O cardeal Oswald Gracias, membro do Conselho dos Cardeais encarregado de reformar a burocracia do Vaticano, diz que, acima de tudo, é necessária uma mudança de mentalidade, que levará mais tempo do que simplesmente a reforma das estruturas do Vaticano, mas, segundo ele, o grupo está “bastante confiante de que isso acontecerá, pois a liderança do papa tem sido muito eficaz”.
Quase quatro anos depois que o papa criou o Conselho de Cardeais Conselheiros para ajudá-lo na tarefa de reformar a Cúria Romana, um membro do grupo disse que o trabalho está quase concluído e talvez o grupo precise de apenas mais algumas reuniões para concluir o que pretende fazer.
O processo contínuo de reforma “está sendo feito em vários estágios de desenvolvimento, e espero que cheguemos a conclusões sobre todas essas questões em breve”, disse o cardeal Oswald Gracias, de Bombay, no dia 14 de setembro.
“Serão necessárias apenas mais duas ou mais três reuniões”, disse ele, acrescentando que “talvez até junho veremos o fim do túnel”.
Gracias também é presidente da Conferência Episcopal da Ásia e, em 2013, foi escolhido pelo papa junto com outros oito prelados de todo o mundo para aconselhá-lo em questões de governança e reforma da Igreja.
Ele uma longa entrevista depois que o conselho – também chamado de “C9” – concluiu sua última rodada de reuniões na semana passada.
Em relação à reforma, Gracias disse que “não haverá mudanças muito significativas; trata-se da governança da Igreja, não podemos simplesmente mudar tudo de uma hora para outra”. Será “uma mudança gradual, uma mudança de mentalidade, uma mudança de abordagem, reestruturando um pouco os departamentos para que estejam mais logicamente adequados às necessidades atuais”.
Ele disse que um dos principais objetivos do C9 é implementar a visão do Concílio Vaticano II, especificamente em relação à importância do papel dos leigos e das mulheres, incorporando maior sinodalidade e colegialidade às estruturas da Igreja.
Desde o início, o Papa Francisco “sabia muito bem o que queria que o grupo fizesse”, afirmou o cardeal. “Ele não hesitou, é um bom líder. Tinha uma visão clara.”
Gracias admitiu que, no início, não sabia se estavam no rumo certo e começaram a se preocupar com o que as pessoas de fora poderiam dizer, já que muitos frutos das reuniões não eram e provavelmente não serão imediatamente visíveis. Ele disse que também ficou angustiado com suas dúvidas sobre o ritmo do grupo e achava que as coisas estavam “muito lentas”.
“Confesso que no início cheguei a me questionar: ‘estamos no rumo certo?’ Mas agora vejo que sim”, afirmou, explicando que o discurso de Natal de Francisco à Cúria Romana no ano passado foi um ponto de virada para ele.
Acima de tudo, é necessária uma mudança de mentalidade, que levará mais tempo do que simplesmente a reforma das estruturas do Vaticano, mas, segundo ele, o grupo está “bastante confiante de que isso acontecerá, pois a liderança do papa tem sido muito eficaz”.
Além da reforma da Cúria que está em andamento, Gracias também falou sobre a recente libertação do sacerdote indiano Tom Uzhunnalil 18 meses depois de ser sequestrado no Iêmen. Também falou sobre a próxima viagem do papa a Myanmar e Bangladesh e sobre quando uma possível viagem papal à Índia pode ocorrer.
O senhor viu o Pe. Tom e vocês estavam nesse encontro com o papa Francisco. Como ele está?
Tive uma agradável surpresa com a calma com que saiu, porque ele não sabia, a meu ver, que estava sendo libertado. Ele disse ‘sei que as pessoas oraram por mim, agradeço às pessoas que oraram por mim’, mas dizia: “Jesus é maravilhoso, Jesus é maravilhoso”. E disse ao Santo Padre. Foi um momento muito emocionante. Assim que o Santo Padre chegou, ele se colocou diante dele, beijou seus pés e disse: “Obrigado, obrigado, obrigado. Obrigado, Santo Padre, mas só quero dar uma mensagem: Jesus Cristo é maravilhoso. Jesus estava comigo, eu sentia a presença de Deus comigo’… E cheguei a pensar que havia lágrimas nos olhos do Santo Padre. Quando Tom continuou falando sobre Jesus, o que disse ao Santo Padre foi: por favor, fale às pessoas que Jesus é maravilhoso!
