Image: File of U.S. Secretary of State Hillary Clinton delivering remarks at the State Department  in Washington

Hillary Clinton, candidata à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, declarou guerra ás religiões durante um discurso em uma conferência sobre feminismo em Manhattan.

“Os códigos culturais profundamente enraizados, as crenças religiosas e as fobias estruturais precisam mudar. Os governos devem empregar seus recursos coercitivos para redefinir os dogmas religiosos tradicionais”, disse ela segundo nota do jornal espanhol La Gaceta.

O tema da conferência era o aborto, procedimento que já é legalizado nos Estados Unidos, mas que ainda gera debates entre grupos progressistas e conservadores. Para Hillary Clinton o procedimento de interrupção da gravidez é “um direito da mulher” e que as objeções feitas por quem tem crenças religiosas devem ser eliminadas.

“Os direitos devem existir na prática, não só no papel. As leis têm de ser sustentadas com recursos reais”, disse ela que comparou as campanhas contra o aborto como a discriminação de mulheres e de homossexuais.

A esposa do ex-presidente americano Bill Clinton defendeu o financiamento governamental de associações como a Planned Parenthood, que é a maior rede de clínicas abortistas dos Estados Unidos.

Para Bill Donohue, representante da Liga Católica dos Estados Unidos, a declaração de Hillary Clinton pode ser considerada como um pedido de guerra contra a religião, algo nunca feito por um candidato à presidência dos Estados Unidos.

O blogueiro conservador Ed Morrissey também comentou a fala da candidata democrata dizendo, ironicamente, que ela fez o discurso mais sincero da história americana.

“Candidatar-se à presidência dos Estados Unidos prometendo usar recursos públicos para acabar com as crenças religiosas é, provavelmente, o slogan progressista mais sincero da história”.

Em 2011, durante uma conferência em Gênova, Hillary Clinton, então secretaria de Estado, também falou contra as religiões ao defender os direitos da comunidade LGBT, que segundo ela sofrem os piores problemas sociais.

Fonte: http://www.gaceta.es/noticias/hillary-clinton-declara-guerra-religion-27042015-2029

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Produzido pela organização Aid to the Church in Need, o relatório mostra que a liberdade religiosa está comprometida em quase 60 por cento dos países do mundo. Um dos objetivos do documento é levar esta questão para a pauta de discussões de governos e líderes religiosos

Compilado por jornalistas, acadêmicos e comentaristas, o relatório revela preocupações acerca da liberdade religiosa em 116 países do mundo (ao todo foram 196 nações analisadas).

O relatório – que contemplou todos os grupos religiosos e a cobertura de eventos de 2012 a 2014 nesses lugares – conclui que, em praticamente todos os locais onde a situação de liberdade religiosa mudou, foi para pior.

Em 55 dos países observados (ou 28 por cento), a deterioração das condições de liberdade religiosa é claramente visível. Apenas seis dos 196 países – Irã, Emirados Árabes Unidos, Cuba, Catar, Zimbábue e Taiwan – foram classificados com uma melhoria. Porém, desses, quatro permanecem como vivendo em “médio” ou “alto” nível de perseguição.

O sumário executivo de 32 páginas classifica 20 países como tendo um grau “elevado” de intolerância religiosa ou perseguição ativa.

Desses, a perseguição está diretamente ligada ao islã extremista em 14 nações. São elas: Afeganistão, República Centro-Africana, Egito, Irã, Iraque, Líbia, Maldivas, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. Todos esses também integram a Classificação da Perseguição Religiosa, uma lista atualizada todos os anos pela Portas Abertas, que mede a liberdade que um cristão tem para praticar sua fé.

Nos seis países restantes – Mianmar, China, Eritreia, Coreia do Norte, Azerbaijão e Uzbequistão – a perseguição religiosa está relacionada, sobretudo, a regimes autoritários.

No lançamento do relatório na Câmara dos Lordes, o príncipe Charles condenou a perseguição a minorias religiosas, principalmente no Iraque e na Síria. Leia aqui.

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Cristãos num abrigo em Erbil, Iraque. Foto: Ahmed Jalil/EPA

Das igrejas fizeram casa. Continuam a ir à missa – rezam pela paz. Mas onde havia milhares de cristãos, como em Mossul, não há agora nenhum.

“A vida deles está completamente virada do avesso”, diz à Renascença , a partir do Iraque, um elemento da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

De um dia para o outro, tudo mudou para os cristãos no Iraque. Entre conversão ao Islã ou o pagamento do imposto exigido pelo autoproclamado Estado Islâmico, não tiveram escolha. Deixaram tudo para trás. No meio do desespero não sobrou tempo para preparos. Muitos fugiram de mãos vazias e sem dinheiro nos bolsos.

“Os refugiados estão a abrigar-se em igrejas, alguns deles estão em parques a viver em tendas. Nesta altura do ano, as temperaturas atingem os 43, 45 graus. São condições muito difíceis”.

Regina Lynch, directora de projectos da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), organização dependente do Vaticano.

“Conhecemos uma família que demorou cinco horas a fazer uma viagem que normalmente demoraria uma hora e meia. Eram 24 pessoas numa carro que transporta oito no máximo. Isto mostra a forma desesperada como as pessoas tiveram que abandonar a região”, conta, por telefone.

