu também lanço mão de papéis e giz de cera (que bela invenção). Desenhos podem ser muito relaxantes para toda a família, além de abrir uma brecha para eu e meu marido conversarmos. Porque tem hora que precisamos pedir chance para falar. Dá a vez?

Mas há algo de inofensivo num desenho, porque desenho a criança mostra. Ela pede opinião enquanto cria. Há um mínimo de interação. Não há a ansiedade de “passar para a próxima etapa”. Ela pode olhar ao redor e se inspirar em algo presente para criar. A gente sempre dá pitacos, pede para ver, diz “huuummmm”. Há algo a partilhar. Jogos eletrônicos, para mim, aprofundam o isolamento do adolescente que já tende a achar pai e mãe chatos. Posso estar implicando demais, gente, mas peguei horror. Prontofalei.

As pessoas se acostumam a silenciar os filhos, desde cedo, porque barulho incomoda, bagunça incomoda, e incomoda também os outros num lugar público. Minha utopia é canalizar essa energia para uma troca saudável, chamá-las para a brincadeira e não prendê-las numa camisa-de-força eletrônica. Quando a gente deixa a criança falar, revelações surpreendentes surgem. Você fica sabendo de coisas que aconteceram na escola e das quais talvez nunca soubesse. Nem tudo os filhos estão prontos para nos contar se não dermos várias chances seguidas porque às vezes eles têm vergonha até de repetir o que o outro fez. Me chamou de feio, disse que sou burro ou gordo. Não é fácil para uma criança se apropriar do discurso que lhe ofendeu, mesmo que seja apenas para passar adiante a história. Repetir é um sofrimento e é preciso estar muito relaxado e confiante da atenção dos pais para deixar a alma vazar. Mas o joguinho eletrônico faz a gente esquecer essas coisas…pra quê falar?

Lá em casa, a batalha é diária. A gente chama para perto, por mais trabalho que isso dê. Senta aqui, está na hora do café da manhã. Já me irritei muito com o desassossego delas e até me arrependi de ter saído para restaurantes. Mas a coisa evolui aos poucos porque, vocês sabem, educar dá trabalho, é repetitivo e chato. Hoje, apesar de a menorzinha tomar sua vitamina no copo antes de todo mundo (mas não tão antes assim), conseguimos arrastá-las para a mesa. A pequena reclama. “Quelo café e pão!”, com a xícara na mão. Não come nada, mas a intenção lhe basta. A filha mais velha já entendeu que é o momento família e que há um propósito em estarmos juntos e disponíveis uns para os outros. Percebo que, aos poucos, nossa insistência surte efeito. Nem sempre a contento, nem sempre como queremos, mas sinto uma evolução.

Eu não quero dispensá-las do convívio enquanto são barulhentas e desorganizadas porque poderá ser tarde demais tentar recuperá-las de volta depois. Eu quero que elas gostem de uma boa conversa. Faz parte do processo de educação ensiná-las também a participar, a ouvir e a falar. Como a natureza humana é capaz de tudo, inclusive de milagres, e nós, pais, não somos os únicos elementos determinando o caráter dessas pessoas que geramos, pode ser também que não haja lógica nenhuma no que estou falando, e que, de uma hora para outra, a criança falante e feliz se torne um adolescente fechado, que sequer dá bom dia aos pais. E que a criança criada na base do Ipad esteja genuinamente interessada nas reuniões com primos, por exemplo. Tudo é possível… Mas, parodiando a música dos mal encarados frequentadores de um pub do filme Enrolados, eu tenho siiim…um sonho siiimmm…que minhas filhas digam sempre algo pra mim!!!

Autor: Isabel Clemente

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Filhos de pais religiosos são mais comportados e ajustados que os outros, indica estudo. Trata-se da primeira pesquisa a olhar para os efeitos da religião no desenvolvimento das crianças.

John Bartkowski, professor de sociologia da Universidade do Mississippi, coordenou uma equipe que entrevistou pais e professores de mais de 16 mil crianças, a maioria delas eram alunos do primeiro ano.