Eu diria que ele saiu com uma experiência da presença do Senhor e acho que naquele momento havia lágrimas nos olhos do Santo Padre… Encontrei o Santo Padre naquela tarde e ele disse o quanto estava impressionado. Também ficou surpreso com sua calma, com Tom… É um homem cuja fé pode ter se fortalecido depois dessa experiência, não é amargo por nada. Particularmente por seus algozes, demonstrava muita compreensão.
Foi uma experiência especial, muito edificante. Ele precisa descansar, certamente. Fará exames e ficará com seus superiores, mas um dia vai voltar (para a Índia). Graças a Deus, realmente. Foi um momento de ansiedade para toda a Igreja na Índia. Nós não sabíamos o que estava acontecendo, mas entendemos que colocar mais pressão, na perspectiva do governo, poderia dificultar as coisas para ele. (Mas) não está tão estressado como se possa imaginar. Fisicamente fraco, mas espiritualmente forte. Quando encontrou o Santo Padre, ele estava chorando. E o Santo Padre ficou muito emocionado, beijou sua mão e o abençoou… Sentiu o conforto e a força de toda a Igreja. Como ele disse, nunca se sentiu abandonado, seja pela Igreja ou por Deus.
Continuou dizendo: “Jesus é maravilhoso”. Saiu espiritualmente fortalecido nesse sentido. Foi um grande alívio, uma grande benção, e o Santo Padre ficou muito feliz. Acho que o governo de Omã fez um trabalho esplêndido de assistência… Levaram até um salesiano para acompanhá-lo no último avião. Foi muito humano da parte deles, havia o conforto de um companheiro espiritual.
Que papel a Santa Sé desempenhou na sua libertação?
Eles apenas ofereceram ajuda, mantiveram a questão em aberto e continuaram compartilhando. A Santa Sé foi informada de que ele estava vivo e se comunicou com o governo indiano. No Iêmen, a situação política é muito frágil, e não se sabe quem está comandando a situação. Há bombardeios e todos os tipos de grupos estão assumindo o controle, então sempre havia o risco, acredito, de talvez prejudicá-lo ao tentar libertá-lo.
Mas sempre estiveram interessados, mantiveram-no vivo. Cada vez que eu vinha a Roma, alguém da Secretaria de Estado me atualizava. O Vaticano se certificou de que havia interesse. A Santa Sé compartilhava toda informação que obtivesse com o governo indiano, o governo omanense, isso era bom.
É interessante que ainda não se conhece o responsável…
Não é um ataque terrorista, é um sequestro. Eles não se vangloriariam por levá-lo. Isso não apareceu. Fiquei com ele durante cerca de meia hora diante do Santo Padre, e falou sem parar. Em momento algum tentei fazer perguntas, porque acho que isso seria estressante para ele. Ele tem que compartilhar… e quer compartilhar, então eu imagino que sinta-se mais leve. Deve precisar descansar muito, fisicamente e também mentalmente, tem que tirar isso da mente. Ele não saiu de lá totalmente destruído. Eu tinha medo disso, que saísse destruído, mas não… É um momento de graça, um momento de fé, uma experiência especial.
O ponto alto foi quando disse ao Santo Padre: “Diga a todos que Jesus é maravilhoso, Jesus é maravilhoso”. Apenas três palavras simples. Foi o resumo de toda a experiência, o que ele quis dizer e por que quis dizer isso… não se sentiu abandonado, imagino. Espero que se recupere. Imagino que ele precisa de alguns meses realmente, ou talvez mais, para realmente descansar. Precisa de tempo para estar com a família também, em circunstâncias normais… Não tenho certeza, mas tenho a sensação de que o governo de Omã decidiu trazê-lo para Roma porque queria entregá-lo ao Vaticano.
Acho que foi melhor para ele, porque acho que se tivesse ido para a Índia, todos ficariam à sua volta. Só precisa de espaço para se recuperar e para que os médicos o examinem. Fisicamente, para ver se está bem, e psicologicamente também, para se investigar. Acho que foi uma decisão sábia, mas acho que partiu mais do governo de Omã.