Com Regina Lynch, estão no Iraque o presidente internacional da AIS, Johannes von Heereman, e a directora de comunicação, Maria Lozano. Querem conhecer de perto os cristãos perseguidos e as suas necessidades. Querem lembrar-lhes que não estão sós e dar-lhes voz.

A vida “do avesso”

“Há pessoas a viver em abrigos e que estão a ser registadas neste momento. Há muitos a viver com familiares em casas sobrelotadas. É difícil ter um número exato, mas sabemos que há cerca de 70 mil refugiados à volta de Ankawa e 60 mil nas áreas a norte de Mossul. Mas a todo o momento há pessoas a chegar, famílias a bater à porta à procura de lugar para ficar”, conta Lynch.

A AIS já recolheu e enviou mais de 230 mil euros para a Igreja do Iraque. O apoio vai permitir suportar necessidades básicas de milhares de cristãos iraquianos refugiados.

São urgentes “alimentos, colchões, ventiladores, frigoríficos”. E alguém que os escute. “Os refugiados viram-se para a Igreja e esperam que a Igreja os ajude. Que os ajude a resolver os problemas. Outras vezes só esperam que alguém possa ouvi-los”.

Têm muito para contar. Num abrir e fechar os olhos, a vida que conheciam deixou de existir. Em 2003, só em Mossul, viviam 35 mil cristãos. Pela primeira vez em dois mil anos, não sobra um único.

“As pessoas que conhecemos estão muito traumatizadas porque aconteceu tudo muito rápido. Os cristãos em Mossul, por exemplo, achavam que o exército do Governo ia protegê-los. Foi um choque para eles. A vida deles está completamente virada do avesso”.

“Esta é a nossa casa, esta é a nossa história”

A delegação da AIS chegou na quarta-feira ao Iraque para uma viagem de cinco dias. Visitaram Ankawa, um subúrbio cristão da cidade de Erbil que acolhe muitos dos que fugiram de Qaraqosh. Passaram por Dohuk, onde, vindos de Mossul, cristãos em fuga procuraram refúgio. Reúnem-se com bispos, visitam abrigos, ouvem esperanças e vontades.

“Alguns dizem que querem sair, que querem emigrar. Outros contam que querem voltar para as suas aldeias, para as suas casas porque estão lá há gerações e gerações. Dizem: ‘esta é a nossa casa, esta é a nossa história’. Mas só podem voltar se houver alguma espécie de protecção internacional, uma garantia de que isto não vai acontecer outra vez”.

O Patriarca Caldeu do Iraque, D. Louis Sako, tem-se desdobrado em apelos. A ele, já se juntaram os bispos da Europa numa carta enviada esta semana ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Pedem decisões urgentes para “para pôr fim às atrocidades cometidas contra os cristãos e outras minorias religiosas no Iraque”.

Uma cruz tatuada

Por enquanto, resta confiar na generosidade dos que no terreno fazem de tudo para ajudar.

“Soubemos de uma vila cristã que não teria mais de 60 famílias e que agora tem mais 250 famílias cristãs refugiadas. Dá para imaginar o impacto que isto tem na comunidade. As pessoas são muito generosas. Fazem tudo para ajudar os refugiados”.

Pouco sabem do que vem a seguir. “É difícil para eles perceber como é que a situação se vai desenvolver. Alguns expressaram-nos o desejo, a esperança, de que uma equipa internacional de manutenção de paz entre no país e garanta a sua protecção. Outros esperam que os peshmerga, as tropas curdas, ganhem força para lutar contra o Estado Islâmico.”

Regina Lynch ficou “muito comovida com a fé” dos cristãos iraquianos.

“Hoje falámos com uma senhora de idade que tem uma cruz tatuada na mão e contamos-lhe como hoje em dia na Europa são poucas as pessoas que usam cruzes. Ela respondeu: ‘nós preferimos morrer a esconder a nossa cruz’”.

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Nos últimos meses o governo chinês tem usado a força para demolir igrejas cristãs e retirar símbolos como as cruzes que ficam no topo do prédio.

A justificativa da ação é que tais edifícios foram construídos ilegalmente, mas os cristãos locais acusam o governo de tentar impedir o crescimento do cristianismo no país. Agora um jornal estatal divulgou que a China pretende criar sua própria teologia cristã, tendo como base a cultura local e o socialismo.

A declaração sobre o assunto foi feita pelo líder da Administração de Estado para os Assuntos Religiosos, Wang Zuo’an, ao jornal China Daily. “A construção da teologia cristã chinesa tem que se adaptar às condições nacionais e integrar a cultura chinesa.”

“Nas últimas décadas, as Igrejas  chinesas se desenvolveram muito rapidamente, com a adoção de políticas religiosas nacionais”, disse Wang falando sobre as igrejas cristãs que receberam autorização do governo para funcionarem.

Na visão do governo, a crença cristã precisa ser “compatível com o caminho em direção ao socialismo” que rege o Partido Comunista. As igrejas que não são autorizadas a funcionar passam a ser perseguidas, seus líderes e fiéis chegam a ser presos ou torturados.

A Igreja Católica da China, por exemplo, tem seus cultos vigiados e os padres são escolhidos pelo governo e não se submetem à autoridade do Vaticano, rejeitando os dizeres e as ordens do Papa.