Foram analisadas questões como autocontrole, quantas vezes elas demonstravam mau comportamento e tristeza; o quanto eles respeitam e conseguem trabalhar em harmonia com os demais.

Também foi feita uma análise da frequência com que os pais das crianças os levavam aos cultos (ou missas), falavam sobre religião com seus filhos e debatiam sobre a fé dentro de casa.

Na avaliação dos professores, as crianças cujos pais participam regularmente de reuniões religiosas e conversavam frequentemente com seus filhos sobre religião demonstravam mais autocontrole, melhores habilidades sociais e mais facilidade de aprendizagem que as crianças com pais não-religiosos.

Mas quando os pais discutiam frequentemente por causa da religião, as crianças eram mais propensas a ter problemas. ”A religião pode ter um efeito negativo se a fé for uma fonte de conflito ou tensão na família”, observou Bartkowski.

O sociólogo acha que a religião pode ser boa para as crianças, por três razões. Primeiro, as comunidades religiosas prestam apoio social aos pais, o que pode melhorar as suas competências parentais. As crianças que participam dessas comunidades recebem as mesmas mensagens que ouvem dos pais. O fato de elas serem reforçadas por outros adultos contribui para que levam “mais a sério as mensagens que eles recebem em casa”.

Em segundo lugar, os valores e normas ensinados nas congregações religiosas tendem a ser de sacrifício pessoal em prol da família, resume Bartkowski. Isso pode ser muito importante na formação do relacionamento de pais e filhos.

Por fim, as organizações religiosas ajudam os pais a verem um proposito maior (sagrado) na criação dos filhos, conferindo à vida mais significado, finaliza.

O sociólogo W. Bradford Wilcox, da Universidade de Virginia, que não esteve envolvido no estudo, concorda. Annette Mahoney, psicóloga da Universidade Bowling Green, em Ohio, que também não participou da pesquisa, defende que são necessárias mais pesquisas do tipo. “Qual elemento na religião e na espiritualidade que o diferencia dos incentivos dados por organizações seculares? Isso ainda é um mistério”, disse

O material de Bartkowski foi publicado na revista científica Pesquisa em Ciências Sociais. Ele diz ainda que pretende fazer um comparativo entre as denominações no que diz respeito aos seus efeitos sobre as crianças.

“Geralmente não sei se as crianças evangélicas estão se comportando melhor do que as crianças católicas ou que os filhos de judeus”, resume. Mas ele ressalta que existe também um lado negativo: “Há certas expectativas sobre o comportamento das crianças dentro de um contexto religioso. Essas expectativas podem frustrar os pais”. Isso geraria conflito em outros aspectos da vida familiar quando os filhos crescem.

Fonte:  Live Science.

CommonCore

Mais de 130 eminentes estudiosos católicos assinaram uma carta para lançar a alarma contra um documento (definido como Common Core State Standards) que tem o objetivo de uniformizar os programas de estudo em nível nacional. Eles sustentam que o texto “reduz os fundamentos da educação católica”

Entre os promotores da iniciativa, que tem a forma de uma carta enviada a todos os bispos dos Estados Unidos, figura o professor Gerard Bradley, que ensina na Notre Dame Law School. Na mensagem, os estudiosos afirmam: “Acreditamos que aplicar os Common Core seria um grave golpe contra a educação católica nos Estados Unidos”.

Os parâmetros dos Common Core, segundo os estudiosos, estão “tão profundamente viciados” que não deveriam ser adotados pelos institutos católicos, e os que os propuseram deveriam “tratar de se retirar ordenadamente agora mesmo”.

Os Common Core nasceram com a intenção de estabelecer critérios educativos uniformes nos diferentes estados que compõem a União; uma ideia que foi concebida no seio da associação dos National Governors e da organização dos Chief State School Officers. A Fundação Bill e Melinda Gates é um dos maiores patrocinadores, com uma contribuição de 160 milhões. Todo o projeto, além disso, conta com um forte apoio da administração Obama.