Não quero tomar muito o seu tempo, mas queria fazer algumas perguntas sobre o processo da reforma e sobre o C9. As últimas reuniões acabaram recentemente…
Sim, terminamos a última rodada, a 21ª reunião. Nem acredito que foram 21. Não me dei por conta que já eram 21. Acho que estamos trabalhando muito. O bom é que somos um grupo coeso agora. No começo, éramos [gestos]. Agora nos conhecemos bem e trabalhamos juntos e, claro, tentamos implementar a visão do Santo Padre sobre a Igreja. Além disso, uma das coisas que sempre dizemos, e que é muito clara, é que antes do conclave os cardeais haviam falado muito sobre sua visão da Igreja, e nós temos os textos do que cada um disse, e todos os cardeais expressaram sua visão. Tiramos daí, e o Santo Padre tirou daí sua própria visão.
Até agora, focamos em… é para um duplo propósito que o grupo foi formado: um é para ajudá-lo na governança da Igreja universal e o segundo é rever o Pastor Bonus, o documento papal de São João Paulo II que estabelece a Cúria e descreve os cargos e a visão de cada dicastério. É para revitalizar, imagino que seja isso que o Papa Francisco quer que façamos, e desenvolver uma nova mentalidade que também aplique o Vaticano II; como tornar a Cúria Romana mais eficaz a serviço do Santo Padre, as Igrejas locais, as Igrejas nas dioceses, como fazer a Cúria Romana ajudar as Igrejas locais a serem mais eficazes pastoralmente, para que possam ser mais vibrantes nesse sentido. Então acho que o Santo Padre está satisfeito com o que está acontecendo. Também estou satisfeito com a maneira como estamos caminhando.
Nos encontramos em três dias e trabalhamos intensamente, a partir das 9:00 do primeiro dia às 7:00 (da noite) no último, tentando chegar a uma conclusão sobre tudo, trabalhamos muito. Mas está chegando ao fim. Acho que precisaremos de mais duas ou três reuniões para poder chegar a conclusões sobre os dicastérios. Depois, é claro, o Santo Padre estudará o assunto e decidirá. Então estamos indo bem. O retorno que recebemos é que o Santo Padre está feliz, satisfeito e, às vezes, usa as mensagens de Natal para dar uma indicação, fazer um boletim do progresso, por isso a mensagem de Natal desse ano (2016). Não me dei por conta disso, mas quando li, percebi que era praticamente um boletim de progresso sobre o que o grupo tem feito. Espero que isso gere um impacto.
Não haverá mudanças muito significativas; trata-se da governança da Igreja, não podemos simplesmente mudar tudo de uma hora para outra. É uma mudança gradual, uma mudança de mentalidade, uma mudança de abordagem, reestruturando um pouco os departamentos para que estejam mais logicamente adequados às necessidades atuais e correspondam à visão do Concílio Vaticano II: a importância dos leigos, da sinodalidade, da colegialidade, depois a preocupação com as mulheres, envolver mais mulheres, dar valor às igrejas locais.
Também refletir sobre o papel das conferências episcopais nisso tudo, porque essa é outra grande questão. Tudo isso está sendo feito em vários estágios de desenvolvimento e espero que cheguemos a conclusões sobre todas essas questões em breve. Serão necessárias mais duas ou três reuniões. Penso que levará pelo menos até fevereiro, junho … Até junho, talvez veremos o fim do túnel.
É um processo longo…
Tem sido um processo muito longo, realmente, mas é bom. Participei de outros grupos desse tipo, em que, no começo, não sabemos o que estamos fazendo, por onde começar, e depois se encontra o caminho e a visão. Mas aqui estava muito claro, o Santo Padre tinha muito claro o que ele queria que este grupo fizesse… não sabíamos bem por que fomos chamados e o que ele queria fazer, mas gradualmente compreendemos o que estava em sua mente. “Ele não hesitou, é um bom líder. Tinha uma visão clara e seu povo estava com ele”.