Apesar dessa pressão política, os cristãos representam entre 1,7% a 2,9% da população chinesa segundo dados recentes divulgados em um seminário em Xangai e citados em uma reportagem da agência AFP. Ainda de acordo com esta reportagem todos os anos cerca de 500.000 pessoas se batizam na China.

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Católicos do Iraque refugiados na Igreja de São José, em Erbil (norte do Iraque) depois de fugirem de suas aldeias invadidas por guerrilheiros muçulmanos

Nesses últimos dias, horrorizados temos acompanhado a dramática situação de nossos irmãos católicos perseguidos, sendo trucidados em diversas nações muçulmanas, principalmente no Iraque. Em Mossul (norte do Iraque) muitos cristãos recebem um ultimato do ISIS (sigla em inglês de Estado Islâmico do Iraque e do Levante): “Convertam-se ao Islã ou deixem suas casas sem levar seus bens, ou morte”. Em raros casos, permitem que algumas famílias fiquem na cidade desde que lhes paguem o “imposto dos infiéis” (a jizya) de aproximadamente 500 dólares mensais. Há muitos relatos de mulheres que foram violadas pelos militantes do ISIS.

No dia 6 último, Qaraqosh (cidade localizada a 50 Km de Mossul, na qual viviam 40 mil cristãos) foi ocupada durante a noite pelos milicianos do ISIS. Quase toda população tinha fugido quando se soube da aproximação dos islamitas. Há falta de informação sobre a situação atual de milhares desses cristãos, mas, segundo a AINA (agência internacional de notícias da Assíria) eles fugiram para cidades do Curdisdão.

 A fim de despertar a autêntica indignação contra tais atrocidades, transcrevo alguns trechos de um artigo, publicado no “O Estado de S. Paulo” de 24 de julho último, de autoria de Gilles Lapouge, correspondente muito bem informado no tema.

MÁRTIRES CRISTÃOS NO IRAQUE

Gilles Lapouge

Igreja catolica incendiada

Edifício da Igreja Católica incendiado em Mossul

Há alguns dias, os cristãos da segunda maior cidade do Iraque, Mossul, tomada recentemente pelos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês), ganharam o direito de escolher seu destino. Os novos donos de Mossul oferecem quatro opções: deixar o Iraque no prazo de 24 horas, converter-se ao islamismo, pagar um imposto especial para os não muçulmanos, tornando-se cidadãos de segunda categoria ou, finalmente, morrer pela espada.

Enquanto Saddam vivia, a comunidade [igrejas católicas do Oriente, rito caldeu, siríaco, armênio, grego ou latino] tinha mais de um milhão de fiéis.

 Era uma espécie de milagre. Fundada no século IV, essa corrente católica teve um papel preponderante naquele tempo. Foi ela que converteu ao cristianismo uma parte dos mongóis. Além disso, transmitiu aos árabes e posteriormente à Europa medieval toda a cultura da Grécia antiga.

Desde que os americanos mataram Saddam, os católicos foram escorraçados do Iraque ou perseguidos. Hoje, com a chegada dos jihadistas do Isil (mais obtusos e perversos do que os de Osama bin Laden e da rede Al-Qaeda), começa o tempo da agonia. Milhares de cristãos iraquianos teriam sido mortos e 600 mil já fugiram do país.

 Um pedaço da história, construído ao longo de 16 séculos, ameaça ser aniquilado, pelo menos se os fanáticos do Isil consolidarem sua vitória e conseguirem criar um califado que ignora as fronteiras políticas habituais e sonha implantar a sharia em grande parte da Síria e do Iraque, de Alepo a Bagdá. As perseguições tem ocorrido desde que, há um mês, foi proclamado o califado islâmico.

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Não conhecemos todos os detalhes e todas as indignidades. Contudo, sabe-se que centenas de iraquianos cristãos teriam sido mortos e mais de 600 mil tomaram o caminho do exílio. Em Mossul, as casas dos cristãos foram marcadas com a letra N (que significa Nassarah ou Nazareno, um pouco como as casas dos judeus eram emporcalhadas por Hitler).

Onde se refugiam esses cristãos expulsos de suas casas? Muitos se dirigem para Qaraqosh, 30 quilômetros a leste de Mossul, por ser uma cidade de maioria cristã. Além disso, a localidade é predominantemente curda. Os curdos opõem-se aos fanáticos do califado. Seus guerreiros, os peshmergas, são muito fortes. Eles lutam contra as tropas jihadistas e protegem os cristãos. Surpreende um pouco que esse fato não tenha provocado indignação nas capitais ocidentais. É claro que todas essas calamidades são tão numerosas e asquerosas que cada horror atua como um filtro para impedir que se percebam outros horrores: Síria, Faixa de Gaza, a Líbia à beira do abismo, Sudão, República Centro-Africana, Ucrânia, etc. O mundo hoje não passa de uma extensa decepção, um longo soluço. Mas, no caso dos cristãos de Mossul, estamos diante de uma das mais violentas crueldades.