Durante os últimos três anos, mais de 100 dioceses católicas decidiram aplicar os Common Core, assim como 45 estados e o Distrito de Columbia, onde está Washington. Segundo os estudiosos que assinaram a carta, os Common Core são uma receita “para a preparação de força de trabalho estandardizada”, que vai contra os objetivos da educação católica. O programa reduz o “estudo da narrativa clássica” e privilegia os “textos informativos”. Desta maneira, a leitura se reduz a “uma atividade servil”, que não incentiva a exploração da “criatividade humana, das grandes lições da vida, da tragédia, do amor, do bem e do mal, do rico tecido de história que constitui a trama das grandes obras de ficção, e as histórias de sacrifício de si e de compaixão nas obras de grandes escritores que modelaram nossa literatura cultural, ao longo dos séculos”.

Entre os assinantes, estão: Robert George, da Princeton University, Anthony Esolen do Providence College, Scott Hahn da University of Steubenville, Patrick Deneen da University of Notre Dame, David Schindler da Catholic Universuty of America e Janet Smith do Sacred Heart Major Seminary.

Todos eles, na carta enviada aos bispos estadunidenses, lamentam-se de que os Common Core não levam em consideração a “rica tradição da escola católica estadunidense, que procura formar os corações e as mentes dos alunos. Nesta tradição, a educação leva aos jovens a Palavra de Deus, oferece uma sólida base de conhecimento e estimula a capacidade de raciocínio… A educação, nesta tradição, forma homens e mulheres capazes de discernir, de continuar seu caminho de vida e que estão prontos para defender a verdade, sua Igreja, suas famílias e seu país”.

Irmã Mary Fleming, diretora executiva da educação católica na Conferência Episcopal dos Estados Unidos, declarou que os Common Core devem ser considerados não como um “teto”, mas como um “pavimento”, razão pela qual não devem ser considerados como um objetivo. Contudo, o debate continua aberto (com tons acalorados), inclusive porque ainda não foram divulgados os parâmetros de exatas e do inglês, mas, segundo os críticos, nas demais áreas “serão promovidas as ortodoxias filosóficas dominantes”, e, entre elas, “uma metafísica materialista” incompatível com os valores do catolicismo.

Marco Tosatti, publicada por Vatican Insider,

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No vasto campus da Universidade de Stanford (foto) onde uma entrada de carros margeada por palmeiras leva a quadras com gramados bem cuidados, os professores de humanidades produziram trabalhos importantes em literatura francesa renascentista e filosofia da língua.

Eles contam com remuneração excelente, um ótimo ambiente e acesso às mais recentes tecnologias e técnicas de estudo. Mas faltam alunos: cerca de 45% do corpo docente da principal divisão de graduação de Stanford se encontra na área de humanidades – mas apenas 15% dos alunos.

Com a reputação de Stanford em tecnologia, não é de se estranhar que a ciência da computação seja o curso mais popular da universidade e que não haja mais nenhum programa de humanidades entre os cinco mais procurados. Mas, com a recessão estimulando a visão popular da faculdade como sendo principalmente uma ferramenta para preparação para o emprego, os administradores estão preocupados.

“Nós temos 11 departamentos de humanidades que são extraordinários e queremos prover para esse corpo docente”, disse Richard Shaw, diretor de admissão e ajuda financeira de Stanford.

A preocupação de que o setor de humanidades esteja sendo ofuscado vai muito além de Stanford.

Em algumas universidades públicas, onde o financiamento está caindo, os cursos de humanidades estão sendo cortados. Em setembro, por exemplo, a Universidade de Edinboro, na Pensilvânia, anunciou o fechamento dos cursos de alemão, filosofia, línguas mundiais e cultura por baixa procura dos alunos.

Nas universidades de elite, esses departamentos estão seguros, mas preocupados. Harvard viu um declínio de 20% em alunos de humanidades ao longo da última década, e a maioria dos estudantes que dizem ter interesse em um diploma de humanidades acaba em outros campos. Assim, a universidade está buscando mudar o primeiro ano de seus cursos de humanidades para manter o interesse dos alunos.

Princeton, em um esforço para recrutar mais estudantes de humanidades, oferece um programa para alunos colegiais com um forte interesse demonstrado pela área – uma ideia que Stanford também adotou no ano passado.