Está lá conosco, realmente não marca outros compromissos. Ele está lá, exceto na audiência geral. Há emergências, claro, desta vez tinha muita coisa acontecendo, mas ele participa e escuta a discussão e, de vez em quando, levanta a mão quando quer falar. É muito estranho, mas agora estamos acostumados, o papa levantando a mão (risos)… É muito valioso, ele participa de toda a discussão, completamente inserido. Claro, ele não fala muito, porque acho que nos sentiríamos inibidos e tentaríamos ir pelo mesmo caminho. É na medida certa e no momento certo.
Bem, ele é muito a favor do processo, não é? Não quer interromper o processo que está acontecendo…
Com certeza! E fica feliz. Todo mundo diz o que pensa. Nós nos conhecemos muito bem e sabemos que o Santo Padre quer que falemos o que pensamos, então ninguém fica (excessivamente) alerta sobre o fato de o papa estar conosco, não… mas está indo bem, acho que está indo bem. “Confesso que no início cheguei a me questionar: ‘estamos no rumo certo?’ Mas agora vejo que sim.
Ele é um homem de fé profunda, o papa. Lembro de ter conversado com ele sobre o sínodo, estava compartilhando com ele minhas ansiedades sobre se estava indo bem, e ele me disse: ‘Cardeal, não estou preocupado’. Disse isso. Eu disse que estava preocupado, não sabia que rumo estávamos tomando, se conseguiríamos expressar sua visão em dois sínodos. (Ele disse) ‘Eu não estou preocupado. Vai dar certo.’ Ele sabe o que quer, é um bom jesuíta, e os jesuítas sabem exatamente o que querem.
Em que ponto você teve certeza de que as coisas estavam indo no rumo certo?
Depois de cerca de sete, oito ou nove reuniões, eu comecei a me questionar. Minha preocupação era ‘o que o mundo vai dizer?’. Todo mundo sabe que estamos tendo essas reuniões, mas somos muito limitados no que dizemos serem os frutos. O que esses oito homens – nove, nos tornamos nove depois que o Secretário (do Estado) passou a fazer parte também – nove cardeais estão vindo discutir aqui, o que está acontecendo? Não estão aqui apenas para debater. Estava preocupado que os frutos não fossem vistos, e o processo era muito lento.
Mas então, justamente depois de ouvir o discurso do Santo Padre (no Natal de 2016), para mim, tudo ficou claro. Fiquei assim: ‘nossa, realizou-se muito’. Isso foi totalmente… No Natal passado, foi como um boletim do progresso do grupo. Estou no grupo, certo, mas nunca percebi o quanto já discutimos. Além de modificar o documento, a proteção dos menores, a economia, as atualizações a respeito disso, princípios gerais de colegialidade, sinodalidade, estamos pensando nessas coisas. Cuidado da equipe da Cúria. É tudo que o Santo Padre… ele não é como nós, que quando voltamos para casa estamos inteiros na diocese, ele fica com isso na cabeça e continua trabalhando nisso de verdade depois. Voltamos para nossas dioceses e nos preocupamos com a igreja local, mas ele certamente acompanha o que dizemos. Já vi várias vezes. Ele leva o grupo muito a sério.
De vez em quando, ele pedia que discutíssemos um pouco um determinado assunto, sobre o qual queria um conselho. Acho que é um novo sistema, iniciado por ele, no qual ele recebe retorno de todo o mundo a partir das bases. Acho. E espero, na verdade. Somos de diferentes continentes e trazemos nossas próprias experiências. Mas está indo bem. Na verdade, eu realmente acho que há uma contribuição ao Santo Padre, e então o Santo Padre decide. Tenho a sensação de que isso é compartilhado por todos agora. Não tenho dúvidas de que é o sentimento geral.
O ponto de virada foi realmente o seu discurso, mas já antes disso, digamos cerca de seis ou sete meses antes, começamos a ver quando refletimos isso… talvez o Santo Padre soubesse que isso estava na nossa cabeça. Estava na minha cabeça, e talvez eu tenha expressado de forma indireta. E o Santo Padre também comentou uma vez: “já fizemos tudo isso, então não desanimem”.
Em um dado momento, ele meio que respondeu essa dúvida na minha cabeça.