PS: De outro boletim que recebi hoje da “ACI/EWTN Noticias”, de 8-8-14, informa que a situação se agrava drasticamente dia-a-dia. O Patriarca católico caldeu, Dom Louis Raphael Sako, exortou a comunidade internacional a tomar consciência do êxodo, da “via sacra que milhares de cristãos iraquianos estão sofrendo para escapar da violência dos extremistas muçulmanos do Estado Islâmico (ISIS)”, que nesta quinta-feira tomaram Qaraqosh. Ele descreveu essa tragédia “Cerca de 100 mil cristãos, horrorizados e em pânico, fugiram das suas aldeias e casas sem nada mais do que a roupa que tinham vestida […]. É um êxodo, uma verdadeira Via Sacra, cristãos, incluindo doentes, idosos, crianças e grávidas, estão a caminhar a pé no calor ardente do verão iraquiano para se refugiarem nas cidades curdas de Erbil, Duhok e Soulaymiyia”.

 Em outra notícia da mesma agência e do mesmo dia, a “ACI/EWTN Noticias”, transcreve uma declaração de Mark Arabo, líder da comunidade caldeia, à CNN denunciando que os jihadistas do Estado Islâmico (ISIS), estão decapitando crianças cristãs em Mosul, pendurando os seus pais e estuprando as mulheres, as quais são sequestradas e vendidas como escravas. “No parque (de Mossul) o Estado Islâmico decapita sistematicamente as crianças, colocando as suas cabeças em cima de paus e cada vez mais crianças estão sendo decapitadas. As suas mães são estupradas e assassinadas e estão pendurando os seus pais”.

Paulo Roberto Campos

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Na cidade iraniana de Kermanshah pessoas foram condenadas por não terem participado do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos que durante 40 dias fazem jejum.

Entre os condenados está um cristão que teve os lábios queimados com cigarro por ter se alimentado. A punição, segundo o Daily Mail, foi realizada em praça pública.

Mas o cristão não foi o único, outros cinco muçulmanos também foram condenados na cidade por não terem jejuado. A sentença deles foi receber 70 chibatadas, punição também realizada em público.

O Conselho Nacional de Resistência do Irã, um grupo político que se opõe ao governo, é contra essas sentenças e considerou as punições “selvagens” em entrevista ao jornal inglês.

“O silêncio da comunidade mundial, principalmente dos países ocidentais, está frente à frente a essas punições medievais sob a desculpa de que conversas nucleares com o Irã intensificaram a violação brutal e sistemática dos direitos humanos no Irã”, disse o porta-voz do grupo.

No Irã as minorias religiosas sofrem perseguição, a população é formada por 76 milhões de pessoas, destes apenas 250 mil se declaram cristãos. A forma como as minorias são tratadas no país chegou a preocupar a Organização das Nações Unidas que em março enviou um relatório sobre o assunto.

A lei iraniana autoriza torturas, prisões e até penas de mortes para quem não segue o islamismo, a punição do cristão e dos outros cinco muçulmanos que não jejuaram no Ramadã mostra bem como funciona a lei no Irã.

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Após demolir uma Igreja Cristã e anunciar que mais um templo já recebeu ordem de demolição, uma investigação realizada pela International Christian Concern (ICC) mostra uma perseguição religiosa “anti-igrejas”, onde em uma só província chinesa 64 igrejas foram perseguidas.

Autoridades da província de Zhejiang demoliram a Igreja Cristã Sanjiang na cidade de Wenzhou em 28 de abril, mesmo após os protestos que duraram uma semana, onde centenas de fiéis cristãos formaram um corrente humana em torno da igreja.

O que parecia ser um evento isolado, teve uma investigação mais aprofundada pela International Christian Concern (ICC), e foi revelado que se trata de uma repressão generalizada e maciça anti-igrejas, o qual foi constatado que pelo menos 64 igrejas só na província de Zhejiang foram perseguidas, sendo que a ação mostrou uma igreja até o momento foi demolida( Igreja Cristã Sanjiang) e as outras form vandalizadas (tendo as suas cruzes retiradas, que em alguns casos a estrutura do prédio era prejudicada, como a remoção com guindastes e parte da construção onde a cruz estava fixa era retirada junto).

O portal de noticias China Aid revela que as autoridades retirou 50 cruzes em um dia na cidade Wenzhou e relata que 85 igrejas domésticas recentemente receberam ordens do governo para parar suas reuniões, sob ameaça de sofrer intervenção do governo e fechamento até o final do mês de maio.

A onda de igreja demolida e a retirada de suas cruzes, se deu quando o secretário Xia Baolong do Partido Comunista da Província de Zhejiang ao realizar uma visita de inspeção na província no inicio deste ano, ficou perturbado com a grande quantidade de cruzes, as quais poderiam ser vistas na linha do horizonte devido a grande quantidade de prédios de igrejas que hospedam milhares de fiéis.

Um contato da ICC disse que: “Ele achou a cruz no topo da Igreja Cristã de Baixi muito visível(chamava muito a atenção)”. A campanha “anti-igreja” foi realizada de acordo com as disposições de vagas nas Leis de Desenvolvimento e embelezamento urbano. A intenção declarada na campanha é “destruir formas agressivas de construções ilegais de acordo com a lei”.

No entanto, a investigação do TPI, revelou que mesmo igrejas aprovadas pelo governo estão enfrentando demolição ou remoção de cruz, como a remoção forçada da cruz no campanário da Igreja Cristã BaiXi na cidade de Wenzhou em 6 de maio. A campanha também tem como alvo quase exclusivamente locais cristãos.