“Tanto dentro do setor de humanidades quanto fora as pessoas sentem que o poder de fogo intelectual nas universidades se encontra nas ciências, de que as questões importantes pelas quais as pessoas se importam, como a desigualdade e a mudança climática, não estão sendo tratadas pelo departamento de inglês”, disse Andrew Delbanco, um professor da Universidade de Columbia que escreve sobre ensino superior.

O futuro da área de humanidades é um assunto quente neste ano, tanto na academia quanto na mídia de alta cultura. Alguns comentaristas soaram o alarme com base nos dados federais que mostram que, nacionalmente, o percentual de cursos de humanidades paira em torno de 7% – metade da participação de 14% em 1970. Como outros rapidamente apontaram, o declínio ocorreu entre 1970, o ponto alto, e 1985, não nos últimos anos.

Mesmo assim, a Academia Americana de Artes e Ciências emitiu um relatório neste ano notando a queda no financiamento da área de humanidades e pedindo por novas iniciativas para assegurar que não sejam negligenciadas, em meio às crescentes verbas e atenção dedicadas à ciência e tecnologia.

“No mundo acadêmico, as ciências cognitivas contam com a atenção de todos agora, e todo mundo está falando sobre como se relacionar a ela”, disse Louis Menand, um professor de História de Harvard. “Quantas pessoas que você conhece leram um livro de um professor de inglês no ano passado? Mas todo mundo está lendo livros de ciência.”

Muitos professores renomados de humanidades sentem a queda do seu status. Anthony Grafton, um professor de história de Princeton que iniciou o programa de recrutamento de humanidades daquela universidade, disse que às vezes se sente “como um personagem de tira de quadrinhos dos jornais, cujo rosto vai ficando cada vez menor”.

Em Stanford, o pessoal da área de humanidades não consegue deixar de notar a primazia da ciência e tecnologia.

“Você olha para os feitos extraordinários de ciência e tecnologia desta universidade e se você se perguntar o que acontecerá com o setor de humanidades, você pode se sentir ameaçado ou revigorado”, disse Franco Moretti, diretor do Laboratório de Literatura de Stanford. “Eu prefiro me sentir revigorado”.

Em Stanford, o setor digital de humanidades recebe parte desse vigor: em  “Lecionando os Clássicos na Era Digital”, os estudantes de pós-graduação usam o Rap Genius, um site popular para comentar letras de rappers como Jay-Z eEminem, para comentar Homero e Virgílio. Em um projeto do Laboratório de Literatura sobre romances do século XVIII, os estudantes de inglês estudam um banco de dados com quase 2.000 livros antigos para desvendar quando novelas, contos e histórias se transformaram em romances, e o que os diferentes termos significam. E em”Introdução à Mineração de Textos Críticos”, os alunos de inglês, história e computação usam o programa R para decompor os textos em pedaços, visando analisar romances e decisões da Suprema Corte.

Dan Edelstein, professor de Stanford que realizou o programa colegial neste ano, disse que, apesar de ser fácil encontrar os vencedores de feiras de ciência e competições de robótica, os alunos que se destacam em humanidades são menos aclamados e mais difíceis de encontrar.

“Eu percebo por meio deles que não é bacana ser o nerd no colégio, a menos que você seja um nerd STEM”, disse ele, usando o termo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

É verdade, disse Rachel Roberts, uma das alunas dele no verão.

“Eu moro em Seattle, cercada pela Amazon, Google e Microsoft”, disse Roberts, que gosta de história. “Uma das melhores coisas no programa foi nos fazer suspirar de alívio, por estarmos em um ambiente onde ninguém dizia: “Você está interessada em humanidades? Você nunca encontrará um emprego”.

Para os administradores das universidades, encontrar o equilíbrio certo de ciências e humanidades é difícil, dado o enorme desequilíbrio no financiamento externo.

“Há uma pressão enorme por parte da administração da maioria das universidades para desenvolvimento dos campos STEM, tanto pela produtividade nacional depender em parte da produtividade científica quanto por haver muitos recursos federais para a ciência”, disse John Tresch, um historiador da ciência da Universidade da Pensilvânia.