O senhor mencionou que também é necessária uma mudança de mentalidade. Além das mudanças estruturais, parece que a mudança de mentalidade será a tarefa mais desafiadora…
Isso demorará mais. Mas esperamos que tenha penetração, porque depois de criar uma certa mentalidade, geralmente não se muda, a menos que as circunstâncias mudem, o ambiente mude. E, em certo sentido, não muda drasticamente. Acho que isso pode demorar mais. Mas acredito que vai acontecer.
Estamos muito, muito esperançosos. Estamos bastante confiantes de que vai acontecer, porque a liderança do papa tem sido muito eficaz, e de vez em quando vem uma mensagem clara dele. Mas vai acontecer e de repente vamos perceber: ‘olha, mudou!’ É assim que vai ser. Não será do dia para a noite, mas, em algum momento, vamos perceber que as coisas mudaram.
Ele sabe o que quer. E está feliz. Certamente, a indicação que posso ver mostra esse caminho; pelo relacionamento que tem com o grupo e a alegria que demonstra ao estar com o grupo. Ele diz que sente que o ajudou. Graças a Deus. Fazemos o possível. Eu não sei como ou por que ele nos escolheu, mas está feliz. Fiquei muito surpreso quando fui chamado. Disse: ‘por que eu? O que foi que eu fiz?’ Acho que ele sabe. Não sei por quê. Eu não conhecia o Santo Padre, nunca havia participado de nenhuma outra comissão. Somente no conclave. Nem lembro de ter conversado com ele durante ou antes do conclave. Após o conclave, sei que estive com ele. É verdade que, depois do conclave, estive com o papa em Santa Marta por alguns dias. Almoçamos juntos – café da manhã, almoço e jantar por quatro ou cinco dias. Foi quando nos conhecemos. Nos colocaram juntos por cerca de uma semana.
Fiquei impressionado que estava em Santa Marta depois da eleição, porque havia cinco ou seis cardeais. Todos os cardeais estadunidenses estavam lá, os cardeais europeus, todos os cardeais das proximidades saíram e voltaram (para a posse). Fiquei para a posse e voltei para a Índia. E aí se compartilha, conversa. Ele estava muito confortável conosco, muito confortável comigo. Mas, ainda assim, teve que escolher.
Ele mencionou alguma coisa sobre quando poderia ocorrer uma visita à Índia?
Ele está muito interessado. Estamos trabalhando, e tenho muita esperança. Ele gostaria de vir, nós gostaríamos de recebê-lo, e o governo também. Mas agora é preciso ver a agenda, a agenda do governo, mas tenho certeza de que virá. Não há detalhes por enquanto. Tenho bastante esperança de que conseguiremos trazer o Santo Padre. Ele tem interesse, e acho que cada vez mais. E as pessoas estarão ansiosas… mal podemos esperar por isso.
No começo, logo após sua eleição, perguntei: “quando vem à Índia?” E ele não estava muito (interessado), mas aos poucos começou a gostar da ideia. Nunca foi à Índia. Como jesuíta, acho que deveria ir ao Japão, foi o que me disse. Agora, vai ao Bangladesh e a Myanmar. Será muito emocionante. Bangladesh tem seus problemas, acredito que tenham eleições no próximo ano, e Myanmar tem problemas para resolver, também a questão dos refugiados no momento. Ultimamente, essa questão está em voga, acho que ontem ou hoje pela manhã eu vi na CNN, e a BBC está trazendo reportagens sobre isso. É um problema do mundo.
Eu já estive lá (Bangladesh) algumas vezes. É uma boa igreja, concentrada principalmente em Dhaka, uma fé viva. Estive em Myanmar também, fui como legado papal há alguns anos, e achei a igreja muito vibrante. Uma fé simples, mas estou feliz. Acho que isso terá muito significado para as pessoas. E também as fortalecerá. Acredito que a Igreja também é muito vibrante, não tem dificuldades específicas, na impressão que tive como legado papal há cerca de dois ou três anos, mas fiquei muito impressionado com a fé e a organização. Era vibrante. A igreja era pequena, mas forte e viva. Fará a diferença para as Igrejas e para os governos, espero.
O senhor estará lá?
Pretendo ir nos dois, sim. Estive em todas essas viagens à Ásia: Sri Lanka, Coreia, Filipinas. Atualmente, sou presidente da Conferência Episcopal da Ásia, então eu suponho que terei que ir por causa disso.
Fonte: Crux