Um contato da ICC disse que: “O governo tem aplicado na província de Zhejiang de forma seletiva a lei apenas em prédios de Igrejas. Outras estruturas “ilegais” não receberam ordens de demolição”. Sooyoung Kim, gerente regional da ICC para o Leste Asiático, diz:”Xia Boaolong, secretário local esta descarada e cuidadosamente minando a forma elaborada dos direitos humanos apresentado a China pela comunidade internacional e continua a implementar a sua campanha anti-igreja, limitando a liberdade religiosa e a reunião de cristãos em igrejas domésticas. “Os cristãos de todos os lugares do mundo interessados em ajudar os cristãos chineses, devem entrar em contato com a embaixada da China em seus países para pedir que para os ataques do secretário local Xia Baolong contra as igrejas na província de Zhejiang. Peça-lhes para se fazer cumprir o artigo 36 da Constituição da China e para que cessem imediatamente a demolição de igrejas e remoção de torres de igrejas e cruzes.”

China Aid – via Persecutin.org

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Uma das questões mais exploradas pelos governos desde os ataques de11 de setembro de 2001, o terrorismo religioso atinge índices mais altos a cada ano. É consenso entre os especialistas que 99% dos ataques são motivados por questões relacionadas à fé.

O número de ataques e mortes subiu assustadoramente no ano passado, indica um novo relatório divulgado pela CNN.

Ocorreram mais de 8.500 ataques terroristas ano passado, matando quase 15.500. A violência se espalhou pela África, Ásia e Oriente Médio. Isso significa um aumento de 69% nos ataques e um acréscimo de 89% nas mortes em comparação com 2011, que teve 5.000 ataques. O recorde anterior de mortes era de 2007, com mais de 12.800.

Os números são parte do relatório feito pela START, um dos principais analistas do terrorismo no mundo.  A sigla em inglês abrevia o nome oficial: Consórcio para o Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo. Ligado ao Departamento de Segurança do governo americano, o sistema funciona na Universidade de Maryland. Existe um banco de dados do terrorismo global, sendo a mais completa fonte de informações não confidenciais sobre ataques terroristas desde a década de 1970.

Atualmente, seis dos sete grupos mais mortais estão filiados à organização terrorista Al Qaeda. A quase totalidade dos ataques ocorreu em países de maioria muçulmana.  Embora atos terroristas tenham ocorrido em 85 países no ano passado, apenas três (Paquistão, Iraque e Afeganistão) são responsáveis por mais da metade dos ataques (55%) e das mortes (62%) em 2012. Um dos grupos mais mortais está na Nigéria. O Boko Haram, orquestrou 364 ataques e matou 1.132 pessoas, na maioria cristãos.

LaFree explica que os computadores processam mensalmente uma média de 1,2 milhão de artigos. Vindos de 50 mil órgãos de imprensa, existe uma comunicação mensal para identificar e esclarecer os ataques. Um software rastreia e elimina as redundâncias.  A equipe de 25 pessoas do centro identifica, estuda e categoriza cada ataque.

“Estamos convencidos de que uma grande parte desse relatório comprova uma mudança real no mundo”, explica LaFree. Excetuando as pequenas quedas em 2004 e 2009, o número de ataques tem aumentado na última década.

Especialistas em contraterrorismo também dizem que os ataques estão ocorrendo com frequência crescente.  Daniel Benjamin, ex-coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado explica que a Al Qaeda segue o modelo estabelecido por seu ex-chefe, Osama Bin Laden. “Ele era motivado por uma visão apocalíptica e queria desencadear uma guerra global entre cristãos e muçulmanos”, assegura.

Mas esse não é o único grupo. Várias organizações novas têm surgido e só se ouve falar delas quando assumem a autoria dos atentados. Para LaFree, existe uma lógica maligna: “Se você é um grupo terrorista e quer passar sua mensagem, quanto mais pessoas você mata, mais bem sucedido você é”.

Martha Crenshaw, uma especialista da Universidade de Stanford e membro do conselho da START, explica: “Infelizmente, parece ser cada vez mais aceitável em certos sistemas religiosos que é preciso matar tantos membros da outra comunidade religiosa quanto possível”.

Com informações CNN 

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Não existe apenas um tipo de martírio.

 
O tipo que conhecemos melhor, aquele que mais se assemelha ao de Cristo, envolve tortura e morte por causa da fé. Além das representações do próprio Jesus, contamos com inúmeras outras imagens, elaboradas ao longo da história da arte, que retratam a morte de cristãos pelas mãos de não crentes. E é uma trágica ironia que o século XX, produtor de mais mártires cristãos do que todos os outros séculos juntos, tenha sofrido um declínio tão grande da arte religiosa e figurativa a ponto de não termos hoje muitas imagens memoráveis ​​de cristãos prestando o testemunho final da fé (lembre-se: “mártir” significa “testemunha”).
 
Existem algumas representações de São Maximiliano Kolbe, algumas fotos amareladas de cristãos ortodoxos assassinados pelos bolcheviques, dos católicos que morreram no México ou na China pelas mãos dos revolucionários.

Alguns relatos escritos também evocam a coragem que Deus derramou no coração do seu povo em momentos tão terríveis: “Com Deus na Rússia”, do pe. Walter Cizsek, “Arquipélago Gulag”, os últimos escritos de Edith Stein. Eu tenho orgulho de ter feito a supervisão de um livro editado por Philip Lawler, “When Faith Goes Viral” [Quando a fé viraliza], que retrata o trabalho corajoso dos cristãos perseguidos no mundo árabe e na Índia. Para quem tem preferências mais futuristas, há “O Senhor do Mundo”, o romance vitoriano do pe. Robert Hugh Benson, que mostra a vinda do Anticristo em um tempo muito parecido com… o nosso presente.
 