Enquanto isso, desde a recessão –provavelmente por causa da recessão– ocorreu uma mudança profunda, com as pessoas passando a ver o ensino universitário como um treinamento vocacional.

“O ensino superior é cada vez mais definido estreitamente como uma preparação para o emprego, não como algo voltado a educar a pessoa como um todo”, disse Pauline Yu, presidente do Conselho Americano de Sociedades Eruditas.

Apesar dos alunos de humanidades frequentemente terem dificuldade para conseguir seu primeiro emprego, seus professores dizem que, a longo prazo, os empregadores valorizam muito a capacidade deles de pensamento crítico.

Os pais, ainda mais que os alunos, frequentemente se concentram estreitamente no emprego. Jill Lepore, presidente do programa de história e literatura de Harvard, diz que uma jovem que foi até a casa dela cheia de entusiasmo para um evento para estudantes interessados no programa foi rapidamente inundada por mensagens de seus pais. “Eles não paravam de enviar mensagens de texto para ela: ‘Saia daí já, essa é a casa da dor'”, ela disse.

Alguns professores se irritam quando ouvem seus colegas falarem sobre a necessidade de preparar os alunos para o emprego.

“Eu acho que isso significa ceder rápido demais”, disse Mark Edmundson, professor de inglês da Universidade da Virgínia. “Nós não somos alimentadores da faculdade de Direito; nosso trabalho é ajudar os alunos a aprender a questionar.”

Sua universidade teve 394 alunos no curso de Inglês no ano passado, em comparação a 501 quando ele chegou em 1984, mas Edmundson disse que não se preocupa com o futuro. “No final, nós não temos como perder”, disse. “Nós temos  William Shakespeare”

Mas, para os alunos que se preocupam com seu próprio futuro, Shakespeare pode parecer um obstáculo para progredirem em suas vidas.

“Os alunos que ficam ansiosos para concluir seus cursos e evitar endividamento às vezes veem os requisitos de diversidade como um obstáculo”, disse Nicholas Dirks, reitor da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Muitos não entendem que o estudo de humanidades oferece talentos que os ajudarão a resolver questões de conflitos, valores e questões filosóficas fundamentais, disse Leon Botstein, o presidente do Bard College.

“Nós falhamos na defesa de que esses conhecimentos são essenciais para engenheiros, cientistas e empresários tanto quanto para professores de filosofia”, ele disse.

A reportagem é de Tamar Lewin, publicada no jornal The New York Times e reproduzida pelo Portal Uol.

O que sente o homem antes de morrer

 

Atenção! A Análise da enfermeira é uma análise pragmática e não tem tanto a visão religiosa da morte, algo caro para nós cristãos. Sua base de análise pode ter sido apenas o “agora”, sem a percepção da eternidade. Não deixa de ser, no entanto, interessante e emblemática suas conclusões.

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Uma ex-enfermeira australiana que costumava tratar de pacientes moribundos lançou um livro em que descreve as cinco coisas de que as pessoas mais se arrependem antes da morte. Uma das mais frequentes é “Trabalhei demais”. Ora bem, se o dia de hoje fosse o último na sua vida, qual seria seu maior arrependimento?

Por exemplo, o nosso planeta irá colidir com um meteorito enorme, que causará o “fim do mundo”. Ninguém poderá sobreviver. Imaginemos que não se tratar de um blockbuster fantástico, mas sim de um cenário bem real. O que faria? Como iria passar o último dia na Terra?

Claro que existem múltiplas opções. Há quem se queira divertir ao máximo, sem perder a derradeira chance de fazer asneiras sem sentir remorsos ou a iminência de castigo. Outra pessoa dedicará esse tempo à família e aos seus próximos. Outra tentará concluir alguns negócios, fará telefonemas adiados e dirá, talvez, as palavras que sempre quis dizer e não disse. Mas a vida é tão curta e imprevisível que não nos dá tempo suficiente para os preparativos necessários.