O que vemos ainda menos frequentemente é o que se chamava de “martírio branco”. O termo se refere à longa e incruenta destruição da vida de um cristão por instituições e pessoas que desejam ver a Igreja fora de jogo. Eles querem que os cristãos remodelem a cruz em borracha, totalmente leve e flexível: assim, ela perderia todo o seu sentido e se reduziria a mera decoração.
 
Relatos desse tipo de martírio existem, é claro. Alguns meses atrás, eu escrevi sobre Jerome Lejeune, um dos maiores cientistas da França do século XX, que foi desprezado pelos colegas e privado do financiamento de que precisava porque era considerado “muito imprudente”: ele se posicionava contra o aborto. Outras notícias nos falam dos proprietários cristãos de empresas como Hobby Lobby e Triune Health Care, que estão arriscando a vida porque não querem cumprir a lei que os obriga a pagar “tratamentos” abortivos.
 
Mas há muito poucos filmes dramáticos que contam essas histórias sobre a coragem e a firmeza dos cristãos forçados a ficar de lado, obrigados a cooperar com o mal e condenados a pagar, lenta e dolorosamente, o preço da fé.
 
É por isso que eu fiquei muito animado com o filme “Persecuted” [Perseguidos].
 
O filme retrata um momento emocionante, de um futuro próximo, nos EUA, quando o Estado finalmente se cansa de ter que acomodar os ensinamentos morais e doutrinais excêntricos que são caros aos cristãos. Esses ensinamentos se mostram “divisionistas” e, por fazerem reivindicações de verdade absoluta, são vistos como hostis à “diversidade”. Por isso, elites laicas decidem “botar os cristãos na linha”, não com punhos de ferro, mas com luvas de veludo. Luvas cheia de dinheiro, luvas que dão suaves tapinhas nos crentes enquanto os enxotam para os fundos do cenário.
 
Em “Persecuted”, é proposta uma lei federal para promover a “cooperação” entre o governo federal e as igrejas, sinagogas, mesquitas, templos e todos os outros centros de qualquer tipo de religião. Eles deverão trabalhar em conjunto, com amplo financiamento federal para todas as religiões, a fim de “construir juntos um futuro comum de paz e harmonia”. O preço cobrado pelos senadores que propõem essa lei parece modesto, quase nominal: nenhuma igreja se apresentará como especialmente vinculada à Verdade ou como tendo na sua fé o único e verdadeiro meio de se encontrar a Deus.

Eu não quero contar a história do filme, mas em “Persecuted” haverá alguns cristãos que não querem pagar esse preço. O mais destacado é um “televangelista” chamado John Luther (James Remar), cristão eloquente, com vasta audiência nacional e com um passado sórdido de bebedeiras e vício em drogas. John fez muitos amigos em lugares poderosos, incluindo o líder da maioria no Senado, o bajulador Donald Harrison (Bruce Davison), que está promovendo a “Lei da Fé”, voltada a encurralar todos os crentes do país e ensiná-los a “jogar conforme as novas regras”. Mas John Luther não quer jogar conforme essas regras.
 
Acontece que a “Lei da Fé” é muito, muito importante não apenas para o senador Harrison, mas para o presidente dos EUA. A singularidade da reivindicação cristã e a sua férrea recusa a servir a qualquer agenda que não seja o desígnio de Cristo é como um osso entalado na garganta do Estado, desde os dias de Diocleciano até os nossos dias, em que milhões de cristãos morrem todo ano, das selvas da Índia aos campos de prisioneiros da China. Suprimir a reivindicação cristã por meio da tática de corromper os reivindicadores é tão importante para os detentores do poder que eles vão destruir qualquer um que se atrever a ficar no seu caminho. Não apenas matar: eles vão destruir mesmo.
 
Dado o passado sórdido de John Luther, não será difícil enquadrá-lo por um crime envolvendo drogas e bebidas. Considerando os escândalos que afligiram pregadores de TV como Jimmy Swaggart, as pessoas já estarão predispostas a aceitar que ele também é um hipócrita (e será fácil encontrar outros ministros bem felizes de tomar o seu lugar). 
O filme tem orçamento modesto, mas os atores são talentosos e a história é bastante convincente. Quem já estudou como os governos comunistas (e, antes deles, os nazistas) usavam escândalos para desacreditar seus inimigos vai achar a ação muito plausível (e muito mais ameaçadora, porque ela acontece agora nos shoppings e nos escritórios da América contemporânea).
 
Como comparação, “Persecuted” se assemelha ao brilhante drama político “House of Cards” e retrata um mundo muito parecido: o dos homens maquiavélicos que estão no poder, jogando xadrez com peões humanos. A diferença é que “House of Cards” não tem verdadeiros heróis e não há um centro moral que sirva como base para os vilões poderem realmente ser julgados. “Persecuted” não sofre desse vácuo. Em seu centro está a cruz, rodeada, como a de Cristo, por hipócritas, ladrões e soldados. O que pesa na balança são as almas.
 
“Persecuted” apresenta cruamente a pressão rasteira e inexorável que os cristãos enfrentam, as tentações sórdidas que lentamente nos corrompem e o ódio implacável que a fé sincera sempre provoca. E o filme faz isso de uma forma projetada para unir católicos e protestantes em defesa da reivindicação cristã.
 
Eu espero que o filme chegue a algum cinema perto de você. E você pode ajudar nisso, contatando os produtores e tentando conseguir a exibição na sua cidade. Convide os seus amigos a ver o filme. Eu espero que os cristãos aceitem este convite e lancem o alerta a todos os seus companheiros de fé, enquanto ainda temos tempo para nos unir.

Jonh Zmirak
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Análise do Weibo, serviço de microblogging utilizado por 300 milhões de pessoas, mostra que o conteúdo cristão supera os ligados ao Partido Comunista

A Bíblia bate o Pequeno Livro Vermelho, os cristãos superam os membros do Partido Comunista, o Papa Francisco é mais popular do que Li Keqiang e Jesus mais do que Xi Jinping.

São surpreendentes os resultados da análise realizada pelaForeign Policy do Weibo, um serviço de microblogging chinês, relatado pela agência Ásia News. Uma pesquisadora analisou o fluxo de palavras citadas no site, utilizado por cerca de 300 milhões de chineses e compilou um ranking de popularidade.

As citações bíblicas são 17 milhões contra 60 mil atribuídas ao presidente Mao.  Os usuários que citam as várias igrejas cristãs são 41,8 milhões, enquanto aqueles que falam do Partido Comunista são 5,3 milhões. Embora esteja presente todos os dias na imprensa nacional, o presidente Xi Jinping é citado em 4 milhões de posts. Jesus Cristo, muito menos presente na mídia nacional, aparece em 18 milhões. Da mesma forma, Bergoglio supera muito o primeiro ministro Li Keqiang.

De acordo com Bethany Allen, que conduziu o estudo, os resultados “são surpreendentes”, mas tem uma explicação lógica: cerca de 100 mil funcionários chineses encarregados de censurar a rede tem, de fato, “um grande trabalho”, e dado que a censura política é muito mais importante do que a religiosa, eles “tendem a apagar tudo o que está relacionado ao estado, que não provém de fontes oficiais”.

Isto, obviamente, não significa que não exista censura contra os cristãos: “Se você procurar posts sobre as igrejas subterrâneas, ou seja, comunidades que se recusam a se registrar junto ao Estado, aparece uma página em branco e uma mensagem que diz “resultados que violam as leis e regulamentos internos”. Isto vale também para outros temas sensíveis do ponto de vista religioso.

No entanto, Allen destaca que os dados não são apenas o resultado de uma censura esquizofrênica: “Para o povo chinês, a ideologia comunista não interessa mais, enquanto o cristianismo continua a atrair mais pessoas. Há duas décadas, apesar de tudo, a população e a presença cristã na China continuam a aumentar”

(Fonte: Asia News/Zenit)

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O humor não justifica tudo, certamente não justifica interromper uma missa de domingo, em plena celebração, com 15 atores, e filmar os fiéis com uma câmera escondida para captar suas reações. Uma cena assim, tão estranha, parece inimaginável. No entanto, foi isso que o Canal + (da França) fez no dia 12 de janeiro.

Uma semana depois dos fatos, o padre Bourgoin, da igreja da Imaculada Conceição, em Paris, falou sobre o incidente:

No domingo passado, durante a missa das 10h, cerca de 15 pessoas perturbaram gravemente o culto, a celebração da missa, sem respeitar nem o lugar e nem as pessoas. Esta perturbação foi causada por atores que estavam ali para filmar com uma câmera escondida, para um programa produzido pela empresa Silex e difundido no Canal +. O título diz muito: “Os idiotas”. Diz da vulgaridade, da impertinência fora de hora. Sei muito bem que o humor tem direito a quase tudo, mas isso está fora de lugar e de hora.

Eu gostaria de agradecer vocês [os fiéis] pela educação, discrição, calma e serenidade. É a melhor resposta. Vocês não se comportaram com violência, nem com agressividade, e aos muitos dentre vocês que estiveram diretamente implicados, eu quis dirigir estas palavras.

Neste momento, contratamos um advogado, que interveio junto à empresa Silex e a empresa Canal +. Eles se comprometeram a não divulgar o vídeo. Houve ainda uma carta de desculpas, pelo momento de advogado para advogado. Mas eu pedi ao Canal + e à Silex que se desculpem diretamente com a comunidade cristã.

Como vocês sabem, os cristãos são sempre ridicularizados, insultados, injuriados e condenados. Isso é próprio do testemunho da fé.

Nesse sentido, é um desafio especial testemunhar a nossa . Querem nos pisotear, no mínimo. Nos tempos dos leões era ainda um pouco mais complicado. Digo isso com humor, porque é preciso ter um pouco de humor depois de um momento tão aborrecedor. Eu lhes peço, de todas os modos, que saibam guardar com fervor a fé, e com ânimo mantenham o amor uns pelos outros.