No leito de morte surgem recordações do passado e sentimentos de arrependimento. Quais são esses arrependimentos foi isso que a antiga enfermeira australiana Bronnie Wareo tentou contar no seu livro “Os Cinco Maiores Arrependimentos do Moribundo”. Durante alguns anos, ela trabalhou na secção de terapia paliativa, prestando cuidados aos pacientes nas últimas doze semanas da vida. Ware destaca o fato de “fluxos de consciência fenomenal” que as pessoas costumam sentir na etapa final de sua vida.

Perante a morte, a maior parte das pessoas não sente a falta de relações sexuais ou lastima não ter praticado para-quedismo. Por via da regra, os homens lamentavam ter trabalhado demais. Tal fato foi confirmado por uma pesquisa realizada pela psicóloga Daria Vassilenko.

“Claro que os homens dedicam a maior parte da sua vida ao trabalho ativo e ao sucesso. Avaliando o passado, reconhecem ter perdido muita coisa na vida pessoal, relações com amigos e familiares. Alguém lamenta “não ter visto o primeiro passo dado pelo filho”, ou “não ter ouvido a primeira palavra por ele pronunciada” ou ter tido “pouco convívio com a mulher”. Por isso, nos últimos momentos da vida, o homem, já ciente da morte inevitável, começa a lamentar as oportunidades perdidas”.

Na ótica de Bronnie Ware, não raro, as pessoas lamentam não terem tido coragem para confiar em si mesmas e não seguir exemplos de outros. “A maioria não pode concretizar nem metade de seus sonhos mais queridos, tendo entendido, já na “reta final”, que isso teria resultado de seu livre arbítrio”, assinala Bronnie Ware no seu livro.

Tais pessoas sentem não ter coragem suficiente para exprimir seus sentimentos. Confessavam ainda não ter valorizado as relações de amizade. Ora, no leito de morte, elas sentiam mágoa e aflição por causa disso.

Uma dos arrependimentos mais amargos é a renúncia aos caminhos que levassem à felicidade. “Muitos não chegaram a compreender que a felicidade tinha mais a ver com a liberdade de escolha”, constata.

Além disso, o moribundo é capaz de pensar muito sobre o papel da arte e da fé, independentemente de ser ou não ser crente, afirma o chefe do Departamento de Pesquisas Socioculturais do Centro Levada, Alexei Levinsson:

“Tive de lidar com pessoas que sofriam de graves doenças oncológicas sem cura e nenhuma chance de sobreviver. Falei com pessoas doentes de AIDS que estavam cientes da inevitabilidade da morte, razão pela qual tinham invertido o sistema de valores e prioridades. Eles chegam a entender a importância dos valores eternos como o amor, a arte e as reflexões sobre a alma humana e a vida em geral”.

Segundo pesquisas sociológicas, apenas 20% dos questionados antes de morte lamentam terem deixado um patrimônio pequeno. Aqui, tem-se em vista o problema do bem-estar e das garantias para um futuro feliz de seus filhos e familiares. Sabendo que passamos a vida inteira a pensar em como ganhar dinheiro, esta percentagem é insignificativa. 80% das pessoas lamentam não terem conseguido os objetivos pretendidos.

Para não completar essas estatísticas num tom triste e tentar ir ao encontro da morte sem grandes pesares, os psicólogos fazem lembrar que a vida se associa sempre à liberdade de opção. Optem, pois, pela felicidade e tentem viver cada dia como se fosse o último na vida.

Liubov Kurianova

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Cresci em um mundo sem celulares, sem internet e, certamente, sem Facebook. Depois do colégio, eu ia jogar futebol com o meu vizinho. Avisava minha mãe sobre aonde iria e só voltava a ouvi-la ao voltar para casa (geralmente, um pouquinho mais tarde que o combinado), já que não tínhamos celulares.
 
Eu gravava músicas em fitas cassetes, copiando de outras fitas cassetes ou do rádio, esperando pacientemente que tocassem minha música favorita. E, assim, poderia continuar com uma longa lista de exemplos do que se fazia “na minha época” e que hoje certamente já não se faz.
 