Aleteia

tumulos

Ataques contra Igrejas, cemitérios, roubos, agressões, ameaças, incêndios, atos de vandalismo… 1700 anos do Édito de Milão, com o qual o Império Romano estabelecia a liberdade de professar o próprio credo (cristão ou de qualquer confissão), na Europa causa alarme a violência de natureza antirreligiosa, sobretudo a que sofre os cristãos, com as profanações

É o que aponta o Relatório 2012, sobre os “crimes de ódio”, recém-publicado pelo departamento encarregado pelas Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos (ODIHR), da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE). O relatório ressalta “o valor simbólico dos atos de vandalismo e de profanação contra os lugares de culto e monumentos religiosos”, incentivando os estados a garantir que “não haja impunidade”.

O relatório, fruto do estudo dos dados que oferecem os governos dos estados-membro, organizações intergovernamentais e ONGs, classifica entidades e tipologias dos crimes cometidos em 2012, motivados pelos preconceitos com base étnica, racial e religiosa. Assim, ao lado dos crimes de racismo e xenofobia, o documento aponta os crimes de caráter antissemita e contra os ciganos, muçulmanos, cristãos e fiéis de outras religiões.

Por uma questão de método, seção em que figuram os crimes anticristãos inclui crimes contra as minorias religiosas e apenas alguns estados enviaram dados que possam ser interpretados por grupos não denominacionais, protestantes, católicos e de outras religiões.

Eis alguns números: durante 2012, na Finlândia, as forças da ordem registraram 52 casos de crimes de ódio antirreligioso (incluindo um homicídio, 15 agressões e 8 casos de ameaças). Na Alemanha, os casos registrados foram 414; na Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte, 1543; na Escócia houve 687. Dos 258 crimes antirreligiosos indicados pela polícia sueca, 200 foram contra cristãos.

Uma das dificuldades, válida para todas as seções do relatório, é a compilação da informação. No caso dos crimes anticristãos, somente 6 estados membros ofereceram dados considerando a redação final do relatório. Em muitos casos, foi a Santa Sé (com indicações sobre os fatos ocorridos em 12 países) a que integrou o quadro geral da violência contra os cristãos, com a colaboração das missões OSCE na Bósnia, Herzegovina e Kosovo, e outras ONGs.

Houve profanações na Croácia, Polônia, Eslováquia. Na Alemanha, a Santa Sé apontou casos de profanação de cemitérios e de 19 Igrejas (das quais uma era ortodoxa, 3 protestantes e 10 católicas) e outras 16 profanações de Igrejas com roubos; todos estes crimes não haviam sido registrados pela polícia como crimes de ódio. O mesmo ocorreu na Áustria.

A Santa Sé destacou ataques incendiários contra 3 Igrejas na mesma noite, 74 casos de profanação de Igrejas (55 deles houve, além disso, roubos). No entanto, as autoridades austríacas, apesar de ter confirmado os fatos, não os registraram como motivados por preconceitos religiosos. Na Hungria, houve 89 casos de profanação de Igrejas apontados pela Santa Sé; na França, apenas um, mas houve quatro profanações de cemitérios (o total de túmulos atingidos foi de 130).

Na Bósnia-Herzegovina a Santa Sé registrou a agressão física contra uma freira, um caso de ameaças, vandalismo contra uma escola e oito casos de profanação. Ali, a missão da OSCE registrou 24 casos de vandalismo contra símbolos e lugares cristãos, incluindo um cemitério ortodoxo. Na Rússia, houve 33 atos semelhantes contra propriedades da Igreja ortodoxa apontados por uma ONG; em Kosovo, a polícia informou sobre 36; na Turquia, entre os dados que a Santa Sé apontou, houve ameaças contra um sacerdote e alguns locutores de uma emissora cristã. Na Itália, segundo o Relatório, a Santa Sé identificou 15 profanações de igrejas (oito delas com roubos) e sete profanações de cemitérios, além da profanação de um presépio em uma praça pública.

Vatican Insider, tradução: Cepat

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Foi aplicada no dia 30 de outubro a bizarra sentença de 80 chicotadas contra dois cristãos condenados por “consumo de álcool” no Irã: eles tinham comungado bebendo o vinho eucarístico durante uma liturgia cristã. Segundo informações da Agência Fides, os cristãos Behzad Taalipasand e Mehdi Dadkhah receberam 80 açoites aplicados com violência brutal.

Fontes locais informam que outro condenado, Mehdi Reza Omidi, também foi açoitado neste dia 2 de novembro. Ainda não se sabe quando será castigado um quarto réu, Amir Hatemi.

As acusações são de “consumo de álcool” e “posse de um receptor e de uma antena parabólica”. De acordo com a ONG Christian Solidarity Worldwide (CSW), os quatro condenados tinham dez dias para apresentar uma apelação depois da sentença decretada em 20 de outubro, mas a condenação foi executada com extrema rapidez. Não ficou claro se as apelações foram rejeitadas ou se nem sequer foram levadas em conta.

Mervyn Thomas, diretor da Christian Solidarity Worldwide, declara em nota enviada à Agência Fides: “Estes homens foram castigados simplesmente porque participaram de um sacramento praticado durante séculos por cristãos de todo o mundo. É uma violação terrível e injusta do direito a manifestar a própria fé com práticas de culto e dentro dos rituais. O Irã se obrigou, quando aderiu ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, a apoiar a liberdade de religião e de credo de todas as comunidades religiosas. Além disso, essa pena viola o artigo 5º da convenção, que proíbe os castigos desumanos ou degradantes. Instamos o governo iraniano a agir em conformidade com os seus compromissos internacionais”.