O mundo mudou. Com certeza, mudou. Em um ritmo quase frenético da tecnologia, foram modificadas não somente tarefas específicas das pessoas, mas a própria vida está se transformando. Nossa forma de relacionar-nos com a realidade está mudando. Smartphones, tablets, redes sociais: às vezes, parece que vivemos em um mundo totalmente diferente daquele que conhecemos quando crianças, e certamente diferente daquele que nossos pais conheceram.
 
Neste sentido, nunca falta a afirmação romântica de que “o passado era melhor”. Ou a progressista, segundo a qual “todo progresso é bom”, ou pelo menos “melhor”. Alguns acham que estes avanços estão nos tornando burros.
 
Caminhamos pela rua sem olhar a rua! Obcecadamente, vivemos concentrados em nosso telefone. Estamos em uma mesa cercada de gente, e cada um olha para o seu próprio celular. Antes, fazíamos contas de cabeça; hoje, temos computadores para isso. Antes, escrevíamos com cuidado, para não cometer erros. Hoje, confiamos cegamente no corretor do Word ou do programa que usamos.
 
Há diversos estudos que estão sendo realizados para analisar o impacto que a tecnologia – e as mudanças que ela envolve – causa nas pessoas. Alguns afirmam que tais mudanças estão reduzindo sistematicamente a memória das pessoas [1]. Um estudo afirma que a utilização do GPS poderia atrofiar o cérebro [2]. Neste sentido, a Discovery Magazine tem vários exemplos [3]. Tampouco faltam os que vivem um culto aos avanços tecnológicos, considerando a tecnologia como uma autêntica religião [4].
 
Encontramo-nos assim, mais uma vez, diante do antigo dilema entre os tecnófilos (aqueles que afirmam que estamos nos aproximando de um paraíso digital) e os tecnofóbicos (que concebem a tecnologia como a mãe de todos os males, diante da qual teríamos de nos proteger).
 
Isso pode nos levar a levantar algumas questões sobre a tecnologia: o que penso sobre a tecnologia? É algo bom? É algo ruim? Todo progresso tecnológico é para melhor? São muitas as perguntas que podemos nos fazer a respeito disso e, certamente, devemos fazê-las. Mas, para respondê-las, devemos fazê-lo com a – cristã – atitude de ir sempre ao essencial.
 
Talvez a resposta mais simples poderia ser a afirmação de que a tecnologia é “neutra”, pois seria somente um “meio” que podemos utilizar para bem ou para mal. Mas, ao ser fruto de uma atividade do ser humano (e, portanto, contendo uma intencionalidade e fins próprios, e com um impacto objetivo em quem a utiliza e segundo a maneira como a utiliza), não podemos afirmar sua neutralidade. A tecnologia não é neutra. Basta constatar o grande impacto que ela tem em nossas vidas e na vida de milhões de pessoas que vivem ao nosso redor.
 
O Catecismo nos ilumina em nosso dilema com um olhar incisivo, afirmando que “a ciência e a técnica estão ordenadas para o homem, a quem devem a sua origem e progressos. Por isso, é na pessoa e nos seus valores morais que encontram a indicação da sua finalidade e a consciência dos seus limites”.
 
É por isso que não podemos ser ingênuos, acreditando que a tecnologia, pelo simples fato de ser tecnologia, é boa. Nem tampouco satanizá-la, condenando todo avanço tecnológico.
 
O ser humano foi chamado por Deus para cooperar na criação. Neste sentido, é chamado a gerar cultura. A tecnologia é um reflexo cultural desse ser co-criador do homem. Mas, para que seja um reflexo genuíno de uma verdadeira cultura, deve conduzir ao autêntico bem da humanidade e do ser humano concreto.
 
Então, se tropeço na rua porque estava olhando o Facebook no celular, a culpa é minha ou do Facebook? O olhar que se dirige ao essencial não se limita a buscar culpados, de maneira imatura e superficial, mas me leva a olhar o lado profundo do humano, analisando se esta tecnologia está modificando algo humano (como caminhar prestando atenção na realidade) que não deveria ser modificado. Depois disso, virá a pergunta sobre o instrumento em si ou o uso que se faz dele.
 
Não devemos ter medo da tecnologia. Até o PapaFrancisco utiliza o Twitter! Mas tampouco devemos ser ingênuos diante dela. O critério é dirigir o olhar ao que é essencial e não sacrificar jamais o que é autenticamente humano.

(© 2013 – Sebastián Correa Ehlers para o Centro de Estudos Católicos – CEC)

[1]  http://www.sciencemag.org/content/333/6043/776.full

[2] http://www.nbcnews.com/id/40138522/ns/health-mental_health/#.Ui8LIWRARG5

[3] http://news.discovery.com/tech/technology-brain-intelligence-20130319.htm

[4] http://en.wikipedia.org/wiki/Church_of_Spiritual_Technology

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O americano Brryan Jackson, 22 anos, concedeu uma entrevista ao canal Fox News 2 contando que perdoa seu pai e que está orando por sua salvação, uma reação surpreende já que seu pai está preso por tentar matá-lo quando ele ainda era um bebê.

Quando tinha 11 meses de idade Brryan foi infectado com sangue contaminado pelo vírus HIV. Foi Brian Stewart, seu pai, quem injetou o vírus com uma seringa querendo matá-lo para não pagar pensão alimentícia.

Stewart foi processado por agressão de primeiro grau e foi condenado à prisão perpétua. Brryan tem o vírus da AIDS desde os cinco anos e não guarda mágoas de seu pai, dizendo que a fé cristã o ensinou a ter compaixão.

Apesar da doença, o jovem não se abateu e com apoio de médicos conseguiu estudar e evitar obstáculos como o preconceito. Hoje ele trabalha em uma ONG voltada para ajudar pessoas contaminadas com HIV e pretende seguir carreira política e trabalhos missionários.

Sua história de superação lhe rendeu um prêmio em 2009, o canal Nickelodeon entregou a Brryan o prêmio TeenNick HALO voltado para jovens que inspiram outras pessoas com suas histórias de vida.

Ao subir no palco para receber o prêmio ele declarou que o perdoar não é fácil, mas que ele não culpava mais o seu pai pela doença. “O perdão não é fácil. Eu sabia o que meu pai fez para mim desde quando tinha 5 anos, mas não quero me rebaixar ao nível que ele se encontrava. Quero ser um homem melhor. Eu quero ser alguém que saia desta deixando rostos felizes”, disse.

Fonte: The Christian Post.

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1356465/Miracle-love-story-Brryan-Jackson-whos-father-injected-Aids-baby-avoid-child-payments.html

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O programa ‘A Liga’, da Band, exibiu episódio inédito nesta terça-feira (1º), sob o tema ‘Deus em Todo Lugar’.

Os apresentadores foram a lugares inusitados, onde se imagina que ‘Deus não possa estar’, e acompanharam pessoas que vivem na escuridão sendo alcançados por ações individuais e de grupos católicos e evangélicos.

‘A Liga’ esteve na Unidade Prisional de Franco da Rocha (SP) e mostrou o trabalho de quatro missionárias católicas que pregam a Palavra de Deus há mais de dez anos dentro das penitenciárias. Acompanharam as atividades de um pastor chamado Babão com viciados na Crackolândia (SP); o evangelismo de grupo gospel de funk , que há 11 anos atua na Baixada Fluminense (RJ); pregações a travestis, moradores de rua e usuários de drogas, durante a madrugada no centro de São Paulo, com distribuição de alimentos e cobertores.

Quando pensamos que temos de ir para longe, para uma periferia extrema, talvez nos assalte um pouco de medo; mas, na realidade, Ele já está lá: Jesus espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé.

– Papa Francisco  ( Discurso aos catequistas 27 de setembro de 2013)

Ninguém que conhece a Deus de verdade pode fazer de conta que essas vidas não tem nada a ver com nossa fé e com aquilo que o Papa Francisco tanto nos tem lembrado: A caridade operante, que vai ao encontro dos pobres que não tem esperança e dos pobres que, tendo tudo ou quase tudo, não sabem o que fazer com sua vida.

http://www.youtube.com/watch?v=khTmRMlhaOg#t=